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Para um completo entendimento de muitas reações que se processam com os carboidratos nos seres
vivos, é indispensável o conhecimento de suas estruturas, suas reações e de que maneira eles são identificados no
laboratório. As reações a seguir são clássicas, geralmente reações coloridas que apesar do advento da técnica de
cromatografia ainda são muito utilizadas para identificação dos diversos tipos de carboidratos.
I – IDENTIFICAÇÃO DE CARBOIDRATOS
1 – TESTE DE MOLISCH
O teste de Molisch é considerado uma reação geral para carboidratos livres ou combinados, mas não é
específica, porque pode ocorrer com outras substâncias. Por isso, quando positiva não indica necessariamente
presença de um carboidrato, mas sendo não reagente, indica seguramente sua ausência.
REAGENTE DE MOLISCH
Carboidratos 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA
ROTEIRO DAS AULAS PRÁTICAS DE BIOQUÍMICA
PROF. DR. MAXIMILIANO ZIERER
Dissolva 20g de α-naftol em 100 mL de etanol 94°GL.
TÉCNICA
1) Material:
a. Soluções e reagentes:
i. Reagente de Molisch;
ii. Solução de Ácido Sulfúrico (H2SO4) concentrado;
iii. Solução de glicose 1%;
iv. Solução de sacarose 1%;
v. Solução de amido 1%
vi. Água destilada.
b. Vidraria:
i. 4 tubos de ensaio;
ii. 5 pipetas de 2 mL.
2) Procedimento:
a. Numere os tubos de ensaio;
b. Prepare os tubos com as seguintes soluções:
i. Tubo 1 com 1 mL de solução de glicose 1%;
ii. Tubo 2 com 1 mL de solução de sacarose 1%;
iii. Tubo 3 com 1 mL de solução de amido 1%;
iv. Tubo 4 com 1 mL de água destilada.
c. Adicione duas gotas do reagente de Molisch em cada tubo;
d. Agite os tubos;
e. Adicione cuidadosamente e sem agitação 1 mL de ácido sulfúrico (H 2SO4) concentrado,
inclinando o tubo e deixando escorrer lentamente pelas paredes;
f. Deixe o tubo em repouso na estante por 5 minutos;
g. Observe e anote os resultados.
2 – TESTE DO LUGOL
O iodo presente no lugol reage com a amilose formando um complexo de cor azul escuro ou intenso
pela oclusão ou aprisionamento do iodo nas cadeias lineares da amilose. A reação com o glicogênio ou com as
dextrinas formam um complexo de cor marrom avermelhado porque a interação com o iodo é menor e a
coloração então, menos intensa. Outros carboidratos poliméricos como a celulose ou mono e dissacarídeos não
formam esse complexo com o iodo por não apresentarem uma conformação que interaja com o iodo.
Carboidratos 2
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ROTEIRO DAS AULAS PRÁTICAS DE BIOQUÍMICA
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SOLUÇÃO DE LUGOL
Dissolva 100 g de KI e 50 g de I2 em 100 mL de água destilada e complete o volume para 1 L.
TÉCNICA
1) Material:
a. Soluções e reagentes:
i. Solução de Lugol;
ii. Solução de glicose 1%;
iii. Solução de sacarose 1%;
iv. Solução de amido 1%
v. Água destilada.
b. Vidraria:
i. 4 tubos de ensaio;
ii. 5 pipetas de 2 mL.
2) Procedimento:
a. Numere os tubos de ensaio;
b. Prepare os tubos com as seguintes soluções:
i. Tubo 1 com 1 mL de solução de glicose 1%;
ii. Tubo 2 com 1 mL de solução de sacarose 1%;
iii. Tubo 3 com 1 mL de solução de amido 1%;
iv. Tubo 4 com 1 mL de água destilada.
c. Adicione duas gotas do reagente de Lugol em cada tubo;
d. Agite os tubos;
e. Aqueça um pouco no banho maria o tubo 3 até a mudança de coloração;
f. Resfrie em água corrente e observe;
g. Observe e anote os resultados de todos os tubos.
Carboidratos 3
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1 – REAÇÃO DE BENEDICT
REAGENTE DE BENEDICT
Dissolva 173 g de citrato de sódio (C 6H5O7Na3.5H2O) e 100 g de carbonato de sódio anidro (Na 2CO3)
em 800 mL de água a quente. Filtre se necessário e complete o volume para 850 mL. Dissolva 17,3 g de sulfato
de cobre (CuSO4) em 100 mL de água e adicione na primeira solução aos poucos, agitando continuamente.
Complete então o volume para 1 L. A solução final pode ser conservada por muito tempo.
TÉCNICA
1) Material:
a. Soluções e reagentes:
i. Reagente de Benedict;
ii. Solução de glicose 1%;
iii. Solução de sacarose 1%;
iv. Solução de frutose 1%;
v. Solução de amido 1%
vi. Água destilada.
b. Vidraria:
i. 5 tubos de ensaio;
ii. 6 pipetas de 2 mL.
2) Procedimento:
a. Numere os tubos de ensaio;
b. Prepare os tubos com as seguintes soluções:
i. Tubo 1 com 1 mL de solução de glicose 1%;
ii. Tubo 2 com 1 mL de solução de sacarose 1%;
iii. Tubo 3 com 1 mL de solução de frutose 1%;
iv. Tubo 4 com 1 mL de solução de amido 1%;
v. Tubo 5 com 1 mL de água destilada.
c. Adicione 1 mL do reagente de Benedict em cada tubo;
d. Aqueça em banho maria por 3 minutos;
e. Observe e anote os resultados.
Carboidratos 4
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III – DIFERENCIAÇÃO ENTRE ALDOSES E CETOSES
1 – REAÇÃO DE SELIWANOFF
REAGENTE DE SELIWANOFF
Dissolva 0,05 g de resorcina (resorcinol) [C6H4(OH)2] em 100 mL de HCL.
TÉCNICA
1) Material:
a. Soluções e reagentes:
i. Reagente de Seliwanoff;
ii. Solução de glicose 1%;
iii. Solução de sacarose 1%;
iv. Solução de frutose 1%;
v. Água destilada.
b. Vidraria:
i. 4 tubos de ensaio;
ii. 5 pipetas de 2 mL.
2) Procedimento:
a. Numere os tubos de ensaio;
b. Prepare os tubos com as seguintes soluções:
i. Tubo 1 com 1 mL de solução de glicose 1%;
ii. Tubo 2 com 1 mL de solução de sacarose 1%;
iii. Tubo 3 com 1 mL de solução de frutose 1%;
iv. Tubo 5 com 1 mL de água destilada.
c. Adicione 2 mL do reagente de Seliwanoff em cada tubo;
d. Aqueça em banho maria por 12 minutos, observando de 3 em 3 minutos a reação;
e. Observe e anote os resultados.
IV – HIDRÓLISE DE DI E POLISSACARÍDEOS
A sacarose é um dissacarídeo encontrado nas plantas (açúcar comum) e é formada por uma
unidade de D-glicose e uma de D-frutose com uma ligação do tipo Gli α(1:2)β Fru. Como a ligação
glicosídica da sacarose ocorre entre os carbonos anoméricos, então a sacarose não é um açúcar
redutor.
Carboidratos 5
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O amido é o material de reserva celular dos vegetais. Contêm dois tipos de polímeros da
glicose, a amilose e a amilopectina. A amilose é formada por cadeias longas, não ramificadas, de
unidades de D- glicose com ligações do tipo Gli α(1:4) Gli. A amilopectina é muito ramificada e
formada por ligações glicosídicas tanto do tipo Gli α(1:4) Gli quanto Gli α(1:6) Gli.
1 – HIDRÓLISE DA SACAROSE
TÉCNICA
1) Material:
a. Soluções e reagentes:
i. Solução de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado;
ii. Reagente de Benedict;
iii. Solução de sacarose 1%;
iv. Água destilada.
b. Vidraria:
i. 2 tubos de ensaio;
ii. 4 pipetas de 2 mL.
2) Procedimento:
a. Numere os tubos de ensaio;
b. Prepare os tubos com as seguintes soluções:
i. Tubo 1 com 2 mL de solução de sacarose 1%;
ii. Tubo 2 com 2 mL de solução de sacarose 1%.
c. Adicione 3 gotas da solução de ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado no tubo 1;
d. Adicione 3 gotas de água destilada no tubo 2;
e. Aqueça em banho maria por 3minutos;
f. Observe e anote os resultados;
g. Acrescente 2 mL do reagente de Benedict em cada tubo;
h. Agite os tubos;
i. Aqueça em banho por mais 3 minutos;
j. Observe e anote os resultados.
2 – HIDRÓLISE DO AMIDO
Quando o amido é tratado por um ácido a quente sofre uma sucessão de hidrólises formando dextrinas
(amilo, eritro e acrodextrinas), maltose e glicose como produto final. As dextrinas são classificadas pela
coloração que fornecem quando reagem com a solução de Lugol. A maltose e a glicose possuem propriedades
redutores que podem ser reconhecidas pela reação de Benedict.
Carboidratos 6
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Carboidrato Lugol Benedict Cor
Amido + - Azul
Amilodextrina + - Roxa
Eritrodextrina + - Vermelha
Acrodextrina - - Incolor
Maltose - + Vermelha
Glicose - + Vermelha
TÉCNICA
1) Material:
a. Soluções e reagentes:
i. Solução de ácido clorídrico (HCl) 2N;
ii. Reagente de Benedict;
iii. Solução de Lugol;
iv. Solução de amido 1%.
b. Vidraria:
i. 7 tubos de ensaio;
ii. 2 pipetas de 10 mL;
iii. 1 pipeta de 5 mL;
iv. 1 pipeta de 2 mL;
v. 1 erlenmeyer de 100 mL.
2) Procedimento:
a. Coloque 30 mL da solução de amido 1 % no erlenmeyer;
b. Acrescente 6 mL da solução de ácido clorídrico (HCl) 2N;
c. Numere os tubos de ensaio;
d. Coloque 3 mL da mistura do erlenmeyer em cada tubo;
e. No tubo 1 acrescente uma gota da solução de Lugol;
f. Observe e anote os resultados;
g. Coloque os tubos de 2 a 7 no banho maria;
h. A cada 5 minutos, retire um tubo do aquecimento e resfrie em água corrente;
i. Acrescente uma gota da solução de Lugol;
j. Observe e anote os resultados;
k. Ao retirar o último tubo (Tubo 7), resfrie em água corrente;
l. Adicione 2 mL do Reagente de Benedict;
m. Retorne ao banho maria por mais 3 minutos;
n. Observe e anote os resultados;
o. Preencha a tabela.
Carboidratos 7