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IFBA
BIOCOMBUSTÍVEIS

SARA RAMOS DA SILVA

SOCIOLOGIA
Resenha

IRECÊ-BA
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01/11/2023
SARA RAMOS DA SILVA

Trabalho apresentado para o instituto


Federal da Bahia.

Orientador: Ivan Dutra Belo.


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IRECÊ-BA
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2023

ÍNDICE

Capa……………………………………………………….....................................1
Contra capa......................……………………………………………………….. 2
Resenha do quarto capitulo.....................….........………………………. 4 a 8
Referência.......................…………………………………………………………. 9

RESENHA
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Max Weber, um dos grandes pensadores no campo da sociologia, fez


contribuições significativas para nossa compreensão da sociedade. Ele não se
limitou apenas à sociologia, mas também estudou economia, direito, história e
filosofia. Sua obra mais conhecida, “A ética protestante e o espírito do
capitalismo”, explorou a relação entre religião, especialmente o protestantismo,
e o desenvolvimento do capitalismo.
Weber enfocou o conceito central de “ação social” em sua sociologia. Ele
buscou entender como os indivíduos atribuem significado a suas ações
sociais, incluindo ações racionais. Para Weber, o indivíduo sempre age com
uma intencionalidade.
Seu trabalho também se concentrou em compreender como as instituições,
grupos e comportamentos se relacionam com a intencionalidade individual.
Apesar de sua ênfase no indivíduo, Weber reconheceu a importância das
instituições na sociedade, vendo-as como modos consolidados de ação social.
Max Weber, nascido em 1864, teve uma vida intelectualmente estimulante
desde jovem e contribuiu amplamente para a sociologia, apesar de enfrentar
crises nervosas ao longo de sua vida. Sua obra continua a influenciar o estudo
da sociedade e da ação social.
A definição de ação social de Max Weber é fundamental para compreender sua
abordagem à sociologia. Segundo Weber, a ação social é aquela orientada
pelas ações de outros, sejam elas passadas, presentes ou esperadas no futuro.
Esses "outros" podem ser individuais e conhecidos ou uma pluralidade de
indivíduos indeterminados. Um exemplo ilustrativo é o uso do dinheiro como
meio de troca; as pessoas o aceitam porque esperam que outros também o
aceitem em transações futuras.
A ação social não é simples imitação. Envolve atribuição de sentido, ou seja,
uma relação significativa entre o comportamento do indivíduo e o
comportamento dos outros, que ele leva em consideração. Esses sentidos
atribuídos podem ser variados, como baseados em costumes ou valores
pessoais. Weber enfatiza que a compreensão da sociedade passa pela análise
do comportamento dos indivíduos, e a sociologia busca determinar o
significado da ação social.
No entanto, Weber reconhece que os sentidos atribuídos à ação social são
infinitos, e os pesquisadores sociais não podem captar toda a realidade. A
seleção dos aspectos a serem investigados envolve a subjetividade do
pesquisador, mas isso não compromete a objetividade do conhecimento, desde
que o pesquisador leve em conta os valores atribuídos pelos atores sociais, em
vez de seus próprios valores, ao interpretar as ações e relações sociais.
Essa abordagem de Weber destaca a complexidade da ação social e a
importância da compreensão dos significados atribuídos pelos atores sociais
para a análise sociológica.
Max Weber, um renomado sociólogo, desenvolveu uma interessante tipologia
de ações sociais que são fundamentais para compreender a dinâmica das
interações humanas e a complexidade da sociedade. A ação social, segundo
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Weber, é aquela orientada pela ação dos outros, sejam eles indivíduos ou
coletividades, conhecidos ou desconhecidos.
Weber destaca quatro tipos de ações sociais:
1. **Racional com relação a fins:** Nesse tipo, os indivíduos agem de forma a
escolher os meios mais adequados para alcançar seus objetivos. Por exemplo,
alguém que pesquisa e economiza para comprar uma calça nova de forma
econômica age racionalmente com relação a fins.
2. **Racional com relação a valores:** Aqui, as ações são orientadas por
valores morais, estéticos ou religiosos. Por exemplo, alguém que compra uma
calça não pelo preço, mas com base em seu valor estético, age racionalmente
com relação a valores.
3. **Afetiva:** Nesse tipo, as ações são influenciadas por estados afetivos ou
emocionais, e, em última instância, são "irracionais". Por exemplo, alguém que
compra algo impulsivamente sem considerar o preço ou a utilidade está agindo
de forma afetiva.
4. **Tradicional:** Essas ações são determinadas por costumes e tradições
transmitidos ao longo do tempo. Por exemplo, comprar em uma loja
frequentada pela família há gerações é uma ação tradicional.
Weber ressalta que esses tipos ideais de ação social são construções teóricas
e que a realidade social é mais complexa. Os sociólogos utilizam essas
categorias como ferramentas para analisar e compreender as ações dos
indivíduos na sociedade. A sociologia weberiana é uma abordagem
compreensiva, que visa entender os significados das ações sociais e como
elas se encaixam na complexa teia das relações sociais. Embora as leis gerais
não existam para Weber, a compreensão profunda das ações individuais é
crucial para entender a sociedade em sua diversidade e complexidade.
A sociologia de Max Weber oferece uma visão profunda das interações sociais
e da influência das normas e instituições na ação dos indivíduos. Weber
reconhece que, em menor ou maior grau, os indivíduos são portadores de
racionalidade, atribuindo sentido às suas ações, e todas as ações são dotadas
de intencionalidade.
Ele ressalta a importância das instituições sociais, como a família, o Estado e a
Igreja, na moldagem do comportamento humano. As normas institucionalizadas
e consolidadas na sociedade desempenham um papel fundamental na
orientação das ações individuais. As normas não se limitam a leis escritas, mas
incluem costumes e convenções.
Weber destaca duas maneiras de agir: agir em comunidade e agir em
sociedade. O agir em comunidade é baseado em expectativas e probabilidade,
onde os indivíduos agem esperando que os outros se comportem de certa
maneira. Por exemplo, cumprimentar alguém na rua é uma ação baseada na
expectativa de reciprocidade.
Em contraste, o agir em sociedade é guiado por regulamentos e normas
sociais, ou seja, leis. Nesse caso, os indivíduos agem com base nas regras
sociais vigentes e esperam que os outros também o façam. Mesmo aqueles que
infringem a lei agem com base nela, tomando medidas para evitar as
consequências de sua infração.
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Weber oferece uma visão rica da interação entre os indivíduos e as normas


sociais, destacando a complexidade da sociologia compreensiva e a
importância das instituições na sociedade. Suas ideias continuam a ser
fundamentais para a compreensão das dinâmicas sociais e do papel das
normas na vida cotidiana.
Max Weber, em sua sociologia, destaca a importância da racionalidade e das
regras na organização da sociedade. Ele argumenta que a sociedade moderna
está passando por um processo crescente de racionalização, onde as pessoas
estão cada vez mais recorrendo a elementos racionais para guiar e organizar
suas vidas. Isso envolve a escolha de meios adequados, a avaliação das
consequências futuras e a base do conhecimento técnico e científico.
Weber observa que a tradição, as crenças mágicas e religiosas estão cedendo
lugar ao conhecimento técnico na organização da vida das pessoas. Esse
processo de transição é chamado por Weber de "desencantamento do mundo"
ou "secularização". Um exemplo disso é a diminuição da crença nas
benzeduras e a crescente confiança na medicina moderna. As pessoas agora
preferem recorrer a médicos em vez de benzedeiras quando estão doentes,
devido à crescente confiança no conhecimento científico.
Weber enfatiza que o processo de racionalização envolve o abandono de
concepções mágicas e tradicionais em favor de formas mais precisas,
organizadas e burocratizadas de orientação na vida social. É uma adaptação
em direção a meios racionais para atingir os fins desejados. Esse processo
reflete as mudanças na sociedade moderna, onde a racionalidade e a ciência
desempenham um papel cada vez mais dominante na organização da vida
cotidiana.
Weber oferece uma visão perspicaz do desencantamento do mundo e do
avanço da racionalização na sociedade moderna, destacando como as
concepções mágicas e religiosas estão sendo gradualmente substituídas por
formas mais racionais de organização social. Suas ideias continuam a ser
relevantes para a compreensão das dinâmicas sociais na era moderna.
Max Weber aborda a racionalização da sociedade, um fenômeno que vai além
do triunfo do conhecimento científico e técnico sobre as formas tradicionais,
mágicas e religiosas de explicação e orientação da vida social. Ele argumenta
que a racionalização da sociedade cria cada vez mais regras e normas que as
pessoas levam em consideração ao tomar decisões e agir. Isso resulta em uma
transição do agir em comunidade para o agir em sociedade, à medida que as
normas e leis organizam a vida cotidiana.
Weber destaca que as normas e leis criadas por esse processo são acatadas
não apenas por medo de punição, mas principalmente devido à sua
legitimidade. As pessoas obedecem a essas regras porque as consideram
verdadeiras e aceitam a necessidade de obedecer. Isso leva à questão de quem
cria essas regras e como são estabelecidas.
Weber desenvolve sua tipologia da dominação para explicar como as pessoas
que exercem o poder conseguem impor sua vontade e ditar regras. Ele
distingue três tipos básicos de dominação: carismática, tradicional e racional-
legal. A dominação carismática é baseada na crença em poderes mágicos ou
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religiosos. A dominação tradicional se baseia em um poder sagrado herdado da


tradição. A dominação racional-legal é fundamentada na legalidade das leis e
na legitimidade do poder dos que as criam.
Weber destaca que a dominação racional-legal depende de uma estrutura
burocrática hierarquizada e profissional. A burocracia desempenha um papel
crucial na extração da obediência das pessoas, tornando o exercício da
autoridade mais eficiente e organizado.
No entanto, Weber também reconhece o lado negativo da racionalização,
observando que pode resultar na perda de significado, transformando as
pessoas em "cumpridoras de regras" e aprisionando-as em uma "jaula de
ferro". Essa visão pessimista da racionalização reflete a complexidade desse
fenômeno na sociedade moderna, com suas vantagens e desvantagens.
Max Weber explora a complexa relação entre a crescente racionalização da
sociedade e a perda de individualidade e autonomia do homem moderno. Ele
observa que à medida que mais regras e normas são criadas para facilitar e
organizar a vida, os indivíduos se tornam cada vez mais subordinados a essas
regras. Isso resulta em uma inibição da criatividade e inventividade, pois tudo
passa a ser regido por normas predeterminadas.
Weber destaca que, embora as leis, regras e normas sejam inicialmente criadas
para tornar a vida mais organizada e o mundo mais inteligível, elas também
podem ter efeitos colaterais. À medida que a sociedade se torna mais complexa
e os objetivos dos indivíduos se tornam conflituosos, as regras acabam
servindo como meios para organizar conflitos. No entanto, esse processo pode
levar à perda de sentido nas ações humanas.
Weber argumenta que as regras e regulamentos, que originalmente deveriam
ser meios para atingir determinados fins, muitas vezes se tornam fins em si
mesmos. Isso significa que as pessoas passam a cumprir as regras não para
alcançar um objetivo desejado, mas apenas pelo propósito de cumprir as
próprias regras. Isso resulta na perda de sentido na sociedade moderna, onde
os meios se transformam em fins.
Um exemplo ilustrativo é o procedimento de fazer chamadas em escolas para
verificar a presença dos alunos. Originalmente, isso foi criado para garantir que
os alunos cheguem no horário e participem das aulas para aprender. No
entanto, em alguns casos, a norma de presença se torna o único propósito, e
os alunos frequentam as aulas apenas para cumprir a regra de presença,
perdendo o objetivo original de adquirir conhecimento.
Weber destaca que a racionalização e a burocratização podem transformar o
homem moderno em "cumpridores de regras", levando à perda de sentido e
liberdade. Isso ressalta a complexidade das mudanças na sociedade moderna e
seus impactos na vida individual e coletiva.
Em "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo," Max Weber explora a
relação entre aspectos religiosos e o comportamento humano com o intuito de
entender o capitalismo. Weber destaca que a relação entre religião e
comportamento humano não é uma inovação metodológica, já que muitos
pensadores haviam abordado o assunto anteriormente. No entanto, o
diferencial da obra de Weber está na maneira particular como ele relaciona
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seitas protestantes com uma conduta que considera característica do Ocidente,


o chamado "espírito do capitalismo."
Weber descreve o "espírito do capitalismo" como uma conduta que busca o
lucro de maneira legal, através de uma racionalização e planejamento dos
meios e fins, juntamente com uma atitude rígida em relação aos prazeres e
gastos do lucro. Nesse contexto, o trabalho se torna uma virtude, e a riqueza é
uma consequência positiva do trabalho árduo. Weber destaca que essa ética
puritana, que enfatiza a dedicação ao trabalho constante, é fundamental para o
entendimento do capitalismo ocidental, que associa a economia livre à
racionalidade.
Weber explora a ética puritana e sua pregação pelo trabalho duro e constante,
enfatizando que a riqueza não é vista como um obstáculo, desde que não
dispense a realização do trabalho. O trabalho torna-se o meio de glorificar a
Deus e cumprir uma vocação divina. O indivíduo, rico ou pobre, não deve se
afastar do trabalho, pois perder tempo é deixar de agradar a Deus.
Weber também ressalta a importância da separação do local de trabalho da
esfera doméstica no contexto do capitalismo. Essa diferenciação do espaço e
do tempo de trabalho é fundamental para a racionalização e disciplina do
trabalho, caracterizando a configuração do capitalismo moderno.
Em resumo, Weber argumenta que a ética protestante fornece ao homem uma
conduta racional que encontra correspondência no capitalismo. Não é a única
causa do capitalismo, mas desempenha um papel importante na sua formação.
Para Weber, o ponto central do capitalismo é a racionalização da conduta
humana, que é influenciada por princípios éticos protestantes.

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