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QUARTA IGREJA PRESBITERIANA DE GARANHUNS

Séries de Estudos em Colossenses


Estudo 17 – A ameaça do engano religioso (Parte 1)

Colossenses 2.16-23

As heresias são como ervas daninhas: florescem em todos os lugares. Como ervas
venenosas, as heresias matam. As heresias resistem ao tempo, cruzam os séculos e
ameaçam a Igreja ainda hoje.

Depois de falar da heresia gnóstica, Paulo trata agora de três novas vertentes da heresia
que estava atacando as igrejas: o legalismo, o sincretismo e o ascetismo. A heresia
central que esses falsos mestres disseminavam era que Jesus Cristo, Sua obra e Sua
doutrina não eram suficientes para a salvação. Ao examiná-las, não faremos apenas
uma viagem rumo ao passado, pois elas ainda estão vivas e rondando as igrejas
contemporâneas.

A AMEAÇA DO LEGALISMO (2.16,17)


O legalismo é um caldo mortífero que ameaçou a Igreja no passado e ainda a perturba
hoje. Suas doutrinas consistiam numa estranha mistura de misticismo oriental com
legalismo judeu e uma pitada de filosofia e preceitos cristãos. Os apóstolos Pedro e
Paulo viam o legalismo como um jugo de escravidão.

O propósito principal dos falsos mestres era atacar a doutrina da suficiência de Cristo.
Eles pregavam que ninguém poderia ser salvo e chegar à perfeição senão por meio de
seus regulamentos legalistas.

Eles queriam transformar a religião numa questão de regras e prescrições sobre


comidas e bebidas. Mas Jesus deixou bem claro que não é o que entra pela boca, mas
o que sai do coração que contamina o homem.

O legalismo era uma das facetas da heresia que ameaçava a igreja de Colossos. Para
esclarecer esse ponto, vamos destacar quatro coisas.

1. A descrição do legalismo (2.16)


Os promotores do legalismo andavam pelas igrejas como assaltantes da liberdade
cristã. Eram escravos de uma infinidade de regras e queriam colocar essas mesmas
algemas nos cristãos; queriam roubar a liberdade dos salvos. Argumentavam, buscando
convencer os cristãos de que, a menos que guardassem determinados dias e festas do
calendário, e observassem determinadas dietas, jamais poderiam ser salvos ou viver
uma vida santa e vitoriosa. Eles faziam uma leitura errada do Antigo e do Novo
Testamento. Todas as exigências da Velha Aliança relativas aos alimentos e dias
sagrados não passavam de sombras das novas condições na era da Igreja.

2. As prescrições do legalismo (2.16)


Os falsos mestres legalistas se ocupavam de duas coisas básicas: dietas de comida e
bebida e dias sagrados. A Igreja de Cristo, porém, não é prisioneira de calendários nem
de dietas. Tudo isso é sombra; a realidade é Cristo.

Quais as prescrições do legalismo?


a. Eles estavam preocupados com dietas alimentares (v. 16)
Eles se preocupavam com aquilo que entrava no estômago, e não com o que saía do
coração. Buscavam santidade exterior, e não interior. Cuidavam da forma, e não da
essência. Os falsos mestres vinham ensinando que algumas comidas e bebidas
contaminavam quem as consumia, impedindo a pessoa de entrar em contato com
poderes sobrenaturais.

b. Eles estavam preocupados com dias especiais (v.16)


Os legalistas pensavam que a observância de certas datas especiais e certas
comemorações festivas é que os tornavam aceitáveis a Deus. O principal problema dos
falsos mestres não era guardar esses dias especiais, mas ensinar que dessa
observância dependia a salvação.

3. O engano do legalismo (v.17)


Paulo derruba o fundamento do legalismo neste versículo. Platão distingue a sombra
(aparência externa) da realidade (a verdade espiritual e interna das coisas). Paulo,
porém, usa “sombra” no sentido de prenuncio da realidade. O corpo lança uma sombra,
mas o corpo é infinitamente mais real que sua sombra, além de ser distinto dela. Os
mandamentos e regras dados a Israel eram tão-somente a sombra projetada de uma
coisa cuja realidade plena pertence somente a Cristo. As coisas às quais os legalistas
se agarravam eram a sombra, mas o corpo é de Cristo. Quando a realidade chega, não
precisamos mais da sombra. Por que retornar à sombra, quando já temos a realidade?

A nova era cristã liberta os homens da escravidão ao medo e ao terror supersticioso.


Liberta-os de noções falsas e esperanças insubstanciais, e dá-lhes um gosto da
realidade na religião, na medida em que chegam a conhecer em Cristo a verdadeira
comunhão com o Deus vivo.

Por que o legalismo com sua rigidez fundamentalista é tão popular e tão aceito na
maioria das religiões?

4. A derrota do legalismo (v.16,17)


Por causa de tudo aquilo que Cristo é e fez por nós, não devemos permitir que ninguém
nos julgue pelas regras do legalismo. A base da nossa liberdade são a pessoa e a obra
de Jesus Cristo. Somente depois que Paulo proclamou que Cristo triunfou na cruz sobre
os nossos pecados, sobre a lei que nos condenava e sobre as forças espirituais que nos
acusavam, é que ele orienta: “Ninguém, pois, vos julgue...” (2.16). A cruz de Cristo é
nossa carta de alforria. Se já morremos e ressuscitamos com Cristo, somos servos Dele
e não mais escravos da lei. Agora temos um novo Senhor!

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