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Juventudes e escola atual: tensões conflitos

Marcell da Silva - IFSUL- Campus Charqueadas

SILVA, Maciel Pereira. Juventude(s) e a escola atual: tensões e conflitos no


“encontro de culturas”. Rev. Ed. Popular, Uberlândia, v. 14, n. 1, p. 46-59, jan./jun.
2015.

A obra aqui trabalhada foi realizada por Maciel Pereira da Silva no ano de
2015, e tem como objetivo realizar um estudo bibliográfico sobre os conflitos
relacionais entre escola e o aluno atual.

O texto está dividido em 2 partes, onde a primeira parte é dedicada à análise


da constituição e evolução da categoria juventude no Brasil, já a segunda parte,
analisa a relação entre a juventude contemporânea e a escola.

Relata-se que a democratização da escola brasileira e a massificação da


tecnologia da informação e comunicação influencia na forma como a juventude vê o
mundo e como essa visão tem influência direta da cultura midiática global. Assim,
esses “novos” sujeitos frequentam a escola agindo de forma pouco neutra, e
influenciados pela cultura midiática global,dessa forma gerando um choque com a
escola tradicional.

A juventude passou por mudanças ao longo dos anos, sempre envolvida com
a rebeldia e vontade de mudanças nas coisas que não achavam corretas, e
demonstravam isso em suas roupas, músicas e maneiras de agir. Também passam
a ser uma nova fatia do mercado consumidor, tornando-se referência da indústria de
marketing. Além disso, passa-se a ter uma ideia de juventude como forma de agir,
de se vestir e desejo de se identificar eternamente como jovem.

Outro fator importante a ser destacado pelo autor é que a juventude


demonstra ser heterogênea e um dos fatores relevantes é a realidade
socioeconômica, capaz de produzir suas próprias juventudes.

A escola por sua vez, passou a ser palco das manifestações vindas das
diversas culturas, e os conflitos entre alunos e escola passou a ser mais comum,
visto que a escola se preparou para avançar nas inclusões, porém não se preparou
para lidar com as juventudes.

Conclui-se então, que as juventudes são distintas e suas variantes são frutos
de diversos fatores, e as manifestações juvenis estão presentes nos ambientes
escolares, porém não são bem vistas, já que a escola ainda mantêm uma ideia
tradicional e conservadora de ensino, assim, a escola não se adapta às juventudes
bem como os jovens não se adaptam a escola, gerando assim uma série de
conflitos.

Há duas correntes teóricas, a que define a juventude com um viés natural, a


partir do desenvolvimento biológico e psicológico, e a corrente que defende a
juventude como categoria socialmente construída. O autor acaba embasando a
segunda vertente, que define a juventude como categoria socialmente construída.

A metodologia adotada foi um estudo bibliográfico e conversa com os


docentes.

O texto é enriquecedor e mostra a realidade desse conflito que vivenciamos


há alguns anos, poder compreender como a juventude evoluiu e como a escola não
se preparou para receber esses jovens.

Como professor de séries finais percebo isso no dia-a-dia, embora consiga


compreendê-los, percebo que a escola em geral segue normas ainda muito
tradicionais, isso faz com que a juventude que está em constante evolução e
influenciada pela cultura midiática global entre em conflito cotidianamente.

No meu ponto de vista, esse texto deveria ser recomendado aos professores,
supervisores, orientadores educacionais e diretores de escolas, saber lidar com a
constante evolução da juventude pode ser benéfico para evolução da escola no
geral, pois reduzir conflitos é uma demonstração de harmonia, e ter harmonia em
tempos de extremismos, pode ser muito enriquecedor.

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