Você está na página 1de 17

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


INSTITUTO DE LINGUAGENS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ESTUDOS DE LINGUAGEM

15 de março de 2017

CADERNO DE RESUMOS

CUIABÁ/MT
2017
2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


INSTITUTO DE LINGUAGENS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DE
LINGUAGEM

COMISSÃO ORGANIZADORA
Grupo de Pesquisa
“Formação crítica de educadores de línguas, Análise
Crítica do Discurso e Realismo Crítico”

COORDENADORA DO GRUPO DE PESQUISA


Prof.ª Dr.ª Solange Maria de Barros

INTEGRANTES
Jussivania Pereira
Jonatan Costa Gomes
Márcio Evaristo Beltrão
Marta Gresechen Paiter Luzia de Souza

COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM


ESTUDOS DE LINGUAGEM
Prof. Dr. Danie Marcelo de Jesus
3

III SEMINÁRIO DE ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO


15 DE MARÇO DE 2017

APRESENTAÇÃO

O Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da UFMT – PPGEL –


promove o III SEMINÁRIO DE ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO – III SEACD.
O III SEACD é parte da disciplina Estudos Críticos do Discurso, caracterizado
como um espaço de interlocução acadêmico-pedagógica envolvendo alunos/as da pós-
graduação e professores/as pesquisadores/as que comungam a perspectiva teórica da
ACD. Seus objetivos são:
 Divulgar os trabalhos realizados no curso;
 Promover um fórum de interação entre os/as alunos/as da pós-
graduação strictu-sensu;
 Contribuir para a consolidação da área no Estado de Mato Grosso e no
Brasil.
O evento ocorrerá no dia 15 de março de 2017. Na abertura do Seminário, o
Prof. Dr. Danie Marcelo de Jesus ministrará a palestra intitulada “Transviadagem:
desafiando a normatização crítica”. Em seguida, teremos as apresentações dos
trabalhos realizados pelos mestrandos/as e doutorandos/as durante a disciplina.
Agradecemos a sua participação e lhe desejamos boas vindas!

Comitê de Organização
4

PROGRAMAÇÃO

8h - TRANSVIADAGEM: DESAFIANDO A NORMATIZAÇÃO CRÍTICA


Prof. Dr. Danie Marcelo de Jesus

Sessão de Comunicações I

8h30min – VIVÊNCIAS ESCOLARES DE JOVENS EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO DE


LIBERDADE: UM ESTUDO CRÍTICO-DISCURSIVO
Kátia Aparecida da Silva Nunes Miranda

8h50min – CHACINA EM MANAUS: ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO


Jussivania Pereira

9h10min – O QUE AS REBELIÕES NOS PRESÍDIOS PODEM NOS ENSINAR SOB


ASPECTOS DO REALISMO CRÍTICO DE BHASKAR
Nilzanil Maria José Soares Pinheiro

9h30min – VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: BREVE ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO


Gracielly Soares Gomes

9h50min – ANÁLISE DE EXCERTO: UMA VISÃO LINGUÍSTICA, DISCURSIVA E


EMANCIPATÓRIA.
Márcio César Cardoso

10h10min – ANÁLISE DE DISCURSO DE UM MORADOR DE SÃO PEDRO DE


JOSELÂNCIA
Dolores Aparecida Garcia

10h30min – RELAÇÃO DE PODER E MANIPULAÇÃO EM DISCURSO DE POSSE


Lucimeire da Silva Furlaneto.

10h50min – FLECHAS DO SABER: TRAJETÓRIAS DE ESTUDANTES INDÍGENAS NO


ENSINO SUPERIOR PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
Alex Feitosa Oliveira

11h10min – A QUESTÃO INDÍGENA NO MATO GROSSO DO SUL: POR UMA VISÃO


HUMANITÁRIA
Maria Aparecida da Silva Ramos

11h30min – CROSSDRESSING, IMPACTO CULTURAL E HISTÓRIAS DE VIDA: UM


ESTUDO CRÍTICO DO DISCURSO
Márcio Evaristo Beltrão
5

Sessão de Comunicações II

14h – O PIBID-LEM (Inglês): possibilidades de ensinar-aprender com o outro


Marta Gresechen Paiter Luzia de Souza

14h20min – A CULPA É DE QUEM? - REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS SOBRE A VÍTIMA


DE ESTUPRO EM TEXTOS MIDIÁTICOS
Daniele dos Santos de Souza

14h40min – ADOLESCENTES GRÁVIDAS E O CUIDADO DE SI NO PRÉ-NATAL


Nayara Bueno de Araujo

15h – A ORDEM COMO FORMA DE PODER NA OBRA DE DORIS LESSING: DEBAIXO DA


MINHA PELE
Simone Sanches Vicente Morais

15h20min – PRECONCEITO NA ESCOLA: ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO


Claudio José S. Figueiredo

15h40min – O DISCURSO DO COMPANHEIRO SOBRE A GRAVIDEZ DA ADOLESCENTE


GRÁVIDA
Jonatan Costa Gomes
6

RESUMOS
7

TRANSVIADAGEM: DESAFIANDO A NORMATIZAÇÃO CRÍTICA

Prof. Dr. Danie Marcelo de Jesus


(Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem)
E-mail: daniepuc@gmail.com

Nesta apresentação, buscarei discutir algumas noções sobre criticidade que vem
circulando no meio acadêmico nas últimas décadas. Procurarei problematizar seus
conceitos e limitações, própria de cada abordagem, à luz de um pensamento
alicerçado nos estudos queer. Por último, proponho uma ampliação do seu conceito
para aquilo que chamo de transviadagem para questionar a noção normatizadora do
pensamento crítico.

Palavras-chave: Transviadagem; Estudos Queer; Normatização.

VIVÊNCIAS ESCOLARES DE JOVENS EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE: UM


ESTUDO CRÍTICO-DISCURSIVO.

Kátia Aparecida da Silva Nunes Miranda


(Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar/SP)
E-mail: katia-nmiranda@hotmail.com

Este estudo tem como objetivo apresentar parte de uma pesquisa acerca das
representações de jovens da Escola Estadual Meninos do Futuro, localizada no Centro
Socioeducativo de Cuiabá/MT (Complexo Pomeri). Os alunos estão em situação de
privação de liberdade. Os pressupostos teóricos que sustentam esta pesquisa
ofereceram ferramentas crítico-discursivas para a realização da análise. O diálogo
teórico-metodológico que o Realismo Crítico (BHASKAR, 1998) mantém com a Análise
Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001; 2003) e a Representação de Atores Sociais
(VAN LEEUWEN, 1997; 2008) trouxeram contribuições significativas para a
concretização desta pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho
etnográfico. Para esses jovens, a interação com os professores e com os demais
estudantes os levam a um convívio respaldado em afetividade, diálogo e respeito – a
escola torna-se um espaço onde as tensões se mostram aliviadas e onde se pode
aprender outras formas de se relacionar que contribuem para a desconstrução da
identidade de infrator

Palavras-chave: Representações de atores sociais. Escola pública. Adolescentes e


jovens.
8

CHACINA EM MANAUS: ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO

Jussivania Pereira.
(Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem)
E-mail: jussivaniabatista@gmail.com

Este trabalho tem por objetivo analisar os enunciados proferido pelo presidente em
exercício do Brasil, Michel Temer e do Secretário Nacional da Juventude – Bruno Júlio –
quando perguntados sobre a briga entre facções criminosas que resultou numa chacina
de mais ou menos 60 detentos, ocorrida no estado do Amazonas, mas especificamente
na capital Manaus, na virada do ano de 2016 para 2017. Os dados foram coletados de
duas reportagens do jornal online: G1globo.com, na seção de política, publicadas em
janeiro 2017. Para nortear a análise dos enunciados farei uso da Análise Crítica do
Discurso propagada por Fairclough (2003), visando discutir as questões ideológicas e
hegemônicas que prevalecem nos enunciados. Para analisar a materialidade linguística,
a teoria proposta por Halliday (2004), - Linguística Sistêmico-Funcional – será
imprescindível para compreender o uso da linguagem enquanto prática social. As
análises preliminares revelam que os enunciados carregam consigo um alto teor
hegemônico, levando em conta quem são os locutores e que a responsável pelo
ocorrido é um “terceiro” e não o poder público que em cada contribui para a
ressocialização da população carcerária brasileira.

Palavras-chave: Chacina; Hegemonia; Discurso.

O QUE AS REBELIÕES NOS PRESÍDIOS PODEM NOS ENSINAR SOB ASPECTOS DO


REALISMO CRÍTICO DE BHASKAR.

Nilzanil Maria José Soares Pinheiro


(Aluna Especial do Doutorado em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: nilzanilsoares@gmail.com

O objetivo deste texto é deslindar, aplicando o Realismo Crítico de Roy Bhaskar, a


análise de um editorial do Portal Terra, em que o jornalista Mário Simas Filho
entrevista o Prefeito de Manaus a respeito da barbárie ocorrida no presídio Anízio
Jobim, na primeira semana de janeiro de 2017, que resultou na morte de 56 detentos,
a maioria deles decapitada. O pensamento expresso na entrevista revela os
interdiscursos sobre o caso dos presídios do Brasil. A Análise Crítica do Discurso
entente a linguagem como prática social, neste sentido a frase do Político, que serve
de análise para este texto, é terrivelmente desastrosa sob qualquer ponto de vista.
Mas, infelizmente, ao proferi-la, o prefeito traduziu o sentimento silencioso de boa
parte de uma sociedade cada vez mais intolerante. Os pressupostos teóricos que darão
suporte para análise será BHASKAR (1998) com seu Realismo Crítico e seu Modelo
Transformacional da Atividade Social (MTAS), nos revelando que “a sociedade fornece
as condições necessárias para ação intencional”, também nos apropriaremos dos
9

estudos de FAIRCLOUGH (2003) e HALLIDAY (2004), para analisar as estruturas da


natureza discursiva/ideológica da ordem do discurso e como elas se evidenciam no
texto, e através da LSF buscaremos uma “explicação” macrossocial da prática
discursiva. FAIRCLOUGH (2003), afirma que “a desconstrução ideológica de
determinado texto pode contribuir para algumas mudanças na sociedade”. Construir
novas masmorras e não mudar o que acontece dentro delas não vai resolver o
problema, comungamos com Bhaskar em sua dialética da automudança,
autotransformação quanto afirma que isso deve ocorrer de dentro para fora. Se
alguma coisa pode emancipar o pensamento humano, principalmente, nos presídios
será a autoeducação.

Palavras-chave: Violência; Realismo Crítico; Emancipação Humana.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: BREVE ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO

Gracielly Soares Gomes


(Mestranda em Estudos de Cultura Contemporânea – PPGECCO/UFMT)
E-mail: graciellysgomes@gmail.com

Este trabalho tem por objetivo analisar trechos de uma entrevista concedida por Maria
da Penha Maia Fernandes ao site de notícias Diário Catarinense em setembro de 2016.
Vítima da violência doméstica, ela lutou para que seu agressor viesse a ser condenado,
e seu nome ficou popularmente conhecido sobreposto a Lei Federal 11.340. O trecho
selecionado dessa entrevista diz respeito à resposta de Maria da Penha à questão
“Com base na sua própria experiência de vida, por que é tão difícil romper o ciclo da
violência?”. A análise linguística de sua resposta foi baseada na categoria
representacional de Fairclough (2003a) e na metafunção ideacional de Halliday (1994).
De forma a identificar processos relacionais e mentais dentro do trecho analisado. Em
consonância, também foram identificados no discurso, a partir da análise crítica,
excertos em que se aplicam teorias como a emancipação defendida por Baskhar (1998,
2002), a relação entre o discurso e o poder, e a linguagem utilizada de forma
ideológica enunciada por Fairclough (2003a). A aplicação dessas teorias elucida o
poder constituído pelo discurso quanto à posição de uma mulher na sociedade,
explicitando as relações de dominação e subordinação respectivas ao tema tratado
nessa análise: a violência contra a mulher.

Palavras-chave: Discurso; poder; violência; interdiscursividade.


10

ANÁLISE DE EXCERTO: UMA VISÃO LINGUÍSTICA, DISCURSIVA E EMANCIPATÓRIA.

Márcio César Cardoso


(Mestrando em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: teachermarciotm2@gmail.com

O objetivo deste trabalho é apresentar, por meio da análise de um excerto, a


possibilidade de uma leitura discursiva, crítica e emancipatória de avisos proibindo
determinados comportamentos em locais públicos e com grande fluxo de pessoas. O
fragmento foi retirado de uma frase proferida pelo jornalista uruguaio Eduardo
Galeano ao referir-se à existência de avisos em dois aeroportos, em Madri e no Rio de
Janeiro, proibindo dançar, no caso do aeroporto espanhol, e brincar com os carrinhos
de bagagem, no caso do aeroporto brasileiro. A análise linguística baseia-se na
Linguística Sistêmico Funcional proposta por Halliday (1994, 2004) enquanto ancoro a
análise critica do discurso em Fairclough (2003). A visão critica emancipatória terá por
premissa os aspectos advogados por Baskhar (1998). A linguística hallidiana considera
a linguagem como um eixo de escolhas que definem a intenção do falante ao eleger
um termo em detrimento de outro, ao passo que a análise proposta por Fairclough
sugere que o discurso é permeado de relações de poder e funções sociais que podem
reforçar, inculcar ou transformar relações sociais. A visão emancipatória apresentada
por Baskhar discute a necessidade de formação de indivíduos livres e conscientes de si,
de suas habilidades, capacidades e das oportunidades de mudança na busca de sua
emancipação. O trabalho discute, pois, a leitura discursiva/critica do jornalista em
questão ao se deparar com os avisos nos aeroportos.

Palavras-chave: Proibições; Leitura Crítica; Emancipação.

ANÁLISE DE DISCURSO DE UM MORADOR DE SÃO PEDRO DE JOSELÂNCIA

Dolores Aparecida Garcia


(Doutoranda em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: doloresgarcia.1411@gmail.com

Para poder fazer a análise dos dados da pesquisa, utilizei as teorias de Halliday e
Matthiessen (2004), Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), como proposta, pois define
a linguagem como um sistema social, é um dos sistemas de significado que compõem a
cultura humana. Este postulado permite afirmar que a linguagem, o texto e o contexto
são responsáveis pela organização e desenvolvimento da experiência humana. A
Metafunção Ideacional é a responsável pela expressão da nossa representação do
mundo, estando ligada tanto ao mundo externo (eventos, acontecimentos etc.)
HALLIDAY; MATTHIESSEN, 1999, 2004) e Thompson (2004, 1996, p. 78). Esses suportes
teóricos ajudaram-me a compreender o contexto discursivo do morador de São Pedro
de Joselândia, suas crenças, valores, sentimentos e emoções. Também permitem
identificar não só as ações e atividades humanas que estão sendo expressa no
11

discurso, como também a realidade que está sendo retratada. O excerto é um relato
que faz parte da dissertação de mestrado da Educação na UFMT, na linha de Educação
Ambiental, defendida em 2005, do grupo de Pesquisa em Educação Ambiental. Teve
como lócus a comunidade ribeirinha do Pantana, São Pedro de Joselândia. O relato é
de um morador, de 45 anos, sexo masculino, Município de Barão de Melgaço distante
145 km de Cuiabá. Fundada em 1931, sob as lideranças de Fernando da Costa Leite, a
cidade passou a ser chamada de São Pedro de Joselândia, após a fundação da igreja,
de São Pedro da Joselândia. As perguntas foram semiestruturadas. Tive como
colaborador um morador de nome fictício, Carlos, que narrou que eles são pobres,
mas felizes, hoje explorados pelos latifundiários, assemelham suas tristes sinas aos
maus políticos. Carlos, morador antigo de São Pedro, cabisbaixo, lamentava a
crescente transformação da comunidade.

Palavras-chave: Discurso; narrativa; Linguística Sistêmico-Funcional.

RELAÇÃO DE PODER E MANIPULAÇÃO EM DISCURSO DE POSSE

Lucimeire da Silva Furlaneto


(Doutoranda em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: lucimeirefurlaneto@gmail.com

O objetivo deste trabalho é compreender como se dá a construção de sentidos do


texto, a partir do seu desvelamento, em um discurso proferido em 2015, pelo
governador do Estado de Mato Grosso, Pedro Taques. Os dados foram extraídos
através do seu discurso de posse publicado no endereço eletrônico
http://www.blogdoantero.com, cujo título é Governador assume compromisso com a
área social e a transparência”. Os dados analisados deram-se por meio de sua
publicação em 01 de janeiro de 2015. Na oportunidade, o então governador lança mão
de recursos linguísticos com o intuito de sensibilizar os ouvintes, contando inclusive
com a apoio da população para o êxito de sua gestão. Para isso, Taques cita em seu
discurso personalidades como Papa Francisco e Ricardo Guilherme Dicke, poeta mato-
grossense. Inclui também a presença de sua mãe Dona Eda (sua mãe); no decorrer do
texto é recorrente o uso de palavras como humildade, disposição, mudança,
responsabilidade, democracia. A metodologia utilizada para a análise dos dados está
assentada nos pressupostos teóricos da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF)
(HALLIDAY, 1994) e Análise Crítica do Discurso (ACD) (FAIRCLOUGH, 2003), por
entender que ambas as teorias dialogam no sentido de verificarem como se dão as
relações linguísticas no interior do texto, a partir do seu uso real de comunicação, e
como a partir, dessas, identificamos outras relações: as de poder, dominação,
manipulação, ou emancipação (BHASKAR, 2002). Os conceitos selecionados foram
Significado Representacional (Fairclough, 2003); Metafunção Ideacional (Halliday,
1994) e Sistema de Transitividade. Tais perspectivas teórico-metodológicas contribuem
para que haja mudanças ou reflexões significativas no cenário social em que estamos
imersos e que muitas vezes não conseguimos perceber em nuances, através da
12

linguagem, as relações de poder ou de emancipação veladas nos mais diversos textos


com os quais dialogamos dia-a-dia, principalmente os que regem as nossas ações
sociais, ou seja, os que regem a nossa vida.

Palavras-chave: Discurso; Relações de Poder; Manipulação.

FLECHAS DO SABER: TRAJETÓRIAS DE ESTUDANTES INDÍGENAS NO ENSINO


SUPERIOR PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ

Alex Feitosa Oliveira


(Mestrando em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: alexfeitosa.uf@gmail.com

Com a promulgação da Lei nº 12.711, a Lei de Cotas, instituída pelo governo Federal
em 2012, que visa o ingresso de estudantes indígenas em universidades públicas do
Brasil, muitos desafios vêm se apresentando, como por exemplo, a permanência
efetiva desse grupo minoritário nas universidades e, posteriormente, os espaços de
trabalho que ocupam ao final da formação superior. Neste estudo, objetivamos
analisar enunciados proferidos por estudantes indígenas de ensino superior, a fim de
verificar de que modo representam as suas próprias experiências. Como objeto de
estudo, utilizamos um vídeo publicado pela emissora Rede Massa, filiada ao SBT: Índios
Universidade, que apresenta trajetórias de indígenas da etnia Guarani, em instituições
de ensino superior do Paraná - Brasil. Para tanto, ancoramo-nos na Análise Crítica do
Discurso (ACD), pelo viés de Norman Fairclough (2001, 2003a); realizamos também um
diálogo interdisciplinar com o Realismo Crítico (RC), de Roy Bhaskar (1989). Para a
análise do corpus, apoiamo-nos na Linguística Sistêmico-funcional (LSF) de Halliday
(2004), inter-relacionando as macrofunções hallidianas aos significados de Teoria
Social do Discurso. A proposta da reportagem em questão é fazer emergir as vozes
desses índios: ora urbanos, ora aldeados. Verificamos a incidência, nessa problemática,
de discursos atravessados que recuperam enunciados cristalizados na memória
coletiva, no imaginário social sobre o ser indígena e limitam, em alguma medida, os
espaços profissionais que devem ocupar na sociedade brasileira.

Palavras-chave: Ensino superior; Estudantes Indígenas; Análise Crítica do Discurso.

A QUESTÃO INDÍGENA NO MATO GROSSO DO SUL: POR UMA VISÃO HUMANITÁRIA

Maria Aparecida da Silva Ramos


(Mestre em Letras)
E-mail: silvaramoss@hotmail.com

O objetivo deste trabalho é analisar os enunciados produzidos por Tonico Benites por
meio de uma entrevista para a revista do Instituto Humanitas Unisinos – IHU-On-Line.
13

Tonico Benites é graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual do Mato Grosso


do Sul – UEMS e cursou mestrado e doutorado em Antropologia Social pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Na entrevista, concedida por e-mail, o
líder indígena contextualiza os conflitos oriundos da disputa pela terra e afirma que a
não demarcação de territórios indígenas guarani-kaiowá “gera e alimenta a prática de
etnocídio/genocídio”. Os embasamentos teóricos e metodológicos deste trabalho estão
sustentados na Linguística Sistêmico Funcional de Halliday (1994) e Halliday e
Matthiessen (2004), em Fairclough (2003), e em Bhaskar (1998) e Barros (2015). A
análise demonstra que ciente sobre os significados que as palavras, em suas
combinações em textos geram, Tonico Benites utiliza-se dos termos
etnocídio/genocídio para denunciar essa prática, que persiste no Brasil em pleno século
XXI. A omissão do Estado brasileiro, com relação a não demarcação das terras, tem sido
a principal responsável pela morte física e cultural do povo Guarani e Kaiowá, bem
como pelas condições de violência, exclusão e preconceito sofrido por eles.

Palavras-chave: Discurso indígena; Análise crítica do discurso; Etnocídio/genocídio.

CROSSDRESSING, IMPACTO CULTURAL E HISTÓRIAS DE VIDA: UM ESTUDO CRÍTICO


DO DISCURSO

Márcio Evaristo Beltrão


(Doutorando em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: marcioevaristobeltrao@hotmail.com

Neste trabalho, propomos analisar, por meio da categoria de significado


representacional do discurso e da transitividade dos processos, enunciados (discursos)
proferidos por um crossdresser da cidade de Cocalinho-MT. O objetivo da análise é
identificar quais discursos dialogam nas instâncias discursivas do participante acerca
de questões relacionadas a gênero e sexualidade. Como instrumento metodológico,
são utilizadas a Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2003a), por meio da
categoria analítica interdiscursividade, e a Linguística Sistêmico-Funcional, de Halliday
(1994). Os resultados obtidos apontam que o crossdresser entrevistado possui
compreensão que não se enquadra nos perfis sexuais e de gêneros impostos pela
heteronormatividade, apesar de não ter total compreensão que é um crossdresser.

Palavras-chave: Gênero e sexualidade; Análise Crítica do Discurso; Crossdresser.


14

O PIBID-LEM (Inglês): possibilidades de ensinar-aprender com o outro

Marta Gresechen Paiter Luzia de Souza


(Doutoranda em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: martagresechen@hotmail.com

O objetivo desta pesquisa é investigar uma das ações teórico-práticas desenvolvidas no


Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no curso de Letras
Estrangeiras Modernas (LEM) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Para tanto,
analiso os processos sócio-discursivos dos 17 Grupos de Estudo (GE), realizados entre
maio e dezembro de 2010, que foram gravados e, posteriormente, transcritos. O grupo
de participantes compreende 1 professora-pesquisadora, 1 professora-coordenadora,
1 professora-colaboradora e 9 professores/as-novatos/as. A metodologia teórico-
metodológica deste estudo está fundamentada em conceitos da Análise Crítica do
Discurso - ACD (FAIRCLOUGH, 2001, 2003, 2004; van LEEUWEN, 2008;) em interface
com a Linguística Sistêmico-Funcional - LSF (HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004). Por
meio da análise, concluo que foram recriadas possibilidades de aprendizagem(ns) pelo
grupo por meio de processo(s) de incorporação do dizer do outro.

Palavras-chave: Educação colaborativa; Aprendizagem(ns); Transformação social.

A CULPA É DE QUEM? - REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS SOBRE A VÍTIMA DE


ESTUPRO EM TEXTOS MIDIÁTICOS

Daniele dos Santos de Souza


(Mestranda em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
e-mail: daniele.souza@outlook.com

Este trabalho visa analisar as representações discursivas sobre a vítima de violência


sexual em textos midiáticos e de que forma tais discursos reverberam nas práticas
sociais e na manutenção de um discurso hegemônico. Os dados foram gerados por
meio da seleção de excertos de notícias de dois jornais eletrônicos de grande
circulação. Para a análise dos dados, utilizo os pressupostos teórico-metodológicos da
Análise Crítica do Discurso (CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH, 2003),
em especial a categoria de significado representacional do discurso, e da transitividade
de processos da Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1994). Ao discutir os
efeitos de tais discursos nas práticas sociais, retomo os conceitos de crítica
explanatória e viés emancipatório de Bhaskar (1989; 1993). A investigação aponta que
ainda é recorrente o discurso que atribui à vítima a responsabilidade pelo crime
sofrido. Através na análise crítico-discursiva, vemos que as estratégias de se colocar a
vítima como agente do processo, em conjunto com o apagamento da agência do
estuprador, contribuem para a manutenção das representações discursivas que
culpabilizam a vítima de estupro.

Palavras-chave: Análise Crítica do Discurso; representação; estupro; culpabilização da


vítima.
15

ADOLESCENTES GRÁVIDAS E O CUIDADO DE SI NO PRÉ-NATAL

Nayara Bueno de Araujo


(Doutoranda em Enfermagem – PPG/FAEN/UFMT)
E-mail: naybueno@hotmail.com

O objetivo do estudo é compreender os sentidos sobre o cuidado de si expressos nos


discursos de adolescentes que realizaram pré-natal na Estratégia Saúde da Família
(ESF) de Cuiabá, Mato Grosso. Pesquisa qualitativa, explicativa, realizada com doze
adolescentes grávidas captadas no pré-natal de quatro unidades da ESF. As atividades
de campo ocorreram de abril a agosto de 2014. A pesquisa respeitou exigências éticas
e foi aprovada pelo Parecer 624.671 do Comitê de Ética em Pesquisa-HUJM-2014. Na
recolha de dados utilizou-se a técnica grupo focal, entrevista individual e análise de
prontuários. No tratamento dos dados, foram adotados alguns preceitos da Análise de
Discurso Crítico de Fairclough. No cuidado de si na gestação, as adolescentes
consideraram a alimentação o mais importante. Essa prática tem o sentido de atentar-
se ao que é bom para a gravidez e incluir, ainda que com esforço, determinados
alimentos, bem como modificar alguns hábitos. Dadas às influências recebidas e as
construções elaboradas em torno da questão, para as adolescentes, no cuidado da
própria saúde na gestação, é preciso, em síntese, modificar algumas práticas usuais de
alimentação. Consideram, assim, que a saúde no período gestacional é conservada ou
afetada por meio do consumo e exclusão de determinados alimentos.

Palavras-chave: Adolescentes; Gravidez na Adolescência; Cuidado Pré-natal.

A ORDEM COMO FORMA DE PODER NA OBRA DE DORIS LESSING: DEBAIXO DA


MINHA PELE

Simone Sanches Vicente Morais


(Doutoranda em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: sanches.simone@gmail.com

O presente estudo propõe-se compreender os discursos encontrados na fala da autora


narradora Doris Lessing em seu livro Debaixo da minha pele (1994),
especificadamente, quando relata o tratamento dispensado a ela e as demais jovens
que ali viviam no convento a fim de receber a educação formal. Utilizar-se-á, para
compreender o discurso utilizado, a fundamentação teórica da Teoria Crítica do
Discurso (TCD) que se apoia em Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) de Halliday
(1994), Barros (2015) esclarece que esta abordagem nos informa como os textos estão
organizados. Observando, as escolhas do falante ou do escritor, verificando os níveis
do discurso: o lexical, sintático e modal. Norman Fairclough (2001, 2003) amplia a
discussão entre a Análise Crítica do Discurso (ACD) e a LSF, tanto que o autor inter-
relaciona as macrofunções hallidianas aos significados de Teoria Social do Discurso,
propondo três funções: relacional, ideacional e identitária. A constituição do corpus de
16

análise compõe-se de sequências discursivas extraídas do livro Debaixo da Minha pele.


A autora narradora relata como era a higiene corporal realizada no convento pelas
jovens. Meninas privadas de banhar-se a fim de não terem contato físico com o corpo
delas. Verificou-se e analisou-se uma quantia expressiva de processos relacionais. Mas,
observou-se também a saliência do significado identificacional, em que a modulação se
fez presente em termos que denotam a relação de poder estabelecida entre as freiras
e as jovens, como “devêssemos”, “devíamos” e “podíamos” indicando assim uma
relação de obrigatoriedade ao cumprimento de regras que deviriam ser seguidas e
jamais contrariadas ou questionadas. Esse discurso hegemônico ainda está muito
presente nos dias de hoje, não ao fato do tomar banho, mas ao quanto a mulher ainda
é impedida de se tocar, uma educação repressora capaz de fazer com que a mulher
desconheça sua feminilidade. Isso indica uma continuidade nas representações do
poder do discurso do padrão em que as mulheres não devem conhecer seu corpo.
Essas representações precisam ser alteradas como meio de emancipação e de respeito
aos modos da mulher ser e estar na sociedade.

Palavras-chave: Discurso; Mulher; Discriminação.

PRECONCEITO NA ESCOLA: ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO

Claudio José S. Figueiredo


(Doutorando d Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem)
E-mail: claudio.figueiredo.san@gmail.com

Este trabalho tem como objetivo a análise dos relatos de mães de alunos do Ensino
Fundamental, que sofreram preconceito na escola. Trata-se de relatos colhidos para
a pesquisa nacional “Violência e Preconceito na Escola”, encomendada pelo
Ministério da Educação e realizada nos anos de 2014 e 2015. Esta pesquisa
envolveu Instituições de Ensino Superior, mas fora coordenada pela Universidade
Federal de Mato Grosso. A Análise Crítica do Discurso proposta por Fairclough
(2003) será utilizada para desvelar questões de ordem ideológica presentes nos
relatos apresentados. A Linguística Sistêmico-Funcional proposta por Halliday
(2004) norteará a compreensão dos relatos, explicitando as práticas sociais
envolvidas na questão do preconceito. A análise preliminar dos relatos evidencia
que a presença de sentimentos negativos para além do convívio escolar, e a
maneira de enfrentamento do preconceito no cotidiano.

Palavras-chave: Preconceito; Escola; Enfrentamento.


17

O DISCURSO DO COMPANHEIRO SOBRE A GRAVIDEZ DA ADOLESCENTE GRÁVIDA

Jonatan Costa Gomes


(Doutorando em Estudos de Linguagem – PPGEL/UFMT)
E-mail: jonatanfaen@yahoo.com.br

Estudos na área da saúde tem destacado que o companheiro das adolescentes é uma
fonte de referência para a adolescente na gravidez. Diante disso, neste recorte
analisamos o discurso do companheiro da adolescente gestante, por se tratar de
particularidades do universo masculino acerca do cuidado e da gravidez. Trata-se de
um estudo de abordagem qualitativa, do tipo explicativo. Utilizamos entrevista
semiestruturada e os dados foram analisados com preceitos da análise de discurso
crítica. Segundo Fairclouhg (2003) a ACD possibilita desvelar relações de poder.
Percebe-se nas falas a utilização do verbo no modo imperativo, este serve para
reforçar ou incitar ordem, e é utilizado por eles quando querem reforçar que: (o
homem) “a gente tem que trabalhar um pouco a mais” e “tenho que crescer agora
pra dar conta”, referindo-se a nova situação de ser pai. Segundo Halliday (1994) a
metafunção ideacional diz respeito ao uso da língua como representação, estando
relacionada com o mundo externo, eventos, elementos, bem como o mundo interno,
incluindo pensamentos, crenças, sentimentos. Pretende-se com este estudo estimular
a utilização da ACD na área da saúde, em especial na enfermagem.

Palavras-chave: Enfermagem; Gravidez na adolescência; ACD.

Você também pode gostar