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15 de março de 2017
CADERNO DE RESUMOS
CUIABÁ/MT
2017
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Grupo de Pesquisa
“Formação crítica de educadores de línguas, Análise
Crítica do Discurso e Realismo Crítico”
INTEGRANTES
Jussivania Pereira
Jonatan Costa Gomes
Márcio Evaristo Beltrão
Marta Gresechen Paiter Luzia de Souza
APRESENTAÇÃO
Comitê de Organização
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PROGRAMAÇÃO
Sessão de Comunicações I
Sessão de Comunicações II
RESUMOS
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Nesta apresentação, buscarei discutir algumas noções sobre criticidade que vem
circulando no meio acadêmico nas últimas décadas. Procurarei problematizar seus
conceitos e limitações, própria de cada abordagem, à luz de um pensamento
alicerçado nos estudos queer. Por último, proponho uma ampliação do seu conceito
para aquilo que chamo de transviadagem para questionar a noção normatizadora do
pensamento crítico.
Este estudo tem como objetivo apresentar parte de uma pesquisa acerca das
representações de jovens da Escola Estadual Meninos do Futuro, localizada no Centro
Socioeducativo de Cuiabá/MT (Complexo Pomeri). Os alunos estão em situação de
privação de liberdade. Os pressupostos teóricos que sustentam esta pesquisa
ofereceram ferramentas crítico-discursivas para a realização da análise. O diálogo
teórico-metodológico que o Realismo Crítico (BHASKAR, 1998) mantém com a Análise
Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001; 2003) e a Representação de Atores Sociais
(VAN LEEUWEN, 1997; 2008) trouxeram contribuições significativas para a
concretização desta pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho
etnográfico. Para esses jovens, a interação com os professores e com os demais
estudantes os levam a um convívio respaldado em afetividade, diálogo e respeito – a
escola torna-se um espaço onde as tensões se mostram aliviadas e onde se pode
aprender outras formas de se relacionar que contribuem para a desconstrução da
identidade de infrator
Jussivania Pereira.
(Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem)
E-mail: jussivaniabatista@gmail.com
Este trabalho tem por objetivo analisar os enunciados proferido pelo presidente em
exercício do Brasil, Michel Temer e do Secretário Nacional da Juventude – Bruno Júlio –
quando perguntados sobre a briga entre facções criminosas que resultou numa chacina
de mais ou menos 60 detentos, ocorrida no estado do Amazonas, mas especificamente
na capital Manaus, na virada do ano de 2016 para 2017. Os dados foram coletados de
duas reportagens do jornal online: G1globo.com, na seção de política, publicadas em
janeiro 2017. Para nortear a análise dos enunciados farei uso da Análise Crítica do
Discurso propagada por Fairclough (2003), visando discutir as questões ideológicas e
hegemônicas que prevalecem nos enunciados. Para analisar a materialidade linguística,
a teoria proposta por Halliday (2004), - Linguística Sistêmico-Funcional – será
imprescindível para compreender o uso da linguagem enquanto prática social. As
análises preliminares revelam que os enunciados carregam consigo um alto teor
hegemônico, levando em conta quem são os locutores e que a responsável pelo
ocorrido é um “terceiro” e não o poder público que em cada contribui para a
ressocialização da população carcerária brasileira.
Este trabalho tem por objetivo analisar trechos de uma entrevista concedida por Maria
da Penha Maia Fernandes ao site de notícias Diário Catarinense em setembro de 2016.
Vítima da violência doméstica, ela lutou para que seu agressor viesse a ser condenado,
e seu nome ficou popularmente conhecido sobreposto a Lei Federal 11.340. O trecho
selecionado dessa entrevista diz respeito à resposta de Maria da Penha à questão
“Com base na sua própria experiência de vida, por que é tão difícil romper o ciclo da
violência?”. A análise linguística de sua resposta foi baseada na categoria
representacional de Fairclough (2003a) e na metafunção ideacional de Halliday (1994).
De forma a identificar processos relacionais e mentais dentro do trecho analisado. Em
consonância, também foram identificados no discurso, a partir da análise crítica,
excertos em que se aplicam teorias como a emancipação defendida por Baskhar (1998,
2002), a relação entre o discurso e o poder, e a linguagem utilizada de forma
ideológica enunciada por Fairclough (2003a). A aplicação dessas teorias elucida o
poder constituído pelo discurso quanto à posição de uma mulher na sociedade,
explicitando as relações de dominação e subordinação respectivas ao tema tratado
nessa análise: a violência contra a mulher.
Para poder fazer a análise dos dados da pesquisa, utilizei as teorias de Halliday e
Matthiessen (2004), Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), como proposta, pois define
a linguagem como um sistema social, é um dos sistemas de significado que compõem a
cultura humana. Este postulado permite afirmar que a linguagem, o texto e o contexto
são responsáveis pela organização e desenvolvimento da experiência humana. A
Metafunção Ideacional é a responsável pela expressão da nossa representação do
mundo, estando ligada tanto ao mundo externo (eventos, acontecimentos etc.)
HALLIDAY; MATTHIESSEN, 1999, 2004) e Thompson (2004, 1996, p. 78). Esses suportes
teóricos ajudaram-me a compreender o contexto discursivo do morador de São Pedro
de Joselândia, suas crenças, valores, sentimentos e emoções. Também permitem
identificar não só as ações e atividades humanas que estão sendo expressa no
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discurso, como também a realidade que está sendo retratada. O excerto é um relato
que faz parte da dissertação de mestrado da Educação na UFMT, na linha de Educação
Ambiental, defendida em 2005, do grupo de Pesquisa em Educação Ambiental. Teve
como lócus a comunidade ribeirinha do Pantana, São Pedro de Joselândia. O relato é
de um morador, de 45 anos, sexo masculino, Município de Barão de Melgaço distante
145 km de Cuiabá. Fundada em 1931, sob as lideranças de Fernando da Costa Leite, a
cidade passou a ser chamada de São Pedro de Joselândia, após a fundação da igreja,
de São Pedro da Joselândia. As perguntas foram semiestruturadas. Tive como
colaborador um morador de nome fictício, Carlos, que narrou que eles são pobres,
mas felizes, hoje explorados pelos latifundiários, assemelham suas tristes sinas aos
maus políticos. Carlos, morador antigo de São Pedro, cabisbaixo, lamentava a
crescente transformação da comunidade.
Com a promulgação da Lei nº 12.711, a Lei de Cotas, instituída pelo governo Federal
em 2012, que visa o ingresso de estudantes indígenas em universidades públicas do
Brasil, muitos desafios vêm se apresentando, como por exemplo, a permanência
efetiva desse grupo minoritário nas universidades e, posteriormente, os espaços de
trabalho que ocupam ao final da formação superior. Neste estudo, objetivamos
analisar enunciados proferidos por estudantes indígenas de ensino superior, a fim de
verificar de que modo representam as suas próprias experiências. Como objeto de
estudo, utilizamos um vídeo publicado pela emissora Rede Massa, filiada ao SBT: Índios
Universidade, que apresenta trajetórias de indígenas da etnia Guarani, em instituições
de ensino superior do Paraná - Brasil. Para tanto, ancoramo-nos na Análise Crítica do
Discurso (ACD), pelo viés de Norman Fairclough (2001, 2003a); realizamos também um
diálogo interdisciplinar com o Realismo Crítico (RC), de Roy Bhaskar (1989). Para a
análise do corpus, apoiamo-nos na Linguística Sistêmico-funcional (LSF) de Halliday
(2004), inter-relacionando as macrofunções hallidianas aos significados de Teoria
Social do Discurso. A proposta da reportagem em questão é fazer emergir as vozes
desses índios: ora urbanos, ora aldeados. Verificamos a incidência, nessa problemática,
de discursos atravessados que recuperam enunciados cristalizados na memória
coletiva, no imaginário social sobre o ser indígena e limitam, em alguma medida, os
espaços profissionais que devem ocupar na sociedade brasileira.
O objetivo deste trabalho é analisar os enunciados produzidos por Tonico Benites por
meio de uma entrevista para a revista do Instituto Humanitas Unisinos – IHU-On-Line.
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Este trabalho tem como objetivo a análise dos relatos de mães de alunos do Ensino
Fundamental, que sofreram preconceito na escola. Trata-se de relatos colhidos para
a pesquisa nacional “Violência e Preconceito na Escola”, encomendada pelo
Ministério da Educação e realizada nos anos de 2014 e 2015. Esta pesquisa
envolveu Instituições de Ensino Superior, mas fora coordenada pela Universidade
Federal de Mato Grosso. A Análise Crítica do Discurso proposta por Fairclough
(2003) será utilizada para desvelar questões de ordem ideológica presentes nos
relatos apresentados. A Linguística Sistêmico-Funcional proposta por Halliday
(2004) norteará a compreensão dos relatos, explicitando as práticas sociais
envolvidas na questão do preconceito. A análise preliminar dos relatos evidencia
que a presença de sentimentos negativos para além do convívio escolar, e a
maneira de enfrentamento do preconceito no cotidiano.
Estudos na área da saúde tem destacado que o companheiro das adolescentes é uma
fonte de referência para a adolescente na gravidez. Diante disso, neste recorte
analisamos o discurso do companheiro da adolescente gestante, por se tratar de
particularidades do universo masculino acerca do cuidado e da gravidez. Trata-se de
um estudo de abordagem qualitativa, do tipo explicativo. Utilizamos entrevista
semiestruturada e os dados foram analisados com preceitos da análise de discurso
crítica. Segundo Fairclouhg (2003) a ACD possibilita desvelar relações de poder.
Percebe-se nas falas a utilização do verbo no modo imperativo, este serve para
reforçar ou incitar ordem, e é utilizado por eles quando querem reforçar que: (o
homem) “a gente tem que trabalhar um pouco a mais” e “tenho que crescer agora
pra dar conta”, referindo-se a nova situação de ser pai. Segundo Halliday (1994) a
metafunção ideacional diz respeito ao uso da língua como representação, estando
relacionada com o mundo externo, eventos, elementos, bem como o mundo interno,
incluindo pensamentos, crenças, sentimentos. Pretende-se com este estudo estimular
a utilização da ACD na área da saúde, em especial na enfermagem.