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Aluna Sâmela de Oliveira

Matrícula: 202312734

Artigo: DIABETES MELLITUS RELACIONADO À DOENÇA PERIODONTAL: REVISÃO DE LITERATURA


(Jambert de Oliveira Barreto Junior)

Doença Periodontal e Diabetes Mellitus

A periodontite é uma doença inflamatória crônica do sistema imunológico causada por


microrganismos periodontais patogênicos, que resulta na degradação dos tecidos de apoio às
raízes dos dentes e, finalmente, na perda dental. A literatura científica estabelece claramente o
papel dos biofilmes como uma das principais causas da periodontite. No entanto, os biofilmes
não explicam sozinhos o nível de destruição frequentemente observado nos tecidos
periodontais. Há evidências de que a gravidade e a progressão da doença podem estar
relacionadas a fatores ambientais e sistêmicos, como o tabagismo e o diabetes.

A diabetes mellitus pode ser definida como uma alteração metabólica caracterizada por
hiperglicemia e glicosúria, causando assim uma distorção no equilíbrio entre a utilização de
glicose pelos tecidos, a liberação hepática de glicose e a produção e liberação de hormônios
pancreáticos, hormônios da hipófise anterior e hormônios adrenais. É uma síndrome
caracterizada por deficiência relativa ou absoluta de insulina e alterações no metabolismo de
carboidratos, proteínas e gorduras. As alterações nos níveis de insulina podem ser decorrentes
da produção de antagonistas que inibem sua ação, da interferência com outros hormônios, da
redução ou ausência de receptores para esse hormônio ou mesmo da incapacidade do
pâncreas de produzir o hormônio. A insulina é produzida pelas células beta do pâncreas e tem
como principal função facilitar e permitir a interação e absorção da glicose através das
membranas celulares da gordura, do fígado e dos músculos.

A diabetes é uma condição metabólica na qual o nível de glicose no sangue, chamada de


hiperglicemia, se eleva. Os tipos mais frequentes de diabetes incluem o tipo I, tipo II e
gestacional.

A periodontite é uma infecção crônica que afeta as estruturas de apoio do dente e, se não for
tratada, pode resultar em perda dentária. A periodontite é extremamente comum entre os
indivíduos diabéticos. Nesses casos, a falta de controle adequado do biofilme dental pode
contribuir para o desenvolvimento da periodontite com maior gravidade e velocidade do que
em pessoas não diabéticas. Pacientes diabéticos que não foram diagnosticados ou têm
controle inadequado da doença podem apresentar vários abscessos periodontais, resultando
em rápida destruição do suporte ósseo ao redor dos dentes, o que pode afetar a manutenção
dos dentes no futuro.

Normalmente, nos pacientes diabéticos, a resposta ao tratamento periodontal é pior do que a


observada nos pacientes não diabéticos. Além disso, a perda dentária devido à doença
periodontal também é maior nos diabéticos do que nos não diabéticos. Por outro lado, a
doença periodontal contribui para o aumento da glicemia nos pacientes diabéticos, mas o
tratamento periodontal auxilia na estabilização do nível de glicose nesses indivíduos. Portanto,
é de extrema importância fazer um diagnóstico precoce da doença periodontal nesses
pacientes. Conforme afirmado por Löe (1993), a periodontite é a sexta complicação mais
frequente entre os diabéticos. Outras alterações bucais comuns em pacientes com diabetes
descontrolado incluem diminuição do fluxo salivar, sensação de queimação na boca e/ou
língua, que podem predispor infecções oportunistas, como a candidíase causada pelo fungo
Candida albicans. Outro ponto interessante é que a hiperglicemia presente no diabetes
influencia a microbiota bucal. Isso potencializa o desenvolvimento da periodontite e de cáries
nesses indivíduos.

A Periodontite é classificada com base no seu estágio e no grau de severidade da doença.


Portanto a classificação dos estágios está relacionada com a gravidade da doença. Os estágios
da periodontite devem ser definidos principalmente pela perda clínica de inserção dos dentes.
A classificação do grau reflete as evidências ou o risco de progressão da doença e seus efeitos
na saúde sistêmica. Inicialmente, todos os pacientes com periodontite devem ser considerados
como grau B e, então, esse grau pode ser alterado (para A ou C) de acordo com:

1) evidências diretas de progressão;

2) evidências indiretas. Após a determinação da classificação da periodontite com base na


evidência de progressão, o grau pode ser alterado pela presença de fatores de risco como:
tabagismo e diabetes mellitus.

Concluímos que a doença periodontal e a diabetes mellitus se liga uma a outra, servindo de
agravo uma para a outra. Sendo necessário seu controle e todo o tratamento periodontal em
pacientes que apresente está condição. Onde além do controle da diabetes faz se necessário o
tratamento com raspagem e alisamento radicular dos elementos dentários com objetivo de
eliminar patógenos inflamatórios gerados por ambas as doenças. Promovendo então uma
melhor qualidade de vida ao paciente.

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