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Como Evitar Que Seu Filho se Masturbe em Público

é uma expressão natural e inofensiva da própria sexualidade, sendo comum entre crianças de
todas as idades. Entretanto, elas podem ter dificuldades em assimilar a necessidade de
privacidade. Se a criança tem o hábito de fazer isso na frente de todo mundo ou em excesso,
podem haver consequências sérias, principalmente se ela o faz em público. Antes de reagir,
fique calmo e evite tirar conclusões precipitadas quanto a isso ser normal ou não; é importante
não punir a criança, tampouco aplicar qualquer tipo de tratamento médico. Em vez disso, fale
com ela gentilmente quando pegá-la no ato, estabeleça limites para educá-la, tenha conversas
abertas sobre o assunto ao mesmo tempo em que encoraja um comportamento mais adequado.
Parte1
Estabelecendo limites e lidando com a situação
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Dê privacidade para seu filho em casa. Todo mundo precisa de algum tempo a sós; esses são os
momentos em que a masturbação é totalmente aceita, inclusive para adolescentes e crianças. O
problema começa quando a criança inventa de fazer isso na presença de um monte de gente,
sendo o comportamento passível de orientação. Uma das medidas para remediá-lo é dar
privacidade.[1]
 Por exemplo, ignore se pegar seu filho se masturbando na cama antes de dormir,
bem como se ele estiver no banheiro. Esses são momentos privados, nos quais ele
deve ter total liberdade para se tocar sem ser castigado.
 A masturbação não significa que seu filho está desenvolvendo uma vida sexual ativa
com outras pessoas – trata-se de uma descoberta natural do próprio corpo.
 Incentive-o a passar tempo privado em casa e, até que o comportamento em público
passe, fique de olho sempre que ele estiver com outras crianças e adultos.

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Distraia seu filho. Não convém ser indiscreto e chamar mais atenção ainda sobre o ocorrido. Em
vez de falar claramente que ele não pode se tocar em público, distraia-o com algo mais
apropriado.[2]
 No caso de crianças pequenas, o ideal é fazer brincadeiras e jogos. Quando ele
começar a se tocar, jogue algo como “quem piscar primeiro perde” ou “quem der
risada primeiro, perde”.
 Já para crianças maiores, você pode perguntar algo ou pedir um favor, como “Você
pode pegar alguns guardanapos para mim, por favor?”.
 Se a criança não parar, seja mais direto. Diga “Pare de fazer isso, por favor” e
oriente-o a fazer outra coisa.

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Arrume alguma coisa para eles carregarem consigo em público. Coisas como um cobertor ou
ursinho de pelúcia funcionam bem para crianças menores, pois ocupam a cabeça e as mãos.
Essa estratégia também é ótima para crianças ansiosas ou com problemas de desenvolvimento.
[3]
 Boas opções para crianças mais velhas incluem brinquedos tipo spinner, ou materiais
como argila.
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Mande seu filho para casa. Digamos que estejam na casa de um vizinho de rua e a criança
começa a se masturbar na frente de todo mundo; se ele já tiver idade e discernimento suficientes
para ir sozinho para casa, mande-o para lá e diga para fazer isso no próprio quarto ou no
banheiro, e que conversarão mais tarde.[4]
 Por outro lado, se a criança não tiver idade suficiente para isso, leve-a ao banheiro da
casa de seu vizinho, instrua-a a fazer isso no banheiro e feche a porta.

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Converse com os professores de seu filho. Se ele se masturba em público quando você está por
perto, provavelmente faz isso quando você está longe também, como na escola. Converse com
a criança e dê alternativas do que ela pode fazer para esperar até chegar em casa, e conte
também com o professor. Pergunte como seu filho tem se comportado.[5]
 Não pergunte diretamente sobre a masturbação, pois isso pode constranger a criança
e chamar a atenção do professor para algo que talvez nem tenha ocorrido. Tente algo
como “Oi, eu queria saber como o Fulaninho tem se comportado, se tem participado
das aulas e como está o desempenho dele”.
 No caso do professor falar sobre a masturbação em sala de aula, agradeça, diga que
já está tentando orientá-lo sobre o assunto e peça para ser informado se essa
situação ocorrer novamente.

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Fale com os cuidadores da criança. Creches, reforço escolar, contraturno e qualquer outra
atividade de que ela participe fora do horário escolar também são ocasiões em que os
profissionais envolvidos devem manter um diálogo com você. Pergunte sobre as atitudes dela e
diga que está à disposição para ajudar com qualquer comportamento inadequado.[6]
 Todos os responsáveis pelo desenvolvimento de seu filho devem estar conscientes e
ter as mesmas informações sobre esse e qualquer outro problema comportamental
dele.

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Incentive a autoestima. No geral, as crianças que se masturbam com frequência buscam uma
sensação de prazer ou bem-estar. Uma boa estratégia para lidar com isso é oferecer várias
atividades prazerosas para seu filho se sentir bem, preferencialmente que trabalhem a
autoconfiança, habilitando-o a encontrar outras coisas que possam dar essas sensações.[7]
 Elogie-o sempre, tenham bons momentos juntos e dê atenção positiva para ele.
 Ofereça diversos hobbies e atividades que seu filho pode praticar para se divertir.
Vocês também podem procurar juntos por algo que ele goste de fazer, algo que
desenvolva um senso de autonomia e autoestima.
 Mostre para a criança que ela é capaz, importante em sua vida e que sua casa é a
casa dela. A autoconfiança é amplificada quando se tem um ambiente de apoio e
acolhimento para viver.
Parte2
Conversando com seu filho

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Modere o tom de voz. Não o confronte com braveza, sob o risco de seu filho se fechar e sentir
vergonha. As crianças pequenas nunca sabem o que estão fazendo, ainda mais sobre o cunho
sexual de mexer nos próprios genitais. Com isso em mente, seja compreensivo e carinhoso para
que ele desenvolva uma sexualidade saudável no futuro. Isso o fará sentir-se à vontade para
abordar conversas sobre sexo com você quando chegar a hora, em vez de perguntar para outra
pessoa ou guardar segredos.[8]
 Nunca faça a criança sentir vergonha ou culpa por se masturbar; simplesmente
ensine que isso não deve ser feito em público e por quê.
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Escolha o momento com cuidado. Ao mesmo tempo em que o melhor é conversar sobre o
assunto assim que o comportamento acontecer, não é recomendável chamar a atenção dele em
público. O ideal é dizer “pare”, ou distraí-lo com outras coisas. Quando chegarem em casa,
converse com ele abertamente sobre ele se tocar na frente de todos e a razão de não poder
fazer isso.
 Diga algo como “Olhe Fulaninho, seu corpo é só seu e você pode se tocar se quiser,
mas é importante que isso aconteça somente quando estiver sozinho no seu quarto
ou no banheiro. As pessoas ficam incomodadas e constrangidas com isso, portanto
faça isso com privacidade, entendeu?”.
 Como dito anteriormente, não mencione o assunto na frente dos outros. A intenção
não é humilhar ou constranger a criança na frente dos amigos, irmãos ou outros
adultos.
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Explique que não há nada de errado em se masturbar. A vontade de mexer nos próprios genitais
em si não é um problema, mas sim as situações em que isso pode acontecer. Em público, por
exemplo, não pode.[9]
 Compare a masturbação a outras coisas que a criança deve fazer no privado, como
tomar banho ou ir ao banheiro.
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Dê opções. Não se prenda ao que ele não deve fazer. Prefira focar em coisas que
ele pode fazer. Por exemplo: Ele pode se masturbar? A resposta é sim, mas quando estiver
sozinho, seja no banheiro, seja no quarto.[10]
 Além disso, ensine-o a limpar o que sujar, se for o caso.
 Se o banheiro da casa está sempre ocupado, diga para ele usar o quarto, já que
todos os membros da família devem poder usá-lo quando quiserem ou precisarem.

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Seja compreensivo e tente pensar com a idade de seu filho. Se ele já é uma criança mais velha,
essa conversa pode suscitar outras perguntas relacionadas a sexo, e você deverá respondê-las
abertamente, tanto sobre o sexo em si quanto sobre os valores de sua família. Já para crianças
menores, o foco deve ser o órgão sexual e como ele funciona.
 Lembre-se de ser mais brando sobre o assunto com os pequenos. Você pode ser
honesto, mas com simplicidade. Por exemplo, diga “Mexer lá embaixo é normal, mas
deve ser feito no privado. Na presença de outras pessoas ou na escola, não pode.
Quer ir para o quarto agora para fazer isso?”.
 Pense em alguém que seu filho ouviria. Algumas crianças se sentem mais à vontade
para terem esse tipo de conversa com a mãe, outras preferem conversar com o pai.
Em geral, elas tendem a preferir falar com aquele com quem são mais próximas.
6 Fique atento a sinais de abuso. Se perceber que seu filho se masturba demais, ao ponto de
causar lesões na genitália, ou se ele faz outras crianças se tocarem, ou ainda se suspeitar que
alguém o ensinou a fazer isso, leve-o a um pediatra ou psicólogo. O abuso sexual é uma
possibilidade e pode ser a origem de tudo.
 Outro sinal de um possível excesso e talvez abuso recorrente é a ocorrência repetida
de quadros de infecção urinária.

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Remova privilégios se seu filho não atender às suas orientações. Se vocês já conversaram e
você deixou claro que ele não pode se tocar na frente dos outros, e sim no privado, e ele prefere
continuar fazendo o contrário do que deve, comece a remover privilégios. Deixe claro que ele
precisa aprender o que você está ensinando, que existem limites e ele ficará sem aquilo até que
aprenda. Isso o ajudará a entender que não deve se masturbar na frente dos outros e resolverá
a situação.[11]
 Alguns exemplos seriam tirar o celular, a TV ou o videogame.
 Diga algo como “Beltraninha, já conversamos sobre privacidade e se tocar em
público. Você pode fazer isso no seu quarto, não na escola. Como você desobedeceu
essa regra hoje, vai ficar sem o celular/tablet até amanhã”.
Parte3
Criando uma dinâmica mais positiva
1
Dê bastante carinho para seu filho. Algumas crianças se masturbam por precisarem de carinho
físico, embora esse desejo não seja sexual. Abrace-o sempre, sentem-se juntos para assistir TV,
faça afagos com mais frequência.[12]
 Se ele começar a se masturbar perto de você, mande-o para o quarto ou banheiro.
2
Não entre no quarto sem bater na porta antes. Já que você está ensinando seu filho sobre
limites, mostre que você também os tem e que deve respeitar a privacidade dele. Agora que ele
já sabe que tem o espaço necessário para se tocar, não invada esse espaço sem se anunciar
antes e encoraje-o a fazer o mesmo com os outros.
 Respeitar o espaço da criança é a melhor maneira de ensiná-la a respeitar o seu
espaço privado.
 Uma boa ideia é fazerem juntos um cartão de “não perturbe” para pendurar na porta e
mostrar que ela pode usá-lo quando precisar de privacidade.

3
Seja positivo e dê apoio. Essa é uma novidade tanto na sua vida quanto na de seu filho. Você
deve ser firme ao ensinar, mas com carinho e apoio. Lembre a criança de que se masturbar no
lugar certo é saudável, e que ela sempre pode conversar com você sobre dúvidas ou qualquer
outra coisa.[13]
 Esteja preparado para as dúvidas que surgirem. Afinal de contas, seria injusto
prometer algo que você não pretende cumprir.

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Ensine mecanismos para lidar com a vontade. Há crianças que recorrem à masturbação como
meio de lidar com a tensão. Ensine ao seu filho recursos para se comunicar sobre o que sente,
como dizer se está com raiva, ou triste. Explique que não há nada de errado em sentir-se assim,
mas que há maneiras mais apropriadas para lidar com esses sentimentos.[14]
 Para que dê certo, você mesmo deve aplicar essas estratégias em seu dia a dia,
principalmente quando a criança estiver por perto. Mostre como lida com situações
emocionalmente estressantes e ela aprenderá pelo exemplo.
Dicas
 Não demonstre aborrecimento com o assunto, nem seja grosseiro quando abordá-lo. Isso
assustará a criança e pode piorar o comportamento.
 De acordo com pesquisas, até fetos dentro da barriga da mãe tocam os próprios órgãos genitais.
É claro que isso não quer dizer que a criança esteja tomando a decisão sexual consciente de se
masturbar.
 Sempre deixe claro que ela pode contar com você para o que precisar.
 Seja amoroso, ainda que rígido para lidar com a situação.

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