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Magia Luminar

Formação de Terapeutas do

Sagrado Feminino e Ginecologia Natural

Hamadríade
Lara Moncay Reginato
Módulo 2

A Ciclicidade

Hamadríade
Lara Moncay Reginato
A Ciclicidade
Quando nos perguntamos o que é Ser uma mulher? Muitas

respostas vêm à mente: mãe, esposa, profissional, filha, amante e

por aí vai, mas não nos damos conta que na realidade estamos

nomeando os diferentes papéis que desempenhamos enquanto

mulheres.

Ao olharmos mais profundamente, descobrimos que essa resposta

está vinculada ao que internamente somos, ao que nos é natural,

ou seja, o que faz parte desse Ser.

Enquanto mulheres vivenciamos diferentes ciclos em nossas vidas e

mensalmente. Esses ciclos são regidos fisicamente pela mudança

hormonal pelas quais passamos que afetam tanto o nosso

psiquismo quanto as nossas emoções.

Nossos corpos são diferenciados dos corpos masculinos justamente por essa oscilação

hormonal e por sermos geradoras de vida, pois carregamos em nossos ventres um

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órgão capaz de abrigá-la, protegê-la e nutri-la até que esteja pronta para vir à luz:

nosso útero.

Os homens quando entram na adolescência passam pelo despertamento hormonal e

não sofrem nenhuma alteração ou perda de fecundidade até a morte - salvo casos em

que desenvolvem alguma doença ou disfunção. Neste sentido, são lineares, enquanto

as mulheres são cíclicas e estão diretamente conectadas aos ciclos maiores da

natureza.

No desenvolvimento da mulher o amadurecimento hormonal vem com a menarca - a

primeira menstruação -, onde inicia-se o período de fertilidade. Com o passar dos

anos, as mulheres perdem essa condição fértil entrando no período intermediário, a

pré-menopausa e depois na menopausa, quando os hormônios adquirem uma certa

linearidade.

Essas 4 fases de vida, são chamados de grande ciclo: menina, menarca, pré-
menopausa e menopausa.

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Já dentro do ciclo fértil, temos o ciclo menor - a pré-menstruação, menstruação,
pré-ovulação e ovulação.

Tanto os ciclos maiores - de vida - quanto o ciclo menor - fértil - estão diretamente

conectados com as 4 fases da Lua e as 4 estações do ano. Naturalmente estamos

conectadas aos ciclos dos luminares e cada uma dessas fases estão relacionadas a

um elemento da natureza - água, terra, ar e fogo - com suas magias e qualidades.

É exatamente por isso, que nossos ciclos foram apagados e distorcidos pelas religiões

monoteístas. A visão da ciclicidade feminina conectada aos ciclos naturais

representava uma ameaça à nova religiosidade, sobretudo a Católica. Tudo que

pudesse lembrar os ritos pagãos foram duramente reprimidos e as mulheres sábias,

que curavam, benziam, eram parteiras e conheciam os poderes das ervas e raízes

foram perseguidas e consideradas bruxas.

A ciclicidade feminina virou doença, o sangue menstrual se tornou impuro e a mulher

coube um papel subalterno e submisso ao homem,

As religiões monoteístas representam a validação da sociedade patriarcal no âmbito

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do sagrado - Deus criou a tudo e a todos sem a necessidade do feminino.

A natureza igualmente foi subjugada, passando a existir apenas para servir ao homem,

o que justifica a depredação sistemática dos recursos naturais.

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A Importância dos Arquétipos
Quando falamos nas diferentes faces da Deusa e trabalhamos com os arquétipos

dessas facetas estamos retornando ao feminino primordial, ou seja, estamos resgatando

esse conhecimento por meio de nossas memórias ancestrais.

É preciso reconhecer as mudanças psíquicas e emocionais pelas quais passamos

mensalmente como algo extremamente natural ao Ser mulher, porém o que temos em

termos de arquétipos na contemporaneidade foi fornecido pelas religiões monoteístas,

ou seja, estão conectadas ao papel de subjugação e a um estereótipo da “mulher

perfeita - filha, esposa e mãe -, a que está sempre disponível para nutrir e cuidar de

todos.

Como exemplo nos deram Maria, a mãe do filho de Deus, Jesus, que engravidou sem

fazer sexo - perdemos o direito a nossa sexualidade - ou a Madalena - a prostituta, ou

seja, se não somos uma somos outra.

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Ao ousarmos ter prazer, tomar as rédeas de nossas vidas e dizer não, estamos nos

conectando a Madalena, desta forma uma grande culpa recai sobre os ombros das

mulheres, por outro lado, ao nos conectarmos com a doadora o tempo todo, nos

tornamos frustradas e tristes, pois deixamos de lado a nós mesmas e nossas

necessidades mais íntimas.

Desta forma, os arquétipos das deusas antigas ou da divisão das fases lunares

conectadas aos ciclos naturais, nos oferecem uma resposta mais verdadeira, capaz de

nos conduzir a um encontro mais profundo com nós mesmas, pois somos todas essas

fases - Maria e Madalena - e muito mais.

Os arquétipos nos ajudam a voltar para casa, a reconhecer nossas diferentes emoções

e as mudanças pelas quais passamos, nos libertando da culpa e do peso de sermos

sempre a mesma, ou de oscilação entre um extremo e outro.

Assim como a Lua, temos quatro fases bem definidas, tanto no ciclo maior da vida,

como no ciclo reprodutivo, como já vimos anteriormente.

Nossos ciclos entre uma menstruação e outra seguem muito de perto os ciclos lunares

(relação entre Sol e Lua) e possuem um intervalo aproximado de 28 e 30 dias entre um

período menstrual e outro - isso varia muito de mulher para mulher.


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O próprio ciclo menstrual possui quatro fases bem definidas como, menstruação, pré-

ovulação, ovulação e pré-menstruação e cada uma dessas fases estão relacionadas às

características do ciclo lunar.

Felizmente, hoje é possível resgatar esse conhecimento sobre a ciclicidade feminina.

Graças as nossas ancestrais de poder, que de alguma forma, continuaram passando

seus conhecimentos às gerações futuras e aos registros históricos, antropológicos e

arqueológicos, que nos permitem reconstruir os saberes e fazeres das comunidades

mais antigas, anteriores à institucionalização do catolicismo.

Quando estamos menstruadas podemos perceber que nossa energia está mais voltada

para dentro é o momento de se recolher, de deixar ir o que precisa, observar os recados

de nosso corpo, é um momento de limpeza e de renovação, tudo acontece ao mesmo

tempo, estamos limpando as energias que não nos servem mais e novas ideias estão

surgindo. É nesse período que podemos ter insights referentes ao ciclo que está

começando. É tempo de silenciar, de plantar nossa Lua e nos conectarmos com nossa

magia.

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Este período é compreendido como nossa LUA NOVA INTERNA, é a fase da Bruxa

Anciã - da Curandeira Interna e no ciclo maior está diretamente conectada às mulheres

que já estão na menopausa.

Assim que a menstruação termina entramos na fase pré-ovulatória, onde ocorre a

retomada do movimento hormonal e a preparação do corpo para a fase de ovulação,

nossa energia vai aumentando, temos mais disposição, vontade de sair, conversar com

as pessoas e colocar nossos projetos em prática, começamos um movimento externo,

aumentando diariamente nossa condição energética em todos os sentidos, esse

momento está associado a LUA CRESCENTE INTERNA, é a fase da Donzela e da

Guerreira Interna, no ciclo maior está relacionada a Menina. Esse processo também é

conhecido como a fase não fértil por ser a etapa estrogênica.

A fase de ovulação então é o nosso período de LUA CHEIA INTERNA, é a fase da Mãe e
da Visionária Interna, nossa energia está no auge, estamos cheias de tesão sexual, pela

vida, querendo fazer tudo ao mesmo, nossos projetos já possuem uma forma e

começamos a colher os frutos do movimento que começamos na fase nova, lá na nossa

menstruação. Nosso corpo está pronto para gerar e nutrir. No ciclo maior está

relacionado a mulher fértil.

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A ovulação propriamente dita ocorre em um período de 24h à 48h, quando o óvulo é

liberado do ovário, morrendo na trompa uterina se não for fecundado. Durante essa

etapa e temperatura do corpo sobe, aumenta a libido e o desejo sexual.

Passado esse pico energético nosso corpo percebe que não houve fecundação, que já

não há motivo para manter tudo que foi organizado e acumulado em nosso útero para

acolher o óvulo fecundado, nossos hormônios começam a baixar e vamos entrando em

uma fase mais introspectiva criativa, estamos então na LUA MINGUANTE INTERNA, é a

fase da Feiticeira e da Mestra Interna, a famosa TPM, período pré-menstruação,

quando o útero e todo nosso corpo se prepara para expelir o endométrio e começamos

a nossa fase de recolhimento. Também está relacionada ao período da pré-menopausa

no ciclo maior.

Este período vai do fim da ovulação até o primeiro dia de menstruação. É um período

de mudanças, de intensidade de descargas energéticas, que remete a sabedoria da

mulher medicina, a sábia que conhece as propriedades curativas das ervas. Conhecida

como a fase da alquimia e transformação interna. É nesse período que ficamos mais

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suscetíveis às energias de nosso subconsciente, quando emoções afloram sem que

saibamos de forma consciente a sua origem.

A auto observação de si e de seu ciclo vão gerar o conhecimento necessário para que

essa fase seja de pura magia e não um incômodo. Essa fase normalmente está

associada à prática de banimento, de limpeza, mas pode ser justamente o contrário.

Para algumas mulheres é neste momento que sua criatividade está super aflorada e que

conseguem dar materialidade a muitos projetos que envolvem as qualidades criativas e

intuitivas, pois existe uma abertura maior para o mundo interno.

Percebam que até aqui falamos apenas dos ciclos internos pessoais, sem relacionar

esses ciclos com a LUA externa. Também podemos relacionar cada fase apenas com os

elementos e teremos um quadro com as influências tanto lunares quanto solares. TUDO

AINDA DENTRO DA FASE INTERNA, sem relacionar com o externo, apenas fazendo um

reconhecimento dessas ligações.

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Quadro da Lua Interna - Ciclos da Vida - Lua e Sol

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Lua Interna e Lua Externa

Quando estamos em nosso período fértil, vivenciamos dentro desse ciclo quatro fases

distintas que estão relacionadas às quatro fases da Lua. Esse ciclo chamamos de Lua

Interna, pois está diretamente conectada ao movimento hormonal de nosso corpo e as

mudanças emocionais e psíquicas que ocorrem em cada uma das fases. Conforme

falamos anteriormente.

Ainda assim, as fases da Lua externa continuam ocorrendo e nem sempre nosso ciclo

interno estará em harmonia com o ciclo externo e isso é natural. Porém, esse movimento

entre o interno e o externo acaba se misturando e nos trazendo respostas diferenciadas

durante o mês. Para entendermos melhor essa dinâmica precisamos observar a nós

mesmas, nosso ciclo e mapeá-lo em acordo com as fases externas, desta forma

começamos a gerar conhecimento sobre como funcionamos e o significado das energias

e emoções em nosso psiquismo. Para tanto, usamos as mandalas lunares. Começamos as

marcações a partir do primeiro dia da nossa menstruação, observando a fase lunar

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externa.

Por exemplo: este mês menstruei no segundo dia da Lua Crescente. Estou vivenciando a

minha Lua Nova interna no segundo dia da Lua Crescente Externa. Então, vou marcar na

mandala lunar o segundo dia dessa lua como o primeiro dia no meu novo ciclo. No

decorrer dos dias vou anotando palavras-chaves de como me sinto, como passei o dia,

como estava a minha energia. Assim, ao final de seis Luas ou mais, terei elementos

suficientes para me ler, para entender como funciono em cada uma das fases, internas e

externas, e assim, sucessivamente.

Para as mulheres que não menstruam mais, a oscilação hormonal, o ciclo interno deixa de

existir, mas sua natureza continua sendo cíclica. Assim, basta se guiar pelas fases da Lua

externa e observar como se sente em cada uma delas, começando pela Lua Nova.

Cada mulher tem seu ciclo, alguns são mais extensos, outros mais curtos e tudo está

correto. Exatamente por isso não existe uma fórmula exata, somos cíclicas e únicas e

precisamos descobrir como nos beneficiar de nossos ciclos ao invés de sofrê-los. Apesar

disso, existem alguns estudo que fazem as correlações entre as fases da Lua Interna e a

Lua Externa conforme descrevo abaixo:

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Menstruar na Lua Nova...
Tanto a Lua Nova quanto a menstruação trazem a energia de transformação e

renovação. É momento de se aprofundar nas suas raízes mais profundas, se conectar

com o escuro de seu útero e deixar morrer tudo que não sirva mais. O sangue menstrual

vai fertilizar o solo para que o novo ciclo possa começar. Deixe-se guiar pelas forças da

Bruxa Anciã. Nesta fase, junto com a Lua Nova o poder de conexão interna e de

meditação profunda já estão dados, ou seja, mesmo que queira não conseguirá ter

energia para as coisas práticas da vida, então se permita fluir, solte tudo que não tem

importância e perceba os insights que ela te traz para o ciclo que se inicia. Observe seus

sonhos, o que eles pedem que seja transmutado, ou o que revelam que já esteja sendo

modificado… registre tudo em seu diário luminar. Quando a menstruação está alinhada

com a Lua Nova estamos diretamente conectadas às ancestrais. Deixe que sua intuição e

percepção mais sensível se manifeste, elas são as vozes de suas ancestrais. Entregue-se

completamente a este processo, respeite os sinais de seu corpo, descanse, dê a si

mesma tempo e contemplação.

Menstruar na Lua Crescente…


Menstruar na Lua Crescente significa que alguns aspectos relacionados à nossa infância

e juventude precisam ser reconhecidos e liberados. Padrões de comportamento

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repetitivos que tenham origem em algum trauma, falta de estímulo, ou abandono - dentre

outros - podem emergir nessa fase para que possamos trabalhar com esses aspectos de

forma consciente. Como a menstruação traz a força da limpeza e nutrição nesta fase

lunar, a Bruxa Anciã está demonstrando que precisa fazer essa conexão com a Donzela

para limpar aspetos que ainda estão presentes em sua vida atual. Como a Lua Crescente

traz muita energia é possível que sua energia se manifeste mais vigorosa durante o

período menstrual, diferentemente do que normalmente acontece, o que pode fazer com

que se perca nas tarefas cotidianas e não dê atenção ao que a sua Anciã está

necessitando. Talvez seja interessante realizar tarefas e atividades com as quais estava

acostumada a fazer na infância e juventude, como colorir, desenhar, e outras

brincadeiras.

Menstruar na Lua Cheia...


Menstruar na Lua Cheia significa uma maior exposição às nossas emoções. Nesta fase a

Lua recebe o máximo de luz solar e torna visível as contradições emocionais que

vivenciamos, ainda que de forma inconsciente. Menstruar nessa fase pode facilitar a cura

de conflitos e feridas vinculadas à relação com o maternal, tanto com sua mãe quanto

com seus filhos e filhas. Pode-se perceber algum padrão enraizado que tenha origem em

processos dolorosos com relação ao feminino, a imagem que temos deste com relação

as nossas ancestrais, isso pode estar ligado à menarca, gravidez, abortos, infertilidade e

relações familiares.
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As energias da Bruxa Anciã invocando a Mãe potencializa as percepções favorecendo

os rituais cujos elementos estejam conectados a esse arquétipo como fertilidade,

prosperidade, e a auto-nutrição. Ao menstruar nessa fase você pode se sentir com mais

energia que em outros momentos. Também estará mais consciente das suas emoções e

crenças limitantes. O fato da menstruação vir nessa Lua, que também está ligada a

nossa Visionária interna, pode fazer com que a sua intuição esteja mais aguçada,

trazendo percepções do que você precisa fazer para ampliar seus projetos e realizar

seus sonhos. Aproveite ao máximo essas energias e não se distraia com atividades

rotineiras, esse é um período de conexão interna, cura e despertamento para questões

que podem ser impeditivas das suas ações.

Menstruar na Lua Minguante...


A Bruxa Anciã encontra-se com a Feiticeira. A força do subconsciente e do mundo das

sombras nos permite um mergulho nos aspectos impeditivos que estão relacionados a

nossa ancestralidade. Neste período podemos ter insights mais profundos e as verdades

que escondemos de nós mesmas. Pode ser uma fase mais difícil para algumas mulheres,

mas com certeza é muito frutífera e uma oportunidade para trabalharmos de forma

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efetiva com os aspectos infantilizados, mas também da descoberta de aptidões e

talentos que igualmente estão escondidos nas sombras do subconsciente. É uma fase

de liberação, de limpezas profundas, liberação da criatividade e de começar um novo

ciclo muito mais ancorada em sua verdadeira essência e naquilo que veio efetivamente

construir nessa vida. Dispa-se de suas defesas e permita que as forças da Anciã e da

Feiticeira realizem as transformações necessárias para sua plena realização.

Pré Ovular na Lua Nova...


A pré ovulação é o período em que as energias da Donzela/Guerreira estão à

disposição para nos organizarmos interna e externamente, planejando e organizando

nossas ações. Quando vivenciamos essas energias na Lua Nova podemos utilizar a

mente racional para organizar a rotina, perceber o que devemos mudar e o que não é

mais interessante manter, ou seja, o que precisa ser descartado. Aproveite para arrumar

armários, gavetas, sua vida doméstica e profissional, tudo que esteja guardado e que

precisa ser limpo, renovado e reestruturado. Essa é uma fase de mudança e isso pode

estar relacionado aos seus pensamento e sentimentos aos quais esteja apegada e que

não correspondem às suas necessidades reais. Aproveite esse encontro e se renove.

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Pré-ovular na Lua Crescente...
Quando isso acontece, temos um alinhamento entre a Lua Interna e a Lua Externa.

Podemos trabalhar as energias da Donzela/Guerreira em seu aspecto mais pleno.

Neste sentido, essa é uma fase muito dinâmica, com energia ativa, criativa e sexual, em

que a mente racional está agindo de forma clara e assertiva. Bom momento para

estudos práticos, colocar as atividades em dia e planejar as ações futuras. Movimente

essa energia na direção de seus objetivos e dê início aos seus projetos. Movimente-se,

coloque a energia criativa e sexual em ação no seu mundo.

Pré-ovular na Lua Cheia...


Aqui as forças da Donzela/Guerreira se encontram com a Mãe/Visionária. Esse

momento expande ainda mais suas energias e a mente racional e intelectualizada

também recebe estímulos emocionais e empáticos. Então aproveite para concretizar

seus projetos, alcançar suas metas e fazer com que estes estejam a serviços do outro.

Sentirá uma maior necessidade de envolver as pessoas em suas ações, buscando

soluções práticas para as demandas coletivas. É importante compartilhar suas ideias,

as outras pessoas podem estar mais receptivas e ajudar na execução das mais

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diferentes tarefas. A criatividade também estará em alta, criando soluções efetivas e

inesperadas para alguns problemas. Coloque as energias em movimento e cuide com os

excessos.

Pré-ovular na Lua Minguante...


A Lua Minguante com o arquétipo da Feiticeira/Mestra está no lado oposto da

Donzela/Guerreira na roda do ciclo. Este será um período excelente para trabalhar

com as sombras subconscientes que impedem a ação, e as energias da Donzela de

fluírem livremente. Você pode se sentir sozinha, ou que está lidando com mais

responsabilidades do que poderia. Aproveite o contato entre a mente racional,

intelectual com o seu subconsciente para liberar padrões impeditivos, marcas de

situações difíceis ou até mesmo de invalidação de quem você é e de sua capacidade

de realização. É um momento de ancorar sua ação ao seu mundo interno, de obter

respostas mais verdadeiras e centradas sobre o que realmente deve fazer e de como

conduzir seus projetos e objetivos para que tenham a realização desejada.

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Ovular na Lua Nova...
A ovulação com seu arquétipo da Mãe/Visionária está em oposição às energias da

Bruxa Anciã na Lua Nova. Este é o momento em que as energias complementares se

encontram e quando pode-se tirar o máximo proveito da conexão com as nossas raízes e

ancestralidade. É um período muito místico, onde pode-se perceber de maneira intuitiva

e muita clara o direcionamento que devemos dar aos nossos objetivos e projetos para

que eles floresçam com maior naturalidade servindo ao bem comum. Igualmente

evidencia a necessidade de equilibrar a sua doação aos outros (Mâe/Visionária) com o

tempo e doação de energias que emprega a si mesma. O equilíbrio entre essas

polaridades é necessário para que você mantenha a sua ação centrada no coração,

sabendo quando se doar aos outros e quando se recolher, buscando dentro de si as

energias de cura e de ancoramento com seu propósito de vida. Execute alguns rituais

para fertilidade e expansão da criatividade neste período.

Ovular na Lua Crescente...


Uma das características das fases expansivas de nosso ciclo é a leveza. Quando elas se

encontram, a Mãe/Visionária com a Donzela/Guerreira temos uma fase muito dinâmica,

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onde podemos ver e sentir os afazeres diários com mais alegria e disposição. Brincar, rir

de si mesma e observar os acontecimentos pelo lado positivo podem ser experiências

naturais durante essa fase. A sexualidade e a sensualidade da menina estão a

disposição. Fica mais fácil se relacionar com outras pessoas, pois essas energias trazem

uma empatia calorosa e acolhedora. Organizar sua agenda e demais tarefas será

agradável, fluindo de forma harmônica, pois você estará com energia de sobra.

Ovular na Lua Cheia...


Aqui, temos o encontro da Lua interna com a Lua externa manifestando a mesma

imagem arquetípica, a da Mãe/Visionária. Ao ovular nessa fase as energias desse

arquétipo estarão mais claras e vívidas. A mente emocional e empática estará mais

aguçada e poderá perceber com facilidade a melhor forma e momento de se comunicar

com as pessoas, percebendo o que necessitam e sendo uma agente de transformação e

acolhimento do outro. Nesta fase o compartilhar de experiências e as trocas íntimas são

muito mais valorizadas. Este é o ápice da energia feminina, e exatamente por isso,

estará mais sedutora, mais disposta a compartilhar e nutrir os outros com sua presença e

encantamento. Aproveite para executar rituais de abertura de caminhos, de

concretização de projetos e de atração de tudo que precisa para dar materialidade aos

seus sonhos e projetos.

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Ovular na Lua Minguante...
Neste momento as energias da Mãe/Visionária encontram-se com a Feiticeira/Mestra.

É um momento de ancoramento da ação da Mãe nas forças ancestrais e internas da

Feiticeira. Quando isso acontece, é sinal de que podemos estar nos doando

excessivamente sem uma conexão mais profunda com nossa verdade. Também pode-

se perceber que existem padrões limitantes que precisam ser limpos, reconhecidos e

superados com relação à maternidade e aspectos do feminino, como a expressão da

sexualidade e da criatividade. Nossas carências, rejeições e sentimentos negativos

quanto ao poder de ação e realização podem emergir à mente emocional. Reconheça

esses sentimentos, sem dar a eles mais atenção do que realmente seja necessário,

realizando rituais de limpeza e banimento dessas energias. Faça um balanço com

relação a forma como vem se relacionando com as pessoas, perceba onde está

projetando suas carências ou faltas e o que precisa ser modificado. É uma fase muito

positiva de transformação e limpeza.

Pré-menstruar na Lua Nova...


A pré-menstruação é o período em que vivenciamos as energias da Feiticeira/Mestra

em nosso ciclo mensal. A mente subconsciente estabelece contato com nossa

consciência e aspectos das nossas sombras emergem para que possamos conhecer

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nossas verdades mais íntimas e possamos nos libertar dos padrões impeditivos da

realização e felicidade. Pode ser o período mais difícil para algumas mulheres, pois as

emoções fogem ao controle racional. Quando essas energias se encontram com a

Bruxa Anciã na Lua Nova, a turbulência emocional pode ser ainda mais intensa, mas

existe uma profundidade maior, uma sabedoria ancestral que nos guia para que

possamos lidar com essas emoções com maestria. É um período em que as energias

estão mais voltadas para o interno e podemos ter insights em sonhos ou percepções

mais sensíveis sobre o momento que estamos vivenciando.

Pré-menstruar na Lua Crescente...


Neste momento as energias da Feiticeira/Mestra estão em oposição às energias da

Donzela/Guerreira. Isso evidencia que chegou o momento de encarar nossas sombras

com mais dinamismo, leveza e alegria, percebendo que se trata de um momento de

liberação de traumas vivenciados na infância ou juventude. A Feiticeira nos guiará, mas

as energias da donzelas darão o tom deste encontro, ou seja, é preciso dar-se tempo

para sentir, para sentir e vivenciar nossas emoções, através da dança e de atividades

que nos remetem a infância podemos liberar o choro reprimido, curar feridas antigas

que impedem o ancoramento com nossa realidade mais íntima.

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Pré-menstruar na Lua Cheia...
Este é um momento muito interessante. A Feiticeira/Mestra encontra-se com a

Mãe/Visionária e pede a ela que ilumine suas sombras, revelando o que se oculta em

seu subconsciente. Essas energias não emergem sem um motivo, normalmente são

respostas, revelações do que está por trás de nossas ações, do que de alguma forma as

limita. Então esse é o momento de acessar os padrões impeditivos e crenças limitantes

com relação à mulher que nós somos, a expressão de nossa feminilidade. Muitas vezes

esses aspectos revelam relações conflituosas com a mãe, com outras mulheres que

detenham autoridade ou até mesmo com a fertilidade, as dificuldade que temos em

fazer florescer nossos sonhos e projetos. É uma fase muito transformadora se ousarmos

olhar com amor para nós mesmas, acolhendo quem verdadeiramente somos e

sobretudo, aceitando aos outros como são, entendendo que cada um dá o que tem.

Pré-menstruar na Lua Minguante...


Aqui mais uma vez, temos o encontro da Lua Interna com a Lua Externa. A imagem

arquetípica da Feiticeira/Mestra está se manifestando em sua plenitude e podemos

sentir de forma mais clara seus movimentos. A Feiticeira/Mestra nos convida a

reconhecer nossos limites diante das energias do subconsciente. É um momento de

muita criatividade interna, quando podemos perceber os padrões limitantes da nossa

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plena manifestação no mundo. É um período de limpeza, de transformação e

reconhecimento de potencialidades que estavam soterradas em traumas e negações de

quem somos. O caminho da mestra nem sempre é o mais fácil, mas com certeza é

libertador. Dê-se tempo, relaxe, pinte, dance, escreva sobre o que sente, permita-se

sentir sem julgamentos ou culpas, deixe que a Feiticeira atue e limpe de você tudo que

não precisa mais para que seus sonhos e projetos possam florescer ancorados em suas

raízes e em que verdadeiramente és.

Observações: É aconselhável o registro dos sonhos, percepções, sensações e tudo que


achar necessário. Esses registros são uma maneira de criarmos conhecimento sobre nós

mesmas, a forma como funcionamos em cada uma das fases e com o que estamos

lidando. Assim você vai descobrir com muito mais profundidade o que está sendo

trabalhado em cada fase do seu ciclo e de que forma está conectada ao ciclo lunar

externo.

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Mandala Lunar

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A Lua Branca, Lua Vermelha e Lua Roxa
Identificar essas diferentes Luas (Branca e Vermelha) é muito fácil a partir da observação

contínua de nossos ciclos. Conforme vamos observando e entendendo os nossos ciclos

internos e suas fases - e em algum momento eles estarão em sincronia ou em oposição

aos ciclo lunar externo - podemos identificar as melhores fases para trabalharmos com

nossas energias internas e ativarmos esse poder a nosso favor, em prol da realização de

nossos projetos e de uma sintonia maior com o sagrado que nos habita.

Lua Branca - Sincronia entre a Lua Interna e a Lua Externa

Uma mulher está vivendo a Lua Branca quando o seu ciclo interno está em consonância

com o ciclo lunar externo, ou seja, os elementos são os mesmos (no ciclo interno e

externo nas fases de menstruação e ovulação), ou seja, a mulher está menstruando,

vivendo a sua Lua Nova Interna em conjunto com a Lua Nova Externa e,

consequentemente, estará ovulando (sua fase interna de Lua Cheia) na Lua Cheia

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Externa.

Este é um ciclo de muita energia e movimento, quando os arquétipos das fases lunares

são sentidos de maneira muito forte e pode-se tirar o máximo proveito deles, por meio

de meditações guiadas, atividades criativas, plantando nossa Lua (na menstruação),

fazendo arte com nosso sangue e despertando com muito mais facilidade os atributos

de cada um dos arquétipo e elementos das diferentes fases lunares.

Na Lua Branca podemos trabalhar com as limpezas uterinas de forma mais profunda e

eficaz, podemos utilizar as vaporizações durante as Luas Crescente e/ou Minguante

para potencializar a cura de padrões repetitivos de comportamento ligados aos

pensamentos (Lua Crescente/elemento Ar) ou aos sentimentos (Lua Minguante -

elemento água).

Para as mulheres que estão na na menopausa, independente do motivo, se foi natural ou

por um processo de histerectomia, a conexão ocorre diretamente com os ciclos lunares

externos e estão sempre conectadas com a Lua Branca, ou seja, os arquétipos lunares

são vivenciados e podem ser trabalhados de forma mais profunda acionando os poderes

de cada fase do ciclo e seu elemento correspondente.

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Lua Vermelha - Oposição entre a Lua Interna e a Lua Externa

Já a Lua Vermelha ocorre quando o ciclo interno da mulher está em oposição do ciclo

lunar externo, ou seja, a mulher está menstruando (sua Lua Nova interna) na Lua Cheia

externa, e consequentemente, estará ovulando (Lua Cheia interna) na fase da Lua Nova

externa.

Esta é uma Lua, ou um ciclo lunar muito poderoso. A intuição e a criatividade da mulher

estão extremamente aguçadas, sentindo-se e percebendo-se mais mística, mais

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conectada com seu mundo interno e podendo levar literalmente “luzes” para suas

sombras, dissolvendo padrões repetitivos negativos e impeditivos de realização de seus

sonhos e projetos.

Nesta Lua Vermelha trabalhar com nosso sangue menstrual na Lua Cheia terá um

significado e uma conexão espiritual muito mais profunda. Realizar uma limpeza uterina

na Lua Nova, quando estiver ovulando, poderá aumentar sua capacidade intuitiva e

criativa, liberando os bloqueios existentes nessa área e trazendo à tona outras

potencialidades esquecidas e até mesmo desconhecidas de nossa percepção

consciente.

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Lua Roxa - Pré-menopausa e anos iniciais da menopausa

As mulheres que estão na pré-menopausa ou nos anos iniciais da menopausa estão mais

ligadas ao arquétipo da Feiticeira e se preparando para entrarem no arquétipo da

Bruxa Anciã. Não deixam de ser cíclicas e trabalhar com os demais arquétipos, mas

estão mais conectadas com a Feiticeira e a Bruxa Anciã pelo momento que vivem

dentro de um ciclo ainda maior. Estes momentos e arquétipos são intitulados por

algumas autoras e estudiosas do Sagrado Feminino como a Lua Roxa.

A Lua Roxa é uma Lua de poder e de serviço, quando a mulher oferece para a sua

comunidade a sabedoria acumulada do ciclo anterior e pode materializar o seu poder

no serviço ao outro, não mais como uma mãe, cuidadora e provedora de alimento, mas

como uma mulher Sábia, uma mulher de poder.

É muito importante para as mulheres que estão trilhando o caminho do Sagrado

Feminino compreender seus ciclos internos percebendo que estamos o tempo todo

conectadas com a Lua externa. Quando ampliamos nossa conexão entendemos que a

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Lua não é um ser independente no Cosmos, mas que está relacionada à mãe Terra e ao

Pai Sol. Cada uma dessas fases (estações e ciclo lunar) está conectada e é a

representação de um determinado elemento e, exatamente por isso, possuem uma

magia e um poder específico.

Os elementos atuam de forma diferente em cada um dos luminares, sendo que nas fases

da Lua estão relacionados aos arquétipos e nosso corpo emocional e nas questões

solares - nas estações - na forma como adquirimos consciência do mundo que nos

rodeia e toda a complexidade que o envolve.

Quando nos conectamos com os elementos, observando seus efeitos em nossos corpos e

utilizando seus poderes específicos a nosso favor, ou seja, em prol do nosso

desenvolvimento interno, estamos adentrando a seara mágica do feminino, despertando

para um mundo rico, mágico, cheio de poder, mas que igualmente possui suas sombras

e escuridão.

Quando aprendemos a lidar com nossas sombras despertamos para a luz, quando

equilibramos essas energias começamos a integrar as partes fragmentadas de nosso

Ser e assumimos o comando de nossas vidas, com amor, respeito e gratidão por tudo

que somos e por tudo que existe.

19
Quadro de correspondência entre os elementos
e o ciclo interno.

hamadríade

20
Os quatro arquétipos do Feminino
Para conseguirmos tirar proveito de nossa ciclicidade e entendermos como

naturalmente funcionamos é preciso deixar que as diferentes fases fluam através de

nós. Cada fase tem um poder, uma sombra, um desafio e uma conquista que precisam

ser conhecidas e reverenciadas.

A ciclicidade faz parte de quem somos, são apenas alguns dias durante o mês em que

nosso psiquismo e emoções são alteradas pelas funções hormonais, revelando talentos,

aumentando e diminuindo nossas energias externas, assim como nossa percepção mais

mística e sensível do mundo em que estamos inseridas.

Ao despertarmos para nossa feminilidade autêntica, quando vivenciamos este estado

natural do Ser mulher, estamos usando como sustentação para a nossa ação no mundo

o centro do útero, onde estão abrigados os quatro aspectos universais da energia do

Sagrado Feminino com seus arquétipos correspondentes. São quatro níveis de

hamadríade
consciência, quatro energias diferenciadas.

A vida moderna não permite o espaço necessário para que possamos manifestar esses

quatro arquétipos de forma espontânea. Eles são existentes, mas raras são as vezes que

conseguimos identificar essas mudanças como positivas. Existe uma separação entre o

corpo e a feminilidade, que se torna um impeditivo para vivência da feminilidade

autêntica, com todo seu brilho e capacidades.

O estresse e o medo podem tomar conta da consciência ativando padrões primários

que acabam por dificultar a percepção das mudanças que são sutis, ainda que

profundas, em nossa energia e consciência.

Reconhecer os arquétipos femininos dos nossos ciclos, nos permite descobrir que não

existem aspectos bons ou ruins em sermos mulheres, mas energias que ora são ativas e

dinâmicas ora são passivas e receptivas.

Dependendo da maneira que vivemos, os desafios que enfrentamos em nosso cotidiano,

aspirações, fazeres, acabamos por nos identificar com alguns arquétipos, assim como

nos distanciamos de outros. Esse desequilíbrio, em muitas mulheres, acaba gerando

problemas em seu ciclo e em alguns casos doenças no aparelho reprodutor feminino.

21
Permitir-se fluir é adentrar o sagrado que nos habita, é conhecer as múltiplas facetas

que representamos e damos forma em cada uma das fases. Quando aprendemos a nos

movimentar em sintonia com as fases internas efetuamos uma grande cura em nós

mesmas, nos tornamos a mulher medicina, que honra e conhece a si mesma.

Podemos, desta forma, tirar proveito de quem somos, utilizando nossos talentos e dons

naturais para realização de objetivos e projetos, sem culpa, medos ou necessidade de

autoafirmação, porque somos em nós mesmas a expressão do sagrado feminino que

nos habita.

hamadríade

22
A Donzela - Guerreira
A energia dessa fase é dinâmica e radiante. Representa o movimento do elemento Ar, a

mente intelectual e racional sempre ativa. É a fase não fértil do período reprodutivo,

evidenciando que a mulher está livre para se movimentar em prol de si mesma. A

autoconfiança emerge de forma natural, tornando-se mais sociável, capaz de resolver e

superar todas as dificuldades. Está concentrada em seus objetivos e ambições, com

energia de sobra para colocar seus projetos em funcionamento.

Esta é uma fase de organização, de fazer listas, ordenar as ações para o restante do

mês, quando pode-se perceber os passos necessários para implementação ou

continuidade de um projeto.

Por ser uma fase mais racional, a mulher está voltada às suas próprias necessidades.

Pode ser considerada a fase mais “egoísta” do ciclo, entendendo que isto não é

negativo, pois existe a necessidade de estarmos com nós mesmas e de utilizarmos essas

hamadríade
energias para impulsionar nossos sonhos.Não há medo das mudanças, muito pelo

contrário, existe o desejo de criar, de gerar novos caminhos, pois respeita a si mesma.

Aqui a ligação existente é entre o útero e a mente, nesta fase a lógica e o intelecto são

predominantes. A memória e a concentração estão elevadas e há um maior desejo de

explorar e aprender coisas novas e diferentes.

Quando essas energias estão equilibradas somos capazes de realizar nossos sonhos e

projetos, satisfazendo as necessidades de crescimento e realização, de forma natural e

contínua.

Porém, quando estamos em desequilíbrio com a Donzela/Guerreira, quando nos

identificamos em excesso com essas energias podemos nos tornar frustradas e invejosas

com relação às realizações das outras pessoas. Sentimos menos empatia pelos outros,

colocando nossos objetivos pessoais acima de tudo e de todos.

É muito fácil nos identificarmos com esse arquétipo, uma vez que é justamente o que se

espera da mulher na contemporaneidade. Pois para sobrevivermos profissionalmente

em um mundo masculino e competitivo precisamos estar sempre alertas, mais lineares e

super ativas, o que de fato não corresponde às necessidades cíclicas da nossa

natureza.

23
Por outro lado, quando a identificação com essa fase não acontece ficamos tempo

demais nas fases mais introspectivas, criando dificuldade em realizar, em colocar

nossos projetos e objetivos em ação.

Todo o desequilíbrio, em qualquer uma das fases, podem gerar doenças e

distanciamento da nossa natureza interna, de quem realmente somos. Para

equilibrarmos as energias é necessário um trabalho mais consciente com todas as fases

de nosso ciclo.

Algumas mulheres podem achar essa fase difícil, por se sentirem culpadas ao dar vazão

às suas próprias necessidades, pois não estão correspondendo a outra imagem

arquetípica do feminino - igualmente ligada a sociedade machista e patriarcal - da

“boa mulher” que tem que ser sempre altruísta, caridosa e empática o tempo todo.

Para equilibrarmos essas energias é necessário permitir a expressão independente e

autodeterminada da Donzela/Guerreira. Assim, sentiremos que temos maior controle

sobre nossas vidas, gerando mais crescimento ao invés de estagnação, nos tornamos

mais empoderadas para sermos quem realmente somos.

hamadríade
A brincadeira e a leveza estão sempre presentes nessa fase. Liberamos o estresse

quando aprendemos a fluir com leveza, quando crescemos em alegria.

A criatividade dessa fase se manifesta de forma intelectual, quando podemos criar

estrutura a partir do caos, quando somos capazes de planejar o futuro ordenando

ações a médio e longo prazo para conquistarmos nossos objetivos.

A sua espiritualidade exige uma certa ordem hierarquizada - já que é uma das fases

mais masculinas do nosso ciclo. A ascensão e a iluminação estão conectadas a regras

que devem ser seguidas, degraus que devem ser conquistados. Porém, não pode haver

peso, pois nessa fase o que prevalece é a diversão, assim evita-se armadilhas como

uma obsessão por um regime estrutural muito severo, onde acredita-se estar sempre

correto. Rir de si mesma e rir das situações em si é um sinal de amadurecimento da

Donzela, pois é preciso reconhecer que estamos nos construindo e que os tropeços e

incertezas fazem parte de quem trilha um caminho novo e único.

Essa fase também é marcada por uma sexualidade mais independente. Como é menos

empática, estamos preocupadas em resolver nossas questões mais pessoais e nos

divertir com a sexualidade descompromissada. Isso não quer dizer falta de intensidade,

muito pelo contrário, essa fase é responsável por relações sexuais intensas e

apaixonadas.
24
Muitas mulheres podem se sentir desconfortáveis com sua sexualidade nesse período,

justamente por ser mais livre e por trazer uma força intensa e repentina. Os homens

também podem se assustar com as mudanças na sexualidade de suas mulheres que

estão saindo do período menstrual e entrando nessa fase mais ativa da pré-ovulação.

Para acolhermos esse arquétipo, equilibrando suas energias precisamos expressar as

habilidades da mente pensante, planejando atividades, aprendendo alguma coisa nova

e criando estruturas. Precisamos acreditar em nós mesmas para começarmos algo

novo, sermos capazes de nos desafiar e se divertir durante o processo. Nossas energias

estão em alta e podemos brincar com nós mesmas, descobrindo novos talentos, nos

experimentando.

Vivenciamos essas energias uma vez ao mês - na fase da pré-ovulação ou na Lua

Crescente quando estamos na menopausa.

Fase Dinâmica

As energias da Donzela/Guerreira representam a fase Dinâmica de nosso ciclo.

hamadríade
Este é o período ideal para a realização, progresso e conseguirmos ter sucesso em

nossos empreendimentos e objetivos. É mentalmente a fase mais produtiva. O

sentimento que a acompanha é de felicidade, autoconfiança, independência, energia

física em alta e clareza mental. Nos tornamos empoderadas pela ação que somos

capazes de realizar.

Nesta fase nós vamos de encontro ao mundo e fazemos as coisas acontecerem. É o

momento de iniciar novos projetos, colocar em dia as tarefas atrasadas, nos reinventar.

Sentimos que não há nada que não possamos fazer. Nos afastamos do mundo intuitivo

- menstruação da fase anterior - e nos tornamos mais voltadas ao mundo exterior,

focadas no dia a dia para satisfazermos nossos desejos e necessidades.

Existe uma natural redução da sensibilidade e vulnerabilidade emocional, tornando

esse período favorável às conversas complicadas, mas deixe as conversas mais

sensíveis para a próxima fase, pois como estamos menos empáticas podemos mostrar

uma falsa ideia de distanciamento e de insensibilidade com relação aos sentimentos e

necessidades dos outros.

Nesta fase devemos decidir o que faremos, quais os objetivos que vamos
realizar durante o mês - respeitando as outras fases onde deveremos dar mais
tempo para contemplação interna como na pré-menstruação e menstruação.
25
Com as energias dinâmicas a nossa disposição, saímos da zona de conforto com muito

mais facilidade, pois temos uma percepção mais masculina do mundo, o que nos

concede alguma vantagem no mundo material.

Também é um período ideal para trabalharmos com afirmações positivas, pois nossas

conexões neurais estão mais dispostas a aceitar esse tipo de estímulo nesta fase de

nosso ciclo.

Há necessidade de olharmos de forma realista e prática para tudo que conquistamos e o

que não realizamos, nossos insucessos até o momento. Identificando o que nos falta, o

que deu errado e não funcionou, pode representar a motivação necessária para

mostrarmos o quanto somos capazes. Assim nos colocamos como experimentadoras, e

nos auto desafiamos a aprender mais, a evoluir, crescer e realizar nossos objetivos.

Sombra do período dinâmico

Podemos nos sentir frustradas quando as coisas não saem como planejamos,

principalmente quando dependemos da ação de outras pessoas. Sem interação com as

outras fases do nosso ciclo acabamos por gerar um grande estresse mental, pois não

hamadríade
estamos dando espaço para as energias do subconsciente fluírem e desta forma, a nossa

ação e planejamento ficam desconectada de nosso útero, como se tivéssemos fazendo

força, remando contra a maré.

Observe o quanto de espaço tem dado a sua Donzela/Guerreia? Muito? Pouco?

Quando damos espaço em excesso a essa fase nos tornamos distantes das necessidades

dos outros, priorizamos a nós mesmas, causando um grande estresse mental e físico, pois

forçamos nosso corpo e psiquismo a responder de forma exagerada e linear,

permanecendo ativas quando deveríamos deixar que as energias do subconsciente

fluam, ancorando nossas ações, objetivos e projetos em quem realmente somos. Sem

ancoramento, nos desgastamos por nada, estamos sempre correndo atrás de algo que

nunca chega, que nunca se realiza.

Por outro lado, quando temos dificuldades em lidar com as energias dessa fase dinâmica

e permanecemos por tempo demais nas fases mais internas, perdemos o contato com o

mundo real, com o poder de dar materialidade a nossa criatividade. Ficamos sonhando

acordada por muito tempo, imaginando um mundo ideal, sem que se consiga colocar em

prática e ação os projetos e objetivos.

26
Frustração, irritabilidade, dificuldade em colocar os projetos em ação, inveja e ciúmes

com relação a realização das outras pessoas, passividade perante a vida e

acontecimentos, não conseguir se colocar de forma prática no mundo, nem expressar

suas vontades e desejos, são sinais de que as energias da Donzela/Guerreia estão em

desequilíbrio.

A Guerreira Interna

Na tradição xamânica trabalha-se com os quatro poderes. Esses poderes podem ser

vivenciados em nosso ciclo a partir do momento em que nos permitimos fluir com ele.

Desta forma, quando equilibramos as energias da Donzela despertamos a Guerreira

Interna e junto dela, temos um caminho de aprendizado e talentos a serem despertados

de forma consciente.

Nesta fase de nosso ciclo é preciso cuidado para não nos fixarmos em ideias e ideais,

como se fossem toda a verdade existente. É preciso perceber que cada pessoa possui a

sua história e o direito a existir e ser exatamente como é, pois é isso que desejamos

para nós mesmas, sermos aceitas e amadas pelo que somos.

hamadríade
A Guerreira honra e respeita a alteridade do outro, a sua singularidade e diferença. Não

precisamos concordar, mas não somos juízes de ninguém. Honramos o outro quando

permitimos que ele exista, independente do que entendemos como certo e errado, do

que pensamos que a pessoa seja ou de como deveria agir, assim respeitamos a sua

alteridade, respeitamos quem ele verdadeiramente é.

A comunicação criteriosa e verdadeira também é um atributo da Guerreira. É preciso

observar se estamos nos comunicando de forma correta, que conseguimos dizer o que

queremos e se nossas ações estão relacionadas ao que dizemos. Quando dizemos uma

coisa, mas fazemos outra, perdemos poder e efetividade em nossas ações. O poder de

materialização e realização está em conseguirmos ser honestas com nós mesmas, agir e

pensar de forma equilibrada e ter a palavra como um reflexo da nossa ação.

Isso se reflete nos “sim” e “nãos” que ofertamos ao mundo. Quando dizemos sim

querendo dizer não, perdemos igualmente poder pessoal, nos colocando como vítimas

ou mártires das situações, pois estamos abrindo mão de algo que é importante para nós,

como nosso tempo, dinheiro e energia para atender as necessidades dos outros. Isso

não é correto, pois precisamos ter o que dar e se estamos tirando de nós para dar para

o outro é porque não temos o suficiente nem para ele e muito menos para nós.

27
Quando dizemos não podendo dizer sim, nos tornamos pessoas egoístas e mesquinhas.

Porque deixamos de dar e fazer a alguém algo que poderíamos, seja nossa atenção,

energia, amor, dinheiro… O equilíbrio entre o sim e o não, a palavra e ação vão

demonstrar o quanto estamos agindo ancoradas em nossas verdades. Nem sempre

podemos estar a disposição das necessidades dos outros, mas igualmente, ninguém é

tão pequeno que não tenha nada para dar. O equilíbrio é a chave da realização.

Precisamos nos libertar da percepção emocional de que o sim reflete sempre a

aceitação de nós e dos outros e de que o não está conectado a rejeição ou não

aceitação.

A Guerreira interior nos traz a noção de causa e efeito das ações que praticamos. Não

é o que nos acontece que é importante, mas a forma como reagimos ao que nos

acontece, é o que realmente importa e nos revela.

Não temos gerência sobre as ações dos outros, eles agem conosco e com o mundo

conforme eles são, pensam, a fase de vida e os desafios que estão enfrentando. Mas

nós somos responsáveis pelas respostas que damos, as reações que temos ao que nos

acontece, pois são elas que vão revelar verdadeiramente quem somos, sem

hamadríade
justificativas, pois o que o outro faz e é não pode servir de base para minha ação e sim

o que realmente sou. Neste sentido, temos que sustentar nossas ações, ancorá-las em

nossos corações, mentes e úteros, sermos íntegras em nossas respostas aos

acontecimentos da vida. Somos inteiramente responsáveis pelas nossas ações e

devemos ter plena consciência disso, pois o que criamos é nosso, o que os outros criam

é deles.

Quando desenvolvemos essas características da Guerreira aprendemos a


utilizar nosso poder com sabedoria. O nosso poder é o “remédio” que
oferecemos ao mundo. Ele é único, original e só nós podemos oferecê-lo.
A Mãe - Visionária
A energia da Mãe surge no momento da ovulação e apesar de ser radiante possui uma

frequência diferente das energias da Donzela. Nesta fase o “eu” que é tão expressivo

na fase anterior cede lugar a empatia e entrega que caracteriza essa fase da Mãe. É a

fase em que a expressão do feminino no mundo externo atinge o seu máximo poder de

manifestação.

Essa é fase Lunar que mais recebe as energias solares, estando por isso, conectado ao

elemento fogo. Representa a Deusa da Terra, dando luz às suas crianças e as nutrindo,

é o amadurecimento da Donzela, transformando suas características de realização em

força emocional. É nessa fase que o nosso útero se conecta diretamente ao coração,

ao mesmo tempo em que dirige suas energias para terra, realizando um ancoramento e

gerando estabilidade para que possamos abrir nossos corações.

A mente dominante nesse período é a sentimental, quando sentimentos de empatia,

compreensão e compaixão tornam-se presentes.

hamadríade
O sentido de realização vem de sermos quem somos, cuidando das necessidades e

desejos dos outros.

Assim como no arquétipo anterior, muitas mulheres podem se identificar de forma

excessiva com a Mãe, sacrificando as próprias necessidades em detrimento às

necessidades dos outros, procurando ajudar até mesmo de forma invasiva, quando a

ajuda não foi solicitada, assumindo assim, responsabilidades que não são suas.

Culturalmente esse é o papel idealizado da mulher, mas ao agirmos em desconexão

com os demais arquétipos do nosso ciclo, ficamos em dívida com nós mesmas.

De igual maneira, quando deixamos de trabalhar com as energias deste arquétipo nos

sentimos muito sozinhas, incapazes de criarmos relações de trocas mútuas, perdemos a

sintonia emocional que nos traz generosidade. Isso pode ser gerado por medo de

perdermos a capacidade dinâmica da Donzela, ou de deixarmos de lado as nossas

necessidades em função dos outros, pelas fortes energias de doação e nutrição que

estão ligadas à Mãe.

29
Uma relação conflituosa com a mãe pode gerar uma imagem distorcida desse

arquétipo e uma certa relutância em acolher esse aspecto em si mesma.

A criatividade dessa fase está conectada ao que somos capazes de dar forma através

das mãos, do coração e do útero. Há maior disposição para gerarmos sentimentos de

harmonia e amor, apoiando os outros em todos os âmbitos da vida.

Existe uma conexão natural com os outros e com a natureza que nos permite entender

e perceber o que acontece com quem nos rodeia. Nos comunicamos de forma mais

generosa, criando abundância e crescimento pelo cuidado.

Nesta fase a espiritualidade está conectada a natureza, com o prazer das experiências

sensuais no mundo natural. São verdades simples, modo de viver simples com uma

perspectiva amorosa, apreciativa e cuidadora perante tudo que existe.

Este também é um período sexualmente ativo, profundamente sensual, onde estamos

abertas a entrega emocional e física aos nossos parceiros e parceiras, compartilhando

nosso corpo e coração.

hamadríade
Muitas mulheres podem sentir essa fase como passional, amorosa e generosa, mas

quando suprimem essa fase perdem a oportunidade de se fundir completamente com

seus parceiros (as) através do amor. Essa fase permite uma entrega e troca real, que

alimenta física e emocionalmente os parceiros, estreitando laços e encurtando

distâncias.

A falta de confiança em si e no parceiro (a) pode bloquear a abertura nessa fase, por

se sentir mais vulnerável e aberta. Outras mulheres podem sentir dificuldade em se

relacionar nessa fase por medo de engravidar e por relacionarem a sexualidade com a

geração, com a própria mãe.

Quando acolhemos as energias da mãe dentro de nós vivenciamos uma fase de

afetividade amorosa e física, na qual podemos criar abundância por meio de uma

atitude permissiva e cuidadora.

Precisamos acolher a nossa mente sentimental desapegando da impulsividade da

donzela, fundir-se com a habilidade de amor e criar empatia. Assim, conseguimos

chegar nas pessoas por atos simples, demonstrando para elas o quanto são importantes

para nós. Pois, as energias desse arquétipo são de nutrição das relações e por esta

conseguimos empoderar projetos que passam a se manter por conta própria.

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Fase Expressiva

Essas energias se manifestam alguns dias antes e depois da ovulação. Sentimentos de

alegria, felicidade, criatividade, expressividade, autoconfiança, realização e maior

altruísmo são sentimentos comuns nessa fase.

Estamos muito mais dispostas a nos relacionar com entrega, nos conectando aos outros

e a natureza ao nos movimentarmos com graciosidade e criatividade, pois estamos

exalando feminilidade.

É um momento de nos comunicar e expressar a nós mesmas e nossas energias no

mundo, existe uma força emocional capaz de nutrir aos outros, menos sensíveis às

críticas e mais propensa a acolher projetos, seguindo o fluxo e permitindo que coisas

progridam em seu próprio ritmo, pois estamos muito conectadas a natureza, o que nos

facilita a percepção de que tudo possui o seu próprio tempo de maturação para que

cada sonho e projeto possa florescer. Combinam-se assim aceitação e paciência.

Nesta fase passamos a validar os pontos de vista e sugestões de outras pessoas, sendo

um período ideal para construirmos e trabalharmos em equipe, apoiando projetos e

hamadríade
pessoas, sendo capazes de mediar acordos.

Nossa força emocional neste período nos permite o envolvimento com as vida das outras

pessoas sem nos sobrecarregar, o que acaba acontecendo quando tentamos manter

essas habilidade em outras fases de nosso ciclo.

Assim como na fase anterior da Donzela, vamos ao encontro do mundo, mas dessa vez

criando relações que possibilitam sucesso em nossas carreiras e objetivos, nossa

abordagem, nesse sentido, é muito mais feminina. Então, essa é uma fase de

fortalecimento das relações, quando estamos mais sensíveis às necessidades dos outros

e podemos nutri-los com nossa presença, palavras, cuidados e amor.

A criatividade desse arquétipo está na ação em si e não nos resultados. É inspiração,

um salto de compreensão com imensa capacidade para solucionar problemas com

ideias inusitadas, planejamento e imaginação.

Essa fase revela potencialidades para criação de estruturas equilibradas e harmoniosas

e de uma comunicação muito eficaz. Além das manifestações artísticas a criatividade

está voltada à tarefas mais femininas como o cuidado, acolhimento, zelo, cuidados com

o jardim, casa, filhos. Porém, a noção de temos de família se amplia e podemos sentir e

perceber a tudo e todos que nos rodeiam como parte de nossa família.

31
Também é o período ideal para conversas com colegas de trabalho, saber o que

realmente pensam, o que desejam, pois estamos mais dispostas a estar com as pessoas

e receptivas a quem verdadeiramente são. Da mesma forma, podemos restabelecer

contatos e relacionamentos que podem ter ficado esquecidos ou que foram

negligenciados nas fases anteriores.

Estamos mais aptas a corrigir problemas, somos menos egoicas e mais empáticas.

Nossa feminilidade está no auge, estamos brilhando e desta forma atraímos o que

queremos e precisamos. Igualmente conseguimos encorajar os outros à ação,

orientando, persuadindo e influenciando os demais, pois estamos com habilidade

pacificadoras.

A diversão e a celebração da vida também devem estar presentes. Há um sentimento

de gratidão por tudo que temos e uma visão apreciativa das conquistas. Abrir espaço

para a alegria nesta fase nos mantém felizes com os pés no chão, liberando todas as

formas de estresse.

Este é um excelente período para trabalharmos com a imaginação, sentindo emoções

de sucesso, isso nos ajuda a ampliar a autoconfiança. “Sentir nossos sucessos”.

hamadríade
Os sentimentos são a forma mais importante de expressão e interação com o mundo.

Visionária Interna

Quando despertamos a nossa Visionária interna conseguimos dizer a verdade sem

culpar, nem julgar. Tornamos a verdade visível.

A missão da Visionária é dar plena expressão aos seus dons, talentos e recursos,

enfrentando seus testes e desafios. Dando, desta forma, materialidade aos seus

objetivos criativos e sonhos, realizando seu propósito de vida.

A nossa autenticidade, o que nos torna únicas, se revela na conexão com nosso útero. É

importante lembrar que tomamos decisões o tempo todo apoiadas em nosso ser

autêntico ou falso.

Quando fugimos de uma situação, negamos as coisas ou pessoas por não serem como

gostaríamos nos afastamos de quem realmente somos. Muitas mulheres sentem medo

de não conseguir lidar com o conflito, mantendo a paz, equilíbrio e harmonia a todo

custo. Uma outra rota de fuga está na dramatização e sensacionalismo diante do que

nos acontece, exagerando uma situação para ganharmos atenção.


32
Quando agimos dessa forma estamos ocultando de nós mesmas uma profunda

necessidade de sermos aceitas e termos aprovação das outras pessoas. Os ataques de

raiva nesse período também são comuns quando estamos desalinhadas com nossa

visionária, demonstrando que precisamos ser vistas.

Quando alinhadas com as energias desse arquétipo, a Visionária dissolve essa

polaridade entre a negação e o exagero das emoções. O centramento do útero com a

Terra e deste com o coração faz com que sejamos capazes de dizer a verdade aos

outros, mas sobretudo de saber como dizer, levando em consideração o tempo e o

contexto.

A Visionária honra as quatro formas de ver: intuição, percepção, discernimento e visão.

Suas energias libertam nosso espírito criativo e impulsionam a nossa voz e

autenticidade. Nos convida para sermos quem somos, exatamente como somos!

hamadríade

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A Feiticeira - A Mestra
Essa fase representa a mulher madura, empoderada, sensual, mágica, selvagem e

independente. Pode ser vista como a donzela escura ou como um ser mágico. Também

está conectada com as mulheres que estão na pré-menopausa e nos primeiros anos da

menopausa.

Quando vivenciamos essa fase sentimos que esse é o momento da mudança, de deixar

ir, da nossa essência selvagem e da consciência espiritual.

Na medida em que saímos da fase ovulatória, sentimos que nossas energias se voltam

para dentro - o mesmo acontece quando entramos na fase da pré-menopausa, os ritmos

mudam, as necessidades também. O que era urgente começa a se acalmar,

percebemos uma maior sintonia interna.

Descemos as escadarias, do coração até o centro de nosso útero, dando boas vindas a

escuridão. As energias física, mental e emocional vão se dissolvendo gradativamente

hamadríade
junto com a luz. A consciência espiritual aumenta quando vamos de encontro à

Feiticeira.

Ela é a beleza madura, a sedutora que encanta, a deusa do sexo e da magia, do

desafio e da mudança. Ela é linda, empoderada, sexual, ilimitada e mágica.

A mente dominante nesse período é o subconsciente. Vamos para além do pensamento

cotidiano, para o mundo criativo do subconsciente. As energias uterinas permanecem

centradas, espiralando em nosso útero.

Para algumas mulheres esta é a fase mais difícil do ciclo, a chamada TPM - tensão pré-

menstrual. Na maioria das vezes, o sofrimento deriva da tentativa frustrada de se

encaixar em um mundo linear que não reconhece seu momento de baixa. Tornam-se

exigentes, zangadas, irritadas e com temperamento instável. Demonstrando que a

mulher não está livre para abraçar as energias de sua Feiticeira.

Normalmente não conseguem descansar, se retirar e dar a si mesma a nutrição que essa

fase exige. O que acontece é que a Feiticeira se vê ameaçada por estar sendo

ignorada em sua essência que traz enormes poderes curativos e espirituais. Há uma luta

interna: a demanda externa x forças da Feiticeira = TPM.

34
Equilibramos essas energias quando aceitamos as mudanças, nos nutrindo, dormindo,

descansando mais e de alguma forma - que é muito única e particular para cada mulher

- nos expressando criativa e espiritualmente.

Quando negamos essa fase, nosso cérebro em suas zonas mais primitivas, tende a ver

tudo que “drena” a nossa energia como uma ameaça, então atacamos tudo que está ao

nosso redor, como se o externo fosse responsável pela baixa energética que estamos

vivenciando. Reprimir a Feiticeira é abrir caminho para a frustração, há uma sensação

de vazio interior, como se não tivéssemos propósito em nossas ações, sentimos falta de

poder e valor. As ações que empreendemos no mundo físico e externo perdem o

ancoramento com nossa parte íntima.

Quando nutrimos e, desta forma, permitimos que as energias e necessidades da

Feiticeira se expressem, desenvolvemos amor próprio e nos tornamos verdadeiramente

empoderadas para realizar qualquer mudança que julgamos necessária.

Para fazermos as pazes com nossa Feiticeira é importante analisarmos a nossa infância,

o quanto recebemos ou não amor, aceitação e validação pela pessoa que somos. Pois

nesta fase, justamente por ser regida pela mente subconsciente, muitos traumas e

hamadríade
negações vêm à tona, para serem reconhecidos e curados. Por isso, pode ser uma das

fases mais desafiadoras. Precisamos olhar para nós mesmas, reconhecer nossas

sombras emocionais, para que possamos nos amar livremente e nos aceitarmos de

forma incondicional.

Mulheres que se identificam com essa fase, amam o turbilhão de energia sexual e

criativa que vem com ela. Há muita inspiração, insights e uma profunda conexão

espiritual. É interessante fazer algo criativo nessa fase, algo que te preencha, sem se

importar com os resultados, apenas permita que ela se manifeste.

A identificação excessiva com essa fase também pode ocorrer. Normalmente isso

acontece com mulheres que são extremamente criativas, sensíveis. Porém, permanecer

nessa fase além do necessário gera desequilíbrios, principalmente na hora de

concretizar suas ideias e dar materialidade aos projetos, pois o poder de ação

representados pela Donzela e pela Mãe ficam bloqueados.

A espiritualidade da Feiticeira oscila entre a luz e a escuridão, entre o mundo externo e

interno. Há um grande desejo de interação com o mundo espiritual. É nessa fase que

consultamos os mais diferentes oráculos em busca de orientação, a intuição está

extremamente aguçada e podemos criar magias simples seguindo os conselhos dessa

sábia mulher das ervas e da natureza, assim como a magia ritualística da sacerdotisa.
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Essa espiritualidade é livre, sem regras ou restrições e se origina na conexão espiritual

pessoal com o Sagrado Feminino.

A energia sexual é vibrante, sensual e erótica. Vem como resposta à afirmação da vida

e à liberação de inibições que aprisionam nosso subconsciente no restante do mês. É

preciso, no entanto, que tenhamos alguns cuidados, pois há uma tendência à

dominação do outro, principalmente nas questões sexuais, para que possamos nos sentir

reconfortadas e tranquilizadas.

Essas energias nos conduzem à aceitação inconsciente do poder pessoal, de quem

somos e restabelece o amor próprio. Sem aceitação e amor por quem somos o desejo

sexual pode se tornar exigente e dominante, carente e necessitado. A Feiticeira cura

esses aspectos na medida em que vamos nos empoderando de nós mesmas, nos

aceitando e nos amando.

Para aceitarmos a Feiticeira é preciso a desconexão dos desejos e necessidades

cotidianas e nos retirarmos - ao menos algumas horas por dia - para encontrarmos os

aspectos mais profundos e espirituais da vida. É preciso abraçar a magia, criando

pequenos rituais nas tarefas cotidianas, como por exemplo, cozinhar mentalizando a

hamadríade
cura e nutrição. Desta forma, vamos liberando a criatividade e inspiração da Feiticeira

nos dando tempo para ficarmos com ela.

Nesta fase podemos usar as energias disponíveis para resolvermos algum problema ou

encontrarmos a inspiração que necessitamos para nossa realização. Identifique um

problema que precise ser solucionado ou uma situação para qual necessite orientação

ou inspiração. Relaxe, inspire profundamente e concentre no problema ou situação,

imagine que está entregando isso a sua Feiticeira e desligue. Respire profundamente e

deixe que a resposta venha até você. Fique receptiva para que as ideias, reações ou

sincronicidades cheguem até você. Carregue consigo um caderninho, para que seja

possível registrar imediatamente todas as impressões que cheguem até você.

Fase de energia Criativa

Nesta fase sentimos uma oscilação em nossa energia. A mente racional fica mais

confusa e temos dificuldade em nos concentrarmos nas tarefas mais práticas.

Esta é a fase ideal para criarmos a realidade que desejamos, focando nos detalhes do

que queremos construir em nossas vidas. Sonhe acordada, escreva sobre seus desejos,

pois o cérebro processa essa informação e começa a reconhecer as oportunidades que

estão ao nosso redor para realizarmos nossos desejos.


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Este não é um período para afirmações positivas, nosso subconsciente não aceita essa

forma de abordagem, gerando inúmeros empecilhos. Um exemplo: você pensa “eu me

amo, eu sou autoconfiante” e seu subconsciente devolve imagens e sentimentos onde

você não foi ou não é autoconfiante, ou ainda situações em que você teve pouco amor

por si mesma. O subconsciente responde melhor a imaginação associada ao sentimento,

emoção correspondente. É assim que criamos novas sinapses nesse período e

trabalhamos com os bloqueios e padrões de comportamentos impeditivos.

Nós precisamos ir de encontro ao nosso subconsciente. Nas fases anteriores nós vamos de

encontro ao mundo externo, nesta escolhemos deliberadamente entrar em nossa mente

subconsciente, organizando tudo dentro de nós mesmas. Tudo que sentimos nessa fase,

raiva, irritação, desejos sexuais intensos possessivos ou egoístas, refletem o nosso mundo

interno e não os outros.

Por isso, é tão importante sermos muito verdadeiras com nós mesmas, observando nossos

padrões limitantes como medos, desejos e necessidades para que possamos nos curar e

nos aceitarmos em nossas imperfeições. Vamos identificando o que nos falta, o que nos

faria sentir seguras e satisfeitas, para criarmos essas condições.

hamadríade
É uma fase muito emocional. Lembrando que a Lua Minguante mexe com as forças do

elemento água, que são as nossas emoções e o chacra desse elemento, o esplênico é

justamente onde fica localizado nosso útero. Então as emoções, guardadas em nosso

subconsciente emergem e temos a grande oportunidade de perceber os padrões de

programação da nossa mente, aspectos rejeitados, adormecidos e adoecidos, ou seja, a

nossa sombra. O subconsciente usa o consciente para trazer pra fora, a partir de cenas

dramáticas e emotivas os acontecimentos, para que possamos perceber os problemas

centrais com os quais estamos nos debatendo.

É importante salientar que os pensamentos negativos são mensagens e não a realidade.

Não podemos alimentar esses pensamentos negativos e, sim, perceber o que se oculta

por trás deles. Existe uma tendência a discussões mentais, a remoer situações que nos

magoaram, traumas, discussões, tudo fica girando em nossa mente consciente, nos

sentimos vítimas, com raiva e frustradas por não termos tomado a melhor atitude, ou

imaginando respostas e situações onde nos sentimos vingadas e nossa autoestima possa

ser estabelecida. Mas perceba! Nada disso é real! São mensagens do subconsciente

dizendo o que precisa ser limpo, só isso, mas nossa mente racional não entende dessa

forma, por isso precisamos ter consciência das energias que emergem nesse período e

assim nos beneficiarmos ao máximo, ao invés de ficarmos consumindo a nossa energia

mental - que deve ser usada para construir o que queremos - em situações irreais,

temperadas pelo emocional sem controle.


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Esta não é a melhor fase para tomarmos decisões importantes e práticas, como vimos

acima, nossa percepção do real está alterada e podemos ser indelicadas com as

pessoas, entrarmos em discussões desnecessárias ou tomar decisões que se revelem

prejudiciais a realização de nossos sonhos e projetos.

Então, o conselho, é deixar que as emoções fluam através de você, permita que elas

mostrem onde precisa de cura e as deixe seguir.

Entendemos então, que essa é a fase ideal para trabalharmos com as energias do

subconsciente na direção do crescimento pessoal. É momento de organizarmos hábitos,

padrões, memórias, atitudes emocionais e mentais que não queremos levar para o

próximo ciclo. Lembrando que logo chegará a menstruação, completando essa fase de

limpeza e banimento, onde deixamos que se vá tudo que não nos serve mais.

Mestra Interior

Quando estamos conectadas ao arquétipo da Feiticeira, permitimos que nossa Mestra

Interior se manifeste. Ela nos ensina que precisamos estar abertas ao fluxo da vida e não

presa aos resultados. Devemos seguir seu chamado e confiar na vida, praticar essa

hamadríade
confiança caminhando no reino das nuvens cinzentas. Lembrando que o oposto da

confiança é o controle. Muitas de nós acredita que ter o controle sobre o que nos

acontece ou o que possa vir a acontecer é sinal de realização, pois bem, não é.

Queremos controlar tudo quando não confiamos no fluxo das coisas, quando duvidamos

das sementes que plantamos, ou queremos de alguma forma nos antecipar as coisas,

materializando muitas vezes situações desnecessárias a nossa vida e realização. É como

poupar dinheiro esperando os tempos ruins, e certamente eles virão, fazendo com que

você gaste até o último centavo, pois seu subconsciente vai estar atento para que você

viva situações nas quais precise consumir seus recursos, afinal, foi essa a mensagem que

você enviou. Porque você não junta dinheiro para realizar um sonho, faz uma poupança

para suas viagens, para montar o seu negócio, construir sua casa, enfim, para situações

positivas, pois com certeza elas se realizarão da mesma forma.

Existe uma tendência ao negativo, ao lembrarmos em detalhes os acontecimentos ruins e

esquecermos com mais facilidade das coisas boas. É preciso reeducarmos nossa

memória, aprendendo a cultivar o lado mais positivo e leve da vida.

O desapego é outro aprendizado que carinhosamente a nossa Mestre nos traz. É preciso

observar a nós mesmas, as nossas reações e sentimentos. Assim aprenderemos mais

sobre quem somos, ou o que guardamos de forma inconsciente e subconsciente,

escolhendo o que armazenar com sabedoria.


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O passado não é algo que possa ser alterado, o que aconteceu não pode ser desfeito,

mas podemos aprender, é para isso que servem nossas histórias, para que possamos ir

adiante, aprendendo com tudo que nos acontece e construindo o novo. Ficar no

passado é manter-se em um eterno vazio, é como estar caindo de um penhasco sem

nunca chegar ao chão. Então,escolha no presente, no aqui e agora, para onde quer ir,

apenas sinta e flutue.

A Mestra Interior traz em si a sabedoria de nossas raízes, a conexão com nossas

ancestralidade. Honramos nossas ancestrais sendo felizes, realizadas e prósperas em

todos os sentidos, pois é isso que uma Grande Mãe quer para seus filhos e filhas, é por

isso que existimos, para que possamos ser sua continuidade, mas acima de tudo,

realizar e fazer. Lembrando que o subconsciente é representado como as águas

oceânicas, a profundidade, o escuro onde a magia acontece e de onde provém todas

as vidas.

É com a sabedoria da Mestra que descobrimos a inexistência de bem e de mal. Essa

dicotomia se origina em um determinado tempo e espaço. É uma construção histórica.

O que é bem e mal para uma civilização depende da época e do local em que se vive.

hamadríade
Imagine falar sobre tudo isso em plena Idade Média, com certeza voltaríamos a ser

queimadas vivas! Assim, bem e mal são originários do medo e da ignorância de nós

mesmos e do mundo que nos rodeia. Toda ação baseada na ignorância dos fatos e

conhecimentos é a origem de muita confusão. Precisamos ter discernimento e muita

humildade, entendendo que nossa verdade das coisas é limitada e só tem real

importância para nós mesmas. De que tamanho é o seu mundo?

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A Bruxa Anciã - Curandeira
Essa é a fase da menstruação e da menopausa, quando já se está há alguns anos sem

menstruar. É a Lua Nova interna para quem menstrua e as energias da Lua Nova

externa para quem não menstrua mais.

Se na fase da Feiticeira descemos as escadarias do nosso coração para o centro do

útero a Bruxa é aquela senhora sentada no centro do caldeirão - útero. Ela é a energia

do potencial, da autenticidade que carregamos e é única, o equilíbrio, a tranquilidade,

o momento de hibernação, da morte e de todo o universo.

Este é o arquétipo da profundidade e quietude. A mente dominante é o pensamento

da alma que nos guia pelos sentimentos do coração ancorados para que saibamos o

que realmente é importante para nós e qual é o nosso propósito e direcionamento na

vida.

Nesta fase as energias do útero fluem em direção a terra criando uma forte conexão

hamadríade
entre eles. A velha sábia, a Bruxa que vive isolada, a Deusa oculta do submundo, das

almas e do renascimento, tudo isso ela é.

Esta fase representa a oportunidade de deixar para trás a bagagem emocional e

finalizarmos a limpeza que começamos na fase anterior. Na escuridão do coração do

labirinto, podemos abandonar nossas emoções e experiências do mês que passou e

inciar uma jornada de volta para luz purificadas e renascidas.

A Anciã também nos presenteia com insights e uma consciência interna elevada, a

habilidade melhorada de perdoar e deixar ir com uma profunda perspectiva universal,

coletiva.

Ela nos fornece as ferramentas necessárias para que possamos nos comprometer com

um novo caminho, nos mostrando o que precisa ser curado e perdoado, como podemos

fazer as coisas de uma forma melhor e em alinhamento com a bondade de nossa alma.

Equilibramos esse arquétipo quando permitimos que nossa menstruação flua e nos

retiramos do mundo externo. Quando somos capazes de aceitar a lentidão, a mente

pacífica e a falta de desejos.

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Podemos então, sentir a unidade espiritual com o universo e experimentar a sabedoria

interna que nos indica quais decisões são as mais assertivas para nós e qual direção

devemos seguir.

Quando não nos damos tempo para essa conexão iniciamos o novo ciclo sem energia,

nos sentindo - assim como na fase anterior - sem propósito ou objetivo na vida. De igual

maneira, uma excessiva identificação gera uma espiritualidade não ancorada, tornando

muito difícil a nossa realização no mundo externo e nas atividades cotidianas.

O grande desafio do período é conciliar a necessidade de ação com a incapacidade

de agir, principalmente quando estamos conectadas demais com o arquétipo da

Donzela/Guerreia. A sensação e o sentimento são de culpa, pela necessidade de

tempo para nós mesmas e assim nos tornarmos menos produtivas ou não sermos tão

“boas” quanto deveríamos, porque somos incapazes de dar conta de tudo, o tempo

todo com maestria. Assim, nos forçamos a ser produtivas neste período, o que gera uma

sobrecarga emocional, como se tivéssemos remando contra uma maré muito intensa,

uma escuridão que nos força a descansar.

hamadríade
Quando nos distanciamos da Anciã, pulamos essa fase introspectiva, perdemos os seus

poderes restauradores e criativos. Desta forma, não conseguimos nos perdoar e escutar

as orientações de nossa alma, assim como não experimentamos a nossa intrínseca

união com o universo.

A Anciã traz consigo o imenso poder de criar as estrelas e as almas de toda a vida. A

sua criatividade se manifesta em quietude e tranquilidade. Carrega em si um enorme

conhecimento interno, sentimentos gentis e uma sabedoria intuitiva que vai além das

palavras. Não existe nessa fase, nenhuma necessidade de expressar a sua criatividade,

o simples fato de permanecer em silêncio e sustentar a nossa intenção em nosso

coração, permitindo que essa energia flua ao mundo é o necessário para gestar o

nosso propósito.

Nesta fase não existe nenhuma necessidade de expressar a sua espiritualidade de

forma intelectual, por meio de rituais da manifestação mágica, como no arquétipo da

Feiticeira. Sua espiritualidade está na unidade do Ser. Toda a vida cotidiana é uma

meditação, uma prece sem palavras em profunda interação com o Sagrado Feminino

em todas as suas formas.

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Da mesma forma, a sua sexualidade está mesclada a sua espiritualidade, existe uma

única realidade, o Ser. A falta de desejo sexual ativo neste período pode ser

confundido com a falta de energia sexual. Porém, quando existe um desejo de união

sexual, este reúne os sentimentos de desapego, abertura para o universo, amor e

confiança. É uma união profunda, de almas. Pode-se chegar ao orgasmo com mais

facilidade durante essa fase, um clímax muito mais profundo. É quando nos entregamos

sem nenhuma reserva com relação ao parceiro (a).

O grande presente dessa fase é um estado meditativo que cria uma conexão muito

poderosa com a alma, de cura e restauração, além de uma aceitação e conexão

natural com todas as coisas.

Parando, descansando, meditando tranquilamente, deixando que o mundo continue

sem nós, permitimos que a vida aconteça sem intromissões. Desta forma, deixamos que

o Sagrado Feminino assuma o controle e a magia aconteça em nossos corpos e na

nossa vida. É um momento de profunda renovação, que ocorre todos os meses , onde

podemos nos nutrir de sabedoria para expressá-la na luz, na próxima fase.

Incorporamos essa energia mantendo um dos pés no mundo cotidiano e o outro nas

hamadríade
estrelas.

Fase Reflexiva

Nosso corpo precisa de descanso para se reestruturar, renovar as energias, para que

possamos parir um novo ciclo, ancorado em nosso propósito mais profundo, conectadas

a nossa alma e ao Sagrado que nos habita.

A nossa percepção se volta para dentro. Pensamentos e sentimentos intuitivos se

intensificam e nosso mundo interior se coloca em oposição à consciência do mundo

exterior.

Nesta fase, acabamos naturalmente deixando de lado várias questões porque

simplesmente não temos energia para isso. Estamos em quietude, uma profunda,

necessária e sedutora quietude. Quando tentamos combater essa quietude com

estimulantes, como o café e uma enorme força de vontade, tudo o que conseguimos é

sentir irritação, frustração e raiva.

Deixar-se ir, seguir nosso fluxo natural permite a vivência de um estado meditativo que

está dado, é automático, faz parte dessa fase, não é algo que precisamos construir, já

estamos lá.

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Assim, somos capazes de alcançar níveis muito profundos de relaxamento físico e

mental. Devemos então, aproveitar essa capacidade natural de deixar de lado,

esquecer o ego e usufruir dos seus benefícios, nos livrando desta forma do estresse e

adquirindo um profundo sentimento de bem estar.

Esta é a fase ideal para revermos nossa vida e objetivos a fim de verificar se tudo

ainda está de acordo e refletem quem verdadeiramente somos e o que queremos

realizar. Este não é um processo avaliativo, mas intuitivo e emocional.

Pode-se experimentar ideias, projetos, planos e sonhos para ajudar o subconsciente a

aceitar a mudança que desejamos fazer e se adaptar a elas. Estamos mais aptas, mais

sábias, para identificar e reconhecer nossas necessidades mais profundas, sem

autocrítica.

Também é um momento ideal de conexão com nosso eu autêntico, os aspectos de nós

mesmas que ficam soterrados por nossos padrões mentais e emocionais. Assim como

buscar orientação para moldar a vida no mês seguinte.

hamadríade
Como já sabemos que neste período precisaremos de mais tempo para estarmos

conosco, podemos programar um distanciamento de atividades e pessoas. Não

iniciarmos novos projetos, justamente porque não temos energia suficiente para

defender nossos pontos de vista e desejos.

Esta é a fase de priorizar a vida e neste sentido, acabamos percebemos o que

realmente é importante e o que não é. Existe um desligamento, um sentimento de

“tanto faz”. Coisas que nos apegamos, situações, acontecimentos que ficamos

remoendo ou desejos que pareciam ser super necessários podem receber o rótulo do

“tanto faz” durante esse período. Esse é um indicativo de que não servem, não eram

realmente importantes ou estavam mais conectados ao ego do que a nossa real

necessidade, a necessidade de nossa alma. Isso é válido para as ações do dia a dia,

padrões de comportamento, pensamentos e sentimentos.

Então, esse é o período ideal para nos perguntarmos qual a real importância de fazer

as coisas que estamos fazendo, das menores às maiores, e escute o que vem em

resposta.

Com a sintonia com a Anciã deixamos de lado o medo e a ansiedade, aceitando o

aqui e agora. Quando não temos energia para nos preocupar com as coisas do futuro,

ele desaparece para nós e nos permitimos viver no "aqui e agora”.

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A pergunta que cabe é: se conseguimos não nos importar com determinadas coisas

durante o período menstrual, isso continua tendo realmente importância para que volte

a me preocupar com isso?

Desta forma, podemos decidir conscientemente o que deixar para trás e o que levar

adiante, decidimos o que vamos levar para o próximo ciclo. É um período muito

interessante para trabalharmos com a autoaceitação, pois entendemos que não há

nada para corrigir. Há pouca distância entre a autoaceitação e o amor próprio, uma

coisa se transforma na outra quando nos entregamos mentalmente a esta fase e não

tentamos anulá-la, entendemos que este é um caminho exclusivamente feminino para

viver a vida sob uma perspectiva geral.

Quando aceitamos a Bruxa Anciã descobrimos que todo o estresse se vai, assim como

os desgastes e tensões e nos abrimos para o mundo de forma muito mais flexível,

adaptável e amorosa. Ao não nos permitirmos descansar podemos levar mais tempo

para sair dessa fase e, assim, os sintomas físicos acabam se manifestando e nos

obrigando a parar.

Então, esse é um período ideal para nos voltarmos para dentro e refletir. Ponderar

hamadríade
sobre os acontecimentos, sentimentos e pensamentos, revendo os projetos e objetivos

atuais, nos comprometendo com a mudança de tudo que precisa ser feito.

Devemos sonhar acordada, assim como na fase anterior, imaginar situações diferentes

e como nos sentimos nelas. Quanto mais sonhamos acordadas, mais aprimoramos

nossos sentimentos, mais reais nossas ideias se tornam para o subconsciente e

aceitamos mudar em um nível muito profundo, para que esse sonhos se tornem

realidade, pois estamos mais comprometidas com eles.

Utilizando esse mesmo método, temos a oportunidade de substituir a programação

limitante e mais profunda de nosso interior. Recriamos quem somos e adquirimos a

capacidade de saber o quê criar.

A Curandeira Interna

Quando desenvolvemos as habilidades da Bruxa Anciã permitimos que a Curandeira

interna se manifeste. Ela nos ensina que a cura envolve o princípio da reciprocidade, a

capacidade de dar e receber para mantermos a nossa saúde e bem estar.

Saber quando dar e aprender a receber pode ser mais desafiador do que pensamos.

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Receber e dar elogios, vibrar com a conquista dos outros e deixar que participem das

nossas. Saber doar nosso tempo e ainda assim termos tempo para nós mesmas.

A Curandeira também se revela no contato que estabelecemos com a natureza. O

quanto nos permitimos sentir o vento, o calor do Sol, nos banharmos em suas águas e

na luz prateada da Lua. Limpar nossos jardins, comungando com as ervas, percebendo

suas magias e as utilizando em nosso benefício e dos outros, dando atenção aos

pequenos detalhes, pode ser um bom exercício de conexão com suas energias.

É preciso permitir-se, cuidar de si, deixar que o fluxo interno sintonize com o fluxo

interno da Grande Mãe Terra. Somos parte dessa natureza e nessa fase podemos

perceber essa ligação com muito mais intensidade. Comprometer-se consigo mesma é

curar a si e sua ancestralidade.

hamadríade
Quadro resumo dos 4 arquétipos e suas energias

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