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ATENÇÃO NOS CUI DADOS DE E N F ERMAGEM DAS ESCARAS QUANTO

ÀS ASSOCIAÇÕES TERAPÊUTICAS
ATTE.:NTION IN N U RÇING CARE.: FOR BE.:DÇORE.:Ç AÇ TO THE.:RAPE.:UTIC AÇÇOCIATION

Antonio de Magalhães Marinho 1

R E S U M O : o o bjetivo d este estu d o foi levantar os tipos de prescrições e cuidados


das escaras associados ao uso d a pomada I R U XOL®, bem como os relatos das
práticas d e curativos usadas pela equipe d e e nferm a g e m nas u nidades de i n ter­
naçõo. Fora m a n a l isados 1 9 prontuários de 3 hospitais de ensino do Mu nicípio d o
Rio d e J a neiro . Os resu l tados m ostrara m 8 d ifere n tes t i p o s d e prescrições médicas
para o trata m e n to d a s escaras, sendo 4 associa das a o I ruxol®. A form u l açõo mais
prescrita foi: l i m peza c o m PVP-I + S F 0,9% e I R U XOL®. O bservou-se, a i n d a , q u e os
profissionais d e enfermagem a plicara m 1 7 c o m b i n a ções difere ntes com d iversas
su bstâ ncias, sendo que 1 0 estava m associadas com o I ru xol®. Relatara m , também,
o uso d e 24 produtos / s u bstâ ncias d ifere ntes n a rea l izaçâo dos c u ra tivos das es­
cara s . Verificou-se, a i n d a , o uso i n discri m i n a d o de pro d u tos q u e a l tera m o pH (
teor ácido - base ) da lesâo, fator este q u e i nterfere n a açâo desbrida nte do Iru­
xol®.

U N IT E RM O S : Escaras - C u idados - Tipos d e tra ta m e nto.

A BSTRACT: The prese nt study a i m s a t discussing the types of prescriptions a n d cari n g


bedsores related to I R U XO L® o i n t m e n t use, a s w e l l a s b a n dages practice reports
performed by the n ursing tea m i n care u n its. N i n eteen patient files from three
School H ospita is i n s Rio d e J a n eiro city have been a n a lyzed . The resu l ts prese nted
eight d ifferent ki nds of drug prescription for bedsore treatment i n which four of them
were r�lated to I R U XOL®. The most fre q u e n t form u l ation was: c l e a n i n g with PVP-I +
P hysiologic Solution 0,9% a n d I R U XO L®. It has also been o bserved that the n ursing
professional had used seventeen d ifferen t com binations with severa l s u bsta nces i n
w h i c h t e n o f them were associated t o I R U XO L®. T h e y h a v e a l so reported the u s e o f
24 d ifferent prod ucts/s u bsta nces w h e n perform i n g bedsores bandages. T h e indis­
cri m i n a ted use of products which a l ters i nj u ry pH (acid-base contents) such a factor
which i nterferes de brida n t action of I R UXO L®, has been verified .
KEYWO R D S : Bedsores - Caring - Types of trea tment.

I NTRODUÇÃ O
Nos hospitais das g randes metrópoles há u m a tendência crescente de au­
mentar o n úmero de pacientes acamados, impossibilitados de por si sós se mo­
verem no leito. Eles são classificados como de a lto risco para desenvolverem
complicações secu ndárias.

1 Coord e n a d o r d o N úcleo d e Orientação de Pesq u isas d e Enfermagem d o U C F F/U F RJ . - C h efe


d o Serviço de Desenvolvimento - D E N/H U C F F - Docente d a Faculdade de E nfermagem - U E R J .

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MA R INHO, A n tonio dI' Mngnl/lãcs

As complicações mais com u n s nesses pacientes são : 1 . atrofia m u scular -


provocando d i m i n u ição do tamanho da força do m úscu lo; 2 . contratu ra da arti­
cu lação - provocando a lim itação da amplitude dos movimentos ; 3. d istú rbios
metabólicos , como: osteoporose , cálculos de trato u rinário; 4. distú rbios esfincte­
rianos ( incontinência u rinária , fecal ou constipação) ; 5 . deteriorização psicológ i­
ca ; 6. distú rbios circu latórios, como: h i potensão ortostática , pneumonia h ipotáti­
ca , trombose venosa e ú lcéras de pressão 1 1 .
Dentre as complicações destacaremos as ú lceras de pressão , que repre·­
sentam u ma constante ameaça para os pacientes acamados e', principalmente ,
para aqueles que se encontram imobilizados no leito hospitalar.
As ú lceras de pressão tam bém são conhecidas como ú lceras de decúbito ou
escaras. As escaras são áreas de necrose local izadas na pele e tecido subcutâ­
neo produzidas por compressão ( Brun n e r & Suddart 4 ) . Reforçando este con­
ceito, Sno wden 1 8 afirma que " é q ualquer lesão que tenha u m rompimento da
pele direta ou indiretamente associada com a pressão . "
Autores como Campbell & Delgado 5 preocupam-se com o s pontos do corpo
de maior risco para o surg imento das escaras; descrevem que "são áreas de
u lceração e necrose da pele q u e podem aparecer em qualquer parte do corpo ,
sendo mais freqüentes nas reg iões com proem inências ósseas, su bmetidas a
prolongadas e repetidas pressões" .
Portanto , as proeminências ósseas que suportam o peso do corpo, recober­
tas apenas por pele e pequena quantidade de gord u ra subcutânea , são locais
mais susceptíveis a abertu ra das escaras. B ru n n e r & Suddart 4 destacam que
75% de todas as escaras se localizam no sacro , g rande trocânter e tu berosida­
de isq u iática . Outros pontos como maléolos e calcanhares, são tam bém locais
susceptíveis.
A escara ocorre q uando a su perfície corporal é compri m ida pelas proeminên­
cias ósseas contra o colchão ou maca . O peso do corpo gera uma concentração
da pressão nos pontos de contato e provoca isquemia e anóxia tecidu a l , e em
conseqüência d isso as cél u las sofrem um processo de auto-agressão. A inter­
rupção do metabolismo cel u lar provoca a liberação de enzimas pela ruptu ra de
organelas citoplasmáticas, instalando-se o processo de necrose cel u lar. A su­
perfície da pele com tecido neurótico rompe-se e forma uma ú lcera . Então os
m icroorgan ismos instalam-se provocando u ma infeção no loca l . Em contato com
os vasos linfáticos e sang ü í neos, os microorgan ismos alcançam a corrente san­
g ü í nea provocando u m quadro de sepsia . A infeção e a persistência da com­
pressão provocam o comprometimento de estrutu ras corporais subjacentes, le­
vando a situações irreversíveis e, m u itas vezes, até a morte do paciente .
A escara constitu i-se n u ma das mais sérias complicações no paciente aca­
mado , a ser enfrentada pela equipe terapêutica .
Ma rinho 1 1 concorda com B e recek 2 e Bardsle y et a l 1 quando tratam do
problema das úlceras de decúbito sob o aspecto econômico . Afirmam que o pre­
ço de uma escara é tríplo porq u e ela não só onera o paciente mas tam bém a

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equ i pe terapêutica e toda a comu n idàde. A formação de u ma escara atrasa o


programa de reabilitação do paciente, prolonga a separação de sua fam ília e
ainda põe em risco sua vida com o surgimento de outras complicações. O entu­
siasmo da equipe terapêutica é afetado porque a presença de um paciente com
escaras, freqüentemente , tem conotações de descuido e má assistência, provo­
cando um sentimento de fracasso e culpabilidade. Por outro lado, a comu n idade
também é atingida porque a escara impede que o paciente retorne ao seu tra­
balho como um contribuinte potencia l . Finalmente, o leito ocupado impede que
outro paciente o use, aumentando assim a fila de espera dos indivíduos que ne­
cessitam hospitalização.
A incidência de escaras nos pacientes acamados é considerada como u m
fator negativo na avaliação da q u alidade da assistência à clientela. Sendo o En­
fermeiro o profissional incu m bido do cu idado d i reto ao paciente, ele tem a res­
ponsabilidade de prever e prover os recu rsos n ecessários à prevenção e ao tra­
tamento (cuidados) . das escaras nas I n stitu ições de Saúde e assim melhorar a
sua imagem frente a comu n idade.
Neste estudo abordaremos o uso do I ruxol® (colagenase + cloranfen icol) no
cuidado I tratamento / recuperação das escaras em três Hospitais de Ensino do
M u nicípio do Rio de Janeiro.
A escolha dos Hospitais de Ensino se deve ao fato de que é neles que se
ensinam e d isseminam os con hecimentos para o? estudantes, futuros profissio­
nais, responsáveis pelas práticas assistenciais empregadas nas demais I nstitu i­
ções de Saúde. Por outro lado, é neles que, também, se encontra m , q uase
sempre , as condições favoráveis para a real ização deste tipo de estudo.
,
A nossa preocupação se prende ao uso i ncorreto da pomada I RUXO L®
(colagenase + cloranfenicol ) no cuidado/ tratamento/ recuperação das escaras,
fato que prejudica a pronta recuperação da lesão e a ação efetiva da enzima
colagenol ítica nas feridas com tecido necrótico.
O uso de substâncias com fins terapêuticos devem segu i r critérios rigorosos
para se obter os resu ltados desejados o mais rápido possível. Com a observa­
ção desses critérios, obtém-se a recuperação do paciente , pela ação eficaz do
medicamento , . bem como o reconhecimento tera pêutico para o qual está sendo
indicado.

OBJ ETIVOS DO ESTU DO


Este estudo tem por objetivos:
- Levantar os tipos de tratamentos de escaras com o emprego do I ruxol®,
prescritos pelos médicos nas u n idades assistenciais dos hospitais de ensino da
cidade do Rio de Janeiro .
- Analisar as prescrições médicas de I ruxol® com as práticas e técnicas
aplicadas pelos profissionais de enfermagem no cuidado das escaras.
- Destacar as medidas que favoreçam o uso adequado da pomada I ruxol®
na terapêutica das escafas.

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MA RINHQ, A n tonio de Magalhães

REVISÃO DA LITERATU RA

Bases Teóricas Sobre a Pele e a Cicatrização


A pele é uma estrutura de extrema importância para o corpo h u mano. Além
de proteger, ela ajuda a manter a sua temperatura , capta uma série de informa­
ções para o sistema nervoso e contribui para a eliminação de resíduos orgâni­
11
cos .
A pele é formada por três camadas: a epiderme, que é a mais superficial; a
derme, que é a i ntermediária ; e a h i poderme ou tecido subcutâneo ou tecido ce­
lular i ntermediário, que é a mais profu nda delas.
A epiderme é composta por várias camadas: a córnea , que é a mais superfi­
'
cial e acum u la uma substância chamada queratina, produzida nas .camadas
subjacentes. A camada germinativa ou basal é a mais profunda, e a responsável
pela renovação da epiderme, sendo delimitada pela membrana basa l , que sepa­
ra a derme.
Na epiderme encontramos tam bém célu las especiais chamadas melanócitos.
Estas participam da produção e armazenamento da mela n i n a , o agente de pig­
mentação da pele.
A derme apresenta u m tipo de tecido conju ntivo de sustentação, onde es­
tão localizados os vasos que formam a m icrocirculação. Nesta camada também
estãÇ> as estrutu ras linfáticas, nervosas, glându las e fol ículos pilosos, além de
elementos celulares prodlJtores de d iversos tipos de fibras.
É através dos' fibroblastos, cél ulas do tecido conju ntivo, que a pele se renova .
Quando a pele é ag redida ocorre uma lesão. As lesões são classificadas de
acordo com o g rau de preju ízo aos tecidos: - lesões sem perda da pele, como
os cortes por material pérfuro-cortante; - lesões com perda da epiderme, como
nas escoriações; - lesões com perda da epiderme e da derme, como é o caso
das queimad u ras, das ú lceras varicosas e das escaras.
O ser h u mano esta sujeito a lesões de d iversas origens, que podem ou não
estar acompanhadas de infeção.
Sempre que é agredido o organ ismo desencadeia uma reação, denominada
de processo i nflamatório. Quando o processo está em decl í n io o organismo i n i­
cia o processo de cicatrização.
Martins et ai 1 2 ressaltam que o processo de cicatrização ué caracterizado
por uma mudança contí nua levada a cabo por um g rupo de células, cada qual
com um papel especifico" . Este processo comporta três fases que se sobre­
põem: i nflamatória (fase 1 ), reconstrução (fase 2) e matu ração (fase 3). A pri­
meira fase fu nciona como uma resposta do tecido á irritação. A reação i n icial é a
vasoconstrição; com isso a circulação torna-se mais lenta porque os leucócitos
concentram-se cada vez mais na parede dos vàsos d i latados. Os capilares pró­
ximos da ferida tornam-se mais permeáveis e o exsudato i nflamatório infiltra-se
na ferida. Há nessa fase um a u mento de sinais de i nflamação (tumor, rubor, ca:-

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lor e dor) . A fase 2 (reconstrução) é caracterizada pela remoção de tecido morto


e bactérias, para dar lugar ' a cicatrização (reparação). Nesta etapa há uma
aceleração na produção de tecido neoformado rico em colágeno. Os macrófagos
em maior n úmero assumem a operação; os neutrófilos d i m i n uem; há um au­
mento de monócitos fagocíticos e o aparecimento de g rande quantidade de fi­
broblastos. É na ú ltima fase (matu ração) que a estruturação do novo tecido da
cicatrização é remodelado. N esta fase o colágeno orig inalmente d istribu ído ao
acaso, vai ser destru ído e substituído por novas fibras colocadas de forma ana­
tôm ica , isto é, ao longo da l i n h a de tensão. Existe uma série de fatores que i nflu­
enciam na cicatrização das feridas. Elas podem ser locais ou sistêmicas; dentre
elas destacam-se: os inerentes aos pacientes, como: idade, sexo, tipo de doença
(ag uda ou crônica ) , estado n utricional, resistência orgân ica , tipo de lesão e teci­
do lesado; os relacionados aos procedimentos, como: técn ica de curativo, pre­
sença de corpos estranhos, (substâncias, bactérias ou resíduos orgân icos ou
inorgânicos) , hematomas, infeção e pensos (material de curativos). Os outros
fatores que retardam a cicatrização são: anomalias congên itas, anemia, déficit
de oxigênio, temperatu ras extremas, icterícia, uso de medicamentos imu nossu­
pressores, esteróides e citotóxicos. A presença de doenças crôn icas como d ia­
betes, doenças oncológicas , insuficiência renal e vascu lar, bem como o estado
de desn utrição, red uzem a capacidade de síntese do colágeno. As deficiências
vita m í n icas, a má n utrição e a obesidade i nfluem negativamente no processo de
cicatrização.

Bases Teóricas Sobre Úlceras De Pressão

A pressão é mencionada como a causa primária das escaras. A i ntensidade


e a d u ração são importantes porque, enquanto a pele resiste a altas pressões
por curto espaço de tempo, sem lesões, ela freqüentemente se lesa como re­
sultado de baixa e moderada pressão, ' quando mantidas por um período de tem­
po prolongado.
Lowthian 10 afirma que uma pressão de 1 00 m m H g é suficiente para produzir
escar� s profu ndas em animais sadios. Pfa udler 1 6 mostrou que o máximo de
pressão normalmente encontrado, no homem na posição deitado, é entre 50-
1 00 m m H g . Para o indivíduo sentado, o n ível de pressão é em torno de 80-200
m m H g . Brunner & Suddarth4 afirmam que 32 m m H g é suficiente para ocl u i r
capilares na pele e levar á formação de escaras.
Berecek 2 cita estudos de Groth, que identificou dois g ru pos de escaras: as
de forma superficia l , ben igna, e as de forma profu nda , maligna. As primeiras
começam na superfície da pele e evoluem até atingir as camadas mais profu n­
das. As seg u ndas i n iciam nos planos mais profundos e aflora à superfície.
Rubin et al 1 7 classificam as fases de uma escara em três estág ios bem defi­
n idos: - A fase I compreende distú rbios circulatórios transitórios e mostra u m
h i peremia reativa na área da pele submetida a pressão. A fase /I é caracteriza-

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MA R lNHO, A n tonio de Magalhães

da por comprometimento da circulação superficial, havendo formação de h i pe­


remia permanente, que não desaparece com o alívio da pressão. Esta , posteri­
ormente, evolui com arroxeamento e edema (tumefação) local. A seg u i r verifica­
se a formação de flictena (vesículas serosas) que se rompem, produzindo es­
coriações e posteriormente necrose epidérm ica com ulceração superficial. A
fase 111 mostra necrose profunda com comprometimento do tecido adiposo sub­
cutâneo, das fácias musculares, músculos e até dos ossos subjacentes.
Snowden1 8 focaliza a infecção secundária por stafilococus como a complica­
ção mais comu m no processo de formação de escaras profundas.
. Em relação a susceptibilidade para contrair escaras Mulholand et ai 15
analisaram o balanço n itrogenado em um g ru po de 35 pacientes com escaras,
observaram que os n íveis de proteína plasmática nesses pacientes era sempre
negativa. A cicatrização das lesões só começava quando o n ível passava para
positivo, com a administração de d ieta rica em aminoácidos e dextrose.
Ainda em relação a dieta Mccormick1 3 recomenda o uso de vitaminas como
complemento alimentar, para melhorar o quadro do paciente e auxiliar no pro­
cesso de cicatrização.
Brunner & Suddarth4 destacam a admin istração de derivados de ferro e
vitamina C .
As causas das escaras, bem como o s fatores q u e infl uenciam no processo
de recuperação/cicatrização foram agrupados por Woodbine 2 0 nas segu intes
categorias: - pressão causada por força d i reta ; 2 - pressão causada por força
paralelalacizalhamento; 3 - fatores externos, como u midade (urina, exsudato,
suor, etc . ) , substâncias i rritantes, bactérias e calor; 4 fatores i nternos, como
-

pirexia , anemia, desidratação, u remia, desnutrição e deficiências de vitaminas C


e deficiências vasculares. O processo de recu peração da escara sofre i nfluên­
cias de várias ordens: doenças degenerativas, d iabetes, h ipertensão e outras
patologias, contribuem de forma negativa para a cicatrização. Portanto, a evolu­
ção da escara sofre i nfluências do estado geral do paciente. Os pacientes em
bom estado n utricional e geral podem evoluir para a formação de u lcerações .
rasas, que se mantém por longos períodos sem prog ressão para as demais fa­
ses, mesmo quando já atingiram a fase 11, podem evolu i r para a volta g radual ao
normal. No paciente debilitado, a evolução pelas fases e mais rápida, com u lce­
ração mais extensas e profu ndas. Quase sempre estas são complicadas mais
ainda por infeção que pode chegar a septicemia e se constitui r em uma das
principais causas de morte ( Boghossian3).

Aspectos Teóricos sobre a Colagenase ( Iruxof»


No Dicionário de Especialidades Farmacêuticas (DEF) 8 esta registrado
que o I ruxol® é a preparação enzimática do C/ostridium histo/yticum, que contém
como principal componente a COLAG E NASE (clostidiopeptidase A), além de
outras peptidases com o antibiótico Cloranfenicol,
. homogeneizado em pomada
lipofi lica a nidra .

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A t e n ç ã o n o s C u i d a d o s d e E nfe r m a g e m d a s . . .

A com posição de 1 9 rama (g) de pomada l ipofilica a n idra contém 0 , 6 U I de


colagenase e O ,0 1 g de cloranfenicol. Suas i n d icações são para desbridamento
de crostas e necroses, independente de causa e localização: ú lceras de perna
(varicosas);, .ú lceras de decúbito, gangrena de extremidades (diabética e de con­
gelamento), lesões pós-operatórias, ' por i rradiação ou áreas receptoras de en­
xertos. Com a terapêutica com I ruxol® observa-se atividade enzimática após um
e no máximo 14 d ias em 97% dos pacientes. A colagenase libera as partes de
tecido! fibras de colágeno em seu estado natural que mantém o tecido necrótico
preso vivo no fundo da ferida, o que impede a formação do tecido de g ra n ulação.
Portanto, além do caráter enzimático!desbridante a colagenase indiretamente
estim u la a formação do tecido de g ra n ulação e posteriormente a reepitelização.
Ela age com pH entre 6,8 e 7 , 5 , sendo inativada com pH i nferior a 5,5 e superi­
or a 8 , 0 . É também i nativada pela ação de detergentes, benzalcônio, iodo e me­
tais pesados (mercúrio, prata e sais de zinco). Os antibióticos não modificam sua
eficácia. 8 , 9 , 1 4
No I ruxol® é o Cloranfenicol o antimicrobiano que está associado a colagena­
se. O cloranfe n icol foi o p ri m e i ro a nti b i ótico d e a m p l o espectro prod uzido em
laboratóri o . Foi isolado d o streptomyces venezu elae. Na atu a l idade e si ntetizad o .
O principal d erivad o e o tianfenico l . E l e é pri m e i ramente bacteriostático, embora
possa ser bactericida co ntra certas espécies , em d eterm i n adas cond ições . I n ibe
a síntese protéica d a's bacté ri a s . O clo ranfe n i c o l mostra-se eficaz co ntra micro­
o rg a n i smos g ra m-positivos e neg ativo s , R i c kett� i a , cla myd ia e mycoplasma .
Constitu i o antibiótico m a i s eficaz no trata m e nto de i nfecções por salmonella e
por bacterióides, bem como i nfecções por a n a e ró b i o s . D u ra nte o uso pod em
aparecer reações d e h i perse n s i bi l id a d e , i n c l u sive com o uso tópico . As d oses
terapêuticas d o clotanfen icol podem i nterferir na resposta anamnésica ao toxóide
tetâ n i co d e modo que nâo pod e ser uti l izad o com a i m u n ização ativa . I n ibe a
b i otra n sformação d a s d ro g a s meta b o l izad a s p e l a s e n z i m a s m i c rossômicas
hepática s . Pod e causar d ep ressão m ed u la r levando a a n e m i a , reticulocitopên ica
e leucopenia ( D E F 8) .

A Cicatrização das Úlceras de Pressão


O processO de cicatrização das ú lceras de pressão em pacientes acama­
dos sem levar em consideração o tamanho e profundidade da mesma , a pressão
sobre a á rea deve ser eliminada . A ú lcera não i rá cicatrizar até que toda pressão
seja removida. O paciente não deve ser posicionado sobre a ú lcera , mesmo por
alg u n s m i nutos. A prescrição individualizada com um plano de mudanças siste­
máticas de posição devem ser segu idos cuidadosamente pela equipe de enfer­
magem 1 1 .
Logo após uma lesão o sangue e o exsudato, formado pelos elementos libe­
rados pelos vasos san g ü íneos, desidratam:.se e se solidifica m , formando uma
crosta.
A crosta protege a g ra n ulação tissular contra invasão de m icroorganismos e
traumas. O tecido de g ra n ulação é formado por capilares recém-formados e por
fibroblastos.

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MARINHO, A n tonio de Magalhães

Na derme as células do sistema retícu lo epitelial m u ltiplicam-se lentamente


em d i reção ao centro da lesão, acompanhados por brotos marg inais. A lesão
estreita-se e apresenta-se mais ou menos limpa e contém apenas fibrina que vai
sendo destru ída pelos fibroblastos à medida que avança sobre ela.
O tecido epitelial, local izado nas bordas da lesão, i n icia uma intensa reprodu­
ção migrando para o centro da lesão por cima do tecido conj u ntivo de g ra n u la­
ção. Simu ltaneamente na derme, elementos cel u lares produzem fibras de tecido
conju ntivo, principalmente o colágeno. Esta fase é conhecida como fase colage­
nolítica .
Tanto as crostas quanto o tecido necrótico estão fixos no fu ndo da lesão por
meio de pontes de colágeno. Estas pontes permanecem ancoradas no fundo da
lesão retardando a migração dos elementos fig u rados.
As crostas são constitu ídas por cerca de 80% de fibrina. Nas necroses e nas
escaras, que são massas de tecido desvitalizado (necrosado) há cerca de 80%
de colágeno desnatu rado, e a colagenase, uma enzima produzida pelos fibro­
blastos, que destrói o colágeno e impede o crescimento excessivo do tecido de
g ranu lação . Com
. isso há um equ i l í b rio entre a produção e a remoção do coláge-
n0 1 O.
Além d isso, o estado n utricional inadequado e as anormalidades hidroeletro­
l íticas devem ser corrig idas para promover a cicatrização. Ferimentos que dre­
nam líqu idos corporais e proteí nas colocam o paciente em estado catabólico e o
predispõe a hipoproteinemia e infecção secu ndárias g raves. A deficiência de
proteí nas deve ser corrigida para cicatrizar a ú lcera de pressão. Os carboidratos
são necessários para "poupar" a proteína e proporcionar uma fonte de energia.
A vitamina C e os oligoelementos, especialmente o zinco, são necessários para
a formação do colágeno e cicatrização do feriment04 .
Para permitir a cicatrização das ú lceras' de pressão no estágio I a pressão é
removida para favorecer o aumento da perfusão tissu lar, melhora do estado
n utricional e hidroeletolítico, redução das forças de fricção.
As ú lceras de pressão no estágio /I apresentam rompimento da pele. Além
das medidas listadas para as úlceras de pressão no estágio I , um ambiente úmi­
do é desejado para auxiliar a cicatrização do ferimento. A migração das célu las
epidérmicas sobre a superfície das úceras ocorre mais rapidamente em um am­
biente ú m ido. Um cu rativo oclusivo semipermeável ou cu rativos salinos ú m idos
são úteis para proporcionar um ambiente ú m ido, para cicatrizar e reduzir ao
m í n imo a perda de l í q u idos e proteí nas a partir do corpo. 1 9
A s ú lcer.as de pressão n o s estágios 111 e I V apresentam lesão tiss u lar exten­
sa. Além das medidas listadas para o estágio I , essas úlceras de pressão necró­
ticas, avançadas e drenando, devem ser limpas (desbridàdas) para criar uma
área que irá cicatrizar. O tecido necrótico (desvitalizado) favorece o crescimento
bacteriano, retarda a g ra n ulação e i n i be a cicatrização. A limpeza dos ferimentos
e os curativos são desconfortáveis. Portanto, o enfermeiro deve preparar o paci­
ente, explicar o procedimento e administrar 'a nalgesia prescrita quàndo necessá­
rio 1 7, 3 .

264 R. Bras. Enferm. , Brasília, v. 50, n. 2, p. 257-274 , abr.ljun. 1 997


A te n ção 11 0 S C u i d a d o s de E nfe r m a g e m d a s . . .

o desbridamento pode ser realizado por modificações de cu rativos molhados


e ú m idos, lavagens mecân icas do exsudato n ecrótico e infectado, aplicações de
preparações enzimáticas prescritas que d issolvem o tecido necrótico , ou d issec­
ção cirúrgica . Se uma escara cobre a ú lcera , ela é removida cirurg icamente para
assegu rar u ma. ferida l i m pa e vitalizada. O exsudato pode ser absorvido por cu­
rativos ou pós , espumas ou géis h idrofí licos especiais. As cultu ras das ú lceras
de pressão infectadas são obtidas para orientar a seleção da antibioticotera­
pia 3 , 1 1 .
Depois que a úlcera de pressão for limpa , u m tratamento tópico é prescrito. A
meta da terapia é promover a g ra n u lação. O novo tecido de g ranu lação deve ser
protegido da reinfecção, ressecamento, e lesão ao tecid� em fase de g ra n u la­
ção . Cu idado deve ser tomado para impedir um tr.a umatismo adicional à área ,
Curativos, soluções e u ng üentos aplicados a ú lcera não devem romper o
processo de cicatrização. Agentes e protocolos m ú ltiplos são utilizados para tra­
tar as ú lceras de pressão . A persistência é uma chave importante para o suces­
so. Alem d isso, u ma aval iação objetiva , da resposta da ú lcera de pressão , ao
protocolo de tratamento devê ser feito a cada 4 a 6 dias. Pode levar um tem po
longo para ocorrer a cicatrização de uma ú lcera de pressão. A intervenção cirú r­
g ica é necessária q uando a escara é extensa, q uando existem complicações
potenciais (com fístula), e q uando a úlcera não responde ao tratamento. Os pro­
cedimentos cirú rgicos incl uem a incisão e drenagem , enxerto de pele, ressecção
óssea , bordas de pele e bordas m iocutâneas 3 .

MATERIAL E M ÉTODOS
Este estudo de caráter exploratório, foi desenvolvido em três hospitais de
ensino do M u n icípio do Rio de Janeiro , no período de março a maio de 1 996 . A
popu lação foi constitu ída por todos os pacíentes com escaras de pressão. A
amostra constou de 1 9 pacientes portadores de patologias cl ín icas e cirú rg icas ,
que o s mantinham restritos a o leito hospitalar. A técnica de coleta d e dados con­
sistiu da busca ativa nos prontuários desses pacientes (evoluções e prescrições
méd icas e de enfermagem), bem como, da análise das informações dos profissi­
onais de enfermagem responsáveis pela troca dos cu rativos.

RESU LTADOS
Dos 1 9 prontuários examinados 07 foram da instituição A e 06 de cada uma
das instituições B e C . Em relação à clín ica em que ficaram i nternados, predomi­
nantemente , foram 11 da Ciru rgia e 08 da C l í nica Médica . Quanto ao sexo: 1 2
eram do feminino e 07 do masculino. A idade dos pacientes variou entre 33 e 73
anos, com mediana de 59 e média de 57,6 anos.

R . Bras. Enferm. , Brasília , v. 50, n . 2 , p. 257-274, abr . lju n 1 997 265


MARINHO, Antonio de Magalhães

Nos hospitais A e B os profissionais responsáveis pela troca dos cu rativos


das feridas crônicas, tipo ú lceras de perna e escaras, é indiscriminadamente o
Enfermeiro ou o AuxiliarlTécnico de Enfermagem ; no hospital C a responsabili­
dade é do Enfermei ro.
No Quadro Demonstrativo I verifica-se que o s 1 9 pacientes apresentam um
total de 28 ú lceras de pressão. As reg iões de m à ior i ncidência foram a sacra e
coccígea com 1 3 (46,4%) das lesões, segu ida da reg ião do calcâneo com 4
( 1 4,2%). Em relação ao n ú mero de d ias necessários para instalação da lesão
variou entre 9 e 27 d ias após a i nternação, com média de 1 6,6 d ias e mediana
de 1 6, 5 dias. Observa-se tam bém que 9 (47, 3% ) dos pacientes desenvolveram
d uas escaras. Das 28 lesões, 1 7 (60, 7%) chegaram a fase l i , com comprometi­
mento da pele (epiderme e derme) e do tecido celular subcutâneo, 8 (42 , 1 %)
chegaram a fase 1 1 1 , com comprometimento da pele, tecido subcutâneo (adiposo)
e musculatura , e 3 chegaram a fase IV, a mais g rave, pois compromete além do
músculo chegando as estruturas ósseas.
Das escaras analisadas 1 00% apresentaram estágios de infeção, sendo que
somente em 9 (32 , 1 %) foram realizadas cu lturas para antibiograma. Apu rou-se
que foram realizados desbridamentos mecân ico/cirú rgicos em 1 2 (42 ,8%) esca­
ras que conti nham tecido necrosado. Nos prontuários destes pacientes, nem
sempre foi prescrita pelo médico .ou observada pelo profissional de enfermagem
uma prévia cobertura profilática com antibióticos para preven i r um quadro sépti­
co, uma vez que após o desbridamento da crosta o tecido de gra n ulação fica
exposto podendo ocorrer d isseminação bacteriana pelos vasos linfático e cor­
rente sang ü í nea .
Verifica-se ainda no Quadro I que foram aplicadas 2 e até 5 formu lações te­
rapêuticas para tratamento da mesma lesão. O período médio de recuperação/
cicatrização das escaras, no grupo / amostra estava acima de 40 dias.

266 R. Bras. Enferm. , Brasília, v. 50, n. 2, p. 257-274, abr.ljun. 1 997


A t e n ç ã o n o s C u i d a d o s d e E nfe r m a g e m d a s . . .

QUADRO DEMONSTRATIVO I - CARACTERíSTICAS DOS PACIENTES PORTADO­


RES DE ESCARAS TRATADOS/CUIDADOS COM
IRUXOI® NAS INSTITUiÇÕES ESTUDADAS
N' Sexo Idade Diagnóstico Local da Escara Apare· Classificação Infeção s/n Desbri- Tipos de Cicatri- Quantidade
cimento da ( Fases das SWAB • damento Curativos zação de prescri-
Escara Escaras) Cir. s/n (Quadro 1 1 ) (dias) ções
(dias)

01 F 63 AVC+ Sacro +Calcân. 1 3'/ 1 6' IV 1 11 S/N SIN 1 ,6,D / l ,6,4 (+) 36

.
Diabete

02 M 56 Esolagoco· Sacro + TrocD 2 1 '/ 1 7' 1 1 1 / 11 S/S S/N B,2,D / l ,A 38 1 26 32


loplastia

03 M 58 Fratura de Sacro +Calcân.E 9'/ 1 9' 111 1 11 S/S ' NIN 1 ,6,2 / 1 ,6 .3 4 3 / 24 34
Quadril +
MIE

04 F 73 Vulvecto· Sacro +Maléolo 7'/ 1 5' 1 1 1 / 11 S/S ' SIN 1 ,6,D,G I 58 / 28 47


mia+Deis- Ext.E
1 ,6,4
cência

05 F 70 Pneumec- Calcâneo D.
tomia +
1 6' 11 S N 5 , I ,C 38 26
SEPSIS

06 F 68 Mastecto· Isquiática D.

11
mia +
21' S N 5, 1 36 22
Diabete

07 M 48 Cistectomia Sacro-Coccigea 1 2' 11 S' S 5,8,5,D 56 42


Total+Bexi
ga ileal

08 F 59 Fratura Sacro-Coccigea
Colo de
1 7' 111 S S 2,6 37 18
Fêmur D

09 M 38 Lesão de T rocantE I Sacro


Coluna C3
27'/24' I I I / IV S/S' NiN H ,6 / 1 .7 + 50 19

lO F 68 Pneumec- Maléolo Ext. 2 1 '/ 1 9' li / li S/S ' N/N 7,A /7,A 26 1 39 20
tomia E D. +Isquio D.

li F 64 AVC+ Sacro-Coccigea 1 8' 11 S S 1 ,6,D,I 58 32


Diabete

12 F 37 AlDS+BK Sacro-Coccigea

1 3' IV S S 1 ,6,D,4 (+) 20

13 F 48 HAS+ AVC Sacro-Coccigea 24' 11 N N A,E 27 21

14 M 33 AlDS+ Maléolo Ext.E+ 1 2'/ 1 7' 11 / 111 S/S' N/S D , I ,6 / 3 , 1 ,7 (+) 42


Pneumonia Isquiát.E.

15 F 66 CA Utebo + Sacro-Coccigea 27' 111 S' S F , I ,D,3,6 + 40 32


Metástase

16 M 59 Tétano TrocantD./E 1 4'/1 6' 11 / 11 N/S' S/S 1 ,6,D,E / 46 / 57 40


1 ,6 , 0 , 1

.
17 M 49 Meningite Calcâneo O 9' 11 S S I ,E 27 15
Bacteriana

18 F 72 Ampulção Sacro + Calcân. E 1 0'/ 1 6' 111 / 11 S '/S SiN 1 ,6.F,E 1 1 ,0 , 3 59 / 38 26


MIO

19 F 66 Gastrecto- Sacro-Coccigea 1 7' 11 N N H,6,E 39 22


mia Sub-
Tot.

Nota: De 01 a 07 ( Hospital A) , 08 a 1 3 (Hospital B) , 1 4 a 1 9 (hospital C).


(+) obtidos na fase de coleta de dados
+ pacientes que permaneceram com escaras após o período de coleta de dados
..

R . Bras. Enferm_ , Brasília, v. 50 , n. 2, p. 257-274, abr.ljun 1 997 267


MA RINHO, A n tonio de Magalhães

No Quadro 1 1 observa-se que foram avaliados 554 tratamentos de escaras,


sendo que 395 (7 1 , 3 % ) estavam prescritos pelos médicos, especificando as
medicações / produtos para a realização dos cu rativos, e em 1 59 (28 , 7 % ) não
estavam especificados. F icando portanto, a cargo da equ i pe de enfermagem ou
por conta de rotina a indicação dos mesmos.
Observa-se, no mesmo Quadro, que foram utilizadas 1 7 aplicações d iferen­
tes de combinações de substâncias no cuidado com as escaras. Destas 1 0 in­
clu íam o uso da pomada I ruxol ®. Nas 8 d iferentes formu lações prescritas pelos
médicos, verifica-se que 4 (50%) utilizam I ruxol®. Já nas 9 a cargo da equipe de
enfermagem , nota-se o uso do I ruxol ® em 6 (66, 6 %). Portanto, verificou-se o
uso de I ruxol® em 58,8% as terapêuticas vincu ladas às ú lceras de pressão.
O Quadro mostra ainda que as terapêuticas mais prescritas empregadas fo­
ram : L I M P EZA POLlVI N I LP I RROLl DONA IODO ( PVP-I ) + COM SORO F I S IO­
L Ó G ICO 0 , 9% + I RUXOL® com 1 33 , isto é 24% do total de tratamentos anali­
sados , segu ida de L I M P EZA COM SORO F I S I O L Ó G ICO (Cloreto de Sódio
0 , 9% ) + I RUXOL ® e L I M P EZA COM ÁG UA DESTI LADA + I RUXOL® (esta a
cargo da Enfermagem), �om 96 ( 1 7 , 3% ) e 49 (8,8%), respectivamente.

QUADRO DEMONSTRATIVO 1 1 - QUANTIDADE DE PRESCRiÇÕES MÉDICAS E TRA­


TAMENTOS I CURATIVOS REALIZADOS PELA
EQU IPE DE ENFERMAG EM, NOS PACI ENTES
PESQU ISADOS COM ÚLCERAS DE DECÚ BITO.

N° de ORD TI POS DE TRATAM ENTO DE ÚLCE RAS DE DECÚBITO Quantidades de Prescrições

A- PRESCRIÇÃO MEDICA r

1 Limpeza com SF 0,9% + Polivinilpirrolidona iodo (PVP-I ) + I RUXOL ® 1 33


2 Limpeza com SF 0,9% + Sulfadiazina de Prata 35
3 Limpeza com água oxigenada (HzOz) + I RUXOL ® 29
4 Limpeza com S F 0,9% + Fibrase ® 30
5 Limpeza com SF 0,9% + Açúcar (granulado ou refinado) 36
6 Limpeza com SF 0,9% + I RUXOL ® 96
7 Limpeza com Clorodexina + I RUXOL ® 28
8 Limpeza com SF 0,9% + Triglicéridios de cadeia médiaJTCMl 8
B- CUI DADOS/TRATAMENTOS/CURATIVOS DAS ESCARAS
A Limpeza com Rinqer com Lactato (RL) I RUXOL ® 24
B Limpeza com SF 0,9% + Exposição aos raios solares + I RUXOL ® 10
C Limpeza com SF 0,9% + Carvão ativado 12
D Limpeza com SF 0,9% + Desbridamento Mecânico + I RUXOL ® 11
E Limpeza com água destilada + I RUXOL ® 49
F Limpeza com Hz O(chuveiro) + sabão de côco + SF 0,9% + I RUXOL ® 17
G Limpeza com SF 0,9% + própolis 16
H Limpeza com SF 0,9% + papaína 12
I Limpeza com SF 0,9% + I RUXOL ® + Hidrocolóide 8

OBSERVAÇCES: A- Prescrições médicas das drog ras/substâncias no tratamento


B- Prescrições médicas sem especificar as medicações, ficando a cargo da
equ i pe de enfermagem .

268 R. Bras. Enferm. , Brasília, v. 50, n . 2 , p. 257-274, abr.ljun. 1 997


A t e n ç ã o n o s C u i d a d o s de E l1fe r m a ge m d a s . . .

No Quadro 1 1 1 observa-se que a equ ipe responsável pelo tratamento e cui­


dados das úlceras de decúbito utiliza na sua rotina 24 produtos/substâncias,
sendo que 1 0 são aplicadas em combinação com a pomada de I ruxol® . Entre­
tanto, por vezes, estas substâncias são empregadas pelos profissionais de saú­
de, sem observarem as condições mais favoráveis a ação para a qual o I ruxol ®
está indicado .
A presença de tecido necrosado e i nfeção levam a equ ipe a util izar subs­
tâncias capazes de "esterilizar" e desbridar q u i micamente a ferida. Em vista d is­
so, observa-se o uso freq üente nos cu rativos de substâncias anti-sépticas com­
binadas com o I ruxol ® , que é terapêuticamente um limpador enzimático da le­
são 8,9, 1 4 .
Neste mesmo quadro encontramos os anti-sépticos prescritos e util izados,
indiscri m inadamente, na rotina hospitalar, em associação com a colagenase
(enzima com ponente do I ruxol ® ) , dentre eles destacam-se: a polivinilpirrolidona­
iodo (PVP- I ) , a clorexedina, a água oxigenada e o sabão de cõco, dentre outros.

QUADRO DEMONSTRATIVO 1 1 1 - P RODUTOS E/OU S U BSTÂNCIAS U SADAS


NO TRATAM ENTO DAS Ú LCERAS D E
PRESSÃO ASSOCIADAS OU NÃO C O M O
I RUXOL ®
N° de Ordem T I PO DE PRODUTO / SUBSTANCIA ASSOCIADO AO I RUXOL ®
SIM NAO
01 PVP - I (Aquoso, deterqente ou akóolico) X -
02 CLOREDEXINA (Aquosa, detergente ou alcóolica) X -
03 AGUA DESTI LADA X -

04 AGUA OXIGE NADA ( 1 O volumes) X


05 SORO FISIOLOGICO ( NaCI ) a 0,9% X -

06 SABAO DE COCO X -

07 RINGER COM LACTATO X -

08 AGUA POTAVEL (chuveiro ) X -

09 H I DROCOLOIDES X -

10 TINTURA DE BENJOIM X' -


11 OLEO M I N E RAL -
X
12 VASELINA (líquida ou pastosa) -
X
13 PELlCULA DE CELULOSE -
X
14 CARVAO ATIVADO - X
15 FI BRASE ® -
X
16 I RUXOL ® X -

17 TRIGLlCERI DIOS DE CADEIA MEDIA -


X
18 PAPAI NA -
X
19 PROPOLlS -
X
20 SULFADIAZINA DE PRATA -
X
21 AÇUCAR (qranulado ou refinado) -
X
22 TROMBOFOB GEL ® X' -

23 OXIDO DE ZINCO X' -

24 GELFOAN ® -
X

NOTA: X* = Substâncias usadas na pele periférica as lesões para prevenir irritações .

R . Bras. Enferm. , Brasília, v, 50 , n . 2 , p. 257-274 , abr./j u n 1 997 269 .


MA RINHO, A n tonio de Magalhães

o PVP-I e a clorexedina são encontrados nas I nstitu ições de Saúde e.m três
tipos de formu lações: aquosa , detergente e alcóolica. Estas duas ú ltim á s não
são indicadas para cu rativos de lesões abertas. E m contato com o tecido "vivo"
causam irritações e ardência no loca l , devido a existência do detergente e do
álcool em suas formu lações, estes agridem e i nterferem no processo de recupe­
ração das feridas. Além d isso, a solução alcóolica e o detergente desnatu ram a
colagenase, in ibindo a sua ação desbridante . O PVP-I aquoso é u m dos produ­
tos indicados para a a nti-sepsia da ferida . Entretanto, só pode ser utilizado em
associação com a colagenase quando se tiver a seg u rança q ue ela é tam ponada
e com o pH neutro, devido à possibilidade de reações no i nterior da lesão com a
formação do ácido h iodídrico ( H I ) . Em vista d isso ocorrerá u ma variação do pH
da escara (teor ácido/base) para ácido, que provocará a desnaturação da cola­
genase e interferirá na sua ação desbridante .
Com o emprego de água oxigenada (peróxido de hidrogênio - H 2 0 2 ) n a s feri­
das infectadas, busca-se principalmente com bater as bactérias é;lnaeróbicas;
possu i tam bém propriedades de l i mpeza das lesões. A aplicação de H202 nas
ú lceras favoreça elevada l iberação de oxigênio (02) o que favorece a alteração
do pH nos exsudatos para ácido.
Quando se utiliza a água oxigenada ( H 2 0 2 ) para limpeza de feridas como
procedimento a nterior a aplicação do I ruxol ®, observa-se uma redução de sua
. ação colagenolítica / desbridante .
A h ig iene do paciente com a prática do banho de chuveiro e a limpeza das
escaras com sabões (sendo comu m o uso do sabão de côco), não deve se
constitui r n u ma prática terapêutica adequada, uma vez que os sabões são fabri­
cados à base de ácidos g raxos de origem animal ou vegetal e soda cáustica .
Esses elementos por si só geram uma reação adversa na lesão por se constitu í­
rem em corpos estranhos estim u lando reações imunológicas defensivas. Por
outro lado, a soda cáustica eleva acentuadamente o pH do sabão q u e em con­
tato com a lesão provocará i rritação pelo seu elevado teor alcalino.
Outro fator i m portante a ser analisado está vinculado à água; ela possu i d i­
versas substâncias que podem interferir no processo de cicatrização dependen­
do das concentrações de Flúor, Cloro e outros elementos veicu lados na água.
Quando a prescrição inclui r o u so do I ruxol (R) deve-se atentar para a presença
de s ubstâncias halogenadas (Flúor, C loro , lodo) porque elas desnaturam a cola­
genase reduzindo a ação proteol íticas. 9 .
As outras substâncias / produtos usados em associação com o I ruxol ® nas
I nstituições pesqu isadas fora m : água destilada, cloreto de sódio a 0,9% (SF) e
ringer com lactato.
O emprego da água destilada estéril é útil para limpeza das ú lceras. Entre­
tanto, por ser uma solução h ipotônica em relação ao tecido lesado pode favore­
cer a absorção por osmose nas bordas da ferida levando a u m "entumecimento"
que prejudica a irrigação sangü ínea d ificultando, assim, o processo de cicatriza­
ção.

270 R. Bras. Enferm. , Brasília, v. 50, n. 2, p. 257-274, abr./j u n . 1 997


A t e n ç ã o n o s C u i d a d o s de E nfe r m a g e m d a s . . .

A solução de cloreto de sódio a 0 , 9 % (SF) tem sido u sada como principal


produto para irrigação e l i mpeza de ú lceras nas I nstituições pesquisadas. Ela é
uma substância com teor discretamente ácido.
A solução de ringer com lactato é utilizada para irrigação e l i mpeza das feri­
das infectadas, pelo seu teor alcalino uma vez um n úmero i m portante de mi­
crorganismos ao agredi r a lesão acidificam os exsudato s . E m vista d isso, em
feridas i nfectadas em que estiver prescrito o u so da pomada I ruxol ® , é reco­
mendado o uso da solução de ringer para se obter melhores resu ltados8 , 14 .
A outra associação com o I ruxol ® , observada no estudo, foi com h id roco­
lóides. Os cu rativos oclusivos com h id rocolóides atuam como barreiras mecâni­
cas a invasão bacteriana, além de manterem a lesão ú m ida, fator ideal para a
migração das cél ulas essenciais para a cicatrização e que permitem a remoção
do cu rativo sem tra umas aos tecidos neoformados. Os h idrocolóides são consti­
tu ídos de d uas camadas: a i nterna, adesiva com partículas h idroativas aderida a
u m pol í mero i nerte; e a externa composta de uma camada de poliuretano, flexí­
vel e impermeável á água e outros agentes externos. Por se tratar de uma expe­
riência efetuada pela equ i pe de enfermagem em um paciente inclu ído na amos­
tra deste estudo, não temos a clareza se o I ruxol ®, neste caso estava sendo
utilizado, de forma equivocad� como cicatrizante ou pela ação do cloranfenicol
(antibiótico de amplo espectro) que com põe a fórmu la para manter a lesão l ivre
de infeção. Em vista d isso, há necessidade do aprofundamento de estudos neste
assunto para ter-se as respostas mais efetivas sobre esta associação de produ-
tos. .
' '
Como substâncias/produtos u sados para proteger a pele circu nv izin ha às
ú lceras de pressão foram encontrados: o óxido de zinco , a tintura de benjoim e o
trombofob gel® . E les se mostraram bastante úteis no combate as agressões /
i rritações periféricas, pela sua ação protetora, com batendo os sinais f1og ísticos e
o edema local. Com isso observa-se u m estím u lo à irrigação da epiderme e' ao
processo de cicatrização.
O I ruxol® na forma de pomada é i n dicado para uso tópico . Como recomen­
dações sobre o modo de uso deve-se atentar para : 1 - a p,omada deve ter contato
com toda a área lesada, com uma espessu ra de cerca de 2 m m ; 2- o efeito nas
necroses crostosas é melhorado, fazendo-se cortes na sua superfície com bistu­
ri, facilitando a penetração da enzima; 3- o material necrótico seco deve ser
amolecido com compressas ú midas de ringer com lactato, soro fisiológico
(cloreto de sódio 0 , 9%) ou água destilada, facilitando a atividade desbridante da
colagenase; 4- após a aplicação da pomada, cobrir a lesão com gaze ú m ida com
uma das soluções citadas; 5- o curativo deve ser mudado d iariamente (a troca
por d uas vezes evidencia maior efeito enzimático); 6- deve ser removido todo o
material necrótico desprendido, em cada troca d e curativo, com pinças, espátu-

R. Bras. Enferm. , Brasília, v. 50, n. 2 , p. 257-274, abr.ljun 1 997 271


MA R I N H O, A n tonio de Magalhães

las ou através de lavagens; 7- lavar com as soluções já citadas, não usar deter­
gentes , sabões ou soluções a base de metais pesados (mercúrio, prata , manga­
nês, etc. ) ou halógenos (fl úor, cloro, iodo, etc. ); 8- proteger as margens da lesão
com pomadas de zinco ou similares; 9- no tratamento de feridas além da utiliza­
ção do I ruxol®, deve-se emp ;egar paralelamente outras medidas e procedimen­
tos terapêuticos adequados para favorecer a sua recuperação; 1 0- reações de
h i persensibilidade aos com ponentes da fórm u la ; 1 1 - há possibilidade de reinfec­
ção, deve-se observar rigorosa h ig iene pessoal d u rante a utilização da pomada ;
1 2- o uso prolongado de antibióticos pode, no caso do cloranfen icol, ocasionar
ou provocar o desenvolvimento de microorganismos resistentes ; 1 3- o emprego
adicional de outros de aplicação tópica podem d i m i n u i r a eficácia terapêutica da
colagenase; 1 4- ocorrência de ardência, dor, irritação, rubor e reações de h i per­
sensibilidade ao antibiótico; 1 5- discrasias sang ü íneas , incl u i ndo anemia aplásti­
ca, podem ocorrer com o uso do cloranfenicol tópico , sendo m u ito raras 8.9, 1 4 .

CONCLUSÃO
A preocupação da equ i pe terapêutica (médica e de enfermagem ) com as
ú lceras de pressão que apresenta m , concomitantemente, tecido necrótico e infe­
ção, tem levado esses profissionais ao emprego indiscriminado de d iversas for­
m u lações terapêuticas,

U ma série de substâncias / produtos que são utilizados rotineiramente na


limpeza e "esterilização" das feridas alteram de forma incontrolada o pH (teor de
acidez / alcalin idade) do exsudato das lesões . Portanto , a colagenase utilizada
sob a formu lação do I ruxol® , poderá sofrer um processo de desnatu ração com
prej u ízos na sua ação colagenol ítica (desbridante), quando o pH estiver abaixo
de 6 , 5 (ácido) ou acima de 8 , 0 (alcalino),

A equipe não tem observado as alterações do pH nas feridas nem a sua


influência no processo de reconstituição tissular, o que se constitui em u m pro­
blema que necessita ser melhor trabalhado pelas equ i pes médica e de enferma­
gem .

A associação/combinação do I ruxol ® com pensos ou substâncias que inter­


ferem nos n íveis de pH das feridas, pode: aumentar o período de tratamento
d�s escaras pela necessidade de tempo mais d ilatado para desbridamento do
tecido necrótico; proporcionar a resistência dos microorgan ismos ao cloranfeni­
col da fórmu la ; esti m u lar a cron icidade das ú lceras e ainda pode prejudicar a
imagem do produto I ruxol ® na terapêutica das ú lceras e crostas.

272 R. Bras. Enferm. , Brasília, v. 50, n'. 2, p. 257-274, abr./j u n . 1 997


A te n ção /l O S Cu idados de E nfe r m a g e m d a s . , .

REFERÊNCIAS BI BLIOGRÁFICAS

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