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EXTENSÃO EM

ARTES PLÁSTICAS
EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3
1- ARTE E NOVAS TECNOLOGIAS 4
2- CERÂMICA 8
3- DESENHO DE PAISAGEM 17
4- ESTÉTICA E ARTE 32
5- AS ARTES PLÁSTICAS NA SALA DE AULA 37
REFERÊNCIAS

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INTRODUÇÃO

As artes plásticas são manifestações do ser humano que refletem, com recursos
plásticos, o produto da sua imaginação ou da sua visão da realidade. Este ramo
artístico abrange trabalhos das áreas da pintura, da escultura e da arquitetura, entre
outras.
O primeiro passo no trabalho de um artista plástico, por hábito, consiste na realização
de um croquis, que implica o desenvolvimento de um desenho rápido de tipo rascunho,
sem instrumentos nem dispositivos geométricos. Outra tarefa das etapas iniciais é a
elaboração de um esboço ou ensaio.
As artes plásticas materializam uma representação da realidade ou uma visão
imaginária. O processo de criação contempla a procura de materiais e técnicas que
permitam ao artista que a sua intenção seja fielmente refletida na sua obra.
Entre os diversos critérios que se deve respeitar na criação ou contemplação de uma
obra plástica, há que referir a relação entre a figura e o fundo, as proporções, o
movimento e os planos.
Uma das artes plásticas mais reconhecidas é a pintura. Esta arte consiste em usar
pigmentos e outras substâncias para obter uma representação gráfica sobre uma tela
ou um material semelhante.
A escultura é a arte de esculpir ou modelar o talhado de diversos materiais, como a
pedra, a madeira ou o barro. Essas obras são peças tridimensionais dedicadas a todo
o tipo de figuras.

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1- ARTE E NOVAS TECNOLOGIAS

Em praticamente todas as culturas arte e tecnologia se unem, se misturam e se


influenciam. Esta parceria, que sempre existiu, tem se acelerado nos últimos anos e
permitido a criação de novas formas de arte assim como tecnologias mais belas e
humanizadas. Artistas visionários entendem cada vez mais de tecnologia e
profissionais de tecnologia criativos bebem nas fontes das artes para criarem seus
produtos.

O desenvolvimento tecnológico permite que atualmente os artistas se utilizem de novas


ferramentas para produzir arte de uma forma inovadora. Equipamentos multimídia,
códigos de programação e objetos eletrônicos são alguns dos novos ―quadros‖ onde os
artistas podem demonstrar suas ideias.

Outra característica desta fusão é a possibilidade da união entre artistas e outros


profissionais para a criação de novas ideias e produtos. Atualmente, empresas e
estúdios de arte congregam o trabalho em conjunto de artistas com matemáticos,
designers, profissionais de informática, entre outros.

A tecnologia também bebe da fonte da arte para se inspirar, se renovar e se


embelezar. Entre os muitos exemplos recentes desta parceria podemos citar a
preocupação que a empresa de tecnologia Apple tem em criar produtos que além de
modernos também sejam bonitos esteticamente tanto na parte de hardware quanto em
seus programas. Para alcançar este objetivo, a empresa inspira-se em várias formas
de manifestações artísticas como a pintura, a escultura e o design.

Desde os tempos mais remotos arte e tecnologia caminham juntas através da história
da humanidade. Na medida em que avançavam e se desenvolviam tanto a arte quanto
a tecnologia se beneficiaram das conquistas alcançadas por ambas.

As mais diversas manifestações artísticas puderam aperfeiçoar suas técnicas ao


absorverem novos produtos e ferramentas que determinaram novas maneiras de se
criar artisticamente e introduziram novos recursos para a produção de artes. Do
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homem nas cavernas que utilizava sangue animal e sementes para produzir a ―tinta‖ de
suas pinturas até as exposições virtuais cada passo da tecnologia é absorvido pela
arte, e vice-versa.

Hoje é possível conhecer obras de arte, artistas e museus sem sair do conforto do
próprio lar, algo impensável há algumas décadas atrás. O acesso a arte, com o apoio
da tecnologia, tem se tornado mais acessível e inclusivo.

Ao mesmo tempo, procura-se através da arte dotar de expressividade e personalidade


produtos, serviços e recursos tecnológicos que até então eram feios, frios e
padronizados. Chegamos à era dos recursos customizáveis em que as empresas irão
procurar oferecer produtos e serviços que agradem todos os sentidos dos clientes.

A fusão entre arte e tecnologia permite novos e interessantes formatos para a


criação e divulgação artísticas. O desenvolvimento tecnológico, em especial os
computadores, permitiu o surgimento de criações artísticas que antes não eram
possíveis.

Instalações artísticas, que unem imagens e sons, são apenas um exemplo de como a
arte pôde libertar-se dos suportes tradicionais (quadros e esculturas) e agora
manifestasse de maneiras inovadoras e surpreendentes.

Ao apropriar-se das novas ferramentas tecnológicas a arte também conseguiu sair dos
museus para ganhar as ruas. Aparelhos, cada vez menores e mais baratos, permitem
que o artista exponha suas criações em locais abertos e inusitados. Uma fachada de
um prédio pode se transformar em uma tela multimídia para a criatividade.

E não é somente no apoio à criação e divulgação da arte que a tecnologia pode ser útil.
Alguns teóricos afirmam que em breve, computadores produzirão canções, textos
literários, quadros e esculturas tão elogiados quanto as disputadas obras primas atuais.

Quando um artista produz uma criação artística ele não tem ideia de como sua obra
será compreendida e de que forma ela impactará e irá influenciar as pessoas. Porém,
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desde os tempos mais remotos, a humanidade reflete e muda sua forma de pensar e
agir em razão do contato com obras como textos, canções, poemas, filmes, peças
teatrais, entre outros.

Empresas de diferentes setores, em especial da área tecnológica, tem encontrado nas


artes a influência que necessitavam para tornar seus produtos e serviços mais bonitos,
funcionais e aceitos por seus consumidores.

O resultado da somatória entre arte e tecnologia pode ser percebido no nome de novos
produtos, no design e nas cores escolhidas e na funcionalidade de produtos e serviços
que buscam criar uma personalidade própria diferenciando-se da concorrência ao
assumir a influência recebida das artes.

Produtos físicos, serviços e bens intangíveis, como softwares e aplicativos aperfeiçoam


sua estética, linguagem e formatos de interação inspirando-se em formas de arte que
vão da pintura à música, passando por manifestações como a fotografia, a escultura e
as artes plásticas.

Os frutos da parceria entre arte e tecnologia são inúmeros e aumentam a cada dia.
Além dos benefícios imediatos para ambas as partes acredita-se também que ainda
estamos no início da colheita resultante das influências desta parceria nos costumes,
na cultura e no modo de viver da sociedade.

Inovação e criatividade são as consequências mais importantes, e imediatas, para a


indústria tecnológica ao inspirar-se nas artes. Novos produtos e serviços, mais bonitos,
elegantes e inovadores são os resultados desta influência mútua.

As empresas também ganham em beleza e funcionalidade ao apostar na parceria com


a arte. Ao recorrerem à conceitos estéticos de manifestações artísticas as
organizações passam a pensar de uma maneira diferente privilegiando aspectos como
design, linguagem e abordagem. Recursos fundamentais para se diferenciar da
concorrência.

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Interatividade é outra conquista, que cada vez mais manifestações artísticas, se


utilizam para aproximar o público e utilizar suas emoções e pensamentos. Com o uso
da tecnologia a arte deixa de ser apenas observável para se tornar ―manipulável‖, ou
seja, o público passa a participar, opinar e interagir com a obra e as ideias do artista.

A tendência é que esta união se torne, cada vez mais, uma verdadeira fusão na qual os
limites entre arte e tecnologia ficarão menos claros. Manifestações artísticas que hoje
ainda não conseguimos imaginar e produtos que se parecerão com verdadeiras obras
de arte são algumas das consequências desta união inovadora e criativa.

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2- CERÂMICA

Coeva do fogo, a cerâmica — do grego "kéramos" , ou "terra queimada" - é um material


de imensa resistência, sendo freqüentemente encontrado em escavações
arqueológicas. Assim, a cerâmica vem acompanhando a história do homem, deixando
pistas sobre civilizações e culturas que existiram há milhares de anos antes da Era
Cristã.

Hoje, além de sua utilização como matéria-prima de diversos instrumentos domésticos,


da construção civil e como material plástico nas mãos dos artistas, a cerâmica é
também utilizada na tecnologia de ponta, mais especificamente na fabricação de
componentes de foguetes espaciais, justamente devido a sua durabilidade.

A ORIGEM DA CERÂMICA

"O primeiro artesão foi Deus que, depois de criar o mundo, pegou o barro e fez
Adão." (ditado popular paraibano)

Estudiosos confirmam ser, realmente, a cerâmica a mais antiga das indústrias. Ela
nasceu no momento em que o homem começou a utilizar-se do barro endurecido pelo
fogo. Desse processo de endurecimento, obtido casualmente, multiplicou-se. A
cerâmica passou a substituir a pedra trabalhada, a madeira e mesmo as vasilhas
(utensílios domésticos) feitas de frutos como o coco ou a casca de certas cucurbitácias
(porongas, cabaças e catutos) .

As primeiras cerâmicas que se tem notícia são da Pré-História: vasos de barro, sem
asa, que tinham cor de argila natural ou eram enegrecidas por óxidos de ferro. Nesse
estágio de evolução ficou a maioria dos índios brasileiros. A tradição ceramista — ao
contrário da renda de bilros e outras práticas artesanais — não chegou com os
portugueses ou veio na bagagem cultural dos escravos. Os índios aborígines já tinham
firmado a cultura do trabalho em barro quando Cabral aqui aportou. Por isso, os
colonizadores portugueses, instalando as primeiras olarias nada de novo trouxeram;
mas estruturam e concentraram a mão-de-obra. O rudimentar processo aborígine, no
entanto, sofreu modificações com as instalações de olarias nos colégios, engenhos e

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fazendas jesuíticas, onde se produzia além de tijolos e telhas, também louça de barro
para consumo diário. A introdução de uso do torno e das rodadeiras parece ser a mais
importante dessas influências, que se fixou especialmente na faixa litorânea dos
engenhos, nos povoados, nas fazendas, permanecendo nas regiões interioranas as
práticas manuais indígenas. Com essa técnica passou a haver maior simetria na forma,
acabamento mais perfeito e menor tempo de trabalho.

Quando os populares santeiros, que invadiram Portugal no século XVIII, introduziram a


moda dos presépios, surgiu a multidão de bonecos de barro de nossas feiras. Imagens
de Cristo, da Virgem, Abades, de santos e de anjos começaram a aparecer. Os artistas
viviam à sombra e em função da Igreja ou dos seus motivos. O mais célebre artista
dessa fase foi Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Pouco a pouco — da mesma forma que aconteceu com o teatro católico medieval que
foi transformado no Brasil em espetáculos populares como as pastorinhas, o bumba-
meu-boi e os mamulengos — a arte do barro foi se tornando profana. Ao final, era o
seu meio que os artistas começaram a retratar: simplificaram as formas que passaram
apresentar, sem nenhum artifício, tipos, bichos, costumes e folguedos.

ORIGEM NO BRASIL

No Brasil, a cerâmica tem seus primórdios na Ilha de Marajó. Na segunda


metade do Oitocentos, a ciência arqueológica voltou-se para territórios e
continentes além de Grécia e Roma; assim, ocorreram escavações na
Amazônia, especialmente na ilha de Marajó sendo o centro de Santarém o mais
generoso com os pesquisadores.

Os arqueólogos consideraram os vestígios e pretendiam estabelecer as origens


dos povos amazonense e várias foram as hipóteses: nômades dos Andes,
vindos do Peru fugindo da conquista espanhola ou da América Central, e com
maiores possibilidades, das Antilhas. Outra seria um êxodo começado no
Grande Chaco e escavações em Quito têm encontrado provas de que as
grandes culturas do Peru e México tiveram origem no Equador. Essas pesquisas
começaram em 1958, quando foi descoberta uma aldeia datável de cerca de 5
mil anos na cidade costeira de Valdívia; e desde então mais aldeias do mesmo

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período foram descobertas no interior, na direção da Amazônia, com cerâmicas,


instrumentos e objetos decorativos revelando um nível insuspeitado de
sofistificação. E nas primeiras descobertas geográficas os europeus
encontraram povoados que são descritos com bastante reserva.

Mesmo o índio desconhecendo o torno e operando com instrumentos


rudimentares, conseguiu criar uma cerâmica de valor, que dá a impressão de
superação dos estágios primitivos da Idade da pedra e do bronze.

Foram identificadas várias fases da cerâmica brasileira , que foram divididas em:

o Ananatuba: a mais generalizada e provavelmente atribuível


às primeiras sedimentações datáveis entre o séc. VII e o X
a.C. , apresentando uma técnica plenamente desenvolvida,
povo dividido em tribos, cada um ocupando uma única
maloca e abrigando uma centena de moradores;

o Mangueiras: pertencente ao grupo que sucessivamente


prevaleceu sobre o primitivo Ananatuba, sua duração
estimada entre o séc. IX e o XII;

o Formiga: outro grupo coevo deste último, mas com a


cerâmica mais pobre;

o Aruã :denominação dada por pesquisadores europeus a um


grupo que vivia em pequenas ilhas no Amazonas, tudo
indicando uma cultura bastante singular, em face do uso de
urnas funerárias, um ritual de notável contribuição na
determinação de fases;

o Marajó: é um capítulo à parte. Ela foi elaborada por povos


que habitaram a bacia Amazônica do ano 980 A.C. até o
séc. XVIII e é arqueológica. Através dela a gente pode
observar a evolução, o apogeu e a decadência da cultura de
um povo. A riqueza de detalhes, a exuberância das cores, a
variedade dos objetos (como fusos, colheres, tangas,
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bancos, estatuetas e adornos) , as técnicas de brunimento


(alguns feitos com conchas) foram perdendo qualidade com
o tempo. Os grandes aterros de louçaria e estatuetas
encontrados na ilha de Marajó mostram bem esta falência.
Hoje, o que existe de cerâmica marajoara pode ser visto no
Museu Goeldi, em Belém. Não tem nada haver com as
peças que encontram-se nas feiras de artesanato ou nas
lojas dos grandes centros que dizem vender peças
folclóricas. Na maioria, esses objetos são industrializados e
não passam de tentativas grosseiras de cópias, sem maior
significado cultural.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA

As artes cerâmicas moldam minerais das entranhas da terra (metais, barro, argila,
areia, etc.) dando origem a utensílios, peças ornamentais, urnas funerárias e os mais
variados produtos da imaginação do homem.

Ela demanda calma e circunspeção: a argila e os elementos de liga devem ser


cuidadosamente escolhidos e o manejo deve ser paciente porque ela oferece tantas
possibilidades quanto variações e rupturas após a queima; assim uma peça cerâmica
contém além de todos esses ingredientes e cuidados, a apreensão, o suspense e o
ardor.

Ela pode ser manufaturada ou industrializada e sua matéria-prima principal é a argila,


o caulino, o barro, a pasta. Modelada e cozida ao sol, em fogueiras ou em fornos
aquecidos a temperatura conveniente, o produto pode ter cor natural, preto ou em
variações que ocorrem do amarelo ao vermelho, podendo ainda, ser revestido de
pintura, composta de silicalcalinos ou vernizes à base de chumbo ou estanho,
formando um esmalte brilhante e resistente com ricas variações.

Existem diversas argilas nas quais se podem adicionar outros elementos para obter
maior plasticidade e coesão e ainda um bom cozimento.

As argilas são rochas normalmente de origem sedimentares e provenientes da


alteração de rochas silicadas. Os minerais que as constituem são fundamentalmente a
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caulinite, a ilite ou a montemorilonite. Do ponto de vista químico, as argilas são


aluminosilicatos hidratados apresentando espécies muito variadas de fórmula genérica

O3, al quatro . SiO2. H2O.

Encontra-se na natureza em estado de relativa pureza ou associadas aos mais


diversos materiais, podendo adquirir, neste caso, propriedades e designações
específicas. As Margas, por exemplo, são argilas com um elevado teor de calcário.

Geologicamente e quanto ao modo de formação das suas jazidas, as argilas


classificam-se nos dois seguintes grupos:

- Argilas primárias: são as argilas que se mantiveram no seu local de formação.


Apresentam-se por vezes associadas a restos da rocha de origem (granitos, gneisses
ou feldspatos) com um grão relativamente grosso e em massas de cor branca, devida à
pureza do ou dos minerais que a constituem. Há jazidas de caulino cujo teor em
caulinite chega a atingir 98% .

- Argilas secundárias: são as argilas que, arrastadas por agentes naturais como a
água, o vento ou mesmo os glaciares, se foram depositando longe do seu local de
formação. Desse atribulado transporte resultou o seu grão bem mais fino e também a
sua mistura com matérias orgânicas, etc. Podem apresentar-se coradas, ou não. São
exemplos de argilas secundárias os barros gordos, os barros vermelhos, etc.

O caulino é uma argila de pureza considerável, capaz de suportar altas temperaturas e


de cozedura, em geral bastante branca. É um componente muito importante ou mesmo
fundamental de grande parte das pastas cerâmicas, nomeadamente das porcelanas.
Sendo ele muito friável, não reúne, por si, só as condições necessárias para uma
modelagem conveniente, tendo, para isso, que ser misturado com um barro mais
plástico (mais gordo).

É uma matéria-prima muito abundante em grande parte da faixa costeira portuguesa


com numerosos pontos de extração e de grade utilização na indústria cerâmica e ainda
na do papel. Estes fatores, associados ao preço bastante acessível, tornam-no num
material relativamente fácil de obter. Por certo, não haverá nenhuma fábrica de

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cerâmica que consuma caulino que se negue a vender-lhe pequenas quantidades. É


um material muito interessante.

O barro é uma designação genérica na qual foram agrupadas um sem- número de


misturas de argilas com as mais variadas espécies de impurezas. Os diversos
minerais, os óxidos metálicos e as matérias orgânicas, associados às argilas em
variadíssimas proporções, fazem com que as variedades de barros sejam inumeráveis
e apresentem características muito distintas, quer em cru quer depois de cozidas. Note
que na mesma extração é freqüente encontrar tipos de barros muito diferentes
consoante, por exemplo, a profundidade a que se escava.

Os barros podem ser classificados

 Segundo à plasticidade em:

- BARROS GORDOS - barros excessivamente plásticos, devido à forma, ao


arranjo e às pequeníssimas dimensões das partículas que os constituem e por
incorporarem percentagens relativamente elevadas de produtos orgânicos.
Apresentam problemas à secagem: elevado índice de retração (encolhem
demasiado) tendência para o aparecimento de deformações e de fendas.

- BARROS MAGROS - barros muito menos plásticos, devido ao maior tamanho


das partículas argilosas e à presença, em percentagens mais elevadas, de
materiais siliciosos ou até calcários. São mais friáveis e, por isso (mesmo
quando devidamente humedecidos e amassados), excessivamente <
quebradiços> para uma modelação conveniente. Apresentam contudo um
melhor comportamento na secagem, nomeadamente no que se refere à
resistência a roturas e deformações.

 Segundo a coloração que adquirem depois de cozidos:

- BARROS DE COZEDURA BRANCA - barros não contendo ou contendo


pequeníssimas percentagens de óxidos metálicos. Ficam brancos ou
apresentam tonalidades próximas do branco depois de convenientemente
cozidos.

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É corrente designar-se por barro branco qualquer barro que dê cozedura branca
mesmo que a sua cor em cru seja outra (freqüentemente cinzento mais ou
menos carregado, até quase preto quando húmido.)

- BARROS DE COZEDURA CORADA - barros contendo percentagens mais ou


menos elevadas de óxidos metálicos que lhe conferem colorações
características depois de cozidos.

Os mais freqüentes na natureza são designados, genericamente, por barro


vermelho, sua cor característica, depois de cozido. Sua utilização se dá com a
telha, o tijolo e e quase toda a olaria popular e deve-se sobretudo à presença de
óxidos de ferro e de manganês. Quando cru, pode apresentar cores que vão
desde o cinzento ao esverdeado, ao azulado, ao amarelo-ocre e até a cores
muito próximas das que terá depois de cozido.

A pasta é o material já preparado com que vamos produzir as nossas peças de


cerâmica. Diríamos que, só excepcionalmente, ela poderá ser constituída por
um único tipo de barro. Normalmente ela é constituída, no mínimo,por duas
qualidades de barro diferentes, de modo a assegurar à mistura as qualidades
que cada um dos barros, por si só, não possui e por produtos que lhe podem ser
incorporados com objetivos muito precisos: emagrecedores, corantes, agentes
plásticos, refratários, fundentes, etc.

Esta mistura é amassada com água até se obter um material perfeitamente


homogêneo, mole e plástico: uma pasta de fato.

A composição das pastas cerâmicas tem que ter em conta fundamentalmente o


tipo de objetos que vão ser produzidos e as exigências da técnica usada no seu
fabrico. Assim, uma pasta para modelar pode não ser boa para levantar peças
no torno e é óbvio que com uma pasta para tijolo não se podem fazer objetos de
porcelana. No caso da indústria, a composição e o controle das pastas é muitas
vezes uma tarefa complexa levada a cabo em laboratórios, por técnicos
especializados.

Por extensão, a designação pasta foi-se aplicando às preparações que nem


sequer se apresentam sob a forma de pasta. Assim, encontram-se pastas
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líquidas como as barbutinas de enchimento ou as pastas em pó, vendidas em


sacos.

A pasta pode ser branca ou colorida por natureza; por sua vez porosa ou compacta; no
uso com ou sem revestimento. O revestimento pode ser transparente ou opaco, às
vezes exaurindo a permeabilidade das pastas (alcalino, quando empregado
principalmente pelos ceramistas da antiguidade; silicioso, terroso, estanífero e outros) é
aplicado geralmente com verniz, vitrificado ou esmaltado.

As derivações da cerâmica são:

o - Terracota (opaca ou envernizada);


o - Faiança ou prolífera (esmaltada);
o - Grés (que recebe ambos os revestimentos acima citados);
o - Produtos de olaria e de uso caseiro;
o - Porcelana (translúcida, biscuit, vitrificada, caolínica ou dura) ;

A Terracota é mais empregada como tijolos, ladrilhos, ornamentos para


arquitetura, vasos de jardins, etc.

A Faiança compreende as cerâmicas clássicas, de figuras em preto e vermelho;


podem ser citadas a cerâmica mulçumana, a grafita italiana, a maiólica. A
palavra ´faience´ deriva do nome da cidade de Faenza, centro italiano de
cerâmica do período renascentista (séc. XV e XVI ), é de origem francesa. Ela
designa produto cerâmico em geral, quando de pasta tenra, envernizada ou de
esmalte opaco, revestimento dito de ´vernizes estaníferos´ ou ´ esmalte
estanífero´.

Outra derivação da cerâmica é a maiólica, possível derivação de Maiorca (ilha


do arquipélago das Baleares no Mediterrâneo, e importante centro de comércio
medieval. É uma cerâmica geralmente esmaltada em branco, que teve maior
desenvolvimento nas cidades penisulares de Casteldurante, Castelli, Deruta,
Forlí, Gubbio, Pesaro, Siena e Urbino.

A porcelana difere da Faiança intimamente. É feita de uma argila especial


chamada caulim que tem o quartzo e o feldspato como componentes; e estes
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lhe confere características genuínas como a sonoridade, a homogeneidade e a


translucidez. As mais famosas jazidas de caulim estão na China, Japão e
Alemanha - na região de Limoge e Sèvres.

A técnica de fabrico varia em cada região, mas basicamente pode ser


considerada uniforme. Uma das variações de técnica interessante é aquela em
que se aplica sobre a pasta crua uma cobertura especial a qual, com o calor do
cozimento, confere uma qualidade vítrea ao acabamento, são as peças
chamadas de cozidas "en blanc". As que são cozidas sem receber a cobertura
constituem as chamadas em "biscuit".

A diferença básica entre a técnica européia e a chinesa reside na aplicação das


cores: na Europa ela é pintada e na China é esmaltada (a tinta é um verdadeiro
esmalte fixado numa base de óxidos metálicos.)

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3- DESENHO DE PAISAGEM

A pintura de paisagem é um termo utilizado para a arte que representa cenas da


natureza, como montanhas, vales, rios, árvores e florestas. É utilizado especialmente
para representar a arte onde o tema principal é uma visão ampla, com seus elementos
dispostos em uma composição coerente. Quase sempre se inclui a vista do céu, o
tempo usualmente é um elemento da composição. Tradicionalmente, a arte de
paisagens retrata a superfície da Terra, mas pode haver outros tipos de paisagens, que
são inspirados por sonhos.
Na pintura ocidental, a paisagem foi adquirindo pouco a pouco cada vez mais
relevância, como fundo de quadros de outro gênero (como a pintura de história ou
o retrato) até constituir-se como gênero autônomo da Holanda do século XVII.
Dentro da hierarquia dos gêneros, a paisagem ocupava um lugar muito baixo, superior
somente a Natureza-morta.

Antiguidade
Nos tempos das mais antigas pinturas chinesas, a tinta se estabeleceu a tradição de
paisagens "puras", onde a diminutiva figura humana simplesmente convida o
espectador a participar da experiência.
Do Antigo Egito se conservam algumas representações paisagísticas esquemáticas
nas tumbas dos nobres, gravados em relevo durante o Reino Antigo e pintadas a
fresco pelo Império novo muitas vezes emoldurando cenas de caça ou rituais
cerimoniais.
Em Pompeia e Herculano são preservados afrescos romanos de quartos decorados
com paisagens do Século I a.C.. Na antiguidade greco-romana, a paisagem é pintada
como fundo ou entorno para contextualizar uma cena principal.
Idade Média

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Paisagem de Giotto: Detalhe da "Fuga ao Egito" da Cappella degli


Scrovegni em Pádua, 1304-06, afresco.
Durante toda a Idade Média e Renascimento, a paisagem se concebe como uma obra
divina e sua criação se faz referência ao seu Criador. Na pintura ocidental, a
representação realista da paisagem iniciou dentro das obras religiosas do século XIII.
Até então, as representações da natureza na pintura tinha sido arquetípica. Foi Giotto o
primeiro que, abandonando os precedentes modelos bizantinos, substituiu o fundo
dourado das imagens sagradas por cenários da realidade. Embora autores
como Boccaccio elogiassem o realismo de Giotto, o certo é que não deixavam de ser
muitas vezes representações simples: uma árvore representava uma floresta, uma
rocha uma montanha. Pouco a pouco, ao longo da baixa Idade Média, a atenção a
essas partes da natureza que apareciam nas cenas sagradas ou míticas estava se
expandindo, mas seu caráter secundário é revelado pelo fato de que muitas vezes foi
deixado aos ajudantes, como ocorre em A Anunciação de Fra Angélico. Dentro
do estilo ítalo gótico, Ambrogio Lorenzetti superou a representação topográfica para
criar autênticas paisagens dentro de suas alegorias do Bom e do Mal governo
no Palazzo Comunale em Siena, ao estudar as horas do dia e as estações. A pintura
gótico-flamenca se caracteriza pelo seu "realismo nos detalhes", amplamente
alcançados pela nova técnica de pintura a óleo. Entre os aspectos, o que recebeu mais
atenção e realismo estava na paisagem, tanto natural quanto urbano. Convém destacar
a este respeito, o plano de fundo de Virgen del Canciller Rolin, autêntica paisagem em
que se detalha um jardim ao longo de um rio e aos lados uma cidade contemporânea
do pintor.
Renascimento

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«Paisagem panorâmica» próprio da Escola do Danúbio: A Batalha de Alexandre em


Isso de Albrecht Altdorfer, 1528-1529, óleo sobre tela, 158,4 x 120,3 cm, Alte
Pinakothek, Munique.
A paisagem adquiriu autonomia iconográfica no século XVI. Em sua forma realista,
deve-se principalmente a arte flamenca e alemã, como por exemplo, Alberto Durero,
que deixou numerosas aquarelas de paisagens. Em sua forma idealizada de inspiração
clássica, é algo que deve ser atribuído a Itália, sendo Pietro Perugino, mestre
de Rafael, um dos mais destacados criadores de vastos espaços onde se situavam os
personagens, com uma forte acentuação de paisagem. Em Veneza, com sua mudança
de luz sobre as águas, embora a paisagem tenha seguido sendo fundo de obras e não
seu motivo principal, se esforçou para alcançar realismo refletindo vista da lagoa, suas
ruas e monumentos, assim como a "terra firme", e os fenômenos atmosféricos como
ocorre com a tempestade que desde o século XVI dá nome ao quadro mais conhecido
de Giorgione.
Nesta época, a paisagem serviu para expressar as utopias urbanas e políticas
emergentes. Muitas vezes foi percebido através da moldura da janela nos quadros que
representavam cenas de interior, foi conseguindo um papel cada vez mais importante ,
até ocupar toda a superfície da tela. Paralelamente, os personagens das cenas
religiosas em exterior foram "encolhendo" até não estar mais simbolizados pelos
elementos da paisagem, por exemplo, Jesus por uma montanha. Mas, como se vê, a
paisagem seguia sendo apenas parte de um quadro de história ou de um retrato.
Em Flandres, a primeira representação da paisagem independente foi a de Joachim
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Patinir, cujas composições religiosas ou mitológicas estão totalmente dominadas pela


representação realista da natureza, aé o ponto em que a cena é um mero "pretexto"
para representar uma "paisagem panorâmica" ou "geográfica", de um ponto de vista
muito elevado.
Barroco
No início do século, na época do tenebrismo, a paisagem seguia sendo pouco utilizada
na arte. Somente o alemão Adam Elsheimer se destaca, por tratar as histórias,
geralmente sagradas, como autênticas paisagens onde muitas vezes realiza estudos
sobre os efeitos atmosféricos, a luz ou os estudos do amanhecer e anoitecer.
O flamenco Rubens pintou no final de sua vida alguns quadros que se estão entre as
pinturas paisagistas europeias mais importantes.

Rubens: Paisagem com arco-íris, 1636-38, óleo sobre tela, 94 x 123 cm, Alte
Pinakothek, Munique..
Foi no barroco que a pintura de paisagens se estabeleceu definitivamente como um
gênero na Europa, com o desenvolvimento do colecionismo, como distração humana.
É um fenômeno próprio do norte da Europa que se atribui, em grande parte, a reforma
protestante e ao desenvolvimento do capitalismo nos Países Baixos. A nobreza e
o clero, até então os principais clientes dos pintores, perderam relevância, sendo
substituídos pela burguesia comerciante. As preferências destes não se direcionavam
às pinturas complexas de história, com temas da Antiguidade clássica, a mitologia,
a História Sagrada ou alegorias complexas, mas preferiam temas simples e cotidianos,
pelo qual alcançaram independência de gêneros até então secundários, como a vida,
a paisagem ou a cena de gênero. Havia tal especialização que cada pintor se dedicava
a um tipo de paisagem específico. Assim, havia pintores que tomavam como tema os
"países baixos", isto é, os terrenos que ficavam abaixo do nível do mar, com seus
canais, pôlderes e moinhos de vento; destacaram neste tipo Jan van Goyen, Jacob
Ruysdael e Meindert Hobbema. Hendrick Avercamp se especializou em estampas de
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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

inverno, com lagos e patinadores no gelo.


Século XVII
A popularidade de cenas exóticas de paisagens pode ser vista no sucesso do
pintor Frans Post, que passou o resto de sua vida a pintar paisagens brasileiras depois
de uma viagem ao país no período entre 1636 e 1644. Outros pintores que nunca
cruzaram os alpes, poderiam ganhar dinheiro vendendo paisagens da Renânia e outros
ainda para a criação de cenas de fantasia para uma comissão especial, como a visão
de Cornelis de Man de Smeerenburg em 1639.

O que é necessário para desenhar paisagens bem?

É necessário conhecer algumas técnicas de desenho, em especial técnicas voltadas


para o esboço da sua paisagem.

Digo isso porque, geralmente, quando desenhamos uma paisagem e algo dá errado, o
erro está no esboço.

O esboço é como se fosse os alicerces do desenho, ou melhor, a estrutura que faz


com que o desenho fique bonito e impressionante. Sem essa estrutura, suas paisagens
vão ficar meia boca.

Uma coisa que ajuda bastante na hora de fazer desenho de paisagem é traçar a linha
do horizonte.

Ao fazer isso, você cria uma espécie de linha que vai guiar todos os elementos do seu
desenho, sendo portanto a primeira coisa que você deve fazer.

Dito isso, fique atento à sua referência, já que alguns desenhos não precisarão de uma
linha do horizonte.

Geralmente desenhamos a linha do horizonte em paisagens rurais, em campos,


planícies e coisas afins. Se for esse o seu caso, trace-a primeiro e você terá mais
facilidade em esboçar o restante do desenho.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

2ª Dica – Faça primeiro as linhas de perspectiva


Agora estamos chegando numa parte muito importante.

Para aprender como desenhar paisagem você precisa entender um pouco de


perspectiva e, para entender de perspectiva, você precisa entender um pouco de ponto
de fuga.

Como desenhar paisagem – a importância do ponto de fuga


O que é ponto de fuga?

Ponto de fuga é o ponto para onde as linhas do seu desenho estão convergindo.

Não entendeu? Vou mostrar um desenho, e então você irá entender um pouco mais:

Na imagem acima temos dois pontos de fuga, um à direita e outro à esquerda do cubo.

Note que as arestas do cubo, representadas por traços, convergem para os mesmos
pontos em vermelho. Esses pontos em vermelho são os pontos de fuga do desenho
acima!

Quando você for reproduzir uma paisagem em um desenho, tente entender para onde
as linhas estão convergindo. tente encontrar o(s) ponto(s) de fuga. Isso serve tanto
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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

para desenhos com referência em foto como para desenhos em que você está
observando ao vivo a paisagem.

Caso você queira inventar um cenário completamente da sua imaginação, tenha em


mente que você precisará estudar um pouquinho mais sobre ponto de fuga, para criar
suas próprias paisagens.

Enfim, olhando a figura você pode ver as linhas mais claras que vão em direção aos
pontos de fuga. Você precisa marcar essas linhas antes de continuar seu desenho
de paisagem. Marque todas as linhas de perspectiva antes de esboçar o seu
desenho.

Como desenhar paisagem – Quantos pontos de fuga podemos ter?


Na figura do cubo, apresentada mais acima neste post, temos dois pontos de fuga.
Existem desenhos mais simples, com apenas um ponto de fuga. A pergunta que fica é:
podemos ter quantos?

Geralmente temos um, dois ou três pontos de fuga, sendo que a dificuldade para
desenhar vai aumentando conforme aumenta o número de pontos de fuga. Ou seja, um
desenho com três pontos de fuga é mais difícil de se fazer do que um desenho com
dois.

Olhe só a fotografia abaixo, com três pontos de fuga:

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Na foto acima foi marcado de vermelho, azul e verde a linhas de perspectiva que levam
aos três pontos de fuga.

Uma última questão: podemos ter mais de três pontos de fuga?

A resposta é sim. Podemos ter até mesmo desenhos com 5 pontos de fuga. Mas não
se incomode em pensar nisso neste momento, afinal você precisa dominar desenhos
com um, dois e três pontos de fuga primeiro.

3ª Dica – Esboce os elementos e só depois detalhe o desenho (desenho de paisagem


com montanha)
Depois de traçar a linha do horizonte e fazer as linhas de perspectiva, você deve
esboçar o desenho.

Na figura abaixo, temos a linha do horizonte e as linhas de perspectiva já traçadas.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Quando digo esboçar o desenho estou me referindo às formas básicas presentes na


imagem que você quer reproduzir.

Faça os contornos dos elementos que compõe a paisagem – árvores, casas, animais,
pedras, rios, nuvens e qualquer outras coisa que esteja presente na sua referência.

Não coloque detalhe algum no desenho! Esse não é o momento certo. O que você
deve fazer é colocar os contornos e deixar indicado onde cada elemento do desenho
se encontrará.

Recapitulando então os passos que você deve seguir até o momento:

 Traçar linha do horizonte, se aplicável ao seu desenho;


 Fazer as linhas de perspectiva do desenho;
 Esboçar os elementos da sua paisagem.
Somente depois de seguir esses três passos o seu desenho estará pronto para ser
detalhado.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Ou seja, depois dessa etapa é que você começará a sombrear, a desenhar as folhas
das árvores, a fazer texturas nas diversas superfícies do seu desenho, entre muitos
outros detalhes e acabamentos.

4ª Dica – A dificuldade dos desenhos deve ser progressiva


Essa dica para desenhar paisagens se aplica a todo tipo de desenho.

Não adianta você querer desenhar paisagens e, logo no seu primeiro desenho, você
tenta fazer algo extremamente complexo e com alto detalhamento.

Seus desenhos iniciais devem ser simples! E além disso, você deve usar referências
para ir treinando, e só depois de algum tempo você pode tentar inventar um cenário ou
paisagem. Inventar é mais difícil do que copiar, então comece copiando.

Quando for escolher as referências, procure aquelas que têm apenas um ponto de
fuga. Depois de um tempo escolha outra com dois pontos de fuga e assim
sucessivamente.

Recapitulando então! O grau de dificuldade dos desenhos de paisagem aumenta


na proporção em que aumentam os pontos de fuga e o detalhamento da
referência. Inventar paisagens só depois de muita prática! Recomendo começar
com coisas simples, tipo um desenho de paisagem com montanha.

5ª Dica – Erro mais comum: a proporção entre os elementos (desenho de paisagem


com montanha)
Um erro super comum no desenho de paisagem é errar a proporção dos elementos
que compõe o seu cenário.

Muita gente quando desenha paisagem esquece de comparar um elemento com o


outro.

Por exemplo: se você desenha uma pessoa do lado de um caminhão, o veículo deve
ser muito mais alto do que a pessoa, correto? Um caminhão pode ter uns três metros

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

de altura, enquanto que uma pessoa mediana vai ter algo entre 1,50 e 1,80 metros.
Convenhamos que, em hipótese alguma, a pessoa vai ter a mesma altura que o
caminhão.

O que ocorre é que, as vezes, quando desenhamos elementos distante na nossa


paisagem, erramos um pouquinho na proporção entre esses elementos. As vezes os
erros são sutis, mas para olhos atentos fica muito evidente essas desproporções.

Então a dica é: Compare o tamanho dos elementos que compõe sua paisagem.
Compare um com o outro e veja se o quadro geral está fazendo sentido!

Olhe por exemplo o desenho de paisagem com montanha acima.

A árvore mais próxima do observador é maior, enquanto que a árvore mais distante é
menor. Proporções corretas.

Se eu desenhasse uma terceira árvore, próxima à montanha, com certeza a árvore


ficaria pequenininha, quase como um borrão, para respeitar as devidas proporções.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Observe também que a linha do horizonte, traçada anteriormente, ainda se encontra


visível.

Além da linha do horizonte, observe que o ponto de fuga é bem definido nesse
desenho – ele se encontra no fim da estrada.

Se você começar a perceber todos esses elementos, vai ficar mais fácil compor seus
próprios desenhos de paisagem. Ou ainda, de seu desenho de paisagem com

montanha

6ª Dica – Quanto mais distante, mais claro e desfocado


Se você quer aprender como desenhar paisagem é importante saber dar aquela
sensação de profundidade ao seu desenho.

Uma coisa que ajuda a dar esse efeito, além do ponto de fuga, é a tonalidade e o nível
de detalhamento dos elementos.

Por exemplo, se tem uma árvore em sua paisagem, perto do observador, ela vai estar
detalhada, nítida e com bastante contraste entre luz e sombra.

Já uma árvore longe do observador deverá ter um tom mais claro e menos detalhes.

Observe o desenho abaixo, onde dá para perceber essa diferença:

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

No desenho que fiz, acima, temos justamente uma árvore mais próxima do observador,
e outra mais distante.

Observe que a árvore mais distante está mais clara e com menos detalhes.

O mesmo vale para o fundo do quadro.

Quanto mais distante os elementos (montanhas, árvores, casas, pessoas, qualquer


coisa), menos detalhes serão vistos e o traço será mais claro.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Como desenhar paisagem: técnicas extras (desenho de paisagem com montanha)


Todas as dicas apresentadas até então focavam em estruturar e esboçar o desenho de
paisagem, para que não houvessem desproporções e erros de perspectiva.

Para terminar o desenho e finalizá-lo da melhor forma possível devemos usar outras
técnicas.

Se você está fazendo um desenho preto e branco a lápis, então o que ajudaria muito
são técnicas de desenho realista.

Muitas dessas técnicas podem ser aprendidas no curso de Desenho Realista, onde
você pode aprender a desenhar texturas de diferentes materiais, como metais, tecidos
e muitos outros. Somado a isso, são ensinadas técnicas e exercícios de
sombreamento, para fazer os melhores desenhos de rostos, objetos, paisagens e
animais. Confira!

Como desenhar paisagens – Referências (desenho de paisagem com montanha)


Caso você queira referências para desenhar paisagens, recomendo que olhe
esta pasta do Pinterest.
Lá você encontrará algumas fotografias de paisagens que podem ser usadas como
referência. A pasta está sendo construída por mim e, no momento, tem algumas
dezenas de fotos.

A tendência, no entanto, é que eu coloque mais e mais fotos lá, criando uma enorme
galeria de paisagens para desenhar.

Confira, é só clicar no link.

Resumo – Como desenhar paisagem


As cincos dicas para desenhar bem paisagens são:

 Trace a linha do horizonte, se for conveniente para o seu desenho;


 Faça as linhas de perspectiva do seu desenho;

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

 Esboce os elementos do seu desenho e, só depois, coloque detalhes no


desenho;
 Comece fazendo desenhos simples e vá aumentando gradativamente a
dificuldade e complexidade dos desenhos;
 Tome cuidado com a proporção entre os elementos do desenho;
 Elementos distantes são mais desfocados e claros, enquanto elementos
próximos ao observador apresentam maior nitidez e contraste.
Se você seguir essas 5 dicas de como desenhar paisagem, tenho certeza, seus
desenhos vão melhorar muito.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

4- ESTÉTICA E ARTE

Atualmente, o termo ―Estética‖ é considerado pelo senso comum como algo


meramente referente à beleza corporal e à forma. ―Centro de estética e beleza‖,
―cuidados com a estética‖, ―estética facial‖ e ―estética corporal‖ são algumas
expressões usadas e não apresentam o caráter filosófico próprio do termo, visto muitas
vezes como dissociado de uma ciência.

O que é estético, assim como entendiam os gregos, atrai os sentidos. Logo, tudo o que
atravessa as sensações humanas poderia ser considerado ―coisa‖ estética. Entretanto,
as teorizações acerca da Estética com o olhar para o homem como produtor de
conhecimento sobre suas experiências sensoriais só acontecem, assim como nos
damos conta hoje, a partir do século XVIII, quando o conceito grego aisthetiké é
rearticulado e redirecionado para as discussões sobre o Belo partindo de uma
perspectiva antropocêntrica.

Voltada principalmente para a beleza e à arte, a Estética está intimamente ligada à


realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir,
completar, alterar, apropriar-se do mundo como realidade humanizada. Na
contemporaneidade, a Estética nos conduz para além do império da técnica, das
máquinas e da arte como produto comercial, ou do belo como conceito acessível para
poucos, na busca de espaço de reflexão, pensamento, representação e contemplação
do mundo.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

A estética começou por ser sobretudo uma TEORIA DO BELO, depois passou a ser
entendida como TEORIA DO GOSTO e nos nossos dias é predominantemente
identificada com a FILOSOFIA DA ARTE. Há fortes razões para considerar que estas
três formas de encarar a estética não são apenas diferentes maneiras de abordar os
mesmos problemas. É certo que gostamos de coisas belas que também são arte, mas
não deixa de ser verdade que as coisas que consideramos belas, aquelas de que
gostamos e as que são arte, formam conjuntos distintos. Afinal, até é banal gostarmos
de coisas que não são belas e muito menos arte; assim como podemos nomear obras
de arte de que não gostamos nem consideramos belas.

Uma obra de arte não está obrigada a ser entendida e aprovada em princípio -
particularmente - por qualquer que seja. A função da arte não é a de passar por portas
abertas; mas a de abrir portas fechadas. Quando o artista descobre novas realidades,
porém, ele não consegue apenas para si mesmo; ele realiza um trabalho que interessa
a todos os que querem conhecer o mundo em que vivem, que desejam saber de onde
vem e para onde vão. O artista produz para uma comunidade. Perdeu-se de vista esse
fato no mundo capitalista. a arte deve procurar cumprir a tarefa de restabelecer sua
unidade, através de um processo lento e doloroso, para erradicar, afinal, todos os
sintomas de alienação.

O ser humano, desde a antiguidade, se volta para as questões estéticas e de


percepção sensorial, além de atribuir valor às produções humanas, o que inclui a arte.
A arte é o meio pelo qual o homem expressa um conceito e se manifesta, desde os
primórdios até a atualidade. Platão e Aristóteles utilizam da filosofia para refletir a ―arte‖
do ponto de vista da poética, esta, então, entendida como um produto da fabricação
humana, abrangendo assim, ―seres, ações e gestos artificiais (…) produzidos pelos
artífices ou artistas‖, principalmente no que diz respeito às práticas da palavra falada e
escrita, do canto e da dança.

Nesse mesmo contexto histórico, a Arte nada mais é que, etimologicamente, o


resultado das realizações técnicas do homem, obra executada com intenção
meramente utilitária, e o conhecimento envolvido na confecção de objetos de utilidade
prática, fazendo da arte e do artesanato sinônimos. Porém, em contraposição a tal
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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

entendimento costumeiro da sociedade grega acerca dessa arte ―técnica‖, estes


filósofos já se debruçavam sobre o valor tanto social quanto político dessas produções.
Por esse motivo, em obras da filosofia grega já podemos identificar tratados com o
objetivo de distinguir, dentre as ―artes poéticas‖, as matérias nobres, ligadas às virtudes
das matérias vis, ligadas aos vícios e a validade de cada uma delas para um ―bom‖
aproveitamento e aperfeiçoamento moral da sociedade e da administração da cidade-
estado.

É somente no fim do século XVII que se inicia o processo de distinção entre as artes da
utilidade e as artes da beleza, em que a primeira será vista pela perspectiva do ofício e
a segunda pela da estética, desenvolvida pela filosofia como uma disciplina ou teoria,
segundo Baumgarten, ―do belo e das suas manifestações através da arte‖. Enquanto
disciplina filosófica do belo, a Estética, então, se encarrega de refletir e analisar o que
se entende por conhecimento sensorial ou experiência sensível e de ―teorizar princípios
pertinentes ao belo‖.

O belo ou aquilo que satisfaz os sentidos, por sua vez, dentro das discussões
filosóficas pode ser visto como algo essencial - já defendia Platão - ou seja, possui uma
essência em si mesmo (assim como as coisas belas têm em si a essência do belo: são
necessariamente belas), ou como algo subjetivo, ou seja, um juízo de gosto (o valor de
belo é atribuído de forma ―individual‖, por quem sente: são relativamente belas).
Porém, o gosto estético é, em grande medida (e muitas vezes inevitável), estabelecido
pelas dinâmicas culturais, criando padrões de valor, assim como padrões de juízo
estético em determinado tempo ou lugar, e é a partir dessa premissa que surge a
Filosofia da Arte.

Conceito de belo e feio na arte

Considerado indigno de ser objeto de análise teórica, o feio era excluído do domínio
estético, por um lado, devido à limitação deste domínio ao belo e, por outro, à
definição, herdeira da tradição metafísica, do feio como negativo do belo. No séc. XX,
com o alargamento do conceito de Arte, esta passou a ser reflexiva e a incluir em si o
feio como forma de colocar em questão os seus próprios fundamentos. Se
34
EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

anteriormente era apenas tolerado na arte quando o tratamento estético anulava o seu
caráter, o Feio passou, então, a ser integrado precisamente devido ao seu caráter
repulsivo. Neste contexto, pareceu-nos evidente que a dicotomia belo/feio – da qual
decorre a idéia do feio como mero negativo fantasmagórico do belo –, se mostrava
inadequada para analisar as obras de arte contemporâneas. Assim, procuramos
fundamentar filosoficamente o conceito do feio.

A associação entre o belo e o bom teve por consequência a associação entre o feio e o
mau. Assim, as personagens más das histórias infantis são feias, como as bruxas,
enquanto as heroínas são formosas. Satanás é representado em formas monstruosas
nas catedrais góticas, e sua feiura tem por finalidade colocar o fiel no caminho da
virtude através do medo. Se toda a arte de estilo clássico desde os gregos buscava ser
bela, o século XX vai resgatar o feio como um instrumento da luta modernista contra o
classicismo.

Ao abandonar o belo, as vanguardas abriram todo um leque de novos sentimentos


estéticos. O objeto feio pode ser expressivo, trágico, grotesco, perturbador ou inventivo
e, é claro, sua observação pode causar grande prazer. O século XX desenvolveu um
gosto pelo feio. Formalmente, podemos definir o feio como o oposto visual do belo, isto
é, como o que se apresenta disforme, desordenado ou desproporcional.

O belo é um conceito relacionado à determinadas características visíveis nos objetos


(ou seres). Historicamente, é o fruto maior da estética clássica, grega e romana. Foi
desenvolvido pelos filósofos gregos e exemplarmente demonstrado em suas escultura,
arquitetura e pintura. Estas obras seguem sendo, passados mais de dois mil anos, os
paradigmas dos objetos belos. Eu posso gostar do que é feio, do que é amargo ou
assustador, portanto não é o gosto que define o que é belo.Acompanhando a milenar
tradição clássica, podemos definir o belo formalmente, isto é, a partir de certas
características das formas dos objetos. Estando presentes estas características, o
objeto tem larga chance de ser belo. Posso não gostar dele, posso considerá-lo frio e
distante como um estranho extraterrestre alheio às imperfeições e paixões da vida,
mas ele adequa-se aos critérios de beleza de 20 séculos de arte e arquitetura. Três
destas características formais são a ordem, a simetria e a proporção. Pensadas na
Grécia clássica, estas três categorias atravessaram milênios de história, informando
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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

muita da arte gótica, renascentista, neoclássica etc. até os dias de hoje.

Resumo

Estética é a ciência que estuda a noção do belo, mas nunca dita o que é belo ou não.
Existiam a algum tempo atrás, mais precisamente antes do século XX, ideias de beleza
que todos os artistas tinham obrigação de seguir era o chamado de padrões de beleza.
A noção de beleza até então era aquela noção acadêmica e que interessava somente
à parte dominante da sociedade. Uma pintura tinha que ser exatamente como uma
fotografia, uma música tinha que ter certa quantidade de compassos matematicamente
definidos e de preferência que fosse tonal. O teatro ou a literatura só contavam
histórias que continha o tal de começo meio e fim. A dança jamais que poderia ter o
visual da nudez como se faz hoje em dia. A partir do século XX as coisas mudaram,
nossos artistas começaram a romper com os "padrões" do passado e surgiu o que
chamamos hoje de arte contemporânea.

Os conceitos sobre estética passaram por várias mudanças de pensamentos, valores,


através de fundamentos de grandes filósofos como Kant e Hegel. O ―Belo‖ faz parte
dos conceitos estudados pela estética, principalmente no contexto da arte clássica,
mostrando também o estudo do princípio da ―Arte do Feio‖. Demonstra a fascinação do
estudo do Feio, proposta esta que causa efeitos diversos no período moderno e
contemporâneo, através de uma comunicação diferenciada entre o artista e o público.
A apresentação das propostas de rupturas estéticas dos artistas Marcel Duchamp,
Andy Warhol e Francis Bacon, os quais produzem obras com uma estética
transformadora, revelando as necessidades de uma visão da sociedade
contemporânea.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

5- AS ARTES PLÁSTICAS NA SALA DE AULA

O trabalho com artes visuais deve ser explorado desde o desenho, passando pelo
recorte e colagem, pintura até a escultura, deve-se partir das duas dimensões, para
depois fazer com que a criança perceba as três dimensões.

O que é importante deixar claro, é que trabalhar com Artes Plásticas não é meramente
explorar técnicas artísticas, e sim explorar os diversos aspectos que a envolvem, desde
sua interpretação à análise de cores, formas, intenções, enfim, tudo que Arte trás junto
consigo.

Outra questão que é importante ser registrada, é que não basta o professor rodear os
alunos de materiais e deixar com que ajam sobre os mesmos, o professor deve
incentivar, criar situações que façam com que eles usem a Arte, se expressem
realmente, do contrário, não haverá atividade artística e sim terá um professor
observando alunos interagirem com materiais.

O tripé da Arte inicia falando sobre o trabalho com a história da Arte, pois se faz
necessário mostrar aos educando que a Arte tem uma história, uma conotação social,
que a mesma passou por diversas fases tendo um contexto histórico.

A história da Arte é tão antiga como o início da civilização, pois temos registros dos
homens das cavernas imortalizando os desenhos, as façanhas dos primeiros humanos
e animais que povoavam aquela época, todo este contexto se faz necessário ser
abordado par que os alunos compreendam o significado da Arte na história e
sociedade.
Os produtores em Arte também devem ser trabalhados para que os alunos percebam e
valorizem a história de vida e obra dos artistas, entendam as fases da vida e a relação
com as obras. Imagine só ao estudar Cândido Portinari, saberem as curiosidades da
vida deste renomado artista, como uma passagem de sua vida, onde teve de dormir
em uma banheira, por motivos financeiros. Ou saber o motivo por que Van Gogh,
cortou o lóbulo da orelha., ou por que Volpi tinha uma característica peculiar ao usar
em suas obras Bandeirinhas. Segundo Kandinsky, 1990, p.27:

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

"Toda a Obra de Arte é filha de seu tempo, e muitas vezes, mãe de nossos
sentimentos. Cada época de uma civilização cria uma Arte que lhe é própria e que
jamais se verá renascer".

A apreciação trabalha os materiais utilizados, combinações, formas, estruturas, enfim,


o que compõem a obra em si, suas peculiaridades e técnicas utilizadas, mas ainda
exige do apreciador sensibilidade para tentar entender o que o artista quis representar
ou dar a idéia, mas esta sensibilidade vai ser desenvolvida a partir do contato com a
Arte, não podemos exigir de uma criança que nunca teve contato com a Arte uma
percepção elaborada do que o artista quis representar, Abigail Housen nos explica
isto, nos cinco níveis de desenvolvimento estético:

Narrativo: neste nível os indivíduos descrevem narrando- utilizando seus sentidos e


suas associações pessoais, fazem observações concretas sobre as obras de Arte, de
maneira que ficam entretidos na narração. Neste nível seus juízos se baseiam no que
conhecem e no que gostam. As emoções animam seus comentário a medida
que penetram a obra de Arte, e essa se torna parte de um drama recém descoberto ?
o drama criado no processo de reflexão.

Construtivo: neste nível os indivíduos criam um marco para observar as obras de Arte,
usando as mais lógicas e acessíveis e lógicas ferramentas que tem ao seu alcance:
suas próprias percepções, o conhecimento do mundo natural, social e cultural que lhes
cercam. Se a obra não é como se supõem que deveria ser ? se a habilidade, a técnica,
a dificuldade, a utilidade e a função não são evidentes - se a árvore é alaranjada em
vez de marrom, se uma representação feminina se transpõem em guerra de sexos ?
então o indivíduo julga a obra como rara.Parece que há falta de valor. Conforme os
indivíduos vão deixando suas emoções brotarem, começam a distanciar-se da obra e a
demonstrar interesse pelas intenções do artista.

Classificatório: neste nível os indivíduos adotam a atitude crítica e analítica do


historiador da arte. Querem identificar a obra com o lugar, escola, estilo, época e
origem. Decifram a imagem através de indícios, usando específicos conhecimentos de
fatos e datas. O significado e a mensagem da obra podem explicar-se e racionalizar-se
pela sua categorização correta.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Interpretativo: neste nível os indivíduos buscam um encontro pessoal com a obra de


arte. Explorando a imagem, desejando que o sentido da obra se descubra lentamente,
apreciam as silhuetas da linha, da forma e da cor. Neste nível a habilidade critica se
põe a serviço dos sentimentos e das intuições, na medida em que estes indivíduos
deixem que o significado da obra ? seus símbolos ? emerjam.

Cada novo encontro com uma obra apresenta a oportunidade de estabelecer novas
comparações, percepções, experiências. Sabendo que a identidade e o valor
dependem de interpretações, estes indivíduos vêem que suas próprias idéias a
respeito de uma obra de arte são suscetíveis a mudanças de acordo com as
circunstâncias.

Re - criativo: neste nível os indivíduos, depois de terem tido uma longa relação pessoal
com a Arte através de anos de observação e reflexão, suspendem a incredulidade
voluntariamente. Uma pintura conhecida é como um velho amigo - intimamente
conhecido, mas ainda cheio de surpresas - algo que precisa de atenção diária e
profunda. Conhecedores da ecologia da obra - seu tempo, história, questionamentos,
complexidades - constroem sua própria história com a obra em particular e com a
observação em geral, o que lhes permite combinar uma contemplação mais pessoal
com a outra que em geral, de maneira ampla toma o compasso de inquietudes
universais. Neste nível a memória infunde a vida da obra, combinando intrincadamente
o pessoal com o universal.

Segundo Olga de Sá na apresentação do livro "O Olhar em construção ? Uma


experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola" de Anamélia Bueno Buoro:

"A criança aproxima-se do objeto estético, comunica-se com ele, reflete sobre sua
relação com as outras pessoas e com o mundo. Existe prazer nesta relação. As
atividades prazerosas, em Arte, levam-na a enfrentar problemas e buscar soluções."

Para trabalhar a produção de arte temos que ter como alicerce, que a Arte é expressão
e não imitação. Realizar uma releitura não implica copiar o que o artista produziu e sim
interpretar e conseguir assimilar suas idéias, mas mesmo assim conseguir colocar sua
própria percepção.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Neste trabalho com a produção é necessário explorar os objetivos procedimentais


desta área como organização do ambiente, seleção do material, zelo no manuseio e
manutenção dos materiais a serem utilizados. Os objetivos atitudinais como a
cooperação nas produções individuais e coletivas, respeito e cuidado pelos trabalhos
dos seus pares. Nos objetivos conceituais trabalha-se toda a técnica, formas e
estruturas da obra.

A Arte deve ser dinâmica, pode-se utilizar diversos suportes como folhas, cartolinas,
cartões, telas, materiais recicláveis, tecidos, enfim, há uma gama de suportes para a
Arte, basta o professor usar de sua criatividade e com certeza abrira um leque
de situações artísticas para seus alunos.

Segundo Deheinzelin no livro "A Fome com a Vontade de comer", pg. 134, o material
para as Artes plásticas de um modo ou de outro:

"... pode ser providenciado. Contando para isso com a imaginação do professor, este
poderá peneirar terras de diferentes tonalidades, mistura-la com água, obtendo
assim,tintas de cores belíssimas; poderá macerar folha, pétalas de flores, frutinha,
misturar com água e coar a mistura obtendo tintas delicadas como as aquarelas;
poderá utilizar pedacinhos de carvão como instrumentos para desenhar e assim por
diante."

Refletindo, percebemos que a Arte é um conteúdo importante para o desenvolvimento


cultural dos alunos, além de ter objetivos e conteúdos claros: criação/produção,
percepção/análise e conhecimento da produção artístico estética da humanidade.

Com nossa graduação podemos entrar em conflito cognitivo contrastando a prática


pedagógica vigente e as idéias e práticas corrente sobre a Arte, por isso nos valeu o
estudo , fazendo que tenhamos percebido a Arte como um conteúdo e traze-la para
nosso cotidiano escolar permitindo novas descobertas, emoções, pensamentos e
despertando a sensibilidade, sendo através das próprias produções das crianças ou
através da apreciação das obras de outros artistas.

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EXTENSÃO EM ARTES
PLÁSTICAS

Neste trabalho com a produção é necessário explorar os objetivos procedimentais


desta área como organização do ambiente, seleção do material, zelo no manuseio e
manutenção dos materiais a serem utilizados. Os objetivos atitudinais como a
cooperação nas produções individuais e coletivas, respeito e cuidado pelos trabalhos
dos seus pares. Nos objetivos conceituais trabalha-se toda a técnica, formas e
estruturas da obra.

A Arte deve ser dinâmica, pode-se utilizar diversos suportes como folhas, cartolinas,
cartões, telas, materiais recicláveis, tecidos, enfim, há uma gama de suportes para a
Arte, basta o professor usar de sua criatividade e com certeza abrira um leque
de situações artísticas para seus alunos.

REFERÊNCIAS

https://artout.com.br/arte-e-tecnologia/<acesso em 21/12/2022>
https://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/origem.html<acesso em
21/12/2022>
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_de_paisagem<acesso em 21/12/2022>
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"Artes Visuais na Sala de Aula" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da


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