Você está na página 1de 3

Nome: Felipe Rodrigues Marquezini – R.A.

: 231241674
Turma: 1° Ano - Noturno Data: 30/11/2023

FONÉTICA E FONOLOGIA DO PORTUGUÊS – ATIVIDADE 2

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

1. A distinção entre vogais nasais fonológicas e vogais nasais fonéticas realizadas por alguns
linguistas não se sustenta na língua portuguesa se conferirmos um status de fonema às vogais
nasais no sistema vocálico do nosso idioma. Discuta e exemplifique...................................

R. Para iniciar a discussão sobre a distinção dos dois termos é necessário primeiro trazer um
panorama sobre suas definições. Entendesse como nasalização fonológica o traço nasal que
carrega a capacidade de gerar um novo signo, como exemplo: “boba/bomba”; “maca/manca”;
“mete/mente”. Já a nasalização fonética, em sentido contrário à fonológica, não detém o mesmo
poder de gerar esse novo signo, como exemplificado em: bada/banda; laraja/laranja. Sua
nasalidade é resultante de um vínculo incitado pela consoante nasal situada no início da sílaba
posterior. Ainda visando dar base para a discussão, é relevante destacar as vogais nasais
presentes em nossa língua, são elas: /ã/; /ẽ/; /ĩ/; /õ/; /ũ/ (timbre sempre fechado).
Linguistas como Mattoso Câmara Jr. e Thais C. Silva, pertencentes a um grupo minoritário
de linguistas brasileiros, fazem restrições à existência da ressonância nasal para os fonemas
vocálicos. Seguindo principalmente os conceitos de Câmara Jr., é possível observarmos que a
vogal não possui emissão nasal, contrariando assim algumas vogais, como o /m/. A nasalidade
destas vogais, portanto, seriam decorrentes da influência do elemento nasal que se lhes
sucedem, seja ele presente na mesma sílaba ou na seguinte, por exemplo: “manco”; “banho”;
“impedimento”; “pena”. Decorrente dessa conceituação, o linguista conclui que as vogais
nomeadas nasais são impossibilitadas de deter o status de fonema, sendo mais adequado a
nomenclatura alofones (variações) das orais...............................................................................\
Porém, como já enunciado na questão, podemos discorrer sobre a ideia de como esse status
de fonema torna insustentável a distinção entre as vogais nasais no nosso sistema vocálico. A
designação desse status em nossa língua cessaria a distinção entre as vogais nasais fonológicas
e fonéticas, pois quando limitadas ao status de fonema as duas classes se unificariam em uma
só função, tornando assim insustentável as distinções formalizadas.
2. Sob uma perspectiva fonológica, analise o processo de comutação observado em cada par
dos seguintes pares de vocábulos:.............................................................................................
a) Seção/Sessão,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,..,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
b) Telha/teia,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
c) Sabiá/sábia.................................................................................................................................

R: Para a análise do processo de comutação realizado nas palavras expostas é preciso


primeiramente sua compreensão. A comutação consiste na substituição de um determinado
fonema por outro no vocábulo. Tendo em mente seu conceito, podemos seguir analisando as
palavras:

Seção/Sessão: A diferença mais clara em uma primeira vista é no sentido e na escrita das
palavras, onde “seÇão” refere-se ao ato ou efeito de secionar, enquanto “seSSão” carrega o
sentido de tempo, período. A pronúncia revela-se como a mesma para ambas as palavras mesmo
com a diferença de escrita entre Ç e SS com o fonema /S/, assim da mesma forma em palavras
como: “braço” (Ç = fonema /S/); “passei” (SS = fonema /S/); “eX” (X = fonema /S/). Portanto,
conclui-se que mesmo portando o mesmo fonema, as palavras diferenciam-se em seu sentido e
sua escrita.

Telha/teia: Mais uma vez, é visível a diferença na escrita e no sentido, causada pela comutação.
Diferentemente das primeiras palavras, aqui encontramos diferença na pronúncia,
principalmente com o fonema /ʎ/ na palavra “teLHA” quando posto frente a palavra “teIA”.
Entretanto, é importante destacar que dentro de determinadas comunidades portadoras dos
popularmente conhecidos sotaques é possível encontrarmos a palavra “teLHA” sendo
pronunciada da mesma forma que “teIA”.

Sabiá/sábia: Por último, repete-se a diferença entre sentido e escrita, onde é válido destacar o
diference uso do acento. Essa diferença marca a distinção entre o uso do fonema /á/, no qual
em sabiÁ é encontrado na última sílaba, enquanto na palavra “sÁbia” é possível encontrá-lo em
sua primeira sílaba.

3. Um conjunto sonoro silábico em português pode apresentar mais de uma vogal. A afirmação
é verdadeira ou falsa? Discuta e exemplifique. .........................................................................
R. Para desenvolvermos a pergunta enunciada de forma fluída é de importância primordial
termos conhecimento da construção do conjunto sonoro silábico. Podemos exemplificá-la com
o seguinte esquema:

O primeiro numeral representa o chamado aclive, que é capaz de comportar mais de um


fonema. O segundo numeral é o representante do ápice (pode ser encontrado com o nome
“base”), a tensão máxima da emissão sonora, e é capaz de sustentar apenas um fonema que soe
por si próprio, do qual a vogal é o fonema que detém essa propriedade. As consoantes não se
enquadram neste contexto, pois quando sozinhas são incapazes de gerar o soar necessário para
a posição, ao contrário da vogal, que obrigatoriamente ocupará a posição, por portar a
capacidade inexistente da consoante. O terceiro e último numeral é referente ao declive, e assim
como o aclive é capaz de carregar mais de um fonema em sua composição.
Conclui-se assim que afirmação é falsa, pois para construção do conjunto sonoro silábico é
indispensável a presença da vogal na posição do ápice, posição essa que só pode ser constituída
por apenas um fonema, consequentemente, inviabilizando a presença de um número maior deste
fonema.

Você também pode gostar