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A PAZ DE DEUS
DEFINIÇÃO DE PAZ. A palavra hebraica para “paz” é shalom. Denota muito mais do que a
ausência de guerra e conflito. O significado básico de shalom é harmonia, plenitude, firmeza,
bem-estar e êxito em todas as áreas da vida.
(1) Pode referir-se à tranqüilidade nos relacionamentos internacionais, tal como a paz entre as
nações em guerra (e.g., 1Sm 7.14; 1Rs 4.24; 1Cr 19.19).
(2) Pode referir-se, também, a uma sensação de tranqüilidade dentro de uma nação durante tempos
de prosperidade e sem guerra civil (2Sm 3.21-23; 1Cr 22.9; Sl 122.6,7).
(3) Pode ser experimentada com integridade e harmonia nos relacionamentos humanos, tanto dentro
do lar (Pv 17.1; 1Co 7.15) quanto fora (Rm 12.18; Hb 12.14; 1Pe 3.11).
(4) Pode referir-se ao nosso senso pessoal de integridade e bem-estar, livre de ansiedade e em paz
com a própria alma (Sl 4.8; 119.165; cf. Jó 3.26) e com Deus (Nm 6.26; Rm 5.1).
(5) Finalmente, embora a palavra shalom não seja empregada em Gn 1—2, ela descreve o mundo
originalmente criado, que existia em perfeita harmonia e integridade. Quando Deus criou os céus e a
terra, criou um mundo em paz. O bem-estar total da criação reflete-se na breve declaração: “E viu
Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).
A INTERRUPÇÃO DA PAZ. Quando Adão e Eva deram atenção à voz da serpente, e comeram
da árvore proibida (Gn 3.1-7), sua desobediência introduziu o pecado e se interrompeu a harmonia
original do universo.
(1) Naquele momento, Adão e Eva experimentaram, pela primeira vez, culpa e vergonha diante de
Deus (Gn 3.8), e uma perda da paz interior.
(2) O pecado de Adão e Eva no jardim do Éden destruiu seu relacionamento harmonioso com Deus.
Antes de comerem daquele fruto, tinham íntima comunhão com Deus (cf. 3.8), mas depois
esconderam-se “da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim” (Gn 3.8). Ao invés de
sentirem anelo pela conversa com Deus, agora tiveram medo da sua voz (Gn 3.10).
(3) Além disso, interrompeu-se o relacionamento harmonioso entre Adão e Eva como marido e
mulher. Quando Deus começou a falar-lhes a respeito do pecado que haviam cometido, Adão lançou
a culpa em Eva (Gn 3.12), e Deus declarou que a rivalidade entre o homem e a mulher continuariam
(Gn 3.16). Assim começou o conflito social que agora é parte integrante das difíceis relações
humanas, desde as discussões e a violência no lar (cf. 1Sm 1.1-8; Pv 15.18; 17.1), até os conflitos e
guerras internacionais.
(4) Finalmente, o pecado interrompeu a harmonia e a unidade entre a raça humana e a natureza.
Antes de Adão pecar, trabalhava alegremente no jardim do Éden (Gn 2.15), e andava livremente
entre os animais, dando nome a cada um (Gn 2.19,20). Parte da maldição divina após a queda
envolvia a inimizade entre a serpente e Adão e Eva (Gn 3.15), bem como uma nova realidade: o
trabalho produziria suor e labuta (Gn 3.17-19). Antes havia harmonia entre a raça humana e o
meio-ambiente, agora luta e conflito de modo que “toda a criação geme e está juntamente com dores
de parto até agora” (ver Rm 8.22 nota).