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COMPLIANCE

NA PRÁTICA
8 PASSOS PARA
TORNAR SUA
EMPRESA MAIS
ÍNTEGRA.

PUBLICAÇÃO PATROCÍNIO
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ................................................................ 05

1. COMPLIANCE É PARA TODOS .................................... 06

2. DA CULTURA À PRÁTICA ............................................. 09

3. COMUNICAÇÃO INTERNA ........................................... 12

4. DUE DILIGENCE E CADEIA PRODUTIVA ..................... 16

5. TECNOLOGIA ................................................................. 19

6. CANAIS DE DENÚNCIAS .............................................. 22

7. ESG E ESTRATÉGIA ...................................................... 26

8. PACTOS SETORIAIS ..................................................... 29

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APRESENTAÇÃO

O 2º Encontro de Compliance do Grupo J&F, promovido em


dezembro de 2021, reuniu especialistas de diferentes áreas
para abordar o assunto. O objetivo principal é multiplicar
o conhecimento sobre compliance. O tema é cada vez
mais debatido, mas ainda precisa alcançar mais pessoas e
empresas. Como maior grupo empresarial do país, a J&F e
suas empresas estão comprometidas com o fortalecimento
da integridade no ambiente de negócios brasileiro.

Este ebook é ao mesmo tempo um guia para organizações


e um resumo das discussões. Ele serve como ponto de
partida para qualquer empresa disposta a montar uma
estratégia de compliance, mas não sabe por onde começar.
Cada capítulo foi baseado em uma das mesas de discussão.
Caso você queira saber mais
sobre um determinado assunto,
os vídeos completos estão
disponíveis no YouTube — clique
aqui para acessá-los.

LUCIO MARTINS
Diretor Global de Compliance do Grupo J&F

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COMPLIANCE É PARA TODOS

Liderança engajada garante a construção


de uma cultura de integridade que envolva
todos os colaboradores da empresa

Não existe programa de compliance universal. Cada setor


da economia e das empresas, em particular, possui desafios
específicos a superar. Esta característica deve ser levada
em conta na hora de estruturar os processos, os controles e
fazer valer o programa de compliance.

A construção da cultura de compliance depende


diretamente do engajamento da liderança da companhia.
Sem que os chefes acreditem e apliquem os preceitos
definidos, é impossível engajar os colaboradores e, desta
forma, impulsionar uma cultura de fazer o certo.

Levando isto em conta, o primeiro passo é fazer uma


avaliação transparente e honesta sobre os riscos e desafios
inerentes ao negócio. Para construir uma visão sobre o
contexto em que a organização está inserida, é necessário
não só praticar a escuta ativa dos stakeholders, mas
também contratar colaboradores que tenham diferentes
visões e experiências de vida.

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COMPLIANCE É PARA TODOS

“Cada empresa tem seus riscos, cada empresa tem suas


características”, disse o advogado Luciano Dequech, CCO
da Copagaz e coordenador do curso de Compliance na pós-
graduação do Insper.

Com os líderes servindo como


exemplos — não só seguindo os
“Cada empresa processos definidos em conjunto,
tem que ter um mas agindo como promotores
tipo de programa
desses processos —, também fica
de compliance,
respeitando a sua mais fácil a multiplicação da cultura.
própria natureza.”
Conforme bem resumiu Camila
Farani, sócia-fundadora da G2
Capital, membro do conselho do
PicPay e investidora do programa Shark Tank Brasil, “o
próprio colaborador que durante algum tempo não está
performando de acordo com a cultura se sente um peixe
fora d’água”.

E para que a visão e os processos de compliance adotados


sejam eficazes, é necessário “compreender as variáveis
que impactam na vontade das pessoas de fazerem o

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COMPLIANCE É PARA TODOS

certo”, afirmou Roseli Marinheiro, fundadora da consultoria


RM-SHR. Os processos devem ser construídos levando em
conta incentivos que os tornem eficientes. Vamos falar mais
sobre isso a seguir.

LEIA ASSISTA
reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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DA CULTURA À PRÁTICA

Crie mecanismos de controle interno,


de acordo com os valores da sua empresa,
e defina os responsáveis pela sua execução

“A reputação é um recipiente que se enche a conta gotas.”


A frase, que resume bem por que manter processos de
compliance é essencial, foi dita pelo diretor de Compliance
e Auditoria Interna da Andrade Gutierrez, Eduardo Staino.
Para ele, além de estabelecer as diretrizes, é necessário que
haja uma cadeia de tomada de decisões clara.

Após o levantamento de riscos e desafios, sobre o qual


falamos anteriormente, a construção dos processos deve
ser completa, levando em consideração todos os resultados
possíveis — sejam positivos ou negativos.

“Além de colocar o processo para


funcionar, é importante pensar o
final desse procedimento, alguma “Nós somos
catalisadores, o
liderança com alçada para tomar
caminho para que as
aquele risco, capaz de aprovar ou coisas aconteçam”,
vetar determinado fornecedor ou disse Olga Pontes,
cliente”, ele resumiu. executiva que atuou
em multinacionais.”

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DA CULTURA À PRÁTICA

“A responsabilidade de contratar [fornecedores]


corretamente é de todos”, ela continuou. “A área de
conformidade é mais uma linha de defesa, que está ali para,
se algo escorregar durante o processo natural do negócio,
levantar a mão e fazer as perguntas necessárias.”

O objetivo é que, com o passar do tempo, mais e mais


empresas implementem programas de compliance
sólidos, melhorando não só suas gestões, mas também o
ambiente de negócios como um todo.

Uma violação, se não for tratada pela empresa, em algum


momento vai chegar aos escaninhos da administração
pública, avaliou Valdir Moysés Simão, sócio da Warde
Advogados e que ocupou o cargo de ministro-chefe
da Controladoria-Geral da União (CGU), quando foi
regulamentada a Lei Anticorrupção. Ele avalia que é muito
importante que a empresa se antecipe e analise o que
aconteceu com profundidade e isenção.

Por outro lado, a empresa precisa confiar que o Estado não


será desleal, trazendo para ela uma sanção desproporcional
à conduta — considerando a colaboração.

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DA CULTURA À PRÁTICA

“Na medida em que isso acontece,


“E o Estado a tendência que se espera é que
precisa passar o Estado afaste um pouco sua
a acreditar que lupa investigadora das empresas,
empresas que fazem
porque determinado setor, mercado
o dever de casa
são capazes de se ou segmento vem fazendo seu
autorregular.” dever de casa e tem programas de
integridade robustos e confiáveis”,
finalizou Simão.

Essa visão é permeada, necessariamente, por uma


comunicação clara e objetiva com todos os stakeholders. A
seguir, o tema será aprofundado.

LEIA ASSISTA
reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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COMUNICAÇÃO INTERNA

Comunique os valores da companhia, divulgue os


canais para ouvir os colaboradores e demonstre a
importância das ações de integridade. Depois, repita.

A inércia é uma força poderosa nas organizações.


Treinamentos de compliance muitas vezes são pontuais
e aplicados apenas para cumprir a lei, sem reflexão
profunda e diálogo. Neste cenário, como fazer com que os
colaboradores — e a cultura da empresa — incorporem os
valores de conformidade?

A era do “eu falo, você escuta” ficou no passado. “O


treinamento convencional não engaja”, resumiu Gisele
Lorenzetti, CEO da LVBA Comunicação. “Muitas vezes
o código é feito de cima para baixo, e a base, na hora de
cumprir, vê uma série de dificuldades ou não entende aquilo”,
ela diz. “O melhor treinamento é o diálogo.”

Para Renato Santos, diretor do Instituto de Pesquisa sobre


Risco Comportamental (IPRC) e sócio da S2 Consultoria,
há sete principais erros na produção de conteúdo sobre
compliance para colaboradores:

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COMUNICAÇÃO INTERNA

1. Hipocrisia;
2. Falta de foco;
3. Conteúdo infantilizado;
4. L
 inguagem chata ou datada, “O programa de
juridiquês; compliance precisa
5. C
 onteúdo centrado apenas
ter um diagnóstico
de cultura”, afirma
nas vantagens para a empresa;
o especialista.”
6. Falta de humanização;
7. Conteúdo isolado, sem periodicidade.

Santos argumenta que produzir conteúdos atraentes


para os colaboradores é fundamental para a eficácia dos
programas de integridade. “Não é só racionalidade, é uma
questão comportamental”, diz. Desta forma, o diretor do
IPRC recomenda que o conteúdo seja produzido a partir
de sete antônimos da lista anterior. Ou seja, ele deve ser:

1. Legítimo; 5. Orientado às pessoas;


2. Objetivo; 6. Humanizado;
3. Profissional; 7. Recorrente.
4. Envolvente;

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COMUNICAÇÃO INTERNA

Marcio El Kalay, sócio e diretor de Novos


Negócios da LEC, foi além ao trazer
aspectos do marketing. Para ele, o “Mais do que
fazer o básico,
colaborador de uma empresa — ou os
é necessário
vários tipos de colaboradores — pode construir conteúdos
ser definido a partir de uma persona, da interessantes para
mesma forma como o marketing aplica a sua audiência.”
a outros stakeholders, a fim de refinar
as mensagens e aumentar a chance de
elas serem absorvidas.

Ele recomenda que profissionais de comunicação tenham


voz ativa na definição dos treinamentos, assim como teriam
em peças para o público externo. “A sua comunicação
vai embutida em algo que naturalmente interessa à
sua audiência.”

“Pense nisso como uma bola de


neve: o programa de compliance
O importante, segundo vai entrar na cultura da empresa se
Renato Santos, é você fizer pequenos esforços, todo
catalisar um ciclo
dia, com muita dedicação. E quando
virtuoso. “A inércia
será poderosíssima aquela bola de neve começar a rodar
quando a roda vai ser muito difícil fazê-la parar.”
começar a girar.”

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COMUNICAÇÃO INTERNA

Esse ciclo virtuoso, que deve ocorrer na comunicação,


também se aplica a outros aspectos do compliance. Um
deles, é a multiplicação de conhecimento entre parceiros de
negócios, tema do próximo capítulo.

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reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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DUE DILIGENCE E CADEIA PRODUTIVA

Contribua para o desenvolvimento


do ecossistema à sua volta e da sociedade,
induzindo boas práticas dos fornecedores.

Grandes empresas têm o papel de incluir e instruir


organizações menores, a fim de criar um ambiente
de negócios melhor para todos. Além de ser uma
responsabilidade legal, realizar processos eficazes de
due diligence em fornecedores e clientes tem potencial
multiplicador.

Na construtora, fornecedores
são ranqueados a partir de
“A gente brinca que, dois eixos principais, um
até outro dia, no
de reputação e outro de
Brasil, não sabíamos
se compliance é com compliance, que depois são
C ou com dois S”, diz avaliados de forma unificada.
Eduardo Staino, da Este é um exemplo que
Andrade Gutierrez. funciona para a organização
em Staino trabalha, mas cada
uma deve chegar ao melhor
modelo para si.
“De repente, o tema
ficou absolutamente
relevante em todas
as organizações.”

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DUE DILIGENCE E CADEIA PRODUTIVA

Segundo o executivo, “a gente faz uma avaliação de


integridade única, olhando não só os aspectos de ética e
compliance, mas também os aspectos da capacidade
funcional e financeira, porque não adianta você ter um
fornecedor que é absolutamente ético mas não consegue
entregar o serviço”.

“Eu gosto de um modelo [de


avaliação de terceiros] em que
a gente faz para todo mundo
“Não significa que não
e foca nos que têm mais se deve olhar para os
risco”, ele afirma. “A empatia, que têm menos risco,
se colocar no lugar da parte mas cuidar com mais
interessada, é fundamental. A profundidade dos que
têm mais risco.”
gente precisa focar no que tem
risco”, continua.

Olga Pontes, executiva de


governança, risco e compliance que atuou na Braskem e
na Novonor (ex-Odebrecht), defende que “capacitar sobre
uma relação ganha-ganha e uma relação de parcerias com
empresas que também têm integridade é responsabilidade
de todos”.

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DUE DILIGENCE E CADEIA PRODUTIVA

Pontes afirma que educar participantes da cadeia de


produção é não apenas ter responsabilidade social, mas
também contribuir para melhorar o ambiente de negócios.
“É ser responsável socialmente, não só com os nossos
agentes de transformação, mas também com os terceiros.”

Ela frisa que, “por requerimento legal, existe a exigência


de que as empresas passem a fazer não só due diligence
de terceiros, mas também monitorar durante o período de
relação contratual”.

Liège Correia, diretora de Sustentabilidade da Friboi, conta


que a empresa entendeu que não bastava só bloquear
um fornecedor. “A gente precisa atacar toda a cadeia
produtiva, ajudando todos esses produtores a ficarem em
conformidade socioambiental e poderem vender não só
para a JBS, mas para outras indústrias.”

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reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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TECNOLOGIA

Integridade depende de plano estratégico


minucioso e de execução firme e diligente.

O uso de ferramentas
tecnológicas não substitui
a boa e eficiente análise de “Falar de ferramentas
risco. Antes de escolher um sem falar de análise
“videogame caro”, a empresa de risco é algo
deve ter clareza sobre suas absolutamente
inconsistente”, explicou
necessidades. No mesmo
Luciano Malara, sócio
sentido, saber de antemão qual do Missão Compliance.
é o objetivo da organização em
utilizar um ou outro software é
essencial.

“Antes de olhar para a ferramenta, eu tenho que olhar para


dentro de casa, onde está doendo o meu calo, onde é a
minha exposição”, ele detalhou. “E a partir daí, sim, vale a
pena pensar se a ferramenta custa R$ 1 milhão ou R$ 1.000.”

A participação de cientistas de dados é essencial pelo


aspecto técnico. Mas o profissional de compliance deve

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TECNOLOGIA

ter clareza sobre quais os dados disponíveis e quais


respostas podem ser obtidas por meio deles.

“É você que vai entrar em uma sala com não sei quantos
terabytes de dados e dizer para os cientistas o que eles têm
que olhar e quais correlações têm que procurar”, defendeu
Martim Della Valle, sócio do escritório Marchini Botelho
Caselta e fundador da lawtech Zenith Source. “É você quem
sabe quais são as questões que têm que ser analisadas, é
você quem sabe qual é o ouro que está ali.”

Em resumo, não faz sentido buscar


Ambos novas tecnologias antes de passar
relataram que pelos passos anteriores — análises,
empresas sólidas comunicação com stakeholders,
culturalmente
treinamentos, construção de
tendem a ser
fortalecidas com o cultura.
uso da tecnologia.
“Como eu perpetuo a cultura? Por
meio de crenças, práticas, modos
de agir”, disse Malara. “Se eu integro
ferramentas às minhas práticas e demonstro que estão
ali para ajudar, monitorar, informar, auxiliar ou para trazer

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TECNOLOGIA

mais eficiência, as pessoas têm consciência de que aquele


ambiente tem controle”, continuou.

No mesmo sentido, Della Valle


defende que “a gente quer que o
“A tecnologia é
compliance seja parte integrante da
um dos fatores
integrantes da cultura e tudo flua naturalmente”.
estruturação da “A tecnologia é um passo que vem
cultura, para que ela naturalmente com a maturidade dos
se fortaleça.” programas de compliance.”

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reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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CANAIS DE DENÚNCIAS

Crie um ambiente receptivo para que


colaboradores apontem problemas na operação
ou no comportamento de colegas.

A criação e manutenção de canais de denúncia efetivos


têm potencial para aumentar a confiança em todos os
que se relacionam com uma empresa, de funcionários ao
governo. A forma de isso acontecer é garantir que todos os
envolvidos tenham, pelo menos, conhecimento da existência
do canal.

Para Denise Chachamovitz, head regional da área de


Compliance no Vella, Pugliese, Buosi e Guidoni Advogados,
“a primeira forma de assegurar a efetividade do canal [de
denúncias] é fazer com que as pessoas conheçam o canal
e a forma de funcionamento”.

Isso inclui não apenas garantir


o anonimato, mas também que
a comunicação será mantida em “A primeira métrica
bases confidenciais e informar para saber se o
sobre os direitos e os riscos a que
canal de denúncias
é eficiente é haver
está submetido o informante.
denúncias.”

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CANAIS DE DENÚNCIAS

A Copel é um exemplo do potencial de


“Quanto maior impacto positivo que um bom canal
o número de
de denúncias possui. A empresa
denúncias, mais
eficiente tende a foi uma das vencedoras da edição
ser o canal.” 2020-2021 do Programa Empresa
Pró-Ética, da Controladoria-Geral da
União (CGU).

O diretor de Governança, Risco


e Compliance da companhia,
“Trabalhar nesse fluxo
Vicente Loiácono Neto, de tratamento da
explicou o ciclo virtuoso. denúncia, para ver se é
“O fortalecimento do canal necessário investigar,
de denúncias impulsiona a se é necessária uma
assessoria externa,
empresa a reestruturar seus
para trazer segurança.”
procedimentos e suas normas
internas”, afirmou.

O executivo detalhou o processo utilizado na Copel e reforçou


que a primeira etapa é a análise das denúncias por uma
empresa externa independente, que classifica e encaminha
os casos à diretoria.

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CANAIS DE DENÚNCIAS

Do ponto de vista do denunciante, além do anonimato,


o mais importante é ver ações concretas. “Seja uma
advertência, uma demissão ou um projeto de educação”,
disse Chachamovitz. “Ao ver a consequência, naturalmente
o denunciante vai ter confiança e vai retroalimentar o canal.”

Essa estruturação do processo, da denúncia às providências,


deve ser feita de forma meticulosa — e, principalmente, por
especialistas. “Se você não tiver experiência em investigação,
tomar cuidado e respeitar o ambiente organizacional, você
causa um trauma que pode demorar anos para que a
empresa possa recuperar”, defendeu Valdir Simão.

Sócio do Warde Advogados,


o ex- ministro - chefe da CGU
apresentou um panorama geral
“Uma violação, se
do que fazer. “A gente tem que
não for tratada pela
ter clareza do que está sendo empresa, em algum
investigado, qual é o escopo. momento vai chegar
Fazer um plano de trabalho aos escaninhos da
adequado: quais são os dados administração pública”,
disse o ex-CGU.
a ser acessados? Quais são os
relacionamentos que preciso
identificar?”

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CANAIS DE DENÚNCIAS

A fim de aumentar as chances de sucesso de uma eventual


investigação, o processo adotado na Copel prevê que um
denunciante possa acrescentar informações.

“Muitas denúncias vêm vazias, sem o suficiente para sequer


iniciar a segunda etapa do processo, de abrir o fluxo de
investigação”, explicou Loiácono Neto. “Essa oportunidade
que o denunciante tem de trazer mais elementos gera um
protocolo que ele mesmo acessa e pode complementar as
informações.”

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reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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ESG E ESTRATÉGIA

Integridade é pilar fundamental das companhias —


assim como questões sociais e ambientais.

Iniciativas ligadas às questões ambiental, social e de


governança devem ter credibilidade e consistência. Ou seja,
não podem servir apenas a campanhas de comunicação e
marketing. O objetivo é promover mudanças significativas e
buscar um efeito multiplicador.

“Não adianta a gente resolver o problema da floresta em


pé se a gente não dá uma condição de vida adequada para
as pessoas”, exemplificou Joanita Karoleski, presidente do
Fundo JBS pela Amazônia.

Consumidores, investidores e
conselhos de administração esperam
resultados nos três eixos: social,
“O desenvolvimento ambiental e de governança. Essas são
ambiental tem que vir
as principais fontes de pressão para
junto com o social”,
ela defendeu. que o conceito ESG seja implementado
não apenas no discurso, mas também
nas práticas.

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ESG E ESTRATÉGIA

No caso dos consumidores, a principal preocupação tem


sido buscar marcas e empresas que eles considerem éticas.
Da parte das organizações, além de realizar uma escuta
ativa e permanente de todos os stakeholders envolvidos
— ideia que se coaduna com o que dissemos até aqui —,
é necessário criar planos concretos. Como consequência,
isso tem se refletido na gestão das organizações.

Nesse sentido, “o papel do conselho de administração na


implantação da agenda é fundamental, porque ESG não
está num departamento, numa seção ou em um assunto”,
defendeu Leila Lória, membro do conselho da JBS e
presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
(IBGC).

“Se não for parte da estratégia da


companhia, não vai gerar resultados
“Só cumprir a lei positivos. E o conselho é o fórum em que a
não é diferencial, estratégia é discutida e aprovada junto com
é o mínimo.”
a alta gestão da companhia. Se o conselho
não coloca na agenda os temas ESG com
ênfase e não acompanha e cobra, as coisas
definitivamente não acontecem.”

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ESG E ESTRATÉGIA

Investidores também têm impulsionado a adoção de


melhores práticas ESG. “Eles buscam garantir que estão
investindo em uma companhia que está fazendo um trabalho
correto e vai gerar valor para o planeta e para as pessoas no
médio e longo prazo”, conclui Lória.

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reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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PACTOS SETORIAIS

Concorrentes íntegros são vantajosos


para o negócio e para a sociedade.

Articular pactos setoriais que envolvam não só as


principais empresas de um segmento, mas também atores
da sociedade civil, é um bom negócio para todos. Essa
visão tem potencial para minimizar a concorrência desleal e
gerar um ciclo virtuoso de integridade.

“O pacto setorial parte de um diagnóstico — e é importante


que ele seja feito com participantes da sociedade civil —
de que há determinado problema que representa risco e
envolve segmentos ou setores da economia”, detalhou
Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos. Após essa
análise conjunta, então, os participantes devem buscar
medidas para mitigar, prevenir e eventualmente punir
responsáveis.

Para Magri, é necessário “estabelecer publicamente o


conjunto de compromissos e medidas que será tomado”,
além de fazer “monitoramento, prestação de contas e manter
relação com outras organizações, especialmente academia

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PACTOS SETORIAIS

e organizações da sociedade civil, para que o pacto possa


crescer e ser aperfeiçoado”.

Além de fiscalizar, o Estado tem o papel de incentivar


iniciativas por meio de políticas públicas, segundo relatou
Ana Carolina Mazzer, coordenadora-geral de Integridade
do Ministério da Agricultura. “O selo Mais Integridade é um
fomento setorial”, ela exemplificou.

Os critérios de inclusão em pactos


setoriais, no entanto, devem ser
maleáveis. Cada ator da cadeia deve
“A administração ter responsabilidades diferentes,
pública, o governo
concordaram todos os painelistas.
federal, não tem
intenção de criar selos
“A régua acima pode ser uma
para competir entre si,
essa não é a catraca de exclusão, mas ela tem
nossa intenção.” que incluir. Se estamos falando de
um setor ou de uma cadeia de valor,
temos que falar dos pequenos,
médios, prestadores de serviço”,
defendeu Magri.

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PACTOS SETORIAIS

“Esse é um risco Dando a perspectiva do mercado financeiro,


a ser medido: Ramón Sánchez, CCO do Santander Brasil,
queremos fazer disse que “a responsabilidade de quem
um processo coordena esses programas está em facilitar
inclusivo ou um
que a aderência seja algo simples, que não
‘cartel do bem’?”
cause atrito no cliente, nos funcionários,
nos parceiros e na cadeia de valor”.

Ao destacar que o foco das iniciativas deve ser no cliente,


o executivo defendeu “um modus operandi combinado,
que regule como fazer os negócios do jeito certo, além
de dar voz a todos os elementos da cadeia, para que essa
construção seja conjunta — e não imposta”.

Nesse sentido, a autorregulação também é essencial. No


caso do selo Mais Integridade, o Ministério da Agricultura
não divulga os nomes de empresas que tentaram consegui-
lo e não foram aprovadas. “Mas quando a empresa recebe o
selo, ela tem uma responsabilidade muito grande de mantê-
lo, porque se perder o mercado ficará sabendo”, disse Mazzer.

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reportagem à íntegra do
do JOTA painel

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PUBLICAÇÃO PATROCÍNIO

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