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AUDITORIA

Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros


na Escrituração

Livro Eletrônico
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração....................................................................6
1. Auditoria Fiscal Tributária. . ....................................................................................................................................6
1.1. Conceito..........................................................................................................................................................................7
1.2. Finalidade......................................................................................................................................................................8
2. Demonstrações Contábeis Sujeitas a Auditoria.......................................................................................11
3. A Fraude e o Erro nas Escritas Contábil e Fiscal................................................................................... 22
3.1. Definições...................................................................................................................................................................23
3.2. Objetivos do Auditor e Responsabilidades pela Prevenção e Detecção de Fraudes. . ..29
3.3. Espécies e Identificação da Fraude. ...........................................................................................................34
3.4. Fatores de Risco de Fraude. . ...........................................................................................................................37
3.5. Atitudes do Auditor Diante da Identificação de Distorções........................................................44
3.6. A Fraude para Fins Fiscais e os Deveres do Auditor........................................................................47
Resumo.................................................................................................................................................................................51
Mapa Mental..................................................................................................................................................................... 59
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................62
Questões de Concurso................................................................................................................................................68
Gabarito............................................................................................................................................................................... 79
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................80
Referências..................................................................................................................................................................... 100

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Andrey Soares

Apresentação
Olá, futuro(a) servidor(a)! Quanta honra ministrar-lhe este curso. Está é a nossa inaugural
do mais novo, completo e didático curso de AUDITORIA, que vem permitindo a milhares de
concurseiros(as) a terem uma nova experiência com essa magnífica técnica da Contabilidade.
Uma abordagem facilitada, especialmente focada em concursos.
Abriremos nosso curso com três temas especiais. O primeiro, dando-lhe uma noção sobre
o que é essa “nova” Auditoria Fiscal Tributária que vem sendo cobrada pelas grandes bancas
nos mais novos concursos da área fiscal. Falaremos, ainda, sobre quais são as demonstrações
contábeis que estão sujeitas à auditoria. E, para fecharmos a aula, conheceremos o que há de
mais importante sobre a identificação de fraudes e erros na escrituração, tema esse sempre
relevante quando falamos de concursos de alto nível, como este.

Bem, permita-me uma breve apresentação antes de avançarmos em


nossos estudos. Sou o Prof. Andrey Soares de Oliveira. Bacharel em
Ciências Contábeis, possuo uma especialização em Direito e Processo
Tributário, e outra em Direito Tributário e Auditoria Fiscal. Ocupo, atual-
mente, o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB).
Antes, fui Analista Tributário da RFB. Exerço ainda, desde 2018, a função
de delegado da RFB em algumas de suas unidades.
Ao assumir o cargo de Auditor, em 2014, fui imediatamente lotado na área de Fiscaliza-
ção da delegacia da RFB em uma cidade do norte do país, onde atuei por mais de três anos
na auditoria de tributos federais. Nessa unidade, realizei procedimentos fiscais oriundos dos
mais variados parâmetros, voltados para uma variedade de tipos de contribuintes e tributos.
Foram ações fiscais envolvendo, especialmente, o IRPF (Imposto de Renda Pessoa Físi-
ca), o IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido), o PIS (Programa de Integração Social), a COFINS (Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social) e as contribuições previdenciárias. A Auditoria, portanto, como não
poderia ser diferente, fez e continua a fazer parte da minha trajetória profissional, dos bancos
da faculdade à profissão que escolhi para minha vida.

Considerações sobre a Disciplina

Caro(a) aluno(a), você está diante de um curso que aborda uma disciplina que, definiti-
vamente, veio para ficar. Começou de forma tímida e, ainda que com algumas adaptações
nos tópicos cobrados pelas bancas, hoje está presente praticamente em todos os grandes
concursos da área fiscal.

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E que bom constatar isso! As bancas, finalmente, começam a abordar aquela auditoria
que, de fato, você vai realizar no exercício de sua função de fiscal de tributos. O Cebraspe,
ao lado do FCC, eram, até então, as bancas que mais listavam a disciplina entre as cobradas
nos certames organizados por elas.
Mais recentemente, porém, a FGV resolveu aderir à “moda”, exigindo conhecimentos de
Auditoria Tributária na prova da Sefaz Espírito Santo e no concurso para Auditor-Fiscal de
Minas Gerais. Agora, vem com cobrança semelhante no edital de Auditor-Fiscal da Receita
Federal. Perceba que os nomes mudam, algo que é pouco relevante. O importante é poder
dizer que essa espécie de auditoria já se consolidou como uma disciplina de cobrança quase
que obrigatória em editais para os principais fiscos do país.
Com base no que vem sendo cobrado em editais mais recentes, e para uma melhor com-
preensão da formatação do nosso curso, podemos dividir os assuntos da disciplina em três
“subgrupos”:
• 1) Auditoria Contábil “tradicional”: nela, a banca cobra, basicamente, os conceitos da
técnica da Contabilidade e as famosas NBCs a ela aplicáveis. É aquele conjunto de as-
suntos com o qual, até então, nos deparávamos em editais nos quais constava a Auditoria
entre as cobranças;
• 2) Auditoria Fisco-Contábil: aqui, o examinador vai buscar medir seus conhecimentos
sobre os exames, de interesse do Fisco, passíveis de serem realizados em contas de Ativo,
Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas, ou seja, em contas das Demonstrações
Contábeis, especialmente do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do
Exercício;
• 3) Auditoria Tributária e do SPED: Essa é a “bola da vez”. São cobranças daquelas “duas
primeiras Auditorias”, com um “tempero” de Direito Tributário e Legislação Tributária. Al-
cança, ainda, a auditoria do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e, em certos
editais, o sigilo de dados bancários (Lei Complementar n. 105/2001).

Nosso curso procurou dividir os temas em forma de módulos, seguindo essa classificação
acima. Em termos práticos, estarei com você, durante nossos encontros, aprendendo tudo o
que é necessário sobre os dois últimos blocos de assuntos (ou módulos), ou seja, aqueles
assuntos que se enquadram dentro do conceito de Auditoria Fisco-Contábil e os que são
classificáveis como Auditoria Tributária e do Sped.

O Curso

Ao acessar este nosso curso, prometo oferecer a você três produtos em um: conhecimento
teórico, aliando ainda instrumentos úteis na memorização do conteúdo necessário e, claro,
algumas dicas e macetes capazes de auxiliá-lo(a) na resolução das questões das principais
bancas. Com ele, você terá um material dotado de conteúdo:
• completo;
• objetivo;
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• atualizado;
• com linguagem acessível e leve;
• repleto de exemplos, de forma a facilitar seu entendimento;
• enriquecido com esquemas especiais;
• dotado de questões verdadeiramente comentadas; e
• acompanhado de tira-dúvidas.

Em relação às questões, darei prioridade àquelas de autoria da FGV. Contudo, a banca não
nos oferece todo o arcabouço necessário para um curso desse porte. Assim, necessário será
mesclar essas questões com algumas elaboradas por outras bancas, ou mesmo de minha
autoria (inéditas). Mas não se preocupe. O objetivo é oferecer uma aula com conteúdo e didá-
tica marcada pela excelência, da qual não abro mão em meus trabalhos. Quem me conhece
sabe do que estou falando.
Para não perdermos o costume, peço-lhe, uma vez mais, que não deixe de avaliar nossa
aula. É simples e, ao mesmo tempo, muito importante para nós, professores, sabermos se
estamos conseguindo transmitir o conteúdo com a qualidade que desejamos.
Tenha uma ótima aula!

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AUDITORIA FISCO-CONTÁBIL: FRAUDES E ERROS NA


ESCRITURAÇÃO

1. Auditoria Fiscal Tributária


Para bem entendermos a definição de Auditoria Fiscal Tributária, é fundamental conhe-
cermos, antes, a origem da palavra “auditoria” em seu sentido amplo. Para tanto, precisamos
nos socorrer da melhor literatura que, como sabemos, se dedica mais à Auditoria “tradicional”,
enquanto tecnologia de uma área específica dos estudos sociais, a Ciência Contábil.
Nesse sentido, seguindo a lição dada por Attie (2018), o termo “auditor”, apesar de poder
ser representado por sua origem latina audire (aquele que ouve, o ouvinte), pode ter sua gê-
nese mais bem visível a partir da expressão inglesa to audit, que significa examinar, ajustar,
corrigir, certificar.

Partindo desse pressuposto, para fins do nosso curso, vale a máxima de que a auditoria
vai examinar, se certificar sobre algo, ok? Esse é o primeiro ponto. Sem exagero, podemos
dizer que essa premissa é válida para todo e qualquer tipo de auditoria.
No que tange ao nosso estudo, natural que procuremos “marcar” território, diferenciando
a disciplina que vamos aprender a partir de agora daquela que você, certamente, já deve ter
estudado. Teremos momentos específicos para isso em nosso curso. Você notará as diferen-
ças no decorrer de nossas aulas.
Por ora, bom saber que não há um consenso na literatura e, como vimos, nem mesmo entre
as bancas, sobre a intitulação mais apropriada a ser dada à nossa disciplina. Você vai notar,
nas exigências dos concursos, assuntos idênticos ou bastantes similares sendo tratados,
ora como sendo de Auditoria Fiscal, ora como de Auditoria Tributária ou, mesmo, dentro da
intitulada Auditoria de Tributos.
Particularmente, talvez pecando pelo preciosismo, gosto mais da expressão Auditoria
Fiscal Tributária, disciplina essa que vai designar conceitos relativos à técnica aplicada à
seara tributária. Até porque, olhando sob outro enfoque, ela consegue diferenciar a espécie
daquelas outras auditorias fiscais verificadas no âmbito governamental, como a trabalhista
e a agropecuária.

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Para ser bem sincero, essa abordagem sobre intitulação tem importância praticamente
“zero”, devendo ficar restrita apenas à interpretação de editais, que não seguem um padrão.
Fora isso, basta localizarmos os temas que serão tratados em nosso curso para se avaliar
a necessidade ou não de você dedicar parte de seu precioso tempo para aprender os temas
que trabalharemos a partir de agora. Se esses assuntos estão presentes em seu edital, seja
muitíssimo bem-vindo(a) à nossa turma!

1.1. Conceito
A pergunta que você deve estar para me fazer neste momento é: a partir do que vimos,
qual definição, então, poderia ser dada a essa “tal” de Auditoria Fiscal Tributária? Buscando
na literatura, notamos que Crepaldi e Crepaldi (2019, pág. 29) a definem como (grifei):

(...) a análise da eficiência e da eficácia dos procedimentos adotados para apuração, controle e
pagamento de tributos, que incidem sobre as atividades comerciais e operacionais da empresa e
sobre a avaliação do planejamento tributário.

Em linha parecida, mas com uma maior riqueza expositiva, Santos e outros autores (2007,
p.21) afirmam que:

A Auditoria Fiscal compreende a revisão dos procedimentos fiscais adotados pela empresa, mediante
o exame de documentos, livros e registros, declarações, inspeções e obtenção de informações e
confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando men-
surar a exatidão dos valores dos tributos e o registro nas demonstrações contábeis.

Para a nossa prova, porém, ofereço um conceito que vai pavimentar melhor o caminho de
sua compreensão. Ele é o seguinte:

A Auditoria Fiscal Tributária, no âmbito governamental, pode ser entendida como o procedimento
realizado pela autoridade administrativa com vistas a verificar o correto e integral cumprimen-
to, por parte do contribuinte (sujeito passivo), pessoa física ou jurídica, das suas obrigações,
principais e acessórias, definidas pela legislação tributária.

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Vamos esquematizar isso? Anote:

Os conceitos dados já nos dão um direcionamento para o próximo tópico de nosso estudo:
a finalidade da Auditoria Fiscal Tributária.

1.2. Finalidade
Quando a autoridade administrativa (=Auditor Fiscal) é designada para realizar uma fis-
calização de tributos, terá como objetivo elementar se certificar (olhe a palavrinha mágica
aí!) sobre a correta satisfação, por parte do sujeito passivo – o contribuinte ou, mesmo,
o responsável tributário – de seus deveres instrumentais e, claro, da correta confissão e/ou
recolhimento dos tributos correspondentes.
Logicamente, tais exames não ficarão restritos a esse conjunto de livros e/ou documentos
fiscais, como bem pontuado pelos autores vistos. Mas servirão eles, no mínimo, como um
“ponto de partida” para a busca de outras bases suscetíveis de análise.
Mal começamos a aula, e já podemos analisar uma questão de concurso, que cobrou
exatamente esse conceito dos candidatos. Analise-a comigo:

001. (CS-UFG/AUDITOR DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE GOIÂNIA/2016) A auditoria que tem


a finalidade de identificar desvios de procedimentos não condizentes com as determinações
da legislação tributária, no intuito de evitar a apuração, excedente ou insuficiente, dos tributos
legalmente exigidos é denominada auditoria:
a) Interna
b) Governamental
c) Contábil
d) Fiscal

Nenhum segredo. A Auditoria Fiscal de tributos, no âmbito governamental, pode ser entendida
como o procedimento realizado pela autoridade administrativa com vistas a verificar o correto
e integral cumprimento, por parte do contribuinte (sujeito passivo), pessoa física ou jurídica, das

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suas obrigações, principais e acessórias, definidas pela legislação tributária. Portanto, a audi-
toria fiscal dentro da administração pública visa a apurar eventuais irregularidades praticadas
pelos contribuintes quando do cumprimento das obrigações tributárias.
Letra d.

Veja que, na definição de Auditoria Fiscal Tributária apresentada, de minha autoria, procurei dar
um enfoque na Auditoria Fiscal que é realizada no âmbito do serviço público, a governamental.
Crepaldi e Crepaldi (2019), por sua vez, apresentaram outra linha. Volte lá, caso não tenha percebido.
É que, para a literatura, essa espécie de auditoria pode ocorrer (e, de fato, ocorre), também,
na esfera privada, ou seja, dentro das empresas, na salvaguarda de seu patrimônio, envolvendo
os bens, direitos e obrigações de uma pessoa jurídica.
Sob esse enfoque, no âmbito privado, a abordagem acaba sendo com um viés mais preventi-
vo, percebeu? Sendo assim, acaba por envolver análises quanto à eficiência, eficácia e efetividade
dos controles adotados pelo contribuinte no correto cumprimento de suas obrigações tributárias.
O planejamento tributário ganha relevo nas ações do auditor fiscal “particular” contratado
pela empresa, que terá uma nítida função com viés de assessoria e de consultoria. Por meio
dela, buscará alternativas legais que proporcionem ao seu contratante uma maior economia
no custo despendido com tributos e demais encargos sociais. Teria, portanto, uma necessi-
dade de atuação prévia à ocorrência do fato gerador dos tributos.
Agora, atente-se para esta outra questão:

002. (INSTITUTO IADHED/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE ARAGUARI-MG/2019/ADAP-


TADA) Auditoria fiscal tem por objetivo inspecionar e verificar o cumprimento das obrigações
tributárias. A partir dessa definição, julgue o item a seguir.
O auditor fiscal não deve realizar recomendação de planejamento tributário.

A questão, originalmente, apresentava quatro alternativas, exigindo do candidato que apontasse


a assertiva correta. Nesse contexto, essa afirmação fora tida, pela banca, como incorreta. Por
inferência, a banca considerou que o auditor DEVE realizar recomendação de planejamento
tributário. Contudo, a afirmação não prosperaria, caso estivermos tratando da auditoria reali-
zada no âmbito das Fazendas Públicas. Nesse caso, não seria papel do Auditor prestar esse
tipo de “consultoria” para o contribuinte. Contudo, se estivermos tratando da auditoria na seara
privada, aí sim, poderíamos considerar como aceitável a afirmação da banca. Mas, da forma
que fora escrita, a questão deveria ter sido anulada, uma vez que ela dispunha, no conjunto, de
duas alternativas verdadeiras.
Errado.

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O que disse aqui deve ser levado em consideração por você quando diante da prova. Não
dá para saber, com precisão, o estilo de uma eventual cobrança deste tópico. Ainda mais por
estarmos diante de uma disciplina nova. A tendência de aparecerem afirmativas malucas é
grande. Portanto, esteja preparado(a) para qualquer cenário.
É imperioso dizer, porém, que o foco deste nosso curso é aquela técnica aplicada no
âmbito das Fazendas Públicas (Sefaz, Sefin, RFB...). Portanto, discorrerei pensando naquela
Auditoria de tributos realizada no âmbito da esfera governamental. Nesse caso, é perceptível
uma conotação, digamos, mais repressiva por parte dos auditores.
A afirmação parte do pressuposto de que as ações do agente do Estado seriam delimi-
tadas pela busca, nos limites legais, da recuperação de créditos tributários eventualmente
não confessados pelo sujeito passivo. Atuaria, assim, após a ocorrência do fato gerador
dos tributos.
O que disse, em relação ao momento de atuação do Auditor, vale dizer, é a regra, e fica
mais fácil de ser assimilada por você. Porém, nada impede que a Fiscalização venha a atuar,
também, no momento da ocorrência do FG. Isso para determinados tributos, como o IPI e
o ICMS, por exemplo. Mas não vamos entrar nesse nível de debate, pois, para fins do curso,
não vale a pena.
Agora, monte este esqueminha em sua mente:

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O efeito preventivo na atuação do Auditor Fiscal, na esfera pública, também pode ser ve-
rificado. Nesse caso, estaremos diante do que podemos denominar de uma ação educativa
de suas ações, voltadas para os contribuintes.
Ninguém gosta de pagar tributo, e isso é um fato. Por mais altruísta que sejamos, e ainda
que saibamos da importância de se pagar impostos, taxas e contribuições, dos efeitos e bene-
fícios por eles gerados, da manutenção do Estado e das políticas públicas, o dever de pagá-los
é o que nos impele ao correto recolhimento dos valores devidos ao Estado.
Com receio de “sermos pegos” pela famosa Malha Fiscal IRPF, por exemplo, acabamos
por ser “incentivados” a declarar e a recolher nosso Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
com maior cuidado e diligência, certo? Estamos diante, portanto, da chamada percepção de
risco, uma expressão que você vai ouvir muito quando assumir esse tão almejado cargo.
Nesse seu futuro trabalho, invariavelmente se debruçará sobre uma infinidade de dados e
informações, obtidas diretamente da empresa (notadamente por meio de suas escriturações,
documentos fiscais e demonstrativos financeiros e contábeis. Falando em contabilidade, o que
acha de conhecer agora, comigo, quais são aquelas demonstrações contábeis que, segundo as
normas de contabilidade, estão sujeitas à auditoria? Venha comigo!

2. Demonstrações Contábeis Sujeitas a Auditoria


O Auditor Fiscal, na seara tributária, assim como ocorre em relação ao Auditor Interno
ou ao Auditor Externo, tem, na Contabilidade, uma importante aliada na busca pelos seus
objetivos. Afinal, você já sabe, é função dessa ciência social controlar o patrimônio de
uma entidade.
No cumprimento dessa nobre missão, nasce para a Contabilidade a tarefa de orientar e
registrar eventos econômicos que, de alguma forma, tenham potencial de afetar o conjunto
de bens, direitos e obrigações da organização.
A NBC TG 26 (R5) – “Apresentação das Demonstrações Contábeis” assevera que as De-
monstrações Contábeis (DCs) se mostram como essa representação estruturada da posição
patrimonial e financeira e do desempenho da entidade.
É por meio dessas DCs, segundo a norma, que a contabilidade vai proporcionar infor-
mação sobre o estado do patrimônio, bem como sobre os fluxos de caixa da entidade.
Informação essa, vale dizer, que se mostra útil, de interesse de um número considerável
de usuários em suas avaliações e na tomada de decisões econômicas, o que inclui, claro,
os Auditores.

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Além desses objetivos, a NBC enxerga nas demonstrações contábeis um meio pelo qual
a gerência vai apresentar os resultados de sua atuação, em face de seus deveres e respon-
sabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados.
Essas informações, para chegarem aos seus usuários, de forma a possibilitar uma perfeita
interpretação, independentemente do interesse que carregam, passam a ser, então, sintetizadas
em contas representativas de fatos administrativos. Essas contas, por sua vez, são inseridas
em relatórios financeiros, ou seja, nas DCs.
Logicamente, esse tema é mais afeto à disciplina de Contabilidade, de maneira que se
mostra dispensável um maior aprofundamento no debate em nossa aula, sob o risco de in-
vadirmos a área de outro professor. O que fiz acima foi contextualizá-lo.
Agora sim, vamos ao que interessa. Presando pela objetividade que você me pediu, fo-
quemos no que é, de fato, importante para a nossa prova. Para tanto, compreenda o seguinte:

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Para fins de uma Auditoria Fiscal de Tributos, dois pontos devem nortear nossos estudos, con-
siderando aquilo que pode ser lembrado pelo examinador, a partir desse tópico do edital. Nesse
sentido, será necessário você saber, pelo menos:
1. identificar quais são as DCs que a entidade, objeto de uma auditoria tributária, estará obrigada
a apresentar; e
2. identificar, dentre as DCs disponíveis ao Auditor, quais serão úteis para o trabalho de fiscaliza-
ção de tributos, de acordo com as informações que cada um desses relatórios carrega consigo.

Seguindo essa linha, importa dizer que a autoridade administrativa, para responder a esses
dois pontos, deverá partir do conjunto de peças que integra a intitulada “Práticas Contábeis
Brasileiras”. Segundo a NBC TG 26 (R5),
Práticas contábeis brasileiras compreendem a legislação societária brasileira, as Normas Brasi-
leiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos,
as interpretações e as orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores,
e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro emitida pelo CFC e, por
conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais.

Em relação à Normas Brasileiras de Contabilidade, presumo que a NBC TA 200 (R1), que
trata dos “Objetivos Gerais do Auditor Independente e da Condução da Auditoria em Confor-
midade com Normas de Auditoria”, necessita se manifestar. E no item 4 ela é categórica:

Nos termos do item 4 da NBC TA 200 (R1), as demonstrações contábeis SUJEITAS À AUDITORIA
são as da entidade, elaboradas pela sua administração, com supervisão geral dos responsáveis
pela governança.

Vale a pena destacarmos ainda o conceito dado à expressão “Demonstrações Contábeis”


no texto da mesma NBC. Segundo ela (grifei):
Demonstrações contábeis são a representação estruturada de informações financeiras históricas,
incluindo divulgações, com a finalidade de informar os recursos econômicos ou as obrigações da
entidade em determinada data no tempo ou as mutações de tais recursos ou obrigações durante
um período de tempo em conformidade com a estrutura de relatório financeiro. O termo “demons-
trações contábeis” refere-se normalmente ao conjunto completo de demonstrações contábeis como
determinado pela estrutura de relatório financeiro aplicável, mas também pode referir-se a quadros
isolados das demonstrações contábeis. As divulgações compreendem informações explicativas
ou descritivas, elaboradas conforme requeridas, permitidas expressamente ou de outra forma pela
estrutura de relatório financeiro aplicável, incluídas nas demonstrações contábeis, ou nas notas
explicativas, ou incorporadas por referência cruzada.

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O relatório financeiro aplicável, citado na definição, por seu turno, equivale à estrutura de
relatório adotada pela administração e, quando apropriado, pelos responsável pela governança
na elaboração das DCs, que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das
DCs ou que seja exigida por lei ou regulamento.
Ela nos ensina que as exigências da estrutura de relatório financeiro determinam o que
se chama “conjunto completo de demonstrações contábeis”. Esse conjunto inclui:
• o Balanço Patrimonial,
• a Demonstração de Resultado,
• a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido,
• a Demonstração dos Fluxos de Caixa e,
• as respectivas notas explicativas.

Além delas, no Brasil, temos ainda a obrigatoriedade da Demonstração do Valor Adicio-


nado que deve ser apresentada pelas companhias abertas.
A NBC TG 26, além desses relatórios, incluiu a necessidade de publicação, também, da
Demonstração dos Resultados Abrangentes (DRA), que poderá ser apresentada em quadro
demonstrativo próprio ou dentro das mutações do Patrimônio Líquido. Ainda de acordo com
o pronunciamento, a entidade poderá usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles
usados na norma, desde que não contrarie a legislação societária brasileira vigente.

003. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR TÉCNICO/SEFAZ-SE/2022) Nos termos da NBC TA 200


(R1), as demonstrações contábeis sujeitas aos trabalhos de auditoria são:
a) o balanço patrimonial, a demonstração de resultados do exercício, a demonstração dos fluxos
de caixa e a demonstração das mutações do patrimônio líquido.
b) as da entidade, elaboradas pela sua administração, com supervisão geral dos responsáveis
pela governança.
c) todas as oferecidas ao auditor pela administração da entidade, desde que assinadas por
um contador.
d) o balanço patrimonial, a demonstração de resultados do exercício e a demonstrações dos
fluxos de caixa.
e) todas as previstas para tal na Lei n. 6.404/1976.

Como vimos, a NBC TA 200 (R1), em seu item 4, estabelece que as demonstrações contábeis
sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua administração, com supervisão geral
dos responsáveis pela governança. Observe que a letra “a” poderia gerar alguma dúvida no(a)
candidato(a), pois relaciona algumas DCs, de fato, listadas pela norma. Perceba, porém, que

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não há menção alguma à DVA que, pela NBC, também faria parte desse rol quando estivermos
tratando das companhias abertas. Portanto, não fazendo essa observação, o item passa a ficar
errado. Também não cita as notas explicativas, o que reforça o afastamento do item. Portanto,
correta mesmo só a alternativa “b”.
Letra b.

No que se refere à legislação societária brasileira, destaque deve ser dado, claro, à Lei n.
6.404/1976 (Lei das S.As) e suas alterações. A partir da leitura do art. 176 do diploma, o Auditor
concluirá ser dever da administração da entidade elaborar, ao fim de cada exercício social,
a partir da escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras:
• O Balanço Patrimonial;
• A Demonstração dos Resultado do Exercício;
• A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
• A Demonstração do Fluxo de Caixa; e
• A Demonstração do Valor Adicionado.

São essas demonstrações que terão a missão de exprimir, com clareza, a situação do
patrimônio da entidade correspondente, bem como as mutações nele corridas no exercício.
Como não temos um histórico de questões que nos possibilite descrever, com maior precisão,
os detalhes que o examinador poderá nos exigir, devemos seguir a tendência de cobrança do
assunto a partir de outras disciplinas, como a Contabilidade. Assim, lembre-se:

a) As companhias estarão desobrigadas de apresentar a DLPA, desde que elaborem a De-


monstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Nesse caso, as informações que
constariam na DLPA farão parte da DMPL.
b) A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e à publicação da DFC.

Além dessas DCs, a mesma Lei n. 6.404/1976 exige que haja uma complementação das
informações por meio da publicação de Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou
demonstrações contábeis necessárias para o perfeito esclarecimento da situação patrimonial
e dos resultados do exercício.

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Acho melhor resumirmos tudo o que vimos até aqui por meio de uma tabelinha.

Legislação Societária
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)
(Lei n. 6.404/1976, art. 176)
As demonstrações contábeis
SUJEITAS À AUDITORIA são as
Item
da entidade, elaboradas pela sua
4
administração, com supervisão geral
dos responsáveis pela governança.
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial;
Demonstração de Resultado do
Demonstração dos Resultado do Exercício
Exercício
Demonstração das Mutações do Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Patrimônio Líquido Acumulados (*)
Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração do Fluxo de Caixa (**)

NBC TA Respectivas notas explicativas


X Notas Explicativas e outros quadros
200 (R1) analíticos ou demonstrações contábeis
Demonstração do Valor Adicionado
Item Demonstração do Valor Adicionado
(só Cias Abertas)
A10
(*) As companhias estarão desobrigadas de
apresentar a DLPA, desde que elaborem
a Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL). Nesse caso,
as informações que constariam na DLPA
farão parte da DMPL.
(**) A companhia FECHADA com
patrimônio líquido, na data do balanço,
INFERIOR a R$ 2.000.000,00 (dois milhões
de reais) NÃO será obrigada à elaboração e
à publicação da DFC.

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Balanço Patrimonial
Demonstração de Resultado
Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Respectivas notas explicativas

Demonstração do Valor Adicionado (se


exigido legalmente ou por algum órgão
regulador ou mesmo se apresentada
voluntariamente)
NBC TG Item
26 10 Demonstração do Resultado Abrangente X
Informações comparativas com o período
anterior
Balanço patrimonial do início do
período mais antigo, comparativamente
apresentado, quando a entidade aplica
uma política contábil retrospectivamente
ou procede à reapresentação retrospectiva
de itens das demonstrações contábeis, ou
quando procede à
reclassificação de itens de suas
demonstrações contábeis de acordo com os
itens 40A a 40D

Agora, conheçamos melhor, mas de forma resumida, o potencial de informações que cada
espécie de relatório apresenta. Esse, caso não se lembre, é o segundo ponto que você precisa
compreender para fins desse tópico do edital.
Ao se debruçar sobre um Balanço Patrimonial, o Auditor estará examinando aquele re-
latório que tem como principal característica conseguir evidenciar a posição patrimonial e
financeira de uma entidade, em determinada data, em termos quantitativos e qualitativos.
As informações estarão consolidadas em grupos, quais sejam: o Ativo (bens e direitos),
o Passivo (obrigações), e o Patrimônio Líquido.
Na DRE, por sua vez, o Auditor vai ter acesso a informações sobre a relação entre receitas
e despesas, e o resultado formado a partir desse confronto, em um determinado período de
operações, em regra, equivalente a um ano. Evidenciará, assim, o resultado econômico, se
lucro ou prejuízo.
A DRA, “prima” da DRE, fora inspirada nas chamadas Normas Internacionais de Contabili-
dade. A estrutura dessa última segue o disposto na Lei das S.As. A DRA, apesar de apresentar
o mesmo resultado final, tem estrutura especial, determinada pelo NBC TG 26.

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Segundo essa norma, o resultado abrangente é a mutação que ocorre no Patrimônio Lí-
quido durante um período que resulta de operações e outros eventos que não derivados de
transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Portanto, todas as mutações
patrimoniais, que não as transações de capital com os sócios, integrarão a DRA.
A Vunesp se aproveitou desse conceito para formular, recentemente, uma questão.
Acompanhe.

004. (VUNESP/ENCARREGADO DE FISCALIZAÇÃO/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/2019) A


mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e
outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprie-
tários é definida como:
a) ajustes patrimoniais.
b) resultado abrangente.
c) ajuste por reclassificação.
d) resultado equivalente.
e) reserva patrimonial.

A banca buscou na NBC TG 26 a definição para a expressão resultado abrangente. Segundo a


norma, trata-se da mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de
transações e outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade
de proprietários.
Letra b.

Se o escopo de uma auditoria de tributos for no sentido de se avaliar a movimentação


dos saldos de lucros e prejuízos, com repercussão no PL da organização auditada, durante
determinado exercício, seu foco de consulta será a DLPA.
De divulgação obrigatória, nos termos da Lei n. 6.404/1976 e do RIR/20181 (para fins de
apuração do IRPJ, portanto, sob a sistemática do Lucro Real), a demonstração discriminará:
• o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;
• as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
• as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital
e o saldo ao fim do período.

1
Decreto n. 9.580, de 22/11/2018 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR/2018), art. 286: ao fim de cada período de apu-
ração, o contribuinte deverá apurar o lucro líquido por meio da elaboração, em observância às disposições da lei comercial,
do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados.

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Vale registrar que a DLPA não está incluída na NBC TG 26 como aquelas demonstrações
de apresentação obrigatória. Para que o usuário não se sinta prejudicado, é oferecida a ele
a DMPL, essa sim, exigida pela norma do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Uma
coluna dessa última representa as mesmas informações que seriam disponibilizadas por
meio da DLPA.
A Lei n. 6.404/1976, então, faculta às entidades a substituição da DLPA pela DMPL. Essa,
como se pode deduzir, é mais completa que aquela, uma vez que vai apresentar as variações
que ocorreram no PL da entidade em todas as suas contas, não ficando restrita à que repre-
senta os lucros ou prejuízos acumulados, como sua “amiga”.
A DFC, tratada de maneira muito especial pela NBC TG 03 (R3), é outro relatório extrema-
mente importante no contexto de uma auditoria de tributos. Ela vai proporcionar aos usuários
das DC uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes
e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa.
Seguindo o que dispões a norma contábil, quando usada em conjunto com as demais de-
monstrações contábeis, a DFC proporcionará informações capazes de permitir aos usuários
uma avaliação sobre as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira
(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os montantes e a época
de ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e
oportunidades.
Com a DFC, o Auditor vai conseguir identificar as transações ocorridas em determinado
período que tenham provocado modificações no saldo de caixa e equivalentes de caixa.

005. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) A respeito das demonstrações


contábeis, julgue o item que se segue.
A partir da análise da demonstração dos fluxos de caixa, o usuário da informação toma conhe-
cimento de como a entidade financia suas atividades, descritas através dos fluxos operacional,
de investimento e de financiamento.

As entradas e saídas de caixa subdividem-se, para fins de apresentação na DFC, em 3 (três)


tipos de atividades: operacionais (vendas de mercadorias, por exemplo, o que realça sua
relevância), de investimento (aplicações financeiras em títulos de mercado financeiro, por
exemplo) e de financiamento (recebimento decorrente de integralização de Capital Social,
por exemplo).
Certo.

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Esse tema, vale dizer, é daqueles que não caem em prova... desmorona! Ultimamente
então... Portanto, é indispensável destaquemos essa segregação de tipos de operações, da
forma que devem estar dispostas na DFC. Assim sendo, as transações que integram a DFC
são divididas em três tipos de atividades:
• Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e
outras atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento.
• Atividades de investimento são aquelas referentes à aquisição e à venda de ativos de
longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa.
• Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na
composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade.

O valor adicionado, objeto da DVA, expressa a riqueza criada pela empresa, de forma
geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros.
Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros
e transferido à entidade.

006. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA MINISTERIAL/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/MPE-CE/2020)


Com relação à elaboração de demonstrações contábeis de acordo com a legislação societária,
os princípios fundamentais da contabilidade e os pronunciamentos contábeis do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC), julgue o próximo item.
Valor adicionado é definido como a riqueza criada por uma empresa, sendo geralmente medi-
do pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros, incluindo-se,
também, o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, aquele produzido por terceiros
e transferido à entidade.

Essa definição consta no NBC TG 09 – “Demonstração do Valor Adicionado”. A DVA deve pro-
porcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada
pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas.
Certo.

Já tivemos questões recentes, de bancas diferentes, abordando o assunto. Por isso, preste
muita atenção no que direi na sequência...

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A DVA é tratada no NBC TG 09 – “Demonstração do Valor Adicionado”, sendo exigida somente


das companhias abertas. Ela não faz parte do grupo de demonstrações obrigatórias por parte
das normas internacionais de contabilidade (IFRS). É justamente por isso que a NBC CTA 02
“Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis Individuais
e Consolidadas” assevera que ela deve ser considerada uma informação suplementar e, como
tal, ser tratada em parágrafo de outros assuntos, após o parágrafo de opinião.

Observe essa próxima questão.

007. (FGV/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-ES/2021) O auditor independente de uma companhia


aberta declarou em seu relatório, na seção “Outros Assuntos”, que submeteu aos procedi-
mentos de auditoria executados, a demonstração:
a) dos Fluxos de Caixa.
b) do Valor Adicionado.
c) do Resultado Abrangente.
d) das Despesas Operacionais.
e) das Mutações do Patrimônio Líquido.

A NBC CTA 02 – “Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações


Contábeis Individuais e Consolidadas” destaca ainda que, por não ser uma demonstração obri-
gatória no conjunto das DC segundo as normas internacionais de contabilidade (IFRS), deve
a DVA ser considerada uma informação suplementar e, como tal, ser tratada em parágrafo de
outros assuntos, após o parágrafo de opinião.
Letra b.

Por fim, temos as Notas Explicativas, um conjunto de informações que vão complementar aque-
las dispostas nas demais DC. Seguindo o que dispõe o NBC TG 26, as Notas Explicativas deverão:
• apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis
e das políticas contábeis específicas utilizadas;
• divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Inter-
pretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e
• prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contá-
beis, mas que seja relevante para sua compreensão.

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Ok. Para fins desse nosso curso, não vamos avançar mais no estudo do tema, que, como
eu disse, é mais afeto à disciplina de Contabilidade. Assim, no que se refere à fonte de infor-
mações contábeis de que o Auditor Fiscal vai precisar, quando diante de uma Fiscalização,
podemos representá-la da seguinte forma:

3. A Fraude e o Erro nas Escritas Contábil e Fiscal


Não temos outro caminho para entendermos esse tópico, da forma necessária para su-
cesso nas provas, senão nos basearmos, especialmente, nas disposições da NBC TA 2402,
que trata da fraude e do erro no contexto da Auditoria Contábil.

Professor, Auditoria Contábil? Mas não estamos abordando a Auditoria Fiscal Tributária?
Por que trabalharmos com uma norma de essência contábil?

Aluno(a), a Auditoria de Tributos carece de literatura própria sobre o tema. Assim, para
suprir essa lacuna, natural que busque em outra fonte alguns conceitos dos que precisa para
se materializar. Aqui, o “empréstimo” é feito junto à sua “coirmã”. É o que se vê nas cobranças
feitas pelas bancas, o que é bastante compreensível, não é verdade? Esquematizando...

2
NBC TP 240 (R1) Responsabilidade do Auditor em relação à fraude, no contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis.

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Ao resolver as questões da aula, você vai notar que as poucas provas que tivemos até
então, que ousaram a abordar o tema, trilharam justamente esse caminho, aproximando e
mesclando os conteúdos. Nesse contexto, assevero ser prudente que você, além de estudar
atentamente esta aula, dedique também uma parte do seu tempo de preparação para uma lei-
tura das normas de Auditoria Contábil em sua literalidade, notadamente da citada NBC TA 240.
Assim fazendo, além de sedimentar o conhecimento adquirido, você estará afastando o
risco de se deparar com questões que fujam do usual, ou seja, estará “vacinado(a)” também
contra aquelas abordagens que venham a cobrar trechos das normas até então esquecidas
pelas bancas.

3.1. Definições
Para compreendermos os limites da definição do termo “fraude” precisamos estudá-lo
paralelamente a outro, qual seja, o “erro”. Eis que são eles normalmente tratados quase que
conjuntamente quando do contexto da Auditoria, seja ela Contábil ou Fiscal, ou menos no de
outras espécies da técnica, mas com significados distintos.
Para início de conversa, entenda que as distorções detectadas nas demonstrações con-
tábeis, sejam elas relevantes ou não, podem originar-se, segundo as normas de auditoria, da
fraude ou do erro. O que vai diferenciar um do outro é a intenção. Guarde isso!

O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de ser intencional ou não intencional a ação
subjacente3 que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.

Isso, meu amigo, minha amiga, também não cai em provas... desmorona! Os examinado-
res mostram-se verdadeiramente apaixonados paixão por esse detalhe que envolve os dois
termos. Veja um exemplo, por sinal, “fresquinho”...

008. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR TÉCNICO/SEFAZ-SE/2022) Em seu trabalho, o auditor


deve estar apto a distinguir entre um erro e uma fraude com fins fiscais. A principal caracte-
rística que distingue a fraude do erro é a:
a) falta de qualificação profissional.
b) relevância.
c) ineficácia dos controles internos.
d) intencionalidade.
e) ausência de dolo.

3
Subjacente, neste caso, teria o sentido de “encoberto, oculto, implícito, escondido, disfarçado”.

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Fácil, não? Enquanto na fraude se faz presente o elemento da intencionalidade, no erro inexiste
esse elemento. O erro é não intencional. A fraude, intencional.
Letra d.

Primeiro, estudamos a questão proposta pelo Cebraspe/Cespe. Agora, vamos a uma outra,
sendo que essa consegue nos indicar uma possível forma de cobrança do tema dentro da
nossa disciplina, na linha da FCC:

009. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-RJ/2014) O gerente financeiro da rede de loja Mais Clara do


Brasil S. A., com o objetivo de pagar menos ICMS, adulterou o valor e o registro de duas notas fiscais
de vendas. De acordo com a NBC TI – Auditoria Interna, o ato praticado pelo gerente configura:
a) omissão de receita.
b) omissão de imposto.
c) elisão fiscal.
d) erro intencional.
e) fraude.

Ao citar que a adulteração do valor de registro de duas notas fiscais tinha determinado objetivo
(no caso, pagar menos ICMS) já denota que estamos falando de um ato intencional. Ora, se a
distorção fora causada intencionalmente, é caso de fraude.
Letra e.

Para você fixar melhor, nada como uma representação gráfica:

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Você notou, no enunciado da questão, que o examinador fez citação às normas de Audi-
toria Interna. Pois é. Nem só de NBC TA vivem as bancas, quando o assunto é fraude e erro.
Assim, seguindo o que assevera, desta vez, a NBC TI 014, podemos trazer, para cada um dos
termos, as seguintes definições:
• Fraude: ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adul-
teração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis,
tanto em termos físicos quanto monetários.
• Erro: ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação
de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como
de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

Veja, portanto, que a norma, voltada para a Auditoria Contábil do tipo Interna, também
parte da intenção ou não do agente para determinar se estamos diante de uma fraude ou um
erro. Esse é o elemento central. É o nosso ponto de partida.
Agora, observe a questão seguinte. Ela nos traz um bom exemplo do tipo de questão es-
perada na abordagem dos temas afetos à Auditoria Fiscal Tributária, incluindo o que estamos
estudando. Um (ou mais) caso(s) prático(s), para você aplicar seu conhecimento teórico.

010. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEGEP-MA/2016) Na auditoria realizada na companhia distri-


buidora de peças e acessórios para veículos leves e pesados, o auditor registrou as seguintes
constatações:
I – Descontos obtidos pelo pagamento de duplicatas a fornecedores contabilizados como re-
ceitas de aplicações financeiras.
II – Adulteração para mais de valores de créditos de ICMS registrados no livro apuração do ICMS
referente a compras para comercialização.
III – Por desatenção de funcionário da tesouraria recém contratado foi concedido desconto no
pagamento com atraso de duplicatas a receber efetuado pelo cliente.
IV – Registro de notas fiscais fictícias de despesas, com o objetivo de justificar saque na te-
souraria da empresa.
Segundo as Normas de Auditoria, as constatações registradas pelo auditor caracterizam,
respectivamente,
a) erro, fraude, erro e fraude.
b) fraude, fraude, erro e erro.
c) erro, fraude, fraude e erro.
d) fraude, erro, fraude e fraude.
e) erro, fraude, fraude e fraude.

4
NBC TI 01 – Da Auditoria Interna. Acessível em < https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/
nbc-ti-de-auditoria-interna/>

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Vamos entender o que o examinador quis dizer com cada uma das assertivas apresentadas. Isso
nos possibilitará fazer uma avaliação sobre seu melhor enquadramento, como fraude ou erro.
I – Erro. O pagamento de uma obrigação, representada por um título de crédito (uma duplicata,
por exemplo), antes do prazo estipulado, pode gerar um desconto para a entidade. Nesse caso,
contabilmente, o correto é que esse desconto seja classificado como descontos obtidos dentro
do grupo das receitas financeiras. Não se trata, pois, de receitas de aplicações financeiras, o que
seria o caso, por exemplo, do rendimento auferido em aplicações em poupança, CDBs, além de
outros instrumentos financeiros do mercado. Houve, portanto, desatenção, desconhecimento
ou má interpretação, gerando equívoco na classificação do fato contábil. Um ato, portanto,
intencional.
II – Fraude. Falou “adulteração”, inevitavelmente nos vem à mente um ato intencional. É um
ato voluntário, consciente. O preposto da entidade fez “nascer” créditos de ICMS, sabidamente
indevidos.
III – Erro. Agora, a divergência nasceu, segundo o examinador, por “desatenção”. Ora, nitidamente
um erro. Não se pode falar em intenção.
IV – Fraude. Observe a expressão “com o objetivo de”. Um ato consciente, praticado com um
propósito específico. Houve vontade.
Letra a.

A FCC “mandou muitíssimo bem” nessa, hein?! Aliás, a banca foi feliz em outra questão.
Avalie comigo:

011. (FCC/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016) Nos trabalhos de auditoria


independente na Companhia Distribuidora de Frutas e Legumes do Estado referente ao exercício
de 2015, o auditor constatou que, no mês de novembro de 2015, foram contabilizadas duas
notas fiscais de vendas com valores adulterados, para mais, em R$ 240.000,00. De acordo
com as evidências obtidas pelo auditor, as notas fiscais foram adulteradas, com o objetivo
de encobrir desvio de mercadorias no estoque. Segundo a NBC TA 240, este fato caracteriza
a) burla no controle interno.
b) erro na escrituração contábil.
c) omissão de prejuízos.
d) fraude.
e) aumento de receita de vendas.

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“Adulteração”... veja que o termo só está presente na definição de fraude dada pela NBC TI 01,
estudada acima. Para que não restem dúvidas, o examinador ainda deixa claro que as distorções
foram geradas com o “objetivo de encobrir desvio de mercadorias no estoque”, ou seja, supres-
são de ativos. Ainda falaremos sobre esse que é um dos principais tipos de fraude constatadas
em auditorias. Quanto à questão, fica muito visível a intenção da entidade. Portanto, afastada
estará a hipótese de classificar o ato como um erro.
Letra d.

E então... compreendido aluno(a)? Podemos prosseguir?

Professor, só mais uma dúvida, antes que você dê seguimento à aula. Considerando que
o termo “intenção”, usado como ponto de partida para distinguir o erro da fraude, é algo
difícil de ser mensurado, há outros elementos capazes de auxiliar o Auditor nesse processo?

Bem, podemos dizer que esse tipo de conclusão vai depender, basicamente, das circuns-
tâncias, aliadas, claro, ao julgamento profissional do Auditor. Mas é fato que as normas de
auditoria acabam por fornecer alguns subsídios que vão direcionar as ações. Exemplo disso
é a abordagem feita pela NBC 240 sobre o grau de dificuldade apresentado para detecção
das distorções.
Seguindo esse caminho, o risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente
de fraude é mais alto do que o risco de não ser detectada uma distorção decorrente de erro.

Isso é meio lógico, concorda? Ora, a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cui-
dadosamente organizados, destinados a ocultá-las. O fraudador, normalmente, se utilizará de
falsificação, omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas
representações ao Auditor.
A tentativa de ocultação se torna ainda mais difícil de ser detectada quando estivermos
diante de um conluio, ou seja, ação de diversos agentes com o mesmo intuito de praticar as
irregularidades. Esse elemento pode levar o Auditor à falsa percepção de que a evidência é
persuasiva (convincente).

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Outros fatores também imporão desafios ao Auditor em relação à detecção da frau-


de. São eles:
• a habilidade do perpetrador;
• a frequência e a extensão da manipulação;
• o grau de conluio;
• a dimensão relativa dos valores individuais manipulados; e
• a posição dos indivíduos envolvidos.

Ainda em relação à fraude, é importante frisar também que o risco de o Auditor não detec-
tar uma distorção relevante decorrente de fraude na administração é maior do que no caso
de fraude cometida por outros prepostos, empregados. Essa afirmação também merece um
destaque especial. Guarde:

Agora, pratique!

012. (INSTITUTO AOCP/FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/PREFEITURA DE CARIACICA-


-ES/2020) As distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro.
O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de que
a) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações
contábeis. Além disso, o risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de
fraude da administração é menor do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la,
ele poderá estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.
c) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é
dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
d) a fraude e o erro são atos intencionais da ação subjacente que resultam em distorção nas
demonstrações contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção
do erro e fraude é dos responsáveis pela auditoria, controle interno e contabilidade.

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a) Errada. O risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da
administração é MAIOR do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) Errada. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la, NÃO
cabe a ele estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.
c) Certa. Itens 2 e 4 da NBC TA 240 (R1).
d) Errada. O erro, ao contrário da fraude, é ato NÃO intencional. A principal responsabilidade
pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua
administração.
Letra c.

Isso pode ser explicado pelo fato de que a administração apresenta condições de mani-
pular, de forma direta ou indireta, os registros contábeis. Pode, ainda, apresentar informações
contábeis fraudulentas ou mesmo burlar procedimentos de controle destinados a prevenir
fraudes semelhantes, cometidas por outros empregados.
O nível de risco de burlar esses controles, pela administração, vai variar de acordo com
a entidade. Fato é, porém, que esse risco estará presente em todos os tipos de entidades,
e será significativo, uma vez poder ocorrer de maneira imprevisível.
Seguindo ainda a linha definida pela NBC TA 240, o termo “fraude” acaba alcançando um
conceito jurídico bem amplo. Mas...

Apesar de o Auditor poder suspeitar ou, em casos considerados raros, identificar a ocorrência
de fraude, não cabe a ele estabelecer juridicamente se realmente ocorreu fraude.

Bem, agora acredito que estamos prontos para avançar. Venha comigo!

3.2. Objetivos do Auditor e Responsabilidades pela Prevenção e


Detecção de Fraudes
O Auditor, ao proceder a uma Auditoria, terá como objetivos principais:
• identificar e avaliar os riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis de-
corrente de fraude;
• obter evidências de auditoria suficientes e apropriadas sobre os riscos identificados de
distorção relevante decorrente de fraude, por meio da definição e implantação de res-
postas apropriadas; e
• responder adequadamente face à fraude ou à suspeita de fraudes identificada durante
a auditoria.

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Já é um momento propício para mais uma informação relevantíssima:

Ainda que não seja seu objetivo, o Auditor não pode ignorar a possibilidade de ocorrência
de fraude ou erro. Nesse sentido, a NBC TA 200 estabelece que, como base para a opinião do
Auditor, é exigido que ele obtenha SEGURANÇA RAZOÁVEL5 (não é absoluta, hein!!!) de que
as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independen-
temente se causadas por fraude ou erro.

Portanto, cabe ao auditor, durante o planejamento e na fase de execução da auditagem,


considerar a possibilidade da existência de alguma dessas (ou de ambas as) distorções nos
relatórios auditados. Ele não trabalha para encontrá-la. Não é seu objetivo maior. Mas vai se
preparar para encontrá-la, avaliando os riscos e preparando sua auditoria para tal.
Agora, mais uma questão do Cebraspe/Cespe, por sinal também cobrada num exame recente:

013. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) O objetivo da auditoria é aumen-


tar o grau de confiança dos usuários nas demonstrações contábeis. Isso é alcançado mediante
a opinião expressa pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em
todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro
aplicável. Com referência à auditoria das demonstrações contábeis, julgue o item a seguir.
O auditor deve, antes de expressar uma opinião, ter obtido segurança razoável de que as de-
monstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente
de terem sido causadas por fraude ou erro.

O examinador buscou na NBC TA 200 (R1), item 5, a justificativa para considerar correta a ques-
tão. É a velha literalidade, meu caro, minha cara...
Certo.

5
Segundo disposição da mesma NBC TA 200, asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse nível é conse-
guido quando o Auditor obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir a um nível aceitavelmente baixo
o risco de auditoria (isto é, o risco de que o Auditor venha a expressar uma opinião inadequada quando as demonstrações
contábeis contiverem distorção relevante).

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Nos comentários à questão, acabamos por fundamentar a resposta a partir do que dis-
põe a NBC TA 200. Nota-se, contudo, que a NBC TA 240 faz praticamente o mesmo tipo de
abordagem, usando a mesma sequência de itens que sua norma “coirmã”, mas com um texto
ligeiramente diverso. Anote (destaques meus):
5. O auditor que realiza auditoria de acordo com as normas de auditoria é responsável por obter
segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções
relevantes, causadas por fraude ou erro. (...)

Aí você me pergunta:

Professor, se a responsabilidade pela prevenção e detecção do erro e da fraude não é do


auditor, então, de quem seria ela?

Você, uma vez mais, com suas pertinentes perguntas... Essa responsabilidade, caro(a)
aluno(a) recai sobre os responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.

As bancas têm fascinação incrível por esse aspecto também, hein!? Prova disso é essa
questão de autoria da FGV, cobrada lá em 2010.

014. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2010) Analise as afirmativas a seguir:


I – A prevenção e detecção da fraude é de responsabilidade da governança da entidade e da
sua administração.
II – Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude,
ele pode estabelecer juridicamente se realmente ocorreu fraude.
III – O auditor que realiza auditoria de acordo com as normas é responsável por obter segurança
razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes,
causadas por fraude ou erro.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se somente a afirmativa II estiver correta.
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Deveras, é de responsabilidade da governança da entidade e da administração a prevenção e a


detecção da fraude. Item I correto. A responsabilidade do auditor se restringe a obter segurança
razoável de que as que as demonstrações contábeis, como um todo, não contêm distorções
relevantes, causadas por fraude ou erro. Item III, portanto, correto. Ainda em relação ao Auditor,
notamos que ele poderá suspeitar ou, em alguns casos, até identificar a ocorrência de fraudes.
Contudo, não cabe a ele estabelecer, juridicamente, se realmente ocorreu fraude. Item II, por-
tanto, erra nesse ponto.
Letra a.

É esperável que a administração, com a supervisão geral dos responsáveis pela governan-
ça, enfatize a prevenção da fraude. Isso poderá reduzir as oportunidades de sua ocorrência,
dissuadindo-as. Os indivíduos, assim, poderão ser persuadidos a não perpetrar fraude pela
probabilidade de detecção e punição.
Esse processo envolve um compromisso de se criar uma cultura de honestidade, um com-
portamento ético, que pode ser, segundo as normas de auditoria, reforçado por supervisão
ativa dos responsáveis pela governança.

(...) A supervisão geral por parte dos responsáveis pela governança inclui a consideração do potencial
de burlar controles ou de outra influência indevida sobre o processo de elaboração de informações
contábeis, tais como tentativas da administração de gerenciar os resultados para que influenciem a
percepção dos analistas quanto à rentabilidade e desempenho da entidade. (NBC TA 240-R1, item 4)

Em relação à fraude, a preocupação do Auditor é, acima de tudo, como já vimos, com


aquela que venha a causar distorção relevante nas demonstrações contábeis. Logicamente,
isso não quer dizer que ignorará as distorções não relevantes. Seu foco, no entanto, se voltará
para aquelas que se mostrem relevantes.
Apesar de a auditoria ser planejada e realizada de acordo com as normas de auditoria,
pelas limitações inerentes à técnica, é inevitável que algumas distorções relevantes, presentes
nas demonstrações contábeis, não sejam detectadas.
Caso ele identifique uma distorção, o primeiro passo é avaliar se ela é indicadora de frau-
de. Na sequência, constatada a indicação de fraude, deverá o Auditor avaliar as implicações
da distorção relativamente a outros aspectos da auditoria, entre os quais a confiabilidade
das representações da administração. Fato é que, dificilmente, um caso de fraude será uma
ocorrência isolada. Ainda segunda a NBC TA 240 (R1),

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36. Caso o auditor identifique uma distorção, seja relevante ou não, e tiver razão para acreditar que
é ou pode ser decorrente de fraude, com o envolvimento da administração (em especial da alta
administração), o auditor deve reavaliar a avaliação dos riscos de distorção relevante decorrente
de fraude e do impacto resultante na natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria
para responder aos riscos avaliados. Ao reconsiderar a confiabilidade da evidência anteriormente
obtida, o auditor também deve considerar se as circunstâncias ou condições indicam eventual
conluio envolvendo empregados, diretores ou terceiros (destaquei).

Mas, professor, como o Auditor vai determinar se a distorção é ou não relevante?

Que pergunta essa sua, aluno(a)! Bem, aí deveremos adentrar, em parte, no campo da
subjetividade. Voltamos, novamente, à necessidade de aplicação do julgamento profissio-
nal do auditor. A NBC T 11, ainda que revogada pela NBC TA 200, pode nos ajudar nessa
compreensão. Dizia ela que a relevância vai depender da representatividade quantitativa ou
qualitativa do item ou da distorção em relação às demonstrações contábeis como um todo
ou a informação sob análise.
Assim, segundo a norma, uma informação será relevante se sua omissão ou distorção puder
influenciar a decisão dos usuários dessa informação no contexto das demonstrações contábeis.

O que isso quer dizer, mestre?

Quer dizer que a ausência, suponhamos, de um ativo, ocasionada por um furto, por exem-
plo, de item do imobilizado (uma máquina usada no processo produtivo) de uma pequena
indústria, que venha a representar 20% do saldo total dessa subconta do Ativo Não Circulante,
poderá, muito bem, ser considerada uma distorção relevante, concorda?
Ora, uma eventual venda dessa pessoa jurídica (fundo de comércio) poderá ter-se dado com base
em informações distorcidas, sendo seus destinatários (compradores), usuários dessa contabilidade,
potencialmente prejudicados. O bem estaria, formalmente, na empresa, mas não fisicamente. No
jargão popular, “comprariam gato por lebre”, um patrimônio composto por um ativo fictício.
Agora, imagine uma outra situação, usando o mesmo bem como referência. Aqui, porém,
diferentemente do primeiro “causo”, como conhecemos no dicionário “mineirês”, a proprietária
dessa máquina é uma multinacional, para a qual o bem representa míseros 0,000000001%
do seu imobilizado.
Convenhamos, nesse caso, que a ausência de registro contábil de uma apropriação inde-
vida do item não proporcionaria o mesmo impacto negativo nos relatórios financeiros como
visto em relação à pequena empresa. Possivelmente, a distorção não seria considerada, pelo
Auditor, com alguma relevância capaz de interferir na decisão dos usuários das demonstra-
ções contábeis. Ressalte-se, porém, que só o caso concreto será capaz de fornecer todos os
elementos necessários para uma análise mais precisa por parte do Auditor.

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3.3. Espécies e Identificação da Fraude


Temos, basicamente, dois tipos especiais de distorções intencionais (leia-se fraudes) que
merecem mais atenção por parte do auditor: aquelas distorções decorrentes de informações
fraudulentas e as que se caracterizam pela apropriação indébita de ativos. Já dá para “matar”
mais uma questãozinha, agora, no “padrão FCC”...

015. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/CONTABILIDADE/TRF 3ª REGIÃO/2016) Nos termos


da NBC TA 240, considere:
I – Erro que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.
II – Distorção decorrente de informações fraudulentas.
III – Distorção decorrente de apropriação indébita de ativos.
É distorção intencional pertinente para o auditor o que consta em:
a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.

Veja que, no enunciado, o examinador pede as alternativas que trazem espécies de erro inten-
cional. Ora, é o mesmo que pedir tipos de fraude. Portanto, “de cara”, descartamos a afirmativa
I. Restaram-nos, portanto, os itens II e III, que trazem os dois principais tipos de fraude, aqueles
que devem exigir maior atenção por parte do Auditor.
Letra e.

Vamos esquematizar isso? Venha comigo...

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Entendamos melhor o que significa cada um desses tipos de distorções provocadas por
atos intencionais (fraudes).
a) Informação financeira fraudulenta:
A informação financeira fraudulenta, com vimos, envolve distorções intencionais (leia-se
fraudes), incluindo omissão de valores ou divulgação nas demonstrações financeiras com
vistas a enganar os seus usuários.
Poderá ela, nos termos da NBC TP 240 (R1), ser causada pelas tentativas da administra-
ção de manipular os ganhos de modo a enganar os usuários das demonstrações contábeis,
influenciando suas percepções de desempenho e da lucratividade da organização.
Começa com pequenos atos ou mediante ajuste inadequado de premissas e mudanças de
julgamento pela administração. A partir de pressões e incentivos, poderão esses atos “cresce-
rem” de tal forma, a ponto de acabarem por resultar em informações financeiras fraudulentas.
Nesse contexto, as informações contábeis fraudulentas poderão decorrer de:
• Manipulação, falsificação (inclusive de assinatura) ou alteração de registros contábeis ou
documentos comprobatórios que serviram de base à elaboração de demonstrações contábeis.
• Mentira ou omissão intencional nas demonstrações contábeis de eventos, operações ou
outras informações significativas.
• Aplicação incorreta intencional dos princípios contábeis relativos a valores, classificação,
forma de apresentação ou divulgação.

Em todas as situações, vale notar, presente estará o elemento intenção. Essa mesma
intenção será detectada, também, nas distorções caracterizadas pela apropriação indevida
de ativos. Vejamos:
b) Apropriação indevida de ativos
Aqui, a característica marcante é o roubo de ativos da entidade, muitas vezes perpetrado
por empregados, nesses casos em valores relativamente pequenos e irrelevantes. Mas o
“alto clero”, a administração, também poderá se envolver nesse tipo de fraude. Os ocupantes
dessas camadas da estrutura organizacional têm, geralmente, mais possibilidade de disfarçar
ou mesmo ocultar a fraude, tornando-a difícil de ser detectada.
Esse tipo de distorção poderá ser alcançado de diversas formas, tais como:
• fraudar documentos (por exemplo, apropriando-se de valores cobrados ou desviando
valores recebidos relativos a contas já baixadas para as suas contas bancárias pessoais);
• furtar ativos físicos ou propriedade intelectual (por exemplo, furtar estoques para uso
pessoal ou venda, roubar sucata para revenda, entrar em conluio com concorrentes para
repassar dados tecnológicos em troca de dinheiro);
• fazer a entidade pagar por produtos e serviços não recebidos (por exemplo, pagamentos
a fornecedores fictícios, propina paga por fornecedores aos compradores da entidade
em troca de preços inflacionados, pagamentos a empregados fictícios);
• utilizar ativos da entidade para uso pessoal (por exemplo, usar ativos da entidade como
garantia de empréstimo pessoal ou a parte relacionada)
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016. (VUNESP/INSPETOR FISCAL DE RENDAS/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/2019/


Q1074652) São exemplos de erro e fraude, respectivamente:
a) erros aritméticos e alteração de registros.
b) erros aritméticos e interpretação errada das variações patrimoniais.
c) aplicação incorreta das normas contábeis e interpretação errada das variações patrimoniais.
d) omissão intencional nas demonstrações contábeis e alteração de registros.
e) alteração de registros e interpretação errada das variações patrimoniais.

Sem muito segredo. O “erro aritmético”, como o próprio nome indica, se trata de um exemplo
clássico de erro, ou seja, distorção não intencional. Por outro lado, a alteração de registros
contábeis é forte indício de fraude, quer dizer, uma distorção intencional. Quanto às demais
assertivas, temos:
b) erro e erro.
c) erro e erro.
d) fraude e fraude.
e) fraude e erro.
Letra a.

Os riscos de distorção relevante decorrente de fraude, a serem identificados e avaliados


pelo auditor, o serão a partir de dois níveis: no nível das demonstrações contábeis e no nível
das afirmações por tipo de operação, saldo contábil e divulgação.

Não entendi, professor. Poderia explicar melhor?

Com certeza, aluno(a)! A norma quis dizer que o trabalho do Auditor, neste caso, estará
focado em saber se eventual distorção seria, digamos, isolada, estando restrita, por exem-
plo, a alguma operação de reorganização societária (fusão, transformação, incorporação ou
cisão), de venda de mercadorias ou serviços, de compra de um imobilizado, de empréstimos
contratados... ou em um saldo contábil (subconta fornecedores, por exemplo) ou, ainda, na
divulgação (classificação indevida de um evento contábil ou fiscal, em desacordo com as
normas de contabilidade ou da legislação tributária).

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Avaliará, ainda, se a distorção seria, digamos, mais ampla, disseminada, “contaminando” as


demonstrações contábeis como um todo, afetando potencialmente muitas de suas informações.

Independentemente se a distorção (fraude ou erro) estiver localizada no nível das afirmações


ou no nível das demonstrações contábeis, ela poderá ser considerada relevante e merecerá
atenção do auditor, interferindo no tipo de opinião que proferirá.

Ora, ao avaliar as distorções no nível das afirmações e, a partir daí, aplicar os procedimen-
tos de auditoria indicados, o Auditor poderá chegar à conclusão de que as distorções estão,
na verdade, disseminadas por todas as demonstrações financeiras.
Os testes e procedimentos de auditoria aplicados pelo Auditor serão, por assim dizer, fun-
damentais para que ele consiga identificar essas distorções, bem como avaliar sua dimensão.
Aliás, é a partir da identificação dos riscos de distorção relevante que o Auditor vai poder de-
terminar, com mais clareza, a natureza, a época e a extensão desses testes e procedimentos
de auditoria aplicáveis, incluindo procedimentos adicionais, se necessário.

3.4. Fatores de Risco de Fraude


Dentro do estudo da NBC TA 240(R1), a norma faz a distinção entre o que é uma fraude e aque-
las circunstâncias ou fatos que seriam considerados fatores de risco de fraude, da seguinte forma:
• Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis
pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem
injusta ou ilegal.
• Fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão
para que a fraude seja perpetrada ou ofereçam oportunidade para que ela ocorra.
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017. (FCC/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA/2015) Nos


termos da NBC TA 240, fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração,
dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção
de vantagem injusta ou ilegal. Os eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão
para a ocorrência da fraude são denominados:
a) fatores de risco.
b) elementos de associação.
c) aspectos condicionantes.
d) facilitadores.
e) causadores.

O item 11, alínea “a” da NBC TA 240 (R1) estabelece que os fatores de risco de fraude “são even-
tos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para a fraude seja perpetrada ou ofereçam
oportunidade para que ela ocorra”.
Letra a.

Seja na forma de informações contábeis fraudulentas ou de apropriação indevida de


ativos, a fraude acaba por envolver três condições:
• o incentivo ou a pressão para que ela seja cometida;
• uma oportunidade para tal; e
• alguma racionalidade do ato.

Esses são apenas exemplos, tendo em vista o leque de situações com as quais o Auditor
poderá se deparar, ou seja, com os conhecidos fatores de risco adicionais.
As bancas, buscando na literatura, às vezes associam esses mesmos elementos ao inti-
tulado “Triângulo da Fraude”. Desenvolvida em 1953 pelo norte americano Donald Rai Cres-
sey, a teoria nasceu do desejo do sociólogo e criminologista de identificar e compreender os
motivos que levariam um indivíduo – dotado de respeitabilidade, geralmente pertencente à
alta classe e com algum status social – a violar a lei.

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O resultado dos estudos ganhou tamanha aceitação no meio científico que, com o tempo,
passou a servir de guia para a percepção dos auditores acerca do fenômeno das fraudes.

Vejamos como o tema foi objeto de uma questão do Cebraspe/Cespe:

018. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-RO/2019) Os fatores que


compõem o denominado triângulo da fraude consistem em
a) conduta, hábito e fraqueza.
b) pressão, oportunidade e racionalização.
c) ambição, deslealdade e imaturidade.
d) necessidade, vaidade e conjuntura.
e) índole, prazer e ambiente.

Como vimos, são três elementos que integram a chamada Teoria da Fraude: (incentivo e) pres-
são, oportunidade e racionalidade.
Letra b.

Parte da literatura resume os o incentivo e a pressão em um elemento único, ou seja, se-


riam eles verdadeiros subelementos da chamada motivação. Nasce, basicamente, do desejo
por aumento de ganhos financeiros. Entendamos melhor o que quer dizer cada um deles.
a) Incentivo e pressão
A estabilidade financeira ou lucratividade é ameaçada por condições operacionais, eco-
nômicas, ramo de negócio ou das condições de operação da entidade.

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A presença de incentivo ou pressão, como indutores da informação financeira fraudulenta,


estará caracterizada, por exemplo, quando a administração é pressionada por fontes exter-
nas ou mesmo internas para alcançar metas de ganhos ou resultados financeiros previstos
e, talvez, até irrealistas.
Isso poderá ocorrer, especialmente, nas situações em que as consequências do insucesso
no cumprimento de objetivos organizacionais sejam significativas para a organização.

EXEMPLO
Determinado administrador de uma empresa, pressionado pelos sócios do empreendimento
por melhores resultados e distribuição de lucros, decide omitir o registro de receitas de vendas
auferidas durante determinado período. Com isso, diminui, artificiosamente, os valores devidos
a título de tributos incidentes sobre as vendas de mercadorias (ICMS, PIS e COFINS) e sobre o
lucro (IRPJ e CSLL). Restará configurada, assim, a sonegação de tributos, que, uma vez registra-
da em livros contábeis e fiscais, poderia ser considerada uma espécie de informação financeira
fraudulenta.

Outra situação, citada pela norma, está ligada a uma eventual necessidade financeira por
parte do indivíduo, momento em que venha a se apropriar indevidamente de ativos. Seria, diga-
mos, uma forma de iniciar ou dar continuidade a uma vida que vai além de suas possibilidades.

EXEMPLO
Hipoteticamente, digamos que determinado funcionário, responsável pelo setor financeiro de
uma organização, esteja passando por dificuldades financeiras após ter adquirido, sem qual-
quer planejamento de finanças pessoais, um veículo do tipo “off road”. Para isso, teve que fazer
um empréstimo, comprometendo 30% do seu orçamento que, àquela altura, já era “apertado”.
A condição, que não era boa, piorou quando sua residência, também financiada e sem qualquer
seguro, fora destruída por um incêndio. Diante dos fatos, sente-se pressionado e começa a desviar
recursos. Para encobrir a fraude, distorce as informações financeiras sob sua responsabilidade.

Nesse último caso, portanto, podemos dizer que estamos falando daquele indivíduo que
“quer viver uma vida que não é sua”, no jargão popular.
b) Oportunidades
Circunstâncias advindas de uma estrutura organizacional complexa ou instável, ou de uma
deficiência no monitoramento por parte da administração. Pode, ainda, haver circunstâncias
nas quais um indivíduo acredita que os controles internos de determinada organização são
passíveis de serem burlados, enganados. Seriam, pois, controles deficientes.
Seja por ocupar posição privilegiado, conhecedor de brechas, ou mesmo por sabida defi-
ciência desses controles internos, há um “convite” para que o indivíduo, propenso fraudador,
se aproveite da oportunidade e se aproprie indevidamente de ativos.

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EXEMPLO
Um famosíssimo princípio básico inerente ao controle interno das organizações, sejam elas
públicas ou privadas, é o da segregação de funções. Fundamenta-se, pois, na premissa de
que, para se evitar fraudes, seja promovida uma divisão de responsabilidades entre pessoas
ou setores, ou seja, deve-se evitar a concentração de atividades de um processo em alguém.
Cada uma das fases do processo deve, assim, ser executada por pessoas ou departamentos
independentes. Pois bem. Agora, partindo desse contexto, imaginemos a situação em que, por
inobservância do princípio, determinada empresa, a Criativa Indústrias e Comércio de Calçados,
venha a concentrar, em um só de seus funcionários, a responsabilidade por efetuar a compra,
o pagamento o registro contábil e o controle da entrada e saída de determinadas mercadorias.
Ora, nitidamente há falhas no processo implementado pela Criativa, prejudicando, substancial-
mente, o controle interno da entidade. A porta restaria escancarada para que esse funcionário
viesse a se envolver em algum esquema de fraude. Para tanto, poderia atuar isoladamente, ou
mesmo contando com a participação de terceiros, tais como fornecedores ou clientes, apro-
priando-se indevidamente de ativos da organização. A sua posição na empresa seria elemen-
to facilitador para encobrir contabilmente a fraude, ao menos, temporariamente, até que você,
aluno(a), venha a promover uma auditoria na Criativa.

Para fecharmos o entendimento, nada como um outro ditado bastante popular, partindo
do nosso exemplo: “a oportunidade faria o ladrão”.
c) Atitude/racionalidade
No tocante aos fatores de ricos relativos a distorções relevantes de informações contá-
beis fraudulentas, essa condição poderia ser caracterizada a partir do momento em que a
administração demonstrar ineficácia na comunicação ou na implementação de valores ou
padrões éticos. Também quando demonstrar uma moral baixa entre os seus membros, ou
mesmo disputa entre acionistas.
Quanto à apropriação indébita de ativos, é certo que algumas pessoas parecem ter uma
certa pré-disposição, uma postura, caráter ou valores éticos que acabam por levá-las a per-
petrar um ato desonesto, consciente e intencionalmente.
A NBC TP 240 (R1), porém, reconhece que mesmo indivíduos “normalmente honestos”
podem perpetrar uma fraude em ambiente em que sejam suficientemente pressionados. Para
tanto, essas pessoas vão, normalmente, procurar uma “justificativa” para o cometimento da
fraude, dando-lhe alguma razoabilidade.

EXEMPLO
Determinado servidor público municipal tem seu nome envolvido num escândalo de fraude em
certa prefeitura. Após ser “descoberto”, presta declarações sobre o suposto recebimento de “gra-
tificações” recebidas no desempenho de suas funções. Os ganhos indevidos, segundo consta
na denúncia apresentada pela polícia, envolveria a prestação de serviços de emissão de alvarás

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de funcionamento de estabelecimentos comerciais. Ao ser indagado, o agente estatal alega não


entender aquilo como um crime, uma fraude, pois “sempre fora feita” daquela forma. Quando
chegou no setor, o “procedimento” já existia, sendo que jamais obrigara o cidadão a “pagar”
pelo serviço. Ao aprofundar as investigações, a polícia descobre que as irregularidades eram
ainda mais graves, uma vez que, para parte dos alvarás emitidos, não teriam sido encontrados,
nos arquivos da municipalidade, comprovantes de recolhimento das taxas correspondentes.
Ao final, o funcionário público alega ainda que ganhava pouco, e que precisava daquele dinheiro
para dar uma vida mais digna à sua família.

Note, a partir do exemplo, que o indivíduo tenta se utilizar de argumentos sem qualquer
fundamento legal, com o intuito de justificar o ato fraudulento. Pretende, com isso, torná-lo
aceitável do ponto de vista social, ou, poderíamos dizer, tentar “justificar o injustificável”. É uma
das variáveis estudadas e que culminaram na teoria do “Triângulo da Fraude”.

019. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-GO/2018) Fatores de risco para a ocorrência de fraude


são pressões/incentivos, oportunidades ou atitudes/racionalizações que ocorrem natural-
mente nos mercados, mas que acabam por favorecer o surgimento de distorções relevantes
e intencionalmente causadas nas demonstrações contábeis.
A alternativa que contém, respectivamente, uma pressão/incentivo, uma oportunidade e uma
atitude/racionalização reconhecidas nas normas como fatores de risco é:
a) Demissões previstas de empregados /ativos pequenos sem identificação clara de propriedade
/mudança do estilo de vida de funcionários com acesso a ativos.
b) Tolerância a pequenos roubos /remuneração incompatível com a expectativa /grandes quan-
tias em dinheiro em mãos.
c) Segregação inadequada de funções /investigação inadequada da vida pregressa de candi-
datos a empregos /falta de conciliação completa de ativos.
d) Mudança previstas nos planos de benefícios dos empregados /obrigações financeiras pes-
soais /relacionamentos adversos entre a entidade e empregados com acesso a dinheiro.
e) Alto nível de competição ou saturação do mercado, acompanhada por declínio da margem
de retorno /garantias pessoais em dívidas da entidade /partes significativas da remuneração
atreladas a metas agressivas de performance.

Questão nível hard, mas didaticamente excelente. Oportunidade única para fecharmos bem esse
assunto dos fatores de risco (ou Triângulo da Fraude). A resposta, baseando-nos no Apêndice I
da NBC TP 240 (R1), é mesmo a letra “a”. A previsão de demissão de empregados é, sem dúvida,
uma forma pressão (incentivo), no contexto das relações adversas. Imagine o seguinte: essa

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pessoa, sabendo que pode estar nessa “lista” negra, certamente vai tentar mostrar resultados.
Estaria configurada uma “competitividade” entre funcionários. Alguns, diante dessa pressão,
poderão “optar” por, em caso de não os alcançar de forma efetiva, “maquiá-los”, ou seja, forjar
(fraudar) o resultado sabidamente irreal. Na mesma toada, ativos pequenos, sem clara identi-
ficação de propriedade, pode ser considerada uma oportunidade para fraude. Uma nítida falha
nos controles internos da entidade, que pode abrir espaço para apropriação indevida desses
ativos, concorda? Em relação à “mudança do estilo de vida de funcionários com acesso a ati-
vos”, enquadra-se perfeitamente como uma espécie de atitude/racionalização. Forte indício de
que esses funcionários estejam se apropriando indevidamente de ativos da entidade. Quanto
às demais assertivas, notamos:
b) Tolerância a pequenos roubos (atitude/racionalização) /remuneração incompatível com a
expectativa (incentivo/pressão) /grandes quantias em dinheiro em mãos (oportunidade).
c) Segregação inadequada de funções (oportunidade) /investigação inadequada da vida pre-
gressa de candidatos a empregos (oportunidade)/falta de conciliação completa de ativos
(oportunidade).
d) Mudança previstas nos planos de benefícios dos empregados (incentivo/pressão)/obriga-
ções financeiras pessoais (incentivo/pressão)/relacionamentos adversos entre a entidade e
empregados com acesso a dinheiro (incentivo/pressão).
e) Alto nível de competição ou saturação do mercado, acompanhada por declínio da margem
de retorno (incentivo/pressão)/garantias pessoais em dívidas da entidade (incentivo/pressão)/
partes significativas da remuneração atreladas a metas agressivas de performance (incentivo/
pressão).
Letra a.

Professor, perdoe-me, mas preciso interrompê-lo novamente. Deixe-me ver se eu entendi:


nas páginas anteriores, você disse que não é objetivo primordial do Auditor detectar frau-
des. Contudo, afirma que ele deverá ficar atento à possibilidade de que alguma distorção
seja encontrada no decorrer de seus trabalhos. Certo até aqui?

Sim, certo. Faz parte de um requisito esperado do auditor, intitulado pela norma de ceti-
cismo profissional6. Você entendeu bem. Por favor, continue.

6
Manter ceticismo profissional requer um contínuo questionamento sobre se a informação e a evidência de auditoria obtidas
sugerem a possibilidade de distorção relevante decorrente de fraude. Isso inclui considerar a confiabilidade da informa-
ção a ser utilizada como evidência de auditoria e os controles sobre sua elaboração e manutenção, quando for pertinente.
Devido às características da fraude, a postura de ceticismo profissional do Auditor é particularmente importante quando se
consideram os riscos de distorção relevante decorrente de fraude. (item A7 da NBC TA 240, com grifos meus)

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Professor, vi também que há balizas oferecidas pelas normas de contabilidade para que
ele consiga detectar essa distorção, bem como promover a correta classificação. Agora,
suponhamos que o Auditor realmente venha a detectar alguma distorção, como ele deverá
se comportar? O que ele deverá fazer? Quais providências deverá tomar?

A resposta, aluno(a), é... depende! Permita-me abrir um tópico específico para tratarmos
desse tema.

3.5. Atitudes do Auditor Diante da Identificação de Distorções


Se e quando o(a) Auditor(a), no decorrer de seus trabalhos, vier a se deparar com uma
distorção, espera-se, primeiramente, que ele avalie se a distorção é, de fato, indicadora de
fraude, uma apropriação indevida de ativos ou uma informação financeira fraudulenta.
Chegando a essa conclusão, caberá ao Auditor, à Auditora, avaliar as implicações da
distorção em relação a outros aspectos da auditoria, notadamente a confiabilidade das re-
presentações da administração, partindo do pressuposto de que, dificilmente, um caso de
fraude será uma ocorrência isolada.
Considerando, ainda, que a eventual fraude tenha a participação da administração e, de
maneira especial da alta administração, o Auditor deverá revisar a avaliação dos riscos de
distorção relevante decorrente de fraude e do impacto resultante na natureza, época e exten-
são dos procedimentos de auditoria para responder aos riscos avaliados.
Como regra, nos casos em que o Auditor, efetivamente, identifique uma fraude ou mesmo
obtenha informações que indiquem a possibilidade de sua ocorrência, caberá a ele COMUNI-
CAR esses assuntos tempestivamente a pessoa de nível apropriado da administração que
têm responsabilidade primordial de prevenir e detectar fraudes em assuntos relevantes no
âmbito de suas responsabilidades.

Mas, professor, aí você complicou ainda mais minha vida. E quem, efetivamente, seria essa
“pessoa de nível apropriado da administração” a que você se referiu?

Pergunta capciosa, caro(a) aluno(a). Mas, entenda, não fui eu quem complicou a situação.
Quem deve “pagar essa conta” são aqueles(as) que construíram as normas de contabilidade.
Essas, infelizmente, não apontam, com exatidão, quem seriam essas pessoas. Diz, apenas,
que seriam aquelas que tivessem “a responsabilidade primordial de prevenir e detectar frau-
des”, ao que se mostra bastante vago. Noto que, ao me fazer a pergunta, você também teve
o mesmo entendimento.

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Porém, para melhorar a compreensão, poderíamos pensar numa estrutura organizacional


e seus níveis de autoridade, de forma a visualizarmos quem poderiam ser essas pessoas.
Teríamos, assim:
• a administração;
• os empregados com funções significativas no controle interno da entidade;
• outros, cujas fraudes perpetradas gerem distorção relevante nas demonstrações contábeis.

O ápice da cadeia hierárquica seriam os responsáveis pela governança, aqueles que se-
riam os destinatários da comunicação do Auditor quando diante de distorções envolvendo
fraudes com participação da administração, que estaria num nível imediatamente mais baixo
da cadeia de comando.

Só isso, professor? A comunicação à pessoa de nível apropriado da administração sobre


a detecção de distorção já resolve a vida do Auditor? Não precisará fazer mais nada?

Não, não. Não é por aí, aluno(a). Esse é um dos deveres do Auditor. Nesse contato com
os responsáveis pela governança, caberá a ele informar quaisquer assuntos relacionados
a fraudes que, no seu julgamento, são relevantes para suas responsabilidades. Na mesma
oportunidade, aproveitará para discutir com esses responsáveis pela governança a natureza,
a época e a extensão dos procedimentos de auditoria necessários para concluir a auditoria.

E externamente, professor? Se os efeitos jurídicos do fato extrapolarem os interesses da


empresa, configurando desvios de ordem legal? O que ele fará?

Ah, sim. Isso é importante também. Nas situações em que o Auditor vier a identificar ou
venha a suspeitar de uma possível ocorrência de fraude, deverá determinar se há responsa-
bilidade de comunicar a ocorrência ou suspeita a um terceiro fora da entidade.

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É verdade que há um dever de confidencialidade implícito à função do Auditor, especifi-


camente em relação às informações do “seu” cliente. Contudo, haverá situações nas quais as
suas responsabilidades legais poderão se sobrepor ao dever de confidencialidade. Campo
aberto para o Cebraspe/Cespe tentar “pegar” os(as) desprevenidos(as)...

020. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA/FUNDAÇÃO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DO


SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL DO PODER JUDICIÁRIO/2016) Julgue os próximos itens, que
versam sobre fraude e erro.
O dever profissional de manter a confidencialidade das informações prestadas pelos clientes
isenta o auditor independente da responsabilidade de comunicar às autoridades de supervisão
a ocorrência de fraude na empresa auditada.

De fato, a regra é o sigilo profissional. Porém, o dever de confidencialidade do Auditor, em rela-


ção às informações obtidas dos seus clientes, poderá ser relativizado, caso haja determinação
legal neste sentido.
Errado.

Pensando aqui... acho melhor esquematizarmos isso, concorda? Então, façamos isso!

Em outros termos, e de forma objetiva, caso a lei o determine, estará o Auditor obrigado a
informar, por exemplo, a órgãos de controle, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
o Banco Central do Brasil (Bacen) ou a entidades fiscalizadoras, como o Conselho Regional
de Contabilidade (CRC), às autoridades policiais, entre outros.

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Professor, imagino que existam algumas distorções que sejam tão relevantes a ponto de
poderem comprometer o trabalho do Auditor, correto?

Pois é, meu amigo, minha amiga. De fato, haverá situações nas quais o Auditor, como
resultado de uma distorção decorrente de fraude ou suspeita de fraude, se deparará com
circunstâncias excepcionais que colocarão em dúvida sua capacidade de realizar a auditoria.
Neste caso, segundo a NBC TA 240 (R1), ele deverá (grifei):

38, (a) determinar as responsabilidades profissionais e legais aplicáveis à situação, inclusive se é


necessário ou não o auditor informar à pessoa ou pessoas que aprovaram a contratação da audito-
ria ou, em alguns casos, às autoridades reguladoras. No Brasil, existem obrigações determinadas
pelas autoridades reguladoras;
(b) considerar se seria apropriado o auditor retirar-se do trabalho, quando essa saída for possível
conforme a lei ou regulamentação aplicável; e
(c) caso o auditor se retire:
(i) discutir com pessoa no nível apropriado da administração e com os responsáveis pela gover-
nança a saída do auditor do trabalho e as razões para a interrupção; e
(ii) determinar se existe exigência profissional ou legal de comunicar a retirada do auditor do tra-
balho e as razões da saída à pessoa ou pessoas que contrataram a auditoria ou, em alguns casos,
às autoridades reguladoras.

Atendendo às diretrizes das normas de auditoria, deverá o Auditor incluir na documentação


de auditoria todas as comunicações sofre fraudes que tenham sido feitas à administração,
aos responsáveis pela governança, aos órgãos reguladores e outros.
O Auditor Interno, durante o seu trabalho, também poderá se deparar com fraudes e
erros. Nesse caso, tendo em vista sua função de assessorar a administração da entidade
no trabalho de prevenção dessas distorções, ficará obrigado a informá-la sobre esses
acontecimentos.
Segundo determinação da NBC TI 01, essa comunicação à administração deverá ser por
escrito, de maneira reservada, relatando quaisquer indícios ou confirmações de irregularida-
des detectadas no decorrer de seu trabalho.

3.6. A Fraude para Fins Fiscais e os Deveres do Auditor


Para fins fiscais, a fraude eventualmente perpetrada pelo sujeito passivo contra as Admi-
nistrações Tributárias terá como objetivo, precipuamente, anular ou diminuir o valor devido
a título de tributo.

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É a legislação do ente tributante que vai estabelecer o que poderá ser considerada uma
fraude para fins fiscais, bem como as consequências administrativas dela advindas para o
contribuinte quando detectada pela Fiscalização. Já que estamos falando de um curso pre-
paratório para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal, bom darmos uma olhada no
que diz a Lei Federal n. 4.502/1964 (grifei):
Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcial-
mente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar
as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou
diferir o seu pagamento.

A norma federal diz, em outras palavras, que o contribuinte infrator, até consumar uma
fraude, se utilizará de meios capazes de alterar, digamos, a apresentação, nos registros con-
tábeis e fiscais, da dinâmica natural do fato gerador do tributo. Estará, assim, buscando, de
forma artificial e ilegal, obter algum benefício que, pelos meios legais, seria impossível.
A mesma lei traz conceitos próprios para dois outros institutos intrinsicamente ligados à
fraude, inclusive no estudo da Auditoria sobre esse tipo de distorção, da seguinte forma (grifei):
Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou par-
cialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária:
I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais;
II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal
ou o crédito tributário correspondente.
Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qual-
quer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.

Em geral, o que se percebe nas legislações de cada ente tributante são dispositivos que
estabelecem a obrigação da autoridade administrativa, quando diante de fraudes, impor, além
da cobrança do crédito tributário eventualmente não satisfeito, também multas agravadas.
Mas somente diante da legislação específica do ente é que será possível dizer, com precisão,
como o tema é tratado, bem como a forma com que ele pode ser cobrado em sua prova. Para ilustrar
a relevância dele, observe as imagens extraídas de sites, que ilustram o trabalho dos Fiscos pelo país.

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Caso o fato apresente elementos configuradores de ilícito penal, terá o Auditor Fiscal o
dever de lavrar ainda uma comunicação específica dirigida ao titular da ação penal, o Ministério
Público, para que esse aprofunde as investigações para efeitos criminais. Nesse documento,
caberá à autoridade fiscal apresentar um relatório circunstanciado demonstrando o que fora
apurado no decorrer da auditoria. Na esfera federal, esse documento é intitulado Representa-
ção Fiscal para Fins Penais (RFFP), que recebe regramento específico. Não vamos aprofundar
além disso, por questões de objetividade.
A RFFP (ou documento equivalente) deverá estar acompanhado de todo o conjunto pro-
batório usado para fundamentar o ato administrativo praticado como resultado da auditoria
fiscal (Auto de Infração, ou atos que decidam pelo cancelamento de cadastros, pelo indeferi-
mento de pedidos de restituição e/ou compensação etc.). São alguns exemplos de provas os
termos lavrados, eventuais depoimentos, perícias, declarações, despachos decisórios etc.
O Auditor, no entanto, na elaboração dessa representação, deverá se ater aos aspectos
fiscais, não ultrapassando essa que é a sua competência. Caberá ao membro do MP, diante
dos elementos que lhe forem apresentados, avaliar a presença de evidências que tipificam o
fato também como uma infração à legislação penal.

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E chegamos ao fim de mais uma aula. Esperto encontrá-lo em nosso fórum, caso alguma
dúvida persista. Fica um convite especial, ainda, para que nos encontremos pelas redes sociais.

https://.instagram.com/prof.andreysoares

https://www.facebook.com/andrey.soares.758

Lembre-se: força, fé e foco, sempre!

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RESUMO

Auditoria Fiscal Tributária


Apesar de poder ser representado por sua origem latina audire (aquele que ouve, o ouvinte),
pode ter sua gênese mais bem explicada a partir da expressão inglesa to audit, que significa
examinar, ajustar, corrigir, certificar.

Conceito de Auditoria Fiscal Tributária: segundo Santos et al (2007, p.21),

A Auditoria Fiscal compreende a revisão dos procedimentos fiscais adotados pela empresa, me-
diante o exame de documentos, livros e registros, declarações, inspeções e obtenção de informa-
ções e confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando
mensurar a exatidão dos valores dos tributos e o registro nas demonstrações contábeis.

Para fins de nosso curso, que versa sobre a técnica aplicada na fiscalização de tributos,
no âmbito governamental, a Auditoria Fiscal pode ser entendida como o procedimento reali-
zado pela autoridade administrativa com vistas a verificar o correto e integral cumprimento,
por parte do contribuinte (sujeito passivo), pessoa física ou jurídica, das suas obrigações,
principais e acessórias, definidas pela legislação tributária.

Importante: a auditoria fiscal de tributos pode se dar, ainda, no âmbito privado, quando
ganha funções de assessoria e consultoria, atuando no planejamento tributário do contratante.
Conotação, portanto, preventiva.
Em outras palavras, quando a autoridade administrativa (=Auditor Fiscal) é designada
para presidir uma auditoria tributária, terá como objetivo maior se certificar sobre a correta
satisfação, por parte do sujeito passivo – o contribuinte ou, mesmo, o responsável tributário
– de seus deveres instrumentais, devidamente acompanhados da correta confissão e/ou
recolhimento dos tributos devidos.
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Demonstrações Contábeis sujeitas à auditoria


Para fins de uma Auditoria de Tributos, dois pontos devem nortear nossos estudos, pela
tendência de serem lembrados pelo examinador. Será necessário você saber, pelo menos:
1. identificar quais são as DC que a entidade a ser auditada está obrigada a apresentar; e
2. identificar, dentre as DC disponíveis, quais serão úteis para o trabalho Auditor Fiscal, de
acordo com as informações que cada uma dessas demonstrações carrega consigo.
Segundo a NBC TG 26 (R5):

Práticas contábeis brasileiras compreendem a legislação societária brasileira, as Normas Brasi-


leiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos,
as interpretações e as orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores,
e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro emitida pelo CFC e, por
conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais.

Legislação Societária
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)
(Lei n. 6.404/1976, art. 176)
As demonstrações contábeis
SUJEITAS À AUDITORIA são
Item as da entidade, elaboradas
4 pela sua administração,
com supervisão geral dos
responsáveis pela governança.
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial;
Demonstração de Resultado
Demonstração dos Resultado do Exercício
do Exercício
Demonstração das Mutações Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
do Patrimônio Líquido Acumulados (*)

NBC TA
Demonstração dos Fluxos de
Caixa
X Demonstração do Fluxo de Caixa (**)
200 (R1)
Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou
Respectivas notas explicativas
demonstrações contábeis
Item
A10 Demonstração do Valor
Demonstração do Valor Adicionado
Adicionado (só Cias Abertas)
(*) As companhias estarão desobrigadas de
apresentar a DLPA, desde que elaborem a
Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido (DMPL). Nesse caso, as informações que
constariam na DLPA farão parte da DMPL.
(**) A companhia FECHADA com patrimônio
líquido, na data do balanço, INFERIOR a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais) NÃO será
obrigada à elaboração e à publicação da DFC.

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Balanço Patrimonial
Demonstração de Resultado
Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Respectivas notas explicativas

Demonstração do Valor Adicionado (se


exigido legalmente ou por algum órgão
regulador ou mesmo se apresentada
voluntariamente)

NBC TG Item Demonstração do Resultado


26 10 Abrangente X
Informações comparativas com o
período anterior
Balanço patrimonial do início
do período mais antigo,
comparativamente apresentado,
quando a entidade aplica uma
política contábil retrospectivamente
ou procede à reapresentação
retrospectiva de itens das
demonstrações contábeis, ou quando
procede à reclassificação de itens de
suas demonstrações contábeis de
acordo com os itens 40A a 40D

• Balanço Patrimonial (BP): evidencia a posição patrimonial e financeira de uma entidade,


em determinada data, em termos quantitativos e qualitativos.
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): evidencia a relação entre receitas e
despesas, e o resultado formado a partir desse confronto, em um determinado período
de operações, em regra, equivalente a um ano.
• Demonstração de Resultado Abrangente (DRA): apresenta a mutação que ocorre no
Patrimônio Líquido durante um período que resulta de operações e outros eventos que
não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Novidade
imposta pelo NBC TG 26, ainda não presente na Lei n.6.404/1976.
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA): evidencia a movimentação
dos saldos de lucros e prejuízos, com repercussão no PL da organização auditada, durante
determinado exercício. Não está incluída entre as demonstrações contábeis obrigatórias
seguindo a NBC TG 26.
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): informa as alterações que
ocorreram no PL de uma entidade, em determinado período. Está na lista da NBC TG 26,
sendo que sua publicação, segundo o que dispõe a Lei n. 6.404/1976 (art. 186, §2º), supre
a necessidade da publicação da DLPA.

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• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): quando usada em conjunto com as demais
demonstrações contábeis, a DFC proporcionará informações que permitem que os
usuários avaliem as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira
(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os montantes e a época
de ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias
e oportunidades. As transações que integram a DFC são divididas em três tipos de ativi-
dades: operacionais, de investimento e de financiamento. (NBC TG 03-R3)
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA): a NBC TG 09, notamos que a norma conceitua
valor adicionado como a expressão da riqueza criada pela empresa, de forma geral me-
dida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui
também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros
e transferido à entidade.
• A DVA não faz parte do grupo de demonstrações obrigatórias por parte das normas in-
ternacionais de contabilidade (IFRS), sendo exigida, pela legislação societária brasileira,
apenas das companhias abertas. Assim, segundo a NBC CTA 02, a DVA deve ser con-
siderada uma informação suplementar e, como tal, ser tratada em parágrafo de outros
assuntos, após o parágrafo de opinião.
• Notas Explicativas: é um conjunto de informações que vão complementar aquelas dis-
postas nas demais DC.

A fraude e o erro nas escritas contábil e fiscal


O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de ser intencional ou não intencional a
ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.

• Fraude: ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adul-


teração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis,
tanto em termos físicos quanto monetários.
• Erro: ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação
de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como
de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

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O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do
que o risco de não ser detectada uma distorção decorrente de erro.
O risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude na ad-
ministração é maior do que no caso de fraude cometida por outros prepostos, empregados.
Essa afirmação também merece um destaque especial.
O auditor, ao proceder a uma auditoria, terá como objetivos principais:
• identificar e avaliar os riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis de-
corrente de fraude;
• obter evidências de auditoria suficientes e apropriadas sobre os riscos identificados de
distorção relevante decorrente de fraude, por meio da definição e implantação de res-
postas apropriadas; e
• responder adequadamente face à fraude ou à suspeita de fraudes identificada durante
a auditoria.

Já é um momento propício para mais uma informação relevantíssima:

Temos, basicamente, dois tipos especiais de distorções intencionais (leia-se fraudes) que
merecem mais atenção por parte do auditor: aquelas distorções decorrentes de informações
fraudulentas e a que se caracterizam pela apropriação indébita de ativos.
• A informação financeira fraudulenta envolve distorções intencionais (leia-se fraudes),
incluindo omissão de valores ou divulgação nas demonstrações financeiras com vistas
a enganar os seus usuários. Também a tentativa da administração de manipular ganhos
de modo a enganar os usuários das DC.
• A apropriação indevida de ativos é caracterizada, especialmente, pelo roubo de ativos da
entidade, muitas vezes perpetrado por empregados, nesses casos em valores relativa-
mente pequenos e irrelevantes. Poderá, ainda, envolver a administração. Os ocupantes
dessas camadas da estrutura organizacional têm, geralmente, mais possibilidade de
disfarçar ou mesmo ocultar a fraude, tornando-a difícil de ser detectada.

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Os riscos de distorção relevante decorrente de fraude, a serem identificados e avaliados


pelo auditor, o serão a partir de dois níveis: no nível das demonstrações contábeis e no nível
das afirmações por tipo de operação, saldo contábil e divulgação.

Fatores de risco de fraude: seja na forma de informações contábeis fraudulentas ou de


apropriação indevida de ativos, a fraude acaba por envolver três condições:
• o incentivo ou a pressão para que ela seja cometida;
• uma oportunidade para tal; e
• alguma racionalidade (dar razoabilidade a algo falso) do ato.

• A presença de incentivo ou pressão como indutores da informação financeira fraudulen-


ta estará caracterizada, por exemplo, quando a administração é pressionada por fontes
externas ou mesmo internas para alcançar metas de ganhos ou resultados financeiros
previstos e, talvez, até irrealistas.

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• A oportunidade está ligada a circunstâncias advindas de uma estrutura organizacional


complexa ou instável, ou de uma deficiência no monitoramento por parte da administra-
ção. Pode, ainda, haver circunstâncias nas quais um indivíduo acredita que os controles
internos de determinada organização são passíveis de serem burlados, enganados. Ou
seja, esses controles seriam deficientes.
• A atitude/racionalidade é uma condição que pode ser caracterizada a partir do momento
em que a administração demonstra ineficácia na comunicação ou na implementação de
valores ou padrões éticos. Também quando demonstra uma moral baixa entre os seus
membros, ou mesmo disputa entre acionistas.

Atitudes do auditor diante da identificação de distorções:

Nas situações em que o auditor identifique ou suspeite da ocorrência de fraude, deverá


determinar se há responsabilidade de comunicar a ocorrência ou suspeita a um terceiro fora
da entidade. Haverá situações nas quais responsabilidades legais do auditor poderão sobre-
por-se ao dever de confidencialidade.

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Caso a lei o determine, estará o Auditor obrigado a informar, por exemplo, a órgãos de
controle, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (Bacen)
ou a entidades fiscalizadoras, como o Conselho Regional de Contabilidade (CRC), às autori-
dades policiais, entre outros.
A fraude para fins fiscais e os deveres do Auditor: a fraude eventualmente perpetrada
pelo sujeito passivo contra as Administrações Tributárias terá como objetivo, precipuamente,
anular ou diminuir o valor devido a título de tributo.
É a legislação do ente tributante que vai estabelecer o que poderá ser considerada uma fraude
para fins fiscais, bem como as consequências dela advindas para o contribuinte quando detec-
tada pela Fiscalização. Destaque para a muita agravada, comumente presente nas legislações.
A Lei Federal n. 4.502/1964, por exemplo, traz os seguintes conceitos: (grifos meus)

Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou par-
cialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária:
I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias
materiais;
II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal
ou o crédito tributário correspondente.
Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcial-
mente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar
as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou
diferir o seu pagamento.
Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qual-
quer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.

Caso o fato apresente elementos configuradores de ilícito penal, caberá ao Auditor Fiscal
lavrar ainda uma comunicação específica dirigida ao titular da ação penal, o Ministério Público,
para que esse aprofunde as investigações para efeitos criminais.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

001. (CS-UFG/AUDITOR DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE GOIÂNIA/2016) A auditoria que tem


a finalidade de identificar desvios de procedimentos não condizentes com as determinações
da legislação tributária, no intuito de evitar a apuração, excedente ou insuficiente, dos tributos
legalmente exigidos é denominada auditoria:
a) Interna
b) Governamental
c) Contábil
d) Fiscal

002. (INSTITUTO IADHED/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE ARAGUARI-MG/2019/ADAP-


TADA) Auditoria fiscal tem por objetivo inspecionar e verificar o cumprimento das obrigações
tributárias. A partir dessa definição, julgue o item a seguir.
O auditor fiscal não deve realizar recomendação de planejamento tributário.

003. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR TÉCNICO/SEFAZ-SE/2022) Nos termos da NBC TA 200


(R1), as demonstrações contábeis sujeitas aos trabalhos de auditoria são:
a) o balanço patrimonial, a demonstração de resultados do exercício, a demonstração dos fluxos
de caixa e a demonstração das mutações do patrimônio líquido.
b) as da entidade, elaboradas pela sua administração, com supervisão geral dos responsáveis
pela governança.
c) todas as oferecidas ao auditor pela administração da entidade, desde que assinadas por
um contador.
d) o balanço patrimonial, a demonstração de resultados do exercício e a demonstrações dos
fluxos de caixa.
e) todas as previstas para tal na Lei n. 6.404/1976.

004. (VUNESP/ENCARREGADO DE FISCALIZAÇÃO/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/2019) A


mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e
outros eventos que não derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprie-
tários é definida como:
a) ajustes patrimoniais.
b) resultado abrangente.
c) ajuste por reclassificação.
d) resultado equivalente.
e) reserva patrimonial.

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005. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) A respeito das demonstrações


contábeis, julgue o item que se segue.
A partir da análise da demonstração dos fluxos de caixa, o usuário da informação toma conhe-
cimento de como a entidade financia suas atividades, descritas através dos fluxos operacional,
de investimento e de financiamento.

006. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA MINISTERIAL/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/MPE-CE/2020)


Com relação à elaboração de demonstrações contábeis de acordo com a legislação societária,
os princípios fundamentais da contabilidade e os pronunciamentos contábeis do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC), julgue o próximo item.
Valor adicionado é definido como a riqueza criada por uma empresa, sendo geralmente medido pela
diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros, incluindo-se, também, o valor
adicionado recebido em transferência, ou seja, aquele produzido por terceiros e transferido à entidade.

007. (FGV/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-ES/2021) O auditor independente de uma companhia


aberta declarou em seu relatório, na seção “Outros Assuntos”, que submeteu aos procedi-
mentos de auditoria executados, a demonstração:
a) dos Fluxos de Caixa.
b) do Valor Adicionado.
c) do Resultado Abrangente.
d) das Despesas Operacionais.
e) das Mutações do Patrimônio Líquido.

008. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR TÉCNICO/SEFAZ-SE/2022) Em seu trabalho, o auditor


deve estar apto a distinguir entre um erro e uma fraude com fins fiscais. A principal caracte-
rística que distingue a fraude do erro é a:
a) falta de qualificação profissional.
b) relevância.
c) ineficácia dos controles internos.
d) intencionalidade.
e) ausência de dolo.

009. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-RJ/2014) O gerente financeiro da rede de loja Mais


Clara do Brasil S. A., com o objetivo de pagar menos ICMS, adulterou o valor e o registro de
duas notas fiscais de vendas. De acordo com a NBC TI – Auditoria Interna, o ato praticado
pelo gerente configura:
a) omissão de receita.
b) omissão de imposto.
c) elisão fiscal.
d) erro intencional.
e) fraude.
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010. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEGEP-MA/2016) Na auditoria realizada na companhia distri-


buidora de peças e acessórios para veículos leves e pesados, o auditor registrou as seguintes
constatações:
I – Descontos obtidos pelo pagamento de duplicatas a fornecedores contabilizados como re-
ceitas de aplicações financeiras.
II – Adulteração para mais de valores de créditos de ICMS registrados no livro apuração do ICMS
referente a compras para comercialização.
III – Por desatenção de funcionário da tesouraria recém contratado foi concedido desconto no
pagamento com atraso de duplicatas a receber efetuado pelo cliente.
IV – Registro de notas fiscais fictícias de despesas, com o objetivo de justificar saque na te-
souraria da empresa.
Segundo as Normas de Auditoria, as constatações registradas pelo auditor caracterizam,
respectivamente,
a) erro, fraude, erro e fraude.
b) fraude, fraude, erro e erro.
c) erro, fraude, fraude e erro.
d) fraude, erro, fraude e fraude.
e) erro, fraude, fraude e fraude.

011. (FCC/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016) Nos trabalhos de auditoria


independente na Companhia Distribuidora de Frutas e Legumes do Estado referente ao exercício
de 2015, o auditor constatou que, no mês de novembro de 2015, foram contabilizadas duas
notas fiscais de vendas com valores adulterados, para mais, em R$ 240.000,00. De acordo
com as evidências obtidas pelo auditor, as notas fiscais foram adulteradas, com o objetivo
de encobrir desvio de mercadorias no estoque. Segundo a NBC TA 240, este fato caracteriza
a) burla no controle interno.
b) erro na escrituração contábil.
c) omissão de prejuízos.
d) fraude.
e) aumento de receita de vendas.

012. (INSTITUTO AOCP/FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/PREFEITURA DE CARIACICA-


-ES/2020) As distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro.
O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de que
a) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações
contábeis. Além disso, o risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de
fraude da administração é menor do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la,
ele poderá estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.

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c) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é
dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
d) a fraude e o erro são atos intencionais da ação subjacente que resultam em distorção nas
demonstrações contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção
do erro e fraude é dos responsáveis pela auditoria, controle interno e contabilidade.

013. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) O objetivo da auditoria é


aumentar o grau de confiança dos usuários nas demonstrações contábeis. Isso é alcança-
do mediante a opinião expressa pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram
elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de
relatório financeiro aplicável. Com referência à auditoria das demonstrações contábeis,
julgue o item a seguir.
O auditor deve, antes de expressar uma opinião, ter obtido segurança razoável de que as de-
monstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente
de terem sido causadas por fraude ou erro.

014. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2010) Analise as afirmativas a seguir:


I – A prevenção e detecção da fraude é de responsabilidade da governança da entidade e da
sua administração.
II – Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar a ocorrência de fraude,
ele pode estabelecer juridicamente se realmente ocorreu fraude.
III – O auditor que realiza auditoria de acordo com as normas é responsável por obter segurança
razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes,
causadas por fraude ou erro.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se somente a afirmativa II estiver correta.

015. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/CONTABILIDADE/TRF 3ª REGIÃO/2016) Nos termos


da NBC TA 240, considere:
I – Erro que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.
II – Distorção decorrente de informações fraudulentas.
III – Distorção decorrente de apropriação indébita de ativos.

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É distorção intencional pertinente para o auditor o que consta em:


a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.

016. (VUNESP/INSPETOR FISCAL DE RENDAS/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/2019/


Q1074652) São exemplos de erro e fraude, respectivamente:
a) erros aritméticos e alteração de registros.
b) erros aritméticos e interpretação errada das variações patrimoniais.
c) aplicação incorreta das normas contábeis e interpretação errada das variações patrimoniais.
d) omissão intencional nas demonstrações contábeis e alteração de registros.
e) alteração de registros e interpretação errada das variações patrimoniais.

017. (FCC/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA/2015) Nos


termos da NBC TA 240, fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração,
dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção
de vantagem injusta ou ilegal. Os eventos ou condições que indiquem incentivo ou pressão
para a ocorrência da fraude são denominados:
a) fatores de risco.
b) elementos de associação.
c) aspectos condicionantes.
d) facilitadores.
e) causadores.

018. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/TCE-RO/2019) Os fatores que


compõem o denominado triângulo da fraude consistem em
a) conduta, hábito e fraqueza.
b) pressão, oportunidade e racionalização.
c) ambição, deslealdade e imaturidade.
d) necessidade, vaidade e conjuntura.
e) índole, prazer e ambiente.

019. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-GO/2018) Fatores de risco para a ocorrência de fraude


são pressões/incentivos, oportunidades ou atitudes/racionalizações que ocorrem natural-
mente nos mercados, mas que acabam por favorecer o surgimento de distorções relevantes
e intencionalmente causadas nas demonstrações contábeis.

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A alternativa que contém, respectivamente, uma pressão/incentivo, uma oportunidade e uma


atitude/racionalização reconhecidas nas normas como fatores de risco é:
a) Demissões previstas de empregados /ativos pequenos sem identificação clara de propriedade
/mudança do estilo de vida de funcionários com acesso a ativos.
b) Tolerância a pequenos roubos /remuneração incompatível com a expectativa /grandes quan-
tias em dinheiro em mãos.
c) Segregação inadequada de funções /investigação inadequada da vida pregressa de candi-
datos a empregos /falta de conciliação completa de ativos.
d) Mudança previstas nos planos de benefícios dos empregados /obrigações financeiras pes-
soais /relacionamentos adversos entre a entidade e empregados com acesso a dinheiro.
e) Alto nível de competição ou saturação do mercado, acompanhada por declínio da margem
de retorno /garantias pessoais em dívidas da entidade /partes significativas da remuneração
atreladas a metas agressivas de performance.

020. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA/FUNDAÇÃO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DO


SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL DO PODER JUDICIÁRIO/2016) Julgue os próximos itens, que
versam sobre fraude e erro.
O dever profissional de manter a confidencialidade das informações prestadas pelos clientes
isenta o auditor independente da responsabilidade de comunicar às autoridades de supervisão
a ocorrência de fraude na empresa auditada.

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QUESTÕES DE CONCURSO

021. (FUNIVERSA/CONTADOR/CEB-DISTRIBUIÇÃO/2010) Assinale a alternativa que indica


o tipo de auditoria que abrange o exame de legalidade dos fatos patrimoniais em face das
obrigações tributárias, trabalhistas e sociais, podendo ser feita pela própria empresa, por pro-
fissionais da contabilidade especializados, ou pelo poder público, na defesa dos interesses
da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de qualquer natureza.
a) fiscal
b) governamental
c) independente
d) de gestão do poder público
e) de gestão governamental

022. (FGV/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-AM/2022) No relatório do auditor independente, uma


demonstração contábil deve ser mencionada no parágrafo de Outros Assuntos. Assinale a
opção que indica, de acordo com as normas de auditoria, a demonstração contábil e o motivo
para a apresentação.
a) Demonstração do Valor Adicionado, por ter obrigatoriedade recente no Brasil.
b) Demonstração do Valor Adicionado, por não ser obrigatória de acordo com as normas
internacionais.
c) Demonstração do Resultado Abrangente, por ter obrigatoriedade recente no Brasil.
d) Demonstração do Resultado Abrangente, por poder ser apresentada em conjunto com outras
demonstrações contábeis.
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa, por ter substituído a Demonstração de Origens e Apli-
cações de Recursos.

023. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS-CIÊNCIAS CON-


TÁBEIS/SLU-DF/2019) Julgue o próximo item, relativos a demonstrações financeiras, seu
conteúdo e sua apresentação.
A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados é obrigatória para companhias abertas,
que deverão apresentá-la à parte da demonstração de mutações do patrimônio líquido, caso
esta seja elaborada pela companhia.

024. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS-CIÊNCIAS CON-


TÁBEIS/SLU-DF/2019) Com relação a notas explicativas às demonstrações financeiras, jul-
gue o item subsecutivo, à luz dos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis e da Lei n. 6.404/1976 e suas alterações.
As notas explicativas às demonstrações contábeis devem tratar das informações relevantes que
ocorrerem durante o exercício social e que possam afetar o processo de decisão dos usuários
externos da informação.

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025. (CESPE-CEBRASPE/ESCRIVÃO/POLÍCIA FEDERAL/2018) Previstas na Lei n. 6.404/1976,


as demonstrações contábeis obrigatórias para sociedades anônimas incluem o balanço patri-
monial (BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE). Acerca desses demonstrativos,
julgue o item seguinte.
O BP permite ao usuário da informação a análise da situação financeira da companhia em
dado momento.

026. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS-CIÊNCIAS CON-


TÁBEIS/SLU-DF/2019) Com relação a notas explicativas às demonstrações financeiras, jul-
gue o item subsecutivo, à luz dos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis e da Lei n. 6.404/1976 e suas alterações.
Companhias abertas de capital fechado cujo patrimônio líquido seja inferior a R$ 2.000.000 são
dispensadas da elaboração de notas explicativas.

027. (VUNESP/ANALISTA ADMINISTRATIVO-CONTABILIDADE/SP-URBANISMO/2014) De


acordo com o CPC 26 (R1), as demonstrações contábeis de uma Entidade são uma representação
estruturada da posição patrimonial e financeira e do seu desempenho. O objetivo das demons-
trações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do
desempenho e dos fluxos de caixa da Entidade que seja útil a um grande número de usuários em
suas avaliações e tomada de decisões econômicas. O conjunto completo dessas demonstrações
contábeis inclui, além do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do período,
a) a demonstração do resultado não abrangente do período.
b) a demonstração das origens e as aplicações de recursos.
c) o balanço social e o balanço ambiental.
d) o resultado de sustentabilidade.
e) a demonstração das mutações do patrimônio líquido do período e a demonstração dos fluxos
de caixa do período.

028. (VUNESP/ENCARREGADO DE FISCALIZAÇÃO/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/2019)


Assinale a alternativa que representa a demonstração contábil que está fundamentada em
conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que representam
dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do Produto In-
terno Bruto (PIB), e que apresenta, ainda, o quanto a entidade agrega de valor aos insumos
adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período.
a) Demonstração dos Fluxos de Caixa.
b) Demonstração da Margem de Contribuição.
c) Demonstração do Valor Adicionado.
d) Demonstração do Resultado do Exercício.
e) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
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029. (CEPS-UFPA/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/UFPA/2015) De acordo com a Norma


Técnica Brasileira de Contabilidade que trata da apresentação das Demonstrações Contábeis,
NÃO é correto afirmar:
a) As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e
financeira e do desempenho da entidade.
b) O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição
patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um
grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
c) As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da
administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos
que lhe foram confiados.
d) As demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca dos ativos, pas-
sivos, patrimônio líquido, receitas e despesas incluindo ganhos e perdas, alterações no capital
próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles, e fluxo de caixa.
e) O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: balanço patrimonial ao final do
período, demonstração do resultado do período, demonstração do resultado abrangente do pe-
ríodo, demonstração das mutações do patrimônio líquido do período, demonstração dos fluxos
de caixa do período, demonstração do valor adicionado do período e balancetes de verificação
antes e após a apuração do resultado.

030. (CESGRANRIO/ECONOMISTA/SFE/2009) O balanço patrimonial de uma empresa é um


documento contábil que mostra as(os)
a) receitas obtidas durante determinado período.
b) despesas financeiras e de capital da empresa num certo período.
c) resultados acumulados desde o início da operação da empresa.
d) valores dos bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido numa certa data.
e) lucros obtidos durante certo período.

031. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demons-


trações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o
item seguinte.
O auditor deve se preocupar com qualquer tipo de fator que cause distorção nas demonstrações
contábeis, podendo ser responsabilizado em caso de não detecção de tais fatores.

032. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demons-


trações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o
item seguinte.
A responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude compete principalmente à área de
gestão de riscos da organização.

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033. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demons-


trações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o
item seguinte.
A realização de lançamentos contábeis em contas não relacionadas, não usuais ou raramen-
te utilizadas, com números quebrados e informações de centavos, caracteriza lançamentos
fraudulentos.

034. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/CONTABILIDADE/TRE-TO/2017) João,


analista judiciário de um tribunal regional eleitoral, apresentou prestação de contas de uma
viagem realizada para representar o respectivo órgão público. Durante a revisão dos docu-
mentos, em um procedimento de auditoria interna, ficou constatado que, dos dezoito recibos
de táxi apresentados por ele, oito tinham o nome e a assinatura do mesmo taxista; entretanto,
desses oito, apenas cinco haviam sido preenchidos integralmente pelo taxista; no preenchi-
mento dos valores dos demais, percebia-se claramente a caligrafia de João. Ao ser questio-
nado pela auditoria interna, ele respondeu que preenchera os valores nos recibos a pedido do
taxista, que estava apressado. João afirmou, ainda, haver registrado as quantias devidamente
pagas por ele em dinheiro.
Nessa situação hipotética, à luz dos conceitos de erro e fraude adotados pelas Normas Brasi-
leiras de Contabilidade aplicadas à auditoria interna (NBC TI 01), o auditor, inicialmente, deverá
classificar o ato como indicativo de
a) erro, por ser ato não intencional e não conter má-fé.
b) erro, por ser ato intencional, porém não conter má-fé.
c) fraude e erro, por ser ato intencional, mas não conter má-fé.
d) fraude, por ser ato não intencional, mas conter má-fé.
e) fraude, por ser ato intencional, mesmo que não tenha má-fé.

035. (CESPE-CEBRASPE/PERITO CRIMINAL/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/2016/Q911197) A


respeito da detecção de fraudes em auditorias, assinale a opção correta.
a) Em regra, o auditor não deve aceitar como legítimos os registros e documentos da entida-
de auditada.
b) Toda distorção detectada pelo auditor nas demonstrações contábeis é considerada fraude.
c) A responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é primordialmente do auditor.
d) Devido às limitações inerentes à auditoria, é inevitável o risco de que distorções relevantes
não sejam detectadas.
e) A inserção intencional de distorções nas demonstrações contábeis para a obtenção de van-
tagem injusta ou ilegal constitui fator de risco de fraude.

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036. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE/TRT 23ª REGIÃO (MT)/2016) Nos


termos da NBC TA 240, para efeito das normas de auditoria, o auditor deve se preocupar
com a fraude
a) relacionada à constituição societária da entidade auditada.
b) que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.
c) sujeita às penas previstas na Constituição Federal.
d) que configura improbidade administrativa.
e) que possa configurar lavagem de dinheiro.

037. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-CE/2015) No exame das contas ban-


cárias − Bancos Conta Movimento do Balanço Patrimonial da Empresa de Distribuição de Gás
e Gasolina para os hospitais estaduais, o auditor independente constatou que o encarregado
da tesouraria da entidade desviou R$ 90.000,00 para conta bancária própria. Para justificar-
-se, foi apresentada ao auditor a quitação de uma duplicata referente a uma compra fictícia.
Segundo às Normas de Auditoria − NBC TAs, o ato praticado pelo encarregado da tesouraria
caracteriza:
a) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do auditor independente.
b) um roubo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do controle interno da entidade.
c) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é dos responsáveis pela go-
vernança da entidade e da sua administração.
d) um desvio de ativo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do conselho fiscal
da entidade.
e) uma evidência de auditoria que produz distorções irrelevantes nas demonstrações contábeis
da entidade.

038. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-CE/2015) Nos termos da NBC TA 240,


o ato intencional que envolve dolo para obtenção de vantagem ilegal é denominado:
a) erro.
b) fraude.
c) fator de risco.
d) risco de auditoria.
e) evento de risco.

039. (FCC/AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCM-GO/2015) Com relação à respon-


sabilidade do Auditor relativamente à fraude, é correto afirmar que:
a) O Auditor é responsável por obter segurança de que as Demonstrações Contábeis como um
todo não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro.
b) O Auditor responde apenas sobre os serviços explicitamente contratados.

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c) Embora haja limitações inerentes na auditoria, o Auditor é responsável pela prevenção e


detecção de fraude.
d) A principal responsabilidade do Auditor é emitir uma opinião limpa sobre as demonstrações
contábeis.
e) O Auditor é responsável apenas pelo exame da documentação que lhe for fornecida.

040. (FCC/AUDITOR PÚBLICO EXTERNO/TCE-RS/2014) Um auditor interno obteve confirma-


ção de irregularidades detectadas quando da realização do seu trabalho. Por consequência,
ele informou o fato à administração da entidade. A ação do auditor interno teve por objetivo
a prevenção de:
a) conclusões irrelevantes.
b) riscos de auditoria.
c) fraudes e erros.
d) informações insuficientes e inadequadas.
e) eventos não relacionados ao escopo da auditoria.

041. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-GO/2014) Para responder à questão,


considere as seguintes informações:
O auditor independente, durante a execução dos trabalhos de auditoria nas Demonstrações
Contábeis do exercício de 2014 da empresa Abacaxi Doce S/A, constatou que o valor de duas
notas fiscais referentes à venda à vista, após o recebimento em dinheiro do valor da venda, fo-
ram adulterados, possibilitando ao tesoureiro da empresa desviar R$ 10.000,00 para sua conta
bancária. Em consequência, as duas notas fiscais foram contabilizadas por um valor a menor
do que o recebido.
Com relação à adulteração de documentos com o objetivo de desvio de recursos financeiros
pelo chefe da tesouraria, de acordo com as normas de auditoria (NBC TA 240), caracteriza
a) erro grave.
b) irregularidade nos registros contábeis.
c) fraude.
d) sonegação fiscal.
e) omissão de lucro.

042. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-GO/2014) Na auditoria realizada na


empresa Distribuidora de Tomates do Centro-Oeste S/A, o Auditor independente constatou:
I – adulteração, pelo tesoureiro da empresa, no valor e no registro contábil de notas fiscais, com
o objetivo de obter vantagens financeiras.
II – aplicação incorreta de normas contábeis no que se refere ao cálculo de depreciação.
III – horas extras pagas indevidamente a funcionários já demitidos. Posteriormente, o valor
recebido indevidamente era dividido com o chefe da folha de pagamento.

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Com relação as constatações apontadas pelo Auditor, é correto afirmar que houve, respectivamente:
a) fraude, erro e erro.
b) fraude, inconsistência contábil e erro.
c) fraude, erro e fraude.
d) fraude, inconsistência contábil e erro.
e) erro, inconsistência contábil e erro.

043. (FGV/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/2016) De acordo com a NBC


TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação à Fraude, no Contexto da Auditoria de
Demonstrações Contábeis, assinale a opção que indica o(s) principal(ais) responsável(eis)
pela detecção da fraude.
a) O auditor independente.
b) O sócio encarregado do trabalho de auditoria.
c) Os funcionários da entidade.
d) Os responsáveis pela governança da entidade e sua administração.
e) O governo, representado pela Comissão de Valores Mobiliários.

044. (FGV/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-MT/2014) Em relação à responsabilidade do auditor


em casos de fraudes, assinale a afirmativa correta.
a) O auditor, para efeitos das normas de auditoria, deve estar preocupado com a fraude que
causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.
b) O auditor é o principal responsável pela prevenção e detecção da fraude em uma entidade.
c) A detecção de todos os riscos de distorções relevantes nas demonstrações contábeis é uma
das funções da auditoria.
d) O auditor deve manter postura de ceticismo profissional durante a auditoria, salvo quando há
experiência passada em relação à honestidade e à integridade da administração.
e) O auditor deve determinar respostas individuais para tratar dos riscos avaliados de distorção
relevante decorrente de fraude nas demonstrações contábeis.

045. (FGV/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/SEFAZ-RJ/2011) De acordo com o CFC,


assinale a alternativa correta.
a) O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do
que o risco de não ser detectada uma fraude decorrente de erro.
b) A capacidade do auditor de detectar uma fraude independe de fatores como a extensão da
manipulação e a dimensão relativa dos valores individuais manipulados e a posição dos indi-
víduos envolvidos.
c) A responsabilidade primeira para evitar o cometimento de fraudes em entidades que são
auditadas recai sobre o auditor.

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d) A fraude, seja na forma de informações contábeis fraudulentas ou de apropriação indevida de


ativos, envolve o incentivo ou a pressão para que ela seja cometida, mas não necessariamente
uma oportunidade percebida para tal ou alguma racionalidade (ou seja, dar razoabilidade a algo
falso) do ato.
e) São exemplos específicos de respostas à avaliação do auditor dos riscos de distorção rele-
vante, no contexto de erros e fraudes em demonstrações contábeis, visitar locais ou executar
certos testes com anúncio prévio ou solicitar que os estoques sejam contados no encerramento
dos trabalhos de auditoria.

046. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2008) O Conselho Federal de Contabilidade – CFC


conceitua fraude e erro da seguinte forma:
I – fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de docu-
mentos, registros e demonstrações contábeis; e
II – erro, o ato não-intencional, resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos
na elaboração de registros e demonstrações contábeis.
Considerando a regulamentação do assunto pelo CFC, em especial a Resolução 836, é possível
afirmar que:
a) a responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros é do auditor inde-
pendente, uma vez que é contratado para garantir que os dados constantes nas demonstrações
reflitam a real situação econômico-financeira da entidade auditada.
b) não tem o auditor independente a obrigação de comunicá-los à entidade da auditada, desde
que relevantes.
c) a auditoria de demonstrações contábeis tem como objetivo a descoberta de fraudes.
d) o auditor independente deverá considerar a possibilidade de ocorrência, inclusive na fase do
planejamento dos trabalhos.
e) como a auditoria de demonstrações contábeis não objetiva a descoberta de fraudes, o auditor
não deve considerar a possibilidade de sua ocorrência, sequer no planejamento.

047. (VUNESP/AUDITOR PLENO/SPTRANS/2012) Dentre as atividades da Auditoria Inter-


na, deve-se incluir a prevenção de fraudes e erros, que o auditor interno obriga-se a informar,
sempre por escrito, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas
no decorrer de seu trabalho. Nesse sentido, ao identificar qualquer indício de fraude relevante,
cabe ao auditor interno
a) informar às autoridades competentes, uma vez que o fraudador se apropriou de recursos que
não foram oferecidos à tributação.
b) apenas anotar nos papéis de trabalho para posteriormente verificar a veracidade e discutir
com seu supervisor.
c) informar ao órgão de classe do fraudador.
d) informar ao superior direto do fraudador.
e) informar à alta administração da empresa.

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048. (INSTITUTO AOCP/FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/PREFEITURA DE CARIACICA-


-ES/2020) As distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro.
O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de que:
a) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações
contábeis. Além disso, o risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de
fraude da administração é menor do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la,
ele poderá estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.
c) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é
dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
d) a fraude e o erro são atos intencionais da ação subjacente que resultam em distorção nas
demonstrações contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção
do erro e fraude é dos responsáveis pela auditoria, controle interno e contabilidade.

049. (INSTITUTO AOCP/FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/PREFEITURA DE CARIACICA-


-ES/2020) Na auditoria, a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é
dos responsáveis:
a) pelo controle interno da entidade e da sua contabilidade.
b) pela governança da entidade e da sua administração.
c) pela governança da entidade e do seu controle interno.
d) pela contabilidade da entidade e da sua administração.

050. (INSTITUTO AOCP/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE BETIM-MG/2020) A descoberta


de fraudes nas sociedades empresariais não é tarefa simples de se realizar e evidenciar du-
rante o decorrer dos trabalhos de auditoria, até porque pessoas que esquematizam fraudes
normalmente são pessoas altamente capacitadas e treinadas e que buscam preservar-se
de quaisquer suspeita, utilizando, para tal fim, vários instrumentos e artifícios, inclusive as
facilidades que a tecnologia traz. Nesse sentido, a principal responsabilidade pela prevenção
e detecção da fraude na auditoria de uma empresa é do(s):
a) auditor independente.
b) auditor interno e do conselho fiscal.
c) contador da empresa e da sua administração.
d) órgão responsável pela fiscalização e sua administração.
e) responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.

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051. (CONSULPLAN/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019) Fraude é o ato


intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela governança,
empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.
Falando de responsabilidades em relação a fraude, no contexto da auditoria das demonstrações
contábeis, marque o item INCORRETO:
a) A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela
governança da entidade e da sua administração.
b) A supervisão geral por parte dos responsáveis pela governança inclui a consideração do
potencial de burlar controles ou de outra influência indevida sobre o processo de elaboração de
informações contábeis, tais como tentativas da administração de gerenciar os resultados para
que influenciem a percepção dos analistas quanto à rentabilidade e desempenho da entidade.
c) O risco do auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da adminis-
tração é maior do que no caso de fraude cometida por empregados, porque a administração
frequentemente tem condições de manipular, direta ou indiretamente, os registros contábeis,
apresentar informações contábeis fraudulentas ou burlar procedimentos de controle destinados
a prevenir fraudes semelhantes, cometidas por outros empregados.
d) Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter atitude de
ceticismo profissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela
administração, e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na detecção
de erros são sempre eficazes na detecção de fraude.

052. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 23ª REGIÃO (MT)/2015) Nos termos da NBC TA


240, para efeito das normas de auditoria, o auditor deve se preocupar com a fraude:
a) que configura improbidade administrativa.
b) sujeita às penas previstas na Constituição Federal.
c) relacionada à constituição societária da entidade auditada.
d) que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.
e) que possa configurar lavagem de dinheiro.

053. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-PE/2014) Um cliente pagou uma duplicata da Companhia


Distribuidora de Novelas de Pernambuco, no total de R$ 88.500,00, sendo que R$ 3.500,00
referiam-se a juros e multas por atraso. A auditoria interna constatou que, por desconheci-
mento das normas contábeis, por parte do responsável pelos registros contábeis, os encargos
referentes ao atraso não foram contabilizados como receitas. Com relação às normas de
auditoria interna, este fato caracteriza
a) omissão de receita.
b) redução de lucros.
c) fraude.
d) apropriação de ativos.
e) erro.

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054. (FCC/AUDITOR PÚBLICO EXTERNO/TCE-RS/2014) Um auditor interno obteve confirma-


ção de irregularidades detectadas quando da realização do seu trabalho. Por consequência,
ele informou o fato à administração da entidade. A ação do auditor interno teve por objetivo
a prevenção de
a) riscos de auditoria.
b) fraudes e erros.
c) informações insuficientes e inadequadas.
d) eventos não relacionados ao escopo da auditoria.
e) conclusões irrelevantes.

055. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE/TRT 19ª REGIÃO (AL)/2014) O audi-


tor verificou que houve ato intencional de omissão de informação por parte de funcionários
da entidade auditada. Essa situação obrigou-o a assessorar a administração, informando-a,
por escrito e de maneira reservada, uma vez que, nos termos da Resolução CFC 986/2003,
trata-se de
a) erro.
b) inconsistência.
c) desvio.
d) adulteração.
e) fraude.

056. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE/TRT 3ª REGIÃO (MG)/2005) O auditor,


ao se deparar com registro contábil efetuado na empresa auditada com interpretação incoe-
rente com a norma contábil, está diante de
a) uma fraude contábil por se tratar de ato não intencional.
b) um erro por se tratar de ato não intencional.
c) um erro por se tratar de ato intencional.
d) uma fraude por se tratar de fato praticado voluntariamente.
e) um erro por ter sido praticado manipulando o fato.

057. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demons-


trações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o
item seguinte.
Omissões intencionais de eventos nas demonstrações contábeis poderão ser consideradas
erro ou fraude, conforme a gravidade.

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GABARITO

1. d 36. b
2. E 37. c
3. b 38. b
4. b 39. a
5. C 40. c
6. C 41. c
7. b 42. c
8. d 43. d
9. e 44. a
10. a 45. a
11. d 46. d
12. c 47. e
13. C 48. c
14. a 49. b
15. e 50. e
16. a 51. d
17. a 52. d
18. b 53. e
19. a 54. b
20. E 55. e
21. a 56. b
22. b 57. E
23. E
24. C
25. C
26. E
27. e
28. c
29. e
30. d
31. E
32. E
33. E
34. e
35. d

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GABARITO COMENTADO

021. (FUNIVERSA/CONTADOR/CEB-DISTRIBUIÇÃO/2010) Assinale a alternativa que indica


o tipo de auditoria que abrange o exame de legalidade dos fatos patrimoniais em face das
obrigações tributárias, trabalhistas e sociais, podendo ser feita pela própria empresa, por pro-
fissionais da contabilidade especializados, ou pelo poder público, na defesa dos interesses
da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de qualquer natureza.
a) fiscal
b) governamental
c) independente
d) de gestão do poder público
e) de gestão governamental

Vamos às definições que podemos dar a cada espécie de auditoria...


a) Certa. A auditoria fiscal tributária, no âmbito governamental, pode ser entendida como o pro-
cedimento realizado pela autoridade administrativa com vistas a verificar o correto e integral
cumprimento, por parte do contribuinte (sujeito passivo), pessoa física ou jurídica, das suas
obrigações tributárias principais e acessórias definidas pela legislação tributária. Ela pode ser
realizada tanto no âmbito privado (função de assessoria e consultoria da administração da en-
tidade) quanto por órgão público. Nessa última, ela pode abranger a arrecadação e fiscalização
de tributos (mais conhecida), como trabalhistas e sociais.
b) Errada. A auditoria Governamental pode ser compreendida como o exame realizado no âmbito
da administração pública, com vistas a avaliar o desempenho dos processos organizacionais,
envolvendo os aspectos relativos à legalidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade dos pro-
gramas e atos praticados, a partir dos recursos aplicados por entidades de direito público e
privado. A mensuração é feita partindo-se de critérios técnicos, operacionais e/ou legais.
c) Errada. A auditoria independente (ou externa) é técnica contábil que, por meio de um processo
sistemático de confrontos, testes e avaliações de dados e elementos, previamente levantados a partir
de operações, registros, transações e demonstrações financeiras, vai emitir uma opinião sobre a con-
formidade normativa dos procedimentos adotados por uma entidade no controle do seu patrimônio.
d) Errada. Não é comum encontrarmos definições para “auditoria de gestão do poder público”.
Seriam, assim, invencionices do examinador. Poderíamos citar apenas a existência da Audito-
ria de Gestão, em sentido amplo, que, nas palavras de Crepaldi e Crepaldi (2019), seria aquela
espécie que mantém forte vínculo com a “função auditoria”, dentro de uma visão sistêmica.
Nela, “todas as pessoas envolvidas na tomada de decisão devem preocupar-se com a análise
de riscos e ter conhecimento amplo das linhas de negócios da empresa/cliente”.
e) Errada. Assim como visto em relação à alternativa “d”, seria outra invencionice da banca.
Letra a.

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022. (FGV/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-AM/2022) No relatório do auditor independente, uma demons-


tração contábil deve ser mencionada no parágrafo de Outros Assuntos. Assinale a opção que indica,
de acordo com as normas de auditoria, a demonstração contábil e o motivo para a apresentação.
a) Demonstração do Valor Adicionado, por ter obrigatoriedade recente no Brasil.
b) Demonstração do Valor Adicionado, por não ser obrigatória de acordo com as normas internacionais.
c) Demonstração do Resultado Abrangente, por ter obrigatoriedade recente no Brasil.
d) Demonstração do Resultado Abrangente, por poder ser apresentada em conjunto com outras
demonstrações contábeis.
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa, por ter substituído a Demonstração de Origens e Apli-
cações de Recursos.

A NBC CTA 02 – “Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações


Contábeis Individuais e Consolidadas” destaca ainda que, por não ser uma demonstração obri-
gatória no conjunto das DC segundo as normas internacionais de contabilidade (IFRS), deve
a DVA ser considerada uma informação suplementar e, como tal, ser tratada em parágrafo de
outros assuntos, após o parágrafo de opinião.
Letra b.

023. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS-CIÊNCIAS CON-


TÁBEIS/SLU-DF/2019) Julgue o próximo item, relativos a demonstrações financeiras, seu
conteúdo e sua apresentação.
A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados é obrigatória para companhias abertas,
que deverão apresentá-la à parte da demonstração de mutações do patrimônio líquido, caso
esta seja elaborada pela companhia.

Na verdade, as companhias estarão desobrigadas de apresentarem a DLPA, desde que elaborem


a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), quando uma parte dela eviden-
ciará as informações que constariam na DLPA.
Errado.

024. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS-CIÊNCIAS CON-


TÁBEIS/SLU-DF/2019) Com relação a notas explicativas às demonstrações financeiras, jul-
gue o item subsecutivo, à luz dos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis e da Lei n. 6.404/1976 e suas alterações.
As notas explicativas às demonstrações contábeis devem tratar das informações relevantes que
ocorrerem durante o exercício social e que possam afetar o processo de decisão dos usuários
externos da informação.

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Seguindo o que dispõe a NBC TG 26 (R5), uma das funções das Notas Explicativas é mesmo
prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis,
mas que seja relevante para sua compreensão. Ou seja, que sejam úteis no processo de tomada
de decisão de seus usuários.
Certo.

025. (CESPE-CEBRASPE/ESCRIVÃO/POLÍCIA FEDERAL/2018) Previstas na Lei n. 6.404/1976,


as demonstrações contábeis obrigatórias para sociedades anônimas incluem o balanço patri-
monial (BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE). Acerca desses demonstrativos,
julgue o item seguinte.
O BP permite ao usuário da informação a análise da situação financeira da companhia em
dado momento.

É o que dispõe o art. 178 da lei citada, que assim dispõe: “no balanço, as contas serão classi-
ficadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.
Certo.

026. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS-CIÊNCIAS CON-


TÁBEIS/SLU-DF/2019) Com relação a notas explicativas às demonstrações financeiras, jul-
gue o item subsecutivo, à luz dos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis e da Lei n. 6.404/1976 e suas alterações.
Companhias abertas de capital fechado cujo patrimônio líquido seja inferior a R$ 2.000.000 são
dispensadas da elaboração de notas explicativas.

Invencionice da banca. Na verdade, a companhia fechada com patrimônio líquido, na data do


balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e à
publicação da DVA. Ou seja, a regra não tem nada a ver com as notas explicativas.
Errado.

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027. (VUNESP/ANALISTA ADMINISTRATIVO-CONTABILIDADE/SP-URBANISMO/2014) De


acordo com o CPC 26 (R1), as demonstrações contábeis de uma Entidade são uma represen-
tação estruturada da posição patrimonial e financeira e do seu desempenho. O objetivo das
demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e
financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da Entidade que seja útil a um grande núme-
ro de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. O conjunto completo
dessas demonstrações contábeis inclui, além do balanço patrimonial e da demonstração do
resultado do período,
a) a demonstração do resultado não abrangente do período.
b) a demonstração das origens e as aplicações de recursos.
c) o balanço social e o balanço ambiental.
d) o resultado de sustentabilidade.
e) a demonstração das mutações do patrimônio líquido do período e a demonstração dos fluxos
de caixa do período.

Observando as Práticas Contábeis Brasileiras, em especial a Lei n. 6.404/1976, as NBCs e


CPCs, podemos indicar como obrigatórias no país o Balanço Patrimonial, a Demonstração de
Resultado do Exercício, a Demonstração do Resultado Abrangente, a Demonstração das Mu-
tações do Patrimônio Líquido (que pode substituir a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados), a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Valor Adicionado e as
Notas Explicativas.
Letra e.

028. (VUNESP/ENCARREGADO DE FISCALIZAÇÃO/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/2019)


Assinale a alternativa que representa a demonstração contábil que está fundamentada em
conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores que representam
dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do Produto In-
terno Bruto (PIB), e que apresenta, ainda, o quanto a entidade agrega de valor aos insumos
adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período.
a) Demonstração dos Fluxos de Caixa.
b) Demonstração da Margem de Contribuição.
c) Demonstração do Valor Adicionado.
d) Demonstração do Resultado do Exercício.
e) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

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O CPC 09 nos diz, lá no item 10, que a A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômi-
cos, buscando apresentar, eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela
de contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demons-
tração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e
que são vendidos ou consumidos durante determinado período.
Letra c.

029. (CEPS-UFPA/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/UFPA/2015) De acordo com a Norma


Técnica Brasileira de Contabilidade que trata da apresentação das Demonstrações Contábeis,
NÃO é correto afirmar:
a) As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e
financeira e do desempenho da entidade.
b) O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição
patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um
grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
c) As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da
administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos
que lhe foram confiados.
d) As demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca dos ativos, pas-
sivos, patrimônio líquido, receitas e despesas incluindo ganhos e perdas, alterações no capital
próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles, e fluxo de caixa.
e) O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui: balanço patrimonial ao final do
período, demonstração do resultado do período, demonstração do resultado abrangente do pe-
ríodo, demonstração das mutações do patrimônio líquido do período, demonstração dos fluxos
de caixa do período, demonstração do valor adicionado do período e balancetes de verificação
antes e após a apuração do resultado.

Os balancetes de verificação antes e após a apuração do resultado não se apresentam como


espécies de relatórios financeiros. Trata-se de um instrumento, uma técnica usada, geralmente,
para se conferir se os lançamentos feitos pela contabilidade de uma empresa estão corretos,
sem inconsistências. Por meio dele, é possível verificar, por exemplo, se o total de débitos está,
de fato, equivalente ao total de créditos.
Letra e.

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030. (CESGRANRIO/ECONOMISTA/SFE/2009) O balanço patrimonial de uma empresa é um


documento contábil que mostra as(os)
a) receitas obtidas durante determinado período.
b) despesas financeiras e de capital da empresa num certo período.
c) resultados acumulados desde o início da operação da empresa.
d) valores dos bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido numa certa data.
e) lucros obtidos durante certo período.

É isso. As informações relativas ao patrimônio de determinada entidade, em certa data, apre-


sentadas por meio do BP, estarão consolidadas nessa demonstração nos grupos do Ativo (bens
e direitos), do Passivo (obrigações) e do Patrimônio Líquido da entidade.
Letra d.

031. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demons-


trações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o
item seguinte.
O auditor deve se preocupar com qualquer tipo de fator que cause distorção nas demonstrações
contábeis, podendo ser responsabilizado em caso de não detecção de tais fatores.

Para efeitos das normas de auditoria, o auditor se preocupará com a fraude que venha a causar
distorção RELEVANTE nas demonstrações contábeis, com especial para dois tipos: as distorções
decorrentes de informações contábeis fraudulentas e a da apropriação indébita de ativos. É o
que dispõe o item 3 da NBC TA 240 (R1).
Errado.

032. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demons-


trações contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o
item seguinte.
A responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude compete principalmente à área de
gestão de riscos da organização.

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude, segundo disposição da NBC


TA 240 (R1), item 4, é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
Errado.

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033. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demonstrações


contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o item seguinte.
A realização de lançamentos contábeis em contas não relacionadas, não usuais ou raramente utili-
zadas, com números quebrados e informações de centavos, caracteriza lançamentos fraudulentos.

Questão maldosa, típica do Cebraspe/Cespe! O erro da questão está no grau de afirmação.


Essas características apresentadas nos lançamentos analisados (registro em constas não
relacionadas, não usuais ou raramente utilizadas, com números quebrados e informações de
centavos) são INDÍCIOS de fraude, e não uma certeza, como quis dizer o examinador. Portanto,
não podemos dizer que elas caracterizam lançamentos fraudulentos, mas apenas que PODERÃO
CARACTERIZAR lançamentos fraudulentos.
Errado.

034. (CESPE-CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/CONTABILIDADE/TRE-TO/2017) João, ana-


lista judiciário de um tribunal regional eleitoral, apresentou prestação de contas de uma viagem
realizada para representar o respectivo órgão público. Durante a revisão dos documentos, em um
procedimento de auditoria interna, ficou constatado que, dos dezoito recibos de táxi apresentados
por ele, oito tinham o nome e a assinatura do mesmo taxista; entretanto, desses oito, apenas
cinco haviam sido preenchidos integralmente pelo taxista; no preenchimento dos valores dos
demais, percebia-se claramente a caligrafia de João. Ao ser questionado pela auditoria interna,
ele respondeu que preenchera os valores nos recibos a pedido do taxista, que estava apressado.
João afirmou, ainda, haver registrado as quantias devidamente pagas por ele em dinheiro.
Nessa situação hipotética, à luz dos conceitos de erro e fraude adotados pelas Normas Brasi-
leiras de Contabilidade aplicadas à auditoria interna (NBC TI 01), o auditor, inicialmente, deverá
classificar o ato como indicativo de
a) erro, por ser ato não intencional e não conter má-fé.
b) erro, por ser ato intencional, porém não conter má-fé.
c) fraude e erro, por ser ato intencional, mas não conter má-fé.
d) fraude, por ser ato não intencional, mas conter má-fé.
e) fraude, por ser ato intencional, mesmo que não tenha má-fé.

Quando o examinador cita que tínhamos, em grande parte dos recibos do transporte usado
por João (táxi), o preenchimento com a caligrafia do servidor, corroborado por esse quando
indagado, está a indicar que houve intenção do agente na geração da distorção detectada, qual
seja, a adulteração, manipulação ou falsificação do documento. Não cabe ao auditor interno,
neste caso, dizer se houve ou não má fé. Somente uma investigação interna, mediante processo
administrativo, será capaz de dizê-lo. Eis a sutileza.
Letra e.

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035. (CESPE-CEBRASPE/PERITO CRIMINAL/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/2016/Q911197) A


respeito da detecção de fraudes em auditorias, assinale a opção correta.
a) Em regra, o auditor não deve aceitar como legítimos os registros e documentos da entida-
de auditada.
b) Toda distorção detectada pelo auditor nas demonstrações contábeis é considerada fraude.
c) A responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é primordialmente do auditor.
d) Devido às limitações inerentes à auditoria, é inevitável o risco de que distorções relevantes
não sejam detectadas.
e) A inserção intencional de distorções nas demonstrações contábeis para a obtenção de van-
tagem injusta ou ilegal constitui fator de risco de fraude.

Seguindo o disposto na NBC TP 240 (R1):


a) Errada. É justamente o contrário. Em regra, deverá o auditor considerar como legítimos os
registros e documentos da entidade auditada, a não ser que haja razões para crer o contrário
(item 12).
b) Errada. Será fraude quando o ato subjacente for intencional, e erro quando não intencio-
nal (item 2).
c) Errada. Essa responsabilidade recai sobre a administração (item 4).
d) Certa. É o que diz o item 5 da NBC, que faz referência à NBC TA 200.
e) Errada. O erro está indicar a situação como um fator de risco de fraude, pois se encaixa,
melhor, na definição da fraude em si.
Letra d.

036. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE/TRT 23ª REGIÃO (MT)/2016) Nos


termos da NBC TA 240, para efeito das normas de auditoria, o auditor deve se preocupar
com a fraude
a) relacionada à constituição societária da entidade auditada.
b) que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.
c) sujeita às penas previstas na Constituição Federal.
d) que configura improbidade administrativa.
e) que possa configurar lavagem de dinheiro.

Item 3 da NBC TA 240 (R1):

Embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeitos das normas de auditoria, o auditor
está preocupado com a fraude que causa distorção relevante nas demonstrações Contábeis (...).

Letra b.

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037. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-CE/2015) No exame das contas ban-


cárias − Bancos Conta Movimento do Balanço Patrimonial da Empresa de Distribuição de Gás
e Gasolina para os hospitais estaduais, o auditor independente constatou que o encarregado
da tesouraria da entidade desviou R$ 90.000,00 para conta bancária própria. Para justificar-
-se, foi apresentada ao auditor a quitação de uma duplicata referente a uma compra fictícia.
Segundo às Normas de Auditoria − NBC TAs, o ato praticado pelo encarregado da tesouraria
caracteriza:
a) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do auditor independente.
b) um roubo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do controle interno da entidade.
c) uma fraude, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é dos responsáveis pela go-
vernança da entidade e da sua administração.
d) um desvio de ativo, cuja responsabilidade pela prevenção e detecção é do conselho fiscal
da entidade.
e) uma evidência de auditoria que produz distorções irrelevantes nas demonstrações contábeis
da entidade.

Nitidamente um tipo de distorção causada por um ato intencional, ou seja, com dolo (vontade),
no intuito de obter vantagem injusta ou ilegal. Estamos falando, pois, do conceito de fraude, cuja
responsabilidade pela prevenção e detecção é dos responsáveis pela governança da entidade
e da sua administração.
Letra c.

038. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-CE/2015) Nos termos da NBC TA 240,


o ato intencional que envolve dolo para obtenção de vantagem ilegal é denominado:
a) erro.
b) fraude.
c) fator de risco.
d) risco de auditoria.
e) evento de risco.

Segundo disposição do item 11, alínea “a” da NBC TA 240 (R1), a:

Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela go-
vernança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.

Letra b.

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039. (FCC/AUDITOR CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCM-GO/2015) Com relação à respon-


sabilidade do Auditor relativamente à fraude, é correto afirmar que:
a) O Auditor é responsável por obter segurança de que as Demonstrações Contábeis como um
todo não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro.
b) O Auditor responde apenas sobre os serviços explicitamente contratados.
c) Embora haja limitações inerentes na auditoria, o Auditor é responsável pela prevenção e
detecção de fraude.
d) A principal responsabilidade do Auditor é emitir uma opinião limpa sobre as demonstrações
contábeis.
e) O Auditor é responsável apenas pelo exame da documentação que lhe for fornecida.

Guarde isso: a responsabilidade do auditor se resume a obter segurança razoável de que as


demonstrações contábeis, como um todo, estão livres de distorção relevantes, independente-
mente se causadas por fraude ou erro. É o que diz a NBC TA 200 (R1), item 5.
Letra a.

040. (FCC/AUDITOR PÚBLICO EXTERNO/TCE-RS/2014) Um auditor interno obteve confirma-


ção de irregularidades detectadas quando da realização do seu trabalho. Por consequência,
ele informou o fato à administração da entidade. A ação do auditor interno teve por objetivo
a prevenção de:
a) conclusões irrelevantes.
b) riscos de auditoria.
c) fraudes e erros.
d) informações insuficientes e inadequadas.
e) eventos não relacionados ao escopo da auditoria.

Nos termos da NBC TI 01:

A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de frau-


des e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer
indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

Letra c.

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041. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-GO/2014) Para responder à questão,


considere as seguintes informações:
O auditor independente, durante a execução dos trabalhos de auditoria nas Demonstrações
Contábeis do exercício de 2014 da empresa Abacaxi Doce S/A, constatou que o valor de duas
notas fiscais referentes à venda à vista, após o recebimento em dinheiro do valor da venda, fo-
ram adulterados, possibilitando ao tesoureiro da empresa desviar R$ 10.000,00 para sua conta
bancária. Em consequência, as duas notas fiscais foram contabilizadas por um valor a menor
do que o recebido.
Com relação à adulteração de documentos com o objetivo de desvio de recursos financeiros
pelo chefe da tesouraria, de acordo com as normas de auditoria (NBC TA 240), caracteriza
a) erro grave.
b) irregularidade nos registros contábeis.
c) fraude.
d) sonegação fiscal.
e) omissão de lucro.

Lembre-se: segundo o item 11, alínea “a” da NBC TA 240 (R1), a:

Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela go-
vernança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.

Letra c.

042. (FCC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-GO/2014) Na auditoria realizada na


empresa Distribuidora de Tomates do Centro-Oeste S/A, o Auditor independente constatou:
I – adulteração, pelo tesoureiro da empresa, no valor e no registro contábil de notas fiscais, com
o objetivo de obter vantagens financeiras.
II – aplicação incorreta de normas contábeis no que se refere ao cálculo de depreciação.
III – horas extras pagas indevidamente a funcionários já demitidos. Posteriormente, o valor
recebido indevidamente era dividido com o chefe da folha de pagamento.
Com relação as constatações apontadas pelo Auditor, é correto afirmar que houve, respectivamente:
a) fraude, erro e erro.
b) fraude, inconsistência contábil e erro.
c) fraude, erro e fraude.
d) fraude, inconsistência contábil e erro.
e) erro, inconsistência contábil e erro.

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Analisemos item a item...


I – Fraude. Adulteração (ou alteração) de registros contábeis é típico caso de distorção por ato
intencional (fraude), geradora de informações contábeis fraudulentas.
II – Erro. Aplicação incorreta, envolvendo casos, é erro de interpretação das normas.
III – Fraude. Apropriação indevida de ativos, mediante fraude, facilitada pelo conluio entre em-
pregados e chefe do departamento.
Letra c.

043. (FGV/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/2016) De acordo com a NBC


TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação à Fraude, no Contexto da Auditoria de
Demonstrações Contábeis, assinale a opção que indica o(s) principal(ais) responsável(eis)
pela detecção da fraude.
a) O auditor independente.
b) O sócio encarregado do trabalho de auditoria.
c) Os funcionários da entidade.
d) Os responsáveis pela governança da entidade e sua administração.
e) O governo, representado pela Comissão de Valores Mobiliários.

Tranquilidade total. NBC TA 240 (R1):

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela gover-
nança da entidade e da sua administração.

Letra d.

044. (FGV/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-MT/2014) Em relação à responsabilidade do auditor


em casos de fraudes, assinale a afirmativa correta.
a) O auditor, para efeitos das normas de auditoria, deve estar preocupado com a fraude que
causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.
b) O auditor é o principal responsável pela prevenção e detecção da fraude em uma entidade.
c) A detecção de todos os riscos de distorções relevantes nas demonstrações contábeis é uma
das funções da auditoria.
d) O auditor deve manter postura de ceticismo profissional durante a auditoria, salvo quando há
experiência passada em relação à honestidade e à integridade da administração.
e) O auditor deve determinar respostas individuais para tratar dos riscos avaliados de distorção
relevante decorrente de fraude nas demonstrações contábeis.
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Segundo a NBT TA 240 (R1), em seu item 3, para efeitos das normas de auditoria, embora a
fraude constitua um conceito jurídico amplo, o auditor deve ser preocupar com aquele tipo de
fraude que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis. Quanto às demais alter-
nativas, temos:
b) Errada. É dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração a principal
responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude (tem 4).
c) Errada. O auditor não é responsável pela detecção dos riscos de distorção relevante mas, sim,
por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém
distorções relevantes, causadas por fraude ou erro (item 5).
d) Errada. O ceticismo deve se fazer presente sempre no trabalho do auditor, sem exceção. Ou
seja, independe de o auditor ter experiência passada em relação à honestidade e integridade
da administração e dos responsáveis pela governança da entidade (item 12).
e) Errada. As respostas, nestes casos, deverão ser do tipo globais, e não individuais (item 28).
Letra a.

045. (FGV/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/SEFAZ-RJ/2011) De acordo com o CFC,


assinale a alternativa correta.
a) O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do
que o risco de não ser detectada uma fraude decorrente de erro.
b) A capacidade do auditor de detectar uma fraude independe de fatores como a extensão da
manipulação e a dimensão relativa dos valores individuais manipulados e a posição dos indi-
víduos envolvidos.
c) A responsabilidade primeira para evitar o cometimento de fraudes em entidades que são
auditadas recai sobre o auditor.
d) A fraude, seja na forma de informações contábeis fraudulentas ou de apropriação indevida de
ativos, envolve o incentivo ou a pressão para que ela seja cometida, mas não necessariamente
uma oportunidade percebida para tal ou alguma racionalidade (ou seja, dar razoabilidade a algo
falso) do ato.
e) São exemplos específicos de respostas à avaliação do auditor dos riscos de distorção rele-
vante, no contexto de erros e fraudes em demonstrações contábeis, visitar locais ou executar
certos testes com anúncio prévio ou solicitar que os estoques sejam contados no encerramento
dos trabalhos de auditoria.

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A fraude é mais difícil de ser detectada por vários motivos. Primeiro, por envolver esquemas
sofisticados e organizados cuidadosamente, de forma a ocultá-los. São exemplos a falsificação,
a omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas represen-
tações ao auditor. As dificuldades aumentam quando perpetradas através de conluio, ou seja,
a reunião de duas ou mais pessoas para a prática da irregularidade. Isso está na NBC TA 240
(R1), em seu item 6. Ainda em relação à norma, temos que:
b) Errada. O mesmo item 6 diz que:

A capacidade do auditor de detectar uma fraude depende de fatores como a habilidade do perpetra-
dor, a frequência e a extensão da manipulação, o grau de conluio, a dimensão relativa dos valores
individuais manipulados e a posição dos indivíduos envolvidos.

c) Errada. Segundo vimos no item 4 da norma:

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela gover-
nança da entidade e da sua administração.

d) Errada. O item A1 diz que:

A fraude, seja na forma de informações contábeis fraudulentas ou de apropriação indevida de


ativos, envolve o incentivo ou a pressão para que ela seja cometida, uma oportunidade percebida
para tal e alguma racionalidade (ou seja, dar razoabilidade a algo falso) do ato.

e) Errada. Na verdade, o cuidado é justamente não anunciar previamente. Elemento surpresa.


A norma, em seu Apêndice 2, diz que, entre os exemplos de respostas, está o de:

Visitar locais ou executar certos testes de surpresa, sem anúncio prévio. Por exemplo, observar o
estoque em locais onde a presença do auditor não foi previamente anunciada, efetuar contagem
de caixa em data não anunciada, sem anúncio prévio.

Letra a.

046. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2008) O Conselho Federal de Contabilidade – CFC


conceitua fraude e erro da seguinte forma:
I – fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de docu-
mentos, registros e demonstrações contábeis; e
II – erro, o ato não-intencional, resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos
na elaboração de registros e demonstrações contábeis.

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Considerando a regulamentação do assunto pelo CFC, em especial a Resolução 836, é possível


afirmar que:
a) a responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraudes e erros é do auditor inde-
pendente, uma vez que é contratado para garantir que os dados constantes nas demonstrações
reflitam a real situação econômico-financeira da entidade auditada.
b) não tem o auditor independente a obrigação de comunicá-los à entidade da auditada, desde
que relevantes.
c) a auditoria de demonstrações contábeis tem como objetivo a descoberta de fraudes.
d) o auditor independente deverá considerar a possibilidade de ocorrência, inclusive na fase do
planejamento dos trabalhos.
e) como a auditoria de demonstrações contábeis não objetiva a descoberta de fraudes, o auditor
não deve considerar a possibilidade de sua ocorrência, sequer no planejamento.

A responsabilidade primária pela prevenção e detecção de fraudes é da administração e dos


responsáveis pela governança da entidade, não do auditor (“a” errada). O auditor independente,
caso identifique uma fraude ou obtenha informações que indiquem a possibilidade de fraude,
tem a obrigação de comunicar a pessoa de nível apropriado da administração que tem a respon-
sabilidade primordial de prevenir e detectar fraude em assuntos relevantes no âmbito de suas
responsabilidades (“b” errada). A auditoria não tem como objetivo a descoberta de fraudes (“c”
errada), embora deva considerar a possibilidade de ocorrência (“e” errada), inclusive na fase do
planejamento dos trabalhos (“d” correta).
Letra d.

047. (VUNESP/AUDITOR PLENO/SPTRANS/2012) Dentre as atividades da Auditoria Inter-


na, deve-se incluir a prevenção de fraudes e erros, que o auditor interno obriga-se a informar,
sempre por escrito, sobre quaisquer indícios ou confirmações de irregularidades detectadas
no decorrer de seu trabalho. Nesse sentido, ao identificar qualquer indício de fraude relevante,
cabe ao auditor interno
a) informar às autoridades competentes, uma vez que o fraudador se apropriou de recursos que
não foram oferecidos à tributação.
b) apenas anotar nos papéis de trabalho para posteriormente verificar a veracidade e discutir
com seu supervisor.
c) informar ao órgão de classe do fraudador.
d) informar ao superior direto do fraudador.
e) informar à alta administração da empresa.

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Nos termos da NBC TI 01:

A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de frau-


des e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer
indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

Letra e.

048. (INSTITUTO AOCP/FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/PREFEITURA DE CARIACICA-


-ES/2020) As distorções nas demonstrações contábeis podem originar-se de fraude ou erro.
O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de que:
a) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstrações
contábeis. Além disso, o risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de
fraude da administração é menor do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la,
ele poderá estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.
c) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é
dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
d) a fraude e o erro são atos intencionais da ação subjacente que resultam em distorção nas
demonstrações contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção
do erro e fraude é dos responsáveis pela auditoria, controle interno e contabilidade.

a) Errada. O risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da
administração é MAIOR do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) Errada. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la, NÃO
cabe a ele estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.
c) Certa. Itens 2 e 4 da NBC TA 240 (R1).
d) Errada. O erro, ao contrário da fraude, é ato NÃO intencional. A principal responsabilidade
pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua
administração.
Letra c.

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049. (INSTITUTO AOCP/FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS/PREFEITURA DE CARIACICA-ES/


2020) Na auditoria, a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos
responsáveis:
a) pelo controle interno da entidade e da sua contabilidade.
b) pela governança da entidade e da sua administração.
c) pela governança da entidade e do seu controle interno.
d) pela contabilidade da entidade e da sua administração.

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude, segundo disposição da NBC


TA 240 (R1), item 4, é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
Letra b.

050. (INSTITUTO AOCP/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE BETIM-MG/2020) A descoberta


de fraudes nas sociedades empresariais não é tarefa simples de se realizar e evidenciar du-
rante o decorrer dos trabalhos de auditoria, até porque pessoas que esquematizam fraudes
normalmente são pessoas altamente capacitadas e treinadas e que buscam preservar-se
de quaisquer suspeita, utilizando, para tal fim, vários instrumentos e artifícios, inclusive as
facilidades que a tecnologia traz. Nesse sentido, a principal responsabilidade pela prevenção
e detecção da fraude na auditoria de uma empresa é do(s):
a) auditor independente.
b) auditor interno e do conselho fiscal.
c) contador da empresa e da sua administração.
d) órgão responsável pela fiscalização e sua administração.
e) responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.

Nos termos do item 4 da NBC TA 240 (R1), A principal responsabilidade pela prevenção e de-
tecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
Letra e.

051. (CONSULPLAN/AUDITOR-FISCAL/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019) Fraude é o ato


intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela governança,
empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.
Falando de responsabilidades em relação a fraude, no contexto da auditoria das demonstrações
contábeis, marque o item INCORRETO:
a) A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela
governança da entidade e da sua administração.

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b) A supervisão geral por parte dos responsáveis pela governança inclui a consideração do
potencial de burlar controles ou de outra influência indevida sobre o processo de elaboração de
informações contábeis, tais como tentativas da administração de gerenciar os resultados para
que influenciem a percepção dos analistas quanto à rentabilidade e desempenho da entidade.
c) O risco do auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da adminis-
tração é maior do que no caso de fraude cometida por empregados, porque a administração
frequentemente tem condições de manipular, direta ou indiretamente, os registros contábeis,
apresentar informações contábeis fraudulentas ou burlar procedimentos de controle destinados
a prevenir fraudes semelhantes, cometidas por outros empregados.
d) Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter atitude de
ceticismo profissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela
administração, e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na detecção
de erros são sempre eficazes na detecção de fraude.

A NBC TA 240 (R1), em seu item 8, diz, na verdade, que:

Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter atitude de ceticismo


profissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela administração,
e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na detecção de erros PODEM
NÃO SER eficazes na detecção de fraude.

Letra d.

052. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT 23ª REGIÃO (MT)/2015) Nos termos da NBC TA


240, para efeito das normas de auditoria, o auditor deve se preocupar com a fraude:
a) que configura improbidade administrativa.
b) sujeita às penas previstas na Constituição Federal.
c) relacionada à constituição societária da entidade auditada.
d) que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis.
e) que possa configurar lavagem de dinheiro.

Para efeitos das normas de auditoria, o auditor se preocupará com a fraude que venha a causar
distorção RELEVANTE nas demonstrações contábeis, com especial para dois tipos: as distorções
decorrentes de informações contábeis fraudulentas e a da apropriação indébita de ativos. É o
que dispõe o item 3 da NBC TA 240 (R1).
Letra d.

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053. (FCC/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-PE/2014) Um cliente pagou uma duplicata da Companhia


Distribuidora de Novelas de Pernambuco, no total de R$ 88.500,00, sendo que R$ 3.500,00
referiam-se a juros e multas por atraso. A auditoria interna constatou que, por desconheci-
mento das normas contábeis, por parte do responsável pelos registros contábeis, os encargos
referentes ao atraso não foram contabilizados como receitas. Com relação às normas de
auditoria interna, este fato caracteriza
a) omissão de receita.
b) redução de lucros.
c) fraude.
d) apropriação de ativos.
e) erro.

A questão não demanda muita queima de neurônio. Veja que o examinador aponta que a
distorção verificada nos registros contábeis (e pode ocorrer também nos livros fiscais) foram
causadas por desconhecimento. Ou seja, não foram intencionais. Ora, não sendo intencionais,
não há que se falar em fraude.
Letra e.

054. (FCC/AUDITOR PÚBLICO EXTERNO/TCE-RS/2014) Um auditor interno obteve confirma-


ção de irregularidades detectadas quando da realização do seu trabalho. Por consequência,
ele informou o fato à administração da entidade. A ação do auditor interno teve por objetivo
a prevenção de
a) riscos de auditoria.
b) fraudes e erros.
c) informações insuficientes e inadequadas.
d) eventos não relacionados ao escopo da auditoria.
e) conclusões irrelevantes.

A NBC TI 01 (da Auditoria Interna) assevera que:

A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de frau-


des e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer
indícios ou confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

Notamos, portanto, que o examinador se inspirou neste dispositivo da norma para formular
a questão.
Letra b.

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055. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE/TRT 19ª REGIÃO (AL)/2014) O auditor


verificou que houve ato intencional de omissão de informação por parte de funcionários da
entidade auditada. Essa situação obrigou-o a assessorar a administração, informando-a, por
escrito e de maneira reservada, uma vez que, nos termos da Resolução CFC 986/2003, trata-se de
a) erro.
b) inconsistência.
c) desvio.
d) adulteração.
e) fraude.

Falou em distorção causada por ato intencional, lembre-se: é fraude. Não titubeie.
Letra e.

056. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTABILIDADE/TRT 3ª REGIÃO (MG)/2005) O auditor,


ao se deparar com registro contábil efetuado na empresa auditada com interpretação incoe-
rente com a norma contábil, está diante de
a) uma fraude contábil por se tratar de ato não intencional.
b) um erro por se tratar de ato não intencional.
c) um erro por se tratar de ato intencional.
d) uma fraude por se tratar de fato praticado voluntariamente.
e) um erro por ter sido praticado manipulando o fato.

Interpretação incoerente não quer dizer má interpretação intencional. Logo, devemos entender que o
examinador está se referindo a uma distorção decorrente de ato não intencional, ou seja, de um erro.
Letra b.

057. (CESPE-CEBRASPE/AUDITOR-FISCAL/SEFAZ-DF/2020) As distorções nas demonstrações


contábeis podem originar-se de fraude ou de erro. Acerca desse assunto, julgue o item seguinte.
Omissões intencionais de eventos nas demonstrações contábeis poderão ser consideradas
erro ou fraude, conforme a gravidade.

O que vai distinguir a fraude e o erro é a intenção do agente, e não a intensidade dos danos
provocados, como quer fazer crer o enunciado. Enquanto a fraude se revela como um ato in-
tencional, no erro ele é não intencional. Em síntese, podemos afirmar que a gravidade não é
elemento que distingue um elemento do outro.
Errado.

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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo:
Atlas. 2019.

ATTIE, Willian. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

BRASIL. Decreto n.9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a fiscalização,


a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.

BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TA 240 (R1) – Responsabilidade do Auditor


em relação à fraude, no contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis. Brasília: 2016.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG 03 (R3) – Demonstração dos Fluxos de


Caixa. Brasília: 2016.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado.


Brasília: 2008.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG 26 (R5) – Apresentação das Demonstrações


Contábeis. Brasília: 2017.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TI 01 – Da Auditoria Interna. Brasília: 2003.

CREPALDI, Sílvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria Fiscal e Tributária. 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2019.

FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

SANTOS, José Luiz; SCHMIDT, Paulo; GOMES, José Mário Matsumura. Fundamentos de Audi-
toria Fiscal. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

Andrey Soares
Bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduado em Direito e Processo Tributário. Ocupa, atualmente, o
cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, exercendo a função de Delegado da Receita Federal.
É professor de Auditoria e Perícia Contábil. Coleciona aprovações em diversos concursos públicos
municipais, estaduais e federais, entre os quais para a Polícia Civil de MG (foi Investigador) e para a Polícia
Federal (Escrivão). Na RFB, atuou ainda como Analista Tributário.

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