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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

_Sessão Ordinária

PROVENIËNCIA: Comissão do Plano e Orçamento - 2a Comissão

ASSUNTO: Parecer atinente'a Conta Geral do Estado de 2021.

RESULTADO DA APRECIAÇÃO:

AR IX/Parecer/248/31.10.2022
Jleiloasa- >a

o . 2o22

Ce sexca a
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Poiukeo
cOMISSÃO DO PLANO E ORÇAMENTO

Excelentissima Senhora
Dra. Esperança Laurinda Francisco Nhiuane Bias
Presidente da Assembleia da República

Assunto: Remessa do Parecer n° 06/2022, de 28 de Outubro, sobre Conta Geral


doEstado de2021.

Excelência,

Para os devidos efeitos, tenho a honra de remeter a V. Excia. o Parecer n° 06/2022,


de 28 de Outubro, sobrea Conta Geral do Estado de 2021.

Apresento a Vossa Excelência os meus melhores cumprimentos.

Maputo, 28 de Outubro de 2022

O Presidente daComissão

António Rosário Niquice, PhD

Secretaria i Ceral da Asseritiea


da Reput:ra

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.SALRRAAdu. ***
Assembleia da República
Comissão do Plano e Orçamento

Parecer n° 06/2022

De 28 de Outubro

Assunto: Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2021.

Sumário: Apreciação da Conta Geral do Estado (CGE) de 2021, em cumprimentoo do


disposto nas alineas d) e f) do artigo 86 e no artigo 197 da Lei n° 12/2016, de
30 de Dezembro, Regimento da Assembleia da República.

INTRODUGÃO

1.1. Enquadramento Legal

Nos termos da alinea l) do número 2 do artigo 178 da Constituição da República, compete à


Assembleia da República deliberar sobre as grandes opções do Plano Económico e Social
(PES) e do Orçamento do Estado (OE) e os respectivos relatórios de execução.

Conforme disposto no artigo 131 da Constituição da República, a execução anual do


Orçamento do Estado é fiscalizada pelo Tribunal Administrativo (TA) e pela Assembleia da
República (AR), a qual, tendo em conta o Parecer daquele Tribunal, aprecia e delibera sobre
a Conta Geral do Estado (CGE).

De acordo com o artigo 197 do Regimento da Assembleia da República, a Conta Geral do


Estado é distribuída pelo Presidente da Assembleia da República aos Deputados e às
Comissões de Trabalho para a emissão do competente Parecer.

Assim, dando cumprimento ao estabelecido na lei, a Comissão do Plano e Orçamento (CPO)


apreciou a CGE de 2021, submetida pelo Governo, documento com a referência AR-
IX/infor./238/06.05.2022 e analisou o Relatório e Parecer do TA sobre o mesmo documento

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com a referência
AR-IX/Relatório/228/03.10.2022, todos submetidos à Assembleia da
República dentro dos prazos
legalmente estabelecidos.

1.2 Metodologia de Trabalho

Por despacho de Sua Excelência Presidente


da Assembleia da República, de 30 de Setembro
de 2022, a Comisso do Plano e
Orçamento (CPO) recebeu, para análise e emissäo do
competente Parecer, o Relatório e Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral
do Estado de 2021.

A CPO realizou estudos e análises da CGE de 2021,


individualmente, em grupos
parlamentares e em plenário, tendo as respectivas contribuições sido globalizadas em sede
da Comissão. Na sequência, as questões suscitadas ao longo da apreciação foram remetidas
ao Governo que, oportunamente, prestou os devidos esclarecimentos.

Em observância ao estabelecido n°.6 do


no
artigo 74 do Regimento da Assembleia da
República, a CPO solicitou e recebeu contribuiçõoes das Organizações da Sociedade Civil,
mormente do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) e do Centro de Integridade
Publica (CIP), que foram tidas em consideração na
elaboração do presente Parecer.

I. APRECIANDO

Nos termos do artigo 48 da Lei 14/2020, de 23 de Dezembro, que cria o Sistema de


Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Conta Geral do Estado tem por objectivo
evidenciar a execução do Plano Económico Social
e e Orçamento do Estado, apresentar a
posição financeira, o desempenho financeiro programático e os fluxos de caixa do exercício,
bem como a avaliação do desempenho, das instituições do Estado e entidades
descentralizadas no fim do exercício económico.

O Orçamento do Estado de 2021 operacionaliza o segundo ano do Programa Quinquenal do


Governo (PQG) 2020-2024, cujo objectivo central é a
adopçáão de uma economia mais
diversificada e competitiva, intensificando os sectores produtivos com
potencial para elevar a
geração renda e a criação de mais oportunidades de emprego.
de

Assim, para a prossecução deste objectivo, foram definidos e alcançados como principais
indicadores macroeconómicos para 2021, os seguintes:

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Crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,16% contra previsão de
a
2,1%
Taxa de inflação média anual de 5,69% contra uma previsão de 5,0%;
As exportações de bens alcançaram o valor de USD 5.579,0 milhões contra uma previsão
de USD 3.769,0 milhões;

A s Reservas Internacionais Liquidas registaram um saldo provisório em 31 de Dezembro


de 2021 de USD USD 3.273,0 milhÑes, montante suficiente para cobrir cerca de 5 meses
de importações de bens e serviços, excluindo as importações dos grandes projectos;

O Crédito à Economia, registou um crescimento anual de 2,9% em 2021, contra 15,0%


observado em igual periodo de 2020.

Relativamente ao défice, a CGE de 2021 reporta o montante de 96.358 milhões de MT,


representando um decréscimo de 6,4% face à estimativa de 116.162,0 milhões de MT, que
segundo o Governo demonstra o seu esforço para a redução do nivel de crescimento da
Divida Pública.

O Tribunal Administrativo observa que as diferenças verificadas nos últimos anos, entre as
projecções e os resultados orçamentais, constitui um risco fiscal para o país, uma vez que
representam maior necessidade de financiamento, o que afecta a gestão de tesouraria.

A CPO verifica que os resultados alcançados são aceitáveis tendo em conta que o

desempenho do ano de 2021 foi negativamente influenciado dentre outros factores, os

seguintes:/
pandemia da COVID-19;
instabilidade militar perpetrada por grupos de terroristas em Cabo Delgado;

mudanças climáticase

IV restrições no financiamento externo ao Orçamento do Estado;

2.1. Execução do Orçamento do Estado de 2021

Tribunal Administrativo refere que no exercício


No seu Relatório sobre a CGE de 2021, o

Estado mobilizou recursos financeiros num total de 431.714,8


económico em análise, o
donativos,
MT, dos quais 74,1% são receitas do Estado, 5,2% correspondem
a
milhões de
internos.
6,5% a empréstimos externos e 14,3% a empréstimos

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O nivel de mobilização de recursos representa cerca de 33,6% do PIB, tendo decrescido em
relação ao nivel de realização do exercício económico anterior em 6,3 pontos percentuais.

2.2. Cobrança de Receitas

De acordo com a CGE de 2021, a cobrança de Receitas do Estado atingiu o montante de


265.935.6 milhões de Meticais, correspondente a 100,1% da previsäo anual e cerca de 23,9%
do PIB, situando-se acima do nivel de realização de 2020 em cerca de 13,1% em termos

nominais.

No total das Receitas do Estado destacam-se os Impostos sobre Bens e Serviços com uma

contribuição equivalente a 41,1%, seguidos dos Impostos sobre Rendimento com 37.6%, as
Outras Receitas Correntes, Outros Impostos Nacionais, Taxas, e as Receitas de Capital com

o equivalente a 8,2%, 7,2%, 4,7% e 1,4%, respectivamente.

Em termos de cobrança, os Impostos sobre o Rendimento atingiram o equivalente a 95,1%


da previsão e cerca de 9,0% do PIB, tendo registado um crescimento nominal de 0,6% em

Governo é justificado pelo constante controlo das


relação a 2020, que de acordo com o

retenções na fonte e das entregas às Direcções de Area Fiscal, feitas pelas empresas e pela

Função Pública.

de Imposto sobre o
No grupo de Impostos sobre Bens e Senviços, constituído pelas rubricas
Valor Acrescentado (IVA), Imposto sobre o Consumo Especifico de Produção Nacional,
Imposto sobre o Comércio
Imposto sobre o Consumo Específico de Produtos Importados e

arrecadado equivalente a 108,4% da meta estimada e cerca de 9,8% do PIB.


Externo, foi o

A contribuição dos Megaprojectos atingiu o montante equivalente a 10,6% da Receita Total,


tiveram maior
Produção de Energia e de Exploração de Petróleo que
os
sendo os sectores de
dos Megaprojectos,
contribuição, com o valor equivalente a 47,9% e 35,0% da receita total

respectivamente. Os sectores de Exploração de Recursos Minerais e os Outros


Megaprojectos contribuiram com o equivalente a 12,8% e 4,3%, respectivamente.

A CPO apurou que em termos de peso as receitas de administração central correspondem a

a este facto, na actividade


99% e de administração provincial 1%. Correlacionado
as

ao nível das províncias, uma


das matérias
parlamentar de fiscalização e supervisão
necessidade de aprovação da Lei de Tributação
dos
apresentadas à CPO tem a ver com a
na qual se clarifica os tipos de impostos,
órgãos de Governação Descentralizada Provincial,
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as modalidades de inscrição e
cobrança nível da
ao
província, bem como os mecanismos de
canalização aos cofres do Estado
Relativamente a esta matéria, a CPO apurou que o Governo está em processo de
apreciação
para posterior submissão à Assembleia da República da Proposta de Lei que altera a Lei n.
15/2002, de 26 de Junho, que estabelece os
Principios Organização do Sistema Tributário
de
da República de Moçambique e da Proposta de Lei que cria o Regime Tributário de
Governação Descentralizada Provincial, conforme_estipula a Lei n.° 16/2019, de 24 de
Setembro, que define o Regime Financeiro Patrimonial dos
e
Ôrgãos de Governação
Descentralizada Provincial

De acordo com o Governo no seu pronunciamento sobre


da CPO, a Proposta as questões
de Lei que cria o Regime Tributário de Governação Descentralizada Provincial visa

estabelecer o Regime Tributário dos Órgãos de Governação Descentralizada Provincial,


através da transferência de alguns Impostos Nacionais, nomeadamente o Imposto de
Reconstrução Nacional (IRN), o Imposto Predial, a SISA e o Imposto de Veiculos, passando
a apresentar a seguinte estrutura:

Imposto Pessoal Provincial, que incide sobre todas as pessoas nacionais ou estrangeiras
residentes na respectiva Provincia;
Imposto Predial Provincial, que incide sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos
situados no mesmo território;
Imposto Provincial da SISA, que incide sobre as transmissões, a titulo oneroso, do direito
de propriedade ou de figuras parcelares desse direito sobre bens imóveis;
Imposto Provincial de Veiculos, que incide sobre o uso e fruição dos veiculos.

As provincias têm observado ainda na interacção com a CPO que para atingirem a
capacidade de captação da receita é necessária a abertura de mais postos fiscais e de

aumento do efectivo para reforço do controlo fiscal e aduaneiro. No


cobrança, bem como o o

concernente ao Imposto de Reconstrução Nacional, o baixo nivel de colecta deve-se ao

recebimento tardio de conhecimentos de cobrança.

Administrativo considera relevante que a Autoridade Tributária proceda à


O Tribunal
monitoria
mapeamento especifico de empresas do sector mineiro, reforçar
a
realização de um
suficiente e relevante para a
e fiscalização, a fim de reunir, em tempo oportuno, informação
incluindo o Imposto sobre a Renda de
liquidação dos impostos legalmente estabelecidos,

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Recurso Mineiro, contribuindo, desta forma, para aumento de
o
cobrança de impostos a este
sector.

Relativamente ao Sector Empresarial do Estado, no seu pronunciamento em res posta às


questões da CPO, o Governo esclareceu que com vista a alterar a situação das empresas
que registam sistematicamente resultados líquidos negativos, tem estado a implementar um
plano de reestruturação abrangendo a área financeira, operacional, supervisão e controlo,
bem como o redimensionamento dos recursos humanos, com destaque para as seguintes

acções:
Introdução de contratos de gestão e de mandato, matriz de indicadores de desempenho
para permitir a avaliação dos Administradores
Assinatura de contratos-programa para efeitos de cobertura de custos com a componente
social;
Definição de limites de endividamento; Monitoria trimestral do grau de endividamento e
uniformização dos modelos de governação
Elaboração da Politica Anti-Corrupção, Código de Etica, Manual de Governação
Corporativa e Politica de Dividendos;
Revisão e ajustamento de instrumentos juridicos de acordo com a Lei 3/2018 de 19 de

Junho
Revisão do Modelo de Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas,
Fornecimento de Bens e Serviços a ser aplicado pelas empresas do SEE
Elaboração de Contas Consolidadas com vista a ter-se uma visão globalizada do
desempenho do sector.
Aprovado o Decreto-Lei n.°1/2021, de 24 de Março, sobre o regime juridico de
aposentação obrigatória dos trabalhadores do Sector Empresarial do Estado (SEE)
beneficiários da Previdência Social dos funcionários e agentes do Estado abrangidos pelo
redimensionamento do SEE. Este instrumento permitirá a aceleração dos processos de
reforma da força laboral excedentária por via da Previdência Social nas empresas Tmcel,
RM, Correios de Moçambique e TVM;
Recapitalização da EDM, E.P. através do saneamento da divida pelos Acordos de
Retrocessäo; e Conversão da divida em aumento de capital para a LAM, SA. e ADM,

E.P
Extinção das empresas Moçambicana da Exploração Mineira, S.A e Correios de

Moçambique, E.P através dos Decretos n" 31 e 32/2021 de 31 de Maio, respectivamente.

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Fusão das empresas Hidráulica de Chókwe, E.P. e Regadio do Baixo Limpopo, EP,
constituindo uma nova empresa, Regadio de Gaza (REGA, EP) com a mesma finalidade

rio Limpopo desde Chókwe até Xai-Xai.


para a gestão dos regadios ao longo do
procedimentos relativos ao endividamento do Sector
Implementação das regras e
Empresarial do Estado contidas no artigo 30 do Decreto n.° 10/2019, de 26 de Fevereiro,

que aprova o Regulamento da Lei do Sector Empresarial do Estado;


Em curso o processo de reestruturação dos financiamentos com garantias do Estado, por
via de saneamento das dividas por acordos de retrocessão, renegociação de prazos, juros

e periodicidade das dívidas das empresas em situação crítica (ADM, E.P., LAM, S.A.,

recapitalização das empresas.


TMCELS.A., etc), e

Estado com endividamento do Sector Empresarial foram


Para acautelar a sobrecarga do
realizadas ainda as seguintes acções:

BCI valor de
reestruturação do empréstimo feito junto
ao no
LAM, S.A. Foi assegurado a

de 2022.
68 milhões Meticais a serem pagos durante o ano

fase de reestruturação e investimento,


Sociedade Noticias, S.A. Encontra-se em

em 2023.
esperando-se que retome o pagamento do serviço da dívida
Meticais.
STEMA, S.A. Em 2021, a empresa procedeu o pagamento de 2,1 milhões de
visando a redução e
TMCEL, S.A. Está em reestruturação do modelo de governação,
redimensionamento da mão-de-obra e reestruturação operacional.
optimização de custos,
investimento (cerca de USD130
Está ainda em curso um abrangente programa de
dos
da rede com vista a melhoria da qualidade
milhões, até 2023) de modernização
irá permitir a capacidade financeira da
serviços,bem como o incremento da receita, que
das suas obrigações.
empresa para o cumprimento
ao Banco Nacional de
E.P. Os empréstimos contraidos junto
Aeroportos de Moçambique,
a construção do aeroporto
de Nacala, Banco
Desenvolvimento do Brasil (BNDES) para
das infraestruturas do Aeroporto
Europeu de Investimento (BEI) para reabilitação
-

terminal do Aeroporto
Internacional de Maputo, e Deustch
Bank para a construção do -

curso negociações
assumidos pelo Estado, estando em
Internacional de Maputo, foram

para a sua reestruturação.

existem empresas
âmbito do sector empresarial do Estado,
O Governo apontou ainda que no
não pode ser medido
o papel social de utilidade pública, cujo impacto
que desempenham da área
indicadores económicos financeiros, como éo caso das empresas
apenas através de

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de comunicação social (RM e TVM), ainda
empresa Electricidade de
e a
Moçambique, E.P
com o elevado volume de investimentos, no âmbito de electrificação rural.

O Governo mencionou ainda que atrasos verificados


os no cumprimento do serviço da divida,
em parte, é justificado pela falta de liquidez das empresas referenciadas, em virtude da

conjuntura marcada pelo impacto negativo da pandemia da COVID-19, nos exercicios de


2020 e 2021, afectando os niveis de facturação das empresas.

2.3. Realização das Despesas

A CGE de 2021 reporta que a realização da despesa atingiu, no periodo em análise o

montante de 362.293,2 milhões de Meticais, correspondente a 94,9% do Orçamento anual e


a um decréscimo de 2,1% em termos reais, relativamente a igual periodo homólogo do

exercicio económico anterior. De referir que o montante das despesas totais represeta cerca
de 32,5% do PIB.

Em termos de peso, as Despesas de Funcionamento correspondem a 68,2% da despesa


total, as Despesas de Investimento 18,9% e as Operações Financeiras 12,9%. Em relação
ao exercicio económico anterior, as Despesas de Funcionamento aumentaram em 4,2 pontos
percentuais, tendo as Despesas de investimento e as Operações Financeiras registado uma
redução na ordem de 3,3 e 0,8 pontos percentuais, respectivamente.

As Despesas de Funcionamento totalizaram 247.028,3 milhões de Meticais, onde nas

Despesas com o Pessoal, o pagamento de Saláios e Remunerações aos funcionários e


agentes do Estado absorveu o montante de 133.320,1 milhões de Meticais, correspondente
a cerca de 12,0% do PIBeaum crescimento na ordem de 6,6% emtermos reais.

De acordo com o Governo, este facto é justificado pela introdução de diversos Actos
Administrativos (novas fixações, actualizações, promoções, progressões e mudanças de
carreiras), ocoridos no segundo semestre de 2020, cujo impacto se reflecte nas folhas de
salário do ano 2021, bem como de outros Actos Administrativos que não tinham sido previstos
no respectivo exercício.

Relativamente ao aumento da despesa com o pessoal, a CPO verifica que há insuficiência


de infraestruturas sociais básicas para melhorar a prestação de serviços ao nivel dos distritos,
tais como escolas e unidades sanitárias. Sugere para além da construção de mais

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infraestruturas, a necessidade de admissäo de mais
a melhorar dentre outros profissionais nestes sectores, por forma
os rácios aluno-professor, habitante-médico e habitante/unidade
sanitária.

No que tange à distribuição das despesas por níveis de


gestão, os órgãos e instituições de
âmbito central absorveram o
equivalente a 67,2% da
despesa total, tendo os de âmbito
distrital, provincial e
autárquico absorvido o equivalente a 19,7%; 11,7% e
1,5%,
respectivamente.

As Despesas de Investimento atingiramo valor de 68.635,9 milhões de


Meticais, equivalente
a 78,2% do Orçamento anual, cerca de 6,2% do PIB e um
decrescimento de 7,5% em termos
reais, relativamente a 2020. A
componente interna atingiu o correspondente a 100,0% e a
componente externa 64,0%, da dotação anual, devido, sobretudo, ao baixo nível de
desembolsos na
componente de donativos externos que atingiram uma realização
equivalente a 54,9% do programado.

No que diz respeito ao investimento, a CPO tem sido reportada ao nível das
províncias sobre
a demora na libertação da
quota financeira, o que tem influenciado negativamente na
implementação das actividades programadas. Nalguns casos, recebem os fundos no último
mês do ano e vêm-se obrigados executar
a projectos complexos em menos de 30 dias.

A CPO manifesta preocupação com o sistemático fraco nível de execução da componente


externa de investimento.

A CGE de 2021 reporta que a realização das Despesas por Compromissos Sectoriais,

Sectores Estruturantes e Outros Sectores Sociais, no periodo em anáilise atingiu o montante


de 167.254,0 milhões de Meticais, correspondente a 87,8% do Orçamento anual, sendo que
os Compromissos Sectoriais tiveram uma realização de 89,2%, Sectores Estruturantes com
uma realização de 90,0% e os Outros Sectores Sociais com uma realização de 79,3%.

O nível de realização dos Compromissos Sectoriais representa 39,5% da despesa total


excluindo os Encargos da Dívida e as Operações Financeiras, sendo Educação com 23,1%,
Saude com 11,4%, Agricultura e Desenvolvimento Rural com 5,0%

CPO entende que no contexto das alocaçõe çamentais aos sectores prioritários, seja
considerada a ciência económica nos actos de planificação, priorizando o sector de

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agricuitura, na lógica de ser o sector que mais emprega e cuja contribuição no PlB é
significativa.

Acrescenta, ainda, que o sector da agricutura dispõe de muito espaço para crescer e
contribuir para a população cada vez mais crescente que nela se encontra em actividade,
pelo que aumentos significativos poderiam contribuir directamente para o crescimento
económico e indirectamente para o desenvolvimento dos demais sectores.

As Provincias têm demonstrado à CPO que a sua capacidade produtiva é pouco explorada,
agravando-se pela venda da produção local em mercados de países vizinhos, facto que
contribui para o desequilibrio da balança de pagamentos, pois, a mesma produção é
transformada, retornando ao mercado nacional a preços muito altos

Nesta perspectiva e no contexto da tendência de subida de preços de cereais no mercado


internacional, a CPO é favorável à maximização do processo de industrialização ao nível das
provincias, empoderando o empresariado local e encorajando-o a privilegiar a área de agro-
negócios.

Paralelamente, são necessárias acções de melhoramento da transitabilidade das estradas


para garantir a circulação de pessoas e bens, impulsionando assim a produção e
produtividade, bem como o processo de escoamento.

A CPO reconhece as acções que vem sendo desenvolvidas no âmbito da protecção


ambiental, com a indicação de incrementos nos últimos 8 anos das respectivas dotações,
tendo no Orçamento de Estado de 2015 inscrito o montante de 1.594,5 milhões de Meticais
e 25.648,1 milhões de Meticais, no Orçamento de 2022.

E de mencionar ainda a criação do Projecto Melhorando a resiliência Climática em


Moçambique (MERCIM) que conta com apoio financeiro da União Europeia e o Projecto Local
com apoio da Suécia, Bélgica e Banco Mundial.

A CPO sublinha ainda o esclarecimento do Governo sobre os acúmulos das dívidas com
fornecedores, segundo o qual, para a melhoria dos processos de execução orçamental e de
contratação de despesa, foi introduzida a obrigatoriedade da digitação do Plano de
Contratações no Módulo de Gestão do Património do Estado (MPE), interligado com o Módulo

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de Planificação e Orçamentação (MPO) e vai alimentar o Plano de Tesouraria, evitando deste
modo, os atrasos no pagamento.

2.4. Auditorias

A Constituição da República de Moçambique estabelece na alinea a) do n° 2 do artigo 229,


que compete ao Tribunal Administrativo "emitir o Relatório e o Parecer sobre a CGE", que de
acordocom on°3 do artigo 51 da Lei n° 14/2020, de 23 de Dezembro, Lei que cria o SISTAFE,
devem ser enviados à Assembleia da Repüblica até o dia 30 de Setembro do ano seguinte
àquele a que a CGE respeite.

No seu Parecer, o Tribunal Administrativo refere que, para a análise da CGE 2021, apreciou
a informação sobre a execução orçamental, realizou auditorias a diversas instituições de
ámbito central, provincial, distrital e autárquico e solicitou informações adicionais especificas
a determinados organismos e instituições do Estado, os quais exerceram o direito do
contraditório em relaço aos relatórios preliminares que Ihes foram remetidos.

da coisa
OTribunal Administrativo aponta que apesar dos avanços registados na gestäo
pública, persistem problemas na organização dos arquivos, classificação e escrituração das

despesas, guarda e administração de bens públicos.

O Tribunal Administrativo refere que a realização das auditorias foi condicionada pelas
limitações impostas pela pandemia da COVID-19 e pela insuficiência dos recursos financeiros
alocados que limita o cumprimento integral das acções programadas

A CPO é membro integrante da SADCOPAC, uma organização das Comissões das Contas
Públicas dos parlamentos dos países da SADC, e neste fórum, defende-se como boas

práticas a existência de órgão supremo de auditoria independente, com estrutura, capacidade


institucional e financeira para que possa assumir as suas funções de forma eficaz.

Neste contexto, a CPO considera opotuno o aumento da dotação orçamental do Tribunal


Administrativo, que a titulo exemplificativo, para a presente Conta, com os recursos

financeiros alocados não foi possivel cobrir as 120 auditorias planificadas, tendo sido

realizadas somente 63 auditorias.

constatações as deficiências de controlo interno,


OTribunal Administrativo realça nas suas

consubstanciadas pela fraca intervenção do subsistema de auditoria interna, tanto no que se

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refere aos órgãos implantados nas próprias orgânicas das entidades auditadas, quanto aos
que actuam ao nível central da Administração Pública, como a Inspeção-geral das Finanças,
a Direcção do Património do Estado, entre outros, nos processos de contas públicas.

O Tribunal Administrativo destaca ainda o baixo nivel do cumprimento das recomendações


da Assembleia da República e a inobserváncia das regras de execução do orçamento, dos
procedimentos instituidos para a arrecadação das receitas e execução da despesa.

No que concerne à análise da informação e da realização de auditorias, em termos


especificos, o Tribunal Administrativo apurou, dentre outras constatações, as seguintes:

2.4.1. Processo Orçamental

a) Persistência da falta de desagregação dos limites globais da despesa dos Ôrgãos de


Governação Descentralizada Provincial, por unidade gestora beneficiária, na Lei
orçamental. Por outro lado, em relação a esses órgãos, tanto nos Mapas demonstrativos
Consolidados extraidos do e-SISTAFE, como nos da CGE, não constam as dotações

iniciais

b) Divergência entre a informação sobre as dotações orçamentais vertida no Relatório do


Governo sobre os Resultados da Execução Orçamental da CGE de 2021e a apresentada
nos diversos mapas integrantes da mesma, o que condicionou a efectiva apreciação da

CGE

C) Existência de Registos de actividade que não foram realizadas e se realizadas foram em


locais ou quantidades diferentes dos que constam do Balanço do PESOE, prejudicando
desse modo a fiabilidade da informação reportada no documento e na execução
orçamental de 2021.

2.4.2. Arrecadação da Receita

a)Persisténcia, em algumas entidades auditadas, de baixas taxas de arrecadação de


receitas próprias de Administração Central, Provincial, Distrital e das Consignadas de
nivel Central;

b) Lentidão no tratamento dos pedidos de reembolso do Imposto sobre o Valor


Acrescentado (VA) e do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coledtivas (RPC), na

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Direcção dos reembolsos do IVA, Direcção Geral de Impostos e incumprimento dos
prazos, levando à sua acumulação, ano após ano

c Persistência de acumulação de processos por tramitar no Contencioso Tributário assim


como nos Juízos de Execuções Fiscais, impactando, negativamente, na arrecadação da
Receita para os cofres do Estado.

2.4.3. Indústria Extractiva

a) Prevalece a falta de actualização do saldo global dos custos recuperáveis, embora nas
auditorias de anos anteriores, o Regulador tenha constatado que parte deles são

inelegiveis para a sua recuperação,

b) Atraso na transferência para as comunidades do valor equivalente a 2.75%, dos impostos


sobre a Produção Petrolifera e Produção Mineira dificuitando desta forma a boa gestäo

deste fundo pelas respectivas entidades.

c) Os órgãos instituidos nas Secretarias Distritais, para a monitoria e avaliação dos projectos
comunitários das comunidades, no âmbito dos 2,75%, não estão a desempenhar
correctamente o seu papel de prevenir práticas ineficientes e anti-económicas, erros e

outras práticas inadequadas ou lesivas para o Estado.

2.4.4. No âmbito da Despesa

transitaram para o exercício seguinte com dividas com


a) Existência de instituições que
das mesmas nas respectivas contas de gerência e,
fornecedores, sem que haja registo
falta da contabilização, nas verbas especificas do Orçamento do
por consequência, a
Estado, condição essencial para serem reconhecidas, judicialmente, e serem pagas

b) Parte dos créditos externos e donativos não transita pela Conta Unica do Tesouro (CUT),
unidade de tesouraria;
condicionando a implementação, na integra, do principio da

Pública, na celebração de
c) Persistência da violação do Regulamento de Contratação
fornecimento de bens, prestação de serviços
contratos de empreitada de obras públicas,
e consultoria, ao Estado.

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2.4.5. Movimento de Fundos

a) Quer as circulares de encerramento do exercicio, quer a demais legislação atinente à


gestão orçamental, não abordam o tratamento a adoptar em relação aos saldos de
recursos fiscais;

b) O Executivo tem vindo, de forma recorrente e indevida, a incluir, no saldo da CUT, os

saldos das Outras Contas de Tesouro


2.4.6. Divida Pública

Os rácios dos indicadores de sustentabilidade da Divida Pública, designadamente, Divida


extena/PIB e Divida externa/Exportações, continuam acima dos limitesmáxcimos
estabelecidos. Deste modo, o país continua sendo considerado de alto risco de
endividamento, estando numa situação de restrição na contratação de novos créditos.

2.4.7. Património do Estado

Vários imóveis do Estado sob gestão de alguns órgãos e instituições do Estado e das
a)
autarquias locais encontram-se em estado avançado de degradação, carecendo de

reconstrução ou profundas reabilitações;

b) Verifica-se a morosidade na inventariação do parque imobiliário do Estado, bem como a

regularização da sua situação juridica.

3. POSICIONAMENTO DOS GRUPOS PARLAMENTARES

3.1. Posicionamento do Grupo Parlamentar do MDM

Parlamentar do MDM na Comissão do Plano e Orçamento entende que a Conta


O Grupo
Geral do Estado de 2021, é um documento que não reflete a observância dos princípios de

regularidade financeira, legalidade, economicidade, eficiência e eficácia na obtenção e

aplicação dos recursos públicos colocados à disposição dos órgãos e instituições do Estado,

pelas seguintes razões:

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. Permanecem, nos cofres das unidades de cobranças, valores correspondentes a
receitas cobradas há mais de um ano, violando-se o estabelecido no artigo 117 do
Regulamento da Fazenda, que define o prazo de uma semana para a canalização das
receitas. Esta prática que transita de ano para ano, alimenta a corrupção ao
transformar estas unidades em saco azul para patrocinar agendas estranhas ao
desenvolvimento;

I. Nos Reembolsos quer do IVA, assim como dos Impostos Sobre os Rendimentos,
verificam-se discrepâncias de dados nos somatórios dos processos tratados, que
apresentam quantidades e valores superiores às solicitações dos reemboisos feitos
no exercicio. Esta falta de transparência tem causado enormes prejuízos ao Estado;

Persiste por parte do Ministério da Economia e Finanças a disponibilização tardia dos


montantes correspondentes à 2,75% devidas as comunidades onde se localizam os
recursos minerais. Por outro lado, há ainda vários casos de cobranças de Impostos
Sobre a Produção, cujas transferências não foram realizadas, não se sabendo ao
certo o destino dado ao dinheiro;

O Governo todos os niveis continua a adjudicar obras sem celebração de contrato,


tal é o caso do Municipio da Matola, Serviço Provincial de Assuntos Sociais de Tete
entre outras instituições, num montante global de 132.965.201 MT. Por outro lado,
algumas entidades efectuaram despesas em montantes acima dos acordados nos
contratos, sem celebração de qualquer adenda numa clara violaço a lei, o que
evidencia prática reiterada de uso indevido dos recursos públicos;

. Apesar de algumas empresas do Sector Empresarial do Estado apresentarem


resultados líquidos positivos não transferiram dividendos para o Estado,
supostamente porque algumas cobriram prejuízos acumulados em exercicios
anteriores, outras alocaram na totalidade para a reserva de investimentos, sem o
mínimo de transparência. Esta prática reforça a ideia segunda a qual, o Sector
Empresarial do Estado é uma verdadeira incubadora da corrupção e do clientelismo
e continua a ser usado como saco azul que alimenta campanhas eleitorais,
actividades políticas do regime e manipulação da opinião pública

VI. Relativamente a Indústria Extrativa, prevalecem discrepâncias em relação ao contra


valor do royalty em espécie entregues as empresas ENH, Matola Gás Company,

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EDM/Kuvaninga que apresentam montantes inferiores, comparativamente ao imposto
sobre a produção pago pela Sasol, o que denuncia a falta de transparências na gestão
dos recursos provenientes do sector extractivo.

Por outro lado, está a tributação do sector mineiro onde foram, igualmente, detectadas
divergências entre a informação reportada pelas unidades de cobrança e a registada pela
Delegação Provincial da Autoridade Tributária de Tete, denotando ausência de transparência
e indicio de desvios.

Perante estas e outras inconsistências, viciação de dados, indicios de corrupção,


clientelismo, cujas evidências estão patentes no Relatório e Parecer do Tribunal
Administrativo, torma a Conta Geral do Estado de 2021, num documento sem credibilidade.

Por tudo quanto foi reportado, nada mais resta ao Grupo Parlamentar do MDM, na Comissão

do Planoe Orçamento, se não, stanciar-se desta Conta e recomendar ao plenário a sua

reprovação.

3.2. Posicionamento do Grupo Parlamentar da Renamo

O Grupo Parlamentar da RENAMO, na Comissão do Plano e Orçamento, procedeu a leitura

e análise do Relatório e Parecer atinentes à Conta Geral do Estado, referente ao exercício

económico de 2021, tendo constatado que a mesma apresenta violações de principios e

regras, designadamente:

Inconsistências em vários documentos, afectando a fiabilidade, compreensibilidade e

da Lei 14/2020 de 23 de Dezembro, nas alineas


comparatividade previstos no artigo 36
observância do
a), b) e e) do artigo 49, ambas da Lei do e-SISTAFE, que, estabelece a

principio de clareza, exactidão e simplicidade na elaboração da Conta Geral do Estado


modo possibilitar a sua análise económica e financeira;
(CGE) de a

dos Órgãos de Governação Descentralizada Provincial (OGDP), não são


II. As dotações
extraidos do e-
visiveis nos mapas da Lei Orçamental, isto é, os mapas demonstrativos

dotações iniciais, dos OGDP nem o registo das alterações


SISTAFE, não apresentam as

efectivamente realizadas,
efectuadas, não permitindo aferir as alterações orçamentais
muito menos avaliar a informação;

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I1. Prevalecem cobranças de receitas sem as respectivas previsões nos orçamentos das
entidades, assim como as previsões sem cobranças, nas receitas próprias de nível

central;

V. Continua a existir a acumulação de processos por tramitar, nos contenciosos tributários e


ao nivel dos Julzes das Execuções Fiscais, com impacto negativo na arrecadação de
receitas para os Cofres do Estado;

V. Assiste-se em algumas Direcções Regionais, Delegações da Autoridade Tributária e


Unidades de Cobrança, a apresentação diferente da receita arrecadada, incentivos
concedidos tais como: (beneficios e isenções fiscais) e reembolso do VA. Igualmente, há
divergências sobre as metas, realizações, valor do imposto apurado e multas, o que torna
menos fiáveis os dados das entidades acima mencionadas, no que diz respeito as

auditorias e fiscalizações efectuadas;

Persiste a falta de informação, para a certificação dos saldos da Conta Unica do Tesouro,
VI.
públicos, fora do
e, Outras Contas do Tesouro, havendo movimentação de recursos

circuito normal das normas de execução orçamental. lgualmente não foi observado o

o encerramento das contas bancárias sem movimentos;


prazo para

Na Conta Única do Tesouro (CUT) em meticais, não é indicada a ordem de pagamento


VII.
dos movimentos a débito registados no
geradora da transacção de parte significativa
extracto desta, limitando-se ao processo da aferiçã dos movimentos realizados;

desta Magna Casa (AR) e do Tribunal


VII Há baixo nivel de cumprimento das recomendações
visto que permanecem na Conta
Administrativo, (TA) relativas a execução da despesa,
anteriores.
em apreciação situações apuradas em anos

Relatório e Parecer do TA sobre a Conta Geral do


Em face das constatações elencadas
no

2021, o Grupo Parlamentar da RENAMO na


exercicio económico
Estado, referente ao

Conta Geral do Estado.


Comissão, recomenda a apreciação negativa da presente

3.3. Posicionamento do Grupo Parlamentar da Frelimo

do Plano e Orçamento considera que a


Parlamentar da FRELIMO na Comissão
O Grupo especificas
elaborada obedecendo os principios e regras
Conta Geral do Estado de 2021 foi
de forma clara e exaustiva a
e evidencia
nos termos consagrados na respectiva legislação

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execução orçamental e financeira, bem como o
Estado Moçambicano.
desempenho dos Orgos e
Instituições do

OGrupo Parlamentar da FRELIMO na CPO considera


ainda que os resultados da gestão
macroeconómica mostraram um desempenho positivo a medir
pela evolução dos principais
indicadores

O Grupo Parlamentar da FRELIMO na CPO verificou que durante


execução do Orçamento
a
do Estado referente ao ano de 2021 o Governo, dentre várias acções de impacto destaca:

Elaborado e aprovado Decreto


o
n. 26/2021, que estabelece as regras e os
procedimentos para funcionamento do sistema de Administração Financeira do
o
Estado,
abreviadamente, designado por SISTAFE;

Feita avaliação da fiabilidade


consistência da informação referente as alterações
orçamentais bem como o cumprimento da legislação relativa a administração e gestão do
Orçamento do Estado;

Feita avaliação dos processos de execução orçamental respeitante ao serviço da divida


e prestado o suporte técnico através da emissão de recomendações;

IV. Realizadas 130 auditorias de Legalidade e de Regularidade abrangendo instituições do


Estado a Nivel Central, provincial incluindo aos fundos da COVID-19 pelas 4 Unidades
Orgânicas lInspectivas da Inspecção Geral de Finanças;

V. Coordenada e harmonizada a implementação de politicas estratégicas setoriais


nomeadamente: i). a Politica da Saúde; i). Politica do preço do Pão ii) Politica da
Juventude e Emprego; iv) Política do Ambiente; v) Politicas das Taxas do Sector Mineiro
e Estratégico das Pescas; e

VI. Elaborado o Cenário Fiscal de Médio Prazo Nacional com base na nova abordagem com
objectivo de integrar em 2022 o novo sistema de planificação e orçamentação, e fazer um
alinhamento com o PESOE. Este exercicio culminou com a atribuição de limites
indicativos orçamentais para o triénio 2022-2024, comportando 3 cenários
macroeconómicos de médio prazo.

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Assim, o Grupo Parlamentar da FRELIMO na Comissão do Plano e Orçamento recomenda
ao Plenário a apreciação positlva da Conta Geral do Estado de 2021, porque é meritória e

oportuna.

V. RECOMENDAÇÖES

Da análise feita à Conta Geral do Estado de 2021 e ao Parecer do Tribunal Administrativo e


compulsadas as contribuições das Organizações da Sociedade Civil, a CPO recomenda ao
Governo o seguinte:

Que na elaboração da CGE, se observe com rigor as recomendações do TA, constantes


do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2021;
Prosseguir com acções na área tributária com vista a incrementar e diversificar os níveis
de captação de receitas, e na racionalização dos gastos públicos dada a limitação de

recursos

Prosseguir com acçôes que visem assegurar a cobrança de todas as receitas próprias e
consignadas pelas instituições do Estado;

IV. Assegurar a reestruturação do Sector Empresarial do Estado, no sentido de torna-lo


rentável e sustentável;

V. Garantir que as empresas do Sector Empresarial do Estado, cumpram com o plano de


amortização das dividas contraidas com garantia do Estado;

VI. Garantir que os dirigentes cessantes bem como os funcionários reformados devolvam os
bens patrimoniais do Estado em sua posse, após cessação do vinculo com o Estado;

VII Intensificar, a todos os níveis, acções de formação em matéria de Execução Orçamental


com vista a reforçar a capacidade técnica dos agentes;

VII. Reforçar os controlos internos e a capacidade da função de auditoria interna para


minimizar os riscos de utilização indevida, incluindo acções de formação e capacitação
continuas;

IX Aprimorar cada vez mais os mec nismos de combate a fuga ao fisco e contrabando,
principalmente nas fronteiras;

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X Desenvolver de forma continua acções de capacitação aos Órgãos de Governação
Descentralizada Provincial e dos Serviços de Representação do Estado;

XI. Aprimorar o funcionamento dos órgãos criados no ambito do novo modelo de Governação
Descentralizada, como forma de evitar a sobreposição de competências;
XII. Garantir a observância das regras e procedimentos de contratação de empreitadas de
obras públicas, fornecimento de bense prestação de serviços, consultoria e
arrendamento;

XIIl Garantir a responsabilização dos que não cumprem com os procedimentos definidos na

Execução Orçamental;

XIV. Implementar medidas acertadas tendentes a tornar a Dívida Pública sustentável;

XV. Assegurar que as comunidades onde se localizam os projectos da Indústria Extractiva


recebam os valores efectivamente devidos pela exploração;

XVI Assegurar a descentralização de recursos financeiros para execução de projectos de


nivel local, cujos acordos são celebrados centralmente;

XVII Garantir a actualização do inventário do parque imobiliário do Estado, bem como a


regularização da sua situação juridica;

XVII. Assegurar o cumprimento escrupuloso do Regulamento de Contratação Pública, na


celebração de contratos de empreitada de obras püblicas, fornecimento de bens,
prestação de serviços e consultoria, ao Estado; e

XIX. Desencadear mecanismos que assegurem a celeridade processual no tratamento dos


pedidos de reembolso do Imposto sobre o Valor Acrescentado (VA) e do Imposto sobre
o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRPC).

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V.cONCLUSÃO

A Comissão do Plano e Orçamento verifica que a CGE de 2021 está estruturada em


conformidade com o previsto na Constituição da República e demaisinstrumentos de

planificação.

A CPO considera que os resultados da gestão macroeconómica do País obtidos no exercício


em análise são satisfatórios e concorrem para a continua melhoria ao acesso e à qualidade
dos serviços prestados aos cidadãos, em cumprimento do Programa Quinquenal do Governo
2020-2024, não obstante factores adversos que influenciaram o desempenho económico,
concretamente a eclosão da pandemia da COVID-19; instabilidade militar perpetrada por
grupos de terroristas na zona Norte; mudanças climáticas e restrições no financiamento
externo ao Orçamento do Estado.

Assim, face a análise apresentada ao longo do presente Parecer, a Comissão do Plano e


Orçamento propõe ao Plenário desta Magna Casa a apreciação positiva da Conta Geral do
Estado de 2021.

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VI. ADOPÇÃO

Este Parecer foi adoptado pelos seguintes mepmbros da Comiseão:

1.António Rosário Niquice Presidente '***

2. José Manuel Samo Gudo -

Relator...
3. Cernilde Amélia Muchanga de Mendonca Vice-Presidente. ****'''***'**'****

4. Carlos Manuel - Vice-Relator. ******


** * *** *** " *

5. Muanarera Abdala. ** '******

6. Marquita Alexandre Loforte Jaime...* ' * * 7

7. Edson Judite Calisto Nhangumele.

8. Abdul Gafur Mamade Hossene ssufo...

9. Faizal António..

10. Sábado Alamo Chombe.. *************'**' *** *

11. Feliz Avelino Silvia....

12. Muanaiamo Pinto Massua Valige.. ******

13. Dominic Phiri.... * * * * * * * * * * * * * * * ° °


****
*************

14. Idalina Félix Nitasse.J.tkingA Nea 2e. **** "*************'* ******************* '*** ****

15. Mussitagibo Atimo Bachir. 1/

16. Mateus Elias Damião Faimane d SiNa

17. Fernando Bismarque Ali..

Maputo, 28 de Outubro de 2022

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