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UNIÃO DE ENSINO E CULTURA DE GUARAPUAVA – UNIGUA

FACULDADE GUARAUAVA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

JOSLAINE DIOGO KAMINSKI

AMPUTAÇÃO DE GLÂNDULA MAMÁRIA

GUARAPUAVA – PR
2022
UNIÃO DE ENSINO E CULTURA DE GUARAPUAVA – UNIGUA
FACULDADE GUARAPUAVA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

JOSLAINE DIOGO KAMINSKI

AMPUTAÇÃO DE GLÂNDULA MAMÁRIA

Trabalho apresentado como parte das exigências


para disciplina de Clínica Cirúrgica de
Ruminantes, em Medicina Veterinária da
Faculdade Guarapuava.
Professora: Loisa Padilha Hintz.

GUARAPUAVA – PR
2022
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Úbere bovino .................................................................................. 2


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
2 MORFOLOGIA ............................................................................................... 2
3 AMPUTAÇÃO DE GLANDULA MAMÁRIA ................................................... 3
3 -1 MASTITE GAMGRENOSA ......................................................................... 3
3 -1.1 Procedimento Cirúrgico ................................................................ 3
3 -2 AMPUTAÇÃO DO TETO ACESSÓRIO ..................................................... 4
4 CONCLUSÃO ................................................................................................ 6
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 7
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1 INTRODUÇÃO

As Lesões traumáticas do teto ou da glândula mamária são frequentes em


gados leiteiros. Essas lesões são consequências para a maior parte dos
acidentes, interferindo relativamente com a produção do leite e, em certos casos,
comprometendo a produção de parte ou de toda a glândula. As cirurgias de teto
em ruminantes estão intimamente relacionadas ao aumento ou diminuição da
produção leiteira. De forma geral são usadas principalmente de forma
secundária a determinadas lesões causadas por agentes primários como
bactérias ou miíases presentes (POZZATTI et. al., 2010).
Outros problemas como estenose do ducto papilar, mastites gangrenosas
e lesões, aumentam o número de cirurgias realizadas na região dos tetos,
objetivando assim a necessidade de desenvolvimento de técnicas precisas
(POZZATTI et. al., 2010).
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2 MORFOLOGIA

A glândula mamária de fêmeas bovinas (úbere) (Figura 1) tem localização


inguinal, com metades direita e esquerda distintas; cada uma com um quarto
anterior e posterior. Cada metade é independente quanto a suprimento
sanguíneo, nervoso, drenagem linfática e aparelho suspensor. O crescimento
mamário, sua diferenciação e lactação (secreção e saída do leite) envolvem os
processos de mamogênese, lactogênese a galactopoese (ARAUJO et al., 2012).

Figura 1 – Úbere bovino.

Fonte: MORAES, 2016.


A Glândula mamária corresponde a uma glândula sudorípara modificada
que secreta leite para nutrição da prole. Origina-se embrionariamente a partir do
espessamento linear bilateral do ectoderma ventrolateral na parede abdominal,
denominados de “linhas lácteas” ou “cristas mamárias”. Nelas se formam os
botões mamários que dão origem a porção funcional da glândula mamária. Isto
ocorre quando o embrião tem cerca de 35 dias de idade. Está composta por um
sistema de ductos que conectam massas de epitélio secretor (parênquima)
envolvido por tecido conjuntivo, gordura, vasos e nervos (estroma). Encontra-se
sustentado por uma cápsula fibro-elástica (MORAES, 2016).
Os ductos alveolares se conectam aos mamilos, permitindo que o leite
passe da área produtora para o exterior. Os ductos podem se apresentar de
maneira que há apenas um canal por teto, no caso de bovinos. A vaca e
a cabra apresentam cisternas, que são áreas especializadas a armazenar leite
(BRAGA et. al., 2015).
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3 AMPUTAÇÃO DE GLANDULA MAMÁRIA

3 -1 MASTITE GANGRENOSA

Mastite é uma doença infecciosa, prevalecendo em vacas leiteiras de


maior produção, causando perdas produtivas e econômicas nos rebanhos. Esta
doença é de origem multifatorial, com destaque maior para as bactérias por
ocorrerem com maior frequência, seguida por fungos, algas e vírus (BRAGA et.
al., 2015).
O nível de exposição á patógenos por lesões na teta, más condições de
higiene, manejo inadequado, problemas na ordenha manual ou mecânica estão
relacionados como possíveis causas de mastite (BURGO, 2009).
Muitas vezes os tetos são afetados por patologias que forçam a realização
de cirurgias, que não são tão simples de serem realizadas pelo fato da produção
leiteira da glândula mamaria e presença de mastites, sendo preferível evitar
estes problemas em alguns casos optando por fazer a cirurgia no período seco
da vaca ou no caso de mastites fazer tratamento com antibiótico sistêmico ou
intramamários (POZZATTI et. al., 2010).
Atualmente a mastite é classificada como clínica e subclínica. Sendo que,
a mastite clínica pode ser aguda, gangrenosa aguda e crônica (BURGO, 2009).
A mastite gangrenosa é a mais severa, resultando muitas vezes na morte
do animal, quando não, na perda parcial ou total do úbere. Nos estágios iniciais
da doença os animais respondem bem ao tratamento om drogas
antimicrobianas, no entanto, estágios avançados são tratados cirurgicamente
por mastectomia favorecendo o restabelecimento o animal (MORAIS, 2005).

3 -1.1 Procedimento Cirúrgico

Os animais devem estar primeiramente em jejum alimentar de 12 horas


antes da cirurgia. Para a anestesia geral pode ser usado Sulfato de Atropina
associado com Cloridrato de Xilazina 2% por via subcutânea e após a
antissepsia é administrado Cloridrato de Lidocaína 1% por via epidural baixa
(BURGOS, 2009).
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Com o animal posicionado em decúbito dorsal com os membros contidos,


procede-se à tricotomia ampla do abdome pélvico e a antissepsia do local com
Clorexidina e soro fisiológico 0,9%, em seguida coloca-se o campo cirúrgico ara
delimitar a área operatória (BURGOS, 2009).
Na mastectomia radical procede-se inicialmente uma incisão elíptica
ampla com a segurança expondo o tecido glandular. As artérias e veias
mamárias são pinçadas, seccionadas e ligadas. Realiza-se a clivagem,
ressecção do tecido mamário e do linfonodo supramamário em monobloco
(BURGOS, 2009).
Lava-se o leito cirúrgico com soro fisiológico 0,9% e remove-se o líquido
sobrenadante com compressas. A redução do espaço livre é realizada com
pontos simples, utilizando fio Categute cromado nº1. Um dreno laminar é fixado
na pele com ponto simples ao lado da borda cirúrgica com fio Mononylon nº0. As
margens da pele são aproximadas com pontos Donatti utilizando fio Mononylon
nº0 (BURGOS, 2009).
No pós-cirúrgico é administrado antibióticos (Enrofloxacino),
antinflamatórios (Piroxicam) e analgésicos (Dipirona) todos via intramuscular,
sendo apenas uma dose. A avaliação do animal deve ser feita todos os dias,
verificando os sinais vitais, coloração das mucosas, elasticidade da pele e
aspecto da ferida cirúrgica. A limpeza também deve ser feita todos os dias com
soro fisiológico e depois de três dias o dreno laminar pode ser removido e os
pontos são removidos 10 dias após a cirurgia (BURGOS, 2009).

3 -2 AMPUTAÇÃO DO TETO ACESSÓRIO

O teto acessório não é produtivo e atrapalha a higienização na hora da


ordenha, sendo necessária sua exérese. Essa anomalia é de grande frequência,
hereditária e acomete com maior frequência os tetos posteriores. Se a produção
de leite for mínima, procede-se a retirada. Se há grande produção é importante
realizar a anastomose das duas tetas (POZZATTI et. al., 2010).
Para exérese de tetos acessórios deve ser feita uma incisão elíptica ao
redor do teto em questão, paralelamente ao eixo do teto principal. Procede-se
uma dissecação até a cisterna do teto e remove-se a glândula acessória. Durante
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essa dissecção, é importante evitar a perfuração da cisterna do teto principal.


Deve ser removida uma quantidade adequada de tecido subcutâneo objetivando
manter a simetria no local da cirurgia. A sutura utilizada é uma técnica de três
camadas com sutura simples contínua (COUTURE e MULON, 2005).
Ao fim do procedimento o teto é desengordurado com álcool e feita uma
bandagem de 2,5 cm de largura com curativo não aderente a ferida, na linha de
incisão é colocada uma cânula para evitar alta pressão na saída do leite. Como
medicamento pós operatório são utilizados antibióticos sistêmicos de amplo
espectro e nas primeiras 12 a 24 horas e utilizado cerato como barreira a
infecções (POZZATTI et. al., 2010).
Em casos de amputações que sobre pelo menos 2,5 cm de teto pode
tentar realizar reconstrução desse teto através de uma técnica em que se
ampara a extremidade distal do coto e em seguida realize se uma sutura de bolsa
de fumo ao redor de sua circunferência que comprima sua abertura ao redor de
uma cânula plástica fixada com 2 ou 3 pontos com o objetivo de a extremidade
seccionada cicatrizar ao redor dessa cânula. Deve-se fazer forte
antibioticoterapia nesses casos possuindo a desvantagem de não haver
esfíncter, ficar mais propenso a infecções (POZZATTI et. al., 2010).
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4 CONCLUSÃO

A cirurgia de teto é um procedimento de grande utilização na pecuária


leiteira. As lesões no úbere causam diminuição na produção de leite podendo
levar a perda permanente da produção da glândula afetada. Estas lesões são
rapidamente colonizadas por bactérias servindo como importante reservatório
para as infecções. Manejos inadequados como material para limpeza do úbere,
mãos do ordenhador e a própria ordenhadeira podem facilitar a transferência de
microrganismos infecciosos entre os quartos mamários da mesma vaca, como
entre indivíduos.
Medidas de prevenção visam diminuir a intervenção cirúrgica evitando
assim maiores danos ao animal e consequentemente à produção leiteira.
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REFERENCIAS

ARAÚJO, G.D. et al. Aspectos morfológicos e fisiológicos de glândulas mamárias


de fêmeas bovinas – revisão de literatura. PUBVET, Londrina, V. 6, N. 36, Ed.
223, Art. 1478, 2012.

BRAGA, R. A. et al. Morfofisiologia, afecções e diagnóstico ultrassonográfico da


glândula mamária em bovinos: revisão de literatura. Nucleus Animalium, v.7,
n.1, maio 2015.

BURGOS, F. R. N. F. 2009. Mastectomia radical e unilateral no tratamento


de mastite gangrena em cabras.; Dissertação Mestrado, Curso de Pós-
Graduação em Ciência Veterinária – UFRPE, Pernambuco.

COUTURE, Y.; MULON, P.Y. Procedures and Surgeries of the Teat. Vet Clin
Food. n. 21 p.173– 204. 2005.

MORAES, I.A. Fisiologia da glândula mamária. 2016. Disponível em:


<http://www.uff.br/fisiovet/lactacao.pdf> Acesso em: 30 de nov. 2022.

MORAIS, F. N. Mastectomia do meio esquerdo na espécie caprina. 2005. 39f.


Monografia (Especialização em Clínica Cirúrgica) - Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife.

POZZATTI, P.N. et al. Principais cirurgias de teto em ruminantes – Revisão de


literatura. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 36, Ed. 141, Art. 954, 2010.

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