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CODIGO CIVIL
PORTUGUEZ
ANNOTADO
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SEGUNDA EDIÇAO
Volume III
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COIMBRA
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE
1898
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CAPITULO III
DO MANDATO OU PROCURADORIA
SECÇAO 1
Disposições geraes
1 frequente nas procuraç5es forenses, que raras vezes têem outro indi-
cativo de acceitação além do facto do mandatario advogar ou pro-
curar na causa.
Tambem póde ser tacito o mandato, o que o artigo 1726.0 reconhece
faltando do mandato expresso, como nas compras feitas pelo creado
de conta do amo.
Pôde acceitar-se doação por intermedio do procurador, porque a
lei o não prohibe, como podem ser exercidas por intermedio de outrem
as funcçes de tutor, com quanto o encargo seja pessoal.
S6 não podem ser praticados por outrem os actos meramentepes-
neaes, artigo 1332.-, e aquelles para que a procuração seja vedada por
lei, artigo 1333.°, como o testamento que nio pôde ser feito por meio
de procurador, porque a lei absolutamente o prohibe.
Não pôde por outro lado o mandante por si praticar actos que pôde
praticar por outro, como assignar articulados, minutas e petiç5es
I de recurso e allegações escriptas nas causas judiciaes, que carecem
de ser aseignados com o nome por inteiro de advogado ou procura-
dor, conforme o artigo 93.- do codigo de processo civil.
Mas este caso obedece menos ás regras do mandato, do que ás
regras do processo.
f É commercial o mandato quando tem por fim a pratica de actos
de commercio.
i
ARTIGO 1822. 7
mandato verbal. Nos actos, que s por escripto podem ser realisa-
r dos, ou dependem de documento particular, e é suliciente procuração
particular, carecem de ser provados por documento authentico, e é
indispensavel procuração publica, ou havida por publica.
Todas as disposiçes relativas á falta de procuração e A procuração
illegal foram pela commisso revisora eliminadas por serem da ex-
clusiva competencia das leis de processo, e inteiramente extranhas
á lei civil.
SECÇAO II
SECÇAO III
J
ARTIGO 1313.9 19
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20 ARTIGOS 1344.- z 1345.0
SECÇÃO IV
SECÇAO V
IVs
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ARTIGO 1354. 23
SECÇAO VI
Do mandato judicial
Lor e2.
3., etc.
4.", etc.
Com quanto não seja applicavel aos escrivães a regra do numero
antecedente, é certo que a imparcialidade d'estes funecionarios deve
ser superior a toda a suspeita pela grande influencia que lhes dá
nos pleitos a sua importante intervenção no processo.
Nas palavras «escrirses e ofliciaes de justiça. estão hoje compre-
hendidos os escrivàes de juiz de paz, cujas funeções não são limita-
das a lavrar autos conciliatorios, e instrumentos de approvação de
testamentos cerrados, e pelo contrario se estendem ao processo con-
tencioso, que pelo decreto de 29 de julho de 1886 ficou sendo da
competencia dos juizes de paz.
Embora essas causas corram perante o respectivo juiz de direito,
não podem procurar no seu respectivo julgado os escrivães dos juizes
de paz, ou por estarem directamente cmaprebendidos no presente
numero do artigo, ou pela possibilidade de intervirem em actos ou
diligencias do processo, que hajam de ser praticados dentro do seu
julgado.
Por isso são egualmente inhibidos de procurar em juizo os ajudan-
tes dos escrivães por serem tambem considerados ofliciaes de justiça,
visto exercerem funeções judiciaes, artigo 100.0 da novissima reforma
0
judicial, artigo 31." da lei de 16 de junho de 1855, e decreto n. 5
de 29 de março de 1890, bem como os contadores, Ord., liv. 1.,
tit. 790, § 45., e decretos de 20 de setembro de 1849, artigos 1.0 e
3., e de 17 de novembro de 1868, e finalmente os tabellUes de notas
que por diferentes providencias legaes são considerados oficiaes de
justiça.
Os outros oihciaes de justiça, se não exercem tanta influencia nos
pleitos como os escrivães, podem todavia encontrar muitas vezes o
cumprimento dos seus deveres em opposição com o interesse dos seus
constituintes.
No entre tanto já se tem julgado que os contadores das varas ci-
veis não são impedidos de advogar nos juizos criminaes, onde não
exercem funeções proprias do seu emprego 1; e na pratica são os
contadores admittidos a procurar, quer no crime, quer no civel.
Tambem se tem julgado que o escrivão da Relação só no tri-
bunal onde exerce funeções é inhibido de advogar 2, e que os guardas-
móres da Relação não são considerados escrivães e officiaes de jus-
tiça para o effeito de serem excluidos das fimeções de solicitar e
advogar.3
Da sentença e saneção d'este n^ 4." estão evidentemente exclui-
dos os escrivães da administração do concelho, da regedoria de
.
28 ARTIGO 1354.°
5.°, etc.
6.0, etc.
o artigo 76.' n." 3." do codigo penal, som quanto julguemos muito
desarrazoada semelhante disposição.
Não inhibe porém o advogado de exercer as suas funeçóes a in-
diciação com transito em julgado, como inhibe o solicitador em vir-
tude do decreto de 12 do novembro de 1869, que não é applicavel
aos advogados.1
7.', etc.
8.0, etc.
1.
ARTIGO 1858." 31
32 ARTIGO 1359.1
que impàe pena de nullidade aos pactos quota litis feitos entre as
partes, advogados e procuradores, parece-me se devia isso ampliar
aos mesmos pactos feitos com quaesquer outras pessoas, porque os
prejuizos são os mesmos, e até são mais frequentes entre pessoas que
não são advogados e procuradores, e os advogados e procuradores
têem o meio de fazer intervir n'elles terceiras pessoas. Já tivemos
entre nós o alvará do 1.0 de agosto de 1774, que os prohibiu com
pena de nullidade a todas e quasquer pessoas sem differença de
classes, e ha conveniencia vm o restabelecer».
Respondia o sr. Seabra. «Prohibem-se estes pactos aos advogados
e aos procuradores, porque, sendo o seu oflicio tractar de demandas,
mais facilmente podem abusar. As pessoas que não estão n'este caso
não podem fazer taes contractos cem que sejam logo publicos, e
incorrem no odioso que os acompanha, o que é, até certo ponto, um
freio. E por outro lado, quando este mal aconteça, é por certo menor
que o que resultaria de inhabilitar as partes pobres de poderem fazer
valer os seus direitos.
A pena comminada no § unico do artigo, como é consequencia da
nullidade de contracto, e nio respeita a nenhum dos factos especi-
ficados no artigo 289.· do codigo penal, só pelos tribunaes civis póde
ser decretada em acção ordinaria a requerimento da parte offendida;
com quanto alguns sustentem que o facto representa unia trans-
gressdo de preceitos relativos a funeções publicas, que devem ser
perseguidas criminalmente a requerimento do ministerio publico.
4
ARTIGOS 1360. E 13610 88
34 ARTIGO 13620
1
ARTIGO 1863.- 35
SECÇAO Vil
Do termo do mandato
5., etc.
-1i
ARTIGOS 1866.0, 1367.-, 1368.° n 1369.0 39
1., etc.
2., etc.
a.1, etc.
É
1r
ARTIGOS 1370.' E 1371.- 41
CAPITULO IV
SECÇAO 1
Do serviço domestico
J
ARTIGOS 1376. E 1377.. 43
Tambem pelo costume da terra é regulado o serviço dos menores,
maiores de 1t e de 12 anos, segando forem vares ou femeas, quando
servirem sem ajuste previo, artigo 1390." n.° 2.°
No arbitramento do preço influe o sexo, a edade e a qualidade do
serviço. Não se paga do mesmo modo ao homem e á mulher, ao maior
e ao menor, ao serviçal grosseiro, e ao serviçal fino.
1.°, etc.
3.-, etc.
5.', etc.
1. e 2., etc.
3.-, etc.
Pôde o amo despedir o serviçal desde que não tem recursoa para
lhepagar, pela bem conhecida regra «Necessitas caret legc».
41 ARTIGO 1384.°
1.0, etc.
4.°, etc.
1.', etc.
2., etc.
3.°, etc.
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1,11
4
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Art. 1390.1 Mas se, por acaso, o menor não tiver quem
o represente, observar-se-la o seguinte:
1.° Se o menor não exceder dez asnos de edade, sendo
do sexo masculino, e doze, sendo do feminino, só será
obrigado o amo aos alimentos.
2.0 Se exceder esta edade, vencerá tudo o que for de
costume na terra, relativamente aos serviçaes da mesma
condição e edade.
1., etc.
2., etc.
Tomo III 4
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SECÇAO II
Do serviço salariado
1 li
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SECÇAO II
Das empreitadas
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52 ARTIGO 1398.-
1 À
ARTIGO 1399.0 53
novo codigo de commerio, da competencia dos tribunaes civis 1; e
materia civil é a abertura de credito para despezas de empreitada
com a coastroeção de caminhos de ferro.2
'Tambem é civil, e não cooecial, a acção para pedir aos em-
preiteiros o preço de materiaes para obras que no sejam constru-
cção de navios l; e competentes são os tribonaes ordinarios para
obrigar as corporações administrativas a pagar o preço das obras
que tiverem dado de empreitada. 1
Não depende de escriptara publica o contracto de empreitada,
nem está sujeito a formalidades especiaes para prova.
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54 ARTIGOS 1400.0 E 1101."
L
56 ARTIGOS 1403.", 1404.0 E 1405.0
II
ARTIGOS 140G., 1407.- E 1408. 57
t
58 ARTIGO 1409y
dos, responderá por todos os prçjnizos que cansar, ainda
que a obra lhe não seja rejeitada.
SECÇAO IV
a
p.,
SECÇAO V
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60 ARTIGO 14l8.n
11 jýÁ
ARTIGOS 1414., 1415.^, 1416.', 1417.- a 1418.* 61
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92 ARTIGOS 1419.0 E 1420.0
SFECCASi VI
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AlTiGOr 1131.- L 142 1,1
do albergueiro, aliás não responderá este pelo extravio ou
deterioração d'ellas, não se provando culpa da sua parte.
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64 A1TIiO 142$.9
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ARTIGO 1423,- 65
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66 ARTIGOS 1424., 1425. s 1426.0
SECÇAO VII
Da aprendizagem
1.- e § unico.
2.0 e3
4
ARTIGOS 1427.", 1428.^, 1429.0 E 1480.- 97
nos contractos de aprendizagem, pelos mestres que obrigavam os
aprendizes a dar-lhes tempo de trabalho, equivalente a mais do
dobro do preço do ensino, se este fosse pago a dinheiro, abusos fre-
quentes pela facilidade com que o :prendiz ou quem oactorisava
se sujeitava a preço exagcrato, por ser representado emi trabalho e
no em reis.
0
Art. 1128.° mestre não poderá reter o aprendiz, além
do tempo convencionado ou do costume. Se o fizer sem
novo ajuste, será obrigado a pagar-lhe o serviço que
prestar.
i
68 ARTIGO 1331.
N.o 1.*
SECÇAO VIII
Do contracto de deposito
sUE-sECCÃO 1
lia_ .
ARTIGO 1412.0 69
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i ý?1. 1ç
L
ARTIGOS 1135.t E 113G. 71
SUB-SECCAO 11
L
72 ARTIGO 1436.0
nacional, citado tit. 76.$ i 4.; 3$ aos negociantes, tit. 74.§ 7.; 4." aos
devedores de dividas criminnes, tit. 76. j 5.-; 5.° aos bulres e illi-
çadores, e outros, citado tit. 74" § 7.
Mas a ressào não alliviava os devedores de pagar por outros quaes-
quer b as, que depois adquirissem, como ainda hoje não ficam
alliviídos os fallidos; e apenas. quanto aos adquiridos, os devedores
gasavam do beneficio da competencia, isto (, de lhes ficarem salvos
os alirentos, citado tit. 74.° pr.
Esta .ursprudencia porém foi profundamente alterada pelas refor-
mas do aurquez de Pombal.
Fm vr:ude da lei de 20 de junho de 1774 a 19." se, depois da
arremataçâo, não ficasse ainda inteiramente satisfeita a divida, e o
devedor aão tivesse mais bens, nem o exequente os mostrasse ou
o exeeutado com dolo os oceultasse, mandava o juiz nos autos qoe
se orosruisse aiss naaerceaçd, palavras que o assento de 18 de
agosto do mesmo arro interpretou no sentido de deverem ser im-
mediatamente soltos es devedores, que entoo estavam encarcerados,
ou que depois o fossem por dividas viveis ou crimes, interpretação
que demostrava ter cessado a prisõo por dividas.
Finalmente a carta constitucional, que prohibi no artigo 145.-
9." a prisão sem culpa forda, salvo nos casos em que a lei o
etermiasse, acabou com a prisão por dividas. aliás conservada em
muitos c'digos, e especialmente reconecida em França na lei de
17 de abril de 1832, que só foi alterada em 1867.
Entre nós foi ha muito extineta a prisão por dividas, hoje applica-
vel apenas,nlo em homenagern aos direitos privados, e sim em garan-
tia do interesse publico, ao que tem a sea cargo dinheiro ou valores
do estado, codigo de processo artigo 373.0, ao arrematante judicial
que no entra em deposito com o preço em devido tempo, citado co-
digo de processo artigos 721.§ 8" e 859.°, ao depositario judicial,
que no entrega os valores em deposito no pcaso legal, citado codigo
de processo artigo 825., etc.
O decreto de 15 de setembro de 1892 até acabou com a prislo por
custas.
Alas esta providencia, eminentemente liberal, foi revogada pela
lei de 4 de maio de 1896.
L
74 ARTIGOS 1439., 1440. . 1441.0
Ws
16 ARTIGOS 1443." E 1444.°
5
Art. t'ei,4. Se os depositantes forem solidarios, ou a
L.
PrF, '
OL-
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ARTIGO 1451.0 79
1L
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t Aceordão da Relação de Lisboa de 16 de fevereiro de 1889,
F Dircito, 23.: anuo, n. 7, pag. 111.
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ARTI( 1 14!,2, 81
CAPITULO V
DAS DOACOES
SECÇAO 1
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82 ARTIGO 1453.-
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ARTIGO 1454.- 83
0
Art. Iii. A doação póde ser pura, condicional, one-
rosa o remnaínera leria.
I.° Pura é a doarão meramente beíefica, e indepen-
dente de qualquer condição.
2.1 Doação condicional é a que depende de certo
evento ou circumstancia.
3. Doação oneruosa é a que traz comsigo certos eu-
cargi s.
rtmuneratoria é a que é feita em attenção
li.° Doação
a serviços recebidos pelo doador, que não tenham a natu-
reza de divida exigivel.
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L, a
ARTIGOS 1464.^, 1465.', 1466.0 E 1467.0 87
88 ARTIGO 1467.0
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ARTIGO 1467.0 89
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Y
E
V
Art. 1471.0 As doações de moveis ou dinheiro, feitas
pelo marido, sem cotsetilimento da mulher, serão levadas
etn conta ta meação d'elle, excepto sendo remuneratorias
ou de pouca importancia.
ARTIGO 1472.- 93
valia for,
prodizií tílodos os seus efflTcos juiriliíos, inde-
prndenltemete de itSiululO ou ie qlqiuer mtra firnia-
lidade poslorior à mestima díaíirço, salvo o íjte fica disposto
no § utilco do artigo 1459.1
L,
94 ARTIGO 1472.
À
r. -.
ARTIGO 1472. 95
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q
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96 ARTIGO 1472.
nefici de menor que invocase, nos termos da Ord., liv. 4., tit. 7.?,
j 2.', o renefirir, d restitriço, segundo delarO a pOrtaria de 9
de fevereiro do 181J.
Fui muito qucstiojado se a isinuaçào era propriamente acto
de administraçâo ou se tinha a natureza de decimo controvertida,
e se o poder judicial tinha jurisdicçào para conhecer da validade
da insinuaçào, allegada a coacçào, o erro, eu a fraude.
Era, porém, jurisprudencia forense que o alvará de irsinuaçào não
tolhia os direitos de terceiro contra a doação, nem impedia os jui-
zes de conhecer da validade ou nullidade do contraeto, e que devia
ser respeitado o alvará de insinuaçào, logo quie se apresentasse re.
vestido de todas as solermidades externas, visto ser acto do poder
executivo que não podia ser coutrovertidío no firo judicial, mas que,
impugnada a doaç o ou a insinuação com fundamento de vicio no
corsertirentr, corpetia o conhecimento da questão aOs tribunaes
judiciaes, e não ao poder administrativo, porque se tractava já da
apreciação de direitos individuaes comprehendidos na esphera do
direito civil.
Proscreveu o codigo esta formalidade que importava a interven-
ção da auctoridade publica em negocio rmrerani-te privado. pela
mesma razão por que acabou co a formalidade da confirmaçào re-
gia nas perfilhaçóes.
Nos governos de opinião ião deve a auctoridade publica intervir
nos negocios de interesse reramente privado, nemr póe a lei presu-
RI mir precipitações e irrflectidôrs do doador, desde que exige provas
solenrres da constitiçuo da doação; e, para o caso de corrção, de erro,
ou de frurle, lia os meios ordinarios de direito.
O sr. dr. Pas ainda insilti na necessidade de insinuar as doa-
ç5es. Mas respondeulhe o sr. Scabra que iáo acceitar a a insinuaçào
pela, rarzcs que tinha dado ria sua obra, intitruada Prilosophia de
C direio de propriedu, pagina 298 e sguinrtes
n
Nos dorainios ultrunarmos já com o decreto de 17 de outubro de
185 artigo 348 tinha acabad,, a formalidade da insinuaço.
Estindo a correr o praso para a insinuaçiio rio tempo da promul-
gaçio do codigo, nãO era já precisa a formalidade da iusinuaçào,
iem mesmo podia já ser insinuada a doaçào, visto ter a lei nova
acabado com a jurisdicçio da auctoridade encarregada do processo.
a.
"ui corrente, rm seguida áprourrigaçâo
i do coligo civil, que as
Y doçtrrs srjeitas a isinuaçào e nr iirnuadas eram mumlas ipso jure,
e que nullrs deviais os juizes declaral-as no excesso logo que do
proprio titulo c rostasse o valor excedente á taxa legal, calculado
pela cuecha do contraeto, porque a fdrmr dos actos juridicos é re-
gulada pelas leis vigentes a tempo da sua celebraçào, e porque
nas lIia de processo, iuricas que começam a reger desde a sua pro-
mulgui-o, .10i estáo cmprrhendids as fórrmlas dos actos juridicos ;
e tanto q ue nã fez jurioprudnvia a decisão do Suprero Tribunal
de Juitiça r que neg:ra o direito de arnrllar depois do codigo civil
por falta di iusinuaç o aa doações rnrtiriores.
Depois começou de julgar-se rure a, doaçcs sjeitas a insiuroção,
e nio insimiadas, deviam prodruir todos Os efieitos juridicos em
quanto nmão fosser rescindidas pelos ueios competentes, e que po-
.r4®
A\RTle tJt 11777 e 1171. 97
diam ser itacada- tanto por aceso, Como por excepção nos termos do
artigo 693.a do presente codigo, e do artigo 3.o o 5.° do codigo de
processo civil que dá o direito de deduzir por excepção a nullidade
do contracto ou do titulo em que se fundar a acçào.
Hoje poriem com o fundamento de qoe o artigo se refere is doa-
ções anteriores à promulgação do codigo civil, de que na falta de
relaimçao pendente ao tempo da mesma promlgaçac n0o ha offensa
de direitos adquiridos, e de que o preceito do artigo 1472. foi coo-
signado no codigo precisamente para salvar as doações anteriores,
porque para as posteriores bastava o artigo 1459.. ten-se encami-
nhado a jurisprudencia no sentido de não poderem ser anautladas
depois da promulgação do codigo, om por acção nem par excepção,
com fundamento na falta de insinuação as doações anteriores', com
quanto em bom direito nsâ possa a lei posterior, sem retroagir ex-
pressamente, dar validade ao que anteriormente estava nullo.
LI.
1
98 ARTIGO 1475.0
1:
regra -resaiio jure concetentis reslriturjpis concessm.»
Na reversão legal na lypothese do artigo 1177:, como na revo-
gação por superveniencia de filhos por ingratidão, e por inotliciosi-
dade, revertem os bens uo estado em que se acharem ao tempo da
reversão, subsistem os encargos sobre os bens doados, e fica apenas
salvo ao doador o direito de expurgação com regresso contra o do-
natario, artigos 1484§ 1 , 149.- e 150o.
ARTIGOS 1476., 1477. 1478.' e 1479.- 9.9
SECÇAO 11
ki,
1.
100 ARTIGO 1480.0
Ai
cc
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çKo; mas pôde receber por testamento, não tendo sido judicialmente
provado o adulterio antes da morte do testador, artigo 1771.'
A disposição testamentaria a favor do amante é probibida tanto
ao marido, como á mlher, se foi jurgado em vida rio testador o adul-
terio artigo 17711, porque para dispor por testamento tão auctorisada
está a mulher, como o marido.
Reputa-se menos immoral a disposição por morte do que a doação
entre vivos, e mesmo menos prejudicial para os interesses do casal,
visto ser a toda a hora rerogarel o testamento, e ter assim o testador
tempo para corrigir o seu erro ou a sua allucinao
Tambem a Ordenação do Reino, liv. 4.0, til. 66.- , se referia só ás
doações e não aos testamentos, o que não obstava a que os nossos
praxistas ampliassem a disposição egualmcnte aos actos de ultima
vontade, contra as boas regras de interpretação que não permittem
crear nullidades, ainda ob orrpem causam, onde a lei as não estabe-
leceu.
Tão repugnante é aos bons costumes e :i consciencia publica o
beneficio ao consorte adultero que, uma vez provado em juizo o es-
candalo da infidelidade á fé jurada, primeiro dever entre os casados,
não permitte a lei perdão, ainda que o conjuge inncente tenha
perdoado, porque se attribue d'este caso o perdão, menos a senti-
mentos nobres, do que a relaxação de costumes ou a sggestées
ea%,illosas, que a lei não deve proteger nem garantir.
E porém valida a doação feita pelo marido adultero á concubina
com o consentimento da mulher, não só porque se presume que a
mulher perdoou a affronta recebida com as rélaçóes illicitas de seu
marido, e renunciou ao seu direito, mas tmbem porque ás doações
não applica o codigo o disposto no artigo 1771.- para os testamentos.
De incapacidade absoluta para receber por doação ninguem é fe-
rido, nem mesmo os condeínoados á pena mais elevada da escala
penal, porque a condemnação só Ises aifecta os direitos politicos e
não os ireitos civis, artigos 74.o a 81. do codigo penal.
A incapacidade relatira abrange apenas: 1o a concubina com
relação ao homem casado; 2- o tutor e o descendente do tutor com
relação á pessoa tutelada com quem casou artigo 103"; 3 o tutor
e o pro-tutor, que não podem receber doações do ex-pupillo maior
ou emancipado, senão nos precisos termos rios artigos 244a, n' 1.-,
262.' e 1767.'
Não é especialmente inhibida a mulher casada de fazer doaçòes
ao amante, como é especialmente inhibidíí o homem casado de fazer
doações á concubina, porque essa doação estava já ferida de nulli-
dade absoluta pela incapacidade da mulher para doar sem auctorisa-
ção do marido.
A nullidade especial prevista no artigo é sem prejuizo da nulli-
dade geral por inobservancia das formalidades ordinarias, como falta
de eseripto particular ou de escripto psblico, nos casos e nos termos
dos artigos 1458.' e 1459., e sem prejuizo das nullidades de direito,
pomo abranger a doação bens immobiliarios communs artigo 1191.
Expressamente dispõe assim o artigo 1482.'
A
MW,
ARTIGOS 1482.° E 1483.0 103
SECÇAO III
L.
Al ruIG o 111 3 10.
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106 ARTIGO 1483.- e
1 Accordão da
Relação do Porto de 21 de julho de 1882, Reitta
de Legislação e de Juriprudecia,de Coimbra, 16.' anuo, n.° 787,
pag. 263.
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110 ARTIGOS 1485. 1486. e. 1487.
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f.
ARTIGO 1488.- 111
por iacar aos é transmissivel, nem aos as-
descendentes legttioíos, não
cýndutes, nem a outros quaesquer herdeiros, legitimos oi testamen-
tarins.
Mesmo aos descendentes perfilhados e legitimados é negada, aliás
ficil seria ao doador achar pretexto para revogar as da çdrs.
Só depois de installida a cansa é que passa o direito de revo-
gação a quaesqucr outros herdeiros, os quaes proseguem na causa
pendente, como direito sucessorio, porque a proposição da acção
cria um direito transiissivel como qualquer outro, e a acção jant ia *
bonis esse aoepit dimatoris.
Tambem não passa aos herdeiros do doador, nem pôde ser inten-
tada eotra os herdeiros do donatario ingrato, a acço de revogação
por ingratidào artigo 1491., por ae fundar n'uma injuria de natureza
eslusivamontc pessoal. 4
Não devia ser intentada contra os herdeiros do donatario, que
não são responsaveis pelos factos criminosos ou immoracs que alie
praticou, nem podia competir aos herdeiros do iijuriaíte, que não
tèvm direito a maior rigor de que o doador, para lhes sor permittido
perseguir uío injuria que aqutle esqueceu, e que se extinguiu eo
razão do seu caracter penal com a morte do *tfendido.
Se porém estava em juizo a acção ao tempo da morte do doador,
passa a lide pendente, como qualquer outro direito da herança, aos
herdeiros e contra os herdeiros.
Em todo o caso o principio absoluto de que a morte extingue todas
as otbensas couduz ao absurdo de absolver da entrega dos bens doa-
dos o donatario que proitieou o crime de assassinato, por exemplo,
na pessoa do doador, e que ficou sujeito apenas i acção criminal,
unica que os herdeiros podem intentar, quando ctí vida pódc o doa-
dor intentar a acção de revogação da doação contra o donatario que
commettu o mais insignificante crime de injuria verbal.
O herdeiro que attentar contra a vida do auctor da terança póde
ser excluido do direito á horança testamentaria, ou o intestado,
artigos 1749. e 1752.1 Mias o donatario, responsavel por eguaes cri-
mes, tao póde ser privado da doação, se não foi proposta a acção
pelo doador.
Algumas legislaçàes concedem a acção de revogação por ingra-
tidão aos herdeiros do doador, quando este tiver morrido sem poder
intetal-a, e tia quem julgue applicavel entre uós ao donatario, que
attcnta contra a vida do doador, o disposto nos artigos 17490 e
1782. para o herdeiro que attcnta contra a vida do autor da he-
rança.
Porém as leis não permittem argooentos de analogia em materia
penani.
Com razão se não aos herdeiros do doador acçâo fun-
transtmitte
dada na injuria pessoal por serem pessoaes as penas como os deli-
etos, e por se presumir ter perdoado a injuria o injuriado, e não se
admitiir recursO coutra o perdão.
ias devia permittir-se aos herdeiros propdr a causa em juizo,
quando cessa esta presumpção por haver fallecido o doador sem ter
podido intentar a acção; e tanto mais que o ascendente, descen-
dente, conjuga, irtão, ou herdeiro pôde intentar acçàrs penaes por
injuria quando o crime é comnettido depois da morte do offendido,
codigo penal, artigo 417. 4s
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112 ARTIGO 1488.
C: 4 ,al
rse ir'
i.:;
rsrr<rr '<ri
* .05-e,
disposto nos artigos 431. ti9 2.' e 438.' do codigo penal sobre acçâo
criminal pelas subtracçôes commettidas entre ascendentes e descen-
dentes.
O codigo civil franeez, que para a desherdação exige a cosdema-
cào do herdeiro legitimario por crime contra a pessoa do auctor da
herança, não exige a mesma rircumstancia para a revogação da doa-
ção por ingratidão; e a razão da differrnça é, segundo Rogron, ser
mais criminoso o attentado contra aquelle de cuja liberalidade pro-
vêm todos os direitos, do que o attentado contra aquelle cujos direi-
tos são transmittidos em virtude da lei
O nosso codigo, porém, quer para r revogação da doação, quer
para a desherdação, em caso nenhum exige a condemnação do de-
linquente, contenta-se com a prova do facto.
io póde o pae desherdar o filho que practicou delicto contra a
mãe, nem o filho desherdar o pae que cmmetteu crime contra a
madrasta.
filas póde ser desherdado pelo filho o pae que attentou contra a
vida da mãe, ou a mãe que attentou contra a vida do pae, se depois
se não reconciliaram, artigos 18789 e 1879., porque se tornou in-
digno da successão do descendente que não pôde ver a sangue frio
tamanho attentado commettido por um contra o outro dos auctores
de seus dias.
Não póde, todavia, o pae desherdar o filho que attentou contra a
vida do conserte, visto não serem as mesmas as relações e o vinculo
natural e legal entre o pae e a nora ou entre o pae e o genro que
entre o filho e a mãe.
E motivo de revogação das doações por ingratidão a accusação
judicial do doador por crime em que tenha acçào o ministerio pu-
blico, haja ou não condemnação, porque a absolvição do crime, ce
livra o donatario da imputação de calunmiador, nem por isso o livra
da imputação de ingrato.
O donatario que, em logar de se compadecer do seu bemfeitor, o
vae perseguir usando de acção, que bem prdia ser posta em anda-
mento pelo ministerio publico, comrmette uma ingratidão a que o
legislador não devia ser indifferente.
O n 29 do artigo 1488.- não se refere unicamente aos delicetos, em
que podem accusar as pessoas dr povo, como aos crimes de suborno,
peita, peculato e erneussão, artigo 771." da novissima reforma ju-
dicial, alias bem eseusadas seriam as palavras -em que o ministerio
publico tenha acção., porque não ha delicto sujeito r acção popular
sm que o ministerio publico não tenha que intervir.
O psísamento do n9 2.° do artigo é castigar o donatario por se
ter mettidr a aceusar crimes, que bem podia ter deixado â acção do
ministerio publico, comeo são os crimes previstos ios artigos 865.,
866.° e 867.-, cm que são admittidos particulares, além do ministerio
publico, a querelar.
loda a accusação por crime em que póde aceusar o ministerio pu-
blico é motive de revogação da doação por ingratidão.
Só não é causa de revogação da doação por ingratidão a accusa-
Pý ção do doador por crime commettido contra o donatario, sua mulher
on filhos iortituido debaixo d, patrio puder, porque prefere a tudo
o direito de via ar um errr cmeRtido <ontra n ou contra as pes-
soas cja drfs ns está cor.ettidr.
A gratidão do donatario não p(<te ir até o ponto de tolerar os cri-
mes do doador contra si, contra sua mulher ou contra seus filhos
debaixo do patrio poder; nem o doador pôde fazer maior offensa ao
M
I", -
M
M
."
ARTIGO 1498.^ 121
iLI-
'ir
19.° anmo, n.o 1, pag. 5, e Revista dos Trióbsaes, 14.° asso, n.· 327,
pag. 231.
4i
ARTIGOS 1301.° 1502. , E 1,03. 125
CAPITULO VI
Do ENPrESTIIO
SECiXAO I
Disposições. geraes
1
(O lãCýt.
ART'IG
JL.
r,.
rr-
11
L. 1j[
ARTIGOS 1509.^, 1510.0, 1511., 1512 E 1513.• 129
SECÇÃO Ii
Do commodato
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1,1
7
ARTIGOS 1523.-, 1524.", 1525.-, 1526.° a 1527.0 133
SECCAO III
Do mutuo
3,..
e,:
q,.
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A TtttS 1528.' e 1529 135
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ARTIGOS 1531.", 1532.", 1535. a 1534." 137
BN&
138 ARTIGO 1584.'
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AITIGO 15 34.o 139
'á
ARTIGOS 1535. s 1536.- 141
SECÇAO IV
MI
1
142 ARTIGOS 1537.-, 1538.0 E 1539.-
negociava sem mandado de seu pae, ficará elle obrigado até onde
chegar o seu peculio, e mais lno.
§ 4.° E quando o filho familias está em parte alongada e remota
por causa do sudo, será o pae obrigado a pagar o que se emprestar
ao dito filho para os gastos do estudo, não sendo porém mais que o
que o pae lhe costumava dar. E o mesmo será no que se emprestar
ao filho familias soldado, que stiver na guerra em parte remota, ou
que andar na corte em nosso serviço.,
CAPITULO VII
1
ARTIGO 1539. 143
L, ti
ARTIGOS 1541., 1542. E 1513.- 145
L
ARTIGO 1543.' 147
CAPITULO VIII
SECÇAO I
.rr
,.
À
ARTIGOS 1546. E 1547 153
Pelas Ordenaçies do reino, liv. 4., titt. 2.o e 7., reputava-se per-
feito o contracto de compra e venda logo que houvesse accordo na
cousa e no preço las, dependente como era da tradiçio a trans-
ferencia do dominio, ficava pertencendo ao primeiro que d'ella to-
masse entrega a cousa vendida a dois.
No systema do esdigo a promessa reciproca de venda com ac-
cordo na cousa e no preço, longe de constituir só mera convençlo
de prestação de facto, devia reputar-se verdadeira venda por reunir
os tres requisitos constitutivos do contracto, consentimento das par-
tes ou promessa reciprocm cousa certa ou cousa especifcada, e preço
certo os preço rdeermialo.
Pelo projecto de cod igo civil hespanhol artigo 1373.°, como pelo
codigo civil francez artigo 1599.°, e pelo projecto do sr. Seabra ar-
tigo lJ3i" correspondente ao presente artigo, só era simples con-
vençào de prestação de facto, e não passav a contracto de compra
e vena, a promessa de compra e venda sem determinação de preço
ou especiieaçào de ensa, doutrina ainda mantida pela commissào
revisora na edição de 1863 artigo 1577., e na edição de 1864 artigo
1583."
Tias a final ficou no codigo o principio exactamente opposto, isto
é, o preceito de que a simples promessa de venda acompanhada de
determiaçào de preço e de especiticação de cousa não importa só
por si renda irlida, com quanto seja contracto ralido, não para a
entrega do predio, moas como mera convenção de prestação de facto
para acçio de perdas e damnos.
ARTIGO 1548. 15
L.
-. q. .-
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ARTIGOS 1552.^ . 1553.° 15s
SIECÇAO 11
2.9
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1G6 ARTIGOS 1556.', 1557. n 1558.
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ýk_ .
i] 1 ARTIGO 1562.
ei
ARTIGOS 1563. a 1564. 165
0
Art. i56$. io oem comprar nem vender reciproca-
mente os casados, excepto achando-se judiciaiente sepa-
rados de pessoas e lets.
§ unico Não será, comtudo, havida como Neuda probi
bida entre casados a cessão ou doação em paga11nlo, feita
pelo conjuge devedor ao seu consorte, por causa de alguma
divida legítima.
11
r'
ARTIGO 1565. 167
... -wi
ARTIGO 1566.9 169
II--
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ARTIGO 1566Y 171
1
172 ARTIGO 156 ;
nAs exigindo artigo 848: n^ 7.n que seja indiesivel a cousa para o
exercidro do direito de preferencia em praça, abertamente reconhece
o direito de preferencia na venda dos quinhlei hereditarios.
Tamtbtm na revenda os q u ithties da cousa eotmnumn to de ser
offerecidos tanto por tanto aos respectivos com-proprietarios, 1
Mas só a ierdeiros se referem os irtigos 2015» e 2016." do codigo
civil e o artigo 642. do codigo de processo civil.
O legatario nào é obrigado a offerecer tanto por tanto o egado,
como o herdeiro a ofirerecr tanto por tacto o qainhào, porqte a
coammuho da herança indivisa abrange apenas os herdeiros, e não
os legatarios.
O legatario contempldo com quantia certa ou com objecto de-
terminado, isto é, com 1005000 réis, ou com um relogio, bem póíe
dispor dos l 0t3000 réis ou do rclogio sem attençdo alguma com os
interessados na herança, quer herdeiros, squer ligatarios, porque a
cousa legada tio é itlirisirel. netm sequer indicisa.
Mesmo que o legado consistisse em certa parte de objecto deter-
minado como mi tametade do predio A, não era o legatrio obri-
gado a offireeer tacto por talito a sia parte. senão por se tractir
de coisa commun ou de parte d'ela, em que o artigo 2186. shi o di.
reito de preferencia ao com proprietario de coa indirisa, ou em
que o artigo 818 n. 7. reconhece a opiào ao consorte.
O objeito legado está no caso de qulqír objecto encontrado
na heratça, que é arrolado sepa radamient pr dver patear precipuo
a ríalquer herdeiro, codigo civil artigo 2078., que o proprietario
pide alienar à vontade porque n'elle no têem coíímonho os co-
hcrdeiros.
E, porém, restrieto 4 venda e à dação em pagamento o direito de
preferencia.
Na alií-naçAo da servidão, ou de qualquer outro encargo predial,
já ndo é admittido.
A prefiremiia d consorte tanto por tonto estáo sujeitos os com-
proprietarios de cousa indivisivel taibem no caso de doçío em pa-
gamento, corno no caso de venda, apesar de só na renda de cousa
indivisivel fallar o presente artigo, e de una e muitas vezes usarem
das palavras « rendere, e «dar en pii étse/os os artigos 1t78 , 1703
e 2193, porque a dação em pagamento é verdadeira venda, com
todos os requisitos essencias deste contracto - consentimento -
preo ecrto - e cousa certa -.
Sei o quinhi o hereditario envolver 'ens emphytclticos prefere o
co herdeiro a senhorio dircrto, porque o senhorio deve preferir o
coa- proprietario.
Atíresentando-se, porém, a preferir mais de uma pessoa com egual
dirnito, prefere a que melhor preço offerecer, conforme os artigos 848.
3. e 870.° 1n do codigo de processo civil.
Pesando dois fóros, ou dois quinhes, ou ui fóro e quinhes ou
rAccordào da Relação
de Lisboa de 7 de dezembro de 1895, Ga-
zeta da 1 Ziçis de Litioa, 9: aai, n.o 47, pag. 369.
2 Accordiis,da Relação do Porto de 20 de novembro de 1894, e
do Suprem- 'riibunal de Justiça de 9 de novembro de 1897, Reíista
dos Tribunaes, 14.' anuo, ua. 318, pag. 83, e Gazeta da Relaço de
Lisboa, 11. anuo, n. 56, pag. 445.
rt
s9
ARTIGO 156 1.J
censi sobro omesmo prrdií, sem designação da parcella do terreno
sobre que recae cada elcargo, prefere o senhorio do direito mais
avaltado, e todos conforme os seus quiihies no caso de direitos
eglaes, por arguento do artigo 642.° unico do codigo de processo
civil. com quanto muitos opinem pela preferencia de todos os com-
proprietarios na proporção de seus quinhoes.
Tambei o codigo de processo civil, ordenando, artigo 848., a
citação para a praça dos que podem usar do direito de preferencia,
e garantindo este direito nas veldas judiciaes a todos os que o téem
nas vendas voluntarias, dirimi a questão levantada i piromulgaçào
do codigo civil se nas vendas jidiciaes era ou não admittido o di-
reito de preferencia.
(I.íd ião ha direito de preferencia t nas vendas em expropriação
por utilidade publica ainda amigavelmente feitas entre o proprieta-
rii e o representante do estado ou de corporaçào que faça parte do
estado, ou de pessoa a íumíí a lei conceda por motivos geraes de
interesse publico o direito de expropriar, porq u e lio piíde ser invo-
cadi o direito de preferencia em nome do interesse particular 1m1a
venda feita no in/erss puico.
Não li.a, 1r i,, o sííílorin directo privad do direito ao respectivo
laud mi., li de 23 de jul o di 151I :írtigo 27." 17.°
Na veuda dos bens de herança indivisa é iotiicado o cabeça de
casal, e, se este u1o preferir, póde qualquer dos hlrdcirs usar, den-
tro do mesmo praso, do direito de preferencia, sem dtepedencia de
outra oítilicaçào; e pretcideio preferir mais de rm herdeiro per-
teíeerao os beis ao que tiver maior quinhdo na herança, ou ao que
por meio de licitação otYrecer maior preço se os quiiihbes forem
eguaes, codigo de processo civil artigo 642."
Pode tambem o conjugc meeiro exercer o direito de preferencia
nos bens da herança indivisa, porque, longe de ser exratnho, é or-
dinariamente o maior interessado na socoesoo, apesar de já se ter
julgado o contrario.2
Na venda de parte de cousa indicisirel prefere o de maior qui-
nho o forsem muitos os com-proprietarios, e cada 1101 conforme o
seu quiihio'no caso de partes eguaes.
Na venda do qíinlo é do posseiro a preferencia, dos outros
quinhoeiros na falta Welle, e escolte o alheador o que lhe apro -
vcc ireínd mais de um usar do direito de opçào; e na veuda da
poss ou do quinhão do posseiro é dos quihoeiros i preferencia, e
escolhe o posseiro o que lihe aprouver, se mais d um quiier exercer
o direito de preferencia, artigo 21i5."
O coai-proprietario a quim não se dér coihecieti dla venda póde
haver pla si a prte vomiida, depositando o preço. no praso de seis
se certado, lio da geriicado, mas da noticiada voida.
No artigo 131s,1 .rrespondnte ao artigo 1566."' dizia o projecto
priitivo imas sómct dentro em seis meoes da rerificacãi da
ieniito, redacçào ainda onservada 11o projecto de 1b63 artigo 1555."
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Declarou-se todavia desde logo que o artigo ficasse para ser redi-
fido de noro, e na ultina redaeçao introduziuse o unico, que não
vinha mo projecto primitivo, nem na referida edição de 1863, e que
apparecu pela primeira vez no projecto de 1864, e foram elimina-
das as palavras »da rerificaão da renda».
Coroe, portanto, a prescripção desde a noticia como na acção pos-
sessoria, artitgos 42 e 51i4.^ § mico.
Não -aole oa , codigo re-ras uniformes para o exercieio do di-
reito d. prefirrca na vela de firos, censos, qlin hes, e partes
de cousa cotum indivíivel. falta que o codigo de processo civil
suppriu, impondo no artigo 6i ." 2.^ ao interessado eta todos os
casos de preferencia a obrigação l doeclarar por termo que protenrtr
preferir no praso de trinta dias a contar d'aqulle em que tiver sido
notificado.
Antes da promlgatçãa do cotigo de processo civil era baotante
paa noticiar n venda ao preferent um simples ariso extrajtlicial,
artigo 1678.% em que se declarasse o preço definitivo ofterecido, ou
o preço por que se pretendia alienar,
preço que o proprietario não
podia alterar sem di novo dar coi ecimen lo da modificação ao prefe-
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e-z
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rc. é .,
SECCAO IV
SUl'-SECCAO 1
Si
ARTIGOS 1570.°, 1571.* z 1572.' 177
àm
178 ARTIGOS 1573.- E 1574.°
;u
ARTIGOS 1575.° , 1576.- 179
SUB-sECCÁO 11
Da garantia e da evicção
;ri
ARTIGO 1582.0 181
a
ARTIGO 152. 183
SECÇAO V
§f1.
52.'
(Vid. nota ao artigo 1574.")
3
ARTIGOS 1585.-, 1586.-, 1587.- a 1588.' 185
SECÇAO VI
Da venda a retro
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11
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SECÇAO VII
CAPITULO IX
DO ESCAMBO OU TROCA
CAPITULO X
DO CONTRACTO DE LOCACAO
SECÇAO I
Disposições geraes
e
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ARTIGO 1602." a 1603.- 193
SECÇAO II
Do arrendamento
SU-SECCAO 1
C
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4., etc.
5., etc.
2.'
3..
(Vid. nota ao artigo 1607.')
4'
ARTIGOS 1609.° E 1610.' 199
4.1
5.-, etc.
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ARTIGO 1615.° 203
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ARTIGOS 1616.- E 1617. 205
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AMlT'IGO 1626.- 211
sUB-SEcÇÃo uI
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ARTIGO 1631.- 215
sUB-sEcçÃo Iv
Do despejo
a.
ARTIGOS 16383. E 1634.0 221
SECÇAO III
Do aluguer
CAPITULO XI
DA USURA
Á
AltIIGOS 1645^, 1644.° E 1645. 225
eisio 1 em contrario que não constituirá direito, porque destoa do
preceito da lei, e da pratica constante.
CAPITULO XII
SECCA) 1
a
ARTIGO I645.^ 227
ma:ý.
228 ARTIGOS 1646.0, 1647.^, 1648.", 1649.0 E 1650.0
SECÇAO 1
à
ARTIGO 1651.õ 229
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1
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CAPITULO X111
DO CONTRACTo DE EMIPRAZAMENTO
SECCAO 1
SUB-sECCÃO i
Disposições geraes
M. -^ 4 .
232 ARTIGO 1653.
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238 ARTIGOS 16589 e 1659.
quanto ao preterito, mas a lei não pôde nem deve admittir o laude-
mio de futuro, porque não parte de nenhuma razão autlTiciento».
Assim nos emprazamentos celebrados depois da promulgação do
codigo é calculado sem laudemio o valor do dominio directo.
Não vinha no projecto primitivo nem appareceu no primeiro pro-
jecto da commissão revisora, e só foi introduzido no projecto de
1861 em virtude da resolução indicada em a nota ao artigo 1735.^
do projecto de 1863, o artigo 1693. que conservou o laudemio esti-
pulado nos emprazamentos de preterito na fórma da estipulação.
Com quanto alguns sustentem, com fundamento nas palavras da
Ord.. liv. 4., tit. 38.--ou o conteúdo no seu contracto-que o
laudemio era elemento eventual da emphiytense. e não da essencia
do contracto, visto carecer de ser estipulado, é certo que no velho
direito foi sempre considerado o laudemio, não coseo encargo even-
tual mas como elemento essencial ou natural do contracto empb'-
tetico, que devia presumir-se ainda não estipulado.
l'orém, qualquer que fosse a onterpretação dada às Ordenaçães do
reino, ou por cilas fosse considerado elemento naural ou essencisl
da venda dos bens emprazados, é certo que hoje não se deve laude-
mio nos emprazamentos de i reterito. se não foi estipulado, porque
t
o ortigo 1G89 s manteve
o os emprazamentos de eos parHilarecs,
anteriores ao codigo na lúrcmi dos respelivos ti/ííos, e com as mo-
dificaçJcs estabelecidas na prese/le secçúo, urna das quaes é não
reconhecer a existencia do laudemio, que não tenha sido esipnlado
artigos 169:3. e 1705. e isto com referencia ao passado, porque para
o futuro acabou com elle de todo.
E:- Tmsbem os tribunaes, com o fundamento de serem mnutidos os
emprazamentos de bens particulares de preterito na frinou s/s res-
pectiro tiolos,. estão julgandoi que não é devido laudemio nos
afi ramuntos sem titulo, comao são os aforamentos baseados na pre-
scriprão, por ter sido conservado, artigo 1693.', nos emprazamen-
tís de pretcrito apenas quando es/ilulro.
Nem outra jurisprudencia admittem os artigos 1693.? e 1705.
-A
ARTIGOS 1660., 1661.» e 166:2. 239
0
Art. I660. fôro será pago ao tempo e no logar con-
vencionados.
Art. <liI.° Não havendo dealaração sobre o logar, ou,
sobre o tetipo do pagtmentlo do ftro, observar-se-ha o se-
gut[)tuI:
1 O fro seri pago em casa do senhorio, morando
este ta parociia da siluçãco do predio.
F ±. Se o senhorio não residir ua parociiia, on ahi tão
iver íroí-rador, será o feiro pag ett casa do eíphyteuta.
5 I.o Consistindo u (cro ett fr-los, será pago tio im
da -espeelica colheita, e, cotsistindo em dinheiro, tio lm
do anno, cotado desde a data do contracto.
È :,
240 ARTIGO 1662.'
_Z
rr",_
JUI- .
242 ARTIGO 1662.'
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ARTIGO 1662." 243
ji
ARTIGO 1668.' 245
SUB-SECÇÃO II
k
ARTIGOS 1665., 1666.-, 1667.', 1W8.- a 1669.° 247
srn-SEcCÃo I1
1.', etc.
...
248 ARTIGOS 1670.0, 1671.- a 1672.-
SUB-sECCÃO IV
..Art. 2.» Nas ilhas adjacentes, onde por costume geral da terra o
pagamento do dizimo correspondente ao fóro estava a cargo do fo-
reiro, não poderá este exigir que o senhorio lhe abone senão o que
por cite pagar a maior, por efleito do aggravamento eventual da
contribuição que ficar substituindo o extincto dizimo.
«Art. 3. Ficam d'este modo declarados o artigo 1688. e o § unico
do artigo 1675.» do codigo civil, e revogadas as disposições em con-
trario.»
Nào prejudicou, porém, esta lei a estipulação de ficar a cargo do
foreiro a contribuição relativa ao dominio directo, quer seja anterior
quer posterior á lei de 3 de abril de 1873 o contracto de empraza-
mento; e em virtude d'ella, nas ilhas adjacentes, onde, por costume
da terra, o pagamento do dizimo correspondente ao fôro estava a
cargo do foreiro, não poderá o emphyteuta exigir do senhorio senào
o que por elle pagar a mais, por eifeito do aggravamento eventual
da contribuição predial, que ficou substituindo o antigo dizimo, re-
gulamento de 25 de agosto de 1881, artigo 106.» § unico.
Tambem os parochos hão de abonar aos foreiros as contribuições
correspondentes ao fâro, apesar de exemptos de contribuição predial
os dominios directos computados na congrua parochial pelas leis,
de 20 de julho de 1839 artigo 13.°, de 8 de novembro de 1841 ar-
tigo 40', e de 15 de julho de 1857 artigo 12, e pelos regulamentos
de 9 de uovembro de 1853 artigo 1. 2.», e de 25 de agosto de 1881
artigo 12 n.» 7.», como exemptos de contribuição predial são todos
os rendimeotos computados nas congruas, porque o § unico do ci-
tado artigo 1» do regulamento de 25 de agosto de 1881 expressa-
mente declara que as exempções, de que tractam os n' 3P a 13.»,
não comprebendem a contribuição predial que corresponder á ex-
ploração dos predios rusticos ou aos fóros, censos, pensões, ou quaes-
quer sutros encargos com que os predios estiverem onerados, porque
essa contribuição será devida na totalidade, e porque pelo mesmo
regulamento artigo 1002 § unico se deve abater do rendimento col-
lectavel do predio a importancia do encargo.
Até se tem julgado' que o foreiro, executado pelo senhorio, não
carece de pedir por embargos o desconto da contribuição, que lhe
deve ser abonada em qualquer estado da execução, apresentado que
seja documento do pagamento effeclivo 2; o que todavia não impede
o foreiro de por cautela recorrer ao meio de embargos para obter o
desconto das contribuições sempre que a firma ou o titulo do pa-
gamento esteja sujeito a impugnação.
Tambem os hospitaes e demais corporações administrativas de-
vem abonar aos foreiros os impostos geraes e os municipaes, e as
congruas lançadas aos fóros, salvo estipulação em contrario. s
No caso de recusa do senhorio a receber os fóros sem o desconto
das contribuições pôde o foreiro depositar a quantia devida, justifi-
cando com certificado do escrivão de fazenda a importancia do im-
posto, regulameuto de 25 de agosto de 1881, artigo 227., se o predio
estiver na matriz descripto como foreiro, deve promover na epocha
Á
ARTIGO 1684.° 255
cinco annos, sem para isso se haver legitimado com documento assi-
gnado pelo foreiro.
O artigo, porém, abrange só as penses emphyteuticas. Olaudemio
está sujeito á prescripçào geral.'
A
w
ARTIGO 1685Õ 257
1.,
ARTIGO 1689. 259
SECAO II
SIti-SECCa.O (
Disposiçóes geraes
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,--.4i>
'"'.5.
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11
r ARTIGO 1692.-
t
Aceordâo do Supremo Tribunal de Justiça de 23 de dezembro
de 1113, Gazela da Aosoeiat;do tios Adeogaeols de Lisboa, 1-
anmo,
paz. 199.
L
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26-2 ARTIGO 1693.-
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sti-s*CCAo ii
SB-SECCAo til
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SECÇAO 1I1
Da subemphyteuse ou subemprazamento
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1
266 ARTIGO 1704.-
À
ARTIGOS 1705.°, 1706.' E 1707.- 267
CAPITULO XIV
DO CENSO BESERVATIVO
Ka
268 ARTIGOS 1708., 1709.-, 1710." a 1711.-
CAPITULO XV
DA TIrIANSACCAO
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270 ARTIGOS 1715., 1716.0 E 1717.0
1:
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272 ARTIGO 1722.-
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LIVRO Ill
TITULO I
DA GESTAO DE NEGOClOS
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276 ARTIGOS 1730, 1731., 1732., 1733.0 e 1734.
TITULO II
liAs SLCESsuES
CAPITULO 1
Disposições preliminares
11
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ARTIGO 1786.0 279
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ARTIGO 1736.0 281
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2>12 ART'IOs 1737? E 1738.°
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ARTIGO 1739.0 283
CAI'TULO 11
DA SUtOlSSAO ]TESTA7IENTAIIIA
SECCAO 1
1x ;
-19
dos bens, porque elles não tèem por lei senào as attribuiçúes fixadas
no artigo 1899 e não póde o testador auetorisal-os contra as pre-
seripçies legaes artigo 1894?
Pelo presente coiigo apenas podia ser commettida a uma pessoa
au a uni gespo de pessoas a repartiãào da herança entre herdeiros
generioa mente instituidos.
As palavras -roitmetter a tereriro a repartição da herana -
consignadas no § unico, evidentemente reconheciam ao testador,
quando intituisse una generalidade de pessoas, o direito de aueto-
Ii risar terceiro, no só a fixar a natureza dos bens que haviam de
compr o quinhão di cada uma, mas a designar o valar ou proporçào
eal que cada numa havia de receber.
Esta era a doutrina do o artigo 558?. do projecto de cosigo civil
hespanhol, fonte do preente artigo, e redigido nos seguintes ter-
Ines: .Ni iestatt, es ,,, wh, per.onalsiiim,: ss f, rmioiion Io
prde dçj1 rse en imdo ó et parte íl íarl>itrio de u teríero. 7ctompoco
pued d/ji al rirLia ri0 de an tercero la sasisi enia de aI iasitscion
de heredtro ; die Ia mnoatt, ui la deinaioi de s cantidad; pro si el
repartiííiento, cando la dil-sicist comprettne i toda ítua lase de
i persma.tt, c oio psriraie,, pores y criasos,
E Goyena em i nota águelli artigo dizia que a exrepço final
iàra tirada do artigo Gbi. do odigo stiriaco, que era redigido
assir:-«t Ictíítattsi peut absoner t sis heritier oi o uiti tias
la reprüi s d'li i/io iati liUlsesit d/ssr e Ir permns, tomsme
Par re., crpa,: ux ptrents, a.c rlciesijtires et aux pautes. En cria
d'iadterinoatís, c'es /'éritirilir ãui seu chase.
iEm todo o caso só a lírceiro e tio a qualquer dos herdeiros, podia
ser commettida a partilha, apesar de s' reputar cousa muito secun-
daria e muito ditierente da iistitui;ãio d, herdeiro ou de legatario.
i Julgava o legisldor que, no mais stricto rigor, repartir a successão
por hirdeiri instituido síi certa geeralidade, tão era o mesmo
qí eslhr d'essa generalidade os qu havi: m eisser cintemiplados
e.5
e os q u e haviun dr ser excluidos; ou era unia excepção ao principio
que o testamenso é ac/opessoal, que não péde ficar dependente do
arbitrio de outrem.
Meso em plena viginria do codigo civil s sustentou jue, ainda
no caso especial prevenido tio unieo do artigo, o testador só podia
delegar eta ti io o dircita r desiitnar a natureza tios bens em
que cada tsnt ht ia de ser inteirado mas que havia de fixar o valor
destinado a cada u i dos codtepla . Todavia o codigo civil, que
não pernittia ao testador coninetter a ninguem a designação da
quota hereditaria ou do valor do legado, auctorisav a-o a commetter
'ai a terceiro a reparstiçào da herança, e a desiguaço do valor ou do
objecto com que havia de ficar cada uma das pessoas instituidas em
generalidade quando instituisse uma classe de pessoas, como os pa-
rentes, os pobres, os creados, etc.
Mas essa mesma faculdade de commetter a terceiro a partilha
entre certa generalidade de pessoas foi annullada pelo codigo de
processo civil, que nào permiitte commetter a terceiro nem a escolha
das individuos a camteiplar, quando a herança é repartida por certa
11 generalidade de pessoas, pois que nos termos do artigo i69.- e
seguintes não píide ser feita a partilha sem preceder sentença que
dee isisiors sisO si o interessados.
Hoje instituida certa generalidade de pessoas é inta sentença, e
não terceiro, que determina os interessados, e o que a cada un ha de
caber em partilha.
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1
2188 ARTIGO 1741.
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1
Aceordão da Relação do Porto de 13 de março de 1683, Direito,
16; anno, n,' 28, pag, 867.
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*
1979.% desde que tenha sido condemnado nos termos do artigo 1782.0
que nós reputamos em vigor apesar de no codigo penal de 1886
tão vir mencionada entre os effeitos das penas artigo 74- a inca-
pacidade de succeder.
Mas, em quanto não for condemnado, como auctor ou cumplice,
por sentença com transito em julgado, nào perde a qualidade de
herdeiro o que assassinou, ou contribuiu para o assassinio do auctor
da herança, e póde mesmo dispêir do direito suecessorio salvo aos
interessados o direito de rescisào. Nào póde, porém. receber por
obito da victima os bens que lhe couberem em partilha sem as eo-
telas prescriptas no artigo 730.0 do codigo de processo civil, desde
que aos autos se junete certidão de estar pendente o processo cri-
mial.
Da pena civil ainda o testador póde relevar expressa ou tacita-
mente os delinquentes conforme o disposto no § unico do artigo
1782., como era já pela Ord. liv. 4.° tit. 84.°, mas da pena criminal
Não era táo com p leta a doutrina dO projecto primitivo que parecia
sujeitar o delinquete, quando herdeiro legitimo, simplesmente á
pena iril de privação do direito à herança, e no is penas crimi-
naes, como se mostra do artigo 1881.', corecpordente ao artigo 1719.'
do codigo, que eru redigido assim: ,O que, por dolo, fraude, 0u
violencia, impedir que alguet faça a sua ultima disposiçào, sendo
herdeiro ah iniestado. perderá o seu direito à herança; e. sendo qual-
quer outra pessoa, será punida com a pena de um a dois annos de
prisão..
Nas disposiçýes geraes dos artigos 328.°, 329.' e 379.o do codigo
penal está prevista a criminalidade dos que por violencia e ameaça
contra as pessoas extorquirem ou impedirem o testamento.
Mas no caso de fraude quando se 0:o verificarem todos os elemen-
tos constitutivos do crime nos termos do codigo penal fica o deliu-
quente sujeito só ás penas civis estabelecidas no presente codigo.
ilMais completas eram as providencias da Ordenaçào, que no liv. 4.',
tit. 81. se inscrevia : «Dos ioe prohiem a algumas pessoas tozerem
seus lístamentos, 000 aa cotterigen, a isso, no 1." determinava que
«imspedir fazer o testamento é sol sómrnte toler ao testadc afaoeddade
de livremente testar, mas tambem defender ao totelliào, ou i pessoa que
hosrer de escrever n trsoannto, que ndo entre onde o testador esti, ou
as testemnhas ecessarios, e chamadas parao tal icto, ou fÍoor-lhe
sobre isso omeaças., e no S 4.° applicava a quem constrange outrem
com medo, força ou ameaças a que faça testamento, e n'ele o institua
ou a outrem por herdeiro ou legatario, o disposto para os que tolhem
a outros fazer testamentos-.
O moderno codigo civil italiano no artigo 725>' considera ina-
pazes de succeder por indignos: 1.0 os que attentaram contra a vida
do auetor da herança; 2.' os que o accusaram de facto sujeito a
pena criminal, tendo sido depois declarada calumniosa a accusaçlo;
3.' os que o violentaram a fazer testamento, ou a alterar testamento
já feito; 4.' os que o impediram de fazer testamento ou de revogar
testamento já feito, ou que supprimiram, occultaram ou alteraram
testamento posterior.
4k
ARTIGOS 1751." z 1752" 297
n;ál
ARTIGO 1753.0 **
Art. 1755.0A revogação, porém, do testamento, no todo
ou em parte, só pôde ser feita em outro testamento, com
as solemnidadas legaes, ou por escriptnra publica, ou pelo
facto de haver o testador alienado, antes da sua morte, os
objectos testados,
unico. Se o testamento revogatorio contiver tambem
disposição de bens, o, n'esta parte, for aunullado por falta
de alguma solemnidade, surtirá, comtudo, a revogação o
seu elieito, se elle poder valer como escriptnra publica.
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30! ARTIGO 175.
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806 ARTIGO 1760.!
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308 ARTIGO 1762.õ
pretação do testamento poderia ser completamente destruida a ultima
vontade do testador.
Mas os juizes devem cingir-se strictamente ao pensamento que
resulta das palavras do testamento, em vez de se collocarem na po-
sição do testador para o effeito de imaginarem que o testador fez
não o que fez, mas o que devia ter feito.
Só para desfazer o equivoco a respeito do legatario ou da cousa
P legada, e que ficou permittido no codigo todo o genero de provas
para mostrar qual era a intenção do testador, artigo 137., por se
ter esquecido a commissio revisora, ao eliminar as palavras acioa
f. referidas do artigo 1892. do projecto primitivo, de emendar em
conformidade o artigo 1971' do mesmo projecto, correspondente
t
ao artigo 1837." do codigo.
6 Para mostrar que o testador, instituindo legatario o creado Manuel
quando este se chamava Antonio, e legando a sua caixa de ouro
quando ella era de prata galvanisada, quem queria beneficiar era
o creado Antonio e o que queria legar era a caixa de prata galva-
nisada, é que se admitte qualquer meio de prova.
Nio vicia, pois, irremasdiavelnente a instituiçito do legatario o
r' erro no nome, visto que para verificar-lhe a identidade não ha res-
tricçio nas provas.
Para apurar o verdadeiro legatario quando houver ditas ou mais,
pessoas com o nome d'aquella a quem é deixado ó legado deve at-
tender-se ao maior ou menor grtu de parentesco de consanguini-
dade ou de allnidade, :i amizade entre o testador e cada uma dellas,
os serviços que qualq u er d'llas lhe houvesse prestado, e ás de-
mais circumstancias que sirvat para descobrir a vontade do tes-
tador.
Quando entre aquelles a quem podia ser destinado o legado nio
podér apurar-se a identidade do contemplado é otílo o legado como
feito a pessoa incerta, pois o que o testador deixou só a um eio
pide sír dividido entre os varios que podiam ser considerados coo
beficiados, como não escripta ou nlia se reputa a disposição tes-
taíentaria, quando não podér ser compreíendida a intençýto do
testador só pelo contexto do testamento com exclasào absoluta de
qualquer outra prova.
Nos inventtrios s is interessados nào concordarem no paga-
mento do legado por equivoco no nome do legatario, e nào poder
determinar-se a identidade por meio de documentos nos teros do
artigo 724. do codis. de processo civil tem s iatessdo que fazer
11 valer o seu direito ris acção ordinaria, porque o meio de habilitaçdìo
presceripto no artigo 699.'
do codigo de processo é para apurar a
l1,itimidade e nào simplesmente a identidade.
kb
ARTIGO 1762.0 309
M
+I
Zi
310 ARTIGOS 1763.- e 1764.-
SECCAO 11
1.°, etc.
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ARTIGO 1764." 311
2.°, ete.
3.", etc.
4.^, etc.
unico, etc.
sa.
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ARTIGOS 1765." e 1766.- 313
que aio sabe ou não póde ler, feito na vigencia do direito anterior,
com quanto aberto depois da promulgação do codigo. 1
~
316 ARTIGOS 1767.", 1768.0, 1769.° z 1770.
Â
rr
ARTIGO 1770. 317
suggestões, ou por considerações de respeito, a que o testador no
seu estado ou na sua posição não poderia ser superior, prescreveu
o legislador estas regras, que em determinadas circunstancias po-
derão ser violentas.
Quiz a lei obstar a que o confessor levasse o doente, a pretexto
do bem de sua aina, a esquecer os affectos de familia e as relações
do sangue e a deixar-lhe ou a pessoa da suo escolha os bens, sug-
gestão tanto mais facil quanto orais se avizinla a morte, pois que i
quinto maior é o perigo de vida maior é a influencia do confessor
sobre o moribundo cuja consciencia estâ dirigindo com o seu auxilio
espiritual.
Na probibição decretada no artigo estõo compreheadidos todos
os sacerdotes tanto ratholicos, como de qualquer outra religião, onde a
seja recebida a confissão, pois o pensamento do legislador foi evitar
qae o sacerdote abusasse da sua missão, dirigindo as suas attenções
mais para o mundo dai terra do que para o espirito e consciencia do a
doente. á
A mesma prohibição abrange os medicos que exercem egual senho a
maior preponderancia no espirito do doente.
Não abrange, porém, o artigo 1769.', nem os pharmaceuticos, nem
os sangradores, porque as disposiçes probibitivas não se ampliasi.
lias excepções reconheceu, porém, o artigo 1770.-, em lomena-
gem ao respeito que se deve à vontade do testador sempre que a
disposição poder expplicar-se por motivo justo e honesto.
Fira fóra da disposição irritante dos artigos 1768.' e 1769.' a dis-
posiçìo remreratoria, independentemente de parentesco do testador
com o beneficiado, porque se julga inspiraa pelo louvavel senti-
mento da gratido.
.A eclai-açõo expressa no testamento a de ser remuneratorio de
serviços o legado, nio impede nem dispensa os tribuna s de apre-
ciar a natureza remuneratoria do legado, tendo cio attenção a qua-
lidade dos serviços prestados e pela importaícia dos recursos do
testador, aliás facilmente seria illudida a prohibição.
Subsiste egualiaente a disposição testamentaria comprelredida
no artigo 1708 ou no artigo 1769., no caso de parentesco do tes-
tador com o beneficiado dentro do quarto gran, porque póde então
explicar-se o beneficio pelos laços do sangue e pelos carinhos de
familia, indcpcndentemenrte de suggestro maliciosa o frauduluita,
salvo se o testador deixou herdeiros legitimarios porque em tal caso
não pide beneficiar as pessoas referidas nos artigos 1768 e 1709.
ainda que parentes dentro do quarto grán.
Não se comprebendem nos pare, es os aflins, que não estão presos
ao testador pelos laços de sangue e que, salva disposição especial,
aio são nunca incluidos na classe dos parentes.
Não pude receber beneficio testamentario do enfermo o medico
que lhe assistir na ultima molestia ainda que seja o conjuge, a não se
verificar alguma das condições prescriptns em os n 1:' e 2/, do
ortigo 1770., vista a redac;o generica e absolrta do artigo 1769.'
A mesma conclusão nos leva a eliminaçàa, nos ultimos trabalhos
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320 ARTIGO 17 2. qO
Too III 21
áL-,
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Decreto, sobre consulta do Siprvmo Tribunal Administrativo, de
13 de maio de 1892, Bioeidti dos Tribies, 7 anno, ni 300. pag0.606.
z Accordão da Relação de Lisboa de 4 de março de 1897, Gazeta
de/ Relação de Lisboa, 11 anno, n." 21, pag. 165. -
3 AccordAos da Relação do Porto de 13 de dezembra de 1872 e
de 14 de fevereiro de 187.3, Reista de Lgislação e de "Jirisyrinden-
cia, de Coimbra. 6. anno, n.o 297, pag, 586.
r
r
ARTIGOS 1776.- E 1777o 323
Apesar de não dever tocar-se nas congruas dos paroclos em quanto
não fôr definitivamente regularisada a dotação do culto e clero na
practica forense a são os parochos obrigados a contribuir para os
seminarios qíatdo aeceitam a íníeaçno e collaçdo com esse en-
cargo, por ser permittido tal accordo com os parocos novamente
nomeados para egrejis de rendimentos avíaltados, pelo alvará de 10
de maio de 1805, e por lei nenhuma proliibir a apresentação dos pa-
rochos com esta condição e antes o Concilio de Trento no seu ca-
pitulo 8.- sessio 23 permittir o encargo em beneficio dos seminarios,
egrejas, cathedracs, metropolitanas, e outras corporações.
1Vid. nota
ao artigo G.")
0 codigo, reputando nascido para todos os effeitos no que toca
aos seos interesseso que está apenas
concebido se nasce com vida
e com figuralnana, acabou com a questão muito debatida em di-
reito romno, se os naseituros podiam ou não ser instituidos her-
deires.
Nao cria a vida intro-uterina a capacidade civil que sé pelo nas-
cimento é determinada. Mas põe o nascituro sob a proteeçâo da lei,
protecção que já uno cessa sendo no caso do nascimento sem vida
ou semigura líuíana, porque é d'estas duas condições que depende
a acquisição da capacidade joridica.
Todavia por excepção á regra geral, que no admitte capacidade
surcessoria sem estar pelo menos concebido o individuo à abertura
da successao e nascer cam vida e cam figura humana, reconhece o
codigo a capacidade ao nascitiro para succeder ainda que não es-
teja conecliío ú abertura da successao, veriicando-se a circmistao-
cia de ser descendente de certas e dnterwinadas pessoas vivas ao
tempo da morte do testador.
NIs podem, porém, adquirir por doaiáo 2 os naseitíras ainda n o 1
concebidos. qíu aliás psditm receber por testamento estando nas
tircumstancias do artigo 1777.", porque nenhum artigo do codigo
faz excepção ao artigo 5." a respeito das doaçõs como faz o artigo
1777.^ a respeito dos testasnents.
L
324 ARTIGOS 1778.° E 1779."
L:n
326 ARTIGO 1779.
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ARItGOS 1780. t: 1781.° 327
2., etc.
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ARTIGO 1781.- 32
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330 ARTIGO 1782.0
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A llTGOS 1783 e 1784. 331
SECÇÃO til
LI, '
33z ARTIGO 1784.-
desenvolvimento da grande industria por causa da partilha das pro-
priedades que a legitima torna necessaria em periodos determi-
nados.
Funda-se porém a co-existencia das legitimas com a quota dispo-
nivel em que, por um lado a absoluta liberdade de testar deixaria
indefesos os filhos contra as paixóes e contra a fraqueza dos paes
e consentiria a arbitrariedade e o despotismo á sombra da liberdade,
e por outro não seria justo negar ao proprietario o direito de dispár
á vontade d'uma quota da sua fortuna nem deixar absorver o indi-
viduo completamente pela familia privando-o de cumprir deveres
pessoare e sagrados.
Deriva a legitima dos descendentes da obrigação natural que
têem os paes de não deixar abandonados e desarmados no meio da
sociedade aquelles a quem deram o sangue e a vida, e assenta a
legitima dos ascendentes na compensação dos sacrificios feitos com a
educação dos descendentes.
Está pois limitada a soberania do proprietario pela divida para
com os filhos e para com os auctores de seus dias.
Quem tem descendentes ou ascendentes nào póde inverter em libe-
rulidades arbitrarias a totalidade do seu patrimonio, porque não póde
preterir o auxilio mutuo que a familia se deve.
A razão, o carinho e o interesse de familia erguem a sua voz
em favor dos paes e dos filhos.
Já nos antigos foraes, onde aliás era largamente garantido o di.
reito ie testar, se encontram vestigios das legitimas.
Póde dizer-se que a legitima, junctamente com a isdissolhilidade
do vinculo matrimonial, fôrma a pedra angular do edificio da fa-
milia.
Abstrahindo, porém, da questào philosophica sobre as legitimas
que é inteiramente alheia ao nosso proposito, o certo é que está tão
enraizado nos hahitos e nos costumes do povo o direito á reserva,
que o legislador não se atreveria hoje a revogar este principio con-
signado na velha Ordenaçào, e já antes d'isso reconhecido nas nos-
sas leis.
Vai até o decimo gráu o direito de suecesso. Mas herdeiros legi-
timarios ou com direito a uma porção da suecessão, de queo auctor
da herança não póde prival-os senão nos casos especiaes expressos
na lei, são unicamente os descendentes e os ascendentes, nos quaes
se comprehendem nào sé os filhos perfilhados, que até concorrem com
os descendentes legitimos e legitimados, mas tambem os ascenden-
tes illegitimos conforme os artigos 1994.° a 1999.°
Já Coelho da Rocha denominava legitimarios, como hoje os deno-
mina o codigo, os herdeiros antigamente chamados necessarios ou
forçados, explicando-se a substituição da palavra necessarios ou for-
çados pela palavra legitimariospara excluir a idéa de que estes her-
deiros tenham obrigação ou necessidade de acceitar como aconte-
cia nos tempos da velha Roma com o haeres suus.
Tambem sobre a porção legitimaria é grande a divergencia entre
os diversos codigos a começar pelo direito romano onde a principio
era completa a liberdade de testar. É muito questionado se a reserva
deve ser fixada de modo invariavel ou se ha de variar segundo o
numero de descendentes, ou de ascendentes, ou segundo outras con-
siderações.
O moderno codigo civil italiano fixou a legitima em ametade da
successãopara os descendentes sem distincção de classe e n'um
terço para os ascendentes.
Jâ i
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334 ARTIG(I 1785.0
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ARTIGO 1785.r 335
eavalleiros t condição dos filhos naturaes dos peães, ou fazer subir
estes á condição d'aqoelles.
«Não fizemos nem uma cousa nem outra. Nenhuma d'essas alter-
nativas era acceitavel aos olhos da justiça, da moral e da cove-
niencia publica. Seguimos o meio termo; transigimos, resalvando
todos os direitos com a possivel ou necessaria ditlerença.
«Tal homem tem um filho natural; recolcece-o ou perfilha-o. 1'asa
depois e tem filhos legitimos. Será justo que este tilho perfilhado
antes do tatrimocio sejacompletamonte desherdado? Não tiua
elle uns direito adquirido, ou pelo menos uma justa espeotativa de
successão? Por outro lado não era já conhecido da astlter, que con-
trahiu o matrimonio com o pae desse iilho natural, que esse filho
existia e gosava de certos direitos'? 'arece-nos qoe a jntiça pedia
que estes filhos fossem em todo o caso contemplados, posto que
menos avantajadamento quc os legitictos, cui attenção ao favor com
que os ajustes npriars devem ser protegidos.
,Mas tal homem, que teve um tilho natural antes de casar-se,
vem só,mente a recouhecel-o, ou durante o matrimonio, ou dissolvido
elle, estará este filho no mesmo caso? De certo tão, aqui o direito
está todo da parte dos legitimos.
«O casaoeíto foi contraido na stpposição de que neulmas obri-
gaçáes ligavam o pae a outros filhes, e o fctc do reconhecisncto
posterior ¯não deve prejudicar os legititos. N'este sentido concedemos
sim ao filho perfilhado a sua legitima. mas sem prejsizo dos filhos
legiticms, fazendo-a sair da terça. E corrt talvez podesse o filho na-
tural vir a ter maior legitima que os filhos Icgitimos, o que seri:
monstrooso, decccrátos que em caso algum esta legitima podesse
exceder a dos outros, meuos um terço,,.
N'esta ordem ci idées concorrendo sós os flhos perfilhados téci
direito :í porção legitimaria po se foram lcgitimos ou legititodos,
e concorrendo com posteridade legitima ou legitimada ter'o l;i-
tima iíferior n'um terço, que além d-isso ha de sahir não dos dois
terços o.trisã,dos da herança mas da quota tispo nivei qu:do a per-
filhacão tiver sido feita posteriormente ao icatrimconio, sem que o
pae possa dispár senão do remanescente da terça depois de satisfeita
a legitima dos filhos perfilhados.
t qsialáo portanto dos filhos illegitimos que concorrem com des-
cendentes legiticcs rnca à superior ci legiticcís destes menos titi
terço. e pcde ser muito inferior quando a perfilhaç o teve logar
depois do matrimonio, porque ieste caso sci a legitima-O6 da
terça tispotoe/ da áerassa-.
As palavras - e sahir st da terça sisoe sda herança - vieram
subsrtitsir as palavras fina-s do projecto primitivo no ã2." do :urtigt
corre-jondente lio artigo 175."--sair da liaça leosl'ad ca
para evitar a duvida a que tal redacção s prestava se a Legitna
dos perfilhados só sabia da terça quand houvesse testador e tes-
tamento, já para obstar a que com perfilhaçes posteriores ao ma-
trimonio se illudissem doaçJes anteriormente feitas.
Já se julgou que a legitima do filho illeitimo, siando perfilhiado
depois do casamento, não pode ser composta com pre tiza d ter-
k
336 ARTIGO 1785.0
11
r
ARTIGO 1785.- 337
-À
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MELÉ.,
342 ARTIGO 179.i
Total. 24:00 o
IL,
346 A RTIGO 17.O
SECCAO 1V
Coíta egíahnent das actas que o sr. silva Ferrão retircai a ísía
proposta de¯ substituição ao artigo, que cra alis c 'o pequenas diale
cenças de redacção o que hoje se lê no uniao do artigo 2019.
Na jirispradencia práctica, por1 néa, tem prevalecido o artigo 2(0131
sobre o artigo 17923 1 como hia de prevalecer sobre o artigo 18011.0
já por ser o que mais fienlente exprime o pensamento da commiseio
revisora, ja por ser o que regulaa profc.sso o caso da acceitação de
herna, já por ser o íaíis raciona.
Fão precisa pois hoji * o herdeiro de assignar termo d -1citaçdo
de herança a benefici d inventario, nem pra s- eximir de rspon-
subilidade por dividas c legados além das forças da herança, nem para
exigir dos legatarios i,í(i' .nuisaçao das despezas feitas al'm das for-
Tas da herniça absorvida por iegados.
Sem falar nos effeitas seundar ias descriptns nas artigos 2014' a
20113^ aifrm-set hoj os ieitos principaas da acieitao pura Oh
a beneficio d inventario, cm que no primeiro r-so psa robre o her-
deiro e no segundo sobre os credorr- o nus dvap-o da insuffGciencia
dos tens da hera n para pagamento dos etncargos rui que nao co-
meça liem corre até ;í concisão do inventario a prescripçdo entre a
A
+I,
L
352 ARTIGO 1795."
Já
r
ATlll Os 1796.1 e 1797." 353
k.
W t'-7"¶r
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ARTIGOS 1805, 1806. E 1807. 37
ïS
ARTIGO 1808. 361
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ARTIGOS 1809.^, 1810. E 1811.0 363
LL
361 ARTIGO 1811.o
1.' etc.
2. etc.
3.
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ARTIGO 1812." 365
4. etc.
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r
ARTIGOS 1814.0 E 1815.- 367
L
Y'* *P~ ~WVb1 s.T
V*
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1 Accordâo da Relação de Lisboa de 14 de agosto de 1885, Gazeta
da mesma Relaçào, 1p anno, n.0 32, pag. 255.
2 Accordào do Supresmo Tribuna de Justiça de 21 de junho de
1887, Iole/ius dos Tri-itns, 2.0 anuo, n 79, pag. 579.
1 Accordo da Relaçào de Lisboa
0
de 18 dc julho de 1885, Gauoía
da mesma Reiaçào, 1." ano, is. 3G, pag. 291.
r
ARTIGO 1S1D.• 369
kl.
372 ARTIGOS 1825. E 1826.-
0
Art. 1825. Os administradores, mencionados nos artigos
precedentes, telo os mesmos direitos e obrigações, que
os curadores provisorios dos bens dos ausentes.
(Vid. unota ao artigo 58.)
-t
ARTIGOS 1827.-, 1828.°, 1829., 1830.' e 1831.' 373
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ARTIGOS 1839. . 1840.^ 377
1,1
VI
378 ARTIGO 18407
1
m
r
ARTIGOS 1841. E 1842.0 379
O legatario com encargo, que -cio culpa sua não recebeu o legado
todo, tem direito ao abatimento proporcional no mesmo encargo,
a repetir o que pagou no caso de evicção, aliás seria prejudicado,
em logar de beneficiado, com as disposiçes do testador.
Não se sabe porque a conuissão revisora introduziu no artigo
as palavras ,par culpa sua que não vinham no projecto primitivo,
1 e que sauccionam uam erro juridico, absolvendo do encargo por in-
teiro o legatario que 'por culpa sua- deixou de haver o legado por
inteiro, e tornando o beneficiado victima legal de culpas que sobre
elle tio impendem.
Já a redacçào do projecto primitivo, no artigo 1985.o correspon-
dente ao artigo 1851.0, era a seguinte: <Se o legatario com encargo
não receber todo o legado, será o encargo reduzido proporcional-
F'-
11
,i-IR
J
ARTIGOS 1857.' E 1858.° 385
obrigava os herdeiros a acceitar a porção acereseida sob pena de
se absterem da herança se não eram legitimarios; e alguns codigos,
confundindo a instituição pelo testador com o accreseimo por vir-
tude da lei, não permittem renunciar o herança accrescida sem re-
nunciar ao directaíneote assignado pelo testador com o fundameto
de ninguemí poder aeceitar herança em parte.
Mas pela deliberação da commissio revisoa, que ficou no codigo,
podem os herdeiros repudiar o quinhão acerescido, que, se vier
onerado com encargos especiacs, segue para o pensionista, e não
para os herdeiros do testador, o que está mito em harmonia com
o disposto no artigo 1788.°
SEçCt.\ 't
Das substituições
mano, onde teve a sua origem, e onde tinha por fundamento princi-
pal a necessidade de cumprir condições dependentes da instituição.
A Ordenação, inspirada nas superstições do direito romano que
julgava menos decoroso morrer sem representate testamentario,
admittia a existencia das substituições spara que os testadores tives-
sem mais faciluente quem acceitasse os suas heraoças.
No direito moderno, poréms, que podem ser cumpridas quaes q uer
condições pelos herdeiros legitimos, como pelos herdeiros testa-
mentarios, a verdadeira causa da substituição é, quando não quize-
rem ou não podére aeceitar o beneficio os primeiros contempla-
dos, facultar ao testador a liberdade de ampliar as manifestações
do sou afecto a outras pessoas que lhe sejam tambem mais caras
do que os herdeiros legitimos, aos quaes na falta de substituição
teriam de passar os bens.
A substituição directa, que se chama rulgar por a poder fazer
qualquer testador ao seu herdeiro segundo explica a Ord. liv. 4."
tit. 87.p § 1.°, e que p'de definir-se no systema do codigo a desi-
gnação da pessoa paro quem deve passar a herança, o legado, ou a
doação, na falta do herdeiro, do legatario, ou do donatario, que não
aeceita ou por não querer ou por não poder, tinha na Ordenação a
seguinte fórmula: .Instituo a Pedro por meu herdeiro, e se não
for mes herdeiro, seja meu herdeiro Paulo» as quas palavras,
(continua a Ordenação) se Pedro no fór meu lerdeiro comprelendem
dois casos, por cada um dos quaes pôde acontecer, que o dicto
Pedro não seja herdeiro : o primeiro, se o não quizer ser, o segundo,
se não podér; e por qualquer delles que aconteça o Pedro, herdeiro
instituido, não ser herdeiro, haverá logar a substituição vulgar, e
Paulo substituto haverá a herança do testador".
Com quanto a fórmula conunum e ordinaria das substituições vul-
gares seja a da Ordenação, que abrange os dois casos de nio orcei-
tação por udo querer ou por ufo poder, vale a substituição feita
para o caso de neo poder ainda que o instituido não aceeite per
sno querer, e vale a subtituição feita para o caso de não querer
ainda que o instituido não arceite por não poder, apesar de não se
encontrar no codigo preceito equivalcnte á seguinte disposição da
citada Ord. liv. 4." tit. 87.- no 2.": 'lE o substituto vulgar n'aquelle
caso, que o testador sómíente especificou. tombem haverá aherança,
acontecendo o outro caso, de que o testador não fez menção».
A interpretação do codigo pela Ordenação é mais conforme 1 in-
tenção do testador artigo 171.-, pois uão pide presumir-se que no
animo do testador, desejoso de broeficiar o substituto, podesse de-
cisivamente influir o maotiro por que o substituido não acceitou a
herança.
Acceite a instituição cessa logo a substituição por se verificar a
condição que exclue a substituição, como dispóe o 5 unico do ar-
tigo que não vinha no projecto primittivo e que foi, introduzido pela
commussao revisora.
1
388 ARTIGO 1862.-
Lii,
390 ARTIGO 1865.0
SI
0.'
Z^:
394 ARTIGO 1867.°
Â
1
P
o Aceordão da Relaç3o do orto de 23 de jusho 0
de 1873, Revista
de Legislaçiio e de Jurisprudenia,de Coimbra, - 333, pag. 332.
400 ARTIGO 1871.
-1
pra:
SECÇAO VI
Da desherdação
1.
404 ARTIGOS 1878.-, 1879.-, 1880. E 1881.-
Wl
ARTIGOS 1882.-, 1883.0 E 1884.- 405
Todavia nem o presente artigo nem o artigo 640." do codigo de
processo civil obriga o instituido a esperar pelo comminatorio do
desberdado para provar a causa da deslerdação e fazer valer o seu
direito e o seu interesse.
Ao contrario do que preceituava o direito velho, segundo se infere
da Ord, liv. 4." tit. 82." 2.§, é ao instituido que pertence a posse
da herança até á decisão do pleito, porque o testamento subsiste
até sentença final visto precisar o desherdado de contestar a exacti-
dão da causa da desherdaçuio.
SECÇAO Vi1
Dos testamenteiros
r
408 ARTIGOS 1890.° E 1891.
I
ARTIGOS 1892.', 1893. 1894.' 409
k.
412 ARTIGO 199.Q
k
414 ARTIGO 1900.0
3.", etc.
politica e ciril, 4. anno, pag. 506, e Direito, 31. anno, n.' 7, pag.
103.
3 Accordio da Relação de Lisboa de 20 de dezembro de 1890,
Direito, 25.' anuo, n ' 15, pag. 237.
4 Accordão da Relação de Lisboa de 12 de novembro de 1870,
Direito, 3.' anno, n.' 10, pag. 160.
j
FW
1
420 ARTIGO 1905.-
L
422 ARTIGO 1905.^
tario judicial 1, que póde ser requerido pelo ministerio publico, pelos
herdeiros ou legatarios, e até pelo testamenteiro que, apesar de não
ser herdeiro é encarregado de vigiar pelo cumprimento do testa-
mento dentro dos limites da lei, artigos 1894. e 1999
Pôde tambea o onerado com encargo pio excessivo aguardar a
citação para prestação de contas, e impugnar por meio de embargos
então a obrigação de pagar a totalidade do legado; e póde ajustiça
no julgamento dos embargos decretar logo a reducção.
Nos encargos dos legados devem contar-se para o effeito das re-
dueções as despezas com os documentos e com o processo da presta-
ção de contas.
A contas dos legados pios são obrigados só os herdeiros, ou tes-
tamenteiros, ou seus representantes, como obrigados eram antiga-
mente tambem os administradores ou possuidores de capellas one-
radas com esses encargos.2
Os proprios estabelecimentos de caridade, onerados com encargos
pios, são obrigados a prestar contas do cumprimento d'esses encar-
gos como qualquer particular.
Antes da entrega do legado não é obrigado a prestar contas o
legatario ouerado, quer seja pio o encargo 3, quer seja em beneficio
de qualquer fundação de utilidade publica.
As contas na falta de proso assignado pelo testador hão de ser
prestadas dentro de tm anno contado desde que o testamenteiro te-
nha tomado conta da testamentaria, ou desde que o litigio sobre o
testamento haja terminado, e de tres em tres amsos quando for per-
petuo ou de tracto successivo o encargo.
Contra a citação para prestar contas ou para qualquer execoção
por legados pios podem logo deduzir-se embargos, arguindo de
nul1o ou de caduco o titulo executivo conforme o artigo 4.1 do de-
creto de 24 de dezembro de 1852, o artigo 693.° do codigo civil,
e os artigos 912.° n 8t e 917.0 do codigo de processo civil 1; e ar-
guindo o embargante a sua illegitimidade ha de observar-se o dis-
posto no decreto de 6 de agosto de 1892 artigo 35n
Na execçào das sentenças sobre contas de legados 'pios deve
observar-se o regulamento das execuççes fiscaes administrativas
de 28 de março de 1895 artigo 81", visto o artigo 6. do decreto de
24 de dezembro de 1852 com referencia ao artigo 9. do decreto de
5 de novembro de 1851.
No caso de recusa a prestar contas e em todos os casos de contes-
tação deve ser remettido o processo ao contencioso judicial para
conhecer da recusa ou da contestaçào, ainda mesmo nas duvidas
originadas nas leis de 30 de julho de 1860 e de 19 de maio 18630,
SECCAO VIII
SUB-SECCAO I
Disposições preliminares
Ha mais rigor nos testamentos do que nos actos entre vivos por
serem mais faceis e de mais didicil prova as falsificações n'aquelles
do que n'estes, e sobre tudo porque os testamentos só se discutem à
morte do testador, precisamente quando falta já a pessoa que melhor
podia esclarecer os factos.
Das cinco fórmas de testamento, que a lei nova reconhece, as
duas primeiras são as fórmas commns e as outras tres as fórmas
especiaes.
No testamento commum cumprem-se todas as solemnidades exigi-
das nas circumstancias ordinarias e normaes da vida. No testamento
especial prescinde-se de alguns requisitos que seria impossivel cum-
prir nas circumstancias excepcionaes do testador.
O que nos mares vê a morte diante dos olhos, o que nos campos
da batalha vê chegada a hora de deixar o mundo, e o que em paiz
extrangeiro sente necessidade de dispOr de seus bens ou de tomar
qualquer outra resolução para depois da morte, graves difficuldades
encontraria na disposição de sua ultima vontade se a lei não re-
conhecesse uma férma de testar adequada á sua situação especial.
Nenhuma d'estas fórmas especiaes de testamento, porém, repre-
senta hoje privilegias pessoaes e portanto odiosos como na legisla-
çio romana. Pelo contrario são permittidas todas a qualquer cida-
dão que se encontre nas circumstancias particulares prescriptas na
lei.
O testamento celebtado em paiz extrangeiro pelos nossos agentes
consulares artigos 1962.- a 1964.0, que os regulamentos consulares
já reconheciam quando a legislaçào civil ainda o desconhecia, era
reclamado pelo desinvolvimento das relações internacionaes com as
viagens e negocios frequentes entre os diversos paizes em virtude
da facilidade das communicações e do progresso da civilisaçio.
Não acceitou a commissão revisora nenhuma das duas fórmas de
testamento admittidas nos artigos 2094.° e 2095.0 do projecto pri-
mitivo, que dispensavam a intervenção de oficial publico, e reconhe-
ciam, como se por ofticial publico fira authenticado, o testamento
pelo testador escripto e assignado com a declaração perante tres
testemunhas idoneas de ser aquella a sua vontade, lançando uma
d'ellas por termo a data e a declaração do testador e assignando todas
por extenso, e atá o testamento cocripto por outrem de mandado do
testador, declarando este diánte de cinco testemunhas idoneas ser
aquella a sua ultima vontade, sendo lido em voz alta, datado e
rubricado pela pessoa que o testador designasse se elle o não podesse
fazer, e assignando todas as testemunhas e o proprio testador, com-
tanto que fosse depois judicialmente reduzido.
A fórma que dispensava a intervenção de oficial publico e se con-
tentava com a presença de tres testemunhas alguma semelhança
tinha com o testamento olographo dos francezes.
A que exigia a reducçâo judicial era verdadeiramente o nosso
antigo testamento particular aberto.
Não quiz, porém, a commissio revisora reconhecer nenhuma
d'estas duas fórmas de testar apesar de ser escripto, datado e assi-
gnado pelo testador o testamento desde que era absolutamente dis-
pensada a intervenção de oficial publico com o receio da extorsão da
ultima vontade pela violencia ou pela fraude, que é o que tem sem-
pre desviado dos nossos usos e costumes essa especie de testamen-
tos.
O testamento olograpáo, porém, habilitaria o testador a dispôr de
seus bens em plena liberdade e absoluto segredo que nem no testa-
r.
ARTIGO 1910.- 427
e'.
428 ARTIGO 1911.-
mentos com menores garantias, que era menos mal deixar as heran-
ças á ordem legitima do que sujeitai as a fraudes e a usurpações, que
os interessados podiam prevenir-se com tempo, e finalmente que a
lei não era feita para os que dormiam.
Acabou tambem o coligo, artigo 5.o da lei de 1 de julho de 1867,
com o privilegio por el-rei D. Manuel dado ao cura da egreja do
hospital de S. José de fazer os testamentos dos doentes como ver-
dadeiro tabellião publico e com a assignatura de tres testemunhas
porque tacs funeções não passaram para o tabellião privativo do
hospital e escrivão tambem da tomada de contas dos legados pios
não cumpridos na comarca de Lisboa a que se refere o artigo 5.- do
decreto de 5 de novembro de 1851 confirmado pela carta de lei de
1 de junbo de 1853, por ser tabelliào só para os negocios em que o
hospital é parte principal estipulante, nos quaes poderá usar de signal
publico.
Continuaram, porém, mesmo depois da promulgaçio do codigo a
servir de tabelliies os escrivães das camaras municipacs conforme
o decreto de 9 de janeiro de 1832 nas escripturas em que as mes-
mas camaras são partes principaes estipulantes ou aceitantes, o
escrivão contador da fazenda do hospital das Caldas da Rainha con-
forme o alvará de 20 de abril de 1875 nas escripturas, arrendamen-
tos, aforamentos e arrematações do mesmo hospital, e o respectivo
secretario geral dos ministerios confórme a organisação das secreta-
rias d'estado nos contractos com o governo, como continuam depois
do decreto de 14 de setembro de 1900 que no artigo 1." § 2.- mantem
annexa aos empregos de notario as funcções notariaes que pela le-
gislação anterior eram inherentes a empregos estranhos á escriva-
nia.
Mas nenhum d'estes é tabellião senão para aquelles effeitos espe-
ciaes e determinados.
SUB-SECCIO 11
Do testamento publico
ýà
430 ARTIGO 1912.°
'.5-
482 ARTIGO 1913.0
a~.
486 ARTIGO 1917.·
1
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L
440 ARTIGO 1919.*
sUB-seCCÃo III
Do testamento cerrado
por quem o assignou, quer tenha sido assignado pelo testador quer
por terceiro t não abrange a pagina onde estiver a assignatura do
testador ou de quem a seu rogo assignou, visto valer mais a assi-
gnatura do que a rubrica; e até poderia dispensar-se a declaração
da rubrica desde que as paginas do testamento estivessem rubrica-
das, porque os factos falíam mais alto do que as palavras.
No entretanto a verdade é que o artigo não dispensa de rubrica
nem a folha onde está a assignatura, que já se julgou nullo um tea-
tamento escripto em uma só pagina por lhe faltar a rubrica do signa-
tario 2, e que o artigo 2057. do projecto primitivo, correspondente
ao artigo 1920. e § unico do codigo, já dizia .0 testamento cerrado
póde ser escripto pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo,
mas será sempre rubricado, numerado e assignado pela pessoa que
o escrever».
Não pôde ser rubricado por terceiro o testamento lue o testador
ainda assignou mas já nâo póde rubricar, apesar de muitos sus-
tentarem que, valendo o testamento com a assignatura e rubrica de
terceiro quando o testador o no póde assignar e rubricar, por iden-
tidade ou por maioria de razão deveria valer quando o testador
o assignou e já o não póde rubricar. Se o testador não teve já
tempo para rubricar, tambem não teci tempo para assistir á appro-
vação do testamento que é posterior á rubrica.
É corrente que, fallecendo o testador antes de satisfeitas todas as
formalidades que a lei exige, é sem effeito o testamento por não
chegar a completar-se em sua vida o acto juridico.
Pelo codigo como era já por direito antigo assento 4. de 23 de
julho de 1811, pôde o proprio tabelliào escrever o testamento como
pessoa particular a rogo do testador3, e approval-o depois como pes-
soa publica, sem embargo de não o poder ler artigo 1922.» quando
lhe é apresentado na sua qualidade de oficial publico para lavrar
o instrumento de approvaçào; como por testemunha instrumentaria
póde ser escripto o testamento cerrado, e até pelo herdeiro ou pelo
legatario, com a unica diferença de ficarem sem effeito os benefi-
cios dispensados ao escriptor da disposição testamentaria.
Já a Ord. liv. 4.1, mencionando no titulo 85.0 as pessoas que não
podiam ser teste-munhas nos testamentos, não excluia o escriptor
do testamento cerrado, quando este não tinha sido instituido her-
deiro pelo testador.
Em direito anterior chegou a julgar-se 4 valida a disposição em
testamento cerrado a favor do proprio herdeiro ou legatario que o
tinha escripto, com o fundamento de não haver lei que o prohi-
bisse, de só ter ficado de pé pelo decreto de 17 de julho de 1778
o ! 18.» do alvará de 25 de janeiro de 1776. que no 1.» irrogava nulli-
dade ao testamento cerrado escripto pelo herdeiro instituido, e de
.- e 3.
2.0
5.s e 6.
iL
448 ARTIGOS 1923.^ E 1924..
1., etc.
2.0, etc.
ík,
480 ARTIGOS 1925., 1926.0, 1927.0, 1928.° a 1929.^
artigo 1934.° apenas teve por fim evitar qualquer falsiflençio, dila-
ceração, ou mesmo a subtracção do testamento á sombra da demora.
Aberto ou publicado diz o artigo 1932. por não carecer de aber-.
tora e apenas de publicação o testamento cerrado, que é apresen-
tado aberto, e que aberto poderia ter icado por não ter sido feehado
no acto da approvação.
Na bypothese do artigo 1936.° é aberto o testamento na presença
de quem requerer a aboerloro, e são na presença dos ésleressados como
dizia o projecto primitivo, porque ontes de aberto o testamsíto cer-
rilo não se sabe gnem sru os inleressolos.
O auto de abertur, que o projecto primitivi mandava lavrar pelo
secretario do administrador do concelho, póde ser aivrado por qual-
quer empregado da admi1íistração, e at pelo escrivão do regedor
ou por pessoa por este nomeada quando presidir 6 diligencia, e será
assiguado pelo administrador daaenclho. ou pelo regedor de paro-
chia, conforme o que proceder abertura. por quem o escreveu, e
por duas testemunhas com a qiallidlde de instinnentarias artigos
1966. e2491.^ visto ser a abertura do testamento acto entre vivos e
não processo indicial.
O decreto de 22 de sarço de 1837 que commsettia aos regedores
de parochia, e aos juizes de paz e eleitas no impedimento d'aquelles,
a abertura e a leitura dos testamento, impiuh -lhes a obrigação
de declarar, na verba que n'elles traiiereressem em virtude no
29 do artigo 155." do codigo administraivo de 31 de deetmbro
de 1836, se os testamentos tinham ou 1,o emendas, razras, ettre-
linhas, ou algum outro defeito, e de meneioíar os vidlos que encon-
trassem, e as p ginas e as regras eim que se continham, sem pre-
jíizo da prova que os interssados podesem, otdecee perante a
justiça cerca do bom ou 0m.1is estado do testamento.
Mas hoje que o tabelliao ha do fazer estas declaroçýes io auto de
approvação do testamento cerrado, satisfaz a atctoridode, encrre-
gado da abertura do testamento, com a indicação de conformidade
do testamento com os termos do instrumento de approvação, ou com
a menção especificada de todos os vicios se não encontrar o testa-
mento nas condiç es descriptas n'aquelle aíto.
Não regula o codio, omo já tivemos oceasiáo de observar, as
aformalidades da abertura do testamento em vida do testador, quer
para ecelir da partilha algum preso de vidas, quer para deferir a
curadoria no caso de auseocia.
Na primeira hypothíes neílínas reg ros carecia de dar o legis-
lador porque a apresentação do testameitu depende da vontade do
testador; e nem a partilha só p r si prejudicaria o nomeado, se em
tempo nenhum e par fórma nenlnía fosse revogado.
No caso de aísencia, depois de julgada por sentença, manda o
codigo de processo civil w, artigo 411.- remettel-o ao respectivo
administrador do eneclh ou bairro para este o abrir, ou requisitar
do governo civil a abertura se o testamento estiver depositado no
archivo testamentario.
Como da nota do involucro artigo 1922.9 2.° consta oficialmente
quem é o testador, devia tambem annníciar-se na folha olicial a
eaistencia do testamento no deposito do governo civil, quando o
testador completasse noventa e cinco asnos.
tom... ï
r
ARTIGOS 1936., 1937.' 1938. 455
ta.
458 ARTIGO 1940.-
SUB-SECCA iv
Do testamento militar
0
Art. 1945. militar, ou o empregado civil do exercito,
que quizer fazer tetalenlo, declarará a sua ultima von-
tade na presença de tres testemuuhas idoneas, e do auditor
da divisão respectiva, ou, na falta d'este, ta de algum
olfrcial de patente. O auditor, ou o oicial que supprir a sua
falta, escreverá a disposição testametlaria.
§ 1.0 Se o teslador se achar ferido onu doente, a falta de
auditor ou de oticial poderá ser supprida pelo capellão, ou
pelo facultativo do hospital onde estiver o doente ou ferido.
2.o A disposicão será lida, datada e assignada, con-
forme fica disposto nos artigos 1914.0 e 1915.°
3.° Este testamento ser remeltido, com a possivel bre-
vidade, ao quartel general, e dialli ao uinislcrio da guerra,
que o fará deposilar ao archivo testamentario do distrícto
administrativo, onde o dicto testamnto lia de ter elfeito.
S4.° Fallecendo o testador, fará o governo noticiar a
sua morte no periodico ollicial, designando o archivo onde
o testamerto se acha deposilado.
S5.° Este testamento ficará sem effeito passado um mez
depois do regresso do testador ao reino, ou de ter cessado
o cerco, ou a incomutmunicabilidade da terra onde o mesmo
testamento foi feito.
464 ARTIGO 1946."
a
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SUB-sECCÂO V
Do testamento maritimo
É,_-
468 ARTIGOS 1949.0, 1950.°, 1951. E 1952.
StI-seCCto 'I
-55
1L
472 ARTIGO 1962.'
sUn-SEcCço vil
6., etc.
Por direito velho, Ord. liv. 4.» titt. 56.» e 95.», até os filhos dos
tabelliâes podiam ser testemunhas nos instrumentos lavrados por
seus paes; e contra a prohibição introduzida no codigo foram desde
logo dirigidas varias representações ao governo, cujos fundamentos
principaes eram :
1.° Que nunca fóra prohibido, antes tinha sido prática constante
servirem os amanuenses dos respectivos tabelliàes de testemunhas
nos actos entre vivos e de ultima voatade;
2.° Que esta prática nunca produzira inconvenientes, nem dera
logar a queixas que justificassem a abolição;
3.° Que pelo contrario era de maxima conveniencia para o mais
prompto expediente dos negocios acharem os interessados logo nos
escriptorios dos tabelliàes pessoas que servissem para testemunhas,
sem necessidade de andar sollicitando e incommodando outras de
fóra para testemunharem os actos alli celebrados;
7.-, etc.
CAPITULO 111
DA sUCCESSÃO LEGITIMA
SECCAO I
Disposições geraes
as
482 ARTIGO 1969."
e da Affonsina liv. 4.° tit. 107.', por ter n'esta parte seguido o
nosso direito o codigo wisigothico, que havia certa anomalia em pre-
ferir os irmaos aos ascendentes que são herdeiros legitimarios, ee
que a manter se a idéa da preferencia dos irmãos sobre os ascen-
dentes devia pertencer a estes o usufructo e aos irmãos a proprie-
dade.
Respondia o sr. Seabra que aquclla anomalia era determinada por
motivos attendiveis, que por via de regra a vida acabo para as as-
cendentes em segundo gra quando começa para os descendeítes,
que não esta na ordem natural cerrarem os avós os olbas aos netos,
que a conv aicncia social exige n'esta ultima situaçýlo mais mios
de vida e industria, que n'aquella avançada edade não ha já a neces-
saria garantia de boa administraçào, que elle considerava os filhos
nascidos dos mesmos paes quasi como ma s pessoa moral, em que
a affeicsão natural de uns para com os outros tão póde considerar-se
reciprocamente menor do que para os ascendetes, e que Itlime era
da mesma opiniio.
Etíteurliaose. Seabra que os iraíles e ao iralâs deveriams excluir
completamente os avós, por ser entre aquelles mais viva a afeição,
e ia até approvar o syvtema do codigo ciuil francez, que chama os
irmãos em oneorrenoa cm os paos por se dividir a affeiçào do
homem quasi egaalmente entre pae e irm os, e confessava que a
idèalembrada pelo Ir. Pites de dar aos ascendentes o usoFructo e aos
irmãos a propriedade, apesar de lhe são parecerem oafllcieíítemente
atteídiveis as razões, valeria no entretanto mais que o systema do
direito anterior.
Chegou ainda a obter a approvaçào da commissão revisora esta
idêa do dr. Paes, segundo se lê em a nota ao artigo 2i1G6.t do pro-
jecto de 1863, correspondente ao artigo 1964.1 do codigo, porque a
eommissão ainda chegou a decidir que na falta de descendentes e
de paes, deviam os avós ou outros ascedentes ter apenas o usufructo
havendo irmãos ou d'scendtes d'ets.
* Mas não chegou 1una a ser futtulada em preceito porque no
projecto de 1y64 vem já redigido o artigo como se encontra hoje no
codigo.
Na verdade a doutrina a final adoptada pela commissào revisora,
ou por mais accommodada ás relaçaes de sangue e A vontade pre-
sumida do suctor da herança, ou por estar profundamente enraizada
noa nossos habitos r costumes, nunar suscitou reclamaçý'es.
São preteridoo, por descendentes de irmios, parentes mito mais
proximos sem collislo com o arto 1)70.-, porque este artigo, deter-
minando a suoccsso pela proximidade do gri se refere ao grãa
mais proximo na rtespetií' ordoett ou classe de auocessio, e não á
proximidade do gráln em absoluto ali's virit a ser exclíido da sle-
cesso o neto pelo pae do auctor da herança.
No direito suíeasorio assigna o cídigo posiç o muito mais racio-
nal ao coíjuge do que lhe assig ntua o direito aterior,u e desde os
principios da monarchia só o chamava áu succeso na falta de pa-
rentes até o decimo grãu, como se infere da Ordeoaçbo A fonsina,
liv. 4.°, tit. 95.^, doutrina ainda acceite no projecto prn tivo ar-
tigo 2161."
A commissào revisora, porém, alterou eate sytcsma, ou por no
irem propriamente além dos irmos e seus descendentes os laços de
famíilia, como pelas leis vincula res, ou porque, assentando a sucres-
so legal ta vontade presumida do defluto, não é de mais collorar
o coujuge logo em seguida aos irmãos e ecuos descendentes.
484 ARTIGOS 1970.- e 1971.-
Geração não dá uma idêa tão clara e precisa. Pessoa gerada é que
tira pretexto a quaesquer duvidas. Todos comprehendem como se
contam os graus pelo mnero das pessoas, excluindo o progenitor ;
e nem todos comnprehenderão como, contando-se os grás por ge-
rações e comprerlendendo estas o progenitor e a pessoa gerada, se
ordena ao mesmo tempo a exclusào do progenitor para o computo
dos gráus.
Por isso o projecto de codigo civil hespanhol no artigo 749.° se
exprimia assim: «En todas las lineas iay lautos grados, custas soa
las personas, des-satada la del tronco», e o direito romano Instil.
liv. 3.° tit. G. § 7.^ dizia: Eemper gecnerata persona graduni adji-
et».
Vale portanto gerações o mesmo que pessoas geradas.
Taííbem por direito canonico se contam os gráus, não pelos ge-
radores, mas pelas gerações ou pessoas geradas, com exclusão do
tronco commum.
Na contagem dos grãos, quer por um quer por outro direito, nào
se inclue nem podia incluir-se o tronco commum, porque procreante
e procreado constituem só uoa geração ou só um gráu.
Para constituir um gráu nào se conta o tronco commum isolada-
mente mas ligado com o procreado, pois é assim que se constitue uma
geração.
Vejamos agora a differença na contagem dos gráus por direito
canonico e por direito civil em face de um exemplo para maior cla-
reza.
Em direito civil o processo de contar tantos grás quantas as pes-
soas de que se compõe a linha, excluindo sempre utna d'ellas, é o
geralmente seguido.
No exemplo
Pedro
João Manuel
Antonio Paulo
Distinguiam os 7
velhos praxistas, como ainda hoje distinguem
algumas legislaç es entre iacapizes propriamente taes que eram
absolutamente inhibidos de sureder, como os religiosos professos,
e idigmus que só eram inhibidos de participar em determinada
successào por actos pessoaes anteriores ou posteriores á instituição,
como os condemnados por haverem attentado contra a vida do tes-
tador.
No projecto primitivo o artigo 2129., correspondente ao artigo
1978, era redigido nos seguintes termos: <As pessoas incapazes
de adquirir por testamento segundo o disposto nos artigos 1907.°
(1776? do codigro, 1909° (1779. do codigo), e 1913^ primeiro ver-
siculo (artigo 1782.' do codigo, nas palavras «os que forem conde-
amados por haverem attentado contra a vida do testador, ou concor-
rido de qualquer fói ma para tal delicto) tambm nào podem adquirir
por successào legitima».
Tendo, porém, a commissão revisora approvado em sessão de 22
de novembro de 1862 aquelle artigo 2129.' do projecto primitivo
com a eliminaçào das palavras desde asegundo... até versiculo
inclusivamente, atravessou o artigo assim modificado todos os pro-
jectos de revisão, e assim ficou no codigo.
Na sessto immediata, 24 de novembro, propoz o sr. Seabra que
se fizesse distincção entre incapazes e indignos, compreendendo-se
ambas as especies na disposiçá do artigo 2129.' (19'78. do codigo).
Tiveram a palavra os srs Silva Ferrão, Seabra e José Julio, e a final
resolveu-se que não havia necessidade de alteraçãou.
D'esta cxpaosição resulta que na disposição do artigo 2129. fica-
ram eomprehendidos por accordo de todos tanto os incapazes pro-
priamente dictos como os indignos.
Por incapazes são excluidos da successào as religiosas professas
e as creaturas não existentes.
Por indignos são excluidos os cumplices da successão do conjuge
adultero, se foi provado judicialmente o adulterio antes da morte do
testador, e os que attentaram ou concorreram para o attentado con-
tra a vida do auctor da herança, etc.
Comprcehendia-se a doutrina do projecto primitivo que especifi-
cava. como incapazes de sueceder ab intestato os incapazes de adqui-
rir por testamento, as creaturas não existentes, as religiosas profes-
sas, os condenmados por terem assassinado o testador ou concorrido
de qualquer fórma para o delicto, e os que por vias de facto impe-
diram o testador de revogar o testamento.
0 projecto de codigo civil hespanhol no artigo 7450, fonte do
artigo 1978.' do nosso codigo, permittia a successo ab intestato aos
facultativos e aos confessores aos quaes aliás negava redondamente
a successào testamentaria; e Goyena sustentava que escusado era
consignar tal permissão, porque os proprios artigos que prohibiam
aos facultativos e aos confessores a successão testamentaria mostra-
vam que as razões da prohibição não eram applicaveis ás sueces-
sues ab iatestato.
Em face da letra e da historia do artigo parecem inhibidos de re-
ceber ab intestato os que não podem receber por testamento, quer
incapazes quer indignos, quer seja absoluta quer relativa a incapa-
cidade.
Porém do preceito legal assim entendido resultaria o absurdo de
ser privado da successão legitima o facultativo ou o ecelesiastico
que tivesse prestado os seus bons oflicios ao parente na ultima doença,
o que equivaleria a convidar os parentes, facultativos e ecclesiasticos,
ARTIGOS 1979., 1980.0 1981. s 1982.0 489
SECÇAO II
Do direito de representação
SECAO III
SUB-SECÇ0O I
SUB-SECCO I1
SECL:AO IV
stu-sECCo 1
sU-SECCÃo 11
sUtI-SEUAO 111
SEtC:AO v
SECCAO vi
SECCA0 V'l
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