Você está na página 1de 10

Literatura brasileira - Romantismo

Romances
românticos
urbanos:
SENHORA
Histórias de amor...
e dor?
Nas narrativas sobre relacionamentos
amorosos, quais os principais
empecilhos que surgem no caminho das
pessoas apaixonadas?
D. Emília Pedro Camargo

Aurélia Camargo Fernando Seixas

Eduardo Abreu
Torquato Ribeiro (amigo de Aurélia)

Adelaide
Senhora - José de
Alencar
Protagonistas:
- Auré lia Camargo: pobre, ó rfã de pai
- Fernando Seixas: bom rapaz que deseja ascender socialmente
Ambos eram noivos, mas Fernando troca Auré lia por outra moça, de dote maior.
Auré lia passa a desprezar todos os homens
Com a morte de seu avô , recebe uma herança e torna-se milioná ria, passando a
ser uma das mulheres mais cortejadas do Rio de Janeiro
Como vingança, oferece a Seixas um dote de cem contos, mas sem revelar o
nome da noiva, que só seria conhecido no dia do casamento
Seixas, que estava endividado, aceita e os dois se casam
Na noite de nú pcias, Auré lia revela seu desprezo por ele e Seixas reconhece sua
ganâ ncia
Apesar de serem vistos como o "casal perfeito" pela sociedade, vivem como
estranhos na mesma casa durante meses
Durante esse período, Seixas trabalha para conseguir o valor que ele havia
recebido como dote
Devolve os cem contos a Auré lia e se despede dela, mas, neste momento,
ela
revela o quanto o ama
Os dois, igualados no amor e na honra, podem finalmente desfrutar do seu
Sobre a
obra
• Publicada em 1875, é uma das ú ltimas obras publicadas por
José de Alencar
• Temas abordados: casamento por interesse, independência
feminina e ascensão social a qualquer custo
• O romance é dividido em quatro partes que definem uma troca
comercial: o preço, quitaçã o, posse e resgate
• Apesar de a obra ainda ficar presa ao ideal româ ntico de que o
amor pode redimir tudo, ela inova ao trazer alguns elementos
que prenunciam o Realismo, como um maior nível de
densidade psicoló gica e a crítica à futilidade e à fragilidade
dos valores burgueses
• Com um zigue-zague entre presente, passado e futuro, nã o há
uma definiçã o clara do tempo, porém, sabe-se que os fatos
narrados estã o situados na segunda metade do século XIX
A questão do matrimônio
e a questão do dinheiro
• Dividido em quatro partes: O preço; Quitação; Posse; e Resgate, o
romance é construído por etapas de uma transação mercantil.
• É recorrente o uso de vocabulários pertencentes ao mundo
econômico, por exemplo: mercado matrimonial, ágio de suas ações,
empresa nupcial, dividendo das apólices, entre outras.
• Na essência da obra, encontra-se a sede de uma sociedade
capitalista, na qual o dinheiro é razão.
• Patrimônio, matrimônio e ser humano são alinhados no mesmo nível,
trados como mercadorias.
• Os valores burgueses são hipócritas e tudo se resume ao poder de
aquisição.
• José de Alencar demonstra a sua preocupação com a grande
importância que a sociedade burguesa dá ao dinheiro, sublinhando
que o fator financeiro pode condenar o destino das pessoas.
Romantismo
X Realismo:
• Romantismo: Idealização do amor, não
racionalidade dos personagens, idealização
da mulher e ideais de honra.
• Realismo: crítica social aos valores
burgueses, ao casamento por interesse e a
mercantilização das relações afetivas.
Temática da vingança:
• Temática da vingança como motor da narrativa.
• Aurélia se vinga do marido para transforma-lo e assim poder ama-lo.
• Humilhações fazem Fernando trabalhar e perceber que agiu errado
no passado.
Emancipação feminina
• Conservadorismo do autor nã o aparece na obra.
• Emancipaçã o feminina é exaltada em Senhora.
• Mulheres da metade do século XIX lutavam pelo direito de gerirem seus
pró prios bens e poderem estudar.
• Aurélia escolhe o pró prio pretendente , atitude incomum para as mulheres da
época, o arranjo normalmente era feito por algum familiar.
• No livro temos uma inversã o de papeis, a mulher é a figura dominante e o
homem é submisso.
• Aurélia é a verdadeira Senhora do romance, nã o só do seu destino, mas
também do destino das outras personagens.
“Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina
Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não
passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da
sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa
emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a
moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir
suas ações como entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas
essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer
maior influência em sua vontade, do que a velha parenta.”
Exercício
1.Compare como são retratadas as personagens femininas nas seguintes obras:
A Moreninha, Senhora, e Memórias de um sargento de milícias.

2.Que ensinamentos morais podem ser notado na obra de José de Alencar?

3.Relacione a obra A moreninha - que marcou o início do Romantismo - com a


obra de Manuel Antônio de Almeida - que já apresenta características de
transição para outro movimento literário. Quais as principais diferenças entre
elas?

4.Você percebe algum tipo de conexão entre os temas abordados nas obras
estudadas e as narrativas que são produzidas atualmente? Qual? Explique.

Você também pode gostar