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- Masoquismo - Dinâmica

- Frustração das demandas - Impulso Destrutivo - Sadismo

- Impulso bloqueado - Volta-se para dentro contra a própria pessoa -

masoquismo.

- Masoquista - depende dos outros para liberar suas tensões, não importa quão

leves sejam.

- Busca do prazer – mecanismo perturbador faz com que fracasse.

- Sintomas masoquistas na neurose são frequentes

- Dano para a criança:

- Contradição dos pais

- Incoerência de atitudes

- Culpa – amor e ódio

CARACTERÍSTICAS E SINTOMAS

1º - Gemidos e queixumes ininterruptos

Mãe permissiva / Pai castrador (prende / não libera)

Exibicionismo disfarçado / vitimismo

2º - Compulsão por torturar os outros

Descompressão / alívio da tensão / carga

Busca do outro para assumir a culpa

3º - Comportamento desajeitado / atáxico


Aparência desengonçada

Sente-se estúpido e feio (exibicionismo reprimido)

“Atolado” – Ordens e contra ordens

4º - Necessidade crônica de danificar e depreciar a si mesmo

- sente-se inferior / envergonhado

- teme rejeição e desapontamento

5º - Medo de abandono, pede amor exagerado (exigente) insaciável

Hipersensibilidade ao frio / pele contraída pela ansiedade

6º - Orgasmo de curva achatada

Excitação mal definida

Não suporta a expansão sem descarga completa

TERAPIA

1º - Retomar o sadismo – expressar a raiva / estimular

2º - Aparece genitalidade infantil e medo da castração / ansiedade

Explicar e repetir com paciência e amizade

3º - Progressão natural da pré-genitalidade para a genitalidade (você pode!)

4º - Eliminar espasticidade anal e genital – sustentar-se no lugar do desejo! No corpo!

Em si!

5º - Eliminar a ansiedade genital e a necessidade de por o terapeuta em situação

desconfortável (agressão disfarçada)


CONFLITO NEURÓTICO  Desejo sexual x medo punição

Masoquista

Inibe prazer intenso

Desprazer

Pai Mãe  conflitando  Sofrimento

castiga elogia contradição

Contradição mãe – elogia a nível anal / proíbe a nível fálico

Tensão crônica – depende de fontes externas para aliviar

“Você é quem tem que me propiciar alívio; eu não consigo”

Sofrimento masoquista  é real / objetivo e não é desejado subjetivamente

Autodegradação – defesa contra a castração

Fantasias – relaxamento isento de culpa

BAKER, E. F. O Labirinto Humano: as causas do bloqueio da energia sexual. São Paulo: Summus,
1980.

A contraditória rima entre amor e dor, do ponto de vista clínico, concerne especialmente à

problemática do sadismo e do masoquismo, com ênfase no problema gerado por esta última
manifestação clínica, estruturada em torno da obtenção de prazer através da submissão ao

sofrimento. Nascida na clínica freudiana, a metapsicologia do masoquismo remete,

igualmente, a uma discussão sobre as possibilidades da cura, em face do aparentemente

inexorável poder da repetição.

Uma continuação do sadismo que se volta contra a própria pessoa, que com isso assume, para

começar, o lugar do objeto sexual. A análise clínica dos casos extremos de perversão

masoquista mostra a colaboração de uma ampla série de fatores (como o complexo de

castração e a consciência de culpa) no exagero e fixação da atitude sexual passiva originária

(FREUD, 1974, p.160).

em 1924, com “O problema econômico do masoquismo”. Nele, Freud apresenta três

possibilidades para o masoquismo: O masoquismo apresenta-se à nossa observação sob três

formas: como condição imposta à excitação sexual, como expressão da natureza feminina e

como norma de comportamento (behavior). Podemos, por conseguinte, distinguir um

masoquismo erógeno, um masoquismo feminino e um masoquismo moral. O primeiro

masoquismo, o erógeno — prazer no sofrimento — jaz ao fundo também das outras duas

formas. Sua base deve ser buscada ao longo de linhas biológicas e constitucionais e ele

permanece incompreensível a menos que se decida efetuar certas suposições sobre assuntos

que são extremamente obscuros. A terceira, e sob certos aspectos a forma mais importante

assumida pelo masoquismo, apenas recentemente foi identificada pela psicanálise como um

sentimento de culpa que, na maior parte, é inconsciente [...] (1974, p.201-202)

Em se tratando do masoquismo feminino, Freud comenta: Havendo, porém, uma oportunidade

de estudar casos em que as fantasias masoquistas foram, de modo especial, ricamente


elaboradas, de imediato se descobre que elas colocam o indivíduo numa situação

caracteristicamente feminina; elas significam, assim, ser castrado, ou ser copulado, ou dar à luz

um bebê. Por essa razão chamei essa forma de masoquismo, a potiori por assim dizer [isto é,

com base em seus exemplos extremos], de forma feminina, embora tantas de suas

características apontem para a vida infantil (FREUD, 1974, p.202-203)

A libido tem a missão de tornar inócua a pulsão destruidora e a realiza desviando essa pulsão,

em grande parte, para fora — e em breve com o auxílio de um sistema orgânico especial, o

aparelho muscular — no sentido de objetos do mundo externo. A pulsão é então chamada de

pulsão destrutiva, pulsão de domínio ou vontade de poder. Uma parte da pulsão é colocada

diretamente a serviço da função sexual, onde tem um papel importante a desempenhar. Esse é

o sadismo propriamente dito. Outra porção não compartilha dessa transposição para fora;

permanece dentro do organismo e, com o auxílio da excitação sexual acompanhante acima

descrita, lá fica libidinalmente presa. É nessa porção que temos de identificar o masoquismo

original, erógeno (FREUD, 1974, p.204).

Laplanche alcança, assim, o ápice de sua argumentação, ao ressaltar que, nessa fantasia

recalcada, o masoquismo representa, certamente, uma etapa da série de movimentos que

constituem a própria sedução: “é, por certo, o segundo tempo — masoquista, inconsciente,

recalcado — que inaugura a sexualidade, a pulsão sexual no sujeito” com a implantação de

uma “mensagem dirigida ao ego, mensagem ao mesmo tempo não sexual e sexual”, de sorte

que “o movimento inicial do sadomasoquismo não é centrífugo, mas centrípeto” (LAPLANCHE,

2008, p.454).
Fazer face à essencial passividade da situação infantil, eis a maior tarefa da simbolização.

Aquilo de que a simbolização, concebida como tradução impossível, deixa de dar conta é a

fantasia inconsciente. Ela, somente, é a única fonte da pulsão sexual humana. Em relação a ela,

estamos todos numa posição de essencial passividade, uma posição de “masoquismo

originário” (LAPLANCHE, 2008, p.455).

O fracasso de Freud em vencer essa "reação terapêutica negativa" no caso do

masoquismo, levou-o a formular o conceito de instinto de morte,

a solução clínica para o problema, proposta por Reich, indicou o modo de se

compreender a base biológica da neurose.

A refutação clínica feita por Reich da teoria do instinto de morte não invalidou

totalmente as deduções de Freud. Se negarmos a existência de um masoquismo

primário, ou seja, de um instinto de morte, ainda estaremos de acordo que o

masoquismo clínico é um sadismo voltado contra si mesmo.

O masoquista experiencia a ansiedade quando está sob pressão do ambiente

profissional ou de relacionamentos sociais.

Um paciente de Reich a descreveu como o "pântano ou atoleiro masoquista", ambas

expressões muito adequadas. Sentimentos negativos conscientes não são nunca

encontrados em outros tipos de carater, no grau em que são sentidos ou expressos

pelo masoquista.
Embora tivesse sido forte e grande fisicamente, quando menino, "tinha muito medo de

entrar numa luta corporal com qualquer pessoa". Não defendia seus direitos.

Reich resumiu os principais traços do caráter masoquista, do seguinte modo:

"subjetivamente, existe uma sensação c r ô n i c ade sofrimento que, objetivamente,

aparece como uma tendência a se queixar; as tendências crônicas à autodestruição e

autodepre- ciacão (masoquismo moral) e uma compulsão a torturar outros, fazem o

paciente sofrer tanto quanto o objeto. Todos os caracte- res masoquistas mostram um

comportamento estático, especifica- mente desajeitado em suas maneiras e em seu

relacionamento

com outros, freqüentemente de modo tão acentuado que dá a impressão de

deficiência mental".

Ele disse que havia experienciado esta tensão no abdômen enquanto trabalhava.

Independentemente destas condições, sempre se sentia sob pressão no trabalho e

tinha que esforçar-se para conseguir algum alívio. Se a pressão no abdômen ficava

muito forte, se desenvolvia numa sensação de aflição.

Traduzindo para uma escala maior, pode- mos dizer que o masoquista não nega a

realidade como o faz o

esquizofrênico, nem tampouco rejeita suas demandas à maneira do caráter oral.Aceita

a realidade, ao mesmo tempo em que luta contra ela, admitindo a racionalidade de

suas exigências ao mesmo tempo em que resiste a elas.


Reich (1949, págs. 25 e 226) diz que "a tortura masoquista, a queixa masoquista, a

provocação e o sofrimento, todos se expli- cam com base na frustração fantasiada ou

real de uma exigência

de amor, excessiva e que não pode ser gratificada. Este é um mecanismo específico

do caráter masoquista e, de nenhuma outra forma de neurose"

enquanto sua insatisfação sexual perdurasse, não se podia contar com uma melhora

permanente. A descarga energética, tanto como função genital quanto como em

termos de movimento, depende do contato com o chão.

O caráter masoquista força o pélvis para a frente, não pode balançá-lo.

Notamos que a tendência a desfalecer, ou seja, fracassar e aban- donar-se ao

sentimento de abatimento, é típico do caráter masoquista.

O problema central do maso-

quismo é a aparente necessidade que o masoquista tem de sofrer ou de derivar

satisfação e prazer da dor, ou de experiências que outros consideram desagradáveis.

Nos casos ordinários, esta necessidade de sofrer encontra sua expressão tanto nas

fantasias masoquistas que acompanham a excitação sexual, como no comportamento

provocativo que leva a castigar o masoquista e a humilhá-lo.

a supressão resulta em masoquismo, do mesmo modo que a privação provoca

oralidade.
"O mecanismo de prazer, específico do masoquista, con- siste no fato de que

enquanto ele luta para obter prazer como outra pessoa qualquer, um mecanismo

perturbador causa o fra- casso dessa busca e o leva a experienciar como

desagradáveis sensações que o indivíduo normal experiencia como prazeirosas,

quando estas excedem uma certa intensidade". Este mecanismo perturbador

específico é a espasticidade da musculatura que, ao nível genital, impede os

sentimentos ternos de carregar adequa- damente os órgãos de descarga. O resultado

é um acúmulo de energia na pélvis, os sentimentos ternos estando no abdômen e a

agressão nas nádegas e coxas.

É um círculo vicioso ao qual o masoquista se vê amarrado. Muito frequentemente, o

terapeuta analítico é preso no mesmo círculo.

LOWEN, A. O Corpo em Terapia: A Abordagem Bioenergética. São Paulo, Summus, 1977.

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