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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS DE GURUPI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

JÚLIO CÉSAR GUBERT PIOVESAN


KÁSSIO CARNEIRO BORGES

GUERRA DOS SEXOS: ABATE DE FEMEAS GANHANDO ESPAÇO ENTRE OS


PRODUTORES

Gurupi/TO
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
2 DESENVOLVIMENTO..................................................................................... 5
2.1 Contexto Histórico......................................................................................... 5
2.2 Mudanças nas Práticas de Abate ................................................................. 7
2.3 Avanços Tecnológicos e Genéticos ............................................................. 9
2.4 Desafios e Controvérsias ............................................................................ 10
2.5 Estratégias Sustentáveis e Equilibradas ................................................... 11
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 14
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1 INTRODUÇÃO

A análise das características intrínsecas de machos e fêmeas na produção


animal revela uma dicotomia que transcende a mera questão de gênero. Suñe (2005)
destaca que, embora as fêmeas apresentem precocidade e atinjam o peso ótimo de
abate mais cedo, sua composição corporal, com pesos menores e maior proporção
de gordura, contrasta com a tendência geral de destinar machos ao abate. Este
padrão, no entanto, não é imutável, e Malafaia (2019) ressalta que a maioria das
fêmeas jovens é destinada à reprodução, reduzindo sua disponibilidade para a
engorda.
A interação entre fêmeas e reprodução cria uma dinâmica específica no
mercado, como apontado por Torres e Dreher (2015). O aumento do abate de fêmeas,
especialmente no curto prazo, é influenciado pela reposição de matrizes,
evidenciando uma resposta imediata a estratégias de manejo e reprodução. Esse
fenômeno, embora parte dos ciclos naturais da pecuária, pode ter implicações na
oferta de carne bovina.
Por outro lado, as flutuações nos preços dos bezerros e do boi gordo
desempenham um papel crucial na decisão dos produtores sobre o abate de fêmeas.
Quedas nos preços desestimulam a expansão dos rebanhos, levando a um aumento
temporário no abate de fêmeas. Essa dinâmica, apontada pelo CEPEA (2017), reflete
a sensibilidade dos produtores às condições econômicas e ao equilíbrio entre oferta e
demanda.
O efeito contrário é observado quando os preços estão elevados. A elevação
dos preços tende a reduzir os abates de fêmeas, pois muitos produtores optam por
reter as fêmeas para ampliar a produção de bezerros, contribuindo para a oferta futura
de animais para abate (DE LIMA, 2019). Essa estratégia, orientada pela busca de
otimização econômica a longo prazo, revela um dinamismo complexo na tomada de
decisões dos produtores.
Neste cenário de complexidade e transformação, a "Guerra dos Sexos na
produção" deixa de ser apenas uma metáfora e torna-se uma realidade tangível nos
setores agrícolas e pecuários. A ascensão do abate de fêmeas não é apenas um
reflexo das mudanças sociais, mas uma convergência de fatores que redefine o papel
das fêmeas na produção contemporânea. Compreender esses motivos é essencial
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para antecipar e abordar os desafios e implicações dessa nova era, na qual as fêmeas
ganham um espaço cada vez mais significativo entre os produtores.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Contexto Histórico

A trajetória do abate de fêmeas ao longo dos últimos oito anos apresenta uma
narrativa complexa, marcada por flutuações e nuances que refletem não apenas a
dinâmica da pecuária, mas também as interações intricadas entre os pecuaristas, a
cotação da arroba do boi gordo e as oscilações no equilíbrio entre oferta e demanda
por carne bovina.
A relação estreita entre o comportamento dos preços da arroba do boi gordo e
a decisão dos pecuaristas em reter ou descartar fêmeas do rebanho revela uma dança
sutil de influências econômicas e estratégias de gestão. A decisão de manter fêmeas
implica não apenas na oferta de animais para engorda, mas também na projeção a
longo prazo, indicando a intenção de criar bezerras que atinjam a maturidade,
reproduzam e, eventualmente, cheguem à idade de abate.
Esse movimento intricado, diretamente correlacionado à cotação da arroba do
boi gordo, reflete as percepções e previsões dos pecuaristas sobre o equilíbrio entre
oferta e demanda por carne bovina. A relação simbiótica entre a produção de carne e
a decisão de retenção de fêmeas evidência como o abate de fêmeas se torna um
indicador antecipado dos períodos de escassez ou excesso de animais para abate,
influenciando, por conseguinte, o preço da arroba bovina.
A análise histórica até 2004 revela uma evolução paralela entre as séries de
abate de fêmeas e os preços da arroba do boi gordo, indicando uma harmonia nas
práticas e decisões do setor. No entanto, a partir de 2005, observa-se um
descolamento entre essas séries, sugerindo mudanças nas dinâmicas de produção e
nas estratégias adotadas pelos pecuaristas (BÜHLER, 2016).
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Uma hipótese intrigante para esse descolamento é a intensificação da aptidão


em recria, associada ao fato de que os animais utilizados para o confinamento são,
em sua maioria, machos. Esse fenômeno pode ter contribuído para a mudança na
amplitude da curva de abate de fêmeas, indicando uma adaptação do setor a novas
práticas de manejo e produção (SILVEIRA, 2005).
Em meio a esse panorama, a tendência de queda nas curvas de abate de
fêmeas sugere um movimento consistente, mas a recuperação nos últimos anos do
período indica uma resiliência adaptativa do setor. Assim, a trajetória complexa do
abate de fêmeas no Brasil não apenas reflete as dinâmicas internas da pecuária, mas
também sinaliza a capacidade do setor de se ajustar e evoluir em resposta às
demandas do mercado e às mudanças nas práticas de produção (FORTUNA, 2008).
O ressurgimento no abate de bovinos em 2022, após dois anos consecutivos
de declínio, destaca-se como um fenômeno significativo no panorama da produção
pecuária brasileira (SANTOS, 2023). Os dados da Estatística da Produção Pecuária,
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma
retomada vigorosa, com 29,80 milhões de cabeças abatidas, representando um
aumento de 7,5% em comparação com o ano anterior (SALMAN, 2021).
O crescimento expressivo no abate de fêmeas, com um aumento de 19,1%, é
apontado como um fator crucial para esse ressurgimento na produção de carne bovina
(SUÑE, 2005). O analista da pesquisa, Bernardo Viscardi, atribui essa mudança a
ciclos naturais na pecuária, nos quais um período de retenção de vacas para
procriação é seguido pela entrada de bezerros no mercado. A consequente
desvalorização desses bezerros devido ao aumento da oferta leva as fêmeas a serem
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direcionadas para o abate, contribuindo assim para o aumento geral nas estatísticas
de abate de bovinos (MÚLTIPLA, 2016).
Além disso, os números impressionantes no abate de suínos, alcançando um
recorde na série histórica com 56,15 milhões de cabeças, indicam um setor suinícola
robusto e em crescimento. O aumento de 5,9% em relação ao ano anterior ressalta a
resiliência e expansão desta parte da indústria de carne no Brasil (BUAINAIN, 2014).
Esses dados apontam para dinâmicas complexas na produção pecuária, onde
fatores como ciclos naturais, oferta e demanda, e a interconexão entre diferentes
segmentos da indústria desempenham papéis cruciais. A capacidade de se adaptar a
essas dinâmicas e compreender as nuances dos ciclos pecuários emerge como um
elemento fundamental para os produtores que buscam navegar com sucesso nas
complexidades do mercado de carne no Brasil.

2.2 Mudanças nas Práticas de Abate

A dinâmica do abate de fêmeas na pecuária é, de fato, influenciada por uma


série de fatores que refletem a interconexão complexa entre o mercado, os preços
dos animais e as estratégias de manejo adotadas pelos produtores. A propensão
natural de destinar machos ao abate pode sofrer variações consideráveis devido a
diferentes influências, e algumas delas são destacadas por Torres e Dreher (2015) e
pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA, 2017).
A reposição de matrizes emerge como um fator de destaque nesse cenário. No
curto prazo, a necessidade de repor matrizes para garantir a continuidade do ciclo
reprodutivo do rebanho pode levar a um aumento no abate de fêmeas. Esse
movimento, muitas vezes, é uma resposta imediata a estratégias de gestão que visam
manter a saúde e a vitalidade do rebanho, mesmo que isso resulte em uma maior
proporção de fêmeas destinadas ao abate.
Outro fator determinante são as flutuações nos preços dos bezerros e do boi
gordo. Quedas nos preços desses animais tendem a desestimular os produtores a
expandir seus rebanhos, levando a um aumento temporário no abate de fêmeas
(BACCHI, 1994). Essa decisão está muitas vezes atrelada a considerações
econômicas, onde a incerteza nos preços pode influenciar a tomada de decisão dos
pecuaristas em relação à expansão ou contração do rebanho.
Por outro lado, elevações nos preços tendem a ter o efeito oposto. Quando os
preços são favoráveis, uma parcela significativa dos produtores busca reter as fêmeas
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no rebanho. Essa estratégia visa ampliar a produção de bezerros, contribuindo assim


para a oferta futura de animais para abate (MARQUES, 2006). Essa relação direta
entre os preços e a decisão de abate de fêmeas destaca a sensibilidade do setor
pecuário às condições do mercado e a importância das projeções de longo prazo na
gestão do rebanho.
Em síntese, a composição dos abates, embora com uma propensão natural
maior para machos, é moldada por uma série de variáveis dinâmicas. As estratégias
de reposição de matrizes, as oscilações nos preços dos animais e a busca por
otimização econômica convergem para influenciar a decisão dos pecuaristas no que
diz respeito ao abate de fêmeas, demonstrando a complexidade e a adaptabilidade
inerentes à produção pecuária.
No cenário contemporâneo, assistimos a uma metamorfose notável nas
práticas de abate, especialmente no que diz respeito ao aumento significativo do abate
de fêmeas (SANCHEZ, 2018). Este fenômeno transcende as fronteiras de setores
cruciais como a pecuária e a avicultura, revelando uma revolução silenciosa nas
estratégias de produção. As estatísticas, por vezes alarmantes, delineiam uma
tendência que desafia as convenções estabelecidas sobre a predominância do abate
de machos nas cadeias produtivas.
O abate de fêmeas, outrora considerado uma prática secundária ou
excepcional, emerge agora como uma estratégia central em muitas operações. Essa
mudança não ocorre de maneira isolada; ela está intrinsecamente ligada a uma série
de fatores, destacando-se entre eles os avanços nas ciências genéticas e a aplicação
de tecnologias inovadoras.
A seleção genética, em particular, desempenha um papel crucial nesse novo
paradigma de abate. A capacidade de direcionar características específicas nas
fêmeas, como maior eficiência reprodutiva e crescimento acelerado, tornou-se uma
ferramenta valiosa para os produtores em busca de maximizar a produtividade
(MELLO, 2016). Esse enfoque, impulsionado pela busca incessante por eficiência,
coloca as fêmeas no epicentro das estratégias de abate, desafiando a tradição que
priorizava os machos.
Além disso, a pressão por uma produção mais sustentável e eficiente, aliada à
demanda crescente por alimentos, instiga os produtores a reavaliar suas práticas. A
busca pela rentabilidade muitas vezes se sobrepõe às considerações históricas sobre
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a preferência pelo abate de machos, inaugurando uma nova era na qual as fêmeas
ganham espaço na linha de produção.
No entanto, essa transformação não ocorre sem controvérsias. Questões
éticas, ambientais e de bem-estar animal surgem como desafios intrínsecos a esse
novo paradigma de abate. Dessa forma, as mudanças nas práticas de abate não
apenas refletem uma evolução na busca pela eficiência, mas também desencadeiam
debates significativos sobre o equilíbrio entre a produção e a responsabilidade
socioambiental. Neste cenário de mudanças, torna-se imperativo analisar de maneira
crítica as consequências dessa transição, visando uma produção que, além de
eficiente, seja ética e sustentável.

2.3 Avanços Tecnológicos e Genéticos

O panorama contemporâneo da produção agrícola e pecuária é profundamente


marcado por uma revolução silenciosa, impulsionada pelos avanços tecnológicos e
genéticos. No epicentro dessa transformação, encontramos uma reconfiguração nas
práticas de abate, com uma atenção especial voltada para a seleção genética e a
aplicação de tecnologias inovadoras.
Os avanços tecnológicos têm desempenhado um papel crucial na otimização
das operações de produção. Desde sistemas de monitoramento em tempo real até a
automação de processos, as tecnologias emergentes oferecem aos produtores
ferramentas poderosas para aprimorar a eficiência e a precisão em todas as fases da
produção. Na seleção genética, a aplicação de técnicas como a edição genômica
permite direcionar características específicas nas fêmeas, transcendendo as
limitações tradicionais da reprodução seletiva.
A capacidade de personalizar características como resistência a doenças,
eficiência alimentar e taxas de crescimento abre novos horizontes na produção. A
busca por animais geneticamente aprimorados, especialmente fêmeas, torna-se uma
estratégia valiosa para os produtores que visam aumentar a produtividade e, ao
mesmo tempo, reduzir os impactos ambientais.
A seleção genética direcionada para fêmeas não se limita apenas à otimização
de características produtivas, mas também visa aumentar a eficiência reprodutiva.
Essa abordagem inovadora permite que as fêmeas desempenhem papéis-chave na
produção, desafiando concepções antigas sobre sua utilidade exclusivamente ligada
à reprodução.
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Entretanto, enquanto os avanços tecnológicos e genéticos oferecem


oportunidades empolgantes, também suscitam preocupações éticas e sociais.
Questões sobre a manipulação genética, o bem-estar animal e os impactos a longo
prazo no meio ambiente demandam uma abordagem cautelosa na implementação
dessas tecnologias.
A simbiose entre avanços tecnológicos e genéticos está redefinindo os limites
do que é possível na produção de alimentos. Nesse cenário dinâmico, as fêmeas
emergem como protagonistas em uma narrativa de inovação e mudança, moldando
um futuro no qual a eficiência é aliada à responsabilidade socioambiental.

2.4 Desafios e Controvérsias

A ascensão do abate de fêmeas na produção contemporânea, impulsionada


por avanços tecnológicos e genéticos, não ocorre sem suscitar uma série de desafios
e controvérsias. Essas questões, muitas vezes intrinsecamente interligadas, lançam
uma sombra sobre a aparente eficiência dessas práticas, levantando preocupações
éticas, ambientais e de bem-estar animal.
Em primeiro plano, as preocupações éticas surgem no contexto da
manipulação genética. A capacidade de editar o genoma para direcionar
características específicas em animais, embora promissora em termos de aumento da
produtividade, levanta questões sobre os limites éticos da intervenção humana na
evolução natural. O dilema ético persiste ao ponderar até que ponto a busca por
eficiência justifica a modificação genética, desafiando conceitos arraigados sobre o
respeito à integridade biológica dos seres vivos.
Paralelamente, as controvérsias se ampliam no que diz respeito ao bem-estar
animal. A intensificação do abate de fêmeas muitas vezes está associada a práticas
que visam a maximização da produção, negligenciando considerações sobre o
sofrimento dos animais envolvidos. Questões sobre condições de alojamento, acesso
a espaços naturais e métodos de abate tornam-se centrais nesse debate,
evidenciando um dilema ético que transcende os benefícios econômicos.
Além disso, a preocupação ambiental surge como uma pedra angular na
avaliação dessas práticas. O aumento do abate de fêmeas, quando não realizado de
maneira sustentável, pode resultar em desequilíbrios nas populações animais,
impactando ecossistemas locais. As emissões de gases de efeito estufa associadas
à produção intensiva também adicionam uma camada adicional de preocupação,
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destacando a necessidade premente de considerações ambientais na busca por


eficiência produtiva.
Em um contexto mais amplo, as controvérsias em torno do abate de fêmeas
evidenciam as tensões inerentes entre a busca por eficiência econômica e as
responsabilidades éticas e ambientais. O desafio é encontrar um equilíbrio delicado
que permita avanços na produção sem comprometer valores fundamentais de bem-
estar, ética e sustentabilidade. Essa complexidade intrínseca destaca a importância
de uma abordagem equilibrada e multidisciplinar na busca por soluções que respeitem
tanto a natureza quanto as necessidades humanas.

2.5 Estratégias Sustentáveis e Equilibradas

Num contexto global onde a sustentabilidade se torna um imperativo


inescapável, as estratégias adotadas na produção agrícola e pecuária se deparam
com a necessidade premente de equilibrar eficiência econômica com
responsabilidade ambiental e ética. Neste cenário, a busca por estratégias
sustentáveis e equilibradas emerge como uma resposta crucial para enfrentar os
desafios contemporâneos.
Uma abordagem sustentável implica em reconsiderar a interconexão entre as
práticas de produção e o meio ambiente, reconhecendo que a exploração desenfreada
dos recursos naturais não é apenas insustentável, mas pode comprometer a própria
base sobre a qual a produção depende. Estratégias que visam minimizar o impacto
ambiental, como a adoção de práticas agrícolas regenerativas e a gestão eficiente dos
resíduos, estão se tornando cada vez mais centrais para uma produção equilibrada.
Além disso, a equidade de gênero emerge como uma peça fundamental no
quebra-cabeça da sustentabilidade. Ao empoderar mulheres na produção, não
apenas se promove a igualdade, mas também se reconhece a importância das
perspectivas diversas na tomada de decisões, resultando em estratégias mais
abrangentes e sustentáveis.
As práticas sustentáveis e equilibradas também contemplam a integridade do
bem-estar animal. Estratégias que asseguram condições de vida adequadas, acesso
a pastagens naturais e métodos humanitários de abate não apenas respeitam as
necessidades dos animais, mas também contribuem para a qualidade e segurança
dos produtos.
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No entanto, a implementação efetiva dessas estratégias não é isenta de


desafios. Mudanças em direção à sustentabilidade muitas vezes exigem
investimentos iniciais e a superação de resistências arraigadas nas práticas
tradicionais. Além disso, a complexidade dos sistemas agrícolas requer uma
abordagem holística, integrando considerações ambientais, sociais e econômicas.
A conscientização do consumidor desempenha um papel crucial nesse
contexto, incentivando práticas sustentáveis ao recompensar os produtores que
adotam abordagens mais éticas e equilibradas. Certificações e selos de qualidade
relacionados à sustentabilidade são cada vez mais valorizados pelos consumidores
conscientes, criando um ciclo virtuoso que recompensa e incentiva práticas mais
responsáveis.
Em resumo, estratégias sustentáveis e equilibradas na produção não são
apenas uma necessidade, mas representam uma oportunidade de criar sistemas mais
resilientes, éticos e eficientes. Ao incorporar princípios de sustentabilidade em todas
as fases da produção, podemos forjar um caminho rumo a um futuro em que a
produção de alimentos não apenas atenda às necessidades do presente, mas
também preserve e regenere os recursos para as gerações futuras.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O aumento do abate de fêmeas, impulsionado por avanços tecnológicos e


genéticos, apresenta-se como uma resposta às crescentes demandas por eficiência
na produção. No entanto, esse movimento não ocorre sem desafios e controvérsias,
destacando preocupações éticas, de bem-estar animal e ambientais que demandam
abordagens equilibradas e sustentáveis.
A busca por estratégias sustentáveis e equilibradas, fundamentada na
consideração dos impactos sociais, ambientais e econômicos, oferece uma visão
promissora para o futuro da produção. Essas estratégias não são apenas uma
resposta necessária aos desafios contemporâneos, mas representam uma
oportunidade de criar sistemas mais éticos, eficientes e resilientes.
Em última análise, a "Guerra dos Sexos na Produção" é um convite à reflexão
sobre o futuro da agricultura e pecuária. Como sociedade, enfrentamos a
responsabilidade de moldar uma produção que atenda não apenas às nossas
necessidades imediatas, mas que também preserve a saúde do planeta, promova a
igualdade de gênero e respeite o bem-estar de todos os seres envolvidos.
Assim, ao enfrentarmos os desafios complexos desta era, é imperativo
adotarmos uma abordagem colaborativa e inovadora, buscando soluções que
transcendam as fronteiras tradicionais e apontem para um futuro no qual a produção
seja sinônimo de equidade, sustentabilidade e prosperidade para todos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

7INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Estatística da


produção pecuária. Rio de janeiro: IBGE, mar. 2014.
8Op. cit. nota 7.

9COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Perspectivas para a


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