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à
Harmonia
Funcional
INTRODUÇÃO À
HARMONIA FUNCIONAL
Este livro é um guia completo para você iniciar seus estudos harmônicos de forma
simples e prática. Foi criado com o intuito de facilitar o aprendizado inicial de harmonia.
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Tema Página
2 - Escala Maior 06
3 - Escalas Menores 08
6 - Funções Harmônicas 13
7 - Relativo e Antirrelativo 13
Quanto as notas musicais, temos sete sons dos quais chamamos de notas
naturais: LÁ, SI, DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL.
Esses sete sons são cifrados a partir das notas do alfabeto, sendo:
A > Lá B > Si C > Dó D > Ré E > Mi F > Fá G > Sol
Essas sete notas musicais possuem alguns sons "intermediários", dos quais
são chamados de acidentes. Esses acidentes são chamados de Sustenido ( # )
e Bemol ( b ), em alguns casos nos estudos de harmonia iremos nos deparar
com notas que serão sustenizadas ou bemolizadas duas vezes, chamaremos de
Dobrado Sustenido ou Dobrado Bemol. O acidente sustenido causa um
movimento de som ascendente, elevando a nota ao que chamamos de um
semitom, e o acidente bemol é o contrário, efetua um movimento de som
descendente, abaixo a nota em um semitom.
A partir deste conceito iremos gerar a escala cromática e as notas conhecidas
como notas enarmônicas (enarmonia).
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Escala Cromática
A escala conhecida como Cromática advém do conceito anterior de
acidentes, nada mais é que a escala de sete sons naturais com as notas
intermediárias acrescidas.
A A# B C C# D D# E F F# G G# (A)
A Ab G Gb F E Eb D Db C B Bb (A)
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Escala Cromática com enarmonias
A# B# C# D# E# F# G#
A B C D E F G A
Bb Cb Db Eb Fb Gb Ab
A partir dos conceitos básicos aqui estudados daremos inicio aos estudos
harmônicos.
ESCALA MAIOR
A Escala Maior advém da Escala Diatônica (heptatônica - sete sons),
tradicional da música ocidental, ela está totalmente ligada com a música européia
e molda-se pela distribuição das notas musicais em cinco tons e dois semitons,
gerando outros sete modos (Modos Gregos), denominados na época medieval
também como modos Gregorianos (devido a organização dos sons feita pelo
papa Gregório I), Litúrgicos ou Eclesiásticos.
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A Escala Maior, assim distribui os cinco tons e dois semitons que possui:
T T S T T T S
A A# B C C# D D# E F F# G G# (A)
A A# B C C# D D# E F F# G G# (A)
A + TOM > B
B + TOM > C#
C# + SEMITOM > D
D + TOM > E
E + TOM > F#
F# + TOM > G#
G# + SEMITOM > A
D D# E F F# G G# A A# B C C# (D)
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ESCALAS MENORES
Consideramos a princípio a escala menor como o sexto modo eclesiástico
como vimos há algumas páginas anteriores. Dessa forma podemos dizer que a
escala menor provém do modo Eólio (sexto modo grego), porém, duas variações
partem deste princípio: a escala Menor Harmônica e a escala Menor Melódica.
Podemos chamar esse sexto modo Eólio como escala Menor Primitiva por ter
sido a origem (primeira escala menor), devemos considerar também que este
modo menor surgiu antes mesmo da escala maior com o conceito de que a
primeira nota musical é o lá (A).
O termo Menor Primitivo também pode ser chamado de Menor Natural ou
Menor Eólio. Alguns estudiosos evitam o termo Menor Natural para escalas
menores que possuem acidentes (utilizando este termo apenas para a escala de
Lá Menor, pois não tem acidente), pois dizem que uma escala só pode ser
chamada de natural se não possuir acidentes. Todos esses conceitos são
aceitáveis, vamos pensar de forma prática: Menor Primitiva = Natural = Eólio.
Escala de C Maior C D E F G A B
Escala de Cm Primitivo C D Eb F G Ab Bb
Menor Harmônica
Seguindo os mesmos conceitos de subtração de intervalos da escala anterior,
a escala Menor Harmônica subtrai os intervalos de terça e sexta: b3 e b6
Escala de C Maior C D E F G A B
Escala de Cm Harmônico C D Eb F G Ab B
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Menor Melódica
Seguindo os mesmos conceitos de subtração de intervalos da escala anterior,
a escala Menor Melódica subtrai apenas o intervalo de terça: b3.
Escala de C Maior C D E F G A B
Escala de Cm Melódico C D Eb F G A B
Cada grau (nota) é representada por um algarismo romano, acima cada uma
das sete notas da escala maior apresentam-se já como acordes gerados através
das sobreposições de intervalos de terças como vimos no capítulo sobre
formação de acordes.
Vamos então analisar o "por quê" de cada grau se transformar nos acordes
que vimos acima.
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Exemplo em Dó Maior - C > C D E F G A B
F – Fá Lá Dó Mi > F7M
D – Ré Fá Lá Dó > Dm7
F – Fá Lá Dó Mi > F7M
G – Sol Si Ré Fá > G7
B – Si Ré Fá Lá > Bm7(b5)
O acorde D perdeu meio tom na terça (Fá) e na sétima (Dó). O acorde quando
perde meio tom na terça é classificado como menor, e devido ao meio tom que
perdeu na sétima, chamaremos de sétima menor, sendo Dm7 (ré menor com
sétima menor).
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O acorde E sofre as mesmas alterações acima, na terça (Sol) e na sétima
(Ré), sendo Em7 (mi menor com sétima menor).
O acorde G perde meio tom apenas na sétima (Fá), sendo G7 (sol maior com
sétima menor).
O acorde A sofre alteração na terça (Dó) e sétima (Sol), sendo Am7 (lá menor
com sétima menor).
Menor Harmônica
Im(7M) IIm7(b5) bIII7M(#5) IVm7 V7 bVI7M VIIº
Menor Melódica
Im(7M) IIm7 bIII7M(#5) IV7 V7 VIm7(b5) VIIm7(b5)
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Exemplificando no campo harmônico de C, vamos comparar as tonalidades
de C Maior com as três formações menores.
C Maior
C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)
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FUNÇÕES HARMÔNICAS
Para cada tonalidade maior ou menor, existem funções dadas aos acordes,
capazes de criar tensões e relaxamentos entre os mesmos, gerando fluidez
harmônica e ao que chamamos de cadências - progressões harmônicas. Essas
funções são pré estabelecidas aos graus de cada campo harmônico e cada
função harmônica tem um papel único. Abaixo temos as sete funções
harmônicas do campo harmônico maior:
RELATIVOS E
ANTIRRELATIVOS
Os acordes relativos e antirrelativos são acordes menores que em sua
estrutura de notas são similares a de outros acordes maiores, podendo ser
utilizados como tríades sobrepostas e até mesmo possuírem as mesmas
funções harmônicas.
Acordes relativos
O acorde relativo comumente é abordado como o intervalo de sexta acima de
um maior, ou seja, no campo harmônico maior temos acordes maiores no
primeiro grau, quarto grau e quinto grau (Imaj7, IVmaj7, V7), sendo assim
calculemos os relativos de cada um:
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Imaj7, dois graus abaixo, VIm7
IVmaj7, dois graus abaixo, IIm7
V7, dois graus abaixo, IIIm7
Acordes antirrelativos
Os acordes antirrelativos, apesar da expressão "anti", não representa
nenhuma forma de anular o relativo, ele é apenas mais um acorde de estrutura
intervalar similar assim como o acorde relativo. O acorde antirrelativo é o
segundo grau acima do acorde maior.
Tríades sobrepostas
Essa relação de acordes relativos e antirrelativos irão gerar o que chamamos
de tríades sobrepostas ou arpejos sobrepostos. Por exemplo, utilizando ainda o
campo harmônico maior de C que foi mostrado acima, observe a formação do
acorde Cmaj7: C, E, G, B. Observe a utilização dessa tétrade para a formação de
outras tríades.
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Em > E G B, a tríade de Em nada mais é que a terça, quinta e sétima de
Cmaj7.
Am7 > A C E G, a tétrade de Am7 é parte da tríade de Cmaj7, possui a
fundamental, terça e quinta de Cmaj7. Se tocarmos o acorde C6, podemos dizer
que são as mesmas notas, observe:
C6 > C E G A, possui as quatro notas de Am7, distribuídas de outra forma,
logo podemos dizer que C6 é igual a Am7 com baixo em dó (Am7/C) ou que Am7
é igual a C6 com baixo em lá (C6/A).
Isso não acontece apenas com os acordes acima, isso vai ocorrer com todos
os acordes do campo harmônico que possuem relações de relativos e
antirrelativos.
PRINCIPAIS FUNÇÕES
HARMÔNICAS
As principais funções harmônicas são as que chamamos de:
Tônica, Subdominante e Dominante.
Essas funções são as responsáveis pelas progressões harmônicas, gerando
climas, tensões, relaxamentos e preparações entre os acordes.
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Os acordes relativos e antirrelativos também terão um importante papel nestas
três funções harmônicas, pois eles podem ser aplicados como funções fracas dos
seus maiores.
Imaj7, seu acorde relativo é VIm7, portanto ele possuirá a mesma função
subdominante do grau I.
IVmaj7, seu acorde relativo é IIm7, portanto ele possuirá a mesma função
subdominante do grau IV.
Função Tônica
Imaj7 - função principal
VIm7 - função fraca (relativo)
IIIm7 - função fraquíssima (antirrelativo)
Função Subdominante
IVmaj7 - função principal
IIm7 - função fraca (relativo)
Função Dominante
V7 - função principal
VIIm7(b5) - função fraca (antirrelativo)
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Exemplificando no campo harmônico de C maior, observe a transformação do
campo harmônico maior para menor primitivo, e as alterações para o menor
harmônico e por último o menor melódico:
I II III IV V VI VII
Cmaj7 Dm7 Em7 Fmaj7 G7 Am7 Bm7(b5)
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Campo Harmônico Menor Primitivo (Natural)
|| Am | C | G | F E7 ||
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Obrigado por ter estudado este
método de iniciação
aos conceitos harmônicos da música!
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