Você está na página 1de 2

Sabrina Université Paris Nanterre

CARNEIRO UFR LCE M1 étude romane portugais


n. 40009360 Recherches langue littérature et civilisation

O mito do Oriente na Literatura Portuguesa

Este ano, no seminário de Recherches langue, littérature et civilisation, trabalhamos sobre a


literatura macaense, para iniciar este trabalho começamos com uma introdução da obra de
Álvaro Manuel Machado, O mito do Oriente na Literatura Portuguesa. Álvaro Manuel de
Oliveira Machado, ensaísta, professor, romancista e poeta português, nasceu no Porto.
Formou-se em Paris e é doutorado em Literatura Comparada pela Sorbonne. Regressado a
Portugal, foi designado professor catedrático do Departamento de Línguas, Culturas e
Literaturas Modernas, na universidade Nova de Lisboa, tendo criado a disciplina de
Literatura Geral Comparada. Publicou, na "Biblioteca Breve", dois estudos, um sobre a
Geração de 70 e outro sobre a Novelística Portuguesa Contemporânea, que o lançariam como
investigador especializado na literatura dos séculos XIX e XX, centrando-se sobretudo no
período do Romantismo.
Na introdução da sua obra O mito do Oriente na Literatura Portuguesa, o autor trata do tema
do oriente definindo os termos tema e mito. O texto nos informe que a Africa transmite uma
imagem de atraso. Os europeus têm uma visão diferente entre a Africa (continente atrasado) e
a Asia (cultura que evolui). Não atribuam o mesmo tipo de valor à cultura oriental que
africana. O Oriente não designa um continente, mas um espaço mental, pode ser um
problema termologia da escolha das palavras. Encontramos depois o termo tema que
podemos definir que é sobre um assunto e é vasto (como por exemplo o amor, o sofrimento, a
ciência...), depois encontramos declinações dentro do tema, são as pequenas partes/tópicos
que dão motivos para falar deste tema. Por exemplo, o tema do amor é vasto, pode ser o amor
feliz, infeliz, traição... e os tópicos se focalizam, como por exemplo os amores são felizes, e
os motivos são os pequenos elementos que se sumam como provas para o tema.
No entanto, o mito tem uma dimensão que excede a nossa mental, a forma como é que
vivemos culturalmente. Tem questão de cultura. O mito consegue a se reinventar, regressar,
vai se transformar. Tem uma ligação com a história, mas é um longo processo de
transformação da história pelos humanos. Há um grão de ficção. O mito travessa muito tempo
pelos séculos e é um processo, um mecanismo, e alargado geograficamente e a lenda mais
regionais, mais restrita pode regressar, não temos a certeza que tem ligação com a história.
Não confundir com o termo de lenda que é transmitida normalmente oralmente, cultura
popular oral e é muito ligado ao imaginário, misterioso, como fantasmas, bruxas...
“Oriente” falamos de uma construção mental, de uma ideia, são os interlocutores que falam
do oriente. Essas figuras, autores são ligados a corrente artística do exotismo. O exotismo, um
termo também importante, é falar do Oriente com os códigos e linguagem ocidental, falar do
Oriente de um olhar fora. O oriente representa uma determinada perspetiva de história com
duvidas. Ela incluía vários orientes, como todos que estão fora da Europa, como a Asia, Asia
do Sul. No século XIX a Africa era considerada a ideia de Oriente. A Africa oriental seria um
lugar fora da história, um lugar muito próximo da natureza, que não houve história, parado no
tempo que não evolui.
A Asia já corresponde a um estado, mas o progresso não chegou, ancestral. Tem a sua própria
história que não evolui. Meio oriente, que é o espaço que vai da índia a Turquia. É um espaço
entre medio, a natureza é presente e história, cultura também, mas o equilibro nunca atingira.
Na visão orientalismo, a visão é precária, o equilibro não esta atingindo. A Europa é o
equilibro perfeito. Tudo o que não é europa é oriental, não civilizados.
Aprendemos que no século XIX, século do romantismo, de viagem, de divagação que permita
a narração desses espaços. Hoje temos uma visão marcado por este orientalismo. A utilização
da palavra oriente fala mais dos europeus que da cultura oriental. Edward Said, 1978,
Orientalism é ele pela primeiro vez que vai questionário cientificamente a forma como o
olhar oriental está contaminado com o olhar europeu. Orientalism, continua a ser uma
referência nos estudos. Estudar a cultura depois, pós-colonial. Depois é estudado a
mentalidade de depois na época imperial, colonial. Cultura portuguesa como se reconstrói
como as outras culturas, como italiana, um olhar exótico que se manifesta negativamente
como positivamente, a Africa um lugar salvagem, sem história, e temos estereótipo de
pureza, esterilizada. O livro vai mediamente ser traduzido em francês e só depois 10 anos é
que vai ser traduzido em português, no seu livro não fala do império português, mas dos
outos como francês, britânico.
O Imperio português era visto para cristalizar o território ora não é verdade. História contado
pelos historiadores que tiveram de ficar em Portugal com a ditadura e então com a censura
então valorizarão esta cristalização. Além desses historiadores, alguns fugiram de Portugal e
contaram de outra forma.

Você também pode gostar