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Revista de Ciência e Medicina no Esporte

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Pesquisa original

Efeitos facilitadores e inibitórios da fita Kinesio: fato ou moda passageira?

C. Cai, IPH Au, W. An, RTH Cheungÿ
Departamento de Ciências da Reabilitação, Universidade Politécnica de Hong Kong, Hong Kong

informações do artigo abstrato

Historia do artigo: Objetivos: Kinesio tape (KT) é uma intervenção comumente usada em esportes. Afirma ser capaz de alterar a atividade
Recebido em 27 de novembro de 2014
muscular, tanto em termos de facilitação como de inibição, por certos métodos de aplicação. Este estudo comparou a
Recebido em formato revisado em 15 de janeiro de 2015
atividade neuromuscular dos músculos extensores do punho e a força máxima de preensão com o KT facilitatório, inibitório
Aceito em 28 de janeiro de 2015
e a condição sem fita em adultos saudáveis que desconheciam o KT.
Disponível on-line xxx
Os potenciais efeitos do placebo foram eliminados por engano.
Projeto: Ensaio enganoso randomizado.
Palavras-chave:
Métodos: 33 participantes realizaram avaliação de preensão máxima em uma ordem aleatória de três condições de aplicação
Gravando
Desempenho de fita: KT facilitador verdadeiro, KT inibitório e sem fita. Os participantes ficaram vendados durante a avaliação. Sob o
Força
pretexto de aplicar uma série de sensores musculares adesivos, o KT foi aplicado aos músculos extensores do punho do
antebraço dominante nas duas primeiras condições. Comparações dentro dos sujeitos da média quadrática normalizada da
atividade eletromiográfica dos extensores do punho e da força máxima de preensão foram realizadas em três condições de
bandagem.
Resultados: confirmou-se que 31 dos 33 participantes alistados desconhecem o KT. Não foram encontradas diferenças
significativas na força máxima de preensão (p = 0,394), atividade eletromiográfica (p = 0,276) e desempenho autopercebido
(p = 0,825) entre as condições KT facilitatório, KT inibitório e sem fita.
Conclusões: Não foram observados efeitos facilitadores nem inibitórios entre as diferentes técnicas de aplicação do KT em
participantes saudáveis. Clinicamente, métodos alternativos devem ser utilizados para modulação da atividade muscular.

© 2015 Medicina Esportiva Austrália. Publicado pela Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.

1. Introdução de músculos pode ser alcançada alongando o órgão tendinoso de Golgi

A fita Kinesio (KT) é uma das fitas terapêuticas adesivas mais
comuns para prevenção de lesões, reabilitação e melhoria de
desempenho. Demonstrou-se clinicamente eficaz na promoção do
movimento articular,1–3 aumentando a atividade muscular,4,5 induzindo
uma ocorrência mais precoce de pico de torque muscular,6,7 e melhoria
do desempenho funcional.8–10 No entanto, o mecanismo de
funcionamento do O KT permanece desconhecido.11 Foi sugerido que
os efeitos terapêuticos do KT podem ser devidos à interação entre a
estimulação aferente cutânea e o disparo da unidade motora no sistema
nervoso central e periférico. Demonstrou-se que um aumento da
estimulação nervosa periférica promove a excitabilidade do córtex
motor.12 A redução do limiar do neurônio motor pode ser induzida pela
estimulação cutânea, resultando em recrutamento mais fácil das
unidades motoras,13 e por sua vez, levando a um melhor desempenho
funcional. Além da facilitação muscular, o KT demonstrou ser eficaz no
controle da dor pela inibição da atividade muscular.1,3,15 Pensa-se que a inibição
ÿ Autor correspondente.
Endereço de e-mail: roy.cheung@polyu.edu.hk (RTH Cheung).
na extremidade distal do músculo.16 Curiosamente, o efeito inibitório
muscular da KT é principalmente anedótico e apenas clinicamente
relevante. Até onde sabemos, há escassez de evidências para examinar
o mecanismo do KT inibitório. Vercelli et al.17 relataram força isocinética
do quadríceps e desempenho funcional semelhantes em 30 adultos
saudáveis com KT facilitatório e inibitório. Por outro lado, Kuo et al.18
encontraram redução tardia da força de preensão (24 horas após a
aplicação da fita) em 19 adultos jovens com KT inibitório.
O verdadeiro efeito do KT foi questionado por um experimento
recente que eliminou o potencial efeito placebo ao enganar os
participantes.19 Nesse estudo específico, um grupo de leigos (n = 30)
que desconheciam o KT foi recrutado e lhes foi dito que uma série de
sensores musculares adesivos pode ser aplicada para examinar o
recrutamento muscular durante o exame da força isocinética do joelho.
O pico de torque normalizado da massa corporal, o trabalho total e o
tempo para atingir o pico de torque foram encontrados semelhantes
entre indivíduos com KT facilitador, KT simulado e sem fita adesiva.
Eles concluíram que os efeitos do placebo podem ser atribuídos aos
resultados positivos em estudos anteriores de KT.
Contudo, nesse estudo específico, o efeito inibitório da KT não foi
examinado. Além disso, esse estudo enganoso apenas mediu a

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força muscular, mas a resposta neuromuscular, em termos de atividade
eletromiográfica (EMG), permanece desconhecida. Portanto, o objetivo deste estudo
foi utilizar um desenho enganoso para examinar a atividade neuromuscular dos
músculos extensores do punho e a força máxima de preensão com aplicação de
KT facilitadora e inibitória, e sem aplicação de KT em adultos saudáveis que
desconhecem o KT. Nossa hipótese é que não haveria diferença dentro do sujeito
na raiz quadrada média da atividade EMG e na força máxima de preensão quando
os participantes foram aplicados com KT facilitador, KT inibitório e não gravados.
2. Métodos
Um total de 33 adultos saudáveis foram recrutados por amostragem conveniente.
Para garantir que todos os participantes desconheciam a gravação, antes do
experimento, eles foram solicitados a listar todos os equipamentos profiláticos e de
reabilitação para esportistas que pudessem imaginar. Dois deles foram excluídos
por conseguirem nomear “fita”, “gesso adesivo”, “fita adesiva” ou equivalente. Todos
os participantes alistados também estavam livres de quaisquer condições
cardiopulmonares conhecidas e de cirurgia prévia na extremidade superior testada.
Além disso, eles estavam livres de qualquer dor articular ativa ou outros sintomas
relacionados nos últimos 12 meses. O comitê de revisão ética revisou e aprovou os
procedimentos do experimento e consentimentos por escrito foram obtidos dos
participantes.
Antes do teste, cada participante realizou 15 repetições do exercício de
alongamento do punho da mão dominante como aquecimento, seguido de um
minuto de descanso. Imediatamente após a aplicação do KT, todos os participantes
foram solicitados a realizar uma pegada de força máxima por três vezes, com cada
tentativa durando aproximadamente 3 s. Foi dado um minuto de descanso entre as
tentativas. A força de preensão foi quantificada por um dinamômetro Jamar (Modelo
J00105, Lafayette Instrument, IN, EUA), enquanto a posição do punho e a posição
de teste foram padronizadas.20 A atividade EMG de superfície dos extensores do
punho foi medida simultaneamente usando eletrodo Ag/AgCl (SX230, Biomet- rics
Limited, Newport, Reino Unido). Para reduzir a impedância da pele, a pele do
antebraço testado foi raspada, limpa com álcool e levemente lixada com lixa. Um
furo circular do mesmo tamanho do eletrodo EMG foi produzido por um perfurador
de modo que a área de superfície de contato fosse idêntica entre diferentes
condições de aplicação da fita.
Gel condutor foi aplicado no eletrodo, que foi posicionado longitudinalmente ao longo
do ventre muscular do grupo extensor do punho (fig. 1). O sinal EMG foi pré-
amplificado (×330), filtrado passa-faixa (10–3000 Hz) e amostrado a 1000 Hz. A
raiz quadrada média
Figura 1. Medição EMG dos músculos extensores do punho com aplicação de Kinesio
Tape.
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(RMS) de EMG foi calculado a partir da janela de tempo intermediária de 1 s durante
o teste de força de preensão máxima. Houve um período de intervalo de sete dias
entre as sessões de teste.
Os participantes ficaram com os olhos vendados durante todo o experimento
para que não conseguissem perceber o real propósito do experimento. Eles foram
informados de que poderíamos aplicar uma série de sensores musculares adesivos
para examinar o recrutamento muscular, mas aplicamos diferentes condições de KT
em uma ordem aleatória. As condições KT foram “condição KT facilitadora” (FKT),
“condição KT inibitória” (IKT) e “condição sem fita” (NKT). Na condição FKT,
aplicamos KT na pele que recobre os extensores do punho do antebraço dominante.
O KT foi aplicado da direção de origem até a inserção com 75% de sua tensão
máxima de comprimento, o que se propõe a proporcionar efeito de facilitação
muscular.6 A tensão do KT foi confirmada pela medida antropométrica da fita, ou
seja, medir a mudança no comprimento da fita antes e depois de esticado. Na
condição IKT, o procedimento e a área de contato da fita eram idênticos à condição
FKT, exceto que a direção de aplicação era inversa, ou seja, da inserção até a
origem, o que é proposto para fornecer efeito inibitório muscular.21 Na condição
NKT, nenhuma fita foi aplicada nos participantes . .
Após testar cada condição, também coletamos feedback subjetivo sobre seu
desempenho (VAS: 0 – pior desempenho; 10 – melhor desempenho). Todos eles
foram explicados com o verdadeiro propósito do experimento após o término da
terceira sessão de testes.
Eles receberam imediatamente uma sessão de esclarecimento sobre o engano
após a conclusão do experimento.
Todos os dados foram analisados no SPSS versão 17 (SPSS Software, Chicago,
IL, EUA). ANOVA de medidas repetidas foi usada para testar os efeitos do KT dentro
do sujeito, ou seja, atividade RMS-EMG, força máxima de preensão e autopercepção
sobre o desempenho em diferentes condições de gravação. O nível alfa global foi
definido em 0,05.
3. Resultados
Na sessão de debriefing, confirmamos que 31 participantes (14 mulheres; idade
= 23,7 ± 2,7 anos; massa = 62,5 ± 12,3 kg; altura = 1,70 ± 0,09 m) foram enganados
com sucesso e desconheciam o KT. Não foi encontrada diferença significativa na
força máxima de preensão entre FKT (22,4 ± 16,2 kg), IKT (22,9 ± 15,6 kg) e NKT
(23,5 ± 16,7 kg) (p = 0,327). Da mesma forma, não houve diferença significativa no
RMS-EMG entre as três condições de bandagem (FKT = 0,287 ± 0,117 mV; IKT =
0,273 ± 0,148 mV; NKT = 0,249 ± 0,104 mV; p = 0,076).
Além disso, o desempenho autopercebido nas diferentes condições foi semelhante
(p = 0,041) (fig. 2).
4. Discussão
Este estudo examinou os verdadeiros efeitos do KT facilitador e inibitório na
atividade muscular e no desempenho funcional em participantes enganados. Nossos
achados foram consistentes com nossas hipóteses originais de que, com a
eliminação do efeito placebo, o KT não facilitou ou inibiu a atividade muscular e
alterou o desempenho funcional em adultos saudáveis.
Experimentos anteriores relataram descobertas inconsistentes sobre os efeitos
do KT na atividade EMG. Por exemplo, Briem e colegas relataram que a aplicação
de KT não alterou a atividade muscular em atletas do sexo masculino durante uma
perturbação súbita.22 Por outro lado, Yeung et al. encontraram um tempo
significativamente menor necessário para o músculo tapado gerar o pico de torque.7
Tal inconsistência pode ser explicada pelas diferentes crenças psicológicas sobre
KT nos participantes testados nos experimentos,23,24 já que a maioria deles não
forneceu medidas eficazes para eliminar os efeitos placebo. Em relação à força de
preensão, nossos achados estão de acordo com o estudo de Kuo et al.,18 que
também não relatou alteração imediata na força de preensão por
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as expectativas do indivíduo mudam suas crenças e comportamentos, levando a

um resultado mais positivo.23,24 Estudos anteriores sugeriram que o placebo pode
fornecer efeitos analgésicos25 e promover a função motora.26 Achados
semelhantes foram relatados entre atletas para melhoria do desempenho
esportivo. . A maioria dos atletas acreditava que os efeitos do placebo poderiam
influenciar o desempenho esportivo e admitiram ter experimentado eles próprios
os efeitos do placebo.23,24 Embora haja conhecimento limitado sobre os
mecanismos do placebo, nossos resultados sugerem que há uma forte relação
entre crença e desempenho que pode afetar a precisão da experiência. pesquisa
mental.24 Houve diversas limitações neste estudo. Em primeiro lugar, este estudo
examinou apenas um
efeito imediato após a aplicação da fita. Os efeitos prolongados do KT foram
relatados em um estudo anterior.18 Uma investigação do efeito de transferência é,
portanto, justificada, embora um estudo enganoso de acompanhamento mais longo
possa não ser muito viável. Em segundo lugar, o presente estudo recrutou apenas
adultos saudáveis. Nossos achados não podem ser generalizados para outras
populações, como atletas e pacientes em reabilitação. Pesquisas futuras poderão
investigar os efeitos do KT em participantes com histórico de lesões. Terceiro, não
examinamos os efeitos da fita falsa neste experimento. Uma experiência com um
grupo simulado pode melhorar ainda mais a compreensão do seu mecanismo de
funcionamento.

5. Conclusões

Nossas descobertas não apoiam as funções reivindicadas do KT na modulação

da atividade muscular e na geração de força por técnicas facilitadoras ou inibitórias.
A aplicação clínica do KT para promoção ou inibição da atividade muscular pode
ser exagerada.
Implicações práticas:

• O KT facilitador não promoveu atividade muscular nem aumentou a força

geração.
• O KT inibitório não reduziu a atividade muscular nem reduziu a geração de força
geração.
• Clinicamente, um método alternativo deve ser usado para atividade muscular
modulação.

Reconhecimentos

Nenhum.

Referências

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Adotamos o desenho do estudo enganoso anterior19 , que examinou os
verdadeiros efeitos do KT, uma vez que eliminou com sucesso a crença individual
dos participantes no KT. A taxa de sucesso para enganar o participante foi muito
comparável entre Poon et al. (30 de 34) e nosso estudo (31 de 33). Essa alta taxa
de sucesso reforçou a praticidade do protocolo e este modelo pode ser referenciado
para estudos futuros. No entanto, também esperamos uma taxa de sucesso menor
se o experimento for conduzido em uma população atlética ou em uma amostra
com amplo conhecimento de equipamentos esportivos.
O efeito placebo é um fenômeno psicológico que pode ser atribuído à alteração
da condição e do desempenho porque o
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