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Dízimo :

Conselho e prática de Ellen White- IV


Roger W, Coon
Secretário associado do Patrimônio
Literário Ellen White , Washington, D.C.
II- A Disposição dos Dízimos e Ofertas
Maneiras apropriadas e impróprias de usar os fundos do Dízimo
Quais são os procedimentos que, “embora bons em si mesmos”, não
deveriam ser sustentados pelo dízimo? Conforme Ellen White, eles
incluem:

• O cuidado do pobre, do enfermo e do idoso.[1]


• A educação de estudantes promissores e pobres.[2]
• Despesas operativas de escolas.[3]
• Salários e despesas de colportores.[4]
• As despesas de uma igreja local.[5]
• Prédios para culto congregacional ou necessidades institucionais, tais
como escolas, hospitais e casas publicadoras.[6]
Sobre o lado positivo, Ellen White escreveu: “O dízimo é sagrado,
reservado por Deus para Si. É para ser levado à Sua tesouraria, para ser
usado no sustento dos obreiros do evangelho em sua obra.”[7]

Não fica dúvidas na mente de ninguém quanto ao que ela quis dizer,
Ellen White especificou as funções para as quais a mesa administrativa de
uma associação poderia regularmente aplicar os fundos do dízimo. Essas
incluem:

• Salários e despesas de ministros e instrutores bíblicos.[8]


• Salários e despesas de professores de Bíblia em nossas várias
instituições educacionais.[9]
• Salários e despesas de médicos missionários.[10]
• Benefícios de aposentadoria para obreiros evangélicos.[11]
• Campos missionários necessitados, na América do Norte e no
estrangeiro.[12]
Numa época anterior à expansão mundial da Igreja, como hoje está
estabelecida, Ellen White também mostrou que, em casos excepcionais de
situações de emergências , a Associação poderia usar os fundos do dízimo
“ para socorrer os mais humildes lugares de culto”[13]. Posteriormente, ela
aprovou o uso de alguns fundos do dízimo para auxiliar um iniciativa self-
support (de sustento próprio)que estava sendo implantada pelos
Professores Sutherland e Magan em Madison, Tennessee (EUA).[14]

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Essas exceções foram exatamente isto – exceções. Elas não foram a
regra. Seu conselho é declarado de forma tão claro que ninguém precisa
interpretá-lo mal: “Grande erro é cometido quando é desviado do objetivo
para o qual deveria ser direcionado – o sustento dos ministros.”[15]
Quem são os ministros?
Se o dízimo é para ser usado essencialmente para os salários e
despesas ministeriais, o que constitui um “ministro”? Um ministério de
publicações independente, dentro do território de uma Associação na
América do Norte, é conhecido por haver designado seis dos seus
empregados como “ministros”. Nenhum desses “ministros” é reconhecido
como tal pela Associação local. Entretanto, todos (três representantes, dois
produtores de gravações de fitas cassetes, e uma secretária recepcionista)
são pagos com o dízimo que – embora essa organização de publicações
não faça campanhas abertas- cordialmente é aceito.

Os empregados desse ministérios de publicaões não criticam igreja.


Eles publicam milhões de folhetos e enviam sua literatura sem despesas
extras para países considerados pobres.

São essas três pessoas realmente ministros, qualificados para


serem pagos com o dinheiro do dízimo?

No sentido mais amplo, todos os membros da igreja deveriam ser


ministros. Ellen White escreveu: “Podeis dizer: ‘Não sou um ministro, e
portanto não posso pregar a verdade.’ Não precisais ser ministros no
sentido geralmente aceito da palavra; podereis nunca ser chamados a
testemunhar detrás do púlpito e, no entanto, ser ministros para Cristo. Se
tiverdes os olhos abertos para ver as oportunidades que surgem de
falar uma palavra às almas necessitadas, Deus falará mediante vós e as
conduzirá a Cristo.”[16]

Desse modo todos deveríamos ser ministros de Deus. No entanto,


sugerir que Ellen White aprovaria pagar com o dízimo todos “ministros para
Cristo” embora eles não sejam “ministros no sentido geralmente aceito da
palavra”, é dar a palavra “ministro” um significado que ela nunca
intencionou.

Para Ellen White, os ministros no “sentido geralmente aceito da


palavra” foram homens indicados pela Associação como ministros
licenciados ou ordenados. Conforme item mencionado no início deste
artigo, ela também inclui mulheres instrutoras bíblicas que serviam sob a
tutela da Associação como merecedoras de serem assalariadas com
entradas do dízimo.

Os evangelistas da página impressa foram especificamente excluídos


por Ellen White da relação das categorias que recebem seu sustento do
dízimo. Isso, a despeito de serem efetivos ou de credenciados pela mesa
administrativa da Associação, e freqüentemente darem mais estudos

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bíblicos durante a semana do que o pastor local. Se os colportores foram
incisivamente excluído de receber do dízimo, muito menos autorizado
estamos nós para legitimar com o pagamento do dízimo um
empreendimento liderado por leigos que nomeiam seus próprios ministros.

Nas casas publicadoras pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, nenhum


empregado, , inclusive redatores ordenados ao ministério, é pago dos
fundos do dízimo. Não importa se ele é obreiro na fábrica ou mesmo o
gerente da editora.

A Casa do Tesouro
Agora, o que dizer da “casa do tesouro”? Malaquias apresenta Deus
com instruções para Seu povo trazer todos os dízimos à “casa do tesouro”
(Mal.3:10).

Uma leitura correta das declarações de Ellen White nos conduz de


forma inquestionável à conclusão de que, em sua mente, a tesouraria da
igreja era a casa do tesouro de Malaquias 3. Ela usava as palavras
“tesouraria” e “casa do tesouro” como sinônimas quando escreveu :
“Se todos os dízimos fossem trazidos para a casa do tesouro , a tesouraria
de Deus não estaria vazia.”[17] Com respeito á tesouraria da Igreja, ela
declarou: “Muitos presidentes de Associação de Estado não cuidam
daquilo que é seu trabalho –ver que os anciãos e diáconos das igrejas
nelas realizem seu trabalho, cuidando de que um fiel dízimo seja trazido
para o tesouro.”[18]

Novamente, ela declarou: “Se nossas igrejas estabelecerem seu apoio


sobre a palavra do Senhor e se tornarem fiéis , restituindo seu dízimo para
Sua tesouraria, mais obreiros serão encorajados a assumir a obra
ministerial.”[19]

Os adventistas do sétimo dia sustentem, como crença fundamental, que


eles são a igreja remanescente referida em Apocalipse 12:17. Eles são a
igreja militante, não a igreja triunfante. A igreja militante é composta tanto
de trigo como joio, todavia ela é organização visível que Deus está usando
para proclamar a tríplice mensagem angélica até os confins da Terra.

Existe apenas uma “casa do tesouro” e essa deve ser a organização da


própria igreja. Isso inclui cada Associação, as Uniões e a Associação
Geral. Esses são os três níveis da igreja nos quais as determinadas
comissões eleitas estabelecem, adequadamente, em que os dízimo podem
ser gastos.

É essencial que todos os alvos das atividades da igreja estejam


estritamente relacionados com a nossa missão. A Sra. White declara:
“Alguns têm apresentado a idéia de que, ao aproximarmo-nos do fim do
tempo, cada filho de Deus agirá independente de qualquer organização
religiosa. Mas fui instruída pelo Senhor de que nesta obra não há isso de

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cada qual ser independente. As estrelas do céu estão todas sujeitas a leis,
cada uma influenciando a outra para fazer a vontade de Deus, prestando
obediência comum à lei que lhes dirige a ação. E, para que a obra Do
Senhor possa avançar sadia e solidamente, Seu povo deve unir-se.”[20]

Não estamos nos movendo juntos quando competimos entre nós pelo
dízimo. Tal prática pode somente levar à fratura de nossa unidade, e
finalmente, a uma casa completamente dividida.

Ofertas
Por sua vez, o que dizer das ofertas? Deus culpou Seu povo do
passado de roubá-lo em duas áreas financeiras- “dízimos” e “ofertas” (
Mal.3:8). Expressamente, Ele instrui Seu povo a trazer todos os dízimos à
casa do tesouro, mas não necessariamente todas as ofertas. Na
administração de nossas ofertas, Deus nos permite determinar a
quantidade, o que não é o casa do dízimo. Ele nos deixa decidir o quanto
que daremos, e como e onde colocaremos nossas dádivas.

O dízimo é especificado como dez por cento de nossas “entradas” (Lev.


27:32; Deut.14:22), o qual todos somos obrigados pagar. No entanto, no
que diz respeito liberais, “cada um oferecerá na proporção em que possa
dar” e “segundo a bênção que o Senhor seu Deus lhe houver concedido.”
(Deut. 16: 17).

Nossas ofertas podem ser dadas para qualquer uma ou muitas


numerosas importantes atividades, tais como as despesas operativas da
igreja e escola local, projetos especiais da Associação local, projetos
mundiais, nossas várias instituições educacionais, ministério do rádio e TV,
e assistência social. Essas ofertas podem ser canalizadas através do
tesouro da igreja local, ou dadas diretamente à agência ou atividade
escolhida.

Quando Ellen White escreveu a seu filho Edson que “o Senhor não tem
especificado qualquer canal através do qual os meios deveriam transpor”,
ela estava falando a respeito das ofertas, e não do dízimo, como o
parágrafo anterior de sua carta deixa claro: “Existem aqueles que têm
meios e darão, alguns pequenas quantias e outros grandes
quantias …diretamente para a parte necessitada da vinha” no Sul dos
Estados Unidos.[21]

Repare novamente o conselho em sua carta à liderança da Associação


Geral em 1908, quando a iniciativa Madison ainda estava em seus estágios
iniciais : “O Senhor trabalha através de diversas agências. Se existem
aqueles que desejam dar um passo para novo campo e assumir novas
linhas de trabalho, encorajem-nos a agir assim. … Não se aflijam com
receio de que alguns meios irão direto para aqueles que estão tentando
fazer a obra missionária de modo tranqüilo e eficaz. Os meios não devem
ser manobras apenas por uma atividade ou organização.”[22]

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As restrições colocadas no dízimo não são vistas aqui. As ofertas
podem ser dadas diretamente para um projetos missionário escolhido pelo
doador, enquanto que os dízimos devem ser devolvidos ao Senhor através
da organização da Igreja.

Referências:
[1] Manuscript Releases, vol..3, pág. 218; Conselhos sobre
Mordomia, pág. 103.
[2] Manuscript Releases, vol. 1, págs. 193 e 194.
[3] Testimonies, vol.9, págs. 248 a 250.
[4] Ibid.

[5] Conselhos sobre Mordomia, pág.103; Testimonies , vol. 9, pág.


248; Manuscript Releases, vol. 1, págs.191.
[6] Manuscript Releases, vol. 1, págs. 185 e 191.
[7] Testimonies, vol. 9, pág. 249.
[8] Evangelismo, pág. 492.
[9] Testimonies vol. 6, pág. 215.
[10] Medicina e Salvação, pág. 245.
[11] Manuscript Releases, vol. 1, pág. 189.
[12] Ibid., pág. 192.

[13] Ibid., pág. 189.

[14] Special Testimonies, séries B, nº11, pág. 25.


[15] Testimonies, vol. 9, pág. 249.
[16] Olhando para o Alto, pág. 241.
[17] Pacific Union Record, 10 de outubro de 1901.
[18] Testemunhos para Ministros, pág. 305.
[19] Testimonies, vol. 9, pág. 249.
[20] Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 406.
[21] Ellen White, Carta 136,14 de agosto de 1898.
[22] Ellen White, Carta 32,6 de janeiro de 1908.
 

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