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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA/ BACHARELADO EM QUÍMICA


INDUSTRIAL

ANDERSON SALES NASCIMENTO

BORO

CAMPINA GRANDE – PB

2022
Sumário
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................2
2. OBJETIVOS......................................................................................................................3
3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................3
3.1. MATERIAIS................................................................................................................3
3.1.1.Vidrarias............................................................................................................3
3.1.2.Reagentes...........................................................................................................4
3.2. MÉTODOS..................................................................................................................4
3.2.1 Comportamento químico do ácido bórico .......................................................4
3.2.2 Preparação do anidrido bórico (B2O3) pela desidratação do ácido bórico
em alta temperatura...........................................................................................................5
3.2.3 Preparação do boro pela redução do anidrido bórico com magnésio.............5
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................................6
4.1 COMPORTAMENTO QUÍMICO DO ÁCIDO BÓRICO.....................................6
4.2 PREPARAÇÃO DO ANIDRIDO BÓRICO (B2O3) PELA DESIDRATAÇÃO
DO ÁCIDO BÓRICO EM ALTA TEMPERATURA.........................................................7
4.3 PREPARAÇÃO DO BORO PELA REDUÇÃO DO ANIDRIDO BÓRICO COM
MAGNÉSIO........................................................................................................................8
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................9
6. REFERÊNCIAS.................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO
O grupo 13 ou grupo do Boro, tem-se dentre suas características, 3 elétrons na
última camada, ou seja, a camada de valência. Nessa família, encontra-se o boro, onde
entre os elementos da sua família ele é o único não metal, sendo todos os outros metálicos,
constituído pelo alumínio, gálio, índio, tálio e nihônio, tendo-se como destaque nesse
procedimento o alumínio.
“O boro é um não metal e sempre forma ligações covalentes. Normalmente
forma três ligações covalentes com ângulos de 120ºC entre si, utilizando
orbitais híbridos sp2. O boro não possui nenhuma tendência de formar
compostos monovalentes. Todos os compostos BX3 são deficientes em elétrons
e podem receber mais um par de elétrons de um outro átomo, formando uma
ligação coordenada.” (LEE, 1999, p. 180).
Segundo Lee (1999, p.180), o boro também forma diversos compostos nos quais
os átomos se dispõem de forma a gerar uma estrutura semelhante a um cesto aberto, bem
como algumas estruturas em forma de poliedros fechados [...].
“O boro é um elemento bastante raro, mas é bem conhecido, pois ocorre em
depósitos concentrados de bórax, Na[B4O3(OH)4].8H2O, e de kernita,
Na2[BaO5(OH)4].2H2O. Os maiores depósitos se encontram no deserto de
Mojave (Califórnia, EUA) e no Vale da Morte (Utah, EUA). Ambas são
regiões desérticas. Durante um longo período de tempo, a chuva arrastou esses
sais alcalinos das encostas dos morros para os lagos nos vales. Muito tempo
depois esses lagos secaram, deixando depósitos sólidos na superfície, com
espessuras de 10 a 50 metros.” (LEE, 1999, p. 180).

Ao mesmo tempo, sabe-se que o boro se encontra também junto com outros
elementos, como por exemplo o sesquióxido de boro (B2O3). Assim como a maioria dos
elementos, o boro tem sua importância e utilidade para humanidade, tendo-se aplicações
para produção de materiais humanos, dentre outros.
“Uma importante aplicação do boro é na fabricação de barras de controle, de
aço-boro ou de carbetos de boro, para reatores nucleares. O boro possui
elevada seção transversal de captura de nêutrons. As barras de controle são
introduzidas no reator para absorver parte dos nêutrons e com isso diminuir a
velocidade da reação de fissão nuclear. O carbeto de boro também é usado
como abrasivo. O boro é usado para frabricar aços resistentes ao impacto, pois
aumenta o ponto até o qual o aço pode ser temperado.” (LEE, 1999, p. 181).
Além disso, para essa prática utiliza-se o ácido ortobórico (H3BO3) e o
sesquióxido de boro (B2O3), que como tantos outros elementos e substâncias também tem
diversas aplicações e utilizações.
“O sesquióxido de boro, B2O3, é usado na fabricação de vidros do tipo
borossilicato, resistentes ao calor (por exemplo Pyrex, que contém 14% de
B2O3). O vidro do tipo borossilicato possui menor coeficiente de expansão
térmica e pode ser trabalhado mais facilmente que o vidro alcalino
convencional. H3BO3, B2O3 e borato de cálcio são utilizados na obtenção de
fibras de vidro isentas de sódio, empregadas como isolantes térmicos em
casas.” (LEE, 1999, p. 181).

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2 OBJETIVOS
Ter o entendimento teórico a partir da utilização de cunho prático do
comportamento químico do ácido bórico, além de se realizar a desidratação do ácido
bórico e alta temperatura, obtendo-se a preparação do anidrido bórico. Por fim, ter-se a
redução do anidrido bórico com magnésio para obter a preparação do boro.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS
3.1.1 Vidrarias
 Luva;
 Pisseta;
 Béqueres;
 Tubos de ensaio;
 Tubo de ensaio resistente;
 Estante para tubos de ensaio;
 Pipeta graduada;
 Pipeta pasteur;
 Pêra;
 Espátula;
 Papel indicador;
 Bastão de vidro;
 Bico de gás;
 Cadinho;
 Capilar de vidro;
 Papel de filtro;
 Erlenmeyer;
 Gral;
 Caixa de fósforo;
 Suporte de ferro;
 Óculos de proteção.

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3.1.2 Reagentes
 Água destilada;
 Glicerina;
 Ácido bórico;
 Metanol;
 Solução de H2SO4 1M;
 HCl diluído 4M.

3.2 MÉTODOS
Para realização da análise experimental, dividiu-se o procedimento realizado em
3 partes, tendo-se um melhor entendimento da teoria diante do processo, temos:

3.2.1 Comportamento químico do ácido bórico


Inicialmente, acoplou-se 4 tubos de ensaio em uma estante própria para a vidraria,
em seguida, pipetou-se 2 mL de água em todos os tubos. Posteriormente, adicionou-se,
com uma pipeta pasteur 1 mL de glicerina nos tubos 2 e 4, já contendo água destilada.
Dando sequência ao procedimento, nos tubos 3 e 4 adicionou-se uma pequena quantidade
de ácido bórico (H3BO3). Obtendo assim, em seus respectivos tubos:
 Tubo 1: 2 mL de água destilada;
 Tubo 2: 2 mL de água destilada + 1 mL de glicerina;
 Tubo 3: 2 mL de água destilada + uma pequena quantidade de H3BO3;
 Tubo 4: 2 mL de água destilada + 1 mL de glicerina + uma pequena
quantidade de H3BO3.
Agitou-se as soluções e mediu-se seu pH de todos os tubos imediatamente, e
esperou-se 1 hora para repetir o teste de pH, podendo-se fazer a comparação. Como
podemos observar na imagem abaixo:

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Figura 1- Teste de pH das soluções dos tubos de ensaio

Fonte: Própria, 2022.


Partindo-se para a etapa 2 do procedimento, com o auxílio da capela, transferiu-
se o metanol para um béquer e pipetou-se 5 mL. Em um outro béquer adicionou-se o
ácido bórico e transferiu-se para o béquer contendo o metanol e agitou-se até completar
a dissolução do ácido bórico. Com uma pipeta pasteur, adicionou-se 2 gotas de ácido
sulfúrico 1M e agitou-se novamente. Transferiu-se uma amostra do produto formado para
um capilar de vidro, acendeu-se o fósforo, levando-se a chama a substância inserida no
capilar, observando-se a uma chama verde.

3.2.2 Preparação do anidrido bórico (B2O3) pela desidratação do ácido bórico


em alta temperatura
Em um cadinho, adicionou-se ácido bórico cristalizado, acoplou-se o cadinho a
tela de amianto, sobre o suporte de ferro, e acendeu-se a chama do mesmo do bico de gás,
observando-se a reação com a elevação da temperatura, tendo-se uma desidratação da
substância, observando-se as características da amostra obtida.

3.2.3 Preparação do boro pela redução do anidrido bórico com magnésio


Com o anidrido bórico (B2O3), adicionou-se a substância sólida em um gral, e
pulverizou-se o reagente. Na mesma vidraria, misturou-se o anidrido com magnésio em
pó, adicionando-se uma quantidade próxima a quantidade do anidrido já contido no gral
e pulverizou-se novamente.
Posteriormente transferiu-se o pó de Mg e B2O3 para um tubo de ensaio resistente,
fixou-se o mesmo em um suporte universal, deixando-se acima do bico de gás, fez-se o
aquecimento da mistura até observa-se um conteúdo incandescente. Após o aquecimento,
esperou-se esfriar a amostra, em seguida, com uma pipeta pasteur adicionou-se ácido

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clorídrico diluído 4M no tubo contendo a amostra, observando-se a liberação do gás e o
aquecimento do tubo, obtendo-se uma reação exotérmica. Partindo para o sistema de
filtração. Como podemos observar na imagem abaixo:
Figura 2- Processo de filtração

Fonte: Própria, 2022.


Por fim, acoplou-se o papel filtro ao funil de vidro, sobre um erlenmeyer,
transferiu-se a solução para a realização da filtração, fazendo-se a lavagem do tubo de
ensaio para que minimizasse a perca do produto final pretendido, observando-se os
reagentes que não reagiram na solução e o produto formado no papel filtro.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 COMPORTAMENTO QUÍMICO DO ÁCIDO BÓRICO


Ao adicionar as substâncias nos determinados tubos, agitou-se e fez-se o teste do
pH, após 1 hora repetiu-se o teste para os tubos 3 e 4, contendo-se entre as substâncias do
tubo o ácido bórico, obtendo-se os seguintes resultados:
Tabela 1- Teste de pH para os determinados tubos utilizados
Teste do pH
Tubos Substâncias Teste do pH
(após 60 min)
1 H 2O 6 -
2 H2O + Glicerina 5 -
3 H2O + Ácido bórico 5 5
4 H2O + Glicerina + Ácido bórico 4 4
Fonte: Própria, 2022.
Observa-se que após um tempo da primeira aferição, comparado com a primeira
não houve variação do pH dos tubos 3 e 4, denotando-se que não houve modificação do
mesmo ao determinado tempo esperado. Podendo haver interferência nos resultados

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devido ao tempo mínimo para a realização do procedimento, acelerando o processo
podendo aferir valores errôneos.
Partindo-se para a segunda etapa, após ser feita a mistura de 5 mL de metanol,
adicionando o ácido bórico e as duas gotas de ácido sulfúrico 1M, transferindo-se a
solução para um capilar, acendeu-se o fósforo obtendo-se a chama de coloração verde.
Como podemos observar na imagem abaixo:
Figura 3- Obtenção da chama de coloração verde

Fonte: Própria, 2022.


Observando-se uma coloração característica, perdendo sua coloração ao decorrer do
tempo, isso acontece devido a formação do borato de etila formado na reação, havendo
uma excitação de energia dos elétrons, emitindo luz. Tendo-se um melhor entendimento
do procedimento na equação 1:
H3BO3 + 3CH3OH → B(OCH3)3 + 3H2O (eq. 1)

4.2 PREPARAÇÃO DO ANIDRO BÓRICO (B2O3) PELA DESIDRATAÇÃO DO


ÁCIDO BÓRICO E ALTA TEMPERATURA
Nesse procedimento, após transferir a ácido bórico cristalizado para o cadinho e
aquecer suavemente no bico de gás, obteve-se um líquido viscoso, incolor e transparente.
Observando-se nas imagens abaixo:

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Figura 4- Aquecimento do ácido bórico Figura 5- Obtenção do anidrido bórico

Fonte: Própria, 2022. Fonte: Própria, 2022.


Acontecendo a desidratação do ácido bórico e a formação do produto, sendo o
anidrido bórico, juntamente com água. Tendo-se um melhor entendimento do
procedimento, para a equação dessa reação, tem-se:
B(OH)3 + CH3OH → B(OCH3)3 + 3H2O (eq. 2)

4.3 PREPARAÇÃO DO BORO PELA REDUÇÃO DO ANIDRIDO BÓRICO


COM MAGNÉSIO
Após pulverizar o anidrido bórico, obtido na etapa anterior, e pulverizar junto ao
mesmo o magnésio em pó, fez-se o processo de aquecimento no bico de gás, obtendo-se
o conteúdo incandescente. Tendo-se uma reorganização dos átomos na reação, obtendo-
se o boro e óxido de magnésio. Para essa reação tem-se a equação:
𝐵2 𝑂3 + Mg → 2Br + 3MgO (𝑒𝑞. 3)
Em seguida, ao deixar esfriar a solução e adicionar o HCl diluído, observou-se
que o mesmo dissolveu o excesso de magnésio e o óxido de magnésio formado no tubo,
tendo-se a liberação do gás hidrogênio e água nas reações, como podemos observar
abaixo:
Mg + 2HCl → MgCl2 + H2 (eq. 4)
MgO + 2HCl → MgCl2 + H2O (eq. 5)
Ilustrado na figura 6 o processo de reação do HCl com o óxido de magnésio e o
excesso de magnésio.

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Figura 6- Reação do HCl com o Mg e MgO

Fonte: Própria, 2022.


Por fim, ao filtrar a amostra, adquiriu-se um pó escuro de boro amorfo sobre o
papel filtro e as demais substâncias que não reagiram, tendo-se também a formação do
boro nas paredes do tubo de ensaio, ilustrados nas figuras 7 e 8:
Figura 7- Amostrada filtrada Figura 8- Boro no tubo de ensaio

Fonte: Própria, 2022. Fonte: Própria, 2022.


Observando-se na imagem 7, ainda no processo de filtração, dentre as substâncias
é notório a água entre elas, e de modo ilustrado nas equações 4 e 5, denotando-se ainda a
o cloreto de magnésio, com o intuito de separar e obter apenas o boro, como podemos
observar na imagem 8, concluindo o procedimento.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da análise feita ao decorrer do procedimento, viu-se as diferentes
características e o comportamento do ácido bórico, analisando seu pH com diferentes
substâncias, denotando-se que não variou depois de 1 hora de espera. Além disso, viu-se

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a obtenção da chama de coloração verde, após reagir o mesmo com 5 mL de etanol e o
ácido sulfúrico, devido a presença do boro na solução.
Além de se fazer a preparação do anidrido bórico, e a partir do mesmo obter-se o
boro, em uma questão de etapas e procedimentos, cumprindo efetivamente com o objetivo
final, denotando-se um procedimento bem-sucedido. Auxiliando, e desenvolvendo as
habilidades práticas e formulando conhecimento teórico do assunto abordado,
relacionado ao boro.

6 REFERÊNCIAS
LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora
Edgard Blücher Ltda. p. (180, 181), 1999.

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