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Parte 2a
lpaterno@unb.br
II.1 Reações em Cadeia
Uma etapa de retardação pode eventualmente ocorrer, quando um radical ataca uma
molécula de produto e diminui a taxa de formação. Uma etapa de inibição também pode
ocorrer, quando os radicais são eliminados por um mecanismo diferente da terminação.
Iniciação:
Br2 + M 2Br + M, v = ka[Br2]
Propagação:
Br + H2 HBr + H , v = kb[Br ][H2]
H + Br2 HBr + Br , v = kb’[H ][Br2]
Retardação:
H + HBr H2 + Br , v = kc[H ][HBr]
Terminação:
Br + Br + M Br2 + M , v = kd[Br ]2
i)
ii)
iii)
iv)
De acordo com esse mecanismo, a massa molar do polímero aumenta continuamente com
o tempo.
A concentração de monômero desaparece rapidamente nos instantes iniciais da reação
muito antes da obtenção de um polímero de alta massa molar. Para a maioria das
polimerizações em etapas há menos de 1% de monômero original no momento em que a
cadeia polimérica contém apenas ~10 unidades monoméricas.
Observa-se que tanto para a esterificação de uma série homóloga de ácidos (Tabela 2.1)
quanto de dióis (Tabel 2.2), a constante de taxa independe da massa molar da substância
de partida.
A espécie protonada (I) reage com o diol, resultando numa segunda espécie protonada
Caso 1: Auto-catálise
O próprio ácido (diácido) carboxílico pode atuar como fonte de prótons, de modo que a
equação de taxa torna-se
Equação de Carothers
A massa molar numérica média ( ) é definida como a massa total de uma amostra
polimérica dividida pelo número total de moles nela contida, ou seja:
Onde M0 é a média das massas molares de duas unidades de repetição e Meg é a massa dos
grupos terminais. Mesmo para um polímero de massa molar pequena, a contribuição de Meg
é muito pequena e pode ser desprezada, de modo que a expressão pode ser simplificada
para:
Essa expressão nos diz que a massa molar do polímero aumenta lentamente como o tempo
de reação, exceto nos primeiros instantes da reação. Isso significa que é necessário
tempo muito longos para obter polímeros de alta massa molar. Logo, a reação com catálise
externa se faz necessária. A lentidão é consequência de uma cinética de 3ª ordem.
ou
Se considerarmos que cada cadeia polimérica tem dois terminais, o número total de
moléculas poliméricas é metade do número total de terminais de cadeia, ou seja:
Essa equação nos mostra como o grau de polimerização varia com um desbalanço
estequiométrico (r) e a extensão de reação (p). Temos então, dois limites para essa
expressão:
Se r = 1, então: Se p = 1, então:
A polimerização em cadeia é iniciada por uma espécie reativa, R*, produzida a partir da
decomposição de um iniciador I:
A espécie reativa (centro reativo) pode ser um radical livre ou íons que se adicionam ao
monômero e rompem uma ligação dupla para formar um novo radical (ou íon). O processo é
repetido tanto quanto for a disponibilidade de monômero de modo a propagar o centro
reativo:
Na polimerização em cadeia, polímeros de massa molar alta são formados logo no início
da reação. A concentração de monômero diminui ao longo do curso da reação à medida que
aumenta o número de moléculas poliméricas de massa molar alta.
Enquanto que na polimerização em etapas qualquer par de espécies podem reagir entre
si, na polimerização em cadeia apenas monômero e espécies em propagação podem reagir.
Combinação
Desproporcionamento
Energia
E=h
E = h = hc/
1. Na absorção de luz, um fóton com energia igual à diferença de energia entre dois
estados eletrônicos pode usar sua energia para promover um elétron de um estado de
mais baixa energia para o próximo de mais alta energia e, então, produzir um estado
eletrônico excitado. O fóton é completamente destruído no processo, sua energia torna-
se parte da energia total da espécie absorvente.
Dois princípios fundamentais em relação à absorção de luz formam a base do
entendimento das transformações fotoquímicas:
2. A emissão espontânea ocorre quando uma espécie excitada emite um fóton de energia
igual à diferença de energia entre dois estados sem a influência de outras espécies. A luz é
emitida aleatoriamente em todas as direções de modo que os fótons emitidos estão fora de
fase, tanto em tempo quanto espaço (luz incoerente).
Absorção
R+h 12 R*
Emissão espontânea
Emissão estimulada
Temos, portanto, que a absorção de luz por pelo menos uma espécie do sistema químico
pode ocasionar:
Absorção de luz
- dI/I = cdx
lpaterno@unb.br 106551 – Cinética Química Parte 2
II.3 Cinética Fotoquímica
Podemos transformar o valor de exp para a base 10 e então temos uma nova expressão
para a intensidade da luz absorvida, I = I010-0,4343 cx ou I = I010- cx. A constante é
conhecida como coeficiente de extinção molar. A equação é conhecida como lei de
Lambert-Beer.
A energia total de uma molécula é contabilizada pela sua energia eletrônica e energia
devida à movimentação nuclear (vibracional e rotacional):
Como a separação entre os níveis eletrônicos de energia é muito maior que os níveis
vibracionais, assim como a separação entre os níveis vibracionais é maior que entre os
níveis rotacionais, é possível descrever os efeitos das transições eletrônicas
considerando-se os estados eletrônico e vibracional como quantizados. (aproximação de
Born-Oppenheimer).
Sendo assim, a absorção de luz UV-vis resulta em transições eletrônicas em que mudam
tanto os estados eletrônicos quanto os vibracionais (transições vibrônicas).
Ep
A curva de Morse modela a forma com
que a energia potencial de uma molécula
muda com o seu comprimento de ligação.
Distância internuclear
Como o núcleo move-se muito mais lentamente que o elétron, quando uma
transição eletrônica ocorre, ocorre tão rápido que o núcleo permanece fixo.
Este efeito forma a base do princípio de Franck-Condon; a transição ocorre
com um núcleo estacionário.
(a) ambos estados eletrônicos têm geometrias similares. (b) o estado excitado
apresenta distância internuclear maior que do estado excitado.
Observações:
Processos de Desativação
O estado excitado tem tempo de vida curto e perde sua energia por meio de diferentes
processos de desativação até retornar ao estado fundamental.
1) Processos Intramoleculares:
2) Processos Intermoleculares
Diagrama de Jablonski
O rendimento quântico é, portanto, uma medida da taxa de eventos induzidos pela radiação
pela taxa de absorção de fótons.
Após a absorção de um fóton, o estado excitado então formado pode decair (desativar)
por diferentes processos: emissão (fluorescência, fosforescência, cruzamento inter-
sistemas (ISC) e conversão interna (IC). Para um estado excitado singleto que decai para o
estado fundamental, temos que:
Portanto:
S* + Q S+Q vQ = kQ[S*][Q]
Uma classe comum de reações fotolíticas consiste de reações nas quais o processo
primário fotoquímico é a absorção de um fóton seguida pela dissociação da molécula:
M+h fragmentos
Para que haja a dissociação de M, a frequência do fóton deve coincidir com a região
espectral de absorção de M.
Em alguns casos, o processo fotoquímico tem o mesmo mecanismo que um processo térmico;
em outros, pode ser bem diferente.
2HI H2 + I2
HI + h H+I v = Iabs
H + HI H2 + I v = k2[H][HI]
I+I I2 v = k3[I]2
E, portanto, o rendimento quântico é dado por: Este resultado nos mostra que a taxa de
reação é o dobro da intensidade de luz
absorvida e não depende diretamente da
concentração de HI. Por isto a reação é
muito lenta (via fotoquímica).
A reação fotoquímica entre H2 e Br2 segue uma lei cinética semelhante à reação
térmica.
Br2 + h 2Br
Br + H2 HBr + H
H + Br2 HBr + Br
H + HBr H2 + Br
Br + Br Br2
Esta equação tem a mesma forma que aquela obtida para a reação térmica, onde o fator
(2Iabs)1/2 é substituído por (k1[Br2])1/2.
Essa expressão mostra que à medida que a intensidade da luz absorvida aumenta, uma
proporção maior de átomos de bromo formados converte-se em Br2 ao invés de entrar na
cadeia. Portanto, a maioria dos fótons adicionais é desperdiçada e o processo é menos
eficiente.
0 x L
0 x L
o spin total, S, de um número de elétrons é determinado pela soma dos números quânticos
de spin dos elétrons associados a um estado, o qual pode ser especificado por sua
multiplicidade:
Multiplicidade de spin = 2S + 1
Tomamos como exemplo o átomo de hélio que possui dois elétrons emparelhados no orbital
1s (1s2). Os elétrons ocupam o orbital de menor energia e o estado apresenta multiplicidade
1. Dessa forma, o átomo de hélio no estado fundamental é dito singleto, S0.
Soma dos spins, S = 1/2 – 1/2 = 0 Soma dos spins, S = 1/2 + 1/2 = 1
Multiplicidade = (2S + 1) = 1 Multiplicidade = (2S + 1) = 3
Nas moléculas, os elétrons ocupam estados quantizados, descritos por funções de onda
chamadas de orbitais moleculares.
Para resolver a equação de Schröndiger para um elétron numa molécula, tomamos como
exemplo uma molécula simples (H2+) e assumimos que os núcleos permanecem estáticos em
relação ao elétron (aproximação de Born-Oppenheimer).
A energia total da molécula a uma dada separação R é dada pela soma dos
autovalores de E e a repulsão entre os núcleos:
contato Req
0
R (Å)
repulsão
atração
A LCAO assume que quando o elétron está muito perto de um dos núcleos, p. ex.
A, o termo 1/rA em V é muito maior que 1/rB. Desse modo, a energia potencial do
elétron se reduz a:
Assumindo N2 = 0,31,
antiligante
ligante