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Introdução

A patologia das pigmentações é o acúmulo de pigmentos em alguns locais do


tecido, são substâncias estranhas, que provocam reações inflamatórias. A pigmentação
exógenos são fatores de agressões, que não são formados pelo próprio organismo, como
por exemplo a tatuagem.

O objetivo do trabalho é mostrar os conceitos do Lipocromos tendo também


como objetivo detalhar tudo relacionado a ele.

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Lipocromos
Os lipocromos são formados por pigmentos chamados carotenoides que podem
ser do tipo carotenos e xantofilas. Pelo tipo de lipocromos os canários podem ser:
 Amarelo e Amarelo Marfim, pela origem dos canários ancestrais;
 Vermelho e Vermelho Marfim, pela hibridação com o Tarim da Venezuela;
 Branco e Branco Dominante, pela ausência total de qualquer tipo de lipocromo.

Ao contrário, a cantaxantina, que não existe na alimentação normal do canário,


tem que ser adicionada. É depositada diretamente nas penas, não formando reservas no
organismo. Se o fornecimento for suspenso, as penas em crescimento se tornarão mais
claras, daí a necessidade da adiçăo continuada da cantaxantina na alimentação, ao
menos durante o período da muda.

Alimentação X Depósitos De Lipocromo


Sendo os depósitos de lipocromo diretamente influenciados pela alimentação,
podemos alterar a cor original do canário, definida por seu patrimônio genético,
manipulando a alimentação. Alguns exemplos:
As verduras contêm pigmentos vegetais, especialmente a zeaxantina, com a forte
tendência a dourar nossos canários amarelos, afetando negativamente a qualidade do
lipocromo. Quando mais verde, mais zeaxantina a verdura contém.

É interessante ressaltar que, no caso do fator marfim, este efeito é benéfica cor.
Ao invés de courar o canário amarelo marfim, o excesso de zeaxantina intensifica sua
cor. O uso de um lipotrópico, produtos com base em cloreto de colina e metionina, que
atue sobre o fígado, acelerando o metabolismo, intensifica a deposição do lipocromo,
melhorando a cor.

A gema do ovo, o milho amarelo, o gérmen de trigo, a alfafa (muito pouco usado
na ração de canários), contém muita zeaxantina, daí provocar os mesmos efeitos que as
verduras frescas quando fornecidas em excesso.

Os carotenoides competem com a cantaxantina na coloração dos canários


vermelhos, daí a recomendação de se evitar rações ricas em outros carotenoides quando
da muda de canários de cor. A luteína é abundante nas sementes.

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Melaninas
Teorias mais modernas reconhecem 3 tipos de melanina: Eumelanina Negra,
Eumelanina Marrom e Feomelanina. As melaninas săo formadas no organismo e
depositadas nas penas por processos internos, diretamente ligados ŕ Tirosina, um
aminoácido presente no sangue dos canários.

A tirosinase, enzima que participa do processo de oxidação da Tirosina, fabrica


uma molécula em forma de oito, que associado ŕ presença da enzima Tirosinase e a
intensidade da melanização e diretamente proporcional a quantidade de Tirosina
disponível no processo de oxidação. Os processos de polimerização vão determinar a
formação da Eumelanina Negra, Eumelanina Marrom e/ou Feomealina.

Alimentação X Depósitos De Melanina


Como o processo de melanização não depende diretamente da alimentação,
não há como influenciar diretamente os depósitos. Aditivos comerciais disponíveis no
comércio de produtos para canários, que oferecem intensificação da melanização pela

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sua adição a alimentação foram testados e nenhum resultado significativo foram
detectados.

É evidente que fornecendo-se alimento que intensifique o brilho da plumagem,


por exemplo, esta mostrará melhor as melaninas do canário, bem como seu desenho,
tornando-o melhor aos olhos dos apreciadores. Assim a recomendação neste momento é
fornecer um teor maior que o normal de lipídios durante a muda para tornar a plumagem
mais sedosa, com mais brilho e assim demonstrar melhor o tipo do canário.

Carotenose ou Lipocromatose exógena: A ingestão excessiva de pigmentos


vegetais (caroteno, xantofila, etc...) lipossolúveis (cromolipídeos ou lipocromos
exógenos) determina coloração amarelo - pálido na pele e vísceras, sem efeitos
deletérios conhecidos. É freqüente em eqüinos e bovinos jérsei e guernsey (cuja gordura
é mais amarelada) e em aves cuja ração tenhamos sido adicionados pigmentos como
aditivos (com propósito comerciai).

As células que mais captam tais pigmentos são as células epiteliais da adrenal,
dos testículos e da vesícula seminal, as luteínicas do corpo lúteo, as células de Kupffer
do fígado, as células ganglionares e os adipócitos. A quantidade de carotenóide nos
tecidos variam conforme a espécie e está na dependência da eficiência relativa na
conversão de caroteno para vitamina A.

Os canários de cor têm uma particularidade, a coloração é obtida pela espécie


por meio da combinação de dois tipos de pigmentos que se depositam ou não na
plumagem: O lipocromo e a melanina. O lipocromo não é produzido pelo organismo
dos canários.

Ele é um pigmento vegetal retirado dos alimentos que fazem parte de sua dieta
alimentar normalmente. Existem apenas dois tipos de lipocromo que se depositam na
plumagem: o amarelo e o vermelho. O canário Branco e o Albino possuem ausência de
lipocromo, pigmentos que se depositam ou não na plumagem, graças à genética

A melanina é um pigmento produzido pelo organismo do canário. A coloração


pode ser negra ou marrom, dividida em: eumelanina negra, eumelanina marrom
e feomelanina. A eumelanina, dependendo de sua tonalidade, será negra ou marrom. Ela
é depositada nas regiões centrais das penas acompanhando seu eixo, formando desenho
de estrias ou escamas. Já feomelanina possui coloração marrom, mas é depositada nas
bordas das penas com tonalidade marrom intensa.

A genética das cores


O pássaro tem, em suas células, cromossomos responsáveis por carregar os
genes que determinam as suas características. Sendo assim, se um pássaro é branco, isso
significa que ele tem genes que determinam que ele seja branco. Quem já estudou um
pouco de genética sabe que um filhote recebe 50% das características da mãe e 50% das
do pai. Por isso, que, em canários, pode se prever cores que irão nascer a partir das
cores dos pais.

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Os canários puros são aqueles que apresentam determinadas características
fenotípicas. Já os canários portadores são aqueles sendo filhos de canários puros.
Quanto aos canários normais são aqueles que não apresentam determinadas
características fenotípicas.

Distúrbios Pigmentares
Pigmentos: (do latim "pigmentum") - Substâncias de composição química e
cores próprias, amplamente espalhadas na natureza, também encontradas nas células e
tecidos, sob a forma de grânulos, alguns com importantes funções, mas que em
determinadas circunstâncias podem constituir cause ou efeito de alterações funcionais.

Pigmentos endógenos: Oriundos de substâncias que fazem parte da organização


corporal, sendo produtos específicos da atividade celular. Substancia corada que é
produzida dentro e pelo próprio organismo.

Pigmentos exógenos: Oriundos do exterior, que introduzidos no organismo por


ingestão, inalação ou inoculação, se depositam nos tecidos, funcionando como corpos
estranhos, sendo fagocitados por macrófagos ou drenados por vasos linfáticos.
Os distúrbios da pigmentação decorrem de:
 Alterações na formação do pigmento (hiper ou hipoprodução);
 Alterações na distribuição (localização anormal);

As pigmentações patológicas ocorrem em numero considerável de doenças, mas o


pigmento em si raramente ocasiona alterações histofisiológicas significativas (i.e.
raramente é causa de problema, é mais um sinal deste!). Exceção: Hemocromatose.

Pigmentações Patológicas Exógenas:


 De acordo com a via de introdução do pigmento no organismo:
 Via inoculação (cutânea):
Tatuagem: Pigmentos exógenos insolúveis (nanquim, carvão, etc), introduzidos
por agulha com propósitos decorativos ou identificadores. Histologicamente o pigmento
é visto como pequenos grânulos fagocitados por histiócitos ou retidos no tecido
conjuntivo fibroso.
 Via ingestão (oral):
Argirismo ou argiria: Intoxicação com sais de prata ("Argentum"); mais
comumente associada à administração excessiva e prolongada durante o já' ultrapassado
tratamento de cistites, coccidioses e oftalmias; com deposição nos glomérulos renais,
glândulas sudoríparas e sebáceas e derme superficial de complexa prata - proteína,
produzindo uma pigmentação cinzenta azulada permanente na pele e mucosa oral.

Plumbismo ou saturnismo: Intoxicação com sais de chumbo ("Plumbum");


mais comumente associada à ingestão de capins contaminados com fumaça de
fundições ou com água poluída por minas de chumbo; com deposição de sulfeto de
chumbo nos ossos (principalmente no fêmur) e na mucosa oral odonto - gengival
produzindo uma linha escura -"Linha do chumbo", alem de graves lesões no sistema
hematopoiético, no SNC e nos rins.
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Pigmentação bismútica: Intoxicação com sais de bismuto; mais comumente
associada ao tratamento com compostos bismúticos ou como doença profissional; com
deposição de sulfureto de bismuto principalmente nas gengivas com o aparecimento da
"linha bismútica".

Carotenose ou Lipocromatose exógena: A ingestão excessiva de pigmentos


vegetais (caroteno, xantofila, etc...) lipossolúveis (cromolipídeos ou lipocromos
exógenos) determina coloração amarelo - pálido na pele e vísceras, sem efeitos
deletérios conhecidos. É freqüente em eqüinos e bovinos jérsei e guernsey (cuja gordura
é mais amarelada) e em aves cuja ração tenha sido adicionados pigmentos como
aditivos (com propósito$ comerciai$). As células que mais captam tais pigmentos são as
células epiteliais da adrenal, dos testículos e da vesícula seminal, as luteínicas do corpo
lúteo, as células de Kupffer do fígado, as células ganglionares e os adipócitos. A
quantidade de carotenóide nos tecidos variam conforme a espécie e está na dependência
da eficiência relativa na conversão de caroteno para vitamina A. A carotenose deve ser
diferenciada da icterícia e da esteatose com base na seguinte prova:

1. Fragmento flutua = Esteatose


Copo com água e
Fragmento   2. Éter se cora = Carotenose
éter + Agitação
3. Água se cora = Icterícia

 Via inalação (respiratória):


As "Pneumoconioses" (Pneumo = pulmões + Conios = poeira + osis = estado
de...) são alterações pulmonares e de linfonodos regionais decorrentes da inalação de
partículas provindas do ambiente (poeiras/poluição do ar). Não são verdadeiramente
distúrbios pigmentarem, mas como alguns pigmentos exógenos são freqüentemente
inalados serão aqui discutidos superficialmente.
A gravidade de uma pneumoconiose dependerá:
 - do tipo da partícula inalada (qualidade);
 - do tempo de exposição à poeira (quantidade);
 - da presença ou não de infecção associada.

O diagnóstico diferencial entre as varias pneumoconioses (quando importante) se faz


através de:
 - Histórico (clínico e anatomopatológico);
 - Achados histopatológicos;
 - Análise da estrutura cristalina por difração eletrônica ou de raio X;
Tipos de pneumoconioses:
Antracose: Deposição de carvão nos pulmões, linfonodos regionais e em outros
órgãos (via migração de macrófagos com carvão fagocitado). O carvão é o mais inócuo
e mais freqüente dentre as substancia inaladas.

Macroscopicamente verifica-se um pontilhado preto acinzentado, mais intenso


nas porções mais ventrais. Linfonodos regionais também escurecidos.
Microscopicamente observa-se grânulos enegrecidos histoquimicamente resistentes a
todos solventes, nos alvéolos e nos septos interalveolares, as vezes dentro de
macrófagos.

Silicose: Na verdade não se trata de um distúrbio dos pigmentos, mas devido a


se tratar de uma pneumoconiose à semelhança da antracose, a silicose e outras
pneumoconioses serão aqui abordadas. Silicose é a inalação de sílica ("terra") sendo

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altamente irritante, determinando por isso mesmo reações violentas (nódulos altamente
fibróticos - de natureza granulomatosa), alem de predispor à infecções pulmonares.
 Outras pneumoconioses:
 Asbestose: Inalação de silicato de magnésio (amianto);
 Silicossiderose: de minério de ferro (Hematita);
 "Calcinose": de Carbonato de cálcio (cal);
 Beriliose: de Berílio;
 Cadmiose: de cádmio;
 Plumbose: de chumbo;
 Cuprose: de cobre;
 Argirose: de sais de prata;
 Hidrargirose: de sais de mercúrio;
 Bismutose: de sais de bismuto.

Pigmentações Patológicas Endógenas:


 Patologia dos pigmentos autóctones:

1) Relacionados à Melanina e similares:


Melanina: Pigmento granular, amarelo, pardo ou negro, de natureza protéica, insolúvel
nos solventes comuns, que não contem ferro nem gordura e resiste aos ácidos e álcalis,
sendo entretanto destruído pela oxidação (H2O2). Dá cor escura à pele, ao cabelo, à íris,
à retina, corpo ciliar e coróide, à mucosa oral de cães, aos cascos e chifres (conforme a
raça).
Função: Proteger contra radiações em geral (principalmente Ultra Violeta - que é
penetrante.).
Distúrbios ligados à melanina ou similares:
A) Aumento Localizado: Nevos, Melanoma, Melanose, Acantose Nigricans e
Ocronose(*).
A) 1- Nevos Pigmentados: São má formações de aspecto tumoral
("Hamartomas"), também considerados por alguns como verdadeiras neoplasias
benignas ("nevoblastomas"), oriundos dos melanócitos e melanoblastos. Em medicina
veterinária são de pouca importância, só sendo citados em cães e suínos (WEISS &
FRESE, 1974).
A) 2- Melanomas: Neoplasias comuns em cães, eqüinos tordilhos ou albinos;
incomuns em bovinos e suínos; e raros em gatos e ovinos. Localização mais freqüente
por espécie:
 Região ocular ou oral - cão;
 Períneo e região da parótida - eqüinos.
 Qualquer lesão pigmentada que comece a crescer, que tenha alterações na
pigmentação ou que venha a sangrar deve ser estudada microscopicamente -
procurando-se alterações juncionais, invasividade, e mitoses frequentes e
anormais, com anaplasia.
A) 3-Melanose: Cutânea (melanodermia facial, similar ao lentigo humano - comum
em cães) ou visceral (geralmente congênita, afetando principalmente serosas como as
meninges, pleura, capsula de Glisson hepática, e as vezes a aorta). As máculas de
melanina se dispõem caracteristicamente em "tabuleiro de xadrez", com limites nítidos,
sendo mais frequentes e intensas em animais (principalmente ovinos) jovens. Não tem
significado clínico.
A) 4- Acantose Nigricans: Dermatopatia idiopática do homem e de cães
(principalmente em dachshunds, airedales e terriers), de curso crônico, caracterizada por
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hiperpigmentação, alopecia e liquenificação, de maneira progressiva, circunscrita e
simétrica. Afeta principalmente a região das axilas, flancos, abdome, região inguinal,
face interna dos membros posteriores e escroto.
A) 5- Ocronose: Distúrbio do metabolismo intermediário da fenilalanina, por
transtorno na síntese da enzima homogentísico oxidase, que ocasionará alcaptonúria e
pigmentação com acido homogentísico (similar à melanina) nas cartilagens. Já' descrito
no homem, no chimpanzé e em bovinos (GRABELL & NILSON, 1977).
B) Aumento Generalizado: Melanodermias secundárias (gestação, hipoadrenalismo,
radiações).
B) 1- Melanodermias secundárias:
à gestação: O aumento do Hormônio estimulante dos melanócitos, paralelamente ao
aumento de estrógenos e progestágenos durante a gestação é responsável pelo aumento
da pigmentação (melanodermia gestacional)(ou ainda cloasma ou melasma - quando
afetando localmente regiões da face, aréolas mamárias e as vezes na genitália).
ao Hipoadrenalismo: As disendocrinias, principalmente as ligadas à adrenal,
freqüentemente se fazem acompanhar de aumento do Hormônio estimulante dos
melanócitos ("melanotropinas"). Assim, é freqüente o aumento da atividade
melanocítica na doença de Addison, na corticoidoterapia, nos tumores e hiperplasias da
adrenal e na síndrome de Cushing (FURTADO & GUEDES, 1988).
às radiações: O ultravioleta solar e demais radiações agem nos melanócitos
estimulando-os a sintetizar melanina, como fator de autoproteção.

C) Diminuição local: Vitiligo, Acromia cicatricial e acromotriquia.


C) 1- Vitiligo: Acromia localizada adquirida, idiopática, geralmente simétrica,
irregular e delimitada, com hipercromia periférica. Provavelmente decorrem da perda de
atividade enzimática local dos melanócitos. Já' descrita em eqüinos (DUPONT, 1971).
C) 2- Acromia cicatricial: decorre da exaustão dos melanócitos ou de sua
destruição.
C) 3- Acromotriquia: Na senilidade (comum no homem, nos eqüinos, nos cães e
gatos) e mesmo em algumas deficiências nutricionais (cobre, ácido paraminobenzoico,
ácido pantotênico). As radiações intensas, após um período de hiperpigmentação,
podem levar à acromotriquia em consequência da exaustão dos melanócitos.

D) Diminuição geral: Albinismo e acromia senil e/ou nutricional.


D) 1- Albinismo: Despigmentação generalizada congênita (geralmente
condicionada por gen autosômico recessivo) decorrente da incapacidade dos
melanócitos de sintetizar a tirosinase (ou tirosina oxidase), importante na síntese da
melanina. Descrito em eqüinos (geralmente estéreis), em coelhos, em cães
(principalmente collie e bulldog) e gatos (geralmente surdos, devido à hipoplasia do
órgão de Corti) e em coelhos.

2) Pigmentações patológicas relacionadas a lipofuscina e similares:


Existem várias substâncias coráveis, que derivam principalmente ou
parcialmente de lípides ("lipocromos endógenos"), mas suas individualidades ainda não
estão claramente estabelecidas. Assim, muitos autores consideram como sinônimos os
vários termos - "Pigmento ceróide"; "pigmento da atrofia parda" ou "lipofuscina";
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"cromolipóide"; "citolipocromo"; "pigmento de Abnutzen"; "pigmento da deficiência de
vitamina E"; "acid fast pigments"; "wear and tear pigment"; "pigmento do desgaste";
"aging pigment"...

Grupo homogêneo de pigmentos pardacentos, derivados da oxidação de lipídeos


ou de lipoproteínas, geralmente insaturadas. Ocorrem em condições de senilidade ou
caquexia (caracterizando a "Atrofia Parda") numa grande variedade de tecidos (coração,
músculos esqueléticos, fígado, adrenais, neurônios, tireóide e paratireoide, rins, ovários,
testículos e mesmo em linfonodos). São resistentes aos solventes lipídicos, reduzem os
sais de prata, são negativos para os corantes para ferro e se coram com corantes
lipídicos (sudanofílicos). Suas características, no entanto, podem variar de tecido para
tecido, e em um mesmo tecido, de tempo para tempo (FARIA et alii, in BOGLIOLO,
1979).

Características macroscópicas: Empardecimento do órgão, de fácil evidenciação


em tecidos musculares. Caracterizando a "Atrofia Parda". Características
microscópicas: Grânulos pardos amarelados ou marrom escuros, fluorescentes (?),
ferronegativos, PAS positivos (?). Distribuídos esparsamente no citoplasma ou próximo
aos pólos dos núcleos nas fibras musculares.

Características ultraestruturais: Massas irregulares compostas de corpúsculos


eletrodensos de tamanhos variados, embebidos numa matriz de menor densidade.
Significado: Acredita-se que a lipofuscina e similares sejam resultados de autofagia
(consequência dos "Citossegresomos"). Assim, os lipídeos oriundos dos componentes
celulares fagocitados seriam parcialmente digeridos no interior dos fagolisosomos
produzindo os pigmentos. As variações tintoriais poderiam estar relacionadas com as
fases do processo de autofagia.

3) Pigmentações patológicas hemoglobíneas :


A hemoglobina (Hb) é composta basicamente de uma proteína do grupo das
histonas (globina) e de 4 grupos prostéticos derivados da síntese de porfirinas (Grupo
Heme, cromático, tetrapirrólico). Este grupo Heme, por sua vez, é constituído de um
grupo férrico (pigmentos ferruginosos) e de um grupo cromático isento de ferro
(protoporfirina III). Isto explica por que tanto pigmentos ferruginosos quanto não
ferruginosos podem ser formados a partir da Hb.

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Conclusão
Em virtude dos fatos mencionados entende-se que a pigmentação patológica é
responsável pelo acúmulo de pigmentos nos tecidos. As células podem produzir ou
metabolizar os pigmentos dos tecidos. Pigmentações exógenas são aquelas não
produzidas no organismo, tendo como um exemplo a tatuagem. A pigmentação
endógena é pigmento do desgaste celular, ou seja, envelhecimento da atrofia parda,
presentes no coração, fígado e cérebro.

A melanina se dá como um bom exemplo de pigmentação endógena e a


hemossiderina que é um pigmento formado pela presença de oxigênio, ocorrendo em
meio intracelular. Hemossiderina é um pigmento que armazena íons de ferro
cristalizado, pode ser localizada a partir de um traumatismo, pois aumenta a absorção
intestinal do ferro. Hematina é derivada da hemoglobina. Bilirrubina que é uma
pigmentação amarelada da pele, tendo como exemplo o fígado.

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Referências Bibliográficas
 https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/melanina.htm
 http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/9pigpat.htm
 https://www.mettzer.com/hub/projects/interacoes-medicamentosas-
58d3c46974d7f30006ee3a07

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