Universidade Federal do Espírito Santo – Engenharia Mecânica – Laboratório de Materiais I
Vitória-ES, Brasil, 28 de setembro de 2023
Relatório Técnico I – Ensaio de tração do aço de solda TIG e do Polimetilmetacrilato
Mylson Soeiro Banhos Netto – 2020205561
posicionado na máquina de tração, com as extremidades
que não serão analisadas fixada nas garras da máquina,
1. Introdução
O primeiro experimento da disciplina Laboratório
dos materiais I consiste no ensaio de tração do arame de
aço de solda TIG e do Polimetilmetacrilato (PMMA) ou
mais popularmente conhecido como acrílico, como será
referenciado daqui em diante, “Ensaio de tração consiste
na aplicação de uma carga de tração uniaxial crescente
em corpo de prova específico até a ruptura.” (GARCIA;
SPIM; SANTOS, 2012, p.6). TIG é uma abreviação
para Tungsten Inert Gas que é um processo de soldagem
elétrica que utiliza eletrodo de tungstênio para passar
uma corrente elétrica para o material a ser soldado, o
aço de solda TIG é o material usado no processo
anteriormente descrito. O acrílico é um polímero
termoplástico, transparente de baixo custo e muito
eficiente para diversas atividades o que o torna um
material extremamente versátil.
2. Objetivo
Através do ensaio de tração obtém-se:
Variação no comprimento no comprimento (L) como
função da carga aplicada (p), e após o tratamento
adequado dos resultados obtém-se uma curva tensão
(σ) versus a deformação (ε) do corpo de prova. [...]
limite de resistência a tração (σu), módulo de
elasticidade (E), módulo de Resiliência (Ur), módulo
de tenacidade (Ut), coeficiente de encruamento (n),
coeficiente de resistência (k) e parâmetros relativos à
ductilidade (estricção - φ e alongamento - ΔL)
(GARCIA; SPIM; SANTOS, 2012, p.6).
3. Materiais e Métodos
Para a realização do ensaio foi utilizada uma
máquina de tração eletromecânica da MTS modelo
exceed E43, foram testados dois corpos de provas um
do aço de solda TIG e o outro do acrílico, sendo o que o
corpo de prova do acrílico foi construído de uma forma
onde existem duas seções, uma seção por onde a
máquina poderia se firmar no corpo e a outra para
análise experimental, para realização da aferição do
estado inicial e final dos corpos de prova foram
utilizados um paquímetro da marca Starren com
resolução de 0,05 mm e um micrometro da marca
Mitutoyo com resolução de 0,01 mm, para a análise da
deformação do corpo de prova do acrílico durante o
teste foi utilizado um extensômetro para medir o
alongamento do corpo de acrílico.
3.1. Procedimento experimental
O primeiro corpo de prova a ser testado foi o do
acrílico, antes de posicionar o corpo na máquina de
tração são realizadas medições no mesmo, é
determinado o comprimento inicial com o paquímetro e
a largura inicial e a espessura inicial com o micrometro,
sendo cada uma das medidas respectivamente Li=
(51,50±0,05) mm, li= (12,99±0.01) mm e ei=
(2,77±0,01) mm, com as medições realizadas o acrílico
é aplicar regressão linear equação (6) para obter E o
o extensômetro é conectado ao corpo de prova, a
máquina é ligada e o corpo de prova começa a ser
tracionado com uma velocidade de 5 mm/s, a força
aplicada é medida através dos sensores da máquina, o
corpo é retirado e são realizadas novas medições,
aferindo agora o comprimento final, largura final e
espessura final sendo respectivamente Lf = (51,95±0,05)
mm, lf= (12,99±0.01) mm e ef= (2,77±0,01) mm. O
mesmo ensaio é realizado para o corpo de aço, com a
diferença de que não é possível ligar o extensômetro no
corpo de prova do aço de solda TIG, devido ao corpo
ser um fio de arame, são feitas as medidas iniciais com
diferença que o arame de aço tem apenas comprimento
e diâmetro como medidas iniciais e finais, sendo elas
respectivamente LF= (59,45±0,05) mm, DI= (3,20±0,01)
mm, Lf= (66,65±0,05) mm e Df= (2,15±0,01) mm.
3.2. Resultados alcançados
Foram obtidos a força (p) e a posição da travessa
horizontal em função do tempo, para o aço de solda
TIG. Foi possível determinar a tensão (σ) dada pela
equação (1), para o cálculo da área equação (3) foram
utilizados os dados mensurados durante a etapa 3.1.
Procedimento experimental. Foi possível determinar o
coeficiente de Poisson ( ν ) equação (7), o coeficiente de
estricção (φ) equação (9) é determinado usando a área
(Ao) calculado antes de realizado o ensaio e utilizando a
área (Af) final depois de realizado ensaio, o
alongamento específico (δ ) equação (10) é calculado
utilizando analogamente ao coeficiente de estricção,
mas usando o comprimento (L) no lugar da área.
P
σ= (1)
A
L o−Lf ΔL
ε= =
Lo L0
(2)
2
A=π r (3)
Durante a realização do ensaio para o acrílico,
foram obtidos as forças e o alongamento do material em
função do tempo. Para o cálculo da deformação
equação (1) do acrílico usaremos o ΔL como sendo o
valor mensurado pelo extensômetro em cada instante, e
o Lo (obtendo assim a deformação equação (2)) o valor
medido na seção 3.1 procedimento experimental, de
também é tirado todos os valores para determinar a área
equação (4). Tendo a área e a força (que é obtida
experimentalmente) é possível determinar a tensão em
cada instante. Pela equação (5) temos uma relação
linear entre a tensão e a deformação, com isso é possível
módulo de elasticidade e obter σe o limite de escoamento
que é o ponto onde a reta dada pela inclinação E corta a Tensã o x Posiçã o da travessa
curva tensão x deformação do Gráfico 2. É determinado - Aço de solda TIG
o coeficiente de Poisson ( ν ) equação (8), de maneira
análoga ao do arame de aço de solda TIG são calculados 800
o coeficiente de estricção, o alongamento específico. O 600

Tensão (Mpa)
módulo de resiliência (Ur) equação (11) é calculado
usando a aproximação σp = σe,, “Pelo fato de o limite de 400
proporcionalidade se encontrar bastante próximo do
limite de escoamento, pode-se assumir, para efeitos de 200
cálculo, valores iguais para amos os limites” (GARCIA; 0
SPIM; SANTOS, 2012, p.20), e por fim é determinado 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
o módulo de tenacidade (Ut) equação (12) utilizando o Posição da travessa horizontal (mm)
limite de escoamento (σe) e o limite de resistência a
tração (σu) sendo ele o último valor medido antes da
quebra do material. Gráfico 1. Tensão x Deformação aço de solda TIG.

A resistência a tração σu = 413,91 Mpa que é um

A=li ×ei (4)
valor aceitável tendo em vista que um aço qualquer
σ =E × ε (5) varia entre 300 e 500 Mpa, o coeficiente de Poisson
∑ ( ε−ε ) ⋅ ( σ−σ ) encontrado para o aço é de ν=2 ,71 , o que não é um
E= 2
∑ ( x−x ) valor satisfatório tendo em vista que para um aço
(6) qualquer ν=0 , 30. O coeficiente de estricção
−ε d encontrado foi de φ=0 , 12 e por último o alongamento
ν= específico δ=−0 , 12.
εz
(7) Para o acrílico temos o Gráfico 2 que representa a
−ε x −ε y curva Tensão x Deformação, através deste gráfico
ν= = poderemos tirar algumas análises como: Módulo de
εz εz
elasticidade E= 4,14 Gpa está bem próxima do que um
A 0− A f acrílico deveria suportar o que seria na casa dos 3 Gpa,
(8) φ=
A0 limite de escoamento σe = 55,99 Mpa ponto onde a reta
L0−Lf intercepta a curva, e bem próximo do que seria entre 60
(9) δ= e 110 Mpa, σu= 57,82 Mpa resistência a tração um
L0 resultado satisfatório tendo em vista que o valor
(10) esperado era de 61 Mpa.
2
σp
Ur=
2⋅ E Tensã o x Deformaçã o -
(11)
σ e −σ u Polimetilmetacrilato
Ut= ⋅ε f 70
2
(12) 60 R² = 0.990574185042368
50
Tensão (Mpa)

40
4. Resultados e Discussão 30
20
O primeiro material a ser analisado é o aço de solda
10
TIG, o Gráfico 1 representa a curva Tensão x Posição
da travessa, como no ensaio do aço não foi possível 0
0.00% 0.50% 1.00% 1.50% 2.00%
utilizar o extensômetro menos análises serão possíveis
de serem feitas com o material. Deformação

Gráfico 2. Tensão x Deformação Polimetilmetacrilato

É impossível deter o coeficiente de Poisson para o

material pois não foi medida nenhuma diferença na
largura e na espessura. O mesmo problema se repete
para o coeficiente de estricção já que não temos
variação das medidas não temos variação de área.
Alongamento específico δ=−0,008 o que está longe
do esperado para o acrílico que seria próximo dos

Japanese Society of Tribologists, Japan Tribology Online Vol. 1 (2005) / 2

2,88%. Módulo de U r =0 , 38
resiliência de
N.mm/mm³. Módulo de tenacidade U t =0 , 03
N.mm/mm³.

5. Conclusões
Para um ensaio de fim didático onde as normas não
foram aplicadas da forma como deveriam, alguns
resultados importantes a resistência a tração de ambos
os materiais deu bem próximos do esperado, alguns
erros de medidas foram notados, por exemplo muitas
análises do acrílico foram deixadas de lado pois não
aconteceram mudanças em suas medidas. Por fim
notasse que o principal objetivo deste ensaio foi
alcançado, que é ver a teoria da sala de aula sendo
aplicada na prática e reconhecê-la.

6. Referências
[1] GARCIA, Amauri; SPIM, Jaime A.; SANTOS,
Carlos Alexandre dos. Ensaios dos Materiais, 2ª
edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN,
2012. E-book. ISBN 978-85-216-2114-0. Disponível
em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-
85-216-2114-0/. Acesso em: 30 set. 2023.
[2]https://api.aecweb.com.br/cls/catalogos/belmetal/
chapas-acrilico.pdf

Associazione Italiana di Tribologia (http://www.aitrib.it/) 3