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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE AGRICULTURA
ENGENHARIA HIDRÁULICA AGRÍCOLA E ÁGUA RURAL

Estudo de diferentes sistemas de irrigação usados nos campos de


produção de cana-de-açúcar da Tongaat Hulett - Açucareira de
Xinavane

Autor:
Kelsin Salomão Ngovene

Tutor da Empresa:
Gailhac Uaceda
Abel Ubisse

Tutor Académico:
Henriques Salimo

Xinavane, 10 de Novembro de 2023


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4

2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA................................................................................... 5

2.1 Locais de Produção da Cana-de-açúcar ........................................................................... 6

2.2 Organograma Geral .......................................................................................................... 7

3. ABORDAGEM TEÓRICA DA ÁREA DE ESTÁGIO .......................................................... 8

3.1 Cultura da Cana-de-açúcar ............................................................................................... 8

3.2 Irrigação na Cultura de Cana-de-açúcar ........................................................................... 8

3.3 Sistema de Irrigação por Sulcos ....................................................................................... 9

3.4 Sistema de Irrigação por Aspersão Convencional............................................................ 9

3.5 Sistema de Irrigação por Pivô Central............................................................................ 10

3.6 Tubulações e Acessórios na Irrigação ............................................................................ 10

3.7 Conexões-Padrão ............................................................................................................ 11

3.8 Thrust Block ................................................................................................................... 11

4. CONSTATAÇÕES ................................................................................................................ 12

4.1 Descrição das Actividades Realizadas Durante o Estágio ............................................. 12

4.1.1 Participação Activa no Projecto de Reabilitação de Manifolds na Estação de


Bombagem de Chibanza 1 ..................................................................................................... 12

4.1.2 Fases de Execução do Projecto ............................................................................... 13

1ª Fase ................................................................................................................................ 13

2ª Fase ................................................................................................................................ 13

3ª Fase ................................................................................................................................ 14

4ª Fase ................................................................................................................................ 14

4.1.3 Manutenção Correctiva de Bombas ........................................................................ 16

4.1.4 Avaliação de Sistemas de Irrigação ........................................................................ 17

2
4.1.4.1 Pivot Central........................................................................................................ 17

4.1.4.2 Sulcos .................................................................................................................. 18

4.1.4.3 Aspersão Convencional ....................................................................................... 19

4.1.5 Verificação do Perfilamento dos Bocais de aspersores do Pivô Central ................ 21

4.1.6 Manutenção Correctiva de Pivô Central ................................................................. 21

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO ................................................................................................... 24

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 26

7. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................ 27

8. REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 28

9. ANEXOS ............................................................................................................................... 30

Índice de Ilustrações

Figura 1: Localização de Xinavane em Moçambique e mapa da plantação de Xinavane .............. 6


Figura 2: Organograma Geral dos Serviços de Agronomia ............................................................ 7
Figura 3: Manifold da caixa 1 debaixo d'água .............................................................................. 13
Figura 4: Preparação da secção de implantação do sistema de manifolds .................................... 15
Figura 5: Montagem das curvas-curvas e válvulas nos manifolds ............................................... 15
Figura 6: Retirada da bomba para fora da plataforma .................................................................. 16
Figura 7: Substituição de alguns componentes da bomba ............................................................ 17
Figura 8: Disposição dos pluviómetros para a coleta de lâminas de água .................................... 18
Figura 9: Instalação do flume no sulco ......................................................................................... 19
Figura 10: Medição de pressão no aspersor .................................................................................. 20
Figura 11: Colocação de pluviómetros para testes uniformidade de ............................................ 20
Figura 12: Processo de montagem das torres ................................................................................ 23
Figura 13: Montagem da caixa de relay das torres ....................................................................... 23

LISTA DE ABREVIATURA

Abreviatura Designação

AdX – Açucareira de Xinavane

TH – Tongaat Hulett

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1. INTRODUÇÃO

O estágio é uma prática de aprendizado por meio do exercício de funções referentes à profissão
que poderá ser exercida no futuro e que adiciona conhecimentos práticos aos teóricos aprendidos
durante o curso. É também uma forma de aperfeiçoar o processo de formação profissional e
humana do estudante (Pianucci et al., 2018). Ao longo do período de estágio, os estagiários têm a
chance de vivenciar a dinâmica de uma organização, adquirir experiência profissional e
desenvolver habilidades essenciais para suas futuras carreiras.

Este relatório é resultado do estágio supervisionado realizado na Tongaat Hulett – Açucareira de


Xinavane, S.A. (AdX), concrectamente na área de irrigação, num período de 16 semanas, do II
semestre do ano em curso, desde o dia 01 de Agosto à 10 de Novembro, como parte do programa
de formação em Engenharia Hidráulica Agrícola e Água Rural. Durante esse período, tive a
oportunidade de trabalhar em um ambiente desafiador e dinâmico, onde pude contribuir para as
operações da organização e, ao mesmo tempo, aprimorar minhas habilidades profissionais.

Tem como objectivo, o presente relatório, documentar e refletir sobre minha experiência durante
o estágio, apresentando uma visão geral da Tongaat Hulett S.A – Açucareira de Xinavane, S.A.
(AdX), descrevendo as atividades realizadas, destacando os principais aprendizados, e discutindo
o impacto dessa experiência em minha formação académica e carreira futura.

Apresento, inicialmente, uma breve descrição da empresa, posteriormente trago uma abordagem
teórica da área de estágio, por conseguinte as constatações e, as análises e discussões. Por fim,
exponho minha percepção sobre a vivência do estágio e trago algumas recomendações.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

Em 1914, uma empresa britânica fundou uma plantação de cana-de-açúcar e uma usina de açúcar
em Xinavane. A propriedade foi adquirida por uma empresa portuguesa, durante a época colonial,
no início da década de 1950 e no ano 1975 o Estado moçambicano assumiu uma participação de
51% na propriedade. A Açucareira de Xinavane (AdX)1 compreende a usina de açúcar e
propriedades do seu núcleo (Jelsma et al., 2010a).

Em 1998 a Tongaat Hulett Sugar adquiriu uma participação de 49% em Xinavane e assumiu a
administração da empresa AdX. A Tongaat Hulett Sugar é uma empresa sul africana que se dedica
na produção uma gama de produtos derivados da cana-de-açúcar. Esta empresa encontra-se,
actualmente, a operar em seis países da África Austral, nomeadamente: África do Sul,
Moçambique, Zimbabwe, Namíbia, Botswana e Suazilândia. Em Moçambique a Tongaat Hulett
está actualmente a explorar duas açucareiras, de Xinavane, a qual é a entidade concedente do
estágio, e Mafambisse. Em 2000, teve início um programa de reabilitação e modernização da usina
da AdX e da propriedade, após o qual, em 2008 a participação da Tongaat Hulett aumentou para
88%, tornando assim, o governo de Moçambique um accionista minoritário daquela entidade
(O’Laughlin & Ibraimo, 2013).

Os investimentos feitos pela Tongaat Hulett no complexo industrial da AdX contribuíram bastante
no aumento capacidade de moenda e de produção de açúcar, na qual passou de 69 mil toneladas
de açúcar bruto em 2007 para 208 mil toneladas em 2011. Com este aumento, para poder abastecer
a fábrica com matéria-prima suficiente, a AdX precisou expandir a produção de cana-de-açúcar,
com base em uma combinação da produção das suas próprias terras, das associações de pequenos
produtores e de produtores privados independentes. Estes investimentos objectivavam, sobretudo,
aproveitar a abertura do mercado da União Europeia à colocação a preços preferenciais do açúcar
produzido nos países-membros do grupo África, Caraíbas e Pacifico (ACP) (O’Laughlin &
Ibraimo, 2013). A empresa também reconhece o papel que a agricultura desempenha no
desenvolvimento das economias rurais, bem como entende que, ao expandir a oferta de cana-de-
açúcar através do estabelecimento de pequenos produtores, pode ajudar a garantir a

1
A propriedade Açucareira de Xinavane (25° 11' 53 S; 32° 52' 3 E) está localizada nos distritos de Magude e Manhiça,
Província de Maputo, Moçambique, com a maior parte da sua área de plantação na margem sul do Rio Incomáti.

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sustentabilidade destas comunidades, cumprindo também vários objectivos de Desenvolvimento
Sustentável da ONU.

No início da temporada 2019/20 foi inaugurada uma refinaria, em anexando a usina de açúcar já
existente. A refinaria foi concebida para produzir 90 000 toneladas de açúcar refinado por ano com
uma qualidade de açúcar que cumpre as especificações CEE2. A planta foi projetada para atender
aos padrões modernos de segurança alimentar e possui credenciamentos ISO 14001 e FSSC
220002.

O projecto da refinaria de Xinavane foi concebido para fins de apoio nos esforços do governo
moçambicano para alcançar o aumento da produção interna e cumprir a política de
industrialização.

2.1 Locais de Produção da Cana-de-açúcar

Existem basicamente três locais de produção, que compreende a Área de Expansão de Maholele
(oeste de Magude), a Área de Expansão Ocidental (a leste de Magude e perto de Xinavane) e a
Área de Expansão Oriental (mais a leste de Xinavane). A figura abaixo ilustra a área da plantação,
que equivale cerca de 18.000 hectares.

Figura 1: Localização de Xinavane em Moçambique e mapa da plantação de Xinavane

Fonte: (Jelsma et al., 2010b) disponibilizado pela TH – AdX

2
http://www.huletts.co.za/ops/mozambique.asp

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2.2 Organograma Geral

Figura 2: Organograma Geral dos Serviços de Agronomia

Fonte: (Tongaat Hulett - AdX)

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3. ABORDAGEM TEÓRICA DA ÁREA DE ESTÁGIO

3.1 Cultura da Cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar é uma planta semiperene, do gênero Saccharum, família Poaceae, que apresenta
um metabolismo fotossintético C4 e que possui alto armazenamento de sacarose nos tecidos dos
colmos, tornando-a assim, de grande importância comercial nas lavouras canavieiras, sendo
cultivado como um híbrido interespecífico, recebendo a denominação Saccharum spp (Sobrinho
et al., 2019).

O ciclo fenológico da cultura da cana-de-açúcar é constituído por oito fases distintas,


nomeadamente: plantio do tolete; brotação do tolete; início do perfilhamento; perfilhamento
intenso; maturação; colmos industrializáveis; corte ou colheita e brotação da soqueira (SEGATO
et al., 2006). O seu plantio, é feito em duas épocas, dando origem à cana-planta de ano (12 meses)
ou à cana-planta de ano e meio (18 meses) (Sobrinho et al., 2019); mas após o primeiro corte o
ciclo de ambas é anual e recebe a denominação de cana-soca (Barbosa, 2011)

Para Gava et al. (2011), a demanda hídrica na cultura da cana-de-açúcar varia de acordo com as
suas fases fenológicas. Sendo influenciada também pelas condições ambientais, manejo agrícola,
época de plantio e variedade plantada, em norma a demanda hídrica da cultura é reduzida com a
sucessão dos ciclos de cultivo. Esta cultura, é adaptada aos climas tropicais e subtropicais, sendo
responsável basicamente por demandar grande volume de água em seu sistema de produção,
principalmente quando ela se encontra em fases de desenvolvimento vegetativo, sendo que a
produção de biomassa pela cultura é bastante expressiva (Tejera et al., 2007)

3.2 Irrigação na Cultura de Cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar é uma cultura que possui alto valor econômico mundialmente, podendo ser
utilizada na produção de açúcar, energia elétrica e álcool (Silva et al., 2012). Porém, dos factores
que mais afectam a produtividade agroindustrial da cana-de-açúcar é o déficit hídrico, sendo este
causado pela irregularidade de chuvas ou pela ausência de irrigação.

De acordo com Arantes (2012), o cultivo da cana-de-açúcar sob manejo irrigado proporciona um
aumento da produtividade e do número de cortes por plantio ou ciclo, além de promover uma
maior eficiência econômica da actividade sucroalcooleira. No entanto, a irrigação e o seu manejo
racional são factores de grande importância na maximização da produtividade do sector canavieiro.

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Esta, é uma cultura que demanda grandes quantidades de água durante todo o seu ciclo. A
exigência hídrica da cana-de-açúcar é de 1500 a 2500 mm, durante o seu ciclo (Sobrinho et al.,
2019). Assim sendo, o manejo da irrigação nesta cultura necessita ser realizado levando-se em
consideração as características físicas do solo a ser cultivado, sendo recomendadas determinadas
lâminas para cada estágio do ciclo fenológico.

Os métodos de irrigação empregados para a cultura da cana-de-açúcar são por superfície, aspersão
e localizada. Para Sobrinho et al., (2019), o método de irrigação para a cultura da cana-de-açúcar
mais recomendado é o localizado, usando o sistema de gotejamento, pois este sistema aumenta a
produtividade, reduz os tratos culturais e impulsiona a longevidade dos canaviais.

3.3 Sistema de Irrigação por Sulcos

Irrigação por sulcos é um sistema incluso no método de irrigação por superfície em que a
distribuição da água feita directamente sobre a superfície do solo, a partir de uma extremidade da
área ocupada pela cultura e cobrindo-a de forma gradual (Testezlaf, 2017). De acordo com Nicoate
(2022), irrigação por sulcos consistem na condução da água em pequenos canais ou sulcos,
situados paralelamente às fileiras das plantas, durante o tempo necessário para que a água,
infiltrada ao longo do sulco, seja suficiente para humedecer o solo na zona radicular da cultura. É
um método de irrigação que se adapta à maioria das culturas, principalmente às cultivadas em
linha, como: cana-de-açúcar, milho, feijão, algodão, trigo, pomares, uva e outros. Para Ferreira
(2011), é o sistema em que a água é aplicada através de pequenos canais abertos, escoando e
infiltrando-se lentamente no solo.

3.4 Sistema de Irrigação por Aspersão Convencional

A irrigação por aspersão é uma técnica de irrigação onde a água é aplicada em forma de chuva por
meio de uns dispositivos de aspersão alimentados por água sob pressão. Estes dispositivos devem
assegurar a distribuição uniforme sobre a superfície que se pretende irrigar (Levien, 2002a). O jato
de água e o seu fracionamento são obtidos pelo fluxo da água sob pressão através de pequenos
orifícios ou bocais. A pressão é conseguida, normalmente, pelo bombeamento da água através de
tubulações até as estruturas especiais para pulverização do jato, denominadas aspersores (Levien,
2002b). Um sistema de irrigação por aspersão convencional tem como principais componentes os
seguintes: sistema de bombeamento, tubulações, acessórios e aspersores. Nesse tipo de sistema, as

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tubulações podem ser fixas e/ou móveis. Nos sistemas móveis, a linha principal é, geralmente, fixa
e as laterais móveis (Azevedo et al., 2002).

3.5 Sistema de Irrigação por Pivô Central

O pivô central é um sistema de irrigação que faz parte do método de irrigação por aspersão, que
utiliza uma área circular de projeto, e por meio de uma estrutura suspensa recebe uma tubulação
formando uma linha lateral que gira em torno de um eixo, em que a irrigação é feita por aspersores
ou difusores acoplados nesta tubulação (Goelzer & Rodrigues, 2017). Este sistema possui um
esquema em que o movimento depende da trajectória da última torre, controlada por um
percentímetro, provocando uma reação em cadeia. A penúltima torre recebe o sinal de que a última
torre se movimentou (geralmente 3 graus), e libera a passagem de corrente para um motor que
varia de 0,5 a 1,5 CV, movimentando um eixo cardã para acompanhar o alinhamento da torre a
frente. A velocidade de rotação de cada torre e do avanço da linha de distribuição é determinada
pela velocidade da torre externa, que é regulada na caixa central de controle pelo relê percentual
(percentímetro). Os valores percentuais do percentímetro regulador de velocidade indicam a
relação de tempo ligado e desligado do motor da última torre. Um valor de 50% no relê percentual
indica que a última torre se movimentará por um período de tempo (30 segundos, por exemplo), e
ficará parada pelo mesmo espaço de tempo (Testezlaf, 2017).

Seu abastecimento de água é feito através de um conjunto motor-bomba e, transportada por uma
linha adutora enterrada para não interferir no manejo da cultura e o funcionamento do sistema. Um
pivô central tem como principais componentes os seguintes: torre central, caixa de controle, anel
colector, tubulação de distribuição, torres móveis, conjunto moto-redutor, junta flexível, lance
final em balanço e canhão final (Testezlaf, 2017).

3.6 Tubulações e Acessórios na Irrigação

Para (Testezlaf, 2015), uma rede de tubulações de irrigação deve suportar todas as demandas
hidráulicas do sistema, assegurando a distribuição adequada da água ao longo da área, no volume
e na pressão desejada. A integridade do dimensionamento de um projeto de irrigação pode
rapidamente ser comprometida pela escolha do material a ser utilizado e na qualidade de sua
instalação. Os materiais de tubulações mais utilizados em irrigação são: PVC (cloreto de
polivinila); PE (polietileno); Aço Zincado (AZ); Alumínio; e Ferro fundido. Para fins de

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seleccionamento correcto da tubulação a ser utilizada em sistemas de irrigação, é preciso ter bom
conhecimento dos materiais construtivos dessas tubulações e suas características físico, químicas
e mecânicas.

Actualmente, o aço é o material mais usado na fabricação de tubos, e com participação importante
na área de irrigação pressurizada no mundo todo, principalmente devido ao seu uso intensivo em
sistemas de irrigação por pivô central e na montagem de sistemas de bombeamento e por possuir
excelentes qualidades mecânicas e facilidade de solda e de conformação. Além disso, possuem as
propriedades do aço que tornam essas tubulações adequadas para determinadas aplicações na
irrigação, tais como: suportam pressões internas de até 15 kgf.cm-2; possuem altas resistências
interna e externa superior aos tubos plásticos; podem ser fabricados em diversas espessuras para
atender praticamente qualquer pressão de projeto; e possuem capacidade de fletir sobre carga ou
mesmo de encurvar sem romper. (Testezlaf, 2015).

3.7 Conexões-Padrão

Conexões são peças empregadas na montagem de tubulações que possibilitam unir tubos ou de
tubos a outros acessórios (uma válvula, por exemplo) com objectivo de adequar a rede ao trajeto
do sistema determinado pelo seu projeto e adaptado ao relevo e aos obstáculos existentes no
campo. Existe comercialmente uma variedade de conexões que podem se diferenciar em função
do material de fabricação e são classificadas de acordo com as finalidades que possuem dentro da
tubulação. Conexões-Padrão tem como finalidades: mudança de direcção (curvas de raio longo e
curto), derivações (peças em Y, cruzetas, tês de 90º/45º, tê de redução), alteração de diâmetros
(reduções concêntricas e excêntricas), união (luvas, uniões, niples e flanges), divisão de fluxo
(manifolds) e fechamento de extremidades (bujões, tampões e flanges cegos) (Testezlaf, 2015).

3.8 Thrust Block

Se trata de um "bloco de reforço" ou "bloco de contenção de pressão" que é utilizado para ancorar
e reforçar tubulações em sistemas hidráulicos, prevenindo o deslocamento causado pelas forças de
empuxo. Em tubulações pressurizadas, onde existem mudanças de direção (em curvas, tês ou
reduções), aparecem forças de reação que podem deslocar a tubulação e separar os acoplamentos
ou conexões. Nesses casos, recomenda-se a ancoragem desses pontos com blocos de concreto ou
alvenaria, que vão oferecer resistência ao movimento do tubo (Testezlaf, 2015). Thrust blocks são

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componentes críticos em sistemas de tubulações subterrâneas, especialmente em situações onde o
fluxo de água é de alta pressão ou onde as tubulações estão sujeitas a mudanças na direção do
fluxo. Eles garantem a estabilidade e integridade do sistema de tubulação, minimizando o risco de
danos, deslocamento ou rupturas.

4. CONSTATAÇÕES

4.1 Descrição das Actividades Realizadas Durante o Estágio

4.1.1 Participação Activa no Projecto de Reabilitação de Manifolds na Estação de


Bombagem de Chibanza 1
A participação activa no projecto, consistiu no acompanhamento e desenvolvimento das
actividades inerentes a reabilitação dos manifolds na estação de bombagem de Chibanza 1. Os
manifolds tinham a função de dividir o fluxo de água após o seu recalque em várias saídas,
permitindo assim a irrigação de várias áreas de forma eficaz e controlada. Cada ponto de saída nos
manifolds estava equipado com válvulas de controle individual que permitiam abrir e fechar o
fluxo para cada zona separadamente oferecendo flexibilidade e controle sobre quais áreas serão
irrigadas. Esses manifolds estavam instalados em duas caixas (caixa 1 e caixa 2) onde, em cada
caixa ocorria a derivação de água para 4 linhas principais dos blocos de campos e, as mesmas
caixas encontravam-se em torno de uma secção de tubulação principal com diâmetros de 800 mm
e 600 mm que recebia água proveniente do recalque de seis bombas centrífugas. A fonte de água
que alimentava as bombas encontrava-se ao mesmo nível com as caixas onde os manifolds se
encontravam instalados e por conta disso, a água da fonte percolava até as caixas deixando os
manifolds submersos, dificultando assim a manobra das válvulas existentes nos manifolds e
consequentemente, comprometendo a irrigação dos campos, e em tempos de cheias onde o nível
de água na fonte subia, a situação se agravava. Esta situação levou a tomada de decisão de se
reabilitar e melhorar o sistema dos manifolds com vista a assegurar a irrigação dos respectivos
campos bem como a sua gestão. A reabilitação consistiu na elevação do sistema dos manifolds a
uma altura de 2 metros visto que o mesmo se encontrava em um nível desfavorável, por conta da
percolação de água que ocorria nas caixas. Foi possível ter a oportunidade de participar a tempo
inteiro na execução do projecto de reabilitação do sistema por um período de 4 semanas. A
execução do projecto obedeceu um cronograma de actividades elaborado pelo gestor e engenheiro
do projecto.

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Figura 3: Manifold da caixa 1 debaixo d'água
Fonte: Autor, (2023)

4.1.2 Fases de Execução do Projecto


1ª Fase
A primeira fase baseou-se na verificação dos materiais necessários, que já se encontravam
disponíveis, para determinar se eram ou não adequados para a concepção do projecto e preparou-
se os desenhos e cortes detalhando assim o sistema a ser implementado. De seguida quantificou-
se os materiais necessários para os thrust blocks. Avançou-se então, com a apresentação do
cronograma de actividades do projecto e avaliação de riscos no local.

2ª Fase
Nesta fase, foram feitos os trabalhos de preparação do local da concepção do projecto onde
começou-se por escavar em torno da secção onde o sistema de manifolds seria assentado, visto
que a mesma se encontrava a um nível elevado do projecto, isto com o auxílio de um topógrafo
cuja sua função era de garantir que a secção a ser escavada tivesse o mesmo nível e ao mesmo
tempo, movimentavam-se os principais materiais como tubos e acessórios para o local do projecto.
De seguida, avançou-se com trabalhos de remoção dos manifolds das caixas 1 e 2.

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3ª Fase
Foi nesta fase onde foram feitos os trabalhos de montagem das principais peças e acessórios como
curvas-contra-curvas, válvulas, tês e juntas, junto dos respectivos manifolds onde teve-se o auxílio
de uma grua e uma escavadora para sua montagem, isto fora do local destinado para a implantação
do sistema. Em cada manifold montou-se 4 curvas-contra-curva que permitiam a ligação do
sistema com as linhas principais dos blocos e, após a conclusão da montagem, prosseguiu-se com
a implantação dos manifolds nas caixas, com as principais peças e acessórios montados neles. De
seguida, avançou-se com a instalação do manifold da caixa 1 já montado e prosseguiu-se com a
montagem da principal peça responsável pela elevação do sistema, curva-contra-curva de 800 mm,
junto à tubulação de recalque das bombas e instalação do manifold da caixa 2 e por fim, a
montagem tubos com 600 mm de diâmetro, que seguiam o manifold da caixa 1 até a caixa 2, que
foram 3 no seu total. Vale ressaltar que, antes da montagem desta peça, verificou-se que o flange
da principal tubulação de recalque das bombas era incompatível com o flange da principal curva-
contra-curva, onde um possuía mais furos de parafusos que o outro e por conta disto, houve a
necessidade de se trocar a flange que possuía mais furos, que era a principal curva-contra-cura,
com ajuda de um serralheiro.

4ª Fase
Esta foi a última fase do projecto, onde foram feitos os trabalhos de ligação de todas as saídas dos
manifolds das caixas 1 e 2 junto das linhas principais responsáveis pela condução de água de rega
até os campos onde antes colocava-se uma válvula de retenção. De seguida, avançou-se com os
trabalhos de construção dos thrust blocks em todas as curvas-contra-curvas e por fim, fez-se a
colocação de aterros nas caixas dos manifolds com vista a elevar o lugar e permitir uma óptima
circulação. À parte, foram feitos trabalhos de elevação de 2 transformadores de energia que
alimentavam as bombas com vista a garantir protecção para eles, pois em tempos de enchentes os
transformadores ficavam vulneráveis.

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Figura 4: Preparação da secção de implantação do sistema de manifolds
Fonte: Autor, (2023)

Figura 5: Montagem das curvas-curvas e válvulas nos manifolds


Fonte: Autor, (2023)

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4.1.3 Manutenção Correctiva de Bombas
A manutenção corretiva de bombas consistiu na reparação de elementos danificados durante a sua
operação, variando muito com a proporcionalidade do problema gerado na bomba, procurando
sempre evitar que os mesmos se repetissem. A manutenção de bombas era executada por uma
equipe de mecânicos identificados como responsáveis para esta actividade, onde em primeiro,
realizava-se o diagnóstico da avaria e prosseguia-se com a listagem de peças ou elementos
necessários para a soluccionar a avaria. Tais avarias consistiam no desgaste dos rolamentos, veios
de transmissão, rotores danificados e graxetas desgastadas, causando aquecimentos, vibrações e
ruídos.

Foi possível ter a oportunidade de participar na reparação de uma bomba centrífuga que
apresentava um mau funcionamento, com ruídos, a qual resultava dos rolamentos que se
encontravam desgastados. A avaria desta bomba infelizmente causou a interrupção da aplicação
de água nos campos. A reparação da mesma, consistiu na substituição dos rolamentos e do veio de
transmissão da bomba onde para tal, fez-se a retirada da bomba do local de sua instalação, cujo
era uma plataforma flutuante, com o auxílio de uma escavadeira para um lugar em terra, com vista
a garantir melhor segurança no acto da reparação da mesma. Após a reparação devolveu-se a
bomba ao seu local de instalação e prosseguiu-se com o seu alinhamento ao motor e inserção de
graxetas em sua caixa e por fim a aplicação de óleo lubrificante no seu mancal retomando assim a
aplicação de água nos campos.

Figura 6: Retirada da bomba para fora da plataforma

Fonte: Autor, (2023)

16
Figura 7: Substituição de alguns componentes da bomba
Fonte: Autor, (2023)

4.1.4 Avaliação de Sistemas de Irrigação


Esta actividade consistiu na coleta de dados no campo e na realização de testes de uniformidade
de aplicação, em diferentes sistemas de irrigação nomeademente, pivô central, sulcos e aspersão
convencional para posteriormente se analisar o desempenho do sistema de irrigação bem como se
fazer a análise sistemática e crítica do sistema. A avaliação era sempre realizada na fase inicial de
crescimento da cana e seu objectivo desta actividade era de verificar a eficiência dos sistemas de
rega, identificar problemas e oportunidades de melhoria e garantir o uso sustentável dos recursos
hídricos.

4.1.4.1 Pivot Central


Na coleta de dados deste sistema, em primeiro devia-se saber alguns aspectos importantes como o
comprimento total do pivô, o número de tores que o mesmo possui e pressão na qual opera. Na
realização de testes de uniformidade de aplicação do sistema, usou-se um total de 80 pluviómetros,
isto independentemente do comprimento do pivô, e os mesmos foram colocados ao longo do braço
do pivô onde o primeiro colocava-se sempre à 20 metros da torre central (espaço sem aplicação de
água), em intervalos regulares (dependendo do raio do pivô) a fim de coletar água e avaliar a
uniformidade. Depois de estarem posicionados todos os pluviómetros, colocou-se o pivô em

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andamento, calibrada a uma velocidade de 20% no seu percentímetro e, após o pivô ter atravessado
por completo todos os pluviómetros, iniciou-se com o registo das lâminas de água coletadas pelos
80 pluviómetros.

Figura 8: Disposição dos pluviómetros para a coleta de lâminas de água


Fonte: Autor, (2023)

4.1.4.2 Sulcos
A coleta de dados deste sistema para a sua avaliação, baseou-se na medição do caudal nos sulcos,
com o auxílio de um flume, onde foi instalado próximo ao início do sulco. De seguida prosseguiu-
se com a determinação dos tempos de avanço, recessão e corte, os quais foram feitos em intervalos
de 10 metros ao longo do sulco numa extensão de 110 metros, tudo isto com ajuda de um
cronómetro. Fez-se ainda, a coleta de dados geométricos dos canais primários e secundários e dos
sulcos.

18
Figura 9: Instalação do flume no sulco
Fonte: Autor (2023)

4.1.4.3 Aspersão Convencional


Neste sistema, procurou-se conhecer em primeiro a pressão de água na bomba e, de seguida
prosseguiu-se com a realização de testes de uniformidade de aplicação em um campo, com linhas
laterais fixas. De seguida, para a realização de testes escolheu-se 4 aspersores entre duas linhas
laterais com espaçamentos de 9 x 9 metros, formando assim uma área total de 18 m2, onde colocou-
se um total de 36 pluviómetros separados em intervalos de 3 metros. Após uma hora de tempo,
interrompeu-se o serviço dos aspersores e efectuou-se o registo das lâminas de água coletadas
pelos pluviómetros. Após o registo dos dados, prossegui-se com medições de pressão e caudal nos
4 aspersores e nos respectivos pontos de tomada ou conexão onde registou-se uma média de 0,3
litros por segundo com pressão de 350 kilo-Pascais nos aspersores e, 1,2 litros por segundo com
pressão de 390 kilo-Pascais nos pontos de tomada de água.

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Figura 10: Medição de pressão no aspersor
Fonte: Autor, (2023)

Figura 11: Colocação de pluviómetros para testes uniformidade de


distribuição de água
Fonte: Autor (2023)

20
4.1.5 Verificação do Perfilamento dos Bocais de aspersores do Pivô Central
A presente actividade tinha como objectivo verificar a disposição do perfilamento dos bocais de
aspersores ou spray ao longo da linha lateral do pivô partindo da primeira lance na torre central
até a última lance. Os bocais eram identificados por cores o que permitiam a sua verificação e, esta
actividade visava determinar se o pivô está a aplicar a água nas culturas uniformemente ou não
uma vez que a distribuição uniforme de água no pivô depende do perfilamento correcto dos bocais
de aspersores que variam de diâmetros menores no íncio à diâmetros maiores no fim.

4.1.6 Manutenção Correctiva de Pivô Central


Na manutenção de pivô central, após o diagnóstico e identificação dos problemas existentes num
dado pivô, prosseguia-se com a planificação dos trabalhos de reparação do mesmo e por
conseguinte mobilizava-se a equipe responsável e os respectivos materiais necessários. Foi
possível acompanhar o processo de reparação de um pivô central com 8 torres, que registou uma
queda, onde tal queda resultava da desancoragem do eixo central do pivô, em sua base de suporte.
Os parafusos e porcas responsáveis pela ancoragem do eixo central do pivô encontravam-se
desgastados, facto este que culminou com a sua queda. Com vista a corrigir este problema optou-
se por soldar as porcas junto dos parafusos, mas constatou-se que tal medida não duraria por longos
prazos. Como forma de garantir maior durabilidade, optou-se em substituir os parafusos velhos
por novos onde para tal, precisou-se demolir parcialmente a base, concrectamente na área onde os
parafusos se encontravam, com vista a permitir um óptimo assentamento dos mesmos abaixo do
nível da base de suporte do pivô. Para além do problema da sua queda, o pivô apresentava alguns
componentes desgastados, como tubos, pacote de aspersores, pendurais e alguns elementos
estruturais do pivô, isto por conta da idade avançada que o pivô tinha. Houve assim, a necessidade
de se substituir esses componentes, onde para tal, desligou-se primeiramente a corrente eléctrica
no painel de controle, para garantir segurança no manuseio do pivô, e desconectou-se todos os fios
de alimentação dos relays das torres e dos moto-redutores e, de seguida avançou-se com a
desmontagem de todas as conexões (juntas) entre tubos e das torres, com o auxílio de uma
escavadeira e assim prosseguiu-se com a substituição de todos componentes a serem substituídos
em solo, partindo dos tubos. Após a substituição dos componentes, iniciou-se com trabalhos de
remontagem do pivô, partindo das torres, que consistiu na colocação da base das torres junto dos
21
seus elementos estruturais, na colocação das rodas e dos moto-redutores e de seguida prosseguiu-
se com a remontagem das caixas de relays das torres e assim conectou-se os fios de alimentação
dos relays e dos moto-redutores. Durante o período de remontagem, houve mudanças de tempo
com ocorrência de chuvas, o que obrigou a interromper os trabalhos de remontagem do pivô.

22
Figura 12: Processo de montagem das torres
Fonte: Autor (2023)

Figura 13: Montagem da caixa de relay das torres


Fonte: Autor (2023)

23
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO

No âmbito da participação activa no projecto de reabilitação dos manifolds, constatou-se que as


actividades desenvolvidas visavam melhorar a integridade do sistema garantindo assim a irrigação
bem como a sua gestão nos campos de produção. A sua execução, infelizmente resultou na
interrupção da aplicação de água nos respectivos campos, equivalentes a 800 hectares de área,
comprometendo assim desenvolvimento da cana pela falta de água (stress hídrico). A percolação
excessiva de água que ocorria nas caixas dos manifolds dificultava significativamente no processo
de execução do projecto, causando interrupções no seu andamento. Houve um ligeiro entortamento
na principal peça responsável pela elevação do sistema, curva-contra-curva, que originou do
processo de troca do seu flange e, o mesmo entortamento afectou consequentemente no
acoplamento das peças adjacentes. Mas, graças a habilidade dos serralheiros, foi possível
ultrapassar o problema reposicionando o flange com problema.

Durante as actividades de verificação do perfilamento dos bocais de aspersores dos pivôs foi
possível verificou-se que os mesmo bocais encontravam-se mal perfilados, afectando directamente
na uniformidade de distribuição de água e consequentemente no desenvolvimento das culturas. De
acordo com (Silva & Azevedo, 1991), o sistema de irrigação por pivô central caracteriza-se pela
aplicação de agua em taxas crescentes realizados pelos bocais de aspersores desde o primeiro no
centro do pivô até o último, entretanto o mau perfilamento dos bocais pode afectar directamente
na aplicação de água em taxas crescentes deixando assim o sistema ineficiente. Notou-se também
em vários pivôs a falta de instrumentos como horímetros e manómetros, instrumentos estes
fundamentais para a gestão adequada do sistema.

Em uma actividade de avaliação do sistema de rega por sulcos, por meio da inspecção visual foi
possível verificar uma má integridade dos sulcos, com barreiras ao longo deles que possivelmente
poderiam comprometer a uniformidade de distribuição de água nos sulcos e causar desperdícios
ou perdas de água. De acordo (FAO, 2002), boas práticas de rega superficial exigem que o
gerenciamento eficiente da água seja alcançado por meio da distribuição uniforme da água no solo,
do fornecimento de quantidades exactas de água às culturas (nem mais e nem menos), evitando o
desperdício de água e a salinidade.

Na secção de manutenção de bombas foi possível notar uma frequência de realizações de


manutenções correctivas deixando para trás as manutenções preventivas. Segundo (Silva et al.,

24
2017), com o crescimento das indústrias, a produção tornou-se mais ágil e, por conta disso, as
intervenções somente corretivas passaram a se mostrar ineficientes, tornando assim necessária a
realização de manutenção não apenas corretiva, quando se verifica falhas ou avarias no
equipamento, mas também, preventiva e preditiva, as quais permitem ampliação do ganho geral
do processo produtivo pelo atingimento do ponto máximo de operação dos equipamentos.
Verificou-se ainda a ocorrência de válvulas avariadas ou inoperáveis em várias estações de
bombagem, o que cria situações indesejáveis como interrupção da rega durante uma actividade de
manutenção de bombas visto que a maior parte das bombas de pressão se encontram associadas
com uma ou mais outras.

25
6. CONCLUSÃO

Durante o período de estágio, se tornou evidente a importância da organização, planeamento das


actividades, comunicação clara entre os colaboradores e a harmonia no ambiente de trabalho. Tive
a honra e a oportunidade de me relacionar com pessoas de diversas secções, além de conseguir
adquirir algum conhecimento sobre cada trabalho prestado. Dessa forma, pude conciliar o
conhecimento teórico ao prático e operacional na área de irrigação, desde a gestão à manutenção
dos mesmos. Pude perceber também na vivência do estágio que para além do dimensionamento e
concepção de um sistema de irrigação temos em paralelo a gestão dos sistemas de rega, que é uma
actividade de suma importância para a continuidade dos mesmos.

26
7. RECOMENDAÇÕES

 Substituir as válvulas de registo e manómetros avariados nas estações de bombagem para


permitir uma melhor gestão dos sistemas;
 Corrigir o perfilamento dos bocais de aspersores dos pivôs centrais para garantir
distribuição uniforme de água;
 Realizar periodicamente a manutenção preventiva e preditiva nos sistemas de
bombeamento e nos pivôs centrais para evitar situações indesejáveis como interrupção da
rega;
 Remover barreiras nos sulcos para optimizar o sistema de rega e evitar desperdícios de
água.

27
8. REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Azevedo, J. A. de, Lima, J. E. F. W., & Silva, E. M. da. (2002). Análise de Desempenho da
Irrigação.
Barbosa, F. da S. (2011). Resistência à seca em cana-de-açúcar para diferentes níveis de
disponibilidade hídrica no solo [Text, Universidade de São Paulo].
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FAO. 2002. Surface Irrigation Systems: Planning, Design, Operation and Maintenance.
Desenvolvido por: SAVVA, Andreas P. & FRENKEN, Keren. ISBN 0-7974-2315-X
Goelzer, A., & Rodrigues, L. A. (2017). SISTEMAS COLETIVOS DE IRRIGAÇÃO POR PIVÔ
CENTRAL NO ASSENTAMENTO ITAMARATI.
Jelsma, I., Bolding, A., & Slingerland, M. (2010a). Smallholder Sugarcane Production Systems in
Xinavane, Mozambique: Report from the Field.
Jelsma, I., Bolding, J., & Slingerland, M. (2010b). Smallholder Sugarcane Production Systems in
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ASPERSÃO. https://doi.org/10.13140/RG.2.2.34661.52964
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Trabalhadores Agrícolas e Comunidades Rurais em Xinavane e Magude (Sed). Editora IESE.
https://www.iese.ac.mz/lib/publication/cad_iese/CadernosIESE_12p.pdf
Pianucci, M., Sella, M., Nolepa, N., & Schwantes-Cezario, N. (2018, outubro 7). ESTÁGIO
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Silva, E. M. da, & Azevedo, J. A. de. (1991). Dimensionamento da Lateral de Irrigação do Pivô-
Central. 71, 54p.

28
Silva, S. S. da, Teodoro, I., Lyra, G., Souza, J. L., & Neto, J. D. (2012). Adaptação do Método de
Kc “Dual” (FAO-56) para a Cana-de-Açúcar Irrigada por Gotejamento.
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Teodoro/20e65e7e711b49c45dd24a877f1ee459d3a80592
Sobrinho, O., Silva, G., Schalcher, A., Sousa, A., Júnior, W., & Santos, L. (2019). A CULTURA
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Tejera, N., Rodés, R., Ortega, E., Rosario, C., & Lluch, C. (2007). Comparative analysis of
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Testezlaf, Roberto. Engenharia de irrigação: tubos e acessórios / Roberto Testezlaf e Edson Eiji
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Irrigação: Métodos, sistemas e aplicações.
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Unicamp/FEAGRI, 2017. e-book 215p. ISBN 978-85-99678-10-7 e-book

29
9. ANEXOS

Anexo 1: Sistema de manifolds reabilitado

Anexo 2: Flange entortada

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Anexo 3: Instalação da peça responsável pela elevação do
sistema de manifolds (curva-contra-curva)

Anexo 4: Verificação do perfilamento dos bocais de aspersores


num pivô central

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Anexo 5: Barreiras encontradas ao longo dos sulcos

Anexo 6: Colocação de parafusos na base do centro do pivô

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