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OS 5 S DA ADMINISTRAÇÃO JAPONESA
(segundo Koiti Egoshi)
Copyright@KoitiEgoshi,8deagostode2006
KAIZEN
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KAIZEN
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Kaizen é uma palavra japonesa que significa mudança para melhor ou aprimoramento
contínuo e que permeia toda a Administração Japonesa. Kaizen pode então, até servir de
sinônimo de Administração Japonesa.
Essa interação começou a acontecer a partir de 1950, não só em função de sua derrota frente aos
Estados Unidos em 1945, mas principalmente com a adesão dos japoneses às práticas de
negócios dos norte-americanos. Tanto é que em julho de 1950, “W. E. Deming foi convidado a ir
ao Japão e ensinar o controle estatístico da qualidade em um seminário de oito dias, organizado
[1]
pela JUSE” . JUSE é a Japanese Union of Scientists and Engineeers, que juntamente com uma
série de outras instituições em consonância com o governo e o povo japonês, promoveram a
ascensão da economia japonesa.
Quatro anos mais tarde, em julho de 1954, foi a vez de J. M. Juran ser convidado a ensinar aos
japoneses, por sua vez, a chamada Administração do Controle da Qualidade – segundo
Masaaki Imai, “Essa foi a primeira vez que o CQ foi abordado a partir da perspectiva da
administração total”2.
1o. Para Juran, gerenciamento estratégico da qualidade “é uma abordagem sistemática para o
estabelecimento e obtenção de metas de qualidade por toda a empresa”3. Isto é, qualidade é
responsabilidade de todos em uma empresa, não só de um departamento específico de
qualidade.
Juran
www.qimpro.com/Juran/images/juran.jpg
Deming
www.lii.net/images/deming.gif
E desde então, japoneses foram fomentando a idéia de TQC – Total Quality Control como um todo
processo integrado, conforme “Deming enfatizou a importância da interação constante entre
pesquisa, projeto, produção e vendas para a empresa chegar à melhor qualidade, que satisfaz
os consumidores”5.
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Para buscar resultado, na empresa todos devem ter objetivo e missão comuns. Mas ao mesmo
tempo, durante o período de trabalho devem trabalhar e viver de forma mais equilibrada e
satisfatória possível. Porque trabalhando e vivendo de forma mais equilibrada e satisfatória
possível, tende-se a aumentar a produtividade e melhorar a qualidade, que por sua vez, tende
à conquista do resultado positivo no mercado. Ora, trabalha-se e vive-se de forma mais
equilibrada e satisfatória possível, se pelo menos três quesitos forem atendidos:
1o. Estabilidade financeira e emocional ao empregado – daí porque empresas japonesas ainda
hoje procuram manter o emprego vitalício, para principalmente, evitar preocupações de
sobrevivência e sustento da família. Para tanto, é necessário que todos tenham consciência de
que, a empresa como um todo, deverá obter resultado positivo.
2o. Clima Organizacional agradável – japoneses “forçam a barra” para que todos se dêem
bem e vivam em harmonia entre os desiguais e os contrários – eles dizem natural e
sutilmente gaman sena iken, ou seja, tem que agüentar. Desde a remota era dos primeiros
samurais em torno dos anos 700, conforme relata Ferri de Barros7, os japoneses pela forte
influência da cultura chinesa e principalmente, de Lao Tse8 e Confúcio9, promovem o espírito wa
– a harmonia. Harmonia em tudo. Harmonia entre os desiguais, harmonia entre os contrários.
Harmonia entre o Bem e o Mal. Harmonia entre a alegria e a tristeza. Harmonia entre a bem-
aventurança e a desgraça. Sobretudo, harmonia entre pessoas. Não é à toa que empresas
japonesas maravilham-se com preceitos tayloristas como “cooperação, não individualismo” e
“harmonia, em vez de discórdia”10. Não só Taylor como também Fayol é muito bem-vindo aos
anseios japoneses porque este promove ordem, disciplina, subordinação do interesse
particular ao interesse geral, eqüidade e união do pessoal, dentre outros princípios gerais de
Administração11.
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3o. Ambiente simples, funcional e agradável – é aqui que se inserem os tão chamados 5 “S” da
Administração Japonesa.
OS 5 S
Os 5 “S” são as iniciais de 5 palavras japonesas Seiton, Seiri, Seiso, Seiketsu e Shitsuke, que
estão intimamente relacionados com wa – harmonia, como se percebe a seguir.
Mas antes, atenção: wa, para orientais, não significa todo mundo dizendo sim para todo
mundo; wa considera indispensavelmente o não; é importante ter o não para existir o
debate e a troca de idéias antagônicas, para que por fim, chegue-se num consenso onde todos
tenham a consciência de que tomarão a melhor decisão para todos – de tal sorte que, se tudo
der errado após essa tomada de decisão, todos tenderão a ter consciência de que algo não se
harmonizou entre os participantes; entre os participantes e o grupo; entre o grupo e o Todo
Universal; e entre os participantes e o Todo Universal. Na pior das hipóteses, se conformarão:
tinha que ser assim, alguém tinha que errar, mesmo porque, quem trabalha, erra! E se porventura
obtiverem sucesso, todos comemorarão de forma alegre, mas sutilmente: Banzai!
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http://www.pucrs.br/feng/5s/fotos/utiliza.gif
3. SEISO significa manter sempre LIMPO – o local de trabalho ou qualquer outro lugar,
com tudo em ordem e somente com o necessário, para que a sujeira não atrapalhe a
produtividade nem provoque má qualidade na produção.
www.revistaetcetera.com.br/.../ p2.htm
Musashi (1584-1645) o maior espadachim japonês, é um dos raros samurais que deixou uma obra
escrita – Gorin no Sho que foi traduzido para o inglês como A Book of Five Rings e deste para o
português, como Livro de Cinco Anéis14.
Neste livro Musashi conta suas estratégias vencedoras e daí, seu grande sucesso perante
norte-americanos na década de 70, que o promoveram a bestseller mundial em estratégias de
negócios.
Miyamoto Musashi
http://users.adelphia.net/~gojira/musashi.htm
A MULHER E OS 5 S
Samurais saiam de casa para servir ao seu senhor feudal e como militares, viviam guerreando por
aí e acolá. Cabia à mulher não só cuidar dos filhos, como também providenciar afazeres
domésticos e manter toda a integridade da casa e do lar – na prática, fazia de tudo e bem mais
que um samurai. Educava os filhos sob espírito familiar no lar, e mantinha em perfeita ordem a
casa. Além disso, a mulher de um samurai era versada em Yawara (artes marciais dos samurais)
e sabia manejar naginata (pronuncia-se na-gui-nata), e tanto (pronuncia-se tan-tô) para defesa
pessoal, na ausência do marido.
Tanto é um punhal – que servia para o ritual de suicídio chamado de seppuku ou harikiri – e
samurais carregavam-no na cintura juntamente com wakizashi (uma katana menor) e katana
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www.naginata.org/images/naginataPainting.jpg
Nitobe, nascido em 1862 e filho de um dos últimos samurais, retrata que a própria mulher do
samurai o disciplinava recriminando severamente, caso ela percebesse que o interesse do
guerreiro por ela lhe fizesse esquecer seus deveres em relação aos preceitos do Bushido15.
3
OS PRIMEIROS IMIGRANTES JAPONESES NO BRASIL
E OS 5 S
Só mesmo uma mulher, com seu senso estético e sutil sensibilidade, poderia ter contribuído para
“criar uma sociedade bonita, em criar belos relacionamentos – em tudo, em cada detalhe –, em
lhes dar um significado. As casas japonesas são bonitas. Mesmo a casa de uma pessoa pobre
tem sua beleza própria; é artística, tem sua própria singularidade. A casa pode não ser muito
suntuosa, mas ainda assim, em um certo sentido, é rica por causa da beleza, da disposição das
coisas, por causa da mentalidade com que foi planejado cada pequeno, mínimo detalhe”16,
pegando emprestada a linda frase de Osho, para completar este meu texto.
muita retidão e firmeza de caráter, honrando os preceitos morais do Bushido, na base de muita
disciplina – SHITSUKE.
BANZAI!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
IMAI, Masaaki. Kaizen – A Estratégia para o Sucesso Competitivo. São Paulo: IMAM,1992, p. 10.
2IMAI, Masaaki. Kaizen – A Estratégia para o Sucesso Competitivo. São Paulo: IMAM,1992, p. 11.
5IMAI, Masaaki. Kaizen – A Estratégia para o Sucesso Competitivo. São Paulo: IMAM,1992, p. 9.
7FERRI DE BARROS, Benedicto. Japão – A Harmonia dos Contrários. São Paulo: T. A. Queiroz, 1988,
p. 159-161.
10TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de Administração Científica. São Paulo: Atlas, 1985, p. 126.
11FAYOL, Henri. Administração Industrial e Geral. São Paulo: Atlas, 1984, p. 46-67.
13NITOBE, Inazo. Bushido – Alma de Samurai. São Paulo: Tahyu, 2005, p. 11.
15NITOBE, Inazo. Bushido – Alma de Samurai. São Paulo: Tahyu, 2005, p. 99.
16OSHO. Zen – sua História e seus Ensinamentos. São Paulo: Cultrix, 2004, p. 15.
17RODRIGUES, Ondina Antonio. Imigração Japonesa no Brasil. São Paulo: Memorial do Imigrante,
2006, p. 13-14.
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