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JOSÉ DE ALENCAR

José de Alencar (1829-1877) foi um dos maiores representantes da corrente


literária indianista e o principal romancista brasileiro da fase romântica.
O romantismo no Brasil se caracterizou, num primeiro momento, pela busca da
identidade nacional e resgate das tradições e valores da cultura popular e do
folclore. Temas como o índio, a exaltação da natureza, os regionalismos e a
realidade social do país são muito explorados pelos autores românticos. Entre as
marcas principais do Romantismo estão o sentimentalismo, a supervalorização das
emoções pessoais, o subjetivismo e o egocentrismo. É dessa maneira que os
poetas se colocavam como o centro do universo. Dentro de um universo particular, o
poeta sente a derrota do ego, produz frustração e tédio.

SENHORA

Publicado pela primeira vez em 1875, o romance Senhora, de José de Alencar,


pertence ao romantismo. O livro é dividido em quatro partes - o preço, quitação,
posse e resgate - e tem como tema central o casamento por interesse, de qualquer
modo, "Senhora" traz características inequivocamente românticas, simples, atrelado
ao esquematismos dos dramas de amor do romantismo: Aurélia Camargo, filha de
uma pobre costureira, apaixonou-se por Fernando Seixas, quem namorou. Este,
porém, desfez a relação, movido pela vontade se casar com uma moça rica,
Adelaide Amaral
-Embora esteja claro que Senhora pertence ao Romantismo, é preciso ressaltar que
esse romance possui grande importância literária por já apresentar alguns traços do
Realismo e Naturalismo. As personagens têm os seus destinos condenados pelo
fator financeiro e há uma crítica aos valores sociais distorcidos da época
(característica do Realismo). Entretanto, não há perspectiva de mudanças e
soluções aparentes (por isso, não é um romance realista).

TRECHOS
-Quando a porta abriu-se para dar-lhe passagem, Seixas cuidou que assistia à
metamorfose da ninfa transformada em loto. Mas logo depois admirando a graça
que se desprendia dessa peregrina gentileza como a irradiação de um astro,
pareceu-lhe antes que a flor tomava as formas da mulher e animava-se ao sopro
divino."
-No fim de contas, o que é tudo neste mundo senão uma ilusão, para não dizer uma
mentira?
-As que falam como uma novela, em vil prosa, são essas moças românticas e
pálidas que se andam evaporando em suspiros; eu falo como um poema: sou a
poesia que brilha e deslumbra!

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