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Índice
Folha de rosto
direito autoral
Capı́tulo 1
Capı́tulo 2
Capı́tulo 3
Capı́tulo 4
capı́tulo 5
Capı́tulo 6
Capı́tulo 7
Capı́tulo 8
Capı́tulo 9
Capı́tulo 10
Capı́tulo 11
Capı́tulo 12
Capı́tulo 13
Capı́tulo 14
Capı́tulo 15
Capı́tulo 16
Capı́tulo 17
Capı́tulo 18
Capı́tulo 19
Capı́tulo 20
Capı́tulo 21
Capı́tulo 22
Capı́tulo 23
Capı́tulo 24
Capı́tulo 25
Epı́logo
Sobre o XP
Sobre o autor
direito autoral
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Folha de rosto
direito autoral
Capı́tulo 1
Capı́tulo 2
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Capı́tulo 4
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Capı́tulo 25
Epı́logo
Sobre o XP
Sobre o autor
1
Fred está onde sempre o encontro, sentado em seu pequeno escritó rio
na bilheteria da estaçã o de trem. Ele é um dos amigos mais antigos do
pai, tanto pelo tempo que se conhecem quanto pela idade cronoló gica.
Eles eram vizinhos na é poca, quando Fred era babá do papai. Ele tem
ó timas histó rias sobre como meu pai era um pouco chato quando
criança.
Aceno para Fred para chamar sua atençã o. "Ei-o, Fred."
Ele olha para cima, seu cabelo prateado brilhando ao luar. "O graduado!
Eu estava me perguntando se você iria aparecer hoje à noite.
Eu gesticulo para a plataforma vazia. “E decepcionar todos os meus
fã s?”
Fred ri com apreço, embora essa tenha sido nossa piada nos ú ltimos
anos. Entã o ele espia meu incrı́vel instrumento antigo e novo, que é
de initivamente diferente do que eu normalmente tenho comigo. Seu
rosto expressivo registra tanto prazer e surpresa que ele basicamente
se transforma em um emoji de olhos de coraçã o ao vivo.
“E uma guitarra nova?”
Eu acaricio orgulhosamente e aceno. “Era da minha mã e,” digo a ele, e
seus olhos suavizam. Entã o eu me viro para encontrar meu lugar.
Depois de um ú ltimo desejo para a estrela mais brilhante desta noite de
que algo realmente emocionante aconteça pela primeira vez, abro o
estojo do meu violã o.
Eu começo uma das minhas composiçõ es mais recentes – uma mú sica
chamada “Waiting for the Sun” – enquanto duas pessoas cansadas e
com aparê ncia atordoada descem do trem. A melodia é lenta e
profunda, e praticamente combina com o ritmo deles. O primeiro cara
parece bê bado e quase cai em cima de mim antes de tropeçar no local
onde estou jogando. A outra é uma senhora em um terninho vermelho
severo que de initivamente nã o está bê bada. Ela passa por mim sem
sequer fazer contato visual.
E entã o ningué m por uma boa meia hora. Continuo tocando e cantando
como se fosse a atraçã o principal do Carnegie Hall. Finalmente, outro
trem chega à estaçã o. Uma garota que eu suspeito que pode ser um dos
muitos lacaios de Zoe sai, me olha com curiosidade, e entã o joga um
saco meio comido de Skittles na caixa.
"Muito obrigado", eu chamo atrá s dela enquanto ela se afasta.
Ela olha por cima do ombro e me dá um pequeno encolher de ombros e
muito mais atitude. Qualquer que seja. Eu nã o sou desistente. Eu me
lanço em outro original.
Um cara hipster de trinta e poucos anos com barba de lenhador aparece
no topo da escada e doa algumas moedas para a minha mala. Nã o dá
nem para alimentar o parquı́metro, entã o ainda bem que andei até aqui.
Papai ainda nã o acha que estou “pronta” para minha licença. Eu me
pergunto se ele está com medo de que eu simplesmente vá para o pô r
do sol se eu tiver um jeito. Quem sabe, talvez eu puxasse uma Rapunzel.
Mas eu realmente nã o tenho para onde ir, entã o nã o me incomodo em
lutar com ele nessa.
Justo quando eu acho que vai ser uma noite totalmente tı́pica de
lentidã o, um garotinho com cara de anjo puxa a mã o de sua mã e,
fazendo os dois pararem bem na minha frente. Está claro que o garoto
deveria estar em casa na cama, mas ele parece encantado com a minha
mú sica. Ele está cavando completamente e nã o vai se mover até que eu
termine. Entã o ele bate palmas.
"Qual o seu nome?" Eu pergunto enquanto os aplausos desaparecem
em silê ncio. Pena que ele é muito jovem para estar no Facebook, ou
tenho certeza que teria minha quarta curtida o icial na minha pá gina de
fã s.
"Tommy", diz ele. “Vou pegar o trem noturno.”
"Isso é muito legal", digo a ele.
Ele fecha as mã os em pequenos punhos gorduchos e os en ia nos
quadris. “Você vai pegar um trem?”
Eu balanço minha cabeça e sorrio. "Nã o. Estou apenas jogando aqui”.
"Por que você está jogando tã o tarde?" ele pergunta. E tenho que
admitir, é uma pergunta vá lida. Haveria muito mais pessoas para me
ignorar e me dar sacos de Skittles meio comidos durante a hora do rush
da manhã . Garoto esperto, esse. Eu decido dar a ele diretamente.
“Porque eu nã o posso sair no sol.”
Ele aperta os olhos para mim, avaliando as coisas. Ele rapidamente
chega à mesma conclusã o que todas as outras crianças chegaram
quando eu tinha a idade dele. "Entã o você é um vampiro?"
Eu ri. Provavelmente seria mais fá cil ser um vampiro porque minha
expectativa de vida seria sé culos mais longa e eu nã o sentiria tanta
pressã o para fazer algo enorme e arrasador apenas para provar que
estava aqui pelo tempo limitado que tenho. "Eu desejo. Isso seria muito
mais legal. Mas é mais como uma alergia muito ruim.”
Ele concorda. “Sou alé rgico a morangos. Meu nariz ica escorrendo e eu
tenho urticá ria.”
"Isso é uma merda", eu digo a ele, olhando para sua mã e. Espero que ela
nã o esteja brava com minha linguagem levemente ruim. Mas ela está
olhando para o telefone, os dedos voando por todo o teclado. Estou
limpo; Acho que ela nem me ouviu.
“O que acontece com você se estiver no sol?” Tommy pergunta.
Eu enrugo meu rosto e dou de ombros. Eu certamente nã o quero
assustar o garoto dizendo a ele que eu estaria completamente frito se
eu saı́sse com ele por muito tempo. Ou dar-lhe uma palestra sobre as
feias realidades do câ ncer de pele. Eu inalmente vou com um vago
“Pior que urticá ria”.
Tommy acena com a cabeça novamente. Ele parece bastante
impressionado. Bem, ele ainda nã o viu nada.
“Você sabia que eu tenho uma mú sica sobre você e suas alergias?”
Sua boca se abre quando começo a improvisar uma cantiga rá pida e
boba, inventando as palavras enquanto prossigo.
“Iiiiiiiiiiiii se Tommy come morangos, seu nariz ica escorrendo, Tommy é
meu amigo de alergia! Se eu for ao sol, isso signi icará meu im; graças a
Deus tenho Tommy como meu amigo alérgico!”
Tommy ri.
“Se você acha que foi bom, espere até ouvir o refrã o,” digo a ele, e
começo a falar.
“Doo-da-doo-da-doo-ACHOO! Doo-da-doo-da-doo-ACHOO! Tommy é meu
amigo de alergia.
Ele está sorrindo de orelha a orelha enquanto sua mã e o leva embora.
Ele se vira e acena adeus, o grande sorriso ainda lá . Nã o há como
algué m gostar mais de mim esta noite do que aquele carinha. Entã o
agora é provavelmente um bom momento para experimentar uma das
minhas mú sicas mais recentes. Dessa forma, posso ver onde precisa de
ajustes sem que ningué m perceba se (quando) eu estraguei tudo.
Abro meu caderno de con iança – cheio de letras e acordes de mú sicas
que escrevi, e basicamente meu outro melhor amigo, ao lado de Morgan
– e viro para a pá gina onde rabisquei minhas ú ltimas. Respiro fundo e
vou. Depois de um falso começo, eu vou novamente e tudo está
funcionando. Minha voz tece atravé s da mú sica e eu me perco
totalmente no momento. Por enquanto, nã o importa que eu esteja
cantando só para mim mesmo, que eu tenha essa doença podre, e que
eu nã o esteja em uma festa de formatura louca e louca como eu deveria
estar agora.
Quando olho para cima dos trastes do meu violã o, é como se o
apocalipse tivesse acontecido, porque a vida nunca mais será a mesma.
Charlie Freaking Reed está bem na minha frente. Observando-me como
se ele estivesse realmente interessado. Ouvindo uma mú sica que é
basicamente sobre ele, para ser honesto.
Eu entro no modo total spaz e grito: “Oh meu Deus!”
"Oi", diz ele, rindo da minha reaçã o exagerada.
E isso: oi. Sim, talvez nã o a linha mais original. Mas nã o faz a menor
diferença; Ainda estou completamente perturbada e admirada por ser
realmente ele aqui em pessoa depois de observá -lo de longe por tanto
tempo. Meu pulso começa a acelerar tã o rá pido que estou convencida
de que vou desmaiar. Eu pulo e tento en iar minha guitarra de volta no
estojo. O saco de Skittles cai no chã o.
O plano é fugir o mais rá pido que puder. Eu tenho absolutamente zero
experiê ncia em falar com o cara mais gostoso do planeta. Faça isso com
qualquer cara mais velho que Tommy, meu superfã nú mero um, nã o
importa seu nı́vel de atratividade. Vou falar com Charlie Reed outra
hora, quando meu cé rebro nã o estiver uma bagunça embaralhada e em
pâ nico.
"Ei, eu nã o queria te assustar", diz Charlie, entregando o doce de volta
para mim. Nossos dedos se tocam. Uma onda de energia formigante
percorre meu braço.
A adrenalina de lutar ou fugir correndo em minhas veias recua o
su iciente para meu cé rebro registrar que preciso relaxar. "O que?!
Hum. Isso é ... nã o. Eu aberraçã o? Nunca. Eu nã o sou uma aberraçã o.
Quero dizer, eu nunca enlouqueço.”
Nã o tenho certeza de qual idioma estou tentando falar, mas
de initivamente nã o é o inglê s. Nã o era assim que eu imaginava que nos
encontrarı́amos. Que fracasso completo e é pico. Meu instinto é ir
embora porque isso faz sentido. Finalmente ter a chance de sair com o
garoto incrı́vel que você tem babado nos ú ltimos dez anos? Recuse-se a
falar com ele. Movimento suave!
Para meu horror, Charlie ainda está falando comigo. "Ei onde você está
indo?"
"Casa", digo a ele. “Eu tenho que chegar em casa.”
Nã o é mentira. Meu pai provavelmente está em Find My iPhone,
rastreando o pontinho que sou eu. Na verdade, ele provavelmente
esteve me rastreando o tempo todo que estive na estaçã o de trem. Eu
nã o deixaria passar por ele pedir a Fred para transmitir todo o meu set
no Facebook Live para que ele possa me ver cantar e me monitorar
tudo ao mesmo tempo.
Charlie inclina a cabeça e me dá um olhar curioso. Eu diria que ele
parece o cachorrinho mais adorá vel de todos os tempos, mas ele é mais
fofo do que o pug mais fofo, algo que eu nem sabia que era possı́vel.
"Onde você vive?" ele pergunta. "Você nã o vai para Purdue High."
Ainda nã o consigo fechar o trinco do meu caso. Minha primeira
impressã o ruim está se transformando em uma segunda e terceira
impressã o piores. Eu tento me apressar.
"Nã o. Nã o, nã o, nã o. Escola secundá ria diferente,” eu balbucio. Disse-te
que era um mau há bito. “Mas é noite de formatura e meu pai está muito
preocupado, entã o…”
O estojo da guitarra está inalmente bem fechado. Minha fuga é
iminente. Talvez um dia Charlie esqueça o quã o idiota eu agi esta noite
e podemos começar do zero sem toda a palavra morti icante vô mito da
minha parte.
Mas entã o o estojo se destrava novamente quando me levanto. Meu
amado presente de formatura começa a cair no chã o. A guitarra da
minha mã e está prestes a ser quebrada em pedaços.
Charlie pega no ú ltimo segundo. Ele o coloca suavemente de volta
dentro do estojo e o fecha com força. Entã o ele pega os Skittles pela
segunda vez e me devolve a caixa e o doce.
Seus olhos encaram os meus até que eu tenha certeza de que nã o sou
mais uma massa só lida. Eu me transformo em uma espé cie de pessoa
de poça que precisará ser limpa mais tarde. Se minha vida fosse um
ilme, nó s de initivamente começarı́amos a nos beijar agora e, tipo,
fogos de artifı́cio disparariam ao fundo.
Mas nã o é , entã o Charlie apenas diz: “Eu, uh, me formei hoje també m”.
Eu mesmo nã o vou responder, eu sei! Eu assisti no meu computador do
meu quarto estranhamente escuro!
Pena que o que eu realmente digo é ainda pior.
“Bem, con-GRADUAÇAO!” Entã o eu estremeço e murmuro novamente:
"Oh meu Deus".
Charlie racha. “Essa é , tipo, a piada mais idiota que eu já ouvi.”
Eu realmente tenho que desistir agora e sair daqui. “Sim, sou eu. Um
idiota. Eu tenho que ir."
"Qual é a sua pressa?" ele pergunta, mantendo o passo comigo.
Digo a primeira coisa que me vem à cabeça. "Hum, é o meu gato."
Só para icar claro: agora nã o tenho um gato, nem nunca tive um gato.
Se meu pai permitisse, eu teria um cachorro. Um pug chamado Tug
McPuggerson. Mas papai diz que nã o é justo manter um cachorrinho
en iado em casa o dia todo, e ele está preocupado com os raios UV que
me atingiriam toda vez que eu tivesse que deixar o cara adorá vel sair.
Entã o nã o vá lá .
"Seu gato." Charlie sorri para mim, como se pudesse ver direto no meu
cé rebro mentiroso.
“Sim,” eu continuo, sem se intimidar com a estupidez do que estou
dizendo. "Morreu."
Sua testa franze-se adoravelmente enquanto um olhar perplexo cruza
seu rosto. "Entã o você nã o está realmente com pressa , entã o..."
"Nã o, eu estou, eu tenho que... planejar o funeral... para o gato que
morreu", eu gaguejo.
Estou sem esperança.
Entã o eu faço outra pausa para isso. Recuso-me a dizer algo mais
ridı́culo do que o que já saiu da minha boca. E desta vez eu inalmente
consegui largar o garoto dos meus sonhos.
Eu o ouço chamando atrá s de mim. "Espere... qual é o seu nome?"
Eu nã o respondo. Se ele descobrir, eu nunca vou poder negar que eu era
a garota maluca falando sobre seu falso gato morto na primeira vez que
o conheci. Entã o eu apenas continuo.
E só depois que estou em segurança em casa, exagerei com meu pai
sobre como eu o matei completamente na estaçã o de trem e estou bem
arrumada na minha cama que os arrependimentos começam a vir
rá pido e furioso. Como eu poderia ter desperdiçado minha chance com
Charlie Reed tã o completamente?
Bem-vindo à noite mais embaraçosa da minha vida.
5
Depois de meia hora, o barril ainda está inexplorado, o chili foi comido
e todos nó s demolimos sundaes do elaborado bar de sundae de Garver.
Charlie e eu icamos olhando um para o outro, a conversa se esvaindo
para nada. Estou desesperada para nã o deixar meu primeiro encontro
de verdade com ele ser o ú ltimo. E se esta noite icar mais sonolenta,
tenho certeza de que é uma possibilidade distinta.
"Vamos embora," eu deixo escapar de repente. “Para a outra parte. O
que meu pai nã o sabe nã o vai machucá -lo.”
Morgan me dá um olhar como Você perdeu completamente a cabeça? Eu
estremeço. Tempos desesperadores requerem medidas
desesperadoras.
"Ok, legal", diz ela, dando-me o globo ocular peludo. “Deixe-me pegar
meu passaporte, porque Zoe Carmichael é Sataná s e sua casa é
provavelmente o portal para o inferno.”
Garver solta uma risada.
“Cala a boca, Garver, isso nã o foi nem uma boa piada,” ela diz, tentando
agir como se ela nã o amasse que ele apreciasse totalmente seu humor.
“E, Katie, você percebe que estamos falando de Zoe Carmichael aqui?
Você sabe, a garota que basicamente arruinou—”
Eu a interrompo antes que ela possa dizer “sua vida” ou pronunciar as
palavras “Garota Vampira”. "Tenho certeza que vai icar tudo bem", eu
digo rapidamente.
“Zoe é inofensiva,” Charlie assegura a nó s dois. “Ela é como um
mosquito com um carro muito caro.”
Morgan agarra meu braço e me puxa para fora do balanço. "Nó s
voltaremos em um segundo, pessoal", diz ela, e me arrasta para dentro
de casa.
Eu sigo, olhando por cima do ombro para Charlie enquanto nos
afastamos. Ele tem um olhar totalmente confuso em seu rosto. Eu dou
de ombros como se eu também não soubesse .
“Você nã o precisa ir à casa de Zoe só porque acha que é isso que Charlie
quer fazer,” ela diz quando entramos.
"Eu sei que." Eu olho para os meus pé s e os arrasto um pouco. “Eu meio
que quero ver como é uma festa do ensino mé dio de verdade. Sem
ofensa para Garver. Ele é legal. O sorvete estava bom. Mas até eu acho
meio chato aqui. Esta festa é apenas um pouco mais emocionante do
que assistir Net lix com meu pai.”
Morgan agarra meu queixo e me perfura com um olhar intenso. "Você
tem certeza?"
Eu aceno, segurando suas mã os nas minhas e respirando fundo. "Tenho
certeza. A querida Gabby me inspirou. Nã o posso deixar o XP me
segurar mais.”
Morgan suspira e coloca as mã os nos quadris. “Você é tã o cheio de
merda.”
“Eu nã o vou se você nã o for,” eu acrescento.
"Você é uma merda, Katie", diz ela.
"Eu nã o estou tentando", eu digo a ela. “Eu nã o posso evitar. Descobri
que gosto de ser normal. Desculpe."
Morgan me dá um olhar exasperado e sai para a varanda. Eu a sigo lá
atrá s.
"Entã o?" Charlie pergunta quando nos vê .
"Ainda indeciso", diz Morgan. “Quero dizer, Garver fez uma propagaçã o
tã o boa…”
Garver ica de pé . “Hum, Charlie e eu discutimos isso, e achamos que é
do nosso interesse mudar essa coisa para outro local.”
“Você nã o precisa ingir, Garver,” Morgan diz a ele. “Se você preferir que
iquemos aqui, estamos todos para baixo. Seriamente."
Garver balança a cabeça. “Nã o, honestamente. Vamos rolar.”
Morgan ainda nã o parece convencido.
Charlie começa a cantar, “Mor-gan. Morgan. Morgan.”
Garver e eu pegamos uma batida depois, entã o agora somos um coro de
encorajamento. “MOR-GAN! MOR-GAN! MOR-GAN!”
"Tudo bem", ela inalmente admite. “Mas nã o venha chorar para mim
quando Zoe condenar todos você s a uma existê ncia de fogo e enxofre
eternos.”
Todos nó s torcemos. Eu jogo meus braços ao redor dela.
"Você é a melhor amiga que algué m poderia pedir", eu sussurro em seu
ouvido.
"Eu honestamente espero que você nã o viva para se arrepender disso",
ela sussurra de volta. “Mas saiba que eu estarei lá mesmo se você izer
isso. Para derrubar qualquer um que se atreva a mexer com você - e
també m para lhe dizer que eu avisei.
E uma coisa tã o clá ssica de Morgan dizer. Eu me afasto e sorrio para ela.
"Entendi."
Garver assobia e grita para seus amigos: “Vamos, rapazes! Estamos nos
mobilizando!”
"E isso", diz Charlie, acendendo as luzes em mais uma sala. Este é
empilhado do chã o ao teto com livros de capa dura com aparê ncia
antiga. “E a biblioteca.”
“Ooooooh.” Olho em volta com inveja indisfarçá vel. “Eu literalmente
viveria aqui se esta fosse a minha casa.”
Charlie ri. “Aposto que Zoe nunca pô s os pé s aqui, especialmente para
nã o ler.”
Seu conhecimento aparentemente vasto de seus gostos e desgostos,
para nã o mencionar a planta de sua casa, me inquieta. Meu estô mago se
revira de preocupaçã o e medo. Eu me pergunto que tipo de
relacionamento Charlie e Zoe tiveram ou tê m e como ele poderia gostar
de uma garota como ela quando ele també m parece gostar de mim. Zoe
e eu nã o poderı́amos ser mais diferentes em todos os sentidos
possı́veis.
Eu engulo em seco e me viro para Charlie. "Você parece conhecer Zoe
muito bem", eu digo, tentando soar casual, mas me sentindo longe
disso. “E pelo que pude dizer na sala de estar, ela parece sentir que tem
algum tipo de direito sobre você . Entã o, qual é o problema com você s
dois?”
Charlie levanta as mã os como se estivesse tentando desviar a pergunta
de volta para mim. “Uau, de onde veio isso?”
Eu dou de ombros. “Só estou dizendo que você está me dando um tour
pela casa dela como se morasse aqui. Ela me olha como se quisesse
arrancar minha cabeça porque estou com você . Eu só quero ter certeza
de que nã o estou me metendo no meio de nada.”
Charlie pega minhas mã os nas dele e me olha diretamente nos olhos.
“Nã o há nada para se meter, eu prometo.”
Eu olho de volta para ele, faminta por mais explicaçõ es. Há mais do que
nada aqui. E algo de initivo, ou pelo menos foi em algum momento. Eu
levanto uma sobrancelha como uma pergunta nã o dita.
"Tudo bem, nó s costumá vamos icar de vez em quando", ele inalmente
admite. “Quando eu ainda era o Sr. Big Shot Nadador. Mas nã o é algo de
que me orgulhe ou queira repetir ou algo assim.”
Eu concordo. Eu aprecio sua honestidade, embora eu realmente nã o
queira saber que seus lá bios tocaram os dela. Vou ter di iculdade em
tirar essa imagem mental da minha cabeça. O pensamento daqueles
dois juntos me faz estremecer.
"Você está com frio?" ele diz, percebendo. “Você pode usar meu
moletom se quiser.”
“Nã o, eu estou bem,” digo a ele.
“E quanto a nó s? Estamos bem agora?” ele pergunta.
Eu penso sobre isso por um segundo. "Sim. Estamos todos bem.”
Charlie desliga a luz e me leva de volta para o longo corredor. "Você está
a im de um jogo de beer pong?"
“Eu nunca joguei,” eu admito. "Mas claro. Mesmo que eu odeie cerveja.”
E assim, a tensã o sobre Zoe se dissipa. "Eu vou te mostrar como", diz
ele. “Na verdade, eu até bebo a cerveja que você deve, se quiser.”
"Parece ó timo", eu digo a ele.
Voltamos para a sala e assistimos ao jogo já em andamento. Pelo que
posso dizer, o beer pong consiste em pessoas que se revezam jogando
uma bolinha branca em copos vermelhos dispostos em um triâ ngulo em
cada extremidade de uma mesa e depois bebendo a cerveja neles até
acabar tudo.
Nã o estou nem um pouco esperançosa de que serei boa nisso, mas se
Charlie estiver disposto a beber, icarei mais do que feliz em tentar. Os
jogadores jogam a bola e chug. Chug e lance. Eventualmente, esse jogo
termina e Charlie e eu enfrentamos os vencedores.
Ele pega a bola e imita o movimento de arremesso para mim. “Apenas
seja gentil e faça um bom arco nisso”, diz ele. “E um jogo de inesse, nã o
de força bruta. Vá em frente. Você tem isso.”
Ele me entrega a bola. eu tiro. Um lampejo de branco se curva no ar,
entã o cai na xı́cara com um pequeno e decisivo plop. Eu olho para
Charlie com surpresa. Ele me cumprimenta. O cara do outro lado da
mesa dá um gole, depois toma uma dose. Faz falta.
"Vá de novo", Charlie me incentiva.
A bola dois dos meus acertos. Depois trê s, quatro, cinco e assim por
diante. Eu nã o posso perder. A outra equipe quase nã o afunda em
nossos copos. Claramente, eles vã o icar muito tontos e Charlie vai icar
basicamente só brio.
“Ela é uma tra icante! Ela é uma fera! De onde ela veio?!" Charlie grita
quando eu faço o lance inal.
Eu nã o consigo parar de sorrir. Depois de anos sendo um fracasso em
todos os esportes que tentei - eu estava falando sé rio sobre meu pai ser
um pé ssimo professor de giná stica - inalmente encontrei um em que
sou boa. Cerveja pong. Pena que nã o posso contar nada ao papai sobre
minhas novas proezas atlé ticas. Acho que ele adoraria o fato de que eu
inalmente consegui jogar um esporte de equipe depois de todos esses
anos, e ganhei o status de estrela nisso, nada menos.
Morgan, que está assistindo minha rá pida ascensã o ao hall da fama do
lado de fora, nos desa ia para o pró ximo jogo.
“Apenas espere,” Morgan fala mal do outro lado da mesa. “Eu tenho uma
arma secreta no meu time, també m. Ele pode nã o saber como bater em
um barril, mas ele de initivamente sabe como afundar uma bola de
pingue-pongue.”
Ela dá um tapa nas costas de Garver, tentando estimulá -lo. Garver
arremessa e afunda em sua primeira tentativa. Ele se vira e joga os
braços em torno de Morgan, pulando para cima e para baixo e
abraçando-a. Ela nã o corresponde exatamente ao entusiasmo dele. Ela
tira os membros do pescoço dele, coloca um pouco de espaço entre eles
e, em vez disso, dá um soco nele.
"Na sua cara!" Garver grita do outro lado da mesa para mim. “Beba,
Katie!”
"Eu entendi", diz Charlie enquanto ele se aproxima e pega o copo. “Sou
um homem de palavra.”
Miro novamente e acerto a bola como o pro issional experiente que sou
agora. Eu estou em um rolo total. Eu nã o poderia perder se eu tentasse.
Garver engole.
Sua sorte acaba no pró ximo lance. A bola quica na borda de um copo,
desliza para o chã o e rola para debaixo do sofá . Garver se ajoelha e vai
buscá -lo.
"Cara!" Morgan reclama com sua bunda, que está basicamente saindo
de suas calças enquanto ele se sente embaixo do sofá . “Você me
prometeu que era bom nesse jogo!”
"Estou bem", ele responde, reaparecendo e entregando a bola para
mim. Ele puxa as calças para cima. A bunda dele desaparece. “Só nã o
tã o bom quanto Katie.”
E a minha vez novamente. Eu bati seus copos repetidamente. Eles
perdem mais bolas do que afundam. Eu sentiria pena de nossos
oponentes, exceto que estou me divertindo demais. Acho que gosto de
festas. Nã o, espere, tenho certeza.
Em pouco tempo, a vitó ria é nossa. Novamente. Garver aperta a mã o de
Charlie, me faz um sinal de paz, toma um gole inal e limpa a espuma
restante de seus lá bios. A cerveja aparentemente lhe deu coragem
extra, porque ele se vira para Morgan e sorri para ela. "Você quer
dançar?"
Morgan faz uma careta e lhe dá um olhar mortal. "Garver, o que diabos
faz você pensar que eu gostaria de dançar com você ?"
Eu dou a ela um olhar. Ela revira os olhos para mim. Seja legal , eu
murmuro para ela.
"Tudo bem", diz ela com um suspiro. “Vamos acabar logo com isso.”
O rosto de Garver se ilumina novamente e ele pega Morgan pela mã o.
Eles cruzam a multidã o e se juntam ao mosh pit de crianças dançando
pela sala de estar. Eu me pergunto se Morgan está pensando o que
estou pensando agora: nós dois perdemos muita diversão sem ir a festas
todos esses anos.
Enquanto estou ocupado assistindo Morgan mal se mover e Garver
pular como um idiota total, de repente tenho a sensaçã o de que as
pessoas estã o me observando . Eu espio Zoe no canto sussurrando para
algumas outras garotas que eu reconheço da escola primá ria. Eu tenho
di iculdade em sacudir a sensaçã o de que eles estã o em cima de mim.
Mas, novamente, talvez eles estejam apenas se perguntando quem eu
sou e de onde eu vim; talvez alguns deles, como Zoe, sintam como se
Charlie fosse propriedade deles e nã o gostem que ele esteja com
algué m de fora de seu cı́rculo; ou talvez eu esteja apenas imaginando
coisas. E difı́cil dizer.
“Sou eu ou todo mundo está olhando para nó s?” Eu inalmente
pergunto a ele, acenando para Zoe e sua equipe o mais discretamente
que posso.
"Eles nã o estã o olhando para nó s", diz ele. “Eles estã o olhando para
você .”
Ele está olhando para mim també m, agora.
Lá se vai aquele calor intenso em minhas bochechas novamente. “Isto é
como eu imaginei todos os bailes do ensino mé dio que eu nunca fui,” eu
digo, e provavelmente é bem perto: Zoe planejando vingança enquanto
eu converso com o cara mais fofo da classe, e ela fazendo algo hediondo
quando eu vou para a escola. dançar com ele, como aquela cena em
Carrie quando ela derramou sangue de porco em cima dela no baile.
"Bem, nã o é a mesma coisa", Charlie responde com uma risada fá cil. Ele
nã o parece nem um pouco preocupado com aquelas garotas, entã o eu
tento nã o icar també m. “Em um baile do ensino mé dio, todas as
garotas icavam de um lado da sala e todos os caras do outro e ningué m
tocava.”
Tomo um gole lento da minha bebida rosa e olho para Charlie por cima
do copo. “Oh, eu tenho certeza que você dançou com um monte de
garotas nos bailes do ensino mé dio. Como Zoe e todos os seus amigos
lá .
"Bem, talvez. Embora eu nã o chamaria exatamente de dança,” ele me
diz. “Era mais como a rotina do ensino mé dio.”
"Eca", eu digo. Eu nã o quero nem pensar em nenhum desses zumbis
estú pidos se esfregando em Charlie. Eles nã o merecem um grande cara
como ele. “Tenho certeza de que nã o quero saber como era.”
"Na verdade, eu acho que é algo que você nã o pode perder", diz ele,
pegando a bebida da minha mã o e colocando-a na mesa mais pró xima.
“Vamos preencher algumas dessas lacunas em sua educaçã o escolar em
casa.”
Charlie me leva para a pista de dança e me gira. Entã o ele me traz tã o
perto que quase nã o há espaço entre nó s. Esqueço tudo sobre qualquer
possı́vel derramamento de sangue de porco que Zoe possa estar
tramando.
Eu coloquei minhas mã os nos ombros de Charlie. Ele coloca a mã o na
parte inferior das minhas costas e começa a balançar os quadris de um
lado para o outro como um pê ndulo. Eu sigo seus movimentos.
Desatamos a rir.
“Isso é o que você estava perdendo!” Charlie canta.
"Isso é horrı́vel", eu digo a ele, mesmo que nã o seja, nã o realmente. A
dança real pode nã o ser tã o boa. Mas estar tã o perto de Charlie Reed
de initivamente é .
“Esse movimento realmente funcionou para mim!” ele protesta. "Você
nã o gosta?"
"Eu estava esperando por muito mais rodopiando", digo a ele. Ei, na
verdade estou lertando. Na verdade está funcionando! Milagres
existem.
Charlie me gira lentamente. Eu faço um total de 360 graus sem cair. E
possı́vel que eu até pareça graciosa. Ele me puxa de volta e me segura
perto.
Meu coraçã o está pulando no meu peito. Eu sinto sua batida de volta na
minha em resposta. Estamos dançando devagar em um mar de pessoas
pogo e eu nem me importo se parecemos bobos por ser tã o antiquados.
Eu nunca me senti tã o perfeitamente conectado com algué m ou alguma
coisa na minha vida, exceto talvez minha mú sica. Zoe e seus amigos
deixam de existir em minha mente.
Charlie olha para mim, depois para meus lá bios. Oh meu Deus , ele está
prestes a me beijar. Ele se inclina. Eu inalo. Fechar meus olhos. Espere.
E... Garver joga seus braços em volta de nossos pescoços. O momento
está perdido. Eu abro meus olhos de volta.
“ESTA E A MELHOR NOITE DA MINHA VIDA!” Garver grita, apontando
para Morgan. Ele está suado e tem bafo de cerveja e parece
positivamente feliz. “ELA SO ME BEIJOU!”
Eu olho para o meu BFF. Ela balança a cabeça um enfá tico nã o. Mas ela
está fazendo aquela coisa que sempre faz quando mente, enrolando
uma mecha de cabelo no dedo. Entã o talvez sim?
"Se você disser isso de novo, eu vou te matar!" ela berra. Garver sorri e
corre de volta para ela.
Morgan ainda está olhando para ele, e eu me preocupo por um segundo
que ela realmente vá socá -lo. Mas entã o ele começa a dançar em volta
dela novamente e ela começa a rir. Ela assiste suas travessuras por um
refrã o ou dois, mas depois de um tempo, é como se ela nã o pudesse
mais se conter. Ela começa a dançar junto com ele. Garver parece que
está no cé u.
Eu me volto para Charlie. Ele se inclina para mim novamente. Aı́ vem
aquele beijo. Aquele que eu esperei toda a minha vida. Finalmente. Eu
quero me lembrar de cada detalhe deste momento para sempre e
sempre.
Exceto no ú ltimo segundo, eu ouço a voz de Zoe no meu ouvido ao invé s
de sentir os lá bios de Charlie nos meus. “Acho que inalmente descobri
de onde te conheço,” ela diz, me dando um sorriso malicioso. "Você nã o
estava por acaso na classe da Srta. Eslinger na primeira sé rie, estava?"
A verdade é que sim. Nó s dois está vamos nessa classe. Ela deve saber
que sou eu, Vampire Girl. Eu me recuso a deixá -la me fazer admitir isso,
no entanto. Vou contar a Charlie sobre meu XP quando estiver pronto,
nã o porque Zoe Freaking Carmichael está me intimidando para isso.
Balanço a cabeça e nã o digo nada. Nã o posso. Estou preocupado que
minha voz traia o quanto estou pirando por dentro.
"Huh", diz ela, dando-me um olhar ainda mais atento. "Isso é engraçado.
Porque você se parece com essa pobre garotinha daquela classe que
costumá vamos chamar de Garota Vampira. Ela icou doente e nunca
mais voltou para a escola. Esqueci o nome dela.”
Antes que eu possa pensar em uma saı́da para isso, Charlie revira os
olhos para Zoe, entã o se vira para mim e ri. “Entã o é por isso que você
icou olhando meu pescoço na pista de dança. E aqui eu pensei que era
porque você estava tã o a im de mim.”
"O que posso dizer? Você é muito irresistı́vel, especialmente para nó s
vampiros. Mesmo no meu estado de semipâ nico, nã o posso deixar de
notar que o pescoço dele parece incrı́vel. Cheira bem, também , eu acho.
Zoe abre a boca para dizer mais alguma coisa. Mas entã o seus olhos
registram o braço de Charlie sobre meu ombro e minha mã o en iada em
seu bolso traseiro. Ela se afasta sem outra palavra. Eu posso
praticamente ver o vapor saindo de suas orelhas.
"O que diabos foi isso?" Charlie diz.
Eu dou de ombros. “Sua ex-namorada é estranha.”
“Ela nunca foi minha namorada!” ele protesta antes de perceber meu
sorriso largo. "Oh. Você está me provocando, hein?”
Eu ri. "Talvez um pouco."
Ele começa a se inclinar para mim novamente. Prendo a respiraçã o
novamente. Feche meus olhos novamente. Espere novamente. Ainda
sem beijo.
Desta vez, seus lá bios pousam ao lado da minha orelha. “Você quer ir a
algum lugar?” ele sussurra.
Abro os olhos, sorrio para ele e aceno. Como se houvesse alguma
resposta, mas sim. Eu iria para a lua com Charlie Reed agora mesmo se
ele me pedisse. Saı́mos da festa para fazer nossa pró pria festa.
11
O bom de uma cidade pequena é que você pode chegar a qualquer lugar
que quiser com bastante rapidez, mesmo que esteja a pé : a estaçã o de
trem, a sorveteria onde Morgan e Garver trabalham, a escola (se você
frequenta uma fora do seu quarto, isto é ), e, neste caso, a marina. Eu
tenho que concordar com Charlie – é de initivamente o lugar mais
româ ntico de toda Purdue.
A lua brilha na á gua enquanto caminhamos ao longo do cais de mã os
dadas. Os barcos balançam ao vento. As velas ressoam contra os
mastros. Estrelas brilham no alto.
Charlie aponta para um dos barcos. Está hasteando uma bandeira azul
com o icô nico CAL escrito em letras douradas. “Curiosidade: eu deveria
ir para Berkeley com uma bolsa de nataçã o”, ele me diz.
Aqui está apenas a abertura que eu estava esperando. Agora posso
dizer, Curiosidade: na verdade, sou aquela pobre garotinha de quem Zoe
estava falando antes…
Mas entã o eu olho em seus olhos e vejo que ele já parece estar chateado
o su iciente sem eu acrescentar nada. Entã o, em vez disso, eu digo:
“Deveria? Como você nã o vai mais?”
"Nã o", diz ele. “Eu tive que fazer uma cirurgia e eles nã o sabiam se eu
conseguiria nadar novamente. E nenhuma bolsa de estudos signi ica
que nã o há Berkeley.”
Olho para o meu re lexo ondulando na á gua e me lembro da frase da
Querida Gabby sobre todo mundo ter seu pró prio sanduı́che de cocô .
Acontece que ela está certa. Até Charlie Reed, o indivı́duo de aparê ncia
mais perfeita do mundo, aparentemente tem um. “Você nã o conseguiu
um empré stimo ou algo assim?” Eu pergunto.
Ele dá de ombros. “Tecnicamente, eu acho, mas o negó cio do meu pai
anda meio instá vel ultimamente e eu nã o queria colocá -lo sob essa
pressã o. Alé m disso, nadar era, tipo, minha vida inteira. Eu ainda estou
tentando descobrir quem eu sou sem ele. Entã o, desperdiçar o dinheiro
dos meus pais quando eu nem sei no que quero me formar parecia
muito egoı́sta.”
“Uau, eu realmente sinto muito em ouvir isso.” E triste que Charlie
tenha perdido sua bolsa de estudos, mas ainda mais triste que ele
parece pensar que nã o é digno de uma educaçã o universitá ria sem
nadar. "Como isso aconteceu? Quero dizer, como você se machucou?”
Continuamos andando e ele nã o responde por um bom minuto. Começo
a pensar que ele nã o me ouviu, mas entã o ele inalmente diz: “Um
acidente esquisito. Eu caı́ de uma escada e…”
Ele para de andar enquanto se afasta. Entã o ele se vira para mim,
respira fundo e começa de novo. “Na verdade, isso nã o é verdade. Isso é
apenas o que eu digo a todos. Eu estava bê bado na casa de Owen e ele
apostou comigo que eu nã o poderia pular do telhado na piscina e eu
cortei a borda e sou um idiota.”
“Uau” é tudo o que posso dizer em primeiro lugar. A versã o de Charlie
que faria algo tã o imprudente nã o se encaixa com a que eu imaginei
todos esses anos, ou com a que estou conhecendo agora.
“Entã o, você é um grande idiota” é o que sai da minha boca em seguida,
porque aparentemente eu nã o quero ser beijada pelo cara com quem
sonhei por anos. Eu digo isso gentilmente, no entanto, mesmo quando
eu balanço minha cabeça em desaprovaçã o a nó s dois – ele por ser um
idiota e eu por també m ser um idiota. Ele está rindo, entã o acho que
nã o arruinei completamente minhas chances. "Obrigado por me dizer a
verdade", eu digo.
“Obrigado por me chamar de idiota.” Ele sorri para mim. “Sabe qual é a
pior parte? Eu nem queria beber naquela noite. Foi tã o estú pido, eu nã o
quero ser esse cara, sabe?
“Entã o nã o ique,” digo a ele.
Eu sei pelo jeito que ele está agindo que ele normalmente nã o deixa as
pessoas verem esse lado dele – a parte vulnerá vel onde ele nã o é o rei
da festa, o rei da escola, o rei da piscina. Provavelmente é mais fá cil
comigo, algué m que nã o faz parte de toda aquela cena. Ainda assim,
estou lisonjeado que ele con ie em mim com suas “coisas”.
O que me faz pensar: eu provavelmente deveria compartilhar minhas
coisas com ele também . E ele acabou de me dar outra abertura perfeita.
Mas entã o Charlie quebra o silê ncio antes que eu tenha a chance.
“Eu amo isso aqui embaixo. Especialmente quando ningué m está por
perto. E o melhor à noite”, diz ele.
Decido oferecer-lhe algo diferente do meu diagnó stico. Ainda é pessoal
e pró ximo ao meu coraçã o, mas nã o altera tanto a vida quanto divulgar
minha condiçã o mé dica. “Lembro-me de minha mã e me levando aqui
quando eu era pequeno.”
"Oh sé rio?" Charlie parece educadamente interessado. Ele
provavelmente nã o está preparado para o que vou dizer a seguir.
“Sim, eu tenho essa memó ria vı́vida dela me deixando sentar em seu
colo e me mostrando onde colocar meus dedos nas cordas da guitarra.”
Eu respiro enquanto a imagem mental passa por mim com força total.
Como posso sentir tanta falta de algué m que se foi há tanto tempo e que
eu tive por tã o pouco tempo para começar? Toco o mostrador do
reló gio que estou usando, aquele que era da minha mã e. Isso sempre
me faz sentir mais perto dela. Imagino que ela esteja em algum lugar
entre as estrelas agora, a anos-luz de distâ ncia, cuidando de mim e me
mantendo a salvo.
“Isso era dela, na verdade,” eu acrescento. “Passei tantos dias olhando
para este reló gio na mã o dela, esperando um dia poder jogar como ela.
Ela morreu quando eu tinha seis anos. Acidente de carro.”
Charlie ica em silê ncio. Espero nã o tê -lo assustado, que ele nã o pense
que estou muito dani icada para me envolver. Porque ele ainda nem
sabe sobre os danos causados pelo sol. Eu sou muito central de danos.
"Uau, eu... eu sinto muito", ele inalmente diz. “Aqui estou falando de
uma lesã o que foi tudo culpa minha. Eu realmente sou um grande
idiota.”
Eu balanço minha cabeça e sorrio para ele. "Nem mesmo. Está bem. Eu
prometo. E bom fazer uma nova memó ria aqui.”
“Ei,” ele diz, pegando minha mã o. "Deixe-me fazer as pazes com você ."
Eu o sigo pelo cais até pararmos na frente de um iate lindo e reluzente.
E como nada que eu já vi antes, exceto possivelmente na TV, como
talvez em um episó dio de fé rias das Kardashians. Ele sobe a bordo e me
oferece uma mã o para cima. Eu me junto a ele no convé s.
"Isso é seu?" Eu pergunto, meus olhos tã o arregalados quanto a lua
cheia. Eu nã o entendo. Achei que ele disse que os negó cios do pai dele
eram precá rios. Este iate deve ter custado milhõ es.
"Nã o meu", ele responde, limpando essa parte pelo menos. “Mas estou
ajudando a cuidar disso para o verã o. E meu trabalho. Entã o agora você
sabe o que me manté m ocupado durante o dia. Sua vez."
Eu vou para a piada fá cil, que nã o é nem uma piada. “Você ainda nã o
adivinhou? Na verdade, sou aquela garotinha vampira que Zoe estava
falando antes.
Eu me pergunto se devo deixar claro que na verdade nã o estou
brincando. Basta deixar tudo em aberto. Antes que seja tarde demais e
eu esteja investindo demais e dar a notı́cia tem o potencial de partir
meu coraçã o.
"Eu tive um pressentimento", diz Charlie. Tenho certeza de que ele nã o
tem ideia de que estou tã o sé rio quanto um ataque cardı́aco e, no
ú ltimo minuto, decido nã o corrigi-lo, pelo menos nã o ainda. Talvez
amanhã . Nã o essa noite. “Mas que diabos. Vou me arriscar com você de
qualquer maneira.
Ele me leva em um passeio pelo barco, apontando diferentes partes
dele à medida que avançamos. “Este barco é um Jespersen. Vela mestra
reforçada com Kevlar. O deck é de teca birmanesa com incrustaçõ es de
bambu.”
Eu toco cada um dos componentes enquanto ele me fala sobre eles. Eles
cheiram a classe e riqueza. “Nada disso signi ica nada para mim, mas é
tã o bonito!” eu exclamo. — Como você sabe tanto sobre barcos?
Charlie passa um braço em volta do meu ombro, e eu me aconchego
nele. “Lembra daquela bolsa de estudos?”
Eu concordo. A luz das estrelas e da lua faz parecer que ele tem uma
auré ola. Como se ele fosse meu anjo pessoal.
“Bem, eles sã o meio relacionados”, explica ele. “O cara que é dono deste
barco – o Sr. Jones — é um ex-aluno de Cal. Nadei lá como eu deveria.
Uma vez que ele descobriu sobre minha bolsa de estudos, ele meio que
me colocou sob suas asas e me ensinou tudo o que há para saber.”
"Isso é bom", murmuro. “Ter algué m acreditando tanto em você .
Especialmente algué m fora de sua famı́lia.”
Charlie respira fundo e solta o ar lentamente. "Sim. Mas també m é
muito pior decepcionar algué m assim. Pelo menos sua famı́lia tem que
perdoá -lo. Eu meio que sinto que o Sr. Jones nã o olhou para mim da
mesma forma desde o acidente. Ainda bem que ele ainda con ia em
mim o su iciente para fazer esse trabalho.
"Tenho certeza que ele nã o acha que você é uma decepçã o"
Charlie interrompe antes que eu possa terminar o pensamento. “Nã o,
ele de initivamente faz. Mas está tudo bem, realmente. Se nã o posso
mais estar na á gua, pelo menos gosto de saber que estarei nela
regularmente. Este barco é o ú nico lugar em que posso realmente
pensar hoje em dia.”
Envolvo meus dedos nos de Charlie. “O que você pensa quando está
aqui?”
Ele olha para a lua. "Nã o sei. O que vou fazer agora que o futuro que eu
deveria ter nã o vai acontecer. Onde eu quero ir. Quem eu quero ser. Você
sabe, pequenas coisas como essa.”
Eu ri baixinho. “Eu entendo completamente e totalmente. Eu penso
sobre esse tipo de coisa o tempo todo.”
Ele olha para mim, surpreso. "Você faz?"
Eu sorrio para ele. "Sim. Mais do que você pode imaginar."
“Huh,” ele diz, digerindo aquela informaçã o. "Você sabe o que? Um dia
desses teremos que navegar pela baı́a, ver o sol se pô r…”
"Isso soa perfeito", eu digo, e soa. Pena que é apenas uma fantasia que
nunca pode acontecer. Por enquanto, poré m, estou feliz em me deleitar
com o irreal “algum dia”.
Os olhos de Charlie encontram os meus novamente. E como se estivesse
em um lindo barco, o cé u noturno atrá s de nó s, a á gua nos balançando
suavemente, nã o é incrı́vel o su iciente, ele se inclina e me beija. De
verdade desta vez.
E pura magia, entã o tudo o que eu sempre esperei que fosse, eu nã o
posso nem me mover ou pensar ou respirar por um segundo. Mas entã o
o instinto entra em açã o e eu sinto tudo, tudo. Minhas terminaçõ es
nervosas formigam, meu cé rebro está pegando fogo, meu coraçã o está
perdido.
Eu envolvo meus braços ao redor de seu pescoço. Ele me puxa ainda
mais perto. O beijo continua indo e indo.
E talvez nunca tivesse terminado, ou pelo menos nã o tã o cedo, mas o
alarme no meu reló gio nos interrompe. Repica como sinos de igreja.
Saltamos para trá s um do outro.
Eu aperto o botã o de desligar e balanço a cabeça. Por que, oh, por que
eu tenho um toque de recolher tã o cedo? Eu quase nunca saio; você
pensaria que meu pai poderia me deixar ter algumas horas extras
quando eu realmente faço.
"Você precisa chegar em casa?" Charlie pergunta.
Eu inclino minha testa contra seu peito. Eu posso ouvir seu batimento
cardı́aco, claro e forte. Parece casa. “As vezes eu odeio este reló gio,” digo
a ele mesmo sabendo que nã o é culpa do reló gio que eu tenho um pai
superprotetor, uma mã e que já o usou, mas nã o pode mais, e uma
doença rara que signi ica que eu nã o posso mais ir naquele cruzeiro ao
pô r do sol com Charlie.
Voltamos para a caminhonete de Charlie de mã os dadas. Ele abre a
porta para mim, e enquanto eu o vejo caminhar ao seu lado, decido que
Real Life Charlie é ainda melhor do que Daydream Charlie.
Charlie e eu vamos para a praia desta vez. Está quieto e nó s somos os
ú nicos por perto. Charlie junta alguns gravetos e folhas, coloca-os em
uma pilha dentro de um cı́rculo de pedras que outra pessoa já fez e
acende uma pequena fogueira.
Estamos sentados em um cobertor. Estou me aconchegando nele,
descansando minha cabeça em seu ombro. Ele está traçando cı́rculos
preguiçosos nas minhas costas. Tudo sobre “nó s” parece tã o certo: A
maneira como podemos falar sobre tudo ou nada e nunca é estranho. A
maneira como nossas mã os se encaixam como duas peças de um
quebra-cabeça. Como parecemos nunca icar irritados ou cansados um
do outro.
Charlie aponta para uma estrela. Até agora, ele sabe tudo sobre minha
obsessã o pelas constelaçõ es e como eu quero ser um astrofı́sico um dia.
“Entã o, qual é esse?”
“Aquele se chama Altair,” digo a ele. “Acho que está a dezesseis anos-luz
de distâ ncia. Entã o a luz que estamos vendo foi realmente criada
quando tı́nhamos, tipo, dois anos de idade.”
"Isso é insano." Charlie ri e aponta para outro. “E aquele?”
"Esse é Sirius."
“Como o rá dio?”
Dou-lhe uma cotovelada brincalhona com o cotovelo. “E a estrela
canina. Quase nove anos-luz de distâ ncia.”
Charlie ica quieto. Quase posso ouvir as engrenagens girando em sua
mente. Por um breve segundo, meu coraçã o acelera enquanto me
pergunto se ele de alguma forma me descobriu. Mesmo sabendo o quã o
imprová vel é , nã o posso deixar de pensar em todas as maneiras pelas
quais isso poderia acontecer. Talvez Zoe esteja investigando e
mandando mensagens de texto para ele com suas descobertas? Contar
a ele sobre minha doença vai ser difı́cil o su iciente. Talvez ela tenha
encontrado a foto da nossa turma no jardim de infâ ncia e tenha
conseguido me identi icar, embora nenhum dos nossos nomes estivesse
nessa foto e eu tivesse um corte estranho naquele ano. (Acho que é uma
sorte eu ter saı́do da escola tã o cedo na primeira sé rie que perdi o dia
da foto.) Ter ele ouvindo sobre isso de algué m alé m de mim seria
devastador. Eu sinto que isso quebraria qualquer con iança que
construı́mos no pouco tempo que nos conhecemos. Eu tenho que dizer
a ele. Eu tenho que. Reú no minha coragem.
"O que você pensa sobre?" Eu pergunto, prendendo a respiraçã o.
Ele hesita. Eu posso dizer que tudo o que ele tem a dizer é algo grande e
pesando muito sobre ele. “O treinador em Berkeley me ligou na outra
noite. Acho que um dos outros nadadores se transferiu, entã o acabou
de abrir uma vaga.”
Eu expiro. "Você está falando sé rio? Você poderia recuperar seu lugar?”
Estou delirantemente feliz por ele. Porque se há algué m que merece um
golpe de sorte e uma chance na faculdade, é Charlie Reed. Ele é
inteligente e doce e atencioso e trabalhador e todos os tipos de outras
coisas boas. Estou tã o feliz que o universo está reconhecendo que um
erro nã o deveria signi icar que todos os seus sonhos morrem com ele.
Charlie dá de ombros. “Quero dizer, tecnicamente, sim. Há um encontro
daqui a um mê s, e o treinador de Berkeley estará lá . Eu teria que voltar
em forma até lá , o que provavelmente é impossı́vel, e entã o fazer, tipo, o
melhor momento para provar que estou totalmente reabilitado.”
Eu o agarro pelos ombros. “Você poderia fazer isso totalmente. Eu sei
que você poderia.”
Charlie olha para o fogo como se fosse encontrar o sentido da vida em
suas chamas. "Nã o sei. Eu posso ter alguns motivos para icar por aqui
no pró ximo ano…”
E talvez a coisa mais doce que algué m já me disse. “Estarei bem aqui
quando você voltar para casa para visitar. Promessa."
Meu telefone está zumbindo como um louco no meu bolso a noite toda,
e eu tenho ignorado. Mas está icando tarde e eu sei que deveria estar
em casa horas atrá s, um fato que meu pai provavelmente está me
lembrando neste exato segundo. Eu suspiro e veri ico meus textos. Há
cinco do meu pai e vinte e cinco de Morgan.
"Oh merda", eu digo baixinho.
"Tudo certo?" Charlie pergunta. “Oh, uau, é tarde. Tipo, muito tarde.
Temos que te levar para casa antes que seu pai enlouqueça.
"Sim", eu digo, sem me mover.
Eu percorro as mensagens de Morgan. Cada um está mais em pâ nico
que o outro. Passo de preocupada que meu pai nunca mais me deixe
sair de casa para icar irritada. Ela nã o é minha mã e; ela é minha
melhor amiga. Se eu icar até tarde com Charlie, ela deveria estar
torcendo por mim, nã o me dizendo para ir para casa.
Onde está você?
Você deveria estar em casa às onze.
Seu pai está fingindo não surtar. Mas ele é totalmente. Eu sei porque ele
me mandou uma mensagem para ver se eu sei onde você está.
Uma hora agora. Helllloooooo, terra para Katie.
São duas da manhã. Você sabe onde está seu melhor amigo? Eu não.
Três da manhã. Ainda nenhuma palavra sua.
OK AGORA EU ESTOU SURTANDO.
VOCÊ ESTÁ MORTO? POR FAVOR, RESPONDA SIM OU NÃO.
O NASCER DO SOL É EM DUAS HORAS... VOCÊ ESTÁ CORTANDO MUITO
PERTO, KATIE.
PEGUE
CASA
AGORA
Morgan tem icado fora até tarde esses dias com Garver, entã o nã o sei
por que ela está sendo tã o intensa comigo. Estou plenamente
consciente de que preciso voltar para casa em breve. Quã o estú pido ela
pensa que eu sou?
"E aı́?" Charlie pergunta.
"Nada, realmente", eu digo, um pensamento me ocorrendo. “Morgan
nã o está acostumado a me dividir com ningué m, eu acho. Acho que é
difı́cil para ela que eu esteja passando tanto tempo com você . Vou me
certi icar de passar algum tempo de qualidade com ela amanhã para
que ela nã o se sinta tã o negligenciada.”
"Meninas", diz Charlie, revirando os olhos. “Embora eu ache que eles
nã o sã o de todo ruins.”
“Há alguns decentes.”
Charlie se levanta, limpa a areia de si mesmo e me oferece uma mã o
para cima. “Eu gostaria que pudé ssemos apenas, tipo, dormir aqui.
Seria muito legal acordar com você em meus braços em vez do meu
velho ursinho de pelú cia.
Eu amo a ideia de acordar ao lado de Charlie. Eu amo a imagem de
Charlie abraçando seu bicho de pelú cia de infâ ncia quase tanto. "Algum
dia antes de você ... vá fazer o que você decidir fazer no outono, nó s
teremos que fazer isso acontecer", eu digo a ele.
"Negó cio", diz ele. “Hora de te levar para casa. E entã o amanhã eu vou te
levar para um encontro de verdade, ok?”
Eu aceno e jogo a bomba nele. "Perfeito. Porque você precisa conhecer
meu pai.
14
Muito antes de eu querer, a mú sica termina. Pegamos meu casaco e meu
violã o e voltamos para o cais. Ainda estou tã o tonto do show, parece
que estou andando na á gua em vez de na calçada.
“Isso foi incrı́vel!” Eu grito, provavelmente um pouco alto demais. E
difı́cil dizer em que nı́vel meu botã o de volume está agora – meus
ouvidos ainda estã o zumbindo do show.
"Eu sei", diz Charlie, sorrindo amplamente.
Eu jogo minha cabeça para trá s e grito ainda mais alto. “Mú sica ao vivo
é o melhor!”
Charlie ri. "Eu sei!" ele grita de volta para mim.
Eu paro e pego sua mã o. Como posso expressar como ele mudou tudo
para mim, desde o fato de que eu nunca acreditei que um cara pudesse
gostar de mim por causa da minha doença até o que agora acredito que
meu futuro poderia reservar para mim? Eu vasculho minha mente,
tentando encontrar as palavras certas. Por im, me contento com um
simples “obrigado”.
Charlie me dá esse adorá vel olhar de cachorrinho curioso, todo cabelo
solto e olhos brincalhõ es. E como se ele soubesse o que estou pensando,
embora nã o possa. "De nada", diz ele. “Agora é a sua vez.”
Ele gentilmente coloca meu estojo de guitarra no chã o e destrava
aquelas travas delicadas. Entã o ele o posiciona perfeitamente para
pegar moedas e me entrega meu violã o. Eu dou um passo para trá s,
segurando minhas mã os na minha frente.
"O que? De jeito nenhum."
“Você me deve uma mú sica,” Charlie me diz.
Estou balançando a cabeça. "Eu nã o posso fazer isso... aqui." Esta nã o é
a pequena Purdue, Washington, esta é a cidade grande de Seattle. Nã o
estou preparado para estrear uma das minhas mú sicas aqui. Nã o essa
noite. Ainda nã o.
"Sim você pode!" Charlie me encoraja. “Os shows ao vivo sã o os
melhores! Você mesmo disse!”
"Está com fome?" Eu digo, acariciando meu estô mago. “Estou com fome,
e você está sempre com fome e lembra de todos aqueles café s incrı́veis
que vimos lá atrá s?”
"Katie", diz Charlie. Ele parece tã o sé rio, tã o sincero, que paro de falar.
“Nó s podemos estar em uma nova cidade sob as estrelas e você não
tocar uma mú sica para mim, ou podemos continuar fazendo desta a
melhor noite de nossas vidas.”
Ele dá de ombros. Ele é tã o fofo. Eu sinto minha determinaçã o
derretendo. O que ele me deu é muito mais do que uma mú sica de trê s
minutos. Cantar uma para ele di icilmente afeta o que devo a ele depois
desta noite.
"Depende de você ", ele me diz. “Nã o se preocupe com mais nada. Isso
nã o é sobre o que eu ou qualquer outra pessoa quer. E sobre o que você
quer agora.”
O que eu quero fazer é fazer esse cara incrı́vel feliz. Entã o eu desisto.
Pego meu violã o e coloco a alça no ombro. O rosto inteiro de Charlie se
ilumina.
Eu dou algumas boas batidas nas cordas. Quando eu olho para cima do
meu violã o, Charlie está com o telefone apontado para mim. Ele está
pronto para gravar este momento, entã o é capturado para sempre. Eu
ico instantaneamente autoconsciente e meus nervos aumentam.
“Charlie, nã o...”
Ele sorri e gesticula para a multidã o inexistente atrá s dele. E
basicamente um cara peludo estranho que parou para amarrar o
sapato. "Nó s estamos esperando!"
Vejo que ele está certo; nã o há nada a perder aqui. Nem mesmo minha
dignidade. Somos apenas Charlie e eu. Nã o há nada que nã o possamos
fazer juntos.
Entã o eu começo a dedilhar alguns acordes, suavemente no inı́cio.
Ainda estou me sentindo um pouco insegura. Mas entã o é como se a
memó ria muscular tomasse conta, e eu esqueço que Charlie está me
gravando. Estou imaginando como seria estar no palco esta noite em
vez de estar na multidã o olhando com admiraçã o para a banda. O
embaraço nervoso sai do meu corpo e em seu lugar vem uma con iança
suprema em minhas habilidades.
Fecho os olhos e canto minha ú ltima criaçã o, aquela que toquei para
Morgan na outra noite. Uma vez que ela inalmente parou de me contar
sobre Garver e prestou atençã o, ela realmente gostou e achou que era o
melhor até agora. Espero que ela nã o esteja mais brava comigo. Eu
realmente preciso dizer a ela que sinto muito quando chegar em casa.
Eu canto meu coraçã o – por Charlie, por Morgan, por meu pai, mas
acima de tudo por mim.
Quando abro os olhos novamente, vejo Charlie sorrindo atrá s de seu
telefone. Ele é como meu amuleto da sorte. A ú nica coisa que eu vou
precisar para ter sucesso.
Eu toco o ú ltimo acorde e percebo que Charlie nã o é a ú nica pessoa que
gostou da minha mú sica. Há uma multidã o de pessoas que eu nem sabia
que estavam lá , batendo palmas e torcendo loucamente por mim. E
enquanto meus fã s nã o chegam nem perto das pessoas no armazé m no
show pop-up secreto hoje à noite, eu tenho um bom gosto de como é ter
minha mú sica apreciada por mais do que apenas meu pai, Fred e
Morgan.
Eu gosto disso. Eu amo isso. Na verdade, tenho certeza de que vou
desejar muito mais disso no futuro.
Charlie joga o braço em volta de um cara que ainda está batendo
palmas depois que quase todo mundo parou.
"SIM! Vamos! Desista de Katie! WOOOOOOO!”
Ele sacode os ombros do cara como se o time deles tivesse acabado de
ganhar a World Series. O cara dá um olhar estranho para Charlie, coloca
alguns dó lares no estojo do meu violã o e vai embora.
Charlie sorri para mim. E eu nã o consigo parar de sorrir de volta.
17
"Me desculpe." Estou dizendo isso para Morgan, mas é para meu pai
també m. E a primeira coisa que digo desde que me encontraram no
meu quarto. Fiquei em silê ncio quando me perguntaram se eu estava
bem, iquei em silê ncio quando me entregaram roupas para sair, iquei
em silê ncio durante toda a viagem de carro.
Porque o que eu poderia dizer?
Depois de tantos anos sendo responsá vel e segura, depois de
inalmente convencer meu pai de que eu poderia cuidar de mim
mesma, acontece que nã o consegui.
Eu menti para meu pai e Morgan. Eu menti para Charlie. Mas meu
silê ncio també m veio da percepçã o esmagadora de que eu estava
mentindo para mim mesma també m.
"Está tudo bem", diz Morgan. Acho que ter uma experiê ncia de quase
morte faz as pessoas te perdoarem muito rá pido.
“Nã o, Morgan, eu sinto muito.” Ela pega minha mã o e eu sei que ela
entende que eu quero dizer que eu nã o apenas sinto muito por deixá -la
preocupada, mas també m por tudo que eu disse a ela.
“Nó s te amamos mais do que tudo, Peanut,” meu pai me diz.
Isso me faz sentir ainda pior que eles nã o estã o bravos comigo. Que eles
estã o apenas preocupados e tristes e gastos. E tudo culpa minha.
Nó s trê s estamos sentados em cadeiras de plá stico rı́gido na sala de
espera do hospital onde o Dr. Fleming tem um consultó rio. Estou
completamente exausta, embora nã o tenha certeza se é mais emocional
ou fı́sico.
Meu rosto está queimando. Meus braços parecem estar envoltos em
chamas. Morgan me garante que é assim que as pessoas normais se
sentem depois de muitas horas ao sol. Mas nã o tenho tanta certeza.
Parece sinistro.
Ainda mais sinistro é o rosto do meu pai agora. Ele está rangendo os
dentes. Suas sobrancelhas estã o franzidas tã o irmemente juntas que se
fundem em uma ú nica entidade. Ele se senta com a cabeça entre as
mã os, como se fosse pesado demais para o pescoço aguentar mais.
“Por que eles usam cadeiras tã o desconfortá veis?” Morgan musas.
“Estamos aqui para icar saudá veis e vamos sair com problemas nas
costas.”
Meu pai tenta sorrir para ela. Sai mais como uma careta. Dou-lhe uma
risadinha que se transforma em um soluço.
"Tenho certeza de que está tudo bem", diz Morgan, colocando a mã o na
minha perna. “Foi só por um segundo, se tanto. Isso nã o é nada.
Estamos todos bem aqui.”
Só que enquanto ela está me assegurando que nada está errado, nó s
dois estamos olhando para a garota na sala de espera que tem mais ou
menos a minha idade. Suas mã os e cabeça tremem; sua pele está
coberta de lesõ es e feridas escuras. Todos sabemos que pode ser eu a
seguir.
Minha enfermeira favorita aparece. "Estamos prontos para você , Katie."
Papai vai se levantar, mas eu estendo a mã o para detê -lo. "Eu vou eu
mesmo desta vez." Se tenho idade su iciente para praticamente me
matar por ser tã o irresponsá vel, també m tenho idade su iciente para
enfrentar as consequê ncias de minhas açõ es.
Papai acena. Enquanto sigo a enfermeira até a á rea do escritó rio, Garver
irrompe pelas portas do hospital. Ele corre para Morgan. Ela cai em
seus braços chorando.
"Ela esta bem?" pergunta Garver.
Morgan nã o responde. Ela apenas enterra a cabeça em seu ombro e
desmorona. Eu devo parecer um morto-vivo para ela estar tã o chateada.
Eu me pergunto se eu realmente sou.
Dr. Fleming me dá um abraço caloroso quando chego à sala de exames.
“Já faz um tempo, Katie,” ela diz, se afastando para me olhar mais de
perto. “Você se tornou uma bela jovem.”
“Me desculpe, eu nã o tenho ido à s minhas consultas ultimamente,” eu
digo a ela, subindo na mesa de exame com pesadas pernas de madeira.
Dr. Fleming oferece um sorriso compreensivo. “As vezes acho que XP é
mais difı́cil para os pais do que para os pacientes. Ele estava apenas
tentando protegê -la.
“E veja como eu agradeci a ele por todos os seus sacrifı́cios.” Eu quero
chorar, mas é como se eu nã o tivesse mais lá grimas em mim neste
momento.
“Nã o faz sentido olhar para trá s, Katie”, Dr. Fleming me diz. “E vamos
lidar com o que quer que esteja na nossa frente juntos. Ok?"
Eu concordo. A enfermeira Jane pega frasco apó s frasco de sangue
enquanto eu olho para os murais coloridos pintados na parede. Aprendi
ao longo dos anos que dó i menos se nã o consigo ver a agulha ou todo
aquele lı́quido vermelho escuro saindo de mim. Algum vampiro eu sou,
hein?
Em seguida, sou levado para a sala de tomogra ia computadorizada.
Quero protestar que posso caminhar até lá , mas, para ser honesto,
estou grata por nã o precisar. Fico ali o mais imó vel possı́vel enquanto as
luzes e os sons da má quina giram ao meu redor. Acho que adormeço,
porque a pró xima coisa que sei é que acabou e a enfermeira Jane está
me dizendo que é hora de voltar para a sala de exames.
Lá , o Dr. Fleming e Jane colocam esses enormes ó culos de aumento que
parecem fones de ouvido de realidade virtual. Eles passam a examinar
cuidadosamente cada centı́metro do meu corpo, falando em có digo
enigmá tico o tempo todo.
“Nevo displá sico, quatro milı́metros.”
“Nevo congê nito, crescimento observado.”
“Agrupamento de novos lentigos aqui.”
E assim por diante e assim por diante. Eu espero e escuto, imaginando o
que tudo isso signi ica. Imaginando o que Charlie está pensando agora.
Se ele me odeia por mentir para ele. Se eu vou vê -lo novamente.
E como posso? Papai nunca vai deixar isso acontecer. Alé m disso, por
que Charlie iria querer me ver depois do jeito que eu traı́ sua con iança?
Acabou, concluo. Tive a sorte de tê -lo enquanto o iz. Para experimentar
algo que eu nunca pensei que iria. Hora de voltar a ser Rapunzel presa
no meu quarto para sempre. Eu era uma tola em pensar que poderia ir
para a faculdade e ter um relacionamento de longo prazo como uma
pessoa normal.
Finalmente, o Dr. Fleming me diz: “Ok, você pode se sentar agora, Katie.
Vou buscar seu pai enquanto você se veste. Encontre-me de volta ao
meu escritó rio assim que estiver pronto.
Eu visto minha legging, arrasto meu moletom de volta pela minha
cabeça e en io meus pé s no meu Converse. Eu me arrasto pelo longo
corredor e me sento na cadeira em frente à mesa de mogno
impressionantemente grande do Dr. Fleming. Meu pai já está sentado
na cadeira ao meu lado, olhando para frente.
“A exposiçã o à luz solar foi mı́nima”, começa o Dr. Fleming. “Os efeitos
fı́sicos que você está vendo agora vã o curar.”
Meu pai coloca a mã o no meu braço e sorrimos um para o outro. Talvez
eu nã o tenha estragado tudo, a inal.
"Mas-"
Papai estremece.
Meu estô mago cai.
“Como você sabe, seu tipo especı́ ico de XP geralmente permanece
inativo até um evento desencadeador”, continua ela. “Nã o saberemos se
é isso que aconteceu até obtermos os resultados do seu exame de
sangue e tomogra ia computadorizada.”
Meu pai se inclina para frente em sua cadeira. “E se isso fosse? Um
evento desencadeador?”
Prendo a respiraçã o, esperando a resposta do Dr. Fleming.
“Nó s cruzaremos essa ponte se chegarmos a ela,” ela diz. “Se você notar
algum sintoma, Katie – tremores inesperados, dores musculares, perda
da funçã o motora – você tem que prometer me contar imediatamente.”
Eu concordo. Minhas mã os estã o tremendo enquanto falamos. Isso é
um sintoma, ou apenas eu estou cansado e com medo? Tudo parece um
sinal agora.
“Alguma palavra sobre o estudo da UW?” meu pai pergunta quando nos
levantamos para sair.
“Eu os acompanhei na semana passada”, diz o Dr. Fleming. “Nenhuma
notı́cia ainda.”
Espero que, neste caso, nenhuma notı́cia seja uma boa notı́cia. Meu pai
merece menos má s notı́cias em sua vida.
Estou sentado com meu pai na câ mara escura mais tarde. Ele está
mergulhando fotos em soluçã o, secando-as, pendurando-as. Fazendo o
que ele faz de melhor.
— Você sabe que eu sei, certo?
Ele para o que está fazendo. Encara-me. Limpa a garganta. "O que?"
“Eu ouvi você e o Dr. Fleming conversando na varanda mais cedo.
Quando você pensou que eu estava dormindo,” digo a ele.
Papai vem e me pega em um abraço. "Sinto muito", ele diz
repetidamente. "Eu sinto muito."
Digo a ele que está tudo bem e sinto muito, mais vezes do que posso
contar. Eu estive pensando o dia todo sobre como eu posso dar algum
signi icado a essa situaçã o horrı́vel, e o que eu inalmente descobri é
isso: eu tenho que encontrar uma maneira de retribuir. Uma ú ltima
mensagem de amor. De repente eu sei o que posso fazer pelo meu pai.
"Estarei lá em cima", digo a ele. "Quando você terminar aqui, podemos
pedir comida para viagem, ok?"
— E isso, Katie? ele pergunta, palmas para cima, com um pequeno
encolher de ombros. "Sem perguntas?"
Eu balanço minha cabeça. "Nã o."
Uma hora depois, ele faz o seu caminho para o covil. Estou sentado no
sofá ainda digitando no meu computador. Eu tenho trabalhado duro na
minha obra-prima, e está quase completa.
“Estou morrendo de fome,” meu pai diz. “Devemos pedir do chinê s
Hunan?”
Eu faço uma ú ltima mudança e olho para ele. "Huh?"
"Eu disse, você está com vontade de chinê s?" ele diz. — No que você
está tã o absorto?
Viro meu computador para que ele possa ver. “Chinê s, claro, sempre.
Você sabe disso. E eu tenho feito de você um per il de namoro online.”
Meu pai ica momentaneamente sem chã o. “ O que? — ele pergunta, sua
boca aberta.
Mas realmente agora. Isso vem de muito tempo. Ningué m deveria ter
que icar sozinho. Todo mundo deveria ter algué m especial. Essa é
basicamente a chave para a felicidade, como descobri com Charlie.
"O que você acha?" Eu pergunto, mostrando a ele duas opçõ es
diferentes para sua foto de per il. “Eu gosto do seu cabelo neste, mas no
outro você tem sua câ mera.”
Papai tenta forçar meu laptop a fechar. "Nã o. Isso nã o está acontecendo-
"
Eu ico irme. "Está acontecendo! Você precisa ir em algumas datas!
Você pode até me ajudar a escrevê -lo. Sentar."
Meu pai começa a protestar novamente, mas eu lanço a ele meu olhar
mais sé rio. Ele parece aceitar que nã o estou brincando por aqui e nã o
vai desistir dessa ideia. Ele se joga ao meu lado.
“Aqui está o que eu tenho até agora. O maior pai do mundo e o fotógrafo
mais bonito ...
Meu pai faz um barulho de campainha. "Veto."
Eu o ignoro e continuo. “Procurando um companheiro aventureiro
interessado em arte, fotogra ia, nostalgia sobre os SuperSonics—”
“SuperSonics, agora isso é importante,” meu pai diz, balançando a
cabeça.
“E um parceiro no crime para viajar pelo mundo.” Eu olho para cima para
ver se ele está recebendo tudo isso.
Mas ele está olhando para o nada, para a parede, para uma das fotos
que ele e minha mã e tiraram lá atrá s. "Eu nã o viajo", ele inalmente diz,
balançando a cabeça.
"Você vai, no entanto", eu digo a ele. Nã o acrescento a segunda parte do
que estou pensando, que é : Você pode de novo. Depois que eu for.
E como se meu pai ouvisse meus pensamentos nã o ditos. O ar é
basicamente sugado para fora da sala. Ele se levanta do sofá e se vira
para sair. "Tudo bem, nã o estamos falando sobre isso-"
Eu agarro sua manga. "Por favor. Eu quero. Eu tenho que fazer.
Ele para. Exala longa e ruidosamente, como um radiador velho
rangendo. Dou um tapinha no sofá ao meu lado.
“Nó s tivemos um ao outro antes. E agora...” Estou tentando reunir
coragem para dizer o que nenhum de nó s reconheceu em voz alta ainda.
“Perdemos a mamã e, e você vai me perder també m.”
"Nã o!" meu pai protesta. “Sempre há uma chance de que—”
“Eu sei que é chato. Para você provavelmente ainda mais do que eu. Mas
a realidade é a realidade,” digo a ele. “Sempre soubemos que é uma
questã o de quando, nã o se … e vai acontecer, gostemos ou nã o.”
Nada na histó ria foi tã o difı́cil de dizer. Pela aparê ncia do meu pai, nada
na histó ria foi tã o difı́cil de ouvir. Mas precisamos falar sobre essas
coisas enquanto ainda podemos. Ele precisa saber o quanto eu amo e
aprecio tudo o que ele fez por mim.
Respiro fundo e continuo meu discurso. “Quero que você viaje e comece
a fotografar o mundo novamente. Quero que todos vejam suas fotos,
pai.
E com isso, ele se desfaz em lá grimas. Na minha frente. Outro primeiro.
Sinceramente, estou meio orgulhoso dele. Por tantos anos nó s ingimos
estar bem um com o outro. E agora nã o há problema em deixar um ao
outro saber que nã o somos.
Eu quero que meu pai saiba que algo de bom pode vir disso – que ele
pode ter todos os seus sonhos de volta quando eu me for, se ele se
permitir. Que eu quero mais do que tudo que ele seja inteiro
novamente. E que ele pode ser, mesmo sem mim ou mamã e. Ele tem
que ser ou eu nã o serei capaz de suportar o que vem a seguir.
“Pare,” meu pai diz em meio à s lá grimas. "Nã o posso…"
Eu sigo em frente, embora seja difı́cil resistir à sua dor. “Eu só quero
que você tenha uma vida tã o boa quanto a que você me deu. Eu preciso
saber que você vai tentar ser feliz, e ter aventuras e algué m para
compartilhá -las porque… bem, essa é a melhor parte.”
Papai se recompõ e com algumas respiraçõ es profundas de limpeza,
como aprendemos naqueles vı́deos de meditaçã o que tentamos há
algum tempo. Quando vejo que ele está quase pronto para concordar,
tento fechar o negó cio rapidamente.
"Basta ir em um encontro", eu o exorto. “Escolha uma mulher aleató ria
e leve-a para sair. Por favor .”
Ele inalmente assente. "Ok."
Eu pego sua mã o na minha. "Promessa."
"Eu prometo", ele me diz.
Eu envolvo meus braços em torno dele e nos abraçamos com força.
Minhas lá grimas caem rapidamente em seu ombro. Suas lá grimas
penetram nas minhas. Eu sou o primeiro a fugir.
"Agora vamos chamar de chinê s Hunan", eu digo, enxugando meu rosto
no meu ombro.
Papai me dá um sorriso e diz: “Vá lá para cima e descanse um pouco.
Vou pedir o jantar.
Meu coraçã o parece que está de alguma forma se costurando de volta.
Eu sei que ainda posso fazer a diferença enquanto estiver aqui. E talvez
mesmo depois, se eu trabalhar rá pido o su iciente.
21
Enquanto estou sentado no sofá entre meu pai e Charlie um pouco mais
tarde, felizmente chupando lo mein, nã o posso deixar de pensar que,
apesar do enorme sanduı́che de cocô que me deram, ainda sou grato
por tudo que minha vida me deu. me deu. Para tudo o que nã o tenho –
minha mã e, um grupo de amigos, a esperança de um inal feliz – há
muito que tenho. E sempre teve. E agora há Charlie. Penso no que ele
me disse mais cedo e me sinto exatamente da mesma maneira: ele
existe. Eu nã o sonhei com ele. E tã o certo quanto eu sinto seu calor ao
meu lado no sofá enquanto sua perna roça a minha, eu sei que nã o
somos apenas uma aventura de verã o. Que o que sentimos um pelo
outro é eterno. Que nada pode nos separar.
Nada. E isso inclui morrer.
22
Nó s seis nos reunimos a cada duas noites nas pró ximas semanas.
Jogamos cartas, assistimos a ilmes, fazemos perguntas um ao outro do
meu velho Você prefere...? livro e geralmente apenas ter um bom tempo.
E incrı́vel ver meu pai tã o relaxado e ter algué m alé m de mim para sair,
mesmo que eu nã o tenha certeza de qual é o seu negó cio com Jessica.
E entã o, uma noite, depois que todos foram para casa e está vamos
apenas eu e meu pai na frente da TV, eu criei coragem para perguntar a
ele. "Entã o, tipo... você s estã o icando, ou ela está fazendo amizade com
você s?"
Meu pai me dá um olhar curioso. "Eu nem sei que idioma você está
falando, Katie."
Eu rio e tento novamente. "Quero dizer, você s estã o romanticamente
envolvidos ou apenas amigos ou o quê ?"
"O que ele disse.
"Você me ouviu", digo a ele, tentando ser severa. Eu realmente quero
saber. “Sua ilha moribunda merece uma resposta.”
“E eu lhe disse; minha resposta é o quê ”, diz ele. “Como se eu ainda nã o
tivesse uma resposta, Katie. Ela acaba de sair de um divó rcio. Nã o
namoro há vinte anos. Entã o vamos devagar. Ver o que acontece.”
Minha boca se abre. “Você está tentando me dizer que ainda nem a
beijou? Trê s semanas de encontros e ela nem merece um beijo de boa
noite?
As bochechas do meu pai icam rosa claro. “Estou sendo um
cavalheiro!”
"Como a Nike diz, apenas faça", digo a ele, fechando os olhos. Estou
cansado o tempo todo ultimamente. “Eu gosto dela, pai. Tu gostas dela.
Eu quero que você seja feliz. Mamã e gostaria que você fosse feliz.”
Antes de cochilar, eu o ouço dizer: “Quer saber? Ela meio que me
lembra sua mã e. Talvez você esteja certo."
Charlie está esperando por mim no barco. Estou de pé no cais com meu
pai e Morgan, dizendo a ela que nã o há problema em chorar. Ela está
freneticamente tentando enxugar as lá grimas. Eu sei que ela está brava
consigo mesma por nã o ser estó ica neste momento, mas estou muito
bem com ela mostrando seus verdadeiros sentimentos.
Porque eu també m sinto. Eu nã o quero deixá -la. Ela nunca me deixou,
nem uma vez, mesmo quando todas as outras crianças o izeram.
Espero que ela nã o veja meu ú ltimo desejo como uma traiçã o à nossa
amizade.
"Isso doi?" meu pai pergunta. Nã o tenho certeza se ele quer dizer o sol
ou seu aperto em torno de mim. Mas també m nã o. Na verdade, nã o.
Eu abaixo o capuz do meu moletom e inclino meu rosto para o sol,
mantendo meus braços abertos. A luz me cobre. Eu me sinto
verdadeiramente em paz. “E uma sensaçã o incrı́vel. Parece melhor do
que eu imaginava.”
Eu me viro para encarar Morgan. "Eu te amo muito."
Ela me puxa para um abraço feroz. “Todo mundo é uma merda
comparado a você . Estou ferrado para a vida. Você me arruinou.”
"Bem, você me salvou", digo a ela. “Obrigado por nã o acreditar em Zoe
quando ela disse que eu era um vampiro.”
Morgan começa a rir em meio à s lá grimas. “Aquela puta? Eu te disse, ela
é o diabo real. Eu nunca teria me virado contra você .”
Eu balanço minha cabeça e sorrio para ela. “E você nunca fez isso.”
“E eu nunca vou.”
“Eu nã o sei.”
Eu me viro para encarar meu pai. Eu alcanço sua mã o. Estou olhando
para ele, tentando memorizar seu rosto. Cada linha, cada curva, cada
bigode. Tenho que agradecer a ele pela minha vida. Por tudo que amo e
estimo.
“Promete que vai se deixar ser feliz?”
Só posso deixá -lo e entrar neste barco agora se souber que ele cuidará
de si mesmo depois que eu me for. Amar e ser amado novamente. Siga
suas paixõ es até os cantos mais distantes da terra com algué m especial
ao seu lado, espero. Talvez Jessica seja a ú nica? E se nã o, algué m
merecedor do homem incrı́vel que ele é .
Papai acena com a cabeça, seu rosto cheio de emoçã o. "Eu prometo."
Abraçamo-nos com força. Quero engarrafar tudo o que fomos e izemos
um pelo outro e espalhar por todo o planeta. Deixe o mundo
experimentar como é a pura bondade.
“Eu nã o sei como o universo funciona, Katie,” meu pai diz, sua voz
embargada pelas lá grimas. “Mas obrigado por me escolher para ser seu
pai. Eu realmente amei cada segundo disso.”
Eu ri. "Eu nã o tenho certeza que é assim que funciona, mas de volta
para você ", eu digo. "Eu te amo."
"Te amo mais", meu pai me diz.
Eu balanço minha cabeça e sorrio para ele. "Nã o é possivel."
Eu me viro para Charlie, que está esperando para me ajudar a entrar no
barco. Aceno para meu pai e Morgan. "Meu primeiro passeio de barco",
eu digo, tentando aliviar o momento.
“Estarei bem aqui. Na doca. Esperando por você , ok?” Papai me chama.
Eu concordo. "Eu sei que você vai."
Charlie tem um braço em volta de mim com força enquanto dirige com
o outro. Ele parece lindo, forte, no controle. Ele é tudo que eu sempre
imaginei que ele seria e muito mais.
Minhas pernas se dobram sob mim. Eu estou tã o cansado. Ele olha para
mim e sorri. “Eu tenho você . Nã o se preocupe."
Olho para o horizonte, respirando o belo ar diurno. Deixando-me
aquecer nele. No sol. E uma mistura de cores que eu nunca vi antes –
um azul frio que se desvanece em roxo, que se mistura em um laranja
ardente, e tudo isso está caindo lentamente na beira da á gua. Parece
que é só para mim. Eu me viro para encarar Charlie. “Esperei minha
vida inteira para me sentir assim.”
Ele me beija, e eu gosto do sal de suas lá grimas.
“Eu també m”, diz ele.
Oi, Charlie,
Lamento ter perdido você no seu caminho para fora da cidade. Devo ter
saído para buscar suprimentos para minha grande viagem. Ou tiros. Já
faz um tempo desde que eu iz uma viagem onde você precisa de tiros, e
deixe-me dizer-lhe, eu não perdi essa parte. De qualquer forma, espero
que Berkeley o esteja tratando bem. E quanto ao seu pedido de desculpas,
bem, isso é apenas merda. Não foi culpa de ninguém – e certamente não
foi sua por mantê-la fora até tarde demais naquela noite. Eu não quero
que você pense isso, e ela também não iria querer. Sabíamos desde que
ela era jovem que cada dia era um presente. Além disso, devo agradecer.
Tudo o que eu sempre quis foi que minha garota fosse feliz. Você a fez
muito feliz, Charlie. E é bom saber que há mais uma pessoa por aí que
sabe o quão incrível Katie era. Mais uma pessoa por aí que a ama.
Katie queria que você icasse com o caderno dela. Ela me disse para lhe
dizer que você roubou tantas vezes que você pode icar com ele. Ela
também me disse para lhe dizer para ler a última página primeiro.
Oh! E você ouviu a música de Katie no rádio? Bem, é a sua música, eu
acho. Nomeado para você, de qualquer maneira. Morgan me ligou outro
dia e disse que ela e Garver ouviram no carro. Minha garota, no rádio.
Não que eu tenha duvidado que ela pudesse fazer isso.
Tome cuidado, Charlie. E não seja um estranho.
—Jack Price
Caro Charlie,
Sempre me senti mais confortável escrevendo letras de músicas do que
frases reais. Pelo menos quando estou escrevendo, não consigo divagar,
por mais nervoso que esteja.
Não há como articular o que você signi icou para mim desde aquele
momento em que nos vimos pela primeira vez. Ou a alegria que você me
trouxe desde que te vi pela primeira vez do lado de fora da minha janela.
Você me deu o mundo.
Você me ensinou a viver.
Mesmo que nosso tempo juntos tenha sido curto, as estrelas estão
queimando a cada momento. E a luz desses momentos brilhará pelos
próximos mil anos.
Espero que de alguma forma eu possa olhar para baixo e ver você,
Charlie. Para vislumbrar todos os momentos incríveis esperando por você.
E espero que você ocasionalmente pense em olhar para cima... e se
lembrar de toda a luz que izemos juntos.
Amor vinci onia.
Eu te amo, Charlie Reed.
Sobre o XP