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2017
LUCAS ALVES DOS SANTOS
2017
3
Sumário
SUMÁRIO...................................................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1. ESTUDO CONTEXTUAL................................................................................................................................ 6
1.1- AUTORIA................................................................................................................................................ 6
1.2 – LEITOR.................................................................................................................................................. 7
1.3 – COMPOSIÇÃO........................................................................................................................................ 8
1.4 – DATA..................................................................................................................................................... 9
1.6 – OBJETIVO............................................................................................................................................ 11
2 - ESTUDO TEXTUAL.................................................................................................................................... 14
2.5 - LEGENDA............................................................................................................................................. 31
2.10 - LEGENDA............................................................................................................................................ 36
4
3 - ESTRUTURA DO TEXTO............................................................................................................................ 37
4 - COMENTÁRIO DO TEXTO......................................................................................................................... 39
5 - SERMÃO................................................................................................................................................. 45
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 45
NARRATIVA................................................................................................................................................. 46
INTRODUÇÃO
O texto desta exegese de Atos 8.4-17 nos mostra o que estava acontecendo
entre os samaritanos após receberem a mensagem do evangelho.
O problema desta passagem está em identificarmos o que realmente
aconteceu com os samaritanos. As dúvidas com relação ao texto se estendem no
meio acadêmico entre os teólogos tanto reformados, quanto católicos e anglo-
católicos.
As questões levantadas são se os samaritanos se converteram ao evangelho
antes dos apóstolos chegarem; se seria mesmo necessário o impor das mãos de
Pedro para que pudessem receber o Espírito Santo; se teriam que ser batizados
novamente, caracterizando assim um segundo batismo; dentre outras. A
compreensão adequada de Atos 8 tem sido de suma importância para correção de
algumas questões tão divergentes entre os teólogos. Ao trabalharmos com três
linhas de pensamento teológico, vemos os católicos afirmarem que era necessário
que Pedro e João com a imposição de mãos confirmassem o primeiro batismo
tornando-os aptos para receberem o Espírito Santo. Alguns neo-pentecostais
também concordam com esta interpretação, porém para os teólogos reformados
segue-se outra interpretação.
Nesta exegese veremos que a linha de interpretação adotada é a reformada,
seguindo de forma fiel o princípio revelacional das Escrituras. Neste trabalho foi feito
uma explanação do modo como interpretar melhor a passagem utilizando fontes
confiáveis como: léxicos eBible Works. Com relação ao método utilizado usamos o
Histórico-Gramatical. Entendo por base de pesquisas de que o método Histórico-
crítico, pouco contribui para uma interpretação mais precisa e confiável desta
passagem. O texto original utilizado para este trabalho é o UBS (United
BibleSocieties), por questões preferenciais, não desconsiderando os demais textos,
por entender que o texto escolhido poderá ser de melhor relevância para o estudo
do texto em questão. O método de citações utilizado foi por meio de notas de
rodapé. Para um bom desenvolvimento deste trabalho, na 1ª parte nós temos um
estudo contextual, subdividido em: Contexto histórico da passagem, contexto
literário da passagem. Foi pesquisado o contexto: remoto, próximo e a estrutura do
contexto e no fim desta primeira parte, encontram-se o estudo do contexto canônico.
Na 2ª parte deste trabalho foi realizado um estudo textual da passagem, com
6
1. ESTUDO CONTEXTUAL
1.1- Autoria
Segundo seu comentário bíblico, Beacon fala que embora não tão definida, a
evidência interna do livro de Atos é forte. Segundo esse comentário, algumas
passagens mostram claramente que o autor do livro era companheiro do apóstolo
Paulo;ou seja, uma testemunha ocular – Atos 16.10- 17; 20.5-15; 21.1-18; 27.1-
18.16. E dos companheiros do apostolo Paulo, somente Tito e Lucas não aparecem
no livro.
Outra evidência interna que o comentário de Beacon apresenta é:
1.2 – Leitor
Com base no versículo 1 o livro de Atos dos apóstolos foi escrito e destinado
a Teófilo. O capitulo 1, versículo 3 do evangelho de Lucas reforça que Teófilo é o
principal destinatário do livro. Não há muitos dados a respeito do homem Teófilo ou
Theophilus, que significa amado de Deus ou amigo de Deus. Ele pode ter sido
patrono ou benfeitor de Lucas, quando a maior parte do seu tempo era pesquisar as
fontes e escrever seus dois livros. Teófilo foi um gentio que recebeu ensinamento
Cristão (Lc1.4).
Beacon está diz que a escola Tuebingem de críticos na Alemanha, na ultima
parte do século XIX, sustentou que o objetivo do livro de Atos era reconciliar os
grupos de Paulo e Pedro na igreja, os quais estavam em clima de batalha. Mas esta
teoria “tendencial” foi abandonada. Henshaw chegou ao ponto de dizer que as
investigações agora refutam completamente a teoria.
Segundo Beacon:
2
Kistemaker J. Simon. Comentário do Novo Testamento – Exposição de Atos dos Apóstolos Vol 1.
Editora Cultura Cristã – 2003. Pág. 22/23.
3
Champlin. Norman Russel. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo – Atos e
Romanos vol 3. Editora Candeia – SP. 1995. Pág. 01.
8
1.3 – Composição
Segundo a bíblia de Genebra o livro de Atos está composto:
Primeiro, com o testemunho dos apóstolos e a descida do Espírito Santo.
(Atos 1.1 – 2.47). Jesus prometeu aos apóstolos que o Espírito Santo os
capacitaria a testemunhar em Jerusalém, na Judéia e em Samaria e até aos
confins da terra. No pentecostes, e o Espírito Santo foi derramado sobre os
apóstolos e deu inicio a um poderoso testemunho: Aguardando a vinda do
Espírito Santo. (1.1-26); O derramamento do Espírito no pentecostes. (2.1-
41); O surgimento da igreja. (2.42-47); Segundo, o testemunho apostólico em
Jerusalém (3.1 – 7.60). [...] Os apóstolos testemunharam de Cristo
primeiramente em Jerusalém, conforme foram instruídos, realizando milagres
e pregando o evangelho de Cristo; porém, sofreram muitas perseguições.
A igreja cresceu em Jerusalém e com esse crescimento sobrevieram
discórdias internas. Mesmo assim, a igreja permaneceu firme e continuou a
crescer em número em Jerusalém: O milagre e o sermão de Pedro no templo.
(3.1-26); A perseguição pelo Sinédrio. (4.1-31); A vida em comunidade entre
os cristãos. (4.32-5.11); Nova perseguição pelo Sinédrio. (5.12-42);
Continuação da vida em comunidade entre os cristãos. (6.1-7); A
perseguição, o sermão e o martírio de Estevão. (6.8-7.60). [...] Terceiro, o
testemunho apostólico na Judéia e em Samaria. (8.1 – 11.18).
A perseguição causou o deslocamento do testemunho apostólico de
Jerusalém para a Judéia e Samaria, como Jesus havia ordenado. Quanto a
isso, dos acontecimentos importantes possibilitaram que o testemunho dos
apóstolos se propagasse geograficamente: a conversão de Paulo ao
cristianismo e o crescimento espiritual de Pedro, isto é, o seu entendimento
de que os cristãos gentios tinham tanto direito às promessas de Deus quanto
os cristãos judeus: O testemunho se propaga. (8.1-40); A conversão de Paulo
e o crescimento da igreja. (9.1-31); O testemunho continua a se propagar.
(9.32-43); O testemunho alcança os gentios de Samaria. (10.1 – 11.18); A
igreja em Antioquia da Síria. (11.19-30); Perseguição e julgamento em
Jerusalém. (12.1-25). [...] Quarto, o testemunho apostólico aos confins da
terra. (13.1 – 28.31).
Paulo, como testemunha apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição
que os apóstolos haviam sofrido antes dele. Em suas três viagens
missionárias e em suas prisões, Paulo levou o evangelho aos confins da terra
e foi capacitado poderosamente pelo Espírito para dar testemunho da
verdade e chamar muitos judeus e gentios a fé: A primeira viagem
missionária de Paulo. (13.1- 14.28); O concilio de Jerusalém. (15.1-35);
Segunda viagem missionária de Paulo. (15.36 – 18.22); A terceira viagem
missionária de Paulo. (18.23 – 21.14); A detenção, o julgamento e a prisão de
Paulo em Jerusalém (21.15 – 26.32); A viagem de Paulo a Roma. (27.1 –
4
Earle. Ralph e MayfieldH.Joseph. Comentário Bíblico Beacon – João e Atos. Editora CPAD 2006.
Pág. 201.
9
1.4 – Data
Não há uma indicação de uma data no livro. As cartas enviadas por Paulo
para atender as necessidades das igrejas não são mencionadas na narrativa de
Atos. O judaísmo descrito em Atos é semelhante ao judaísmo descrito nos
Evangelhos, uma religião que tem poder e usufrui de privilégios perante Roma.
Nenhuma referência é feita por Lucas sobre a perseguição de Nero, iniciada a
partir de 64 AD, e continuada pelos seus sucessores;A riqueza de detalhes da
narrativa do naufrágio e da viagem (Atos 27.1-28.16) demonstra que o relato de Atos
foi muito próximo desses acontecimentos.
No século XIX, alguns teólogos afirmaram que o livro de Atos foi escrito na
metade do século II. No comentário de João e Atos de Beacon citam:
No século XIX, muitos estudiosos afirmaram que o livro de Atos foi escrito
na metade do século II. John Knox propôs esta opinião em anos recentes.
Mas ele tem poucos adeptos. Moffatt sustenta uma data aproximadamente
ao redor do ano 100. Mais popular é a opinião de Goodspeed e Scott de
que o livro de Atos foi escrito aproximadamente no ano 90 d.C. Os dois
homens sustentam a autoria de Lucas. Zahn julgou que o ano 75 d.C. seria
a melhor data. Por outro lado, Harnack argumentou fortemente a favor de
uma data anterior a 70 d.C., “talvez próxima ao começo da sétima década
do século 16, logo depois do ano 60 d.C. Torrey opina que o terceiro
Evangelho foi escrito aproximadamente no ano 60 d.C., e o livro de Atos
logo depois. Parece razoável afirmar que Lucas escreveu o seu Evangelho
durante os dois anos da prisão de Paulo em Cesárea — ou pelo menos
nessa ocasião reuniu os seus materiais — e que ele escreveu o livro de
Atos enquanto Paulo passoudois anos aprisionado em Roma. Esta é a
dedução mais natural com base no fato de que a história termina naquele
ponto. Isto fixaria a data do livro ao redor do ano 62 d.C.6
5
Bíblia de Estudo de Genebra, 2ª edição. 2009 Editora Cultura Cristã. SP. P. 1419.
6
Earle. Ralph e MayfieldH.Joseph. Comentário Bíblico Beacon – João e Atos. Editora CPAD 2006.
Pág. 201.
10
pregar a todos que iam até ele – certamente isso ocorreu antes de Nero
acusar os cristãos de terem incendiado Roma em 64 d.C. Segundo, não há
menção da morte de Paulo em Atos, algo que parecia iminente em 2
Timóteo 4 e provavelmente ocorreu em 67 ou 68 d.C. Terceiro, próximo ao
final de Atos, Lucas descreve o governo romano como demonstrando
simpatia pelos cristãos, uma atitude que se alterou após 64 d.C. Quarto, o
uso de termos primitivos em Atos indica uma data mais antiga para a sua
composição. Esses termos primitivos em Atos indicam uma data mais
antiga para a sua composição. Esses termos incluem “discípulos” (9.26);
“no primeiro dia da semana” (20.7) que mais tarde passou a ser referido
como “dia do Senhor” (Ap 1.10); “povo de Israel” (4.10,27) que
posteriormente foi alterado simplesmente para “povo”, referindo tanto como
judeus ou gentios (Tt 2.14); “filho do Homem” (7.56); além de linguagem
arcaica na abordagem de assuntos geográficos, políticos e territoriais, tais
como detalhes sobre as fronteiras regionais entre Frìgia-Icônio, Licaônia-
Listra e Derbe.7
7
Bíblia de Estudo de Genebra, 2ª Ed. 2009. Editora cultura Cristã, SP. P.1418.
11
1.6 – Objetivo
O propósito do livro de Atos é convencer Teófilo de que ninguém pode
prejudicar a vitoriosa marcha do evangelho de Cristo. Por essa razão, Lucas relata a
Teófilo o progresso das boas-novas de Jerusalém até Roma. Ele o faz em harmonia
com a Grande Comissão que Jesus deu aos seus seguidores (Mt 28.19).
Em Atos, Lucas mostra a Teófilo que os apóstolos certamente se aplicaram a
cumprir o mandamento de Jesus (comparar com 1.8). Lucas demonstra que Deus
desejava espalhar o evangelho e enviou o Espírito Santo para promover a causa do
reino.
Neste livro, Lucas retrata como o evangelho entra no mundo e como o nome
de Jesus é proclamado a todas as nações. Outro objetivo de Lucas em escrever o
livro era relatar todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar (1.1) e
instruir a todos aqueles da casa de Israel que aceitaram a palavra e foram batizados
a perseverarem na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações. (2.41-42). E orientar a todos quanto serem testemunhas de Jesus tanto em
Jerusalém como toda a Judéia e Samaria e até os confins da Terra. (1.8). Outro
objetivo que Lucas quis mostrar ao escrever Atos foi: confirmar o que foi pregado e
ensinado por Cristo e pelos apóstolos. Lc. 1.4 – (ἀσφάλεια - asphaleia) que quer
dizer firmeza, estabilidade, certeza, verdade incontestável, estar salvo de inimigos.
Segundo I. Howard Marsll expõe, um dos objetivos de Lucas ao escrever o
livro de Atos era:
12
8
MARSLL. I. Howard. Introdução e comentário de Atos. Edições Vida Nova – PDF. P 17
9
MOODY. Atos pdf – Comentário Bíblico Novo Testamento.
13
várias seções mais curtas (conhecidas como “livros”) por parte do autor,
que escrevia uma breve introdução para cada uma delas.10
2 - ESTUDO TEXTUAL
10
HOWARD. I. Marsll. Introdução e comentário de Atos. Edições Vida Nova – PDF. P 16/17
14
7
πολλοὶ γὰρ τῶν ἐχόντων πνεύματα ἀκάθαρτα βοῶντα φωνῇ μεγάλῃ ἐξήρχοντο, πολλοὶ δὲ
παραλελυμένοι καὶ χωλοὶ ἐθεραπεύθησαν·
8
ἐγένετο δὲ πολλὴ χαρὰ ἐν τῇ πόλει ἐκείνῃ.
9
Ἀνὴρ δέ τις ὀνόματι Σίμων προϋπῆρχεν ἐν τῇ πόλει μαγεύων καὶ ἐξιστάνων τὸ ἔθνος τῆς
Σαμαρείας, λέγων εἶναί τινα ἑαυτὸν μέγαν,
10
ᾧ προσεῖχον πάντες ἀπὸ μικροῦ ἕως μεγάλου λέγοντες· οὗτός ἐστιν ἡ δύναμις τοῦ θεοῦ ἡ
καλουμένη μεγάλη.
11
προσεῖχον δὲ αὐτῷ διὰ τὸ ἱκανῷ χρόνῳ ταῖς μαγείαις ἐξεστακέναι αὐτούς.
12
ὅτε δὲ ἐπίστευσαν τῷ Φιλίππῳ εὐαγγελιζομένῳ περὶ τῆς βασιλείας τοῦ θεοῦ καὶ τοῦ
ὀνόματος Ἰησοῦ Χριστοῦ, ἐβαπτίζοντο ἄνδρες τε καὶ γυναῖκες.
13
ὁ δὲ Σίμων καὶ αὐτὸς ἐπίστευσεν καὶ βαπτισθεὶς ἦν προσκαρτερῶν τῷ Φιλίππῳ, θεωρῶν τε
σημεῖα καὶ δυνάμεις μεγάλας γινομένας ἐξίστατο.
14
Ἀκούσαντες δὲ οἱ ἐν Ἱεροσολύμοις ἀπόστολοι ὅτι δέδεκται ἡ Σαμάρεια τὸν λόγον τοῦ
θεοῦ, ἀπέστειλαν πρὸς αὐτοὺς Πέτρον καὶ Ἰωάννην,
15
οἵτινες καταβάντες προσηύξαντο περὶ αὐτῶν ὅπως λάβωσιν πνεῦμα ἅγιον·
16
οὐδέπω γὰρ ἦν ἐπ᾽ οὐδενὶ αὐτῶν ἐπιπεπτωκός, μόνον δὲ βεβαπτισμένοι ὑπῆρχον εἰς τὸ
ὄνομα τοῦ κυρίου Ἰησοῦ.
17
τότε ἐπετίθεσαν τὰς χεῖρας ἐπ᾽ αὐτοὺς καὶ ἐλάμβανον πνεῦμα ἅγιον.
CNBB – (TRADUÇÃO DA CNBB) – A multidão estava atenta ao que Filipe lhe dizia,
escutando-o unamemente e presenciando os prodígios que fazia.
NVI (NOVA VERSÃO INTERNACIONAL) – Quando a multidão ouviu Filipe e viu os
sinais milagrosos que ele realizava, deu unânime atenção ao que ele dizia.
ATB (ALMEIDA TRINITARIANA DO BRASIL) – E as multidões unanimemente
prestavam atenção ao que Filipe dizia, ouviam e viam os sinais que ele fazia;
LITERAL – Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregavam acerca do reino de
Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.
ATB (ALMEIDA TRINITARIANA DO BRASIL) - Mas, como cressem em Filipe, que
lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam,
tanto homens como mulheres.
TNM - Porque não tinha ainda caído sobre nenhum deles, mas eles tinham sido
batizados apenas no nome do Senhor Jesus.
BJ - Pois não tinha caído ainda sobre nenhum deles, mas somente haviam sido
batizados em nome do Senhor Jesus.
TEB - Com efeito, o espírito ainda não caíra sobre nenhum deles; só tinham
recebido o batismo no nome do Senhor Jesus.
ARC -(Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram
batizados em nome do Senhor Jesus).
2.5 - Legenda
GREGO
LITERAL
ARA – Almeida Revista Atualizada
CNBB – Tradução da CNBB
ATB – Almeida Trinitária do Brasil
NVI – Nova Versão Internacional
32
Tampouco foi incomum durante certo período que algum tempo decorresse entre o
batismo e o recebimento (experiência) do Espírito (1 Coríntios 12:13).
Para Williams, não havia alguma razão para pensar que o dom do Espírito
fosse administrado exclusivamente pelos apóstolos ou por qualquer outra pessoa.
Na verdade, para ele um exame cuidadoso de Atos mostra que o padrão de
conversão e iniciação varia de caso para caso, em todos os eventos cujos
pormenores estão registrados.
Para ele o único elemento comum é a presença da fé em Jesus, marcada
pelo sinal externo que é o batismo em/sobre o nome do Senhor. Decorrentes disso,
ele faz duas observações:
Primeira, nenhuma resposta satisfatória a essa pergunta pode ser
conseguida se em sua formulação forem desprezados os fatores peculiares
sociais e históricos pertinentes a essa situação. Era preciso ficar bem claro
para os samaritanos que eles passaram a fazer parte integralmente da
comunidade cristã. Se não houvesse um elo de ligação forte e claro entre a
igreja da Samaria e a de Jerusalém, o cisma- que durante tanto tempo havia
embrutecido o relacionamento judaico-samaritano continuaria a desenvolver-
se no seio da igreja cristã. Poderia facilmente ter havido judeus cristãos que
"não se dariam com" os cristãos samaritanos (cp. João 4:9), se não houvesse
algo semelhante àquele ato que uniu a obra de Filipe à dos apóstolos de
Jerusalém. Segunda observação: qualquer que seja a explicação dada, seria
grave erro tratar desse incidente como se fosse o padrão determinante de
todas as admissões à igreja12.
2.10 - Legenda
e – Evangelhos
a – Atos
c – Epistolas Gerais
36
p – Epistolas Paulinas
r – Apocalipse
Análises da variante textual [τὴν] πόλιν τῆς Σαμαρείας
A segunda leitura ([τὴν] πόλινa de τῆς Σαμαρείας) não é segura, pois há uma
divergência entre os manuscritos de origem alexandrina que apóiam esta variante
textual. Mesmo contando com o apoio dos manuscritos mais antigos, ( אSinaitico) e
B (Vaticano), os manuscritos C (EfraemiRescriptus) e D (Beza), ambos a partir do V,
também de origem alexandrina, não apóiam a leitura de [τὴν] πόλινa de τῆς
Σαμαρείας;É muito forte o apoio dos manuscritos de diversas regiões para a primeira
leitura (εἰς πόλιν τῆς Σαμαρείας). Além dos manuscritos do texto Majoritario, apóiam
a segunda leitura manuscritos alexandrinos: C (EfraemiRescriptus), D (Beza) e os
minúsculos 33, 1739. Há também o apoio do manuscrito E (Laudiano), de origem
Ocidental, e do manuscrito Ψ (Laurensis), que tem texto misto. Segundo as
evidencias externas, deve-se priorizar a leitura que tenha o apoio de manuscritos
provenientes de diversas regiões. Isso provavelmente explica a razão dos editores
do texto impresso de UBS e NESTLE-ALAND coloca o artigo entre colchetes [τὴν];
As evidências internas depõem contra a primeira leitura ([τὴν] πόλινa de τῆς
Σαμαρείας), pois devem ser preferidas as leituras mais difíceis e breves,
considerando que a tendência geral dos copistas era a de facilitar a leitura e ampliar
o texto;O uso do artigo ([τὴν] πόλινa de τῆς Σαμαρείας), conforme a primeira leitura
gera duas dificuldades. Primeira: a qual cidade o artigo se refere? Sebaste, antiga
Samaria, a principal cidade, ou Neápolis (Nablus), anteriormente chamada Siquém,
considerada a capital religiosa dos samaritanos? Segunda: No tempo do NT, o termo
“Samaria” era usado para designar uma das três províncias ocidentais da Palestina,
juntamente com a Galiléia e a Judéia, como pode ser visto em Lucas 17.11 e João
4.4.
Em Atos 1.8; 8.1; 9.21 e 15.3, o termo “Samaria” é usado claramente no
sentido de região.A leitura de “εἰς πόλιν τῆς Σαμαρείας” - para uma cidade de
Samaria, está em harmonia com o contexto amplo de Atos 1.8, onde Cristo disse
que os seus discípulos seriam suas testemunhas tanto em Jerusalém como em a
toda Judéia e Samaria chegando até aos “confins da terra”.
Lucas seguindo atos 1.8 estrutura a narrativa do livro de Atos dos Apóstolos
mostrando como a Igreja Cristã se estrutura a narrativa do livro de Atos dos
37
3 - ESTRUTURA DO TEXTO
Atos 8.4
ou=
n
oi ` di h/l qon
me,n di aspar e,nt ej euvaggel i zo,menoi t o.n l o,gon
38
auvtou,j
bl e,pein
evn tw/| (X) evpoi,ei a[
bow/nt a
f wnh/|
par al el ume,noi
de, ev
qer apeu,qhs an
cwl oi ,
pol l oi ,
car a, ev
ge,net o
pol l h, ev
n t h/| po,l ei
ev
kei ,nh|
39
Em Atos 8.5 foi separada a palavra “de”, que é uma conjunção coordenativa
ligada ao pronome masculino singular, unido ao verbo imperfeito ativo, 3ª pessoa do
singular com um artigo e acusativo masculino singular, em seguida aparece um
adjetivo e um verbo no particípio aoristo, um pronome pessoal dativo masculino
singular. Possui uma preposição acusativa e um genitivo singular feminino.Em Atos
16 e 17, segue o mesmo princípio de classificação de verbos, artigos, pronomes,
adjetivos, com as suas respectivas classificações.Além da classificação verbal e
pronominal, segue-se o raciocínio de identificação do verbo, do sujeito e adjetivos.
4 - COMENTÁRIO DO TEXTO
O texto de Atos 8.4-17
Primeiro Lucas registra a expansão do Evangelho em Samaria. Os
samaritanos eram descendentes de uma mistura do remanescente de Israel com
estrangeiros que foram introduzidos na Samaria pelos conquistadores assírios
40
quando as classes superiores foram levadas para o exílio (II Reis 17). Os
samaritanos construíram um templo rival sobre o Monte Gerizim (veja Jo. 4:20).
Considerando os judeus que os samaritanos eram mestiços raciais e religiosos,
violentos preconceitos raciais tiveram de ser vencidos antes de a igreja poder se
tornar realmente universal.
O território de Samaria atuou como uma espécie de primeiro degrau para um
ministério em território puramente pagão. Os samaritanos eram um povo
heterogêneo, uma mistura de sangue israelita e gentio. Sua religião era
essencialmente judaica, porquanto observavam as mesmas festividades religiosas e
professavam adorar ao mesmo Deus dos judeus, Yahweh. No entanto, haviam feito
algumas modificações nas suas formas religiosas. Adoravam a Yahweh,
observavam os diversos sábados e dias santos e praticavam o rito da circuncisão;
porém, haviam feito seu centro de adoração na cidade e no monte Gerizim. A
associação com os samaritanos era evitada pelos judeus (ver João 4:9), mas era
permitida sob algumas circunstâncias. A associação íntima com os samaritanos,
segundo fizera Jesus (quarto capítulo do evangelho de João), e como agora fazia
Filipe, certamente não teria sido aprovada pelos judeus estritamente separatistas de
Jerusalém.
de que Filipe pregou na cidade de Samaria e que a preposição acusativa justifica tal
afirmação.
2ª parte: ἐκήρυσσεν αὐτοῖς τὸν Χριστόν (proclamava para eles o Cristo).
ἐκήρυσσεν - verbo, imperfeito, indicativo, ativo, 3ª pessoa, singular de – proclamar,
anunciar, pregar = proclamava. O próprio Deus agia na proclamação da sua palavra;
αὐτός- está no dativo masculino plural e não no dativo feminino singular, pois o texto
diz que Filipe desceu a uma cidade. A referência está na comparação feita com a
passagem de Jesus saindo, ou seja usa-se aqui um contraste entre dois termos
onde prevalece o dativo masculino.Χριστός - conforme Filipe é para dar ênfase de
que Jesus era e é o único Cristo, o Mediador, o Messias aguardado em cumprimento
à profecia.
5 - SERMÃO
Atos 8.4-17
4 – Entremete, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra.
45
Introdução
Filipe prega o evangelho em Samaria. Assim que a notícia de que Samaria
recebera a palavra de Deus, Pedro e João foram enviados para lá para a
concretização do evangelho que ali foi pregado.A veracidade da pregação e do
poder de Jesus era ali evidenciada pelo Espírito Santo, quando assim que era
pregado o evangelho.
Narrativa
A Samaria de que Filipe havia pregado o evangelho se tratava de uma região
e não apenas uma cidade em específico. Podemos compreender que o evangelho
46
CONCLUSÃO
Para concluir, é necessário deixar bem claro que o texto apresentado não
segue a uma regra normativa. A ordem apresentada dos acontecimentos podem não
seguir os mesmos critérios sempre. É um fato realmente incomum, o que aconteceu
com os samaritanos, mas que não desvincula da ordem primária de Cristo quanto à
missão que seus apóstolos estavam sendo comissionados.
As manifestações do recebimento do Espírito Santo, eram encaradas pelos
apóstolos como instrumentos de Deus para a pregação do evangelho. A mensagem
aqui expressa que podemos denominá-la como o tema central da passagem é o fato
de que judeus e gentios, estavam agora experimentando da mesma graça.
Mesmo que em meio a oposições e muitas perseguições, prevaleceu o plano
divino de expansão de seu evangelho até aos confins da terra. Cristo Jesus como o
47
vínculo de amor entre judeus e gentios e de toda a sua igreja e eleitos pelo mundo
inteiro. Entendemos que o que aconteceu com os samaritanos é prova evidente de
que Deus estabeleceu seus princípios para que a mensagem do evangelho
chegasse até aos confins da terra e para isto capacitou seu povo com a ação do
Espírito Santo para garantir o cumprimento eficiente de tal missão.
Quando os apóstolos souberam em Jerusalém o que tinha acontecido em
Samaria, enviaram Pedro e João para olharem o que estava acontecendo ali.
Quando os dois chegaram, e oraram pelos samaritanos para que recebessem o
Espírito Santo como relata no versículo 15. Podemos ver que fica muito claro que os
recém convertidos, embora definitivamente salvos pela fé em Cristo Jesus e já
batizados como diz o versículo 12, ainda não tinham recebido o Espírito Santo.
Porque era necessário que eles tivessem a mesma experiência que tiveram os 120
no cenáculo no dia de pentecostes.
O fato de que, embora convertidos e batizados nas águas, os samaritanos
ainda não tinham sido batizados com o Espírito Santo, Mateus 3.11 diz assim: “Eu
vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é
mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará
com o Espírito e com fogo”.(ARA). O evangelista Lucas explica por que os
apóstolos oraram daquela forma: no versículo 16 de Atos 8 “porquanto não havia
ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em nome
do Senhor Jesus.
Os calvinistas creem que o Espírito Santo é quem opera a conversão, sendo
o primeiro ato a regeneração. Isso já seria o batismo com o Espírito Santo trazendo
a conversão – João 3.5; 1 Coríntios 12.13; Efésios 1.13,14; 4.5; 1 Pedro 1.2.
Sendo assim fica muito claro que o batismo do Espírito Santo de que nos
falam as Santas Escrituras é aquele ato da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade
pelo qual, quando cremos em Jesus Cristo como nosso Salvador, somos unidos ao
seu corpo místico, tornando-nos participantes da sua vida ressurreta, como o
sarmento participa da seiva da videira.
Antes do dia de Pentecostes, os filhos de Deus estavam dispersos e não
unidos em um corpo (João 11: 52): naquele dia o Espírito veio e reuniu (batizou) em
um corpo aqueles discípulos em Jerusalém, que eram todos judeus; e, desde então,
ele vem unindo ao corpo todos quantos se convertem a Cristo querem judeus quer
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4 – BIBLIOGRAFIA
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Ibid.
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