Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livro Eletrônico
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração....................................................................6
1. Auditoria Fiscal Tributária. . ....................................................................................................................................6
1.1. Conceito..........................................................................................................................................................................7
1.2. Finalidade......................................................................................................................................................................8
2. Demonstrações Contábeis Sujeitas a Auditoria.......................................................................................11
3. A Fraude e o Erro nas Escritas Contábil e Fiscal................................................................................... 22
3.1. Definições...................................................................................................................................................................23
3.2. Objetivos do Auditor e Responsabilidades pela Prevenção e Detecção de Fraudes. . ..29
3.3. Espécies e Identificação da Fraude. ...........................................................................................................34
3.4. Fatores de Risco de Fraude. . ...........................................................................................................................37
3.5. Atitudes do Auditor Diante da Identificação de Distorções........................................................44
3.6. A Fraude para Fins Fiscais e os Deveres do Auditor........................................................................47
Resumo.................................................................................................................................................................................51
Mapa Mental..................................................................................................................................................................... 59
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................62
Questões de Concurso................................................................................................................................................68
Gabarito............................................................................................................................................................................... 79
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................80
Referências..................................................................................................................................................................... 100
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Apresentação
Olá, futuro(a) servidor(a)! Quanta honra ministrar-lhe este curso. Está é a nossa inaugural
do mais novo, completo e didático curso de AUDITORIA, que vem permitindo a milhares de
concurseiros(as) a terem uma nova experiência com essa magnífica técnica da Contabilidade.
Uma abordagem facilitada, especialmente focada em concursos.
Abriremos nosso curso com três temas especiais. O primeiro, dando-lhe uma noção sobre
o que é essa “nova” Auditoria Fiscal Tributária que vem sendo cobrada pelas grandes bancas
nos mais novos concursos da área fiscal. Falaremos, ainda, sobre quais são as demonstrações
contábeis que estão sujeitas à auditoria. E, para fecharmos a aula, conheceremos o que há de
mais importante sobre a identificação de fraudes e erros na escrituração, tema esse sempre
relevante quando falamos de concursos de alto nível, como este.
Caro(a) aluno(a), você está diante de um curso que aborda uma disciplina que, definiti-
vamente, veio para ficar. Começou de forma tímida e, ainda que com algumas adaptações
nos tópicos cobrados pelas bancas, hoje está presente praticamente em todos os grandes
concursos da área fiscal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
E que bom constatar isso! As bancas, finalmente, começam a abordar aquela auditoria
que, de fato, você vai realizar no exercício de sua função de fiscal de tributos. O Cebraspe,
ao lado do FCC, eram, até então, as bancas que mais listavam a disciplina entre as cobradas
nos certames organizados por elas.
Mais recentemente, porém, a FGV resolveu aderir à “moda”, exigindo conhecimentos de
Auditoria Tributária na prova da Sefaz Espírito Santo e no concurso para Auditor-Fiscal de
Minas Gerais. Agora, vem com cobrança semelhante no edital de Auditor-Fiscal da Receita
Federal. Perceba que os nomes mudam, algo que é pouco relevante. O importante é poder
dizer que essa espécie de auditoria já se consolidou como uma disciplina de cobrança quase
que obrigatória em editais para os principais fiscos do país.
Com base no que vem sendo cobrado em editais mais recentes, e para uma melhor com-
preensão da formatação do nosso curso, podemos dividir os assuntos da disciplina em três
“subgrupos”:
• 1) Auditoria Contábil “tradicional”: nela, a banca cobra, basicamente, os conceitos da
técnica da Contabilidade e as famosas NBCs a ela aplicáveis. É aquele conjunto de as-
suntos com o qual, até então, nos deparávamos em editais nos quais constava a Auditoria
entre as cobranças;
• 2) Auditoria Fisco-Contábil: aqui, o examinador vai buscar medir seus conhecimentos
sobre os exames, de interesse do Fisco, passíveis de serem realizados em contas de Ativo,
Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas, ou seja, em contas das Demonstrações
Contábeis, especialmente do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do
Exercício;
• 3) Auditoria Tributária e do SPED: Essa é a “bola da vez”. São cobranças daquelas “duas
primeiras Auditorias”, com um “tempero” de Direito Tributário e Legislação Tributária. Al-
cança, ainda, a auditoria do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e, em certos
editais, o sigilo de dados bancários (Lei Complementar n. 105/2001).
Nosso curso procurou dividir os temas em forma de módulos, seguindo essa classificação
acima. Em termos práticos, estarei com você, durante nossos encontros, aprendendo tudo o
que é necessário sobre os dois últimos blocos de assuntos (ou módulos), ou seja, aqueles
assuntos que se enquadram dentro do conceito de Auditoria Fisco-Contábil e os que são
classificáveis como Auditoria Tributária e do Sped.
O Curso
Ao acessar este nosso curso, prometo oferecer a você três produtos em um: conhecimento
teórico, aliando ainda instrumentos úteis na memorização do conteúdo necessário e, claro,
algumas dicas e macetes capazes de auxiliá-lo(a) na resolução das questões das principais
bancas. Com ele, você terá um material dotado de conteúdo:
• completo;
• objetivo;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
• atualizado;
• com linguagem acessível e leve;
• repleto de exemplos, de forma a facilitar seu entendimento;
• enriquecido com esquemas especiais;
• dotado de questões verdadeiramente comentadas; e
• acompanhado de tira-dúvidas.
Em relação às questões, darei prioridade àquelas de autoria da FGV. Contudo, a banca não
nos oferece todo o arcabouço necessário para um curso desse porte. Assim, necessário será
mesclar essas questões com algumas elaboradas por outras bancas, ou mesmo de minha
autoria (inéditas). Mas não se preocupe. O objetivo é oferecer uma aula com conteúdo e didá-
tica marcada pela excelência, da qual não abro mão em meus trabalhos. Quem me conhece
sabe do que estou falando.
Para não perdermos o costume, peço-lhe, uma vez mais, que não deixe de avaliar nossa
aula. É simples e, ao mesmo tempo, muito importante para nós, professores, sabermos se
estamos conseguindo transmitir o conteúdo com a qualidade que desejamos.
Tenha uma ótima aula!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Partindo desse pressuposto, para fins do nosso curso, vale a máxima de que a auditoria
vai examinar, se certificar sobre algo, ok? Esse é o primeiro ponto. Sem exagero, podemos
dizer que essa premissa é válida para todo e qualquer tipo de auditoria.
No que tange ao nosso estudo, natural que procuremos “marcar” território, diferenciando
a disciplina que vamos aprender a partir de agora daquela que você, certamente, já deve ter
estudado. Teremos momentos específicos para isso em nosso curso. Você notará as diferen-
ças no decorrer de nossas aulas.
Por ora, bom saber que não há um consenso na literatura e, como vimos, nem mesmo entre
as bancas, sobre a intitulação mais apropriada a ser dada à nossa disciplina. Você vai notar,
nas exigências dos concursos, assuntos idênticos ou bastantes similares sendo tratados,
ora como sendo de Auditoria Fiscal, ora como de Auditoria Tributária ou, mesmo, dentro da
intitulada Auditoria de Tributos.
Particularmente, talvez pecando pelo preciosismo, gosto mais da expressão Auditoria
Fiscal Tributária, disciplina essa que vai designar conceitos relativos à técnica aplicada à
seara tributária. Até porque, olhando sob outro enfoque, ela consegue diferenciar a espécie
daquelas outras auditorias fiscais verificadas no âmbito governamental, como a trabalhista
e a agropecuária.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Para ser bem sincero, essa abordagem sobre intitulação tem importância praticamente
“zero”, devendo ficar restrita apenas à interpretação de editais, que não seguem um padrão.
Fora isso, basta localizarmos os temas que serão tratados em nosso curso para se avaliar
a necessidade ou não de você dedicar parte de seu precioso tempo para aprender os temas
que trabalharemos a partir de agora. Se esses assuntos estão presentes em seu edital, seja
muitíssimo bem-vindo(a) à nossa turma!
1.1. Conceito
A pergunta que você deve estar para me fazer neste momento é: a partir do que vimos,
qual definição, então, poderia ser dada a essa “tal” de Auditoria Fiscal Tributária? Buscando
na literatura, notamos que Crepaldi e Crepaldi (2019, pág. 29) a definem como (grifei):
(...) a análise da eficiência e da eficácia dos procedimentos adotados para apuração, controle e
pagamento de tributos, que incidem sobre as atividades comerciais e operacionais da empresa e
sobre a avaliação do planejamento tributário.
Em linha parecida, mas com uma maior riqueza expositiva, Santos e outros autores (2007,
p.21) afirmam que:
A Auditoria Fiscal compreende a revisão dos procedimentos fiscais adotados pela empresa, mediante
o exame de documentos, livros e registros, declarações, inspeções e obtenção de informações e
confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando men-
surar a exatidão dos valores dos tributos e o registro nas demonstrações contábeis.
Para a nossa prova, porém, ofereço um conceito que vai pavimentar melhor o caminho de
sua compreensão. Ele é o seguinte:
A Auditoria Fiscal Tributária, no âmbito governamental, pode ser entendida como o procedimento
realizado pela autoridade administrativa com vistas a verificar o correto e integral cumprimen-
to, por parte do contribuinte (sujeito passivo), pessoa física ou jurídica, das suas obrigações,
principais e acessórias, definidas pela legislação tributária.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Os conceitos dados já nos dão um direcionamento para o próximo tópico de nosso estudo:
a finalidade da Auditoria Fiscal Tributária.
1.2. Finalidade
Quando a autoridade administrativa (=Auditor Fiscal) é designada para realizar uma fis-
calização de tributos, terá como objetivo elementar se certificar (olhe a palavrinha mágica
aí!) sobre a correta satisfação, por parte do sujeito passivo – o contribuinte ou, mesmo,
o responsável tributário – de seus deveres instrumentais e, claro, da correta confissão e/ou
recolhimento dos tributos correspondentes.
Logicamente, tais exames não ficarão restritos a esse conjunto de livros e/ou documentos
fiscais, como bem pontuado pelos autores vistos. Mas servirão eles, no mínimo, como um
“ponto de partida” para a busca de outras bases suscetíveis de análise.
Mal começamos a aula, e já podemos analisar uma questão de concurso, que cobrou
exatamente esse conceito dos candidatos. Analise-a comigo:
Nenhum segredo. A Auditoria Fiscal de tributos, no âmbito governamental, pode ser entendida
como o procedimento realizado pela autoridade administrativa com vistas a verificar o correto
e integral cumprimento, por parte do contribuinte (sujeito passivo), pessoa física ou jurídica, das
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
suas obrigações, principais e acessórias, definidas pela legislação tributária. Portanto, a audi-
toria fiscal dentro da administração pública visa a apurar eventuais irregularidades praticadas
pelos contribuintes quando do cumprimento das obrigações tributárias.
Letra d.
Veja que, na definição de Auditoria Fiscal Tributária apresentada, de minha autoria, procurei dar
um enfoque na Auditoria Fiscal que é realizada no âmbito do serviço público, a governamental.
Crepaldi e Crepaldi (2019), por sua vez, apresentaram outra linha. Volte lá, caso não tenha percebido.
É que, para a literatura, essa espécie de auditoria pode ocorrer (e, de fato, ocorre), também,
na esfera privada, ou seja, dentro das empresas, na salvaguarda de seu patrimônio, envolvendo
os bens, direitos e obrigações de uma pessoa jurídica.
Sob esse enfoque, no âmbito privado, a abordagem acaba sendo com um viés mais preventi-
vo, percebeu? Sendo assim, acaba por envolver análises quanto à eficiência, eficácia e efetividade
dos controles adotados pelo contribuinte no correto cumprimento de suas obrigações tributárias.
O planejamento tributário ganha relevo nas ações do auditor fiscal “particular” contratado
pela empresa, que terá uma nítida função com viés de assessoria e de consultoria. Por meio
dela, buscará alternativas legais que proporcionem ao seu contratante uma maior economia
no custo despendido com tributos e demais encargos sociais. Teria, portanto, uma necessi-
dade de atuação prévia à ocorrência do fato gerador dos tributos.
Agora, atente-se para esta outra questão:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O que disse aqui deve ser levado em consideração por você quando diante da prova. Não
dá para saber, com precisão, o estilo de uma eventual cobrança deste tópico. Ainda mais por
estarmos diante de uma disciplina nova. A tendência de aparecerem afirmativas malucas é
grande. Portanto, esteja preparado(a) para qualquer cenário.
É imperioso dizer, porém, que o foco deste nosso curso é aquela técnica aplicada no
âmbito das Fazendas Públicas (Sefaz, Sefin, RFB...). Portanto, discorrerei pensando naquela
Auditoria de tributos realizada no âmbito da esfera governamental. Nesse caso, é perceptível
uma conotação, digamos, mais repressiva por parte dos auditores.
A afirmação parte do pressuposto de que as ações do agente do Estado seriam delimi-
tadas pela busca, nos limites legais, da recuperação de créditos tributários eventualmente
não confessados pelo sujeito passivo. Atuaria, assim, após a ocorrência do fato gerador
dos tributos.
O que disse, em relação ao momento de atuação do Auditor, vale dizer, é a regra, e fica
mais fácil de ser assimilada por você. Porém, nada impede que a Fiscalização venha a atuar,
também, no momento da ocorrência do FG. Isso para determinados tributos, como o IPI e
o ICMS, por exemplo. Mas não vamos entrar nesse nível de debate, pois, para fins do curso,
não vale a pena.
Agora, monte este esqueminha em sua mente:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O efeito preventivo na atuação do Auditor Fiscal, na esfera pública, também pode ser ve-
rificado. Nesse caso, estaremos diante do que podemos denominar de uma ação educativa
de suas ações, voltadas para os contribuintes.
Ninguém gosta de pagar tributo, e isso é um fato. Por mais altruísta que sejamos, e ainda
que saibamos da importância de se pagar impostos, taxas e contribuições, dos efeitos e bene-
fícios por eles gerados, da manutenção do Estado e das políticas públicas, o dever de pagá-los
é o que nos impele ao correto recolhimento dos valores devidos ao Estado.
Com receio de “sermos pegos” pela famosa Malha Fiscal IRPF, por exemplo, acabamos
por ser “incentivados” a declarar e a recolher nosso Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
com maior cuidado e diligência, certo? Estamos diante, portanto, da chamada percepção de
risco, uma expressão que você vai ouvir muito quando assumir esse tão almejado cargo.
Nesse seu futuro trabalho, invariavelmente se debruçará sobre uma infinidade de dados e
informações, obtidas diretamente da empresa (notadamente por meio de suas escriturações,
documentos fiscais e demonstrativos financeiros e contábeis. Falando em contabilidade, o que
acha de conhecer agora, comigo, quais são aquelas demonstrações contábeis que, segundo as
normas de contabilidade, estão sujeitas à auditoria? Venha comigo!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Além desses objetivos, a NBC enxerga nas demonstrações contábeis um meio pelo qual
a gerência vai apresentar os resultados de sua atuação, em face de seus deveres e respon-
sabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados.
Essas informações, para chegarem aos seus usuários, de forma a possibilitar uma perfeita
interpretação, independentemente do interesse que carregam, passam a ser, então, sintetizadas
em contas representativas de fatos administrativos. Essas contas, por sua vez, são inseridas
em relatórios financeiros, ou seja, nas DCs.
Logicamente, esse tema é mais afeto à disciplina de Contabilidade, de maneira que se
mostra dispensável um maior aprofundamento no debate em nossa aula, sob o risco de in-
vadirmos a área de outro professor. O que fiz acima foi contextualizá-lo.
Agora sim, vamos ao que interessa. Presando pela objetividade que você me pediu, fo-
quemos no que é, de fato, importante para a nossa prova. Para tanto, compreenda o seguinte:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Para fins de uma Auditoria Fiscal de Tributos, dois pontos devem nortear nossos estudos, con-
siderando aquilo que pode ser lembrado pelo examinador, a partir desse tópico do edital. Nesse
sentido, será necessário você saber, pelo menos:
1. identificar quais são as DCs que a entidade, objeto de uma auditoria tributária, estará obrigada
a apresentar; e
2. identificar, dentre as DCs disponíveis ao Auditor, quais serão úteis para o trabalho de fiscaliza-
ção de tributos, de acordo com as informações que cada um desses relatórios carrega consigo.
Seguindo essa linha, importa dizer que a autoridade administrativa, para responder a esses
dois pontos, deverá partir do conjunto de peças que integra a intitulada “Práticas Contábeis
Brasileiras”. Segundo a NBC TG 26 (R5),
Práticas contábeis brasileiras compreendem a legislação societária brasileira, as Normas Brasi-
leiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos,
as interpretações e as orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores,
e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro emitida pelo CFC e, por
conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais.
Em relação à Normas Brasileiras de Contabilidade, presumo que a NBC TA 200 (R1), que
trata dos “Objetivos Gerais do Auditor Independente e da Condução da Auditoria em Confor-
midade com Normas de Auditoria”, necessita se manifestar. E no item 4 ela é categórica:
Nos termos do item 4 da NBC TA 200 (R1), as demonstrações contábeis SUJEITAS À AUDITORIA
são as da entidade, elaboradas pela sua administração, com supervisão geral dos responsáveis
pela governança.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O relatório financeiro aplicável, citado na definição, por seu turno, equivale à estrutura de
relatório adotada pela administração e, quando apropriado, pelos responsável pela governança
na elaboração das DCs, que é aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das
DCs ou que seja exigida por lei ou regulamento.
Ela nos ensina que as exigências da estrutura de relatório financeiro determinam o que
se chama “conjunto completo de demonstrações contábeis”. Esse conjunto inclui:
• o Balanço Patrimonial,
• a Demonstração de Resultado,
• a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido,
• a Demonstração dos Fluxos de Caixa e,
• as respectivas notas explicativas.
Como vimos, a NBC TA 200 (R1), em seu item 4, estabelece que as demonstrações contábeis
sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua administração, com supervisão geral
dos responsáveis pela governança. Observe que a letra “a” poderia gerar alguma dúvida no(a)
candidato(a), pois relaciona algumas DCs, de fato, listadas pela norma. Perceba, porém, que
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
não há menção alguma à DVA que, pela NBC, também faria parte desse rol quando estivermos
tratando das companhias abertas. Portanto, não fazendo essa observação, o item passa a ficar
errado. Também não cita as notas explicativas, o que reforça o afastamento do item. Portanto,
correta mesmo só a alternativa “b”.
Letra b.
No que se refere à legislação societária brasileira, destaque deve ser dado, claro, à Lei n.
6.404/1976 (Lei das S.As) e suas alterações. A partir da leitura do art. 176 do diploma, o Auditor
concluirá ser dever da administração da entidade elaborar, ao fim de cada exercício social,
a partir da escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras:
• O Balanço Patrimonial;
• A Demonstração dos Resultado do Exercício;
• A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
• A Demonstração do Fluxo de Caixa; e
• A Demonstração do Valor Adicionado.
São essas demonstrações que terão a missão de exprimir, com clareza, a situação do
patrimônio da entidade correspondente, bem como as mutações nele corridas no exercício.
Como não temos um histórico de questões que nos possibilite descrever, com maior precisão,
os detalhes que o examinador poderá nos exigir, devemos seguir a tendência de cobrança do
assunto a partir de outras disciplinas, como a Contabilidade. Assim, lembre-se:
Além dessas DCs, a mesma Lei n. 6.404/1976 exige que haja uma complementação das
informações por meio da publicação de Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou
demonstrações contábeis necessárias para o perfeito esclarecimento da situação patrimonial
e dos resultados do exercício.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Acho melhor resumirmos tudo o que vimos até aqui por meio de uma tabelinha.
Legislação Societária
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)
(Lei n. 6.404/1976, art. 176)
As demonstrações contábeis
SUJEITAS À AUDITORIA são as
Item
da entidade, elaboradas pela sua
4
administração, com supervisão geral
dos responsáveis pela governança.
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial;
Demonstração de Resultado do
Demonstração dos Resultado do Exercício
Exercício
Demonstração das Mutações do Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Patrimônio Líquido Acumulados (*)
Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração do Fluxo de Caixa (**)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Balanço Patrimonial
Demonstração de Resultado
Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Respectivas notas explicativas
Agora, conheçamos melhor, mas de forma resumida, o potencial de informações que cada
espécie de relatório apresenta. Esse, caso não se lembre, é o segundo ponto que você precisa
compreender para fins desse tópico do edital.
Ao se debruçar sobre um Balanço Patrimonial, o Auditor estará examinando aquele re-
latório que tem como principal característica conseguir evidenciar a posição patrimonial e
financeira de uma entidade, em determinada data, em termos quantitativos e qualitativos.
As informações estarão consolidadas em grupos, quais sejam: o Ativo (bens e direitos),
o Passivo (obrigações), e o Patrimônio Líquido.
Na DRE, por sua vez, o Auditor vai ter acesso a informações sobre a relação entre receitas
e despesas, e o resultado formado a partir desse confronto, em um determinado período de
operações, em regra, equivalente a um ano. Evidenciará, assim, o resultado econômico, se
lucro ou prejuízo.
A DRA, “prima” da DRE, fora inspirada nas chamadas Normas Internacionais de Contabili-
dade. A estrutura dessa última segue o disposto na Lei das S.As. A DRA, apesar de apresentar
o mesmo resultado final, tem estrutura especial, determinada pelo NBC TG 26.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Segundo essa norma, o resultado abrangente é a mutação que ocorre no Patrimônio Lí-
quido durante um período que resulta de operações e outros eventos que não derivados de
transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Portanto, todas as mutações
patrimoniais, que não as transações de capital com os sócios, integrarão a DRA.
A Vunesp se aproveitou desse conceito para formular, recentemente, uma questão.
Acompanhe.
1
Decreto n. 9.580, de 22/11/2018 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR/2018), art. 286: ao fim de cada período de apu-
ração, o contribuinte deverá apurar o lucro líquido por meio da elaboração, em observância às disposições da lei comercial,
do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos
acumulados.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Vale registrar que a DLPA não está incluída na NBC TG 26 como aquelas demonstrações
de apresentação obrigatória. Para que o usuário não se sinta prejudicado, é oferecida a ele
a DMPL, essa sim, exigida pela norma do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Uma
coluna dessa última representa as mesmas informações que seriam disponibilizadas por
meio da DLPA.
A Lei n. 6.404/1976, então, faculta às entidades a substituição da DLPA pela DMPL. Essa,
como se pode deduzir, é mais completa que aquela, uma vez que vai apresentar as variações
que ocorreram no PL da entidade em todas as suas contas, não ficando restrita à que repre-
senta os lucros ou prejuízos acumulados, como sua “amiga”.
A DFC, tratada de maneira muito especial pela NBC TG 03 (R3), é outro relatório extrema-
mente importante no contexto de uma auditoria de tributos. Ela vai proporcionar aos usuários
das DC uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes
e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa.
Seguindo o que dispões a norma contábil, quando usada em conjunto com as demais de-
monstrações contábeis, a DFC proporcionará informações capazes de permitir aos usuários
uma avaliação sobre as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira
(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os montantes e a época
de ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e
oportunidades.
Com a DFC, o Auditor vai conseguir identificar as transações ocorridas em determinado
período que tenham provocado modificações no saldo de caixa e equivalentes de caixa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Esse tema, vale dizer, é daqueles que não caem em prova... desmorona! Ultimamente
então... Portanto, é indispensável destaquemos essa segregação de tipos de operações, da
forma que devem estar dispostas na DFC. Assim sendo, as transações que integram a DFC
são divididas em três tipos de atividades:
• Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e
outras atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento.
• Atividades de investimento são aquelas referentes à aquisição e à venda de ativos de
longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa.
• Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na
composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade.
O valor adicionado, objeto da DVA, expressa a riqueza criada pela empresa, de forma
geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros.
Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros
e transferido à entidade.
Essa definição consta no NBC TG 09 – “Demonstração do Valor Adicionado”. A DVA deve pro-
porcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada
pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas.
Certo.
Já tivemos questões recentes, de bancas diferentes, abordando o assunto. Por isso, preste
muita atenção no que direi na sequência...
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Por fim, temos as Notas Explicativas, um conjunto de informações que vão complementar aque-
las dispostas nas demais DC. Seguindo o que dispõe o NBC TG 26, as Notas Explicativas deverão:
• apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis
e das políticas contábeis específicas utilizadas;
• divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Inter-
pretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e
• prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contá-
beis, mas que seja relevante para sua compreensão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Ok. Para fins desse nosso curso, não vamos avançar mais no estudo do tema, que, como
eu disse, é mais afeto à disciplina de Contabilidade. Assim, no que se refere à fonte de infor-
mações contábeis de que o Auditor Fiscal vai precisar, quando diante de uma Fiscalização,
podemos representá-la da seguinte forma:
Professor, Auditoria Contábil? Mas não estamos abordando a Auditoria Fiscal Tributária?
Por que trabalharmos com uma norma de essência contábil?
Aluno(a), a Auditoria de Tributos carece de literatura própria sobre o tema. Assim, para
suprir essa lacuna, natural que busque em outra fonte alguns conceitos dos que precisa para
se materializar. Aqui, o “empréstimo” é feito junto à sua “coirmã”. É o que se vê nas cobranças
feitas pelas bancas, o que é bastante compreensível, não é verdade? Esquematizando...
2
NBC TP 240 (R1) Responsabilidade do Auditor em relação à fraude, no contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Ao resolver as questões da aula, você vai notar que as poucas provas que tivemos até
então, que ousaram a abordar o tema, trilharam justamente esse caminho, aproximando e
mesclando os conteúdos. Nesse contexto, assevero ser prudente que você, além de estudar
atentamente esta aula, dedique também uma parte do seu tempo de preparação para uma lei-
tura das normas de Auditoria Contábil em sua literalidade, notadamente da citada NBC TA 240.
Assim fazendo, além de sedimentar o conhecimento adquirido, você estará afastando o
risco de se deparar com questões que fujam do usual, ou seja, estará “vacinado(a)” também
contra aquelas abordagens que venham a cobrar trechos das normas até então esquecidas
pelas bancas.
3.1. Definições
Para compreendermos os limites da definição do termo “fraude” precisamos estudá-lo
paralelamente a outro, qual seja, o “erro”. Eis que são eles normalmente tratados quase que
conjuntamente quando do contexto da Auditoria, seja ela Contábil ou Fiscal, ou menos no de
outras espécies da técnica, mas com significados distintos.
Para início de conversa, entenda que as distorções detectadas nas demonstrações con-
tábeis, sejam elas relevantes ou não, podem originar-se, segundo as normas de auditoria, da
fraude ou do erro. O que vai diferenciar um do outro é a intenção. Guarde isso!
O fator distintivo entre fraude e erro está no fato de ser intencional ou não intencional a ação
subjacente3 que resulta em distorção nas demonstrações contábeis.
Isso, meu amigo, minha amiga, também não cai em provas... desmorona! Os examinado-
res mostram-se verdadeiramente apaixonados paixão por esse detalhe que envolve os dois
termos. Veja um exemplo, por sinal, “fresquinho”...
3
Subjacente, neste caso, teria o sentido de “encoberto, oculto, implícito, escondido, disfarçado”.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Fácil, não? Enquanto na fraude se faz presente o elemento da intencionalidade, no erro inexiste
esse elemento. O erro é não intencional. A fraude, intencional.
Letra d.
Primeiro, estudamos a questão proposta pelo Cebraspe/Cespe. Agora, vamos a uma outra,
sendo que essa consegue nos indicar uma possível forma de cobrança do tema dentro da
nossa disciplina, na linha da FCC:
Ao citar que a adulteração do valor de registro de duas notas fiscais tinha determinado objetivo
(no caso, pagar menos ICMS) já denota que estamos falando de um ato intencional. Ora, se a
distorção fora causada intencionalmente, é caso de fraude.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Você notou, no enunciado da questão, que o examinador fez citação às normas de Audi-
toria Interna. Pois é. Nem só de NBC TA vivem as bancas, quando o assunto é fraude e erro.
Assim, seguindo o que assevera, desta vez, a NBC TI 014, podemos trazer, para cada um dos
termos, as seguintes definições:
• Fraude: ato intencional de omissão e/ou manipulação de transações e operações, adul-
teração de documentos, registros, relatórios, informações e demonstrações contábeis,
tanto em termos físicos quanto monetários.
• Erro: ato não intencional de omissão, desatenção, desconhecimento ou má interpretação
de fatos na elaboração de registros, informações e demonstrações contábeis, bem como
de transações e operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.
Veja, portanto, que a norma, voltada para a Auditoria Contábil do tipo Interna, também
parte da intenção ou não do agente para determinar se estamos diante de uma fraude ou um
erro. Esse é o elemento central. É o nosso ponto de partida.
Agora, observe a questão seguinte. Ela nos traz um bom exemplo do tipo de questão es-
perada na abordagem dos temas afetos à Auditoria Fiscal Tributária, incluindo o que estamos
estudando. Um (ou mais) caso(s) prático(s), para você aplicar seu conhecimento teórico.
4
NBC TI 01 – Da Auditoria Interna. Acessível em < https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/
nbc-ti-de-auditoria-interna/>
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Vamos entender o que o examinador quis dizer com cada uma das assertivas apresentadas. Isso
nos possibilitará fazer uma avaliação sobre seu melhor enquadramento, como fraude ou erro.
I – Erro. O pagamento de uma obrigação, representada por um título de crédito (uma duplicata,
por exemplo), antes do prazo estipulado, pode gerar um desconto para a entidade. Nesse caso,
contabilmente, o correto é que esse desconto seja classificado como descontos obtidos dentro
do grupo das receitas financeiras. Não se trata, pois, de receitas de aplicações financeiras, o que
seria o caso, por exemplo, do rendimento auferido em aplicações em poupança, CDBs, além de
outros instrumentos financeiros do mercado. Houve, portanto, desatenção, desconhecimento
ou má interpretação, gerando equívoco na classificação do fato contábil. Um ato, portanto,
intencional.
II – Fraude. Falou “adulteração”, inevitavelmente nos vem à mente um ato intencional. É um
ato voluntário, consciente. O preposto da entidade fez “nascer” créditos de ICMS, sabidamente
indevidos.
III – Erro. Agora, a divergência nasceu, segundo o examinador, por “desatenção”. Ora, nitidamente
um erro. Não se pode falar em intenção.
IV – Fraude. Observe a expressão “com o objetivo de”. Um ato consciente, praticado com um
propósito específico. Houve vontade.
Letra a.
A FCC “mandou muitíssimo bem” nessa, hein?! Aliás, a banca foi feliz em outra questão.
Avalie comigo:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
“Adulteração”... veja que o termo só está presente na definição de fraude dada pela NBC TI 01,
estudada acima. Para que não restem dúvidas, o examinador ainda deixa claro que as distorções
foram geradas com o “objetivo de encobrir desvio de mercadorias no estoque”, ou seja, supres-
são de ativos. Ainda falaremos sobre esse que é um dos principais tipos de fraude constatadas
em auditorias. Quanto à questão, fica muito visível a intenção da entidade. Portanto, afastada
estará a hipótese de classificar o ato como um erro.
Letra d.
Professor, só mais uma dúvida, antes que você dê seguimento à aula. Considerando que
o termo “intenção”, usado como ponto de partida para distinguir o erro da fraude, é algo
difícil de ser mensurado, há outros elementos capazes de auxiliar o Auditor nesse processo?
Bem, podemos dizer que esse tipo de conclusão vai depender, basicamente, das circuns-
tâncias, aliadas, claro, ao julgamento profissional do Auditor. Mas é fato que as normas de
auditoria acabam por fornecer alguns subsídios que vão direcionar as ações. Exemplo disso
é a abordagem feita pela NBC 240 sobre o grau de dificuldade apresentado para detecção
das distorções.
Seguindo esse caminho, o risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente
de fraude é mais alto do que o risco de não ser detectada uma distorção decorrente de erro.
Isso é meio lógico, concorda? Ora, a fraude pode envolver esquemas sofisticados e cui-
dadosamente organizados, destinados a ocultá-las. O fraudador, normalmente, se utilizará de
falsificação, omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas
representações ao Auditor.
A tentativa de ocultação se torna ainda mais difícil de ser detectada quando estivermos
diante de um conluio, ou seja, ação de diversos agentes com o mesmo intuito de praticar as
irregularidades. Esse elemento pode levar o Auditor à falsa percepção de que a evidência é
persuasiva (convincente).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Ainda em relação à fraude, é importante frisar também que o risco de o Auditor não detec-
tar uma distorção relevante decorrente de fraude na administração é maior do que no caso
de fraude cometida por outros prepostos, empregados. Essa afirmação também merece um
destaque especial. Guarde:
Agora, pratique!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
a) Errada. O risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da
administração é MAIOR do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) Errada. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la, NÃO
cabe a ele estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.
c) Certa. Itens 2 e 4 da NBC TA 240 (R1).
d) Errada. O erro, ao contrário da fraude, é ato NÃO intencional. A principal responsabilidade
pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua
administração.
Letra c.
Isso pode ser explicado pelo fato de que a administração apresenta condições de mani-
pular, de forma direta ou indireta, os registros contábeis. Pode, ainda, apresentar informações
contábeis fraudulentas ou mesmo burlar procedimentos de controle destinados a prevenir
fraudes semelhantes, cometidas por outros empregados.
O nível de risco de burlar esses controles, pela administração, vai variar de acordo com
a entidade. Fato é, porém, que esse risco estará presente em todos os tipos de entidades,
e será significativo, uma vez poder ocorrer de maneira imprevisível.
Seguindo ainda a linha definida pela NBC TA 240, o termo “fraude” acaba alcançando um
conceito jurídico bem amplo. Mas...
Apesar de o Auditor poder suspeitar ou, em casos considerados raros, identificar a ocorrência
de fraude, não cabe a ele estabelecer juridicamente se realmente ocorreu fraude.
Bem, agora acredito que estamos prontos para avançar. Venha comigo!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Ainda que não seja seu objetivo, o Auditor não pode ignorar a possibilidade de ocorrência
de fraude ou erro. Nesse sentido, a NBC TA 200 estabelece que, como base para a opinião do
Auditor, é exigido que ele obtenha SEGURANÇA RAZOÁVEL5 (não é absoluta, hein!!!) de que
as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independen-
temente se causadas por fraude ou erro.
O examinador buscou na NBC TA 200 (R1), item 5, a justificativa para considerar correta a ques-
tão. É a velha literalidade, meu caro, minha cara...
Certo.
5
Segundo disposição da mesma NBC TA 200, asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse nível é conse-
guido quando o Auditor obtém evidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir a um nível aceitavelmente baixo
o risco de auditoria (isto é, o risco de que o Auditor venha a expressar uma opinião inadequada quando as demonstrações
contábeis contiverem distorção relevante).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Nos comentários à questão, acabamos por fundamentar a resposta a partir do que dis-
põe a NBC TA 200. Nota-se, contudo, que a NBC TA 240 faz praticamente o mesmo tipo de
abordagem, usando a mesma sequência de itens que sua norma “coirmã”, mas com um texto
ligeiramente diverso. Anote (destaques meus):
5. O auditor que realiza auditoria de acordo com as normas de auditoria é responsável por obter
segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções
relevantes, causadas por fraude ou erro. (...)
Aí você me pergunta:
Você, uma vez mais, com suas pertinentes perguntas... Essa responsabilidade, caro(a)
aluno(a) recai sobre os responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
As bancas têm fascinação incrível por esse aspecto também, hein!? Prova disso é essa
questão de autoria da FGV, cobrada lá em 2010.
www.grancursosonline.com.br 31 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
É esperável que a administração, com a supervisão geral dos responsáveis pela governan-
ça, enfatize a prevenção da fraude. Isso poderá reduzir as oportunidades de sua ocorrência,
dissuadindo-as. Os indivíduos, assim, poderão ser persuadidos a não perpetrar fraude pela
probabilidade de detecção e punição.
Esse processo envolve um compromisso de se criar uma cultura de honestidade, um com-
portamento ético, que pode ser, segundo as normas de auditoria, reforçado por supervisão
ativa dos responsáveis pela governança.
(...) A supervisão geral por parte dos responsáveis pela governança inclui a consideração do potencial
de burlar controles ou de outra influência indevida sobre o processo de elaboração de informações
contábeis, tais como tentativas da administração de gerenciar os resultados para que influenciem a
percepção dos analistas quanto à rentabilidade e desempenho da entidade. (NBC TA 240-R1, item 4)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
36. Caso o auditor identifique uma distorção, seja relevante ou não, e tiver razão para acreditar que
é ou pode ser decorrente de fraude, com o envolvimento da administração (em especial da alta
administração), o auditor deve reavaliar a avaliação dos riscos de distorção relevante decorrente
de fraude e do impacto resultante na natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria
para responder aos riscos avaliados. Ao reconsiderar a confiabilidade da evidência anteriormente
obtida, o auditor também deve considerar se as circunstâncias ou condições indicam eventual
conluio envolvendo empregados, diretores ou terceiros (destaquei).
Que pergunta essa sua, aluno(a)! Bem, aí deveremos adentrar, em parte, no campo da
subjetividade. Voltamos, novamente, à necessidade de aplicação do julgamento profissio-
nal do auditor. A NBC T 11, ainda que revogada pela NBC TA 200, pode nos ajudar nessa
compreensão. Dizia ela que a relevância vai depender da representatividade quantitativa ou
qualitativa do item ou da distorção em relação às demonstrações contábeis como um todo
ou a informação sob análise.
Assim, segundo a norma, uma informação será relevante se sua omissão ou distorção puder
influenciar a decisão dos usuários dessa informação no contexto das demonstrações contábeis.
Quer dizer que a ausência, suponhamos, de um ativo, ocasionada por um furto, por exem-
plo, de item do imobilizado (uma máquina usada no processo produtivo) de uma pequena
indústria, que venha a representar 20% do saldo total dessa subconta do Ativo Não Circulante,
poderá, muito bem, ser considerada uma distorção relevante, concorda?
Ora, uma eventual venda dessa pessoa jurídica (fundo de comércio) poderá ter-se dado com base
em informações distorcidas, sendo seus destinatários (compradores), usuários dessa contabilidade,
potencialmente prejudicados. O bem estaria, formalmente, na empresa, mas não fisicamente. No
jargão popular, “comprariam gato por lebre”, um patrimônio composto por um ativo fictício.
Agora, imagine uma outra situação, usando o mesmo bem como referência. Aqui, porém,
diferentemente do primeiro “causo”, como conhecemos no dicionário “mineirês”, a proprietária
dessa máquina é uma multinacional, para a qual o bem representa míseros 0,000000001%
do seu imobilizado.
Convenhamos, nesse caso, que a ausência de registro contábil de uma apropriação inde-
vida do item não proporcionaria o mesmo impacto negativo nos relatórios financeiros como
visto em relação à pequena empresa. Possivelmente, a distorção não seria considerada, pelo
Auditor, com alguma relevância capaz de interferir na decisão dos usuários das demonstra-
ções contábeis. Ressalte-se, porém, que só o caso concreto será capaz de fornecer todos os
elementos necessários para uma análise mais precisa por parte do Auditor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Veja que, no enunciado, o examinador pede as alternativas que trazem espécies de erro inten-
cional. Ora, é o mesmo que pedir tipos de fraude. Portanto, “de cara”, descartamos a afirmativa
I. Restaram-nos, portanto, os itens II e III, que trazem os dois principais tipos de fraude, aqueles
que devem exigir maior atenção por parte do Auditor.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Entendamos melhor o que significa cada um desses tipos de distorções provocadas por
atos intencionais (fraudes).
a) Informação financeira fraudulenta:
A informação financeira fraudulenta, com vimos, envolve distorções intencionais (leia-se
fraudes), incluindo omissão de valores ou divulgação nas demonstrações financeiras com
vistas a enganar os seus usuários.
Poderá ela, nos termos da NBC TP 240 (R1), ser causada pelas tentativas da administra-
ção de manipular os ganhos de modo a enganar os usuários das demonstrações contábeis,
influenciando suas percepções de desempenho e da lucratividade da organização.
Começa com pequenos atos ou mediante ajuste inadequado de premissas e mudanças de
julgamento pela administração. A partir de pressões e incentivos, poderão esses atos “cresce-
rem” de tal forma, a ponto de acabarem por resultar em informações financeiras fraudulentas.
Nesse contexto, as informações contábeis fraudulentas poderão decorrer de:
• Manipulação, falsificação (inclusive de assinatura) ou alteração de registros contábeis ou
documentos comprobatórios que serviram de base à elaboração de demonstrações contábeis.
• Mentira ou omissão intencional nas demonstrações contábeis de eventos, operações ou
outras informações significativas.
• Aplicação incorreta intencional dos princípios contábeis relativos a valores, classificação,
forma de apresentação ou divulgação.
Em todas as situações, vale notar, presente estará o elemento intenção. Essa mesma
intenção será detectada, também, nas distorções caracterizadas pela apropriação indevida
de ativos. Vejamos:
b) Apropriação indevida de ativos
Aqui, a característica marcante é o roubo de ativos da entidade, muitas vezes perpetrado
por empregados, nesses casos em valores relativamente pequenos e irrelevantes. Mas o
“alto clero”, a administração, também poderá se envolver nesse tipo de fraude. Os ocupantes
dessas camadas da estrutura organizacional têm, geralmente, mais possibilidade de disfarçar
ou mesmo ocultar a fraude, tornando-a difícil de ser detectada.
Esse tipo de distorção poderá ser alcançado de diversas formas, tais como:
• fraudar documentos (por exemplo, apropriando-se de valores cobrados ou desviando
valores recebidos relativos a contas já baixadas para as suas contas bancárias pessoais);
• furtar ativos físicos ou propriedade intelectual (por exemplo, furtar estoques para uso
pessoal ou venda, roubar sucata para revenda, entrar em conluio com concorrentes para
repassar dados tecnológicos em troca de dinheiro);
• fazer a entidade pagar por produtos e serviços não recebidos (por exemplo, pagamentos
a fornecedores fictícios, propina paga por fornecedores aos compradores da entidade
em troca de preços inflacionados, pagamentos a empregados fictícios);
• utilizar ativos da entidade para uso pessoal (por exemplo, usar ativos da entidade como
garantia de empréstimo pessoal ou a parte relacionada)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Sem muito segredo. O “erro aritmético”, como o próprio nome indica, se trata de um exemplo
clássico de erro, ou seja, distorção não intencional. Por outro lado, a alteração de registros
contábeis é forte indício de fraude, quer dizer, uma distorção intencional. Quanto às demais
assertivas, temos:
b) erro e erro.
c) erro e erro.
d) fraude e fraude.
e) fraude e erro.
Letra a.
Com certeza, aluno(a)! A norma quis dizer que o trabalho do Auditor, neste caso, estará
focado em saber se eventual distorção seria, digamos, isolada, estando restrita, por exem-
plo, a alguma operação de reorganização societária (fusão, transformação, incorporação ou
cisão), de venda de mercadorias ou serviços, de compra de um imobilizado, de empréstimos
contratados... ou em um saldo contábil (subconta fornecedores, por exemplo) ou, ainda, na
divulgação (classificação indevida de um evento contábil ou fiscal, em desacordo com as
normas de contabilidade ou da legislação tributária).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Ora, ao avaliar as distorções no nível das afirmações e, a partir daí, aplicar os procedimen-
tos de auditoria indicados, o Auditor poderá chegar à conclusão de que as distorções estão,
na verdade, disseminadas por todas as demonstrações financeiras.
Os testes e procedimentos de auditoria aplicados pelo Auditor serão, por assim dizer, fun-
damentais para que ele consiga identificar essas distorções, bem como avaliar sua dimensão.
Aliás, é a partir da identificação dos riscos de distorção relevante que o Auditor vai poder de-
terminar, com mais clareza, a natureza, a época e a extensão desses testes e procedimentos
de auditoria aplicáveis, incluindo procedimentos adicionais, se necessário.
www.grancursosonline.com.br 37 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O item 11, alínea “a” da NBC TA 240 (R1) estabelece que os fatores de risco de fraude “são even-
tos ou condições que indiquem incentivo ou pressão para a fraude seja perpetrada ou ofereçam
oportunidade para que ela ocorra”.
Letra a.
Esses são apenas exemplos, tendo em vista o leque de situações com as quais o Auditor
poderá se deparar, ou seja, com os conhecidos fatores de risco adicionais.
As bancas, buscando na literatura, às vezes associam esses mesmos elementos ao inti-
tulado “Triângulo da Fraude”. Desenvolvida em 1953 pelo norte americano Donald Rai Cres-
sey, a teoria nasceu do desejo do sociólogo e criminologista de identificar e compreender os
motivos que levariam um indivíduo – dotado de respeitabilidade, geralmente pertencente à
alta classe e com algum status social – a violar a lei.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O resultado dos estudos ganhou tamanha aceitação no meio científico que, com o tempo,
passou a servir de guia para a percepção dos auditores acerca do fenômeno das fraudes.
Como vimos, são três elementos que integram a chamada Teoria da Fraude: (incentivo e) pres-
são, oportunidade e racionalidade.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
EXEMPLO
Determinado administrador de uma empresa, pressionado pelos sócios do empreendimento
por melhores resultados e distribuição de lucros, decide omitir o registro de receitas de vendas
auferidas durante determinado período. Com isso, diminui, artificiosamente, os valores devidos
a título de tributos incidentes sobre as vendas de mercadorias (ICMS, PIS e COFINS) e sobre o
lucro (IRPJ e CSLL). Restará configurada, assim, a sonegação de tributos, que, uma vez registra-
da em livros contábeis e fiscais, poderia ser considerada uma espécie de informação financeira
fraudulenta.
Outra situação, citada pela norma, está ligada a uma eventual necessidade financeira por
parte do indivíduo, momento em que venha a se apropriar indevidamente de ativos. Seria, diga-
mos, uma forma de iniciar ou dar continuidade a uma vida que vai além de suas possibilidades.
EXEMPLO
Hipoteticamente, digamos que determinado funcionário, responsável pelo setor financeiro de
uma organização, esteja passando por dificuldades financeiras após ter adquirido, sem qual-
quer planejamento de finanças pessoais, um veículo do tipo “off road”. Para isso, teve que fazer
um empréstimo, comprometendo 30% do seu orçamento que, àquela altura, já era “apertado”.
A condição, que não era boa, piorou quando sua residência, também financiada e sem qualquer
seguro, fora destruída por um incêndio. Diante dos fatos, sente-se pressionado e começa a desviar
recursos. Para encobrir a fraude, distorce as informações financeiras sob sua responsabilidade.
Nesse último caso, portanto, podemos dizer que estamos falando daquele indivíduo que
“quer viver uma vida que não é sua”, no jargão popular.
b) Oportunidades
Circunstâncias advindas de uma estrutura organizacional complexa ou instável, ou de uma
deficiência no monitoramento por parte da administração. Pode, ainda, haver circunstâncias
nas quais um indivíduo acredita que os controles internos de determinada organização são
passíveis de serem burlados, enganados. Seriam, pois, controles deficientes.
Seja por ocupar posição privilegiado, conhecedor de brechas, ou mesmo por sabida defi-
ciência desses controles internos, há um “convite” para que o indivíduo, propenso fraudador,
se aproveite da oportunidade e se aproprie indevidamente de ativos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
EXEMPLO
Um famosíssimo princípio básico inerente ao controle interno das organizações, sejam elas
públicas ou privadas, é o da segregação de funções. Fundamenta-se, pois, na premissa de
que, para se evitar fraudes, seja promovida uma divisão de responsabilidades entre pessoas
ou setores, ou seja, deve-se evitar a concentração de atividades de um processo em alguém.
Cada uma das fases do processo deve, assim, ser executada por pessoas ou departamentos
independentes. Pois bem. Agora, partindo desse contexto, imaginemos a situação em que, por
inobservância do princípio, determinada empresa, a Criativa Indústrias e Comércio de Calçados,
venha a concentrar, em um só de seus funcionários, a responsabilidade por efetuar a compra,
o pagamento o registro contábil e o controle da entrada e saída de determinadas mercadorias.
Ora, nitidamente há falhas no processo implementado pela Criativa, prejudicando, substancial-
mente, o controle interno da entidade. A porta restaria escancarada para que esse funcionário
viesse a se envolver em algum esquema de fraude. Para tanto, poderia atuar isoladamente, ou
mesmo contando com a participação de terceiros, tais como fornecedores ou clientes, apro-
priando-se indevidamente de ativos da organização. A sua posição na empresa seria elemen-
to facilitador para encobrir contabilmente a fraude, ao menos, temporariamente, até que você,
aluno(a), venha a promover uma auditoria na Criativa.
Para fecharmos o entendimento, nada como um outro ditado bastante popular, partindo
do nosso exemplo: “a oportunidade faria o ladrão”.
c) Atitude/racionalidade
No tocante aos fatores de ricos relativos a distorções relevantes de informações contá-
beis fraudulentas, essa condição poderia ser caracterizada a partir do momento em que a
administração demonstrar ineficácia na comunicação ou na implementação de valores ou
padrões éticos. Também quando demonstrar uma moral baixa entre os seus membros, ou
mesmo disputa entre acionistas.
Quanto à apropriação indébita de ativos, é certo que algumas pessoas parecem ter uma
certa pré-disposição, uma postura, caráter ou valores éticos que acabam por levá-las a per-
petrar um ato desonesto, consciente e intencionalmente.
A NBC TP 240 (R1), porém, reconhece que mesmo indivíduos “normalmente honestos”
podem perpetrar uma fraude em ambiente em que sejam suficientemente pressionados. Para
tanto, essas pessoas vão, normalmente, procurar uma “justificativa” para o cometimento da
fraude, dando-lhe alguma razoabilidade.
EXEMPLO
Determinado servidor público municipal tem seu nome envolvido num escândalo de fraude em
certa prefeitura. Após ser “descoberto”, presta declarações sobre o suposto recebimento de “gra-
tificações” recebidas no desempenho de suas funções. Os ganhos indevidos, segundo consta
na denúncia apresentada pela polícia, envolveria a prestação de serviços de emissão de alvarás
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Note, a partir do exemplo, que o indivíduo tenta se utilizar de argumentos sem qualquer
fundamento legal, com o intuito de justificar o ato fraudulento. Pretende, com isso, torná-lo
aceitável do ponto de vista social, ou, poderíamos dizer, tentar “justificar o injustificável”. É uma
das variáveis estudadas e que culminaram na teoria do “Triângulo da Fraude”.
Questão nível hard, mas didaticamente excelente. Oportunidade única para fecharmos bem esse
assunto dos fatores de risco (ou Triângulo da Fraude). A resposta, baseando-nos no Apêndice I
da NBC TP 240 (R1), é mesmo a letra “a”. A previsão de demissão de empregados é, sem dúvida,
uma forma pressão (incentivo), no contexto das relações adversas. Imagine o seguinte: essa
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
pessoa, sabendo que pode estar nessa “lista” negra, certamente vai tentar mostrar resultados.
Estaria configurada uma “competitividade” entre funcionários. Alguns, diante dessa pressão,
poderão “optar” por, em caso de não os alcançar de forma efetiva, “maquiá-los”, ou seja, forjar
(fraudar) o resultado sabidamente irreal. Na mesma toada, ativos pequenos, sem clara identi-
ficação de propriedade, pode ser considerada uma oportunidade para fraude. Uma nítida falha
nos controles internos da entidade, que pode abrir espaço para apropriação indevida desses
ativos, concorda? Em relação à “mudança do estilo de vida de funcionários com acesso a ati-
vos”, enquadra-se perfeitamente como uma espécie de atitude/racionalização. Forte indício de
que esses funcionários estejam se apropriando indevidamente de ativos da entidade. Quanto
às demais assertivas, notamos:
b) Tolerância a pequenos roubos (atitude/racionalização) /remuneração incompatível com a
expectativa (incentivo/pressão) /grandes quantias em dinheiro em mãos (oportunidade).
c) Segregação inadequada de funções (oportunidade) /investigação inadequada da vida pre-
gressa de candidatos a empregos (oportunidade)/falta de conciliação completa de ativos
(oportunidade).
d) Mudança previstas nos planos de benefícios dos empregados (incentivo/pressão)/obriga-
ções financeiras pessoais (incentivo/pressão)/relacionamentos adversos entre a entidade e
empregados com acesso a dinheiro (incentivo/pressão).
e) Alto nível de competição ou saturação do mercado, acompanhada por declínio da margem
de retorno (incentivo/pressão)/garantias pessoais em dívidas da entidade (incentivo/pressão)/
partes significativas da remuneração atreladas a metas agressivas de performance (incentivo/
pressão).
Letra a.
Sim, certo. Faz parte de um requisito esperado do auditor, intitulado pela norma de ceti-
cismo profissional6. Você entendeu bem. Por favor, continue.
6
Manter ceticismo profissional requer um contínuo questionamento sobre se a informação e a evidência de auditoria obtidas
sugerem a possibilidade de distorção relevante decorrente de fraude. Isso inclui considerar a confiabilidade da informa-
ção a ser utilizada como evidência de auditoria e os controles sobre sua elaboração e manutenção, quando for pertinente.
Devido às características da fraude, a postura de ceticismo profissional do Auditor é particularmente importante quando se
consideram os riscos de distorção relevante decorrente de fraude. (item A7 da NBC TA 240, com grifos meus)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Professor, vi também que há balizas oferecidas pelas normas de contabilidade para que
ele consiga detectar essa distorção, bem como promover a correta classificação. Agora,
suponhamos que o Auditor realmente venha a detectar alguma distorção, como ele deverá
se comportar? O que ele deverá fazer? Quais providências deverá tomar?
A resposta, aluno(a), é... depende! Permita-me abrir um tópico específico para tratarmos
desse tema.
Mas, professor, aí você complicou ainda mais minha vida. E quem, efetivamente, seria essa
“pessoa de nível apropriado da administração” a que você se referiu?
Pergunta capciosa, caro(a) aluno(a). Mas, entenda, não fui eu quem complicou a situação.
Quem deve “pagar essa conta” são aqueles(as) que construíram as normas de contabilidade.
Essas, infelizmente, não apontam, com exatidão, quem seriam essas pessoas. Diz, apenas,
que seriam aquelas que tivessem “a responsabilidade primordial de prevenir e detectar frau-
des”, ao que se mostra bastante vago. Noto que, ao me fazer a pergunta, você também teve
o mesmo entendimento.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O ápice da cadeia hierárquica seriam os responsáveis pela governança, aqueles que se-
riam os destinatários da comunicação do Auditor quando diante de distorções envolvendo
fraudes com participação da administração, que estaria num nível imediatamente mais baixo
da cadeia de comando.
Não, não. Não é por aí, aluno(a). Esse é um dos deveres do Auditor. Nesse contato com
os responsáveis pela governança, caberá a ele informar quaisquer assuntos relacionados
a fraudes que, no seu julgamento, são relevantes para suas responsabilidades. Na mesma
oportunidade, aproveitará para discutir com esses responsáveis pela governança a natureza,
a época e a extensão dos procedimentos de auditoria necessários para concluir a auditoria.
Ah, sim. Isso é importante também. Nas situações em que o Auditor vier a identificar ou
venha a suspeitar de uma possível ocorrência de fraude, deverá determinar se há responsa-
bilidade de comunicar a ocorrência ou suspeita a um terceiro fora da entidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Pensando aqui... acho melhor esquematizarmos isso, concorda? Então, façamos isso!
Em outros termos, e de forma objetiva, caso a lei o determine, estará o Auditor obrigado a
informar, por exemplo, a órgãos de controle, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
o Banco Central do Brasil (Bacen) ou a entidades fiscalizadoras, como o Conselho Regional
de Contabilidade (CRC), às autoridades policiais, entre outros.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Professor, imagino que existam algumas distorções que sejam tão relevantes a ponto de
poderem comprometer o trabalho do Auditor, correto?
Pois é, meu amigo, minha amiga. De fato, haverá situações nas quais o Auditor, como
resultado de uma distorção decorrente de fraude ou suspeita de fraude, se deparará com
circunstâncias excepcionais que colocarão em dúvida sua capacidade de realizar a auditoria.
Neste caso, segundo a NBC TA 240 (R1), ele deverá (grifei):
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
É a legislação do ente tributante que vai estabelecer o que poderá ser considerada uma
fraude para fins fiscais, bem como as consequências administrativas dela advindas para o
contribuinte quando detectada pela Fiscalização. Já que estamos falando de um curso pre-
paratório para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal, bom darmos uma olhada no
que diz a Lei Federal n. 4.502/1964 (grifei):
Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcial-
mente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar
as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou
diferir o seu pagamento.
A norma federal diz, em outras palavras, que o contribuinte infrator, até consumar uma
fraude, se utilizará de meios capazes de alterar, digamos, a apresentação, nos registros con-
tábeis e fiscais, da dinâmica natural do fato gerador do tributo. Estará, assim, buscando, de
forma artificial e ilegal, obter algum benefício que, pelos meios legais, seria impossível.
A mesma lei traz conceitos próprios para dois outros institutos intrinsicamente ligados à
fraude, inclusive no estudo da Auditoria sobre esse tipo de distorção, da seguinte forma (grifei):
Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou par-
cialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária:
I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais;
II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal
ou o crédito tributário correspondente.
Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qual-
quer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.
Em geral, o que se percebe nas legislações de cada ente tributante são dispositivos que
estabelecem a obrigação da autoridade administrativa, quando diante de fraudes, impor, além
da cobrança do crédito tributário eventualmente não satisfeito, também multas agravadas.
Mas somente diante da legislação específica do ente é que será possível dizer, com precisão,
como o tema é tratado, bem como a forma com que ele pode ser cobrado em sua prova. Para ilustrar
a relevância dele, observe as imagens extraídas de sites, que ilustram o trabalho dos Fiscos pelo país.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Caso o fato apresente elementos configuradores de ilícito penal, terá o Auditor Fiscal o
dever de lavrar ainda uma comunicação específica dirigida ao titular da ação penal, o Ministério
Público, para que esse aprofunde as investigações para efeitos criminais. Nesse documento,
caberá à autoridade fiscal apresentar um relatório circunstanciado demonstrando o que fora
apurado no decorrer da auditoria. Na esfera federal, esse documento é intitulado Representa-
ção Fiscal para Fins Penais (RFFP), que recebe regramento específico. Não vamos aprofundar
além disso, por questões de objetividade.
A RFFP (ou documento equivalente) deverá estar acompanhado de todo o conjunto pro-
batório usado para fundamentar o ato administrativo praticado como resultado da auditoria
fiscal (Auto de Infração, ou atos que decidam pelo cancelamento de cadastros, pelo indeferi-
mento de pedidos de restituição e/ou compensação etc.). São alguns exemplos de provas os
termos lavrados, eventuais depoimentos, perícias, declarações, despachos decisórios etc.
O Auditor, no entanto, na elaboração dessa representação, deverá se ater aos aspectos
fiscais, não ultrapassando essa que é a sua competência. Caberá ao membro do MP, diante
dos elementos que lhe forem apresentados, avaliar a presença de evidências que tipificam o
fato também como uma infração à legislação penal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
E chegamos ao fim de mais uma aula. Esperto encontrá-lo em nosso fórum, caso alguma
dúvida persista. Fica um convite especial, ainda, para que nos encontremos pelas redes sociais.
https://.instagram.com/prof.andreysoares
https://www.facebook.com/andrey.soares.758
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
RESUMO
A Auditoria Fiscal compreende a revisão dos procedimentos fiscais adotados pela empresa, me-
diante o exame de documentos, livros e registros, declarações, inspeções e obtenção de informa-
ções e confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando
mensurar a exatidão dos valores dos tributos e o registro nas demonstrações contábeis.
Para fins de nosso curso, que versa sobre a técnica aplicada na fiscalização de tributos,
no âmbito governamental, a Auditoria Fiscal pode ser entendida como o procedimento reali-
zado pela autoridade administrativa com vistas a verificar o correto e integral cumprimento,
por parte do contribuinte (sujeito passivo), pessoa física ou jurídica, das suas obrigações,
principais e acessórias, definidas pela legislação tributária.
Importante: a auditoria fiscal de tributos pode se dar, ainda, no âmbito privado, quando
ganha funções de assessoria e consultoria, atuando no planejamento tributário do contratante.
Conotação, portanto, preventiva.
Em outras palavras, quando a autoridade administrativa (=Auditor Fiscal) é designada
para presidir uma auditoria tributária, terá como objetivo maior se certificar sobre a correta
satisfação, por parte do sujeito passivo – o contribuinte ou, mesmo, o responsável tributário
– de seus deveres instrumentais, devidamente acompanhados da correta confissão e/ou
recolhimento dos tributos devidos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Legislação Societária
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)
(Lei n. 6.404/1976, art. 176)
As demonstrações contábeis
SUJEITAS À AUDITORIA são
Item as da entidade, elaboradas
4 pela sua administração,
com supervisão geral dos
responsáveis pela governança.
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial;
Demonstração de Resultado
Demonstração dos Resultado do Exercício
do Exercício
Demonstração das Mutações Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
do Patrimônio Líquido Acumulados (*)
NBC TA
Demonstração dos Fluxos de
Caixa
X Demonstração do Fluxo de Caixa (**)
200 (R1)
Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou
Respectivas notas explicativas
demonstrações contábeis
Item
A10 Demonstração do Valor
Demonstração do Valor Adicionado
Adicionado (só Cias Abertas)
(*) As companhias estarão desobrigadas de
apresentar a DLPA, desde que elaborem a
Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido (DMPL). Nesse caso, as informações que
constariam na DLPA farão parte da DMPL.
(**) A companhia FECHADA com patrimônio
líquido, na data do balanço, INFERIOR a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais) NÃO será
obrigada à elaboração e à publicação da DFC.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Balanço Patrimonial
Demonstração de Resultado
Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Respectivas notas explicativas
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): quando usada em conjunto com as demais
demonstrações contábeis, a DFC proporcionará informações que permitem que os
usuários avaliem as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira
(inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os montantes e a época
de ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias
e oportunidades. As transações que integram a DFC são divididas em três tipos de ativi-
dades: operacionais, de investimento e de financiamento. (NBC TG 03-R3)
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA): a NBC TG 09, notamos que a norma conceitua
valor adicionado como a expressão da riqueza criada pela empresa, de forma geral me-
dida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui
também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros
e transferido à entidade.
• A DVA não faz parte do grupo de demonstrações obrigatórias por parte das normas in-
ternacionais de contabilidade (IFRS), sendo exigida, pela legislação societária brasileira,
apenas das companhias abertas. Assim, segundo a NBC CTA 02, a DVA deve ser con-
siderada uma informação suplementar e, como tal, ser tratada em parágrafo de outros
assuntos, após o parágrafo de opinião.
• Notas Explicativas: é um conjunto de informações que vão complementar aquelas dis-
postas nas demais DC.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude é mais alto do
que o risco de não ser detectada uma distorção decorrente de erro.
O risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude na ad-
ministração é maior do que no caso de fraude cometida por outros prepostos, empregados.
Essa afirmação também merece um destaque especial.
O auditor, ao proceder a uma auditoria, terá como objetivos principais:
• identificar e avaliar os riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis de-
corrente de fraude;
• obter evidências de auditoria suficientes e apropriadas sobre os riscos identificados de
distorção relevante decorrente de fraude, por meio da definição e implantação de res-
postas apropriadas; e
• responder adequadamente face à fraude ou à suspeita de fraudes identificada durante
a auditoria.
Temos, basicamente, dois tipos especiais de distorções intencionais (leia-se fraudes) que
merecem mais atenção por parte do auditor: aquelas distorções decorrentes de informações
fraudulentas e a que se caracterizam pela apropriação indébita de ativos.
• A informação financeira fraudulenta envolve distorções intencionais (leia-se fraudes),
incluindo omissão de valores ou divulgação nas demonstrações financeiras com vistas
a enganar os seus usuários. Também a tentativa da administração de manipular ganhos
de modo a enganar os usuários das DC.
• A apropriação indevida de ativos é caracterizada, especialmente, pelo roubo de ativos da
entidade, muitas vezes perpetrado por empregados, nesses casos em valores relativa-
mente pequenos e irrelevantes. Poderá, ainda, envolver a administração. Os ocupantes
dessas camadas da estrutura organizacional têm, geralmente, mais possibilidade de
disfarçar ou mesmo ocultar a fraude, tornando-a difícil de ser detectada.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Caso a lei o determine, estará o Auditor obrigado a informar, por exemplo, a órgãos de
controle, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (Bacen)
ou a entidades fiscalizadoras, como o Conselho Regional de Contabilidade (CRC), às autori-
dades policiais, entre outros.
A fraude para fins fiscais e os deveres do Auditor: a fraude eventualmente perpetrada
pelo sujeito passivo contra as Administrações Tributárias terá como objetivo, precipuamente,
anular ou diminuir o valor devido a título de tributo.
É a legislação do ente tributante que vai estabelecer o que poderá ser considerada uma fraude
para fins fiscais, bem como as consequências dela advindas para o contribuinte quando detec-
tada pela Fiscalização. Destaque para a muita agravada, comumente presente nas legislações.
A Lei Federal n. 4.502/1964, por exemplo, traz os seguintes conceitos: (grifos meus)
Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou par-
cialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária:
I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias
materiais;
II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal
ou o crédito tributário correspondente.
Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcial-
mente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar
as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou
diferir o seu pagamento.
Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qual-
quer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.
Caso o fato apresente elementos configuradores de ilícito penal, caberá ao Auditor Fiscal
lavrar ainda uma comunicação específica dirigida ao titular da ação penal, o Ministério Público,
para que esse aprofunde as investigações para efeitos criminais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 101
MAPA MENTAL
www.grancursosonline.com.br 59 de 101
www.grancursosonline.com.br 60 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
www.grancursosonline.com.br 63 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
c) a fraude é um ato intencional da ação subjacente que resulta em distorção nas demonstra-
ções contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é
dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
d) a fraude e o erro são atos intencionais da ação subjacente que resultam em distorção nas
demonstrações contábeis, sendo que a principal responsabilidade pela prevenção e detecção
do erro e fraude é dos responsáveis pela auditoria, controle interno e contabilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
QUESTÕES DE CONCURSO
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
www.grancursosonline.com.br 69 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Com relação as constatações apontadas pelo Auditor, é correto afirmar que houve, respectivamente:
a) fraude, erro e erro.
b) fraude, inconsistência contábil e erro.
c) fraude, erro e fraude.
d) fraude, inconsistência contábil e erro.
e) erro, inconsistência contábil e erro.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 75 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 76 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 77 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 78 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
GABARITO
1. d 36. b
2. E 37. c
3. b 38. b
4. b 39. a
5. C 40. c
6. C 41. c
7. b 42. c
8. d 43. d
9. e 44. a
10. a 45. a
11. d 46. d
12. c 47. e
13. C 48. c
14. a 49. b
15. e 50. e
16. a 51. d
17. a 52. d
18. b 53. e
19. a 54. b
20. E 55. e
21. a 56. b
22. b 57. E
23. E
24. C
25. C
26. E
27. e
28. c
29. e
30. d
31. E
32. E
33. E
34. e
35. d
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 79 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
GABARITO COMENTADO
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 80 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 81 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Seguindo o que dispõe a NBC TG 26 (R5), uma das funções das Notas Explicativas é mesmo
prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis,
mas que seja relevante para sua compreensão. Ou seja, que sejam úteis no processo de tomada
de decisão de seus usuários.
Certo.
É o que dispõe o art. 178 da lei citada, que assim dispõe: “no balanço, as contas serão classi-
ficadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 82 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 83 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O CPC 09 nos diz, lá no item 10, que a A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômi-
cos, buscando apresentar, eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela
de contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demons-
tração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e
que são vendidos ou consumidos durante determinado período.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 84 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Para efeitos das normas de auditoria, o auditor se preocupará com a fraude que venha a causar
distorção RELEVANTE nas demonstrações contábeis, com especial para dois tipos: as distorções
decorrentes de informações contábeis fraudulentas e a da apropriação indébita de ativos. É o
que dispõe o item 3 da NBC TA 240 (R1).
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 85 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Quando o examinador cita que tínhamos, em grande parte dos recibos do transporte usado
por João (táxi), o preenchimento com a caligrafia do servidor, corroborado por esse quando
indagado, está a indicar que houve intenção do agente na geração da distorção detectada, qual
seja, a adulteração, manipulação ou falsificação do documento. Não cabe ao auditor interno,
neste caso, dizer se houve ou não má fé. Somente uma investigação interna, mediante processo
administrativo, será capaz de dizê-lo. Eis a sutileza.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 86 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Embora a fraude constitua um conceito jurídico amplo, para efeitos das normas de auditoria, o auditor
está preocupado com a fraude que causa distorção relevante nas demonstrações Contábeis (...).
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 87 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Nitidamente um tipo de distorção causada por um ato intencional, ou seja, com dolo (vontade),
no intuito de obter vantagem injusta ou ilegal. Estamos falando, pois, do conceito de fraude, cuja
responsabilidade pela prevenção e detecção é dos responsáveis pela governança da entidade
e da sua administração.
Letra c.
Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela go-
vernança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 88 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 89 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dos responsáveis pela go-
vernança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 90 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela gover-
nança da entidade e da sua administração.
Letra d.
www.grancursosonline.com.br 91 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Segundo a NBT TA 240 (R1), em seu item 3, para efeitos das normas de auditoria, embora a
fraude constitua um conceito jurídico amplo, o auditor deve ser preocupar com aquele tipo de
fraude que causa distorção relevante nas demonstrações contábeis. Quanto às demais alter-
nativas, temos:
b) Errada. É dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração a principal
responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude (tem 4).
c) Errada. O auditor não é responsável pela detecção dos riscos de distorção relevante mas, sim,
por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém
distorções relevantes, causadas por fraude ou erro (item 5).
d) Errada. O ceticismo deve se fazer presente sempre no trabalho do auditor, sem exceção. Ou
seja, independe de o auditor ter experiência passada em relação à honestidade e integridade
da administração e dos responsáveis pela governança da entidade (item 12).
e) Errada. As respostas, nestes casos, deverão ser do tipo globais, e não individuais (item 28).
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 92 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
A fraude é mais difícil de ser detectada por vários motivos. Primeiro, por envolver esquemas
sofisticados e organizados cuidadosamente, de forma a ocultá-los. São exemplos a falsificação,
a omissão deliberada no registro de operações ou prestação intencional de falsas represen-
tações ao auditor. As dificuldades aumentam quando perpetradas através de conluio, ou seja,
a reunião de duas ou mais pessoas para a prática da irregularidade. Isso está na NBC TA 240
(R1), em seu item 6. Ainda em relação à norma, temos que:
b) Errada. O mesmo item 6 diz que:
A capacidade do auditor de detectar uma fraude depende de fatores como a habilidade do perpetra-
dor, a frequência e a extensão da manipulação, o grau de conluio, a dimensão relativa dos valores
individuais manipulados e a posição dos indivíduos envolvidos.
A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela gover-
nança da entidade e da sua administração.
Visitar locais ou executar certos testes de surpresa, sem anúncio prévio. Por exemplo, observar o
estoque em locais onde a presença do auditor não foi previamente anunciada, efetuar contagem
de caixa em data não anunciada, sem anúncio prévio.
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 93 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 94 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Letra e.
a) Errada. O risco de o auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da
administração é MAIOR do que no caso de fraude cometida por empregados.
b) Errada. Apesar de o auditor poder suspeitar da ocorrência de fraude ou identificá-la, NÃO
cabe a ele estabelecer juridicamente se ela realmente ocorreu.
c) Certa. Itens 2 e 4 da NBC TA 240 (R1).
d) Errada. O erro, ao contrário da fraude, é ato NÃO intencional. A principal responsabilidade
pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua
administração.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 95 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Nos termos do item 4 da NBC TA 240 (R1), A principal responsabilidade pela prevenção e de-
tecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.
Letra e.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 96 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
b) A supervisão geral por parte dos responsáveis pela governança inclui a consideração do
potencial de burlar controles ou de outra influência indevida sobre o processo de elaboração de
informações contábeis, tais como tentativas da administração de gerenciar os resultados para
que influenciem a percepção dos analistas quanto à rentabilidade e desempenho da entidade.
c) O risco do auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da adminis-
tração é maior do que no caso de fraude cometida por empregados, porque a administração
frequentemente tem condições de manipular, direta ou indiretamente, os registros contábeis,
apresentar informações contábeis fraudulentas ou burlar procedimentos de controle destinados
a prevenir fraudes semelhantes, cometidas por outros empregados.
d) Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter atitude de
ceticismo profissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela
administração, e de reconhecer o fato de que procedimentos de auditoria eficazes na detecção
de erros são sempre eficazes na detecção de fraude.
Letra d.
Para efeitos das normas de auditoria, o auditor se preocupará com a fraude que venha a causar
distorção RELEVANTE nas demonstrações contábeis, com especial para dois tipos: as distorções
decorrentes de informações contábeis fraudulentas e a da apropriação indébita de ativos. É o
que dispõe o item 3 da NBC TA 240 (R1).
Letra d.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 97 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
A questão não demanda muita queima de neurônio. Veja que o examinador aponta que a
distorção verificada nos registros contábeis (e pode ocorrer também nos livros fiscais) foram
causadas por desconhecimento. Ou seja, não foram intencionais. Ora, não sendo intencionais,
não há que se falar em fraude.
Letra e.
Notamos, portanto, que o examinador se inspirou neste dispositivo da norma para formular
a questão.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 98 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
Falou em distorção causada por ato intencional, lembre-se: é fraude. Não titubeie.
Letra e.
Interpretação incoerente não quer dizer má interpretação intencional. Logo, devemos entender que o
examinador está se referindo a uma distorção decorrente de ato não intencional, ou seja, de um erro.
Letra b.
O que vai distinguir a fraude e o erro é a intenção do agente, e não a intensidade dos danos
provocados, como quer fazer crer o enunciado. Enquanto a fraude se revela como um ato in-
tencional, no erro ele é não intencional. Em síntese, podemos afirmar que a gravidade não é
elemento que distingue um elemento do outro.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 99 de 101
Auditoria
Auditoria Fisco-Contábil: Fraudes e Erros na Escrituração
Andrey Soares
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: abordagem moderna e completa. 9. ed. São Paulo:
Atlas. 2019.
ATTIE, Willian. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
CREPALDI, Sílvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões. Auditoria Fiscal e Tributária. 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2019.
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
SANTOS, José Luiz; SCHMIDT, Paulo; GOMES, José Mário Matsumura. Fundamentos de Audi-
toria Fiscal. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Andrey Soares
Bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduado em Direito e Processo Tributário. Ocupa, atualmente, o
cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, exercendo a função de Delegado da Receita Federal.
É professor de Auditoria e Perícia Contábil. Coleciona aprovações em diversos concursos públicos
municipais, estaduais e federais, entre os quais para a Polícia Civil de MG (foi Investigador) e para a Polícia
Federal (Escrivão). Na RFB, atuou ainda como Analista Tributário.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GUTEMBERG DE OLIVEIRA QUEROZ - 06381121416, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.