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Daniela Biasotto Gonzalez , Danielli Cristina Borges Tótora , Elaine Layber Mendes
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Fisioterapeuta; Profa. RESUMO: Este estudo visou avaliar o efeito imediato da mobilização articular
Dra. em Biologia e
pelo método M a i t l a n d e m p a c i e n t e (58 anos) c o m discrepância do
Patologia Buco-Dental
pela F O P / U N I C A M P ; comprimento de membro inferior ( D C M I ) devido a seqüela de acidente
Profa. do Curso de automobilístico. O paciente, com o membro direito menor, foi avaliado
Fisioterapia da em uma sessão, apresentando diferença entre as medidas do comprimento
Universidade de Mogi
dos membros inferiores real e aparente de 3 c m , diferença de comprimento
das Cruzes)
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de pernas de 1 c m e, ainda, distância calcâneo D-solo de 7,5 c m . N a
Fisioterapeutas
mesma e única sessão, foi tratado por mobilização articular pelo método
Maitland, um procedimento de mobilização articular geralmente usado
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
p a r a a u m e n t a r a m o b i l i d a d e e m á r e a s restritas d o s i s t e m a
Danielli C. B. Tótora
R. Alves Guimarães 623 musculoesquelético, que pode favorecer a alteração postural. Foram
apto. 163 Pinheiros aplicadas duas técnicas - volante pélvico posterior e volante pélvico anterior
05410-001 São Paulo SP - durante 1 minuto cada, repetidas três vezes, num total de 6 minutos,
e-ma/7: sendo o paciente reavaliado previamente a cada execução. Após os dois
danitotora@bol.com.br
primeiros minutos, foi constatada diminuição de 3 cm da medida calcâneo
D-solo. Após o segundo e terceiro procedimentos não houve alteração,
ACEITO PARA PUBLICAÇÃO
mantendo-se o ganho anterior. O s resultados mostram que as técnicas
ago. 2004
utilizadas do método Maitland foram eficazes, diminuindo a D C M I .
DESCRITORES: Técnicas de fisioterapia/métodos; Extremidade inferior; Reabilitação
sobre os quadris do paciente apon- 6 minutos, sendo o paciente solo a fim de se obter a valor da
tando em direção a sua própria reavaliado três vezes. A o final dos D C M I , o paciente foi colocado
face. O fisioterapeuta colocou a seis minutos, foram novamente em posição ortostática. Santili eí
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parte inferior da mão esquerda so- tiradas fotografias (Figuras 4 a 6). a/. relatam que o posicionamento
bre a parte anterior da espinha ortostático do paciente (posição
ilíaca do paciente, com os dedos de carga) é fundamental para ava-
e os antebraços sobre a pelve do RESULTADOS liar a verdadeira discrepância fun-
paciente, apontando para sua ou- cional do M l .
O s resultados são mostrados no
tra mão. A seguir, executou uma
Quadro 2, que apresenta os valo- N o presente estudo o paciente
tensão rotatória sobre a articula-
res da distância calcâneo D-solo apresentou na medida calcâneo
ção sacroilíaca, balançando a par-
na avaliação inicial e nas reavalia- D-solo de 7,5 c m ; nas medidas
te superior da pelve para a frente
ções após cada 2 minutos do uso real e aparente, 3 cm de diferen-
com o movimento do seu corpo.
das técnicas volante pélvico ante- ça e, nos comprimentos das per-
O volante pélvico anterior foi rior e volante pélvico posterior. nas, 1 cm de diferença. Pressupõe-
u s a d o na p e l v e c o n t r a l a t e r a l Após os 2 primeiros minutos, no- se que essas diferenças, além de
(pelve E). As posições do pacien- tou-se uma diminuição de 3 c m serem de origem óssea pelo me-
te e fisioterapeuta foram pratica- da medida feita na avaliação ini- nor tamanho da perna D, sejam
mente as mesmas, c o m a exce- cial (Figura 6). Já após o segundo também de origem muscular e
ção de que o paciente deitou so- e terceiro procedimentos não hou- postural, pois os testes de encur-
bre o seu lado direito e o fisiote- ve alteração da medida obtida tamento realizados no paciente
rapeuta esteve virado para os pés inicialmente. foram positivos no M l E; isso con-
do paciente, sendo o sentido do firma que os encurtamentos po-
movimento de balanço da parte d e m f a v o r e c e r a a l t e r a ç ã o da
superior da pelve para trás. DISCUSSÃO marcha, visto que contribuem para
a diminuição do comprimento do
As técnicas foram realizadas O presente estudo procurou
M l e obliqüidade pélvica.
durante 1 minuto cada. Após os analisar o efeito imediato do mé-
dois m i n u t o s o p a c i e n t e era todo Maitland de mobilização arti- 2
Segundo G u r n e y ' , a D C M I é
reavaliado quanto à distância cal- cular em paciente c o m D C M I . um impedimento biomecânico e
câneo D-solo. O procedimento foi D u r a n t e a a v a l i a ç ã o , para se um fator predisponente de desor-
realizado três vezes, num total de mensurar a distância calcâneo D- dens m u s c u l o e s q u e l é t i c a s a s -
sociadas, implicando afecções da a mobilização articular é capaz da região do quadril possibilitou
m e c â n i c a da m a r c h a , postura de gerar resultados em um minu- a melhora funcional da marcha,
compensada, aumento da inci- to para cada procedimento. Nes- pois o paciente teve a báscula di-
dência de escoliose, bem como te caso, nos primeiros dois minu- minuída - além de grande satis-
prejuízos estéticos. tos já se o b t e v e r e s u l t a d o fação pessoal com o resultado.
satisfatório, não tendo h a v i d o
Nos resultados, nota-se que na
avanços nas duas avaliações pos-
primeira reavaliação h o u v e d i -
minuição da distância calcâneo
teriores. CONCLUSÃO
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D-solo de 3 c m , bem c o m o da Segundo Santili eí a / . , se as
assimetria da obliqüidade pélvica, articulações do quadril, joelho, Pode-se c o n c l u i r q u e , neste
demonstrada pelos pontos d e - tornozelo e pé forem estáveis, po- caso, a mobilização articular em
marcados das EIAS e EIPS, confir- rém móveis, os membros, equaliza- região sacroilíaca com a técnica
mando a eficácia do método apli- dos no mesmo tamanho, poderão do volante pélvico se mostrou efi-
cado no paciente. Porém, observa- desenvolver a marcha com ele- caz na melhora da discrepância
se q u e na segunda e terceira gância e menor desgaste mecâni- dos membros inferiores, levando
reavaliações não houve diferença, co. N o presente trabalho, embora a uma marcha muito mais funcio-
mantendo-se os mesmos valores não se t e n h a m e q u a l i z a d o os nal e com menos desgaste para o
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(4,5 cm). E s t u d o s mostram que membros, apenas a mobilização paciente.
REFERÊNCIAS
7 Song K M , Halliday SE, Little D G . The effect of 13 Tachidijia M O . Ortopedia pediátrica. São
limb-length discrepancy on gait. J Bone Joint Paulo: Manole; 1995. v . 1 , p.27-33:
Surg. 1997;79-A(11):1690-8. Discrepância no comprimento do membro.