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Índice

1. ORIGEM DO PROGRAMA 5S ....................................................................................................... 2


2. DIFERENÇA DOS 5S PARA Housekeeping .................................................................................... 4
3. DEFINIÇÕES DOS 5S´s ................................................................................................................. 4
3.1 SEIRI – Senso de Utilização......................................................................................................... 5
3.2 SEITON – Senso de Organização ................................................................................................. 7
3.3 SEISO – Senso de Limpeza .......................................................................................................... 9
3.4 SEIKETSU – Senso de Saúde e Higiene ...................................................................................... 10
3.5 SHITSUKE – Senso de Disciplina................................................................................................ 11
4. O PROGRAMA 8S ..................................................................................................................... 13
4.1 Shikari Yaro – Senso de Determinação e União ........................................................................ 13
4.2 Shido – Senso de Educação e Treinamento .............................................................................. 14
4.3 Setsuyaku – Senso de economia e combate ao desperdício ..................................................... 14
5. IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S ........................................................................................... 14
5.1 A escolha do gestor do programa 5S ........................................................................................ 14
5.2 Passos para a implementação .................................................................................................. 15
5.3 Sensibilização das pessoas estratégicas .................................................................................... 15
5.4 Estruturação de implantação do programa 5S .......................................................................... 16
5.5 Treinamento ............................................................................................................................ 17
5.6 Lançamento do programa 5S na empresa ................................................................................ 17
5.7 Implantação dos 3 primeiros S´s .............................................................................................. 18
5.8 Campanha do 5S ...................................................................................................................... 19
6. AUDITORIA DO PROGRAMA 5S ................................................................................................ 20
6.1 Problemas causados por auditores .......................................................................................... 21
6.2 Problemas causados por auditados .......................................................................................... 21
6.3 Comunicação durante a auditoria ............................................................................................ 21
6.4 Emissor X Receptor .................................................................................................................. 22
6.5 Programação da Auditoria ....................................................................................................... 22
6.6 Comunicação aos auditados..................................................................................................... 23
6.7 Lista de Verificação (Check List) de auditoria ............................................................................ 23
6.8 Condução da Auditoria ............................................................................................................ 25
6.9 Resultado da Auditoria ............................................................................................................ 26
6.10 Relatório da auditoria .............................................................................................................. 27
6.11 Status (Ruim, Regular, Bom ou Ótimo) ..................................................................................... 28
6.12 Acompanhamento dos resultados............................................................................................ 29
Bibliografia: ..................................................................................................................................... 30

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1. ORIGEM DO PROGRAMA 5S

O Programa 5 S’s tem sua origem no Japão, quando em Maio de 1950, o professor
Kaoro Ishikawa apresenta um método para combater o desperdício, e ajudar o país
destroçado pela guerra, e sem recursos naturais.

O programa 5S’s tem como base à prática milenar de princípios educacionais, que os
pais ensinam a seus filhos, e que os acompanham até a fase adulta, que são:

• Higiene;
• Segurança;
• Bem-estar;
• Sensatez;
• Respeito ao próximo.

Depois de ocidentalizada, esta técnica foi difundida e


aplicada em diversas empresas de manufatura, tendo
como objetivo a melhoria do ambiente de trabalho no
“chão de fábrica”. No fim da década de 60, o estilo
japonês de administração passou a ser adotado por
Organizações no mundo inteiro, juntamente com as
técnicas do TQC (Total Quality Control), que
chegaram ao Brasil no início dos anos 80, com o nome
de Qualidade Total.

O Programa 5S´s é considerado pelas indústrias


japonesas, como sendo o fator básico para que as
técnicas do TQC tivessem chances de serem bem
sucedidas, e recebeu esta denominação como uma
analogia à letra inicial dos cinco princípios adotados
que são:

• Seiri: utilização
• Seiton: organização
• Seiso: limpeza
• Seiketsu: conservação
• Shitsuke: disciplina

O papel do 5S é cuidar da base, facilitando o aprendizado e prática de conceitos e


ferramentas para a qualidade. Isso inclui cuidar dos ambientes, equipamentos,
materiais, métodos, medidas, e, especialmente, pessoas.

No princípio, o 5S era mais focado em liberar área, evitar desperdícios, resolvendo


efeitos de guerra e de gestão inadequada. Com os novos desafios, inclusive a evolução
da tecnologia da comunicação, o 5S evoluiu.

5S representa cinco palavras japonesas que começam com a letra S. Não é fácil
encontrar em outro idioma palavras que têm o mesmo significado de cada termo na
cultura nipônica. Por exemplo: Seiri já foi traduzido como seleção, descarte, senso de
utilização. Seiketsu aparece como higiene, padronização, senso de saúde.

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E há certo sentido: com o
Seiri, fazemos seleção, ou
seja, separamos o que é útil de
o que não é útil, que será
descartado. Assim, é facilitado
o uso. Com senso de
utilidade/utilização dos
recursos, isto é, senso de
utilização, a seleção e o
descarte e o uso serão mais
adequados. No entanto, a
palavra descarte, por exemplo,
fortalece o sentido de jogar
fora dando pouco valor ao
sentido de uso.

Quanto ao Seiketsu, a higiene


depende de seguirmos padrões saudáveis de uso, ordem e limpeza. A expressão senso
de saúde representa nossa sensibilidade para avaliar as boas práticas (as práticas
saudáveis), capacidade de padronizá-las, assegurando a saúde. Considere saúde para
tudo: física, mental, social, financeira, ambiental etc.

A tradução utilizando a palavra senso se tornou uma das mais divulgadas no Brasil a
partir de meados da década de 1990. Além de iniciar com S, facilitando a didática do 5S,
este termo remete ao bom senso, característica de pessoa sensata. A prática do 5S é um
bom meio de apurar a sensatez. Com isso, o 5S deixa de ser uma coisa de fábricas,
máquinas, ferramentas. Entendido assim, o 5S pode ser praticado por qualquer pessoa,
em qualquer lugar, para facilitar a solução de qualquer desafio.

Finalmente, essa tradução aproxima o 5S de o que é natural no organismo vivo. Praticar


5S é semelhante ao que qualquer ser vivo faz para viver.

Denominação
Conceito Objetivo particular
Português Japonês

Separar o necessário do Eliminar do espaço de trabalho o que


Utilização 整理, Seiri
desnecessário seja inútil

Colocar cada coisa em seu Organizar o espaço de trabalho de forma


Organização 整頓, Seiton
devido lugar eficaz

Limpar e cuidar do ambiente


Limpeza 清掃, Seisō Melhorar o nível de limpeza
de trabalho

Criar normas claras para


Higiene 清潔, Seiketsu Criar normas/"standards"
triagem/arrumação/limpeza

Disciplina 躾, Shitsuke Todos ajudam Incentivar melhoria contínua

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2. DIFERENÇA DOS 5S PARA Housekeeping

O 5S é de origem oriental e o “Housekeeping” é oriundo do Ocidente.

5S Housekeeping

Aplicável em ambientes onde as Aplicável em ambientes onde as


pessoas vivem ou trabalham. pessoas transitam

Foco na transformação das pessoas. Foco na transformação do ambiente.

Metodologia construtivista com caráter Metodologia indutiva com caráter de


educativa, acordando padrões. adestramento, impondo padrões.

Transformação baseada em críticas e Transformação baseada em


sugestões. investimentos.

Transformação em médio prazo, mas Transformação em curto prazo, mas


com facilidade para manutenção. com dificuldade para a manutenção.

Manutenção baseada em auditorias e Manutenção baseada em auditorias.


atividades promocionais.

3. DEFINIÇÕES DOS 5S´s


Senso: “faculdade de apreciar, de julgar, de entender”. Significa, também, “entendimento; juízo,
tino” e aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso particular.

Para facilitar o entendimento, você deve lembrar que quando desejamos destacar a característica ou
boa qualidade de uma pessoa, normalmente utilizamos a palavra senso, como por exemplo, senso
de responsabilidade, senso de moral, etc.

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3.1 SEIRI – Senso de Utilização
Consiste em identificar o que é necessário, e o que não é necessário para o trabalho; onde somente
o que for necessário deve permanecer no local. Materiais, equipamentos e máquinas podem ser
relacionados. Os itens desnecessários deverão ser
descartados, ou disponibilizados para outros
locais.

Todos os recursos disponíveis devem ser


avaliados de tal forma que somente sejam
mantidos aqueles que realmente sejam
úteis para realização de determinada
atividade.

Uma ação importante neste momento é não


ter apego a velhos objetos ou materiais que
não têm utilidade para o seu trabalho. É
muito comum pensarmos que em “algum
dia” aquele material pode ser necessário e
por isso eu vou guardá-lo. Esta é uma das grandes falhas comuns que ocorrem no
âmbito do senso de utilização.

Questione-se! Avalie se todos os objetos são necessários e se a quantidade a ser


adquirida está bem dimensionada. Não compre em excesso. Lembre-se que materiais
estocados representam dinheiro parado.

Um dos problemas relacionados a custos das empresas está associado a má


administração dos estoques. Seja consciente na utilização de matéria-prima e compre
somente a quantidade necessária.

Este e os outros sensos podem ser aplicados também na sua casa, por exemplo,
verifique aquele espaço em casa onde se coloca tudo que não serve, os brinquedos
quebrados, a roupa velha, as revistas e jornais que não serão mais lidos novamente,
entre outros.

Benefícios esperados:

• Liberação de espaço;
• Disponibilidade de objetos para outros usuários.

Aspectos a serem considerados na implantação deste senso:

• Discutir amplamente com as pessoas do ambiente o que deve ser guardado e


o que deve ser descartado;
• Identificar as causas que levaram à desarrumação e a guarda desnecessária
de materiais e objetos sem utilidade e eliminar estas causas;
• Registrar e quantificar o que estiver sendo guardado, disponibilizado ou
descartado.

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Apesar de sua indiscutível importância, é necessária extrema atenção ao se descartar
algo. Maquinário, materiais de escritório, artigos de informática obsoletos e tudo aquilo
que já não possui utilidade ou que se deseja modernizar, podem ser vendidos ou doados
quando em bom estado, caso não funcionem podem ser vendidos como sucata ou
simplesmente descartados.

Quando falamos de arquivos, é necessário ter cuidado redobrado para que não se
descarte documentos importantes que devem ficar arquivados algum tempo ou mesmo
por tempo indeterminado. Ainda sobre documentos, caso possuam informações sigilosas
da empresa, de funcionários, de clientes e/ou de fornecedores, é necessário que eles
sejam incinerados ou devidamente fragmentados.

Para se conservar essa fase é necessário etiquetar e manter um registro detalhado


daquilo que está sendo mantido, assim como se controlar aquilo que está sendo
descartado a fim de se evitar transtornos.

Fonte: http://blog.madriwidia.com.br/category/5s/

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O que auditar neste “S”?

Verifique se há coisas desnecessárias como:

Lixo de Papel, Resíduos de Madeira, Sucatas Metálicas, etc.;

Materiais, Insumos, Componentes e Equipamentos sem qualquer Previsão


de Utilização;

Documentos, avisos, cartazes, placas para divulgação de eventos e outros


materiais arquivados ou afixados além do tempo de conservação ou
vigência.

Verifique ainda se:


✓ existem objetos que há um bom tempo não são usados;
✓ existem coisas inúteis no seu local de trabalho;
✓ os itens desnecessários estão identificados, classificados e segregados;
✓ nas gavetas está armazenado apenas o necessário;
✓ estão sendo executadas apenas tarefas necessárias;
✓ os materiais desnecessários estão sendo disponibilizados para outras áreas;
✓ existem normas para a retirada do lixo;
✓ estas normas estão sendo devidamente seguidas.

3.2 SEITON – Senso de Organização

É literalmente arrumar tudo, deixar as coisas


arrumadas e em seu devido lugar para que
seja possível encontrá-las facilmente sempre
que necessário. Assim, evita-se o desperdício
de tempo e energia.

Organizar é dispor adequadamente o material


de trabalho, de forma a possibilitar a
localização fácil, com rapidez e segurança, de qualquer item ou informação, a qualquer
momento. Organização é a consequência natural de se arrumar o que se utiliza.

Organizar a disposição dos materiais, objetos, máquinas, equipamentos e ferramentas,


tanto no ambiente administrativo quanto no operacional, ajudam você a economizar
tempo localizando os itens necessários. Tendo no seu ambiente de trabalho apenas os
itens necessários ficam muito mais fácil organizá-los. Nunca esqueça que depois do uso
de qualquer material, ferramenta ou produto, ele deve voltar para o seu lugar de
origem.

Verifique se o layout dos móveis, máquinas e equipamentos está adequado. Em algumas


ocasiões a disposição inadequada das ferramentas de trabalho gera esforço adicional
desnecessário para a realização das tarefas. Torne o seu ambiente funcional e agradável

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através de um layout bem definido e um bom método de comunicação visual.
Identifique tudo que for necessário de modo que auxilie na localização dos materiais e
objetos.

O Senso de Organização pode ser


aplicado no seu dia a dia, como por
exemplo, não é incomum a cena
pela manhã de procura de agenda,
documentos, celular, chaves, etc.
Estas e outras cenas podem ser
evitadas com a organização do
ambiente armazenando os objetos
de maneira adequada.

Deixe as ferramentas mais


utilizadas em local visível, de fácil
acesso e fácil de colocar de volta após utilizado. Esse procedimento é perfeitamente
aplicável tanto nas linhas de produção quanto nas mesas do escritório.

Após definir os locais a serem armazenados, é importante definir “Como serão


armazenados”. Seguem abaixo algumas dicas:

• Aplique rótulos e etiquetas nos cabides e armários, para assim identificar


quais ferramentas ali são guardadas. Isso facilitará o acesso, o
armazenamento e o inventários;
• Etiquete e rotule também as ferramentas. Isso ajudará o trabalhador a saber
onde a ferramenta deverá ser guardada após o uso;
• Crie uma rotina de limpeza e proteja contra a poeira do ambiente;
• Oriente os trabalhadores a limpar as ferramentas após o uso;
• Facilite a identificação das ferramentas que precisam de reparo;
• Torne o rack visível na área de trabalho.
• Mantenha as vias de trabalho limpas e organizadas.

Manter a cultura do “Colocar tudo em Ordem” proporciona vários benefícios e


principalmente melhora os seguintes quesitos:

• Aumenta a produtividade, uma vez que facilita o acesso aos recursos;


• Reduz Custos, visto que há maior controle sobre os recursos;
• Reduz acidentes de trabalho, a partir do momento em que os recursos são
devidamente alocados;
• Facilita a limpeza;
• Diminui o stress dos trabalhadores, uma vez que o clima do ambiente
melhora.

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O que auditar neste “S”?
Verifique se:

✓ a forma e local de guarda das coisas estão apropriados;


✓ todos os locais de guarda dos objetos estão identificados;
✓ o acesso aos objetos é fácil;
✓ existem critérios para ordenar os objetos;
✓ existe um layout de forma que favoreça um trabalho menos desgastante e com
maior segurança;
✓ a forma de guarda e localização dos objetos e informações estão padronizadas;
✓ existem códigos e etiquetas para maior facilidade na ordenação;
✓ existem objetos em cima de arquivos, armários e beira de janelas;
✓ existem objetos debaixo de armários, mesas, balcões, bancadas e corredores.

3.3 SEISO – Senso de Limpeza

O seiso ou senso de limpeza consiste em eliminar a sujeira ou os objetos estranhos para


manter todo o ambiente de trabalho limpo. Também engloba manter os dados e as
informações atualizadas para garantir a correta
tomada de decisões.

A ação mais importante não consiste na


limpeza do local, mas sim em não sujá-lo. Para
isso os focos de sujeira devem ser identificados
e eliminados, bloqueados ou ao menos
atenuados.

Limpar é eliminar qualquer tipo de sujeira,


cumprindo um conjunto de ações preventivas, de forma a manter o ambiente sempre
limpo. Devemos executar a rigorosa inspeção dos locais de trabalho, máquinas, objetos,
equipamentos e ferramentas de forma a detectar possíveis problemas. Geralmente a
atividade de limpeza é considerada como de responsabilidade exclusiva do “pessoal da
limpeza” quando na verdade todos são responsáveis
por manter a sua área limpa, pois “ambiente limpo não
é aquele que mais se limpa, mas aquele que menos se
suja”.

Ao se manter em excelentes condições de limpeza o


ambiente de trabalho e os equipamentos, contribui-se
para o bem-estar e a segurança de todos, bem como o
aumento de produtividade. Este senso também pode
ser encarado como uma parte do processo de gestão
ambiental, já que empresa o hábito da eliminação de
fontes de poluição.

Benefícios esperados

• Satisfação dos colaboradores em trabalhar em ambientes limpos.


• Preservação da imagem da empresa junto aos clientes.
• Maior equilíbrio físico e mental.

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Aspectos a serem considerados na implantação deste senso:

• Limpar todos os locais, incluindo paredes, tetos, janelas, móveis, objetos, de


forma a deixar tudo limpo;
• Utilizar as máquinas, equipamentos, móveis e instalações inspecionando a
limpeza e o funcionamento dos mesmos, detectando defeitos ou falhas
durante o uso.

REGRA: MAIS IMPORTANTE QUE LIMPAR, É NÃO SUJAR.

Nessa etapa é importante não só executar a limpeza do ambiente, mas também mantê-
la. É chegada a hora de educar para não sujar e zelar por tudo que é de nossa
responsabilidade.

Ter senso de limpeza significa ter cuidado, eliminar a sujeira para manter o ambiente
limpo. O mais importante não é o ato de limpar, mas o ato de não sujar. Além de limpar,
precisamos identificar fontes de sujeira e as respectivas causas, para podermos bloqueá-
las. O senso de limpeza é indispensável no refeitório e nos banheiros.

Assim, quando se realiza a fase da Limpeza, verifica-se a situação geral da organização.


Nesse momento, é possível detectar sujeiras e outros aspectos que possam agredir o
homem e o meio ambiente.

O que auditar neste “S”?


Verifique se:

✓ a limpeza das paredes, pisos, tetos, móveis e utensílios está adequada;


✓ a memória do computador contém apenas o necessário;
✓ os relatórios são enxutos e objetivos;
✓ os quadros de avisos estão atualizados;
✓ existe sistemática para manutenção da limpeza implementada;
✓ as fontes de geração de lixo e sujeira estão sendo tratadas devidamente;
✓ as peças, ferramentas e maquinário são limpas após o uso.

3.4 SEIKETSU – Senso de Saúde e Higiene

O 4º S do Programa 5S é o Seiketsu ou
Senso de Higiene ou Saúde. O Seiketsu
visa a melhoria da qualidade de vida,
criando condições que favoreçam a saúde
física, mental e emocional, a partir de
práticas de higiene. O senso de higiene
reforça a necessidade de uma mudança
comportamental.

Nesta etapa já está tudo limpo,


organizado e só o que você precisa estar
à mão.

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Nesta fase precisamos estabelecer um sistema que assegure alguns recursos visuais,
tais como:

• Avisos que ajudem os funcionários a evitar erros nas atividades do seu local
de trabalho;
• Sinais de perigo, advertências, alertas;
• Informações ou instruções sobre equipamentos e máquinas e até as regras
sobre o funcionamento de cada setor;
• Avisos de manutenção preventiva;
• Avisos sobre requisitos de limpeza;
• Instruções e procedimentos de trabalho.

COMO PROMOVER O SENSO DE SAÚDE

• O corpo deve estar limpo e com roupa limpa.


• Melhoria das instalações sanitárias.
• Limpeza das instalações sanitárias.
• Prática de ginástica (alongamento) nos postos de trabalho.
• Orientar os funcionários a manterem e melhorarem os procedimentos
operacionais.
• Orientar todos os funcionários a cumprirem e melhorarem os procedimentos
de segurança.
• Orientar todos os funcionários a manterem e melhorarem as áreas comuns.
• Manter atitudes transparentes.

O que auditar neste “S”?


Verifique se:

✓ o ambiente de trabalho é agradável e propício a saúde;


✓ os equipamentos são verificados periodicamente;
✓ existem procedimentos para as práticas dos 5S;
✓ são tomadas ações para eliminação das fontes das sujeiras;
✓ os fardamentos estão limpos e em condições de uso (higiene pessoal);
✓ existe programas de exames periódicos para os funcionários;
✓ os procedimentos de segurança estão sendo cumpridos devidamente.

3.5 SHITSUKE – Senso de Disciplina

O Senso de Autodisciplina ou Shitsuke é o 5º S do


Programa 5S. Esse senso indica o momento em que
as pessoas se conscientizam da necessidade de
buscar o autodesenvolvimento e consolidar as
melhorias alcançadas com a prática dos “4S”
anteriores.

Para conquistar a ordem mantida é preciso exigir de


cada pessoa uma autodisciplina constante, muita determinação para manter as conquistas das
etapas anteriores e pontualidade nos compromissos assumidos.

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A ordem mantida é uma facilitadora para libertar a energia criativa e tem como objetivo levar à
realização plena das coisas comuns.

Nessa etapa, é preciso cumprir rigorosamente com aquilo que foi estabelecido. Esse senso exige:

• O comprometimento dos colaboradores.


• A ética em primeiro lugar.
• Ter educação, paciência e responsabilidade.
• Respeito às normas e procedimentos.
• Melhoras na comunicação.
• Delegação de responsabilidades e atribuição de autoridades.

Para começar a colocar em prática o 5º S:

• Crie procedimentos claros e possíveis de serem cumpridos.


• Seja claro e objetivo na comunicação.
• Cumpra os horários marcados para cada compromisso.
• Estabeleça sempre o porquê da execução de determinada tarefa.

Com o Senso de Autodisciplina implantado, é chegada a hora de verificar se nada ficou para trás:

• Há algum material fora do lugar?


• Há material bom perto de objetos inúteis?
• Há excesso de material de expediente?
• Os materiais/equipamentos estão organizados, identificados e limpos?
• A apresentação do pessoal (uniforme/vestuário) demonstra asseio?
• O relacionamento entre os colegas é bom?
• Os EPI’s estão sendo usados?

Tudo verificado? Agora é manter o trabalho realizado


até aqui e colher os benefícios do Senso de
autodisciplina:

• Melhoria contínua da empresa e pessoal.


• Prevenção de perdas oriundas de
processos não padronizados.
• Melhoria da disciplina e da ética.
• Melhor qualidade de vida.
• Cultivo de bons hábitos.
• Presença do trabalho em equipe, com método e maior segurança e qualidade.
• Conscientização da responsabilidade em todas as tarefas.
• Serviço dentro dos requisitos de qualidade.
• Desenvolvimento pessoal.

O que auditar neste “S”?


Verifique se:

✓ as normas e os regulamentos são cumpridos por todos;


✓ os compromissos / tarefas assumidas são realizadas;
✓ os documentos e objetos são guardados, após o uso, nos devidos locais;
✓ o relacionamento no ambiente de trabalho é agradável;

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✓ o ambiente é avaliado frequentemente;
✓ a comunicação é clara e objetiva favorecendo a compreensão.

4. O PROGRAMA 8S
O Programa 8S é uma extensão do Programa 5S, criada para aperfeiçoar e dar
continuidade aos 5S’s. Trata-se de uma forma simples de combate ao desperdício, de
conservação de recursos e de aumento de capital, aplicável a qualquer tipo de empresa
ou instituição, independente do porte.

A ideia surgiu das pesquisas realizadas pelo professor José Abrantes para sua
dissertação de mestrado em tecnologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), entre 1996 e 1997.

Os 8S’s têm como objetivos a mudança de hábitos e comportamentos, a partir da


educação, qualificação e treinamento dos envolvidos no Programa. Sua principal
característica é a não necessidade de investimentos tecnológicos e financeiros para
colocá-lo em prática, sendo fundamental o comprometimento de todos.

A partir da necessidade de aperfeiçoar o Programa 5S, este ganhou mais três S’s
(Shikari Yaro, Shido e Setsuyaku).

4.1 Shikari Yaro – Senso de Determinação e União

São precisos determinação, comprometimento e união de todos para que o Programa


funcione continuamente. Nesse momento, a transparência na gestão da empresa ganha
destaque.

Prega a participação determinada da alta


administração em parceria com a união de todos
os funcionários. O exemplo vem de cima.
Motivação. Liderança e comunicação são as
chaves deste Senso.

É através das ações de mudança de


comportamento da alta administração que os
funcionários sentir-se-ão satisfeitos e motivados
para participarem efetivamente do programa. Ao
serem tratados com educação, respeito, justiça, equidade e ao terem boas condições de
trabalho, todos participam.

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4.2 Shido – Senso de Educação e Treinamento

Todos precisam ser qualificados e receber treinamentos,


sempre que necessário, para atingirem a competência
adequada para realizar suas atividades.

Prega o treinamento do profissional e a educação do ser


humano. Estas ações qualificam o profissional e
engrandecem o ser humano que, passa a ter melhor
empregabilidade, essencial nos tempos modernos, onde o
desemprego está aumentando e os novos postos de
trabalho exigem profissionais educados e treinados. Este
segundo Senso também engloba o planejamento de todo o programa.

4.3 Setsuyaku – Senso de economia e combate ao desperdício

É o momento de conscientizar as pessoas da importância de economizar e combater o


desperdício.

Senso de Economia e combate aos desperdícios. Este é o ponto


culminante do programa 8S pois, uma vez que os sete Sensos
anteriores estejam incorporados ao comportamento das
pessoas, estas sentem-se motivadas para sugerir modificações
e melhorias, quase sempre de baixo ou nenhum investimento,
mas que combatem os desperdícios reduzindo os custos e
aumentando a produtividade.

É impressionante a capacidade de raciocínio e criatividade das pessoas, especialmente


muitas de baixo nível hierárquico e escolar.

5. IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S
Não é fácil implantar um programa de 5S na Organização, é preciso muito planejamento e
dedicação, além de influência sobre os colaboradores. A seguir apresentaremos alguns passos
desenvolvidos por grandes empresas que implantaram este programa.

5.1 A escolha do gestor do programa 5S


Em uma organização que o 5S não tem gestor ou todos se dizem gestores, na fase de implantação, o
resultado tem sido o mesmo: O 5S não se desenvolve. Evidentemente, a escolha de um dono para o
5S não garante o seu sucesso caso não haja a liderança efetiva do número 1.

É importante que o 5S tenha um dono (uma pessoa ou um comitê), responsável pela sua
coordenação na organização. A necessidade de uma dedicação integral depende de cada
organização. Na grande maioria, não existe uma dedicação “full-time” deste profissional para o 5S e
não existe uma relação direta sobre o sucesso ou o fracasso com este nível de dedicação.

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5.2 Passos para a implementação

A figura abaixo ilustra os principais passos utilizados por empresas no mundo inteiro
para implantação do programa 5S.

5.3 Sensibilização das pessoas estratégicas

Não é comum, em grandes e médias organizações, a iniciativa em implantar o 5S partir


do alto escalão. Normalmente a ideia é de algum componente da média-gerência ou de
alguns processos da organização (Recursos Humanos, Gestão da Qualidade, Segurança
Industrial, Produção, etc). Porém, mesmo que a iniciativa não seja do alto escalão, a sua
sensibilização, assim como das demais pessoas estratégicas da organização, é
fundamental para a implantação sistemática do 5S, antes de qualquer ação que vise
abranger o 5S para toda a organização. Como regra geral, não se deve implementar o
5S em um nível da organização se o nível imediatamente superior não tiver
conhecimento sobre o assunto.

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A estratégia mais comum para a sensibilização de pessoas estratégicas (alta e média
gerências e assessores) é a apresentação feita por um profissional que tenha experiência
na implantação do 5S.

O objetivo desta apresentação é o de formar uma massa crítica sobre o tema. Após a
apresentação a alta direção poderá pedir às demais pessoas as suas considerações sobre
o tema e a sua adequabilidade ao momento da organização. Se necessário, poderão ser
programadas visitas em uma ou mais organização que tenha o processo de implantação
amadurecido, para facilitar a tomada de decisão. Caso venha ser de se implantar, a alta
direção deve definir gestor do 5S e o prazo para o seu início (Lançamento).

5.4 Estruturação de implantação do programa 5S

Uma vez tomada a decisão de implantação pelo alto escalão e escolhido o gestor, é
formado o Comitê de 5S (a partir daqui, entende-se que o gestor é um integrante do
comitê de 5S).

Em micros e pequenas empresas a formação de um comitê pode ser dispensada. Em


grandes organizações, principalmente aquelas que têm unidades descentralizadas
fisicamente, e por vezes são autônomas, poderá haver necessidade de uma estrutura
local, formada por um coordenador ou facilitador e um subcomitê ou comitê local.

As atividades básicas do Comitê são:

• Elaborar o plano de implantação


• Acompanhar as ações previstas no plano
• Responder pelo 5S perante o alto escalão
• Coordenar as avaliações e analisar os resultados
• Prever e buscar recursos para a promoção do 5S
• Participar de eventos internos e externos relacionados com o tema
• Contratar e acompanhar consultoria externa (quando necessário)

O Comitê de Implantação é formado por pessoas escolhidas pelo gestor e/ou sugerida
pelas lideranças. Normalmente é um comitê interdepartamental, mas que não
obrigatoriamente deve ter pessoas de todos os departamentos.

A média de participantes do comitê varia entre 6 e 12. Não há uma regra específica para
a seleção dos componentes do comitê, uma vez que o nível hierárquico não tem uma
vinculação prática com os resultados.

Há casos em que o comitê é composto pela alta gerência, mas que estes não têm perfil
nem motivação para se aprofundar nos mecanismos promocionais do 5S.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 16
5.5 Treinamento

Com o objetivo de promover o treinamento de 5S em todos os níveis, algumas


atividades de preparação devem ser desenvolvidas:

• Definir o nome do processo e significado de cada “S” - Pode parecer


algo desnecessário, mas a escolha do nome do processo a ser implantado e o
significado de cada “S”, tem uma importância muito grande. Com relação ao
nome do processo, são diversos dados por algumas organizações. Exemplos:
“5S”; “Programa 5S”; “Programa SOL”; “SOL Plus”; “ALO”; “ALO 5S”;
“Programa Casa Limpa”; “Housekeeping”; “5S – Housekeeping”, “5S
Brilhante”, etc. Com relação aos significados de cada “S” são aqueles já
vistos anteriormente.

• Definir a estratégia de implementação de cada “S” - os três “S” iniciais


(SEIRI, SEITON e SEISO) são praticados simultaneamente em um ambiente
de trabalho. A sequência destas atividades (um “S” de cada vez), só ocorre
quando são praticadas em um pequeno compartimento (gaveta, armário,
caixa de ferramentas, pasta, bolsa, etc.), onde são retirados os materiais e
descartado o que não precisa retornar ao compartimento (SEIRI); feita uma
limpeza, com postura de inspeção (SEISO) no compartimento e no recurso
que ficar, e definida uma forma ordenada (SEITON) para o acesso e a
reposição. Os dois últimos “S” são relacionados com a atitude e os valores da
pessoas, os quais são desenvolvidos pela prática frequente dos três
primeiros.

• Fazer o mapeamento das áreas - Não há um critério uniforme para este


mapeamento. A recomendação é que seja feito, na medida do possível, de
acordo com a própria hierarquia da organização, ou seja, cada área mapeada,
tem um responsável que oficialmente, dentro do organograma, responde pela
área.

• Definir o orçamento para o 5S - Uma vez aprovadas as etapas de


implantação o Comitê deve elaborar um orçamento para posteriormente,
mais uma vez, conseguir a sua aprovação. A primeira coisa que deve ficar
clara é o que deve ser considerado “Custo do 5S”, os quais estão
relacionados às atividades promocionais, daqueles que não devem ser
considerados custos do 5S, que são os custos com as melhorias dos
ambientes de trabalho.

5.6 Lançamento do programa 5S na empresa

O lançamento do 5S tem recebido várias denominações: Dia da Grande Limpeza, Dia da


Limpeza Inicial, Dia do SEIRI, Dia do Descarte, Dia D, Dia S, etc.

O lançamento do 5S pode ocorrer em um só dia por toda a organização, ou pode ocorrer


em dias alternados.

O Lançamento do 5S tem uma característica mais motivacional do que técnica, porém,


convém lembrar que as atividades práticas que deveriam ocorrer no Lançamento seriam
a conclusão do descarte e a limpeza feita com a postura de inspeção. Como as pessoas

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 17
costumam deixar para fazer o descarte neste dia (principalmente quando ainda não
existem áreas de descarte), a atividade de limpeza parece mais uma faxina, perdendo-
se a oportunidade de inspecionar as fontes da sujeira e relacioná-las para posterior
análise.

Os pontos de difícil acesso para limpeza não são também relacionados,


consequentemente com o tempo a sujeira irá acumular-se nestes mesmos pontos.

Alguns cuidados devem ser tomados no dia do lançamento:

• Todas as pessoas devem saber o que vão fazer ao longo deste dia. Todos os
líderes imediatos devem coordenar as atividades de 5S como outra qualquer.
• Os líderes e sua equipe devem ficar atentos para os aspectos de segurança e
liderança, uma vez que algumas pessoas podem executar a limpeza em locais de
difícil acesso e fora de sua rotina ou se comportar como se naquele dia não
houvesse uma liderança oficial.

No final do dia pode ser realizado um evento de fechamento, com a participação da


direção.

5.7 Implantação dos 3 primeiros S´s

No máximo 15 dias após o Lançamento do 5S devem ser iniciadas as avaliações dos três
primeiros “S’ de todos os locais de trabalho.

O processo de avaliação é a ferramenta que mobiliza esforços das equipes para a


evolução em 5S.

A figura apresenta o ciclo de melhoria contínua, a partir das auditorias dos três primeiros
“S”.

AVALIAÇÃO
A avaliação pode ser interna (também chamada “auto-avaliação”) e/ou externa (também
denominada “auditoria”). A avaliação interna é quando o avaliador pertence ao próprio

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 18
local avaliado. É útil para um controle interno de cada instalação, podendo ser executada
pelo comitê local, supervisores e/ou o responsável pela instalação.

A frequência pode ser quinzenal ou mensal, no início, reduzindo-se de acordo com a


evolução. Quanto mais detalhada (por item avaliado) e específica (por ambiente), mais
eficaz será o seu efeito.

A avaliação externa é aquela feita por pessoas que não têm uma responsabilidade
restrita ou dependente da instalação avaliada. Geralmente, esta avaliação é a oficial da
organização, servindo para a própria análise global do 5S, e como retro alimentadora do
seu plano diretor. Esta avaliação pode ser feita por avaliadores de 5S, através de uma
avaliação recíproca ou cruzada (uma instalação avalia a outra); por uma patrulha do 5S,
composta pela direção da organização, ou por pessoas devidamente escolhidas e
treinadas para tal.

AVALIADORES
Os avaliadores do 5S são pessoas escolhidas, voluntárias ou nomeadas, responsáveis em
realizar avaliações oficiais de 3S nas diversas instalações da organização, com o objetivo
de aprimorar o processo de desenvolvimento.

5.8 Campanha do 5S
Muitas empresas fazem campanhas para manter o 5S – pelo menos no início da
implantação, estas campanhas podem incluir envio de e-mails a intervalos planejados
com dicas de 5S e até mesmo a utilização de banners em locais estratégicos.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 19
Se a empresa fornecer recursos, outra coisa interessante será a confecção de camisetas
de incentivo à prática do 5S.

Outra excelente sugestão é a confecção de revistas em quadrinhos sobre o programa 5S.

6. AUDITORIA DO PROGRAMA 5S
Após a implantação do Programa 5S vem a fase de auditorias para garantir a
atendimento aos requisitos implantados.

Estas auditorias podem ser de rotina ou provocadas por mudanças significativas no


ambiente de trabalho e são feitas por profissionais devidamente qualificados para
auditorias de 5S (auditores de 5S) e que não têm relação direta com as áreas auditadas.

Uma diferença básica entre auditorias de 5S e auditorias de normas é que geralmente


não há necessidade da área auditada em 5S definir prazos para a correção dos
problemas levantados pelo auditor. Na próxima auditoria, o auditor utilizará os registros
da auditoria anterior como referência, mas não se limitará na avaliação destes registros.
A manutenção do problema anterior será simplesmente relatada na nova auditoria,
cabendo ao responsável pela área justificar para o seu líder e não para o auditor.

A auditoria do Programa 5S possui vários objetivos, dentre eles:

• Medir o padrão atual de 5S para posteriormente avaliar a sua evolução;


• Verificar o padrão atual de 5S para comparar à meta estabelecida;

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 20
• Servir como ferramenta de promoção contínua do 5S;
• Comparar a evolução do processo de 5S por toda a organização;
• Servir como feedback para avaliação do plano de implantação ou dos planos de
ação;
• Verificar o estágio de consolidação da implantação do 5S.

6.1 Problemas causados por auditores

Auditar é uma responsabilidade muito grande tanto para o auditor quanto para o
auditado que poderá ser diretamente afetado com o resultado da auditoria.

• A falta de domínio dos conceitos por parte dos auditores poderá gerar um
resultado ineficaz da auditoria, portanto, sempre revise os conceitos do 5S antes
de realizar a auditoria.
• Preocupação com a formatação e a estética do ambiente, em vez da
preocupação com a sua funcionalidade e o respeito às características e as
individualidades.
• Ter ideias ou opiniões pré-concebidas também pode prejudicar. Imagine você
ser escalado para auditar o setor X e este não ter uma boa fama, se não tomar
cuidado você já irá com uma opinião pré-concebida e imaginando identificar
várias falhas, isso poderá ofuscar alguma evolução feita pelo setor no período.
• Fazer comparação com outros setores é antiprofissional.
• Discutir negativamente com o auditado sobre o que é certo ou errado poderá
gerar desgastes na auditoria.

6.2 Problemas causados por auditados

O auditor do programa 5S precisa estar atento a alguns problemas que podem ser
causados pela pessoa que está sendo auditada, o auditor deve tomar providências
quanto a estas situações sob o risco de prejudicar sua auditoria.

• Postergação de datas.
• Retardamento do início da auditoria.
• Alegação de ausência de pessoas envolvidas.
• Longas explicações.
• Desvio de atenção para atividades, documentos ou pessoas que atendam os
requisitos especificados.
• Tratamento ríspido com intuito de intimidar os auditores.
• Colocação em dúvida da competência do auditor, entre outros.

6.3 Comunicação durante a auditoria


Comunicação é o processo e as diferentes formas deste, que os homens utilizam para
receber e transmitir ideias, impressões e imagens. Etimologicamente significa “comum”
e para que isso aconteça o fator decisivo é a compreensão.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 21
Obs: evite tomar ações que você acha que é, deve ter certeza do que vai
relatar, seja objetivo, relate evidência para que não haja dúvidas quanto ao
entendimento da não conformidade, evite o futuro questionamento do auditado.

6.4 Emissor X Receptor


Durante uma auditoria, o Auditor deve lembrar que os papeis “emissor e receptor”
alternam-se porque o processo de comunicação deve ser uma via de mão dupla.

DICAS:

• Não se envolva emocionalmente.


• Tome nota de tudo que é relevante.
• Se o auditado fizer objeções, transforme as objeções em questão e devolva a ele
em forma de pergunta.
• Não deixe o auditado conduzir a auditoria.
• Se perceber nervosismo por parte do auditado, quebre o gelo, fale de futebol,
filmes, novelas ou qualquer outro assunto para relaxar, faça com que ele relaxe!

6.5 Programação da Auditoria

O responsável pelo programa de 5S deverá realizar o planejamento da auditoria


determinando onde cada auditor fará sua auditoria.

Dependendo da quantidade de auditores disponíveis, pode-se fazer um rodízio


periodicamente.

SETOR DATA AUDITADO AUDITOR

ALMOXARIFADO XX/XX/XXXX RENILDO PRÍSCILA

PRODUÇÃO XX/XX/XXXX BLUMAR PEDRO

SALA ADM XX/XX/XXXX KÉTYLLYNYANA RUY

SALA DIRETORIA XX/XX/XXXX KARLA PRÍSCILA

EXPEDIÇÃO XX/XX/XXXX ZUVERDINO PEDRO

PÁTIO XX/XX/XXXX KARIANO RUY

Os auditores devem ser comunicados em relação a programação.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 22
6.6 Comunicação aos auditados

Os auditados devem ser comunicados com antecedência sobre a realização da auditoria


para que possam se programar.

A comunicação pode ser feita via e-mail ou informal.

6.7 Lista de Verificação (Check List) de auditoria


A lista de verificação pode ser utilizada para tornar a auditoria mais prática e objetiva,
consiste em elaborar uma lista de quais itens serão questionados ao auditado. Possui
benefícios como:

• Apresentar claramente o escopo da auditoria;


• Mantém o ritmo e continuidade da auditoria;
• Reduz a carga de trabalho durante a auditoria;
• Provê espaço para anotações do auditor.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 23
Itens a avaliar Nota → 1 2 3 4 N/A

1°Senso Utilização
1. No local existem somente materiais e/ou objetos necessários
para a execução do trabalho?
2. Existe material não conforme no local de trabalho ?
3. O aspecto visual da seção demonstra ser agradável ( sem
amontoados de coisas ) ?
4. O acesso a itens utilizados todos os adequado ?
5. Existem vazamentos de ar, água, óleo ou fuga de energia ? Se
encontrado atribuir nota 0.
Média da Pontuação →
Itens a avaliar Nota → 1 2 3 4 N/A
2°Senso Organização

6. Existem materiais espalhados nos corredores, chão, mesa, etc.?


7. Os materiais estão bem estocados, livres de deterioração,
oxidação,umidade, quedas, etc. ?
8. Os materiais estão em locais próprios e bem localizados
facilitando o seu acesso ?
9. Produtos em geral, equipamentos, materiais estão
identificados corretamente?
10. De modo geral, o aspecto visual da seção passa o ar de
organização ?
Média da Pontuação →
Itens a avaliar Nota → 1 2 3 4 N/A
11. Existem equipamentos, utensílios, ferramentas, dispositivos,
etc. sujos ou em mal estado de conservação ?
3°Senso Limpeza

12. Existe óleo, água ou produto químico, derramado pelo chão ?


13. Os Produtos existentes no processo estão prejudicar ou
comprometer a sua qualidade?
14. É possível ler os indicadores das máquinas e equipamentos ?
15. Paredes, máquinas ou equipamentos em geral necessitam de
pinturas ou limpeza?
16. Existe lixo em geral espalhado pelo chão ?
17. De modo geral a seção passa a impressão de ser um
ambiente limpo ?
Média da Pontuação →
Itens a avaliar Nota → 1 2 3 4 N/A
18. Os equipamentos estão com bom aspecto ? (Observar
4°Senso Saúde

pintura,ferrugens, sujeira, partes amassadas, etc)


19. As lâmpadas, luminárias estão limpas e funcionando ?
20. Os uniformes estão limpos ?
21. De modo geral a seção passa a impressão de ser um
ambiente onde existe higiene ?
22. Os Banheiros e vestiários são de uso comum, se os
mesmo estiverem sujos e desorganizados atribuir nota 0.
Média da Pontuação →
Itens a avaliar Nota → 1 2 3 4 N/A
23. Os objetos e equipamentos são guardados após o uso,
5°Senso Auto Disciplina

em locais determinados e apropriados ?


24. Na mudança de turno e após a jornada de trabalho, o
padrão de organização se mantém ?
25. No local de trabalho, todas as condições estão seguras,
livre de acidentes ?
26. Documentos do Sistema da Qualidade estão sendo
utilizados e os registros estão em dia ? Se esta atividade não
estiver funcionando 100 % atribuir nota 0.
27. De modo geral a seção passa a impressão de ser um
ambiente disciplinado ?
Média da Pontuação →
Média Geral do setor →

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 24
6.8 Condução da Auditoria

Coletando e verificando informações

Métodos para coleta de informação incluem:

• Entrevistas;
• Observações de atividades, ambiente de trabalho, condições, etc;
• Análise crítica da situação;
• Análise dos resultados da auditoria anterior.

Evidências de auditoria

• Observação na prática;
• Entrevistas;
• Avaliar / comparar evidência de auditoria versus critérios (procedimentos,
normas, manuais).

Observações

• As observações devem ser registradas no check list.

Pontuação

Cada Organização segue sua própria metodologia de pontuação, neste curso, sugerimos
a seguinte:

São dadas quatro notas possíveis (1 a 4). Cada nota não se refere a apenas uma
situação, mas a um intervalo de situações. A nota 1, significa que a área se encontra em
uma faixa que varia entre 0 e 25% ou RUIM. A mesma lógica vale para a nota 2 entre
26 e 50% ou REGULAR; nota 3 entre 51 e 75% ou BOM e nota 4 entre 76 e 100% ou
ÓTIMO.

Pode parecer que são poucas notas levando-se a intervalos relativamente grandes (25
pontos percentuais). Mas para um processo de avaliação daquilo que parece abstrato e
que envolve vários auditores e várias características de áreas, a margem de erro natural
deste processo de avaliação tenderia a ser maior do que intervalos menores (caso fosse
utilizado um número maior de notas).

A ideia da auditoria não é engessar a prática de 5S, vinculando-a a uma nota de alta
precisão a um custo muito alto na definição de critérios e na capacitação intensa dos
auditores.

Identificação dos desvios

Sempre que você detectar um desvio é aconselhável comunicar ao auditado, informar


que irá pontuar negativamente pelo fato de não atender ao requisito do programa.

Dependendo do auditado haverá questionamentos, infelizmente algumas pessoas ainda


cultivam a ideia que desvios devem ser omitidos.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 25
A identificação do desvio deve trazer todas as informações e referências necessárias,
para possibilitar as ações corretivas subsequentes, aconselha-se fotografar a situação.

6.9 Resultado da Auditoria

Esta parte do processo da auditoria é importantíssimo pois vai mostrar se o programa 5S


está efetivo ou não.

Com os recursos atuais da informática, pode ser desenvolvido um arquivo ou um


software, através de planilhas eletrônicas ou banco de dados, para facilitar a coleta dos
resultados das auditorias.

Os requisitos para este sistema é que seja fácil de manusear, não necessite de
aplicativos especiais para rodar, que possibilite a digitação direta pelo auditor, tenha um
sistema de proteção para evitar perdas de dados, possa gerar gráficos e indexações.
Podem ser utilizados aplicativos existentes na organização que integrem a sistemática de
ataque aos problemas identificados de 5S com outros sistemas (qualidade, segurança,
meio ambiente, etc.). Para organizações que não tenham tais recursos, nada impede que
sejam feitos relatórios no sistema convencional

Contabilização dos pontos


Para cada pergunta feita marque um “X” na nota (caso a pergunta não se aplique
marque N/A).
A contabilização é feita como no exemplo abaixo:

Itens a avaliar Nota → 1 2 3 4 N/A


1°Senso Utilização

1. No local existem somente materiais e/ou objetos necessários


X
para a execução do trabalho?
2. Existe material não conforme no local de trabalho ? X
3. O aspecto visual da seção demonstra ser agradável ( sem
amontoados de coisas ) ?
X
4. O acesso a itens utilizados todos os adequado ? X
5. Existem vazamentos de ar, água, óleo ou fuga de energia ? Se
X
encontrado atribuir nota 0.
Média da Pontuação → 2,8

Onde,

• 2 + 4 + 3 + 2 + 3 = 14
• 14 ÷ 5 = 2,8 média do Senso

Divulgação dos resultados

Uma vez contabilizada a média de cada senso e a média geral dos 5S, o resultado final
deve ser registrado e divulgado.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 26
6.10 Relatório da auditoria

Diferente de uma auditoria de normas, o relatório final não requer tantos detalhes, o
foco será um feedback objetivo e claro do resultado final.

Nos arquivos complementares disponibilizamos um modelo feito no Microsoft Power


Point, porém, não existe um padrão oficial de relatório final de auditoria do programa
5S.

Contudo, é importante conter:

• Identificação do setor/área onde foi realizada a auditoria;


• Nome do auditor;
• Responsável pelo setor/área;
• Data da realização da auditoria;
• Principais desvios encontrados (foto e texto explicativo);
• Principais pontos positivos (foto e texto explicativo);
• Pontuação do setor/área;
• Status atual (RUIM, REGULAR, BOM, ÓTIMO);
• Resultado da auditoria anterior;
• Oportunidades de melhoria e observações.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 27
6.11 Status (Ruim, Regular, Bom ou Ótimo)
Com o resultado final da auditoria será possível definir o Status do setor ou área,
conforme metodologia apresentada neste curso:

NOTA STATUS
1 a 1,9 RUIM
2 a 2,9 REGULAR
3 a 3,9 BOM
4 ÓTIMO
Pode-se utilizar rostos para expressar o status:

Algumas empresas publicam os resultados do período em cada setor/área através de


placas como as apresentadas abaixo, isso permite uma visualização rápida da situação
do setor/área com relação ao 5S.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 28
6.12 Acompanhamento dos resultados

É importante que os resultados sejam contabilizados e registrados para servir como base
de consultas.

Pontuação Geral
LEG EN DA
1- RUIM 2- REGULAR 3- BOM 4- ÓTIMO
ÁREAS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ATUAL STATUS
Área 1 3,16 3,30 3,44 3,50 3,40 2,5 2,50 BOM

Área 2 3,06 3,10 2,72 2,70 3,00 2,57 2,57 REGULAR

Área 3 3,22 3,01 2,8 2,80 2,60 2,2 2,20 REGULAR

Área 4 2,90 3,20 3,50 3,80 3,80 3,68 3,68 BOM

Área 5 3,20 2,82 2,49 2,00 2,42 2,67 2,67 REGULAR

Área 6 3,00 2,89 2,78 2,20 2,91 2,8 2,80 REGULAR

Área 7 3,80 3,61 3,42 3,45 3,42 3,3 3,30 BOM

Área 8 2,76 2,78 2,80 2,26 2,78 3,38 3,38 BOM

Área 9 2,90 3,11 3,32 3,40 3,60 DESATIVADO 3,60 BOM

MÉDIA 3,11 3,09 3,03 2,90 3,10 2,89 2,89 REGULAR

Nos arquivos complementares você encontra um modelo da planilha e dos gráficos de


acompanhamento.

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 29
Bibliografia:
• http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/55167/origem-do-
programa-5s-s#ixzz3w6Iilzmx
• http://www.pinterest.com/pin/86272149085988935/
• http://5s.com.br/2/o-que-e-5s.php
• http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/55172/programa-5s-s-
seiri-senso-de-utilizacao#ixzz3wCPNYBsP
• http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-3-s-dos-5ss-senso-de-
limpeza-ou-seisou/55048/
• https://gestalksaude.wordpress.com/2013/07/31/implantacao-4o-s-seiketsu-
senso-da-saude-e-higiene/
• http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART106.pdf
• http://www.soniajordao.com.br/detalhes.php?id=1135
• 5S – Os 5 passos para uma implantação de sucesso/Haroldo Ribeiro. São Caetano
do Sul: PDCA Editora, 2015
• http://blog.madriwidia.com.br/category/5s/

PETRA CO NSULTO RIA E TREINAMENTO S – Audi tor do Pr ogr ama 5S Rev.1 Página 30

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