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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA

CURSO: FARMÁCIA DBQ0023


DOCENTE: PROFª. LUCIANA GUIMARÃES ALVES FILGUEIRA

PRÁTICA: EXTRAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE


CARBOIDRATOS
Os carboidratos podem ser definidos como poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas, seus polímeros, seus produtos de
redução, seus produtos de oxidação ou seus produtos de substituição. A função mais importante dos carboidratos no organismo é
servir como combustível, fornecendo a fonte principal de energia, graças a sua oxidação a CO 2 e H2O, através de uma reação
completa, de importância fundamental no metabolismo de todos os componentes da célula animal. Para um completo entendimento
de muitas reações que se processam com os carboidratos nos seres vivos, é indispensável o conhecimento de suas estruturas e de
suas reações de identificação. Apresentamos a seguir uma série de reações clássicas, geralmente reações coloridas que apesar do
advento da técnica de cromatografias, ainda são muito utilizadas para identificação dos diversos tipos de carboidratos.

PARTE 1

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO

O amido encontra-se largamente distribuído no reino vegetal, sendo encontrado em sementes, tubérculos, etc.. Dentro das
células encontra-se em forma de grânulos, sendo característica a aparência microscópica dos amidos de diferentes fontes.
Estruturalmente o amido apresenta-se em duas formas: Amilose - forma linear do amido, apresenta apenas ligações do tipo  - (1,4)
entre os monômeros de glicose, e amilopectina- forma ramificada do amido, além das ligações do tipo -(1,4), possuem ligações do
tipo -(1,6) que lhes confere uma forma ramificada, esta forma corresponde a 80% do amido encontrado na dieta. Quando se aquece
uma suspensão de amido em água os grânulos se desintegram e formam uma solução colóide de amido.

I – Extração e preparo da solução de Amido

1. Raspar com uma espátula a batatinha em 50 mL de água destilada, sem desprezar o líquido
formado;
2. Filtrar o material do béquer para um segundo béquer utilizando gaze e funil;
3. Deixar o béquer em repouso por 10 minutos e verificar o surgimento de um precipitado branco no
fundo do béquer;
4. Separar cuidadosamente o sobrenadante do precipitado do béquer por decantação;
5. Ao precipitado adicionar 40 mL de água morna (procurar o técnico para obter a água) ao béquer,
misturando com bastão de vidro até a formação de uma solução opalescente. Esta será a sua solução
de amido, a ser utilizada nos experimentos a seguir.

II – Reações de caracterização do amido

a) REAÇAO DE MOLISCH

Os ácidos concentrados causam a desidratação dos monossacarídeos. Se oligossacarídeos ou


polissacarídeos estiverem presentes eles são inicialmente hidrolizados aos seus monossacarídeos constituintes
para então serem desidratados. As pentoses (5C) dão o furfural e as hexoses (6C) e hidroximetilfurfural.
Vários compostos fenólicos tais como timol, alfa-naftol se condensam com furfuralou seus derivados para
dar compostos coloridos de estrutura ainda pouco conhecidas.
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Metodologia:

1. Transferir 2 mL de solução de amido para um tubo;


2. Adicionar 3 gotas do reativo de alfa-naftol e misturar bem;
3. Adicionar cuidadosamente, 2 mL de ácido sulfúrico concentrado, fazendo-o escorrer pela parede do
tubo;
4. Registrar o ocorrido.

b) REAÇÃO DO IODO

O iodo com amilose (fração não ramificada do amido) origina um complexo de cor azul escuro
característico. A cor é dada por um complexo instável (produto de adsorsão) constituído por amido, iodo
atômico, iodo iônico e água. O glicogênio e a amilopectina de estruturas semelhantes (ramificadas), se coram
de marrom avermelhado. As dextrinas (produtos de hidrólise do amido) dão cores várias, de roxo e vermelho
dependendo da estrutura e extensão molecular. A coloração resulta de um complexo bastante lábil que
desaparece pelo aquecimento brando.

Metodologia

1. Transferir 2 mL da solução de amido para um tubo


de ensaio;Adicionar uma gota de lugol;
2. Observar e registrar
3. Aquecer o tubo a 90oC por 5 min (lamparina) e
observar alterações.Deixar o tubo esfriar e
observar alterações;
4. Observar e registrar
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PARTE 2

IDENTIFICAÇÃO DE CARBOIDRATOS REDUTORES: TESTE DE BENEDICT

Os monossacarídeos e alguns oligossacarídeos possuem em sua estrutura molecular um grupo aldeídico ou cetônico livre
em potencial, o qual poderá reduzir certos ions metálicos. Reagentes alcalinos de sais de cobre são muito usados para pesquisa de
açucares redutores. No reativo de Benedict existe uma pequena porção de hidróxido cúprico em equilíbrio com o cuprocitrato de
sódio, sal complexo e hidrossolúvel. Sob a ação de calor e do álcali, os açúcares redutores se decompõem, parcialmente, em
fragmentos oxidáveis pelo hidróxido cúprico (azul). Nesta reação o hidróxido cúprico se reduz a hidróxido cuproso (amarelo) e pelo
aquecimento contínuo o hidróxido cuproso transforma-se em óxido cuproso (vermelho). A reação é positiva para todas as oses e
quase todos os dissacarídeos. A sacarose faz exceção em virtude de não possuir grupo cetônico ou aldeídico livre (ambos estão
comprometidos na ligação glicosídica). Pela mesma razão, a reação é negativa para os tri- e tetrassacarídeos. Os polissacarídeos,
como amido e glicogênio, também não reduzem o reativo de Benedict, pois são poucos os radicais aldeídicos livres em relação à
extensão molecular.

Metodologia:

1. Em 3 tubos (A,B e C), colocar 5 mL do reativo de Benedict (em cada);


2. Adicionar 0,5 mL das soluções amostras (A- glicose; B- sacarose; C- amido) e ferver durante 3
minutos na lamparina.
3. Observar e registrar.

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