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MULTIDISCIPLINARIDADE NA ESTÉTICA E

SAÚDE
PROFESSORA MICHELLY EGGERT PASCHUINO

Michelly Eggert Paschuino é graduada em Naturologia pela Universidade Anhembi


Morumbi – UAM, especialista em Acupuntura pela Faculdade de Ciências da Saúde –
FACIS IBEHE e mestre em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação pela
Universidade de Braz Cubas – UBC. Para complementar sua abordagem profissional, se
formou como Master em Programação Neurolinguística pela Sociedade Brasileira de
Programação Neurolinguística – SBPNL, como Master Coach, pelo MBA em Gestão
Empresarial e Coaching da Sociedade Latino Americana de Coaching – SLAC e Fundação
Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP, MBA em Estética e Cosmética pelo
CEFAI – IBRAMED/UNIFIA em Amparo – SP e em 2023 concluiu a quarta pós graduação
em Cannabis Medicinal pela UNYLEYA.

Atualmente está cursando graduação tecnológica em Estética e Cosmética na


modalidade EaD com previsão de término em 2024.

Atua há 15 anos como docente, lecionando em cursos de graduação e pós-graduação da


área da saúde. Tem experiência na área clínica e de pesquisa sobre qualidade de vida,
bem-estar, recuperação e manutenção da saúde, com ênfase em terapias naturais,
complementares e integrativas propostas pela Naturologia.

E-MAIL: natu.coach@tregge.com.br

SITE: www.tregge.com.br

TELEFONE: (11)99498-2223

LATTES: http://lattes.cnpq.br/9462964112505534
Olá,
Seja Bem-vindo ao Módulo de Multidisciplinaridade em Estética e Saúde,

neste módulo vamos refletir sobre as mudanças do paradigma da área da saúde e como
eles refletiram e refletem nos desafios que vivemos hoje.
Além de fazermos uma reflexão debruçada sobre a história que a princípio desumanizou
a saúde e fragmentou as áreas que o estudam, hoje observamos um movimento que
visa integralizar e humanizar os serviços prestados pela área da saúde em geral.

Vamos lá?

AS MUDANÇAS NO CONCEITO DE SAÚDE E DOENÇA

"Tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem,


é conhecer o homem que tem a doença"
William Osler

Para compreender o movimento à favor da abordagem integral, se faz necessário


visualizar historicamente como as mudanças da abordagem do processo de saúde e
doença favoreceu para que a integralidade do sujeito e a humanização da saúde fossem
possíveis na contemporaneidade.
As práticas de saúde têm suas origens em rituais religiosos e esotéricos, que se
diferenciam nas mais complexas vertentes culturais e representavam uma relação
semiótica de interação entre os seres humanos e a natureza, fundia-se plenamente com
a história da humanidade e a constituição do sujeito.
Toda e qualquer prática de cura (se assim pode-se dizer) estava nas mãos de
xamãs, curandeiros, benzedeiros, todos sem distinção cultural representavam o
sacerdote e lidavam com o invisível, manifesto através de dramas visíveis conhecidos na
contemporaneidade como sinais e sintomas.
As práticas populares e tradicionais estiveram intensamente vinculadas ao
imaginário mágico religioso. Porém a construção da autonomia das ciências da saúde só
foi possível depois da ruptura mitopoiética das práticas religiosas e mágicas a ela
tradicionalmente vinculada. A estruturação deste modelo hegemônico de pensamento
fundamenta-se por meio de procedimentos políticos que afastam e reprimem as
práticas primárias de cura (MORAES, 2007).
O modelo de clínica ocidental, tal qual conhecemos na contemporaneidade está
inserida no positivismo (séc. XVIII), que possibilitou o avanço do conhecimento criando
as principais condições que mudaram o estilo de vida e a cura de muitas doenças (LUZ,
1997). Favoreceu o conhecimento aprofundado e especializado em todas as estruturas
e processos fisiológicos, enfatizando o funcionamento das células e de como o processo
de saúde-doença acontece (TRONCOM, et al. 1998). Estas características são observadas
com maior frequência na medicina que sofreu e vem sofrendo uma visão reducionista e
mecanicista, tanto de homem como de ciência.
Observa-se um aumento da realização de procedimentos especializados,
diagnósticos, medicamentosos e cirúrgicos, além de um distanciamento entre paciente
e profissional, ocorre também, uma redução da perspectiva terapêutica com a
desvalorização do estilo de vida, valores e fatores subjetivos que humanizam o
atendimento e fazem com que a abordagem do sujeito seja interdisciplinar (TESSER e
BARROS, 2008).
As primeiras mudanças da perspectiva saúde/doença ocorreram na Grécia
Antiga, o que tornou possível reconhecer o papel do curandeiro como profissional e não
como sacerdote. À partir do século III a.C., Hipócrates, conhecido como o “pai da
medicina”, promoveu a cisão entre mente e corpo, que pode ser traduzida na cisão entre
natureza e ciência (MORAES, 2007).
O modelo de saúde grega difere das demais porque produziu um tipo de
pensamento que, pela primeira vez distancia a natureza do sujeito pensante,
produzindo conceitos e categorias que não mais se fundamentam no espírito do
sacerdote antigo, que trabalhava com a noção de natureza como continuidade em
relação à suas habilidades mentais, inseparáveis (LUZ, 1997).
O pensador grego sentia-se separado da natureza, e assim podia exercitar o
pensar analítico e crítico sobre o seu objeto (os fenômenos naturais). Os gregos
pensavam “medicamente”, enquanto os antigos praticavam e veneravam seus deuses,
acreditando que a doença nada mais era do que um castigo por atitudes e
relacionamentos desequilibrados, como se fosse uma lei do retorno (MORAES, 2007).
A atividade científico-filosófica implica nesse estranhamento, nessa antipatia em
relação à natureza. Ao invés de comunhão com a natureza, ela passa a ser analisada
como um objeto, algo separado do próprio investigador, que é a principal característica
do pensamento científico contemporâneo.
A simpatia, pertence ao xamã, ao mago, o sacerdote antigo, que não permite
pensar, mas viver a experiência. A antipatia, pertence ao pensador crítico e analítico
fundamentado no distanciamento que proporciona a reflexão diante de um
acontecimento ou objeto (LUZ, 1997).
Diante dessa visão dualística, Lévi-Strauss por meio do “pensamento selvagem”
e o “pensamento domesticado” aborda a vivência (que é proporcionada através da
tradição e da natureza) e a reflexão (que é alcançada a partir do modelo científico e a
reflexão). O primeiro surge a partir da reunião de partes e de categorias do que é vivido
e, assim o mito é criado. O mito aqui não é entendido como algo fictício ou ingênuo, mas
como uma profunda compreensão da realidade a partir de categorias selvagens, sua
subjetividade não o caracteriza como sendo inferior, está diretamente relacionado com
a vivência de quem compreende aquele mito, que pode pertencer à um único sujeito,
como uma tribo ou população. Já o pensamento domesticado objetiva a realidade,
remodelando-a a partir de elementos racionais; o que seria a origem do pensamento
racional contemporâneo, que pode ser palpável, compreensível logicamente e
comprovado (STRAUSS, 1989)
O pensamento mítico era, entre os gregos, uma forma imaginativa, poética de se
referir aos processos dinâmicos da vida. Aristóteles, ele mesmo médico, e Platão,
recorriam ao pensamento mítico, mesclando-o ao mais puro discurso racional (LUZ,
1997).
Hipócrates ensinava que para saber a respeito do homem, também deveriam
conhecer tudo a respeito do Cosmo, dos ventos, das estrelas, das leis musicais, e rítmicas
que regem as estações do ano, dos ciclos da natureza etc. A noção hipocrática de saúde
e de doença era vinculada à noção de totalidade ecológica e de interconexão entre
homem e ecologia (MORAES, 2007).
Hipócrates iniciou uma batalha contra o pensamento mágico-religioso sobre o
corpo, propondo explicações para as doenças baseadas numa doutrina de uniformidade
da natureza e regularidade das causas. Ao definir seus métodos sobre a noção de
sintoma, a medicina hipocrática passou a postular que apenas poderia ser tratado pelos
médicos aquilo que fosse observável. Pondo em prática seus métodos, dedicou -se à
observação do paciente: registrava costumes, dieta, aparência, maneiras, idade,
pensamentos, silêncios e o conteúdo dos sonhos (ARAUJO, 2002). Apesar do abandono
do pensamento mítico, ainda existia uma preocupação com sinais e sintomas mais
complexos, a dor desde os primórdios não recebe uma classificação única, pois a sua
percepção depende de fatores sociais e pessoais de cada ser humano.
A base racional para o desenvolvimento da clínica médica estava então formada.
Entretanto, foi a partir de René Descartes (1596-1650) que as ideias precursoras das
atuais concepções do corpo humano presentes na biomedicina vieram à tona (ARAUJO,
2002).
Segundo Descartes, o corpo é composto por duas substâncias: o pensamento,
derivado da alma, inatingível e incompreensível, e a extensão, derivada da matéria, que
pode ser vista e tocada, assim para Descartes, a alma é substância pensante – de onde
se origina o pensamento – e o corpo é um instrumento composto por partes mecânicas.
Este pensamento que mais tarde foi aprimorado por Newton, foi o marco mais
importante da separação mente e corpo (HELLMAN, 2008).
Essa ruptura é fundamental para o desenvolvimento de um modo de
conhecimento fundamentado na observação e experimentação dos fenômenos, que
tem por princípio apenas aceitar como verdade o que puder ser visto e comprovado,
reforçando as teorias iniciais de Hipócrates.
A CONSOLIDAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE

Michel Foucault aponta o surgimento da “clínica moderna” a partir do século


XVIII, do racionalismo do período iluminista e do empirismo – práticas que objetivam e
classificam partes do corpo humano, as doenças e os fenômenos naturais (FOUCAULT,
1984).
A clínica médica ao fortalecer-se acabou enfraquecendo-se de um conhecimento
e de uma cultura universal, na formação técnica especializada perdeu-se o vínculo com
uma proposta existencial mais ampla, onde sujeito, cultura e mundo se unificariam.
Ausente de formação filosófica e humanística, o saber clínico contemporâneo precisa
ser revisto e ampliado, reunindo as partes e o todo.
A ciência avançou muito em termos tecnológicos e especializações, inúmeros
recursos diagnósticos, laboratoriais e diversas drogas eficazes são constantemente
descobertas; finalmente para doenças até então intratáveis, existe uma possível
solução. Essas descobertas são vitais e imprescindíveis, o que precisa ser reformulado é
o conceito de saúde e modelo de clínica, que foi diretamente influenciada pelo
movimento cartesiano.
O mais surpreendente é que este fenômeno do materialismo e do positivismo
moderno do século XIX descaracteriza e considera como supérfluo algo que antes era
natural, como a tradição e a cultura, que religava o sujeito com a natureza. Atualmente
é um movimento que encontra imensa dificuldade de restabelecer-se, observe a charge
abaixo (Figura 1), que retrata essa desumanização:

Figura 1: Desumanização da Medicina.

FONTE: RYOTIRAS, 2010


Por ter o seu papel reduzido ao de um técnico da fisiopatologia humana do que
de um iniciado nos mistérios do homem e da natureza, o profissional idealiza no corpo
humano uma máquina perfeita (coração-bomba, pulmão-fole, metabolismo-queima de
combustível), o processo mecânico, especializado, reflete em uma abordagem tão
mecânica quanto. Na charge vemos um sujeito que não tem uma necessidade básica de
atenção relevada, apesar do tom mórbido, os atendimentos principalmente públicos
carregam essa ausência de escuta, que é uma das queixas principais quando se fala em
desumanização da saúde, o profissional não olha o sujeito e muito menos o escuta. E
pensar que muitas queixas e muitas doenças poderiam ser evitadas a partir dessas
habilidades que deveriam ser inerentes.
Este conceito surgiu na Renascença, com o pensamento cartesiano, movimento
este que fundamenta e favorece a desumanização da relação de saúde e doença.
Progressivamente as doenças são vinculadas aos órgãos, tecidos, células e finalmente à
bioquímica molecular; o que torna a compreensão do ser possível a partir de uma
redução a bases puramente materiais, o macrocosmo passa a ser apenas microcosmo,
como se pudesse ser visto separado do todo, e cada vez mais profundo, mais isolado,
perdendo-se de sua origem, o todo.
A doença é vista como um processo externo que atinge o funcionamento
homeostático do organismo do ser humano, como consequência da ação patológica de
microrganismos nocivos; ou interno como resultado de uma imperfeição na
diferenciação genética, sendo assim, a eliminação da doença se transforma na tônica do
atendimento (OCTAVIANO, 2007 e PESSOTI, 1996).
Na década de 50 começaram a ser implantados, no Brasil, departamentos de
medicina preventiva, inspirados no movimento de medicina integral e preventiva norte
americana, que pretendiam reconstituir, na prática a noção de sujeito como um “ser
biopsicossocial” (ARAUJO, 2002).
A partir dos anos 60, a medicina passou a incluir entre os seus raciocínios
diagnósticos a possibilidade dos fatores psíquicos ou da vida emocional através das
modernas noções de “somatização” ou de “doenças psicossomáticas” (MORAES, 2007).
A 8ᵃ Conferência Nacional de Saúde, a primeira a ser convocada após o término
da ditadura militar, em seu relatório final, expressou uma proposta de reforma sanitária
que vinha sendo debatida quase que exclusivamente entre os acadêmicos ligados à
saúde coletiva, na década de 70 e início dos anos 80, cujas raízes remontam ao final da
década de 60, quando se iniciou um processo de críticas ao modelo de atenção à saúde
estabelecido nos anos 50.

Mudança na epidemiologia social no determinante saúde-doença, que


passou a considerar a origem social como explicação para a
distribuição desigual das doenças. Esse modelo sofreu críticas pois
defendiam que as doenças seriam determinadas pelas práticas sociais,
transcendendo as questões técnicas., não conciliando o biológico e o
social (ARAUJO, 2002, pg. 53).

Somente a partir desse movimento foi possível traçar um rumo que possa
resgatar o cultural – em suas possibilidades afetivas e morais – e associá-lo ao orgânico-
biológico.
O modelo atual tem se mostrado ineficaz, pois apesar da utilização de recursos
terapêuticos e de investigação diagnóstica que exigem alta tecnologia, muitas vezes o
problema levado pelo paciente ao consultório, continua sem ser resolvido ou então
poderia ter sido solucionado com um custo muito menor.
Durante o século XVI surge o movimento que contrapõe o cartesianismo,
resultante dos sobreviventes da alquimia do século XVI, que vai gerar a homeopatia
como reação ao mecanicismo médico e chegando finalmente aos Românticos Alemães
com a Naturphilosophie (MORAES, 2007). Na Alemanha no Institut fuer Phytotherapie o
Heilpraktiker, cuja tradução seria “Prático da Cura”, essa formação capacita o
profissional em práticas como a Medicina Tradicional Chinesa, a Fitoterapia, a
Homeopatia e até práticas invasivas como o uso de sanguessugas, sangria e técnicas
depurativas.
Paracelso, ainda no século XVI, é um dos últimos médicos que ainda fala a
linguagem animista, correlacionando elementos, astros e fenômenos naturais com
intencionalidades e qualidades que hoje somente se reconhecem como especificamente
humana.
O pensamento analítico ocidental ensina-nos a pensar em partes, dividindo,
anatomizando, separando, isolando, objetivando, fragmentando, atomizando,
decompondo. É preciso ver o ser humano e o mundo como um todo vivo, organizado e
interconectado, no qual as partes são todas vinculadas entre si e interdependentes,
onde a vida é uma teia de relações e o homem – sua saúde e sua doença – formam um
importante elo dessa teia, vinculada aos demais fenômenos universais (CAPRA, 1982).
A reformulação do sistema de saúde favoreceu as mudanças de concepção e
atuação profissional, saindo de uma abordagem curativa de medicina, passando a atuar
na integralidade da assistência, vendo o sujeito em uma sociedade sócio-econômica e
cultural inserido como um todo diante de uma abordagem integral (LEVCOVITZ, 1996).
A constituição de 1988 e as “Leis Orgânicas da Saúde” lei n°8080 de 19 de
setembro de 1990 e a lei n°8142 de 28 de dezembro e 1990 favoreceram grandes
mudanças na área da saúde, dando origem ao SUS, um sistema inovador na área do
sistema público de saúde com princípios de: universalidade, equidade e integralidade
(MENDES, 1996). O SUS foi criado principalmente porque as necessidades básicas em
saúde não estavam sendo oferecidas aos sujeitos que buscavam por saúde.

A FRAGMENTAÇÃO DO SER ÚNICO E O NÃO ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES


BÁSICAS DE SAÚDE

O sujeito ao receber a influência da fragmentação de especialidades médicas,


passou a ser visto e compreendido como sistema isolado do meio, como entidade
exclusivamente material, podendo ser estudado em partes (CAPRA, 1982). Além de ter
se tornado um instrumento de aprendizagem, de estatística, de pesquisa, e também a
representar uma fonte de recursos econômicos, principalmente para a indústria
farmacêutica (TESSER, 2009). Porém a atuação clínica, com atenção e assistência
individual, está ausente no cotidiano dos pacientes, o que reflete diretamente na
desumanização da saúde, porque os profissionais já não conseguem realizar na prática
a integração desse sujeito.
O pensamento analítico ocidental, positivista e tecnocrata por muitos anos nos
ensinou a pensar em partes, dividindo, anatomizando, separando, isolando,
objetivando, fragmentando, atomizando, decompondo. É preciso ver o ser humano e o
mundo como um todo vivo, organizado e interconectado, no qual as partes são todas
vinculadas entre si e interdependentes, onde a vida é uma teia de relações e o homem
– em sua saúde e sua doença – formam um importante elo dessa teia, vinculada aos
demais fenômenos universais.

Cada sujeito envolvido no processo de cuidar e tratar constitui-se


sujeito quando é reconhecido e participa da construção do projeto a
ele relacionado (SAITO, 2008, pg.32).

Os movimentos a favor da saúde integral e à sua promoção são observados


desde 1946, consolidados pela OMS que definiu saúde “como uma sensação de
completo bem estar físico, mental e emocional e não apenas ausência de doença”
(WHO, 1946). Durante a 101° Assembléia de Saúde, foi proposto uma ampliação do
conceito de saúde sendo “um estado dinâmico e completo bem estar físico, mental,
espiritual e social” (RODRIGUES, 2008).
O primeiro documento a favor da promoção da Saúde fundamentado na
integralidade, é a Carta de Otawwa, foi escrito a partir da Primeira Conferência
Internacional sobre a Promoção da Saúde, realizada em novembro de 1986, com o
objetivo de promover “Saúde para todos no Ano de 2000”, essa conferência surgiu a
partir de uma crescente demanda para a reformulação da Saúde Pública (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2002).
As principais condições e requisitos para a saúde são:

• A paz,
• A educação,
• A moradia,
• A alimentação,
• A renda,
• Um ecossistema estável,
• A justiça social,
• E a equidade.

O Ministério da Saúde orienta que qualquer melhoria para a saúde há de ter


como base, estes pré-requisítos. Ficando evidente que os fatores políticos, econômicos,
sociais, culturais, de meio ambiente, de conduta e biológicos podem influenciar
positivamente ou negativamente para a saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). É possível
observar através deste documento que as reformulações para a qualidade de vida e
manutenção da saúde e do bem-estar do sujeito também são interdisciplinares
envolvendo vários fatores, atuando contra a corrente proposta por Chistpher Boorse em
1977, de que saúde era ausência de doença. Hoje a saúde é o fruto da ação desses
requisitos atuando interdisciplinarmente nos níveis físico, mental e social, como foi
defendido à partir de 2001 pela própria Organização Mundial de Saúde (ORGANIZACIÓN
MUNDIAL DE LA SALUD, 2002).
A OMS proporcionou um momento único na saúde à favor da abordagem
individual e personalizada de saúde, tornando o sujeito a última parcela social
indivisível, totalmente em oposição à ideia do coletivo (BENKO, 2002 e NESSIM, 2003).
Leavell e Clark (1976) sugerem três níveis de atenção básica à saúde, que também estão
alinhados com os princípios do SUS e por consequência da Estética também.
NÍVEIS DE ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

A seguir podemos observar estes níveis propostos por Rouquayrol (2003),


fundamentados na abordagem integral do sujeito seja na manutenção do seu bem-estar
como na sua reabilitação:

- Nível primário: o sujeito encontra-se em estado de saúde ótimo, o organismo


está em equilíbrio, estabelecendo ações que o mantenham saudável. Neste nível
falamos de 1) promoção da saúde: educação sanitária, nutricional, condições adequadas
de trabalho, momentos de lazer, moradia, exames preventivos, etc., e 2) proteção
específica: uso de equipamentos de proteção individual, vacinas, saneamento básico,
etc.

- Nível secundário: já é possível observar alterações fisiológicas e estruturais,


com sinais e sintomas, neste caso as doenças estão em sua maioria em estágio inicial e
podem estar associadas com um processo inflamatório. As ações neste nível têm como
objetivo diagnosticar precocemente o problema e estabelecer as medidas terapêuticas
adequadas para que o organismo volte o quanto antes ao seu estado de homeostase,
ou quando não é possível, que este quadro clínico não piore ainda mais.

- Nível terciário: neste nível o objetivo da atenção é a reabilitação, o sujeito já


passou pelos níveis anteriores e a doença encontra-se em estado crônico, pode-se
observar a presença de sequelas residual, incapacidade física/psicológica que precisa ser
minimizada, visando readaptar ou reinserir o sujeito na sociedade e na sua perspectiva
pessoal.
O nível terciário é mais comum que o secundário, existe uma tendência do
sujeito buscar o atendimento médico apenas quando a doença já está manifesta e o
limita de cumprir adequadamente suas atividades diárias, para que esse quadro possa
ser diferente, envolve antes de tudo uma mudança de paradigma para que a medida
terapêutica seja manter o nível primário, que é o objetivo terapêutico da Naturologia.
A Atenção Básica em Saúde (ABS) considera o sujeito em sua singularidade, na
complexidade, na integralidade, na inserção sócio-cultural e busca a promoção de sua
saúde, a prevenção, tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos
que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. Como
estratégia de organização do sistema de saúde é uma maneira de apropriar, recombinar,
reorganizar e reordenar todos os recursos do sistema de saúde e podem ser realizados
nos mais diferentes ambientes (MENDES, 1999). A ABS é responsável pela resolução de
85% dos problemas de saúde da população (STARFIELD, 1994).
Este movimento apresenta um significativo crescimento e adesão da população,
principalmente pelos atendimentos oferecidos em centros de saúde público que visam
a humanização da saúde. O que favorece essa adesão é a abordagem integral, na qual
todas as esferas são importantes e formam o sujeito, devem ser consideradas com a
mesma importância e significância durante o tratamento. O mais importante é a
consciência de que cada sujeito é único e a sua vivência de vida é que estrutura essas
esferas, que são ricas de compostos informacionais e a compreensão do sujeito perante
essas informações.
Alves (1998) representou a saúde na forma de uma roda com 8 raios (Figura 2),
veja cada um dos raios abaixo com exemplos de suas áreas de aplicação:

- Dimensão ética: equidade e solidariedade,


- Dimensão ecológica: ecologia, meio ambiente, atitudes sustentáveis,
- Dimensão epidemiológica: este quesito ainda carece de estudos, pois não
temos instrumentos adequados para medir a saúde e sim o seu oposto, a doença.
- Dimensão estratégica: prevenção da doença nos seguintes níveis: 1) promoção
da saúde, 2) proteção específica, 3) diagnóstico e tratamento precoce, 4) limitação do
dano e 5) reabilitação.
- Dimensão econômica e política: a intenção aqui não é apenas economicista, o
bem maior em questão é a saúde e não simplesmente reduzir os gastos e investimentos
políticos na compreensão e cura de doenças.
- Dimensão educacional: processo autônomo e prioritário.
- Dimensão psico-social-cultural: auto cuidado em saúde, processo de
conscientização da liberdade do sujeito para restabelecer sua saúde ou destruí -la
- Dimensão transcendental: religiosidade e fé.
Figura 2: Dimensões da Saúde

O paciente deve participar ativamente do seu processo de restabelecimento de


saúde à partir de uma maior compreensão de si e de seu universo simbólico, essa
conscientização promove o empoderamento e fortalece o autoconhecimento à favor da
saúde .
Já para o profissional da área da saúde, esta visão promove uma mudança em
sua atuação clínica, passando a valorizar cada paciente de uma forma única e particular,
como se o universo simbólico que representa o paciente, sempre fosse algo novo para
ser aprendido pelo profissional, refletindo em uma postura mais humilde e respeitosa
pelo conteúdo que o próprio paciente traz.
O diálogo e a compreensão deste universo é fundamental para o processo
terapêutico, o profissional da área da saúde que deseja ser um profissional de sucesso
e participativo do movimento da humanização deve conscientizar-se das
multidimensionalidades do sujeito, que interagem constantemente não podendo ser
vistas isoladamente.
Faço essas observações sem a pretensão de atingir nenhum profissional, até
porque todos vão concordar que o tratamento só terá sucesso, se o paciente fizer a sua
parte seja através de uma reeducação alimentar, atividade física, administração dos
medicamentos nos horários certos, e por que não a observação e transformação de sua
saúde mental e emocional?
Os estudos acerca do emocional desencadeador dos males físicos não põem a
baixo os caminhos orgânicos das doenças; apenas acrescentam, desvendando a
condição interna do doente. E nem tampouco descartam a necessidade de tratar o
órgão adoecido, é importante observar que, quando existe a somatização no físico, há
a necessidade da ação medicamentosa. As descobertas sobre a causa emocional das
doenças representam um recurso a mais para sanar o mal do corpo por meio da
reformulação interior - afinal, o maior aval das causas emocionais das doenças é dado
pelas próprias pessoas que apresentam os sintomas, pois eles revelam os conflitos e
dificuldades com que elas frequentemente se deparam na vida cotidiana (VALCAPELLI,
2007).
O corpo acusa como o indivíduo lida com os acontecimentos e as escolhas que
faz, e cada sistema reflete uma emoção, onde todas as alterações metabólicas têm sua
origem nas atividades mentais. Neste caso a saúde existe quando pensamos e agimos
em concordância com a nossa natureza individual, qualquer conflito em ações e
pensamentos é contrário à natureza individual e no futuro poderá se manifestar na
forma de doença, que é a expressão física de um conteúdo metafísico (DETHLEFSEN e
DAHLKE, 1993).
Portanto, a doença significa a perda relativa da harmonia, ou o questionamento
de uma ordem até então equilibrada. A perturbação da harmonia, no entanto, acontece
na consciência e no âmbito da informação e se mostra pura e simplesmente no corpo;
a consciência sempre capta a falta de alguma coisa, pois se nada faltasse, ela estaria
sadia, ou seja, perfeita e íntegra. Assim sendo, o corpo é a apresentação ou o âmbito de
concretização da consciência e, consequentemente, também de todos os processos e
modificações que nela ocorrem, ou seja, a doença é o caminho pelo qual o ser humano
pode seguir rumo ao restabelecimento da sua saúde (DETHLEFSEN e DAHLKE, 1993).
Mas, é importante para o indivíduo compreender que o processo de “saúde” e
“doença” fazem parte da unidade do que é o ser humano, o equilíbrio não pode ser
alcançado se essa compreensão não for atingida. Normalmente os indivíduos estão
acostumados a dividir o processo existencial em polaridades (bem e mal, saúde e
doença), esquecem que só transcenderão todos os limites, permitindo que sua mente
consciente e inconsciente se fundam numa unidade, desta forma, o ser humano não
pode ser completamente saudável ou doente, ele possui ambas vibrações dentro de si,
assim, o equilíbrio só pode ser atingido quando ele compreende seus aspectos
conscientes e os aspectos que fazem parte de sua sombra, e que ele tanto tenta evitar.
A evolução nada produz de novo, o que ela faz é tornar o ser humano mais consciente
do que sempre existiu dentro dele (DETHLEFSEN e DAHLKE, 1993).
Edgar Morin é um dos principais pensadores para o desenvolvimento do
pensamento complexo e das reformulações para a humanização do sujeito nas ciências
humanas, biológicas, físicas e se estendendo as ciências da saúde. No livro “ Diálogo
sobre a Natureza Humana”, Edgar Morin e Boris Cyrulnik (2004) dialogam a realidade
humana dentro da perspectiva da complexidade e da inter/transdisciplinariedade.
Relatando que não é possível falar de ser humano sem o considerar como um ser
biológico, cultural, psicológico, social, tudo ao mesmo tempo. O pensamento cartesiano
o fragmentou, acreditando que a parte poderia se separar do todo, sendo que a parte é
um elemento do todo, não podendo ser vista isoladamente.
A fragmentação de ser humano aconteceu historicamente em consequência dos
avanços tecnológicos e do saber especializado, onde a maior dificuldade da
contemporaneidade é reintegrar todos esses aspectos no todo novamente,
caracterizando-se como o novo paradigma, que também é o paradigma emergente das
ciências da saúde. A intenção das discussões mais atuais nas áreas da saúde não se fala
em unificar as abordagens e sim em favorecer para que eles se dialoguem, como se uma
fosse extensão da outra, tornando-se uma visão incompleta, reducionista se forem
vistas isoladamente.

...Tanto no ser humano, quanto nos outros seres vivos, existe a


presença do todo no interior das partes: cada célula contém a
totalidade do patrimônio genético de um organismo policelular; a
sociedade como um todo, está presente em cada indivíduo, na sua
linguagem, no seu saber, em suas obrigações e em suas normas. Dessa
forma, assim como cada ponto singular de um holograma contém a
totalidade da informação do que representa cada célula singular, cada
indivíduo singular contém de maneira “hologrâmica” o todo do qual
faz parte e que, ao mesmo tempo, faz parte dele (MORIN, 2011, pg.
25).

Faz-se necessário uma discussão reflexiva de como o sujeito pode ser


compreendido diante de um dos Operadores da Complexidade proposto por Edgar
Morin, que é o operador hologramático (MORIN, 2005). Proponho abordá-lo como o
Prisma Hologramático (abordagem integral), onde o todo não se dissocia da parte, assim
como o macro está no microcosmo na mesma proporção, intenção e importância, um
não existe sem o outro, e fazem parte do princípio organizador da vida, como a teoria
do Yin e Yang da Filosofia Tradicional Chinesa (Figura 3).

Figura 3: Yin E Yang

Fonte: STATIC, 2012.

O Prisma Hologramático, propõe que o sujeito é constituído por aspectos


biológicos, psicológicos, sociais (culturais), metafísicos (sutis, energéticos e espirituais),
cada qual como uma parte importante envolvida no todo, que quando funcionando em
harmonia confere ao sujeito uma vida saudável e equilibrada (UAM, 2010).
O termo sujeito passa a ter mais sentido quando se reconhece essas esferas de
desenvolvimento do humano (bio psico social metafísico), mas ainda assim o coloca em
um posicionamento subjetivo das particulares do universo humano, que é justamente o
contraponto que acontece no indivíduo; é como se o sujeito fizesse parte do coletivo,
enquanto que o indivíduo é aquele paciente que é avaliado e tratado individualmente,
ao mesmo tempo que ele é constituinte, ele é constituído passando a ser chamado de
sujeito. É como um universo paralelo que dialoga constantemente com a subjetividade
social na construção do sujeito (REY, 2005).

Têm um momento de expressão no nível individual, e um outro no


nível social, ambos gerando consequências diferentes, que se
integram em dois sistemas da própria tensão recíproca em que
coexistem, que são a subjetividade social e a individual (REY, 2005,pg.
16).

Automaticamente ao entrar em contato com a sociedade, o ser humano vai se


transformando em sujeito, são tantos contextos e informações mesclando -se que
ambas as possibilidades não podem ser vistas isoladamente, como se a atuação do
sujeito fosse ao mesmo tempo individual e social.
Como o ponto de partida para o desenvolvimento da Saúde está no sujeito
integrado, diante do prisma hologramático, é evidente que existe um diálogo aberto,
flexível e direto, com a semiótica, as teorias da complexidade, a fenomenologia e a
transdisciplinariedade (PAUL, 2007).
Faz-se necessário compreender que esta ciência em desenvolvimento interage
entre a evolução frenética da globalização e a semiótica focada no desenvolvimento
histórico de cada paciente, pois somente assim o paciente pode ser abordado em sua
integralidade, como se a prática profissional nos direcionasse constantemente para a
evolução mas, a identidade de paciente nos faz refletir sobre a tradição cultural, nos
fazendo voltar o olhar para o sujeito, que aparentemente pareceria mais simples, mas é
tão complexo, senão mais, do que o simples domínio da compreensão de sinais e
sintomas.
Patrick Paul no texto “Por uma antropologia global: entre biologia,
psicossociologia cultural e espiritualidade” (2007) e Fernando Gonzalez Rey no texto “A
Subjetividade e seu significado atual na construção do pensamento psicológico” (2005),
foram fundamentais na construção do pensamento do sujeito integrado, ou
Hologramático como prefiro denominar, seguindo as influências de Edgar Morin,
pensador fundamental na construção do sujeito integrado. Observe o trecho a seguir:

O ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural,


social, histórico. Esta unidade complexa da natureza humana é
totalmente desintegrada na educação por meio das disciplinas, tendo
se tornado impossível aprender o que significa ser humano. É preciso
restaurá-la, de modo que cada um, onde quer que se encontre, tome
conhecimento e consciência, ao mesmo tempo, de sua identidade
complexa e de sua identidade comum a todos os outros humanos
(MORIN, 2000, p,15).

Seguindo esta linha de raciocínio proponho o esquema abaixo, visando facilitar


a compreensão dos aspectos biológicos, psicológicos, sociais (culturais), metafísicos
(espirituais, sutis e energéticos), interagindo a todo momento no equilíbrio dinâmico da
saúde do sujeito. Como no operador hologramático, um não pode ser visto sem o outro.
O desequilíbrio em um dos aspectos favorece para um desequilíbrio dinâmico em todos
os outros, como em uma teia, que pode ser sentido ou percebido.
Patrick Paul (2007) denomina cada aspecto como se fosse uma identidade, eu
acredito que a junção dos aspectos citados abaixo formam a identidade como um
produto da sociedade mais a ação do próprio indivíduo. O que seria definido como
identidade pessoal, que segundo Rey (2005) “se forma na confluência de uma série de
forças sociais que operam sobre o indivíduo e diante das quais o indivíduo atua e se faz
a si mesmo”.
A grande mudança no paradigma cartesiano, é que apesar da qualidade e dos
avanços da ciência cartesiana, esta fragmenta o sujeito, a única instância que não se
fragmenta, a abordagem especializada, não enxerga o sujeito em sua integralidade e
complexidade, refletindo diretamente na desumanização da saúde. Diante dessa
necessidade mais humana e integrada da saúde, tem crescido cada vez mais o
conhecimento sobre as terapias naturais, integrativas e complementares, e também a
demanda emergente de fundamentação científica da Naturologia através de discussões
epistemológicas e reflexivas, favorecendo o diálogo entre tradição e ciência, entre o
movimento multidisciplinar e transdisciplinar.
As pesquisas científicas são fundamentais para o reconhecimento da profissão e
a regulamentação legal do exercício profissional do naturólogo no país, pesquisas
envolvendo as terapias complementares, o perfil sócio-econômico do profissional, áreas
de atuação, a influência do naturólogo em equipes interdisciplinares, etc.
Diante dessa necessidade, este estudo destina-se a observar como e o quanto a
formação acadêmica influência na vivência pessoal e profissional dos naturólogos.
ESQUEMA INTERPRETATIVO DO SUJEITO HOLOGRAMÁTICO

ASPECTO BIOLÓGICO

Sinais e Sintomas: Objetividade


PERCEPÇÕES
Aspectos anatômicos, fisiológicos,
patológicos, hábitos.

Identidade Genética e
ASPECTO METAFÍSICO Imunológica

Adaptação ao meio ambiente


Alma: Capacidade Animadora e
Animal. exterior ao corpo, químico ou
biológico.
Anima/Animus.

Relação entre o material e o


espiritual, corpo e espírito, mas
REVELADOR
também entre alma e o espírito, a ELEMENTO CONECTOR DAS POLARIDADES DA
vida e a inteligência.
CONDIÇÃO
Mundo sensível X Mundo visível. HUMANA

Relação com a essência


“numinosa” e invisível aos
sentidos habituais.
ASPECTO PSICOLÓGICO E SOCIAL
Existencial
Produto da Socialização,
Autonomização e Necessidade de
Valorização Social.

Linguagem que permite o homem


constituir-se como sujeito e criar a
subjetividade.
SENSAÇÕES
Possibilidade de diferenciação
entre o coletivo e o individual.

Pluralidade Identidária: civil,


familiar, sexual, profissional e
comportamental.
COMO UNIR A ABORDAGEM INTEGRAL A FAVOR DA ESTÉTICA INTEGRATIVA

Outros aspectos que fazem parte de um profissional integral é a capacidade de


reconhecer e lidar com diferentes saberes, adaptar ou abandonar modelos pré-
estabelecidos que precisam ser revistos, discutidos para experimentar os alcances e os
limites de práticas que buscam a integralidade no atendimento (CEOLIN, et all, 2009).
A intenção não é modificar o conhecimento em saúde e propor qualquer área
como saber absoluto, é favorecer diálogo das visões, tornando possível um diálogo entre
tradição e ciência, como práticas integrativas que complementam à prática clínica, e
também favorecer o trabalho em equipe quando o profissional não possui as habilidades
e competências necessárias para tratar as demandas necessárias do paciente.
Apesar de todo benefício e da iniciativa de se visualizar as práticas como medidas
preventivas e integrativas, alguns pensadores abordam essas medidas como patológicas
e medicalizantes quando em excesso, o que seria denominado higiomania.

É preciso ter em conta que a cultura narcisista da modernidade tardia


favorece a posta em marcha pela economia capitalista de um ciclo
infinitamente ampliado de consumo de bens e serviços voltados para
a saúde, que passou a ser entendida nesse sentido de perfeição do
corpo. Os hábitos e atitudes tidos como adequados redundam na
escolha de certos itens de consumo na forma, por exemplo, de
alimentos ‘dietéticos’ e equipamentos de exercícios, que se
incorporaram ao cotidiano não só do executivo, como também de
cada cidadão de classe média. Que a saúde é cada vez mais entendida
como formosura do corpo, bom preparo físico e resultante de um
conjunto de práticas de corpo é atestado, entre outras coisas, pela
incrível proliferação das ‘academias’ e das ‘clínicas de estética.
(NOGUEIRA, 2001, p. 64).

Para Nogueira (2001), a higiomania seria a obsessão pela saúde, como se a


mesma fosse objetivo de manutenção da felicidade, fala-se de consumo de produtos,
práticas, serviços de auto cuidado e medidas a qualquer preço para se ter saúde. Nestes
casos, a doença, a morte e o próprio envelhecimento são vistos como contrários à este
movimento, propondo que viver feliz é manter-se eternamente jovem.
Este movimento estimula e induz o sujeito a viver em um estado permanente de
paranóia, deixando de respeitar seu biótipo, cultura, limitações físicas e psíquicas. Neste
sentido o livre arbítrio e a autonomia em saúde não são respeitados e muito menos
estimulados, se fazendo necessária uma estruturação por parte da saúde coletiva,
menos mercantilizadas e enriquecedoras do processo saúde/doença (TESSER e BARROS,
2008).
Outra questão que assombra as áreas da saúde que se deleitam na área da
estética são os transtornos dismorficos corporais, que vão além da Anorexia e da
Bulimia, podemos citar a Vigorexia e os transtornos de imagem onde independente dos
procedimentos estéticos e das cirurgias plásticas a pessoa nunca está satisfeita com os
resultados, o que acarreta excesso de procedimentos e muitas vezes arrependimento.
Neste sentido propor avaliações integrativas detalhadas, com escuta atenta,
mapeamento dos hábitos do paciente, que possam interferir na saúde da sua pele, são
cruciais para o sucesso de qualquer abordagem terapêutica.
Além disso apropriar-se de termos, os transtornos mentais, a condição de saúde
de forma integrativa não capacita, mas possibilita que o profissional trabalhe com
equipes interdisciplinares, onde o encaminhamento será a opção mais assertiva.
Propor a Estética Integrativa neste conceito é abordar a necessidade de reavaliar
a atenção que a área da saúde presta ao ser, de forma que este diálogo interdisciplinar
entre ciência e tradição seja possível, desde que estejam fundamentadas na visão de
integralidade, pois só através dessa aproximação será possível realizar na prática a
humanização da saúde e ir contra os desequilíbrios de saúde.

Considerando que o homem se distingue definitivamente pelo poder


de criar e perseguir valores, qualquer formação humanística terá como
fundamento o conhecimento do processo de valorização ou, pelo
menos, da existência desse processo, na gênese do que se chama
homem (PESSOTI, 1996, p. 32).

Os profissionais de saúde precisam reconhecer que apesar dos objetivos estéticos, não podemos
separar a pele e a aparência do paciente, dos seus aspectos mentais, emocionais, sociais,
espirituais e ambientais. E a forma como o paciente se relaciona com as suas
multidimensionalidades interferem diretamente no tratamento e nos seus resultados
terapêuticos.

O ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural,


social, histórico. Esta unidade complexa da natureza humana é
totalmente desintegrada na educação por meio das disciplinas, tendo
se tornado impossível aprender o que significa ser humano. É preciso
restaurá-la, de modo que cada um, onde quer que se encontre, tome
conhecimento e consciência, ao mesmo tempo, de sua identidade
complexa e de sua identidade comum a todos os outros humano s
(MORIN, 2000, p.20).

O tratamento médico em muitos casos é indispensável e em momento nenhum


deve ser abandonado pelo paciente, o profissional de saúde precisa ter consciência de
que faz parte de uma equipe interdisciplinar, e se o futuro permitir transdisciplinar, e
não de equipes disciplinares onde cada profissional, decide por conta qual a melhor
conduta a ser assumida com o sujeito/paciente. Os tratamentos feitos com equipes
interdisciplinares favorecem para que a abordagem seja multifocal, olha ndo para a
causa do problema, seja ela emocional ou social, o paciente alcança o bem-estar e a
saúde, com a intenção de que este estado seja mantido e constante.
A visão transdisciplinar é um desafio que possui um longo caminho para ser
percorrido, principalmente no que tange o aceite da comunidade científica e das outras
profissões da saúde.
Você deve ter observado que em momentos falo em Interdisciplinariedade e ora
em transdisciplinariedade, o que é intencional e explico o porquê, fazendo minhas as
palavras do pesquisador Mario M. Alves (1998) que se fundamenta em Piaget para
dividir o saber em quatro áreas: o disciplinar, o multidisciplinar, o interdisciplinar e o
transdisciplinar. Como se essas quatro áreas fossem quatro flechas direcion adas para
um único alvo: o conhecimento.

1 – Disciplinar: Constitui um corpo específico de conhecimento ensinável, com


seus próprios antecedentes de educação, treinamento, procedimentos, métodos
e áreas de conteúdo. Segundo Japiassu (1976) trata-se de um conjunto
sistemático e organizado de conhecimentos que apresentam características
próprias.

2 – Multidisciplinar: A solução de um problema torna necessário obter


informações de duas ou mais ciências ou setores do conhecimento sem que as
disciplinas envolvidas no processo sejam elas mesmas modificadas ou
enriquecidas. Culoto (2001) sugere uma execução de disciplinas desprovidas de
objetivos comuns sem que ocorra aproximação ou cooperação entre elas.
Quando falamos na área da saúde o multidisciplinar corresponderia a
cada profissional atuando em sua especialidade sem relações entre elas, questão
essa comum nas queixas dos pacientes.

3 – Interdisciplinar: Nível em que a interação entre várias disciplinas ou setores


heterogêneos de uma mesma ciência conduz a interações reais, a uma certa
reciprocidade no intercâmbio levando a um enriquecimento mútuo. Existindo
um respeito mútuo entre as bases disciplinares específicas, vai além do diálogo
profissional, favorecendo a evolução e a ruptura paradigmática das disciplinas.
Podemos exemplificar na área da saúde, quando o tratamento da
Síndrome do Ovário Policístico (SOP), vai além do tratamento médico com o
ginecologista, o nutricionista pode associar os alimentos funcionais, o psicólogo
pode auxiliar durante as crises de tensão pré-menstrual, o naturólogo pode
sugerir fitoterapia, aromaterapia, terapia floral, tudo para favorecer o equilíbrio
do paciente e a esteticista contribui com a saúde da pele, nos desequilíbrios da
saúde da pele, como as intercorrências de acne, as hipercromias pós
inflamatórias.

4 – Transdisciplinar: Não se trata apenas das interações ou reciprocidade entre


projetos especializados de pesquisa, mas a colocação dessas relações dentro de
um sistema total, sem quaisquer limites rígidos entre as disciplinas.
A transdisciplinariedade anda de mãos dadas com a teoria da
complexidade e o pensamento complexo de Edgar Morin (1990), propondo que
não exista uma fusão dos opostos em um holismo, na verdade mantêm a
distinção entre as partes, associando sem tirar a identidade delas, mas sempre
considera que o todo é maior do que as partes.

Para que o transdisciplinar exista, ele depende e origina-se do disciplinar,


ampliando suas fronteiras, mudando paradigmas e evoluindo o que nesta pesquisa
abordamos como no caso, a evolução do conceito de saúde. Ele não rejeita o disciplinar,
e acredito que para que a transdisciplinariedade seja possível em todas as áreas da
saúde, todas devem estar dispostas à dialogarem e ampliarem suas áreas de
conhecimento. Não se trata de um super ponto de vista que disponibilize as
especialidades e, muito menos, abdique do lado analítico que envolve o processo do
conhecimento (CARVALHO, 2010)
A Estética por mais consolidada que esteja ainda é uma ciência em
desenvolvimento, a ausência de um conselho profissional, faz com que muitas vezes o
próprio esteticista desdenhe das suas habilidades, e deseje apropriar-se de outras áreas
de conhecimento. Assim como assiste outras profissões deleitar-se sobre as habilidades
e competências que a lei 13.643/18 deixa claro serem do esteticista.
O que não se pode negar, é o quanto a área da Estética cresceu, o quanto a
profissão deixou de ser supérflua e devidamente vem sendo cada vez mais reconhecida
como área da saúde, mas para que isso seja possível as outras profissões precisam
conhecer os benefícios e os propósitos desta profissão, para tornar em um primeiro
momento a interação em equipes interdisciplinares, que é o futuro de todas as
profissões da área da saúde.
Por mais que a evolução histórica tenha nos limitado, a sabedoria transdisciplinar
nos permite resgatar, reformular, ressignificar... E como isso acontece na Estética, desde
a desmistificação de que a gordura não sai no xixi, que drenomodeladora não existe,
bem como as consolidações da profissão que em momentos passou pelo preconceito de
outras áreas da saúde, que alegavam que Esteticista não tinha autonomia para
acompanhar um pós operatório (p.ex.) e hoje com o advento dos intradérmicos e
subcutâneos. Ou seja, diante da abordagem transdisciplinar, não se pode esquecer que
ela surgiu graças à reformulação dos aspectos disciplinares, não o renega, o transforma.
A transdisciplinariedade para Basarab Nicolescu (1996) é “como o prefixo trans
indica, lida com o que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das disciplinas
e além de todas as disciplinas. Sua finalidade é a compreensão do mundo atual, para a
unidade do conhecimento”, essa abordagem transdisciplinar também se aplica ao
sujeito, principalmente quando se fala em abordagem integral.
O sujeito é efêmero, mutável e assim deve ser o conhecimento que se aplica à
ele. A existência de diferentes níveis de percepção do sujeito sugere que o
conhecimento não é nem exterior, nem interior; é simultaneamente exterior e interior.
Os estudos do universo e sobre o ser humano sustentam um ao outro, sujeito e objeto
precisam estar constantemente em interação diante da perspectiva transdisciplinar
(NICOLESCU, 2010)

Interação Entre Sujeito Usuário e Sujeito Profissional

Sujeito Situação a ser


(Profissional ou transformada
Sujeito Usuário
equipe de saúde) (desequilíbrio
saúde-doença)

SUJEITO SUJEITO

FONTE: VIEIRA, et all. 2009, pg 45.

Observe a imagem acima, a interação entre o sujeito que busca os atendimentos


em saúde (usuário) e o sujeito profissional promovem alguns desafios para que a
abordagem integral e a humanização da saúde seja possível, observe o trecho a seguir:

As práticas em saúde significam desafios, pois além de liderarem com


a subjetividade do portador da necessidade (entenda-se aqui toda a
abstração do que é uma necessidade em saúde), depender-se-á da
legitimação ou não dessa necessidade por parte daquele a quem se
atribui a capacidade de atendê-la (o profissional de saúde). A partir do
diálogo entre uma e outra e da consideração da necessidade, é que a
intencionalidade dotada de finalidade mobilizará as tecnologias
disponíveis para o atendimento da necessidade trazida e reconhecida.
Nesse contexto (de portador de necessidade – o usuário – e de
legitimador da necessidade – o profissional), a intervenção sobre um
estado de desequilíbrio saúde-doença passa a requerer ações que
transcendam à simples lógica técnica processual e passa a exigir um
trânsito pelos campos das relações e dos comportamentos. O
determinante dos resultados é o diálogo entre a necessidade sentida
pelo usuário, interpretada e validada pelo profissional da saúde e os
horizontes de ambos. Nesse encontro, uma gama de possibilidades
tenderá a definir os processos de trabalho, o uso das ferramentas e
tecnologias em saúde e mais que isso, a possibilidade de vínculos entre
um (Usuário) e outro (profissional), transcendendo ao monólogo entre
sujeito/profissional e objeto/paciente, para o diálogo
sujeito/profissional e sujeito/usuário (VIEIRA, et all, 2009, p. 72).
Os atendimentos em saúde têm se tornado cada vez mais complexos e passou a
exigir ampliação dos sentidos e resignificação para as práticas e evidenciou a
necessidade da adoção de estratégias que possam responder a demandas sócio -
culturais e a abordagem integral é uma delas.
A abordagem integrativa pode facilmente ser confundida com a necessidade do
profissional ser bom em tudo, ele pode até se formar, especializar-se, mas é
humanamente impossível ser bom em tudo.

ATUANDO COM ESTÉTICA EM EQUIPES INTERDISCIPLINARES DE SAÚDE

Hoje os profissionais trabalham na Multidisciplinaridade.


Para que haja a Interdisciplinaridade é necessário que os profissionais abandonem o
próprio ego.
O futuro da Saúde de uma forma geral está na Interdisciplinaridade.

A Saúde Integral está diretamente correlacionada com a Humanização da Saúde e isso


não será possível com cada profissional pensando no seu universo, criticando e
excluindo as demais áreas.

Não somos especialistas em tudo, estratégias de saúde em equipe são mais assertivas e
garantem a saúde do paciente, bem como a sua manutenção.
O Esteticista precisa defender seu lugar como profissional de saúde.

A Estética por mais consolidada que esteja ainda é uma ciência em desenvolvimento,
a ausência de um conselho profissional, faz com que muitas vezes o próprio
esteticista desdenhe das suas habilidades, e deseje apropriar-se de outras áreas de
conhecimento. Assim como assiste outras profissões deleitar-se sobre as habilidades
e competências que a lei 13.643/18 deixa claro serem do esteticista.
- ENDOCRINOLOGIA:
Endocrinologia, Ginecologia e Urologia
Desequilíbrios hormonais, tireoidite de Hashimoto, hipo e hiper tireoidismo, SOP,
menopausa, andropausa, etc.
Disruptores endócrinos na composição cosmética.
Transição para a cosmética Biocompatível e livre de xenobióticos.
Se não houver ajuste hormonal, a pele não responderá bem aos tratamentos estéticos.
5-alfa redutase é uma enzima que converte a testosterona, o hormônio sexual
masculino, em um outro mais potente, a di-hidrotestosterona. Diretamente
correlacionado com a acne e a queda de cabelo.

VOCÊ SABIA?

Os parabenos, tem ação semelhante à do hormônio feminino estrogênio, e são


contraindicados em tratamentos estéticos, pois esses estão diretamente ligados ao
aparecimento de alterações inestéticas como a acne, celulite e também manchas.

Sistema CHAVE X FECHADURA dos disruptores endócrinos e os hormônios naturais na


célula.
- DISBIOSE:

Disbiose

Resistência à insulina,
alteração de ácido úrico,
lipogênese hepática

Alteração do
metabolismo de
nutracêuticos

Reconstrução tecidual
deficiente.

Clínica Geral, Gastroenterologia e Nutrologia.


Disbiose, Leaky gut, intolerância alimentar, parasitose.
Mapeamento genético, Coprológico Funcional e Mineralograma.
Limpar, Tratar e Manter Equilibrado.
Microbioma, microbiota, barreira intestinal, estresse físico e mental.
Intoxicação por metais pesados.
Ultraprocessados.
Alimentos pró-inflamatórios: leite, glúten, açúcar.
Não é REGRA pra todo paciente.
Antes de pensar no tratamento estético e fundamental equilibrar essas 3 tríades para
que possamos ter resultados efetivos. Caso você como profissional não tiver as
habilidades e competências para cada uma das áreas de tratamento, justifica -se por
evidência a necessidade de se trabalhar em equipes interdisciplinares para otimizar os
resultados do tratamento estético do paciente.

Remoção
•Vírus, bactérias, parasitas,
alimentos dissonantes,
tóxicos.

Reparo Reestabelecer
•Reparar mucosa gástrica •Enzimas, boa mastigação,
com nutrientes adequados. jejum, melhora da acidez
gástrica.
REINOCULAÇÃO

O tratamento com pré e probióticos só deve ser adotado depois de limpar e reparar o
organismo de uma forma geral, mas pode ser associado desde o início do tratamento,
desde que as 3 áreas sejam trabalhadas.

- ONCOLOGIA:
Oncologia e Especialização Médica, Psicologia, etc.
Melhorar a qualidade de vida e o bem-estar independente da fase do tratamento
médico.

“Não podemos curar, mas podemos paliar.”


Vanessa Menezes (ref. estética paliativa).

Manejo dos sintomas: Radiodermite, mucosite, edema, inflamação da pele, rash


cutâneo. Vasculite, etc.
Cosméticos neutros e Biocompatíveis, fototerapia e ozonioterapia, ilib.
Cannabis Medicinal.

- OBSTETRÍCIA:
Gestantes, Puérperas e Lactantes.
Tratamento a partir de 12 semanas com autorização do obstetra (GO).
Cosméticos livres de xenobióticos, neutros para a gestante com hiperosmia.
Manejo do estresse e da ansiedade.
Prevenção de complicação e manejo dos sintomas: edema, hipersensibilidade, acne,
estrias e hipercromias.
Contraindicações: termogênicos e ativos que vencem a barreira hematoencefálica,
cordão umbilical, placenta e com atividade hormonal.

- GERIATRIA:
Aumento da expectativa de vida.
Well-aging, Pro-aging = Revitalização
Evitar Rejuvenescimento.
Compreender as necessidades da fase de vida: menor mobilidade, necessidade de
acompanhamento e assistência.
Maior desafio nas mudanças comportamentais.
Tempo e qualidade do atendimento.
Oxidação celular.
Os hábitos influenciam diretamente a velocidade da variação funcional = não dá pra
padronizar.
Glicação, Oxidãção.
Elastose, Ptose, Discromias, Rugas.
Perceber desequilíbrios comportamentais = Higiomania.
PELE JOVEM PELE
ENVELHECIDA

(TASSINARY,
2019)
ESTÉTICA COMO NICHO DE MERCADO

Não é de hoje que se tem conhecimento de que outras profissões da saúde, apropriam-
se das habilidades e competências da Estética, entrando muitas vezes em embates com
os esteticista.
Veja alguns marcos históricos que trazem essas evidências:

2009 – Especialização em Dermato Funcional (Conselho Federal de Fisioterapia)


Limitação do uso de equipamentos, impacto na atuação do esteticista no pré e pós
operatório e na técnica de drenagem linfática (resolução 362) q.
2011 – Conselho Federal de Biomedicina habilita o profissional a trabalhar na área da
estética.
Movimento que “obriga” os esteticistas a pagarem ao conselho uma falsa proteção e
direito na área.
2013 – Resolução do Conselho de Farmácia - Farmácia Esteta.

Conselhos profissionais fiscalizam os profissionais respectivos a aquela profissão (p.ex.


o Conselho de Fisioterapia fiscaliza Fisioterapeutas e NÃO esteticistas).

CUIDADO COM MÉTODOS CERTIFICADOS

Os métodos patenteados, registrados e secretos fazem sucesso na Estética, o


profissional cria o método e ensina o protocolo.
Muito fizeram sucesso sugerindo tratamentos que invadem outras áreas profissionais.

Dietas
Exercício Físico
Florais
Acupuntura auricular

Para recorrerem a esses métodos é necessário uma formação profissional específica, e


não simplesmente indicar um fragmento dessa ciência como uma receita de bolo.
O dano estético é um dos principais motivos que endossa a denúncia do
profissional.

No pós-venda, pós procedimento, você dá assistência ao paciente?

AS CILADAS DO EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO

Por Thiago dos Santos Souza*

Você sabia que a expressão “exercício ilegal da profissão” que faz menção ao art. 282
do Código Penal só se refere aos médicos, dentistas e farmacêuticos?

Art. 282 – Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único – Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Caracteriza-se pela prática das referidas profissões citadas acima, sem autorização legal,
de forma habitual e ressaltando que a pratica gratuita também é crime.

Já a Constituição Federal dispõe o seguinte:

Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguin tes:
XIII -É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
É de supra importância mencionar que profissões equiparadas ao rol taxativo do art. 282
do Código Penal não são enquadradas como exercício ilegal da profissão, seja elas:
médico veterinário, massagista, enfermeiro, parteiras etc.

Falta de autorização legal


O que seria isso ?

A expressão “falta de autorização legal” determina que o agente não possui autorização
para exercer tais profissões citadas na lei.

O sujeito não pode exercer a profissão, mesmo que a título gratuito, porque não possui
o título que o habilite para tanto (falta de capacidade profissional), como no exemplo
daquele que atende doentes em seu consultório, sem nunca ter frequentado a
faculdade de medicina, ou então porque seu título, embora exista, não foi registrado
perante o órgão competente (falta de capacidade legal), tal como se verifica na situação
em que o graduado em ciências médicas não teve seu diploma registrado perante o
Conselho Regional de Medicina respectivo.

Se o médico/dentista ou farmacêutico estiverem suspensos durante a prática?


É importante frisar que caso esses profissionais realizarem tal conduta no período em
que estiverem suspensos de suas atividades, deverão ser diferenciadas:

a) Em caso de suspensão judicial, estará caracterizado o crime de desobediência à


decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito, definido no art. 359 do Código
Penal:

Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso
ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

b) Tratando-se, porém, de suspensão administrativa, incidirá o crime de exercício de


atividade com infração de decisão administrativa, tipificado no art. 205 do Código Penal:
Art. 205. Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: Pena –
detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

E se for em caráter emergencial? Tem crime?


As condutas que forem praticadas em situações classificadas como de urgência, não
serão consideras como crime, uma vez que há a incidência da causa excludente da
ilicitude atinente ao estado de necessidade (CP, arts. 23, inc. I, e 24), ambos do Código
Penal.

Nas situações em que uma pessoa, sem estar devidamente habilitada para o exercício
da profissão, desempenha atividade inerente aos médicos, dentistas ou farmacêuticos,
quando ausentes tais profissionais, para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir.

Destarte, ninguém pode alegar em sua defesa o desconhecimento da lei, portanto,


todos os cidadãos devem possuir o pleno conhecimento da legislação existente.

Exercício ilegal da profissão se aplica a todas as profissões?


Com base no próprio rol taxativo do art. 282 do Código Penal, o exercício ilegal da
profissão só será aplicado para médicos; farmacêuticos e dentistas.

Em casos das profissões não citadas, serão resolvidas no âmbito civil, através de
indenizações ou administrativo, que seria a demissão. Caso a demanda vá para a esfera
penal, será resolvida com base na Lei das Contravenções Penais:

Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem
preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa.
Por fim, se o exercício ilegal das diversas profissões, afora médico, dentista e
farmacêutico, não é considerado crime, pelo Código Penal, devemos buscar essa
tipificação nas leis especiais que criam as outras profissões.

EXEMPLOS DE CHARLATANISMO NA ESTÉTICA:

Cura do Melasma!

Cura das Rugas!


Elimine a celulite!

Fórmulas Secretas onde o paciente não sabe o que está sendo usado.
“Essa fórmula é exclusiva do meu tratamento e a composição não pode ser
compartilhada.”
Rejuvenescimento!

Tratamento definitivo para....


Cura do ... em 10 sessões.

Pele Nova!

Reduza .... cm

EXEMPLOS DE CURANDEIRISMO NA ESTÉTICA

Fórmula mágica para o Melasma.

Tratamentos naturais com cosméticos naturais ou artesanais sem registro da ANVISA.


PICS como Radiestesia, Florais, Reequilíbrio energético, Biorressonância.
Fazer inferências com embasamento na psicossomática:
“ Você tem problemas de pele, por deficiência do Qi do Pulmão e precisa trabalhar a
tristeza para ter resultados.”

“Vamos fazer a técnica de pedras quentes para alinhamento dos chakras.”


Fazer inferências sobre valores e crenças particulares.
Na Estética quem estabelece os limites? O profissional? Ou o paciente?

TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL, VOCÊ SABE IDENTIFICAR?


Transtorno de imagem, trata-se de uma condição mental relacionada a uma
preocupação exagerada com a própria imagem, onde muitas vezes a pessoa se
incomoda profundamente com defeitos imaginários ou reais do próprio corpo.

Vai além dos distúrbios alimentares como a Bulimia e a Anorexia.


Vigorexia que é o excesso de atividade física, visando o corpo torneado, hipertrofia
muscular exagerada.
Além dos procedimentos invasivos que não são fisiológicos como próteses de silicone
excessivamente pesadas, preenchimento nos lábios dificultando a alimentação,
blefaroplastia dificultando coisas simples como piscar e lubrificar os olhos.
Excessos podem mascarar problemas psicológicos mais sérios como a depressão, a
ansiedade, o transtorno bipolar, e etc.

FIQUE ATENTO AOS SINAIS


Excesso de procedimentos estéticos invasivos e cirurgias plásticas.

Incômodos excessivos com rugas e flacidez.

Comportamento infantilizado e nada coerente com a idade.


Muitos polivitamínicos e pílulas da beleza.

Comportamentos extremistas como diuréticos, laxantes, jejuns sem propósito.

Transformações estéticas encorajadas por problemas emocionais.


Aftas, azia, sensibilidade nos dentes, fissuras labiais, hablitose.

Compulsão alimentar.
Excesso de atividades físicas, uso de anabolizantes, pensar em próteses de silicone.
Separar os alimentos por grupos alimentares, cores, visando questões estéticas.

HIGIOMANIA
Medo do envelhecimento, onde todas as práticas e condutas do paciente visam evitar
o processo, remédios, suplementos, cirurgias, exercícios físicos, etc.

EVITAR O INEVITÁVEL?
Rejuvenescimento não é um termo adequado, pois não podemos devolver anos de
vida ao paciente.
A pele pode aparentar ser mais jovem, mas o seu turnover celular vai ser
correspondente aos hábitos e a idade do paciente. Do ponto de vista cronológico e
biológico isso é impossível.
Prefira REVITALIZAÇÃO

Eduque seu paciente a aceitar o processo de envelhecimento com qualidade.

VOCÊ TEM HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PARA AVALIAR ESSES TRANSTORNOS?


A não ser que você seja Psicólogo e Psiquiatra, a resposta com certeza será não. Você
pode fazer uma pós graduação e até se especializar para identificar, mas...
E com relação a TRATAR?
É impossível ser bom em tudo! Aprenda a encaminhar... Aprenda a trabalhar em
equipe!
Esse é o futuro da saúde quando se fala em Estética Integrativa e Humanizada! É
agregar e interconectar áreas da saúde a favor da visão integral do paciente.

E por fim a pergunta mais importante...

SEU ESPAÇO FÍSICO ESTÁ PREPARADO PARA AS APLICAÇÕES DOS PROCEDIMENTOS


INTRADÉRMICOS E SUBCUTÂNEOS?
Com as complexidades vem grandes responsabilidades.
EPIs estéreis e PGRSS mais específicos com Protocolos focados em minimizar os riscos
de contaminação desde a esterilização até a execução.

Descarte correto do lixo!

A sua área de atuação deixa de ser: INTERESSE A SAÚDE e passa a ser: ÁREA MÉDICA.
O que vai exigir adequações físicas, de infraestrutura, rotinas e procedimentos.

Esteja preparado! Bons estudos!


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