Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Equações Diferenciais
MI: Psicologia
Índice
1 Equação Diferencial
Denições e Exemplos
F(x, y, y 0 , y 00 , · · · , y (n) ) = 0,
onde a incógnita é a função denida por y = y(x).
Uma solução de uma equação diferencial é qualquer função
y = ϕ(x) que satisfaça a equação diferencial.
Nota
Numa equação diferencial,
1 Uma equação diferencial pode representar sistemas biológicos, físicos, químicos ou sociais denidos, por
exemplo, em intervalos (reais) de tempo ou de espaço.
Ralha, M. E. (DMat) Cálculo Aplicado à Psicologia II fevereiro 2020 3 / 23
dQ
= g(x).
dx
dy
Resolva-se = 3x 2 + 5.
dx
1 Mostre que a função denida por y = sen x é solução (particular) da equação diferencial
y 00 + y = 0.
F = ma
Introdução
Nota
A taxa de variação, de uma função, é um instrumento valioso na
modelação de fenómenos físicos, económicos, sociais e biológicos.
Podemos, basicamente, modelar os problemas que envolvem as mudanças/
variações de uma determinada função P
de forma discreta, isto é, estudando
Pt+1 − Pt
.
de forma instantânea, ou seja, estudando as derivadas de P :
nomeadamente
P 0 (t)
A resolução da equação diferencial é combinada com uma condição inicial . Suponha-se P(0) = 60!
Exercício:
a) Complete-se a seguinte tabela:
t 0 1 2 3 4 5 ···
p(t) 60 ··· ··· ··· ··· ···
P(t) = 50 + Ce0.20t , ∀C ∈ R
P(t) = 50 + Ce0.20t , ∀C ∈ R.
dy
Equações diferenciais da forma = f (x, y)
dx
A equação diferencial da forma
dy
= f (x, y) (1)
dx
y 0 = g(x) (2)
∴ A solução geral da equação diferencial (2) é
Z
y(x) = g(x) dx + C.
E se não for possível encontrar essa primitiva?
1 Tal como no caso do anterior problema, sobre a atividade piscatória.
2 Com g uma função contínua.
Ralha, M. E. (DMat) Cálculo Aplicado à Psicologia II fevereiro 2020 12 / 23
Campo de Direções: Interpretação geométrica de Equações Diferenciais
Nota
Inúmeras situações reais podem descrever-se à custa de equações diferenciais mas muitas
das equações diferenciais que modelam o mundo não têm resolução exata.
Exemplo: y 0 (x) = sen(x 2 )
É possível obter informações sobre a solução de uma determinada equação diferencial,
sem que de facto tenhamos resolvido essa equação diferencial.
O método descoberto por L. Euler (1707 − 1783) a que chamamos dos campos
direcionais é um método gráco/ geométrico de representação de soluções de uma
equação diferencial da forma
y 0 = f (x, y).
O gráco constrói-se a partir de um referencial, onde marcamos uma grelha de pontos de
coordenadas (x0 , y0 ). A cada ponto, (x0 , y0 ), associamos um segmento de reta (com ou
sem setas indicativas do sentido do deslocamento) cujo declive
y 0 (x0 )
conhecemosa porque o sabemos igual ao número real expresso por
f (x0 , y0 ).
Campo de Direções
∴ A situação modelada pela equação diferencial y 0 (x) = f (x, y) é interpretada/ substituída por
um modelo geométrico/ gráco de um campo direcional.
y 0 (x) = f (x, y) ←→
Nota
Linha Isóclina é o lugar geométrico dos pontos nos quais as soluções da
equação diferencial têm o mesmo declive. Ou seja,
para denirmos uma linha onde o declive é constante partimos de
y 0 (x) = f (x, y), e resolvemos f (x, y) = K (com K ∈ R).
Ralha, M. E. (DMat) Cálculo Aplicado à Psicologia II fevereiro 2020 14 / 23
Curvas/Soluções, Isóclinas & Campo de Direções
O vector que usamos, em cada ponto da grelha (ao longo de cada isóclina), tem
componentes (1, x). Porquê?
Exemplo 2: Reita sobre a gura (esboçada com recurso a uma ferramenta computacional)1
Exemplos 3
Nota
Esboço de Soluções Uma vez que os segmentos construídos (com ou
sem setas) num Campo Direcional são, de facto,
tangentes às verdadeiras curvas-solução da equação
diferencial, usamo-los para esboçar os grácos das
soluções.
Comportamento a longo prazo Em algums casos estamos menos
interessados nas próprias soluções de uma equação
diferencial do que estamos em saber como é que essas
soluções se comportam à medida que a variável t
aumenta. Um Campo Direcional apropriado oferece-nos
também essa informação.
dy h(x)
= ⇐⇒ g(y) dy = h(x )dx ⇐⇒
dx g(y)
Z Z
⇐⇒ g(y) dy = h(x) dx
dy 2x
• Ex : Encontre a solução geral da equação diferencial = 2
dx y
1 Note-se que esta forma pode, em particular, revestir-se de outras que lhe são equivalentes.
2 A justicação para este procedimento envolve, em particular, a denominada "regra da cadeia".
Ralha, M. E. (DMat) Cálculo Aplicado à Psicologia II fevereiro 2020 19 / 23
Seja
onde a e b são funções reais de variável real, denidas e contínuas num intervalo
I ⊂ R, uma equação diferencial linear de primeira ordem.
y 0 + a(x)y = 0,
y'(x)+a(x).y(x)=b(x) ?
• Assumamos, por momentos, que existe uma função µ a que chamaremos fator
de integração e usemo-la para multiplicar ambos os membros da equação
diferencial1
µ0 (x)
µ0 (x) = µ(x).a(x) ⇐⇒ = a(x) ⇐⇒
µ(x)
Z
⇐⇒ ln |µ(x)| + K = a(x) dx ⇐⇒
R
a(x) dx+K
⇐⇒∴ µ(x) = e ⇐⇒
R
a(x) dx
⇐⇒ ∴ µ(x) = Ke , K∈R