Menopausa 1

Apostila 1
Joyce Rojais Fernande de Melo Muzy - joycemuzy@gmail.com - IP: 200.144.28.50

Menopausa como fase
de transformação
Do grego emmenopausis / emmenopausi, que significa “fim
do ciclo dos meses”.
A palavra menopausa é composta a partir da junção de

dois termos gregos: mēn, que pode ser traduzido como
“mês” ou “luas” (contagem lunar que determina o período
de um mês); e a palavra pausis, que quer dizer “cessação”,
“pausa” ou mesmo “término”.
A definição médica de menopausa é o ponto em que uma

mulher passa doze meses sem menstruar sem ter
nenhuma outra razão física ou psicológica para isso.
Assim como a menarca está para a primeira menstruação,

menopausa está para a última menstruação da mulher. E
antes que essa última menstruação aconteça, temos o
período da perimenopausa que é a fase que a muitas
mulheres vivenciam muitos desconfortos.
Não existe uma definição médica precisa de

perimenopausa, em vez disso, é normalmente descrito
como o período de tempo antes da menopausa, quando
ocorrem mudanças físicas como um ciclo menstrual
irregular , suspiros altos , ondas de calor e mudanças nos
padrões de sono.
02
Menopausa como fase
de transformação
É importante saber definir essas nomenclaturas, pois
muitas vezes acabamos chamando tudo de menopausa
como se fosse apenas um evento, mas na realidade é um
processo que pode durar anos, pois já aos 35 anos a
progesterona começa a sofrer uma queda em nosso ciclo
hormonal, se extendendo até o momento da menopausa.
Muitas vezes associamos a entrada da perimenopausa
com o início da queda do estrogênio, mas o nosso corpo já
começa a sofrer alterações com o inicio da queda da
progesterona.
Desde a puberdade o corpo fêmea está voltado para a

reprodução através dos ciclos hormonais. O corpo se
prepara todos os meses para uma gestação. Nessa fase da
perimenopausa, a mulher pode finalmente dar à luz ao
seu verdadeiro EU e também dar um passo em direção ao
seu poder.
A menopausa é uma porta de entrada

para si mesma.
Perimenopausa - Menopausa - Pós Menopausa

Jornada em direção ao EU TODO PODEROSO
03
Menopausa como fase
de transformação
A Perimenopausa não é uma doença, é um processo
natural e saudável do corpo, mente, espírito e emocional.
Desconstruir a imagem falsa criada pela sociedade da

velha encarquilhada, enrugada e malvada. Essa imagem
leva ao medo de ser rejeitada, de não ser amada, não ser
vista, não ser ouvida ou respeitada.
É uma mudança intensa que acontece no corpo da mulher

e por um tempo prolongado, desconfortos que surgem
podem ser um reflexo do estilo de vida que foi sustentado
pela mulher ao longo de sua vida fértil. A sociedade
sustenta e cobra das mulheres a materialização de
arquétipos muito perfeitos, que estão sempre disponíveis
para o outro, sempre abertas a oferecer prazer ao outro, a
cuidar do outro e realizar múltiplas tarefas com perfeição
e precisão. Isso obviamente, vai levar as mulheres a
resistirem a entrada na menopausa que dentro do
contexto social é vista praticamente como uma morte sem
renascimento. Um momento triste e solitário que marca o
fim da vida da mulher.
É importante que ao auxiliarmos outras mulheres nessa

transição, conscientizar de que está tudo bem não se
sentir a princípio confortável nessa fase de transição. É
importante não colocarmos “o peso” dos desconfortos
totalmente na conta dessa mulher, isso só fará com
que ela acrescente mais uma culpa na lista de muitas.
04
Menopausa como fase
de transformação
Ela pode e deve ser a protagonista da sua história e a ideia
da Ginecologia Natural é oferecer as ferramentas e o
conhecimento para que se ela não foi essa protagonista,
ela possa a partir de agora se tornar e se ela já é,
fortalece-la para continuar sendo. É uma experiência
centrada na mulher e precisa de uma abordagem
centrada nela.
A menopausa marca a passagem para a maestria. A anciã

que domina o que é ser mulher. Deu à luz a sua própria
maturidade e a si mesma.
Não é algo a ser curado. É uma oportunidade de

crescimento.
Reconhecer essa fase como idade da maturidade e

independência, alivia as mulheres mais jovens da pressão
de “ter que saber” e de “estar no seu poder” de imediato.
Elas podem ser relaxadas sua jornada de transformação
ao longo da vida, sabendo que ainda são aprendizes de si
mesma.
Com essa mudança de pensamento diminui também o

medo de envelhecer e a necessidade de postergar isso
cada vez mais.
Jung disse:
05
Menopausa como fase
de transformação
“Totalmente despreparados, embarcamos na segunda metade
da vida… damos um passo para a parte da tarde da vida…
com a falsa suposição de que as nossas verdades e ideais
servirão como antes. Mas não podemos viver a parte da tarde
da vida de acordo com o programa da parte da manhã da
vida - pois o que foi ótimo pela manhã será pouco à noite e o
que pela manhã era verdade à noite terá se tornado mentira.
Para um jovem, é quase um pecado, ou pelo menos um
perigo, preocupar-se demais com o eu; mas para uma pessoa
mais velha é um dever e uma necessidade dedicar uma séria
atenção ao eu.”
Passar da fase de gerar filhos para a fase de gerar

sabedoria, é sobre isso a passagem da perimenopausa. É
a fase em que a perspectiva volta-se para o interior. O que
antes era uma considerado como verdade desaparece e
somos forçados a passar pelo canal do nascimento mais
uma vez. Essa jornada até o momento desse renascimento
pode levar meses ou anos. Não temos escolhas, além de
sermos comprimidas pelas contrações da perimenopausa
em direção a uma nova forma de ser, sobre a qual ainda
não sabemos nada.
E sim, mudanças nos geram inseguranças, medos e

gatilhos, principalmente se tratando de uma mudança tão
intensa e tão importante. Sempre lembrando de reforça a
humanização da passagem por essa fase, pode ser
leve, mas não quer dizer que não terá desafios. 06
Menopausa como fase
de transformação
A jornada de cada mulher é única e pessoal. O nosso foco
aqui é ter uma base para cada uma explorar e descobrir
sua própria singularidade ou guiar outras mulheres para
que elas se descubram.
A passagem bem sucedida para a menopausa traz o dom

da maturidade, o que significa ser íntima de toda as partes
que nos compõe. Essa intimidade consigo mesma requer
um mergulho nas sombras internas, afinal de contas
intimidade é se relacionar e para nos relacionarmos com
as nossas partes, precisamos traze-las das sombras para
luz, ou seja, do inconsciente para o consciente.
Jung define o inconsciente pessoal da seguinte forma:
“Tudo o que sei, mas no momento não estou pensando; tudo

o que eu já tinha consciência, mas que agora esqueci; tudo
que é percebido pelos meus sentidos, mas não observado pela
minha mente consciente; tudo o que, involuntariamente e sem
prestar atenção, sinto, penso, lembro, quero e faço; todas as
coisas futuras que estão se formando em mim que em algum
momento chegarão à consciência; tudo isso é o conteúdo do
inconsciente… Além do que foi citado, devemos incluir todas
as repressões mais ou menos intencionais de pensamentos e
sentimentos dolorosos. Eu chamo a soma desses conteúdos
de `inconsciente pessoal`”.
07
Menopausa como fase
de transformação
Encarar a sombra é uma parte importante do trabalho de
transformação em direção à individuação. Permitir que as
sombras que nos constituem sejam iluminadas e
reconhecidos é um aspecto importante da jornada de
cura.
Sombra é tudo o que nos diz respeito e de que não temos

consciência, coisas que reprimimos e coisas que nunca
tivemos consciência. Reprimimos partes que nos compõe,
esse processo faz inconscientemente parte da sombra.
Se tentamos reprimir de forma consciente, por definição

isso não faz parte da sombra. Isso sugere que o nosso
poder inato se esconde na sombra. E a projeção pode ser
uma maneira de encontrar a sombra, é o processo
inconsciente de projetar sobre outras pessoas partes
escuras que nos constituem.
A sombra se forma através das culturas, sociedades e

educação quando se ensina à criança o que é um
comportamento aceitável e o que não é. Aprendemos
desde jovem a suprir partes do que nos compõe
consideradas indesejáveis ou vergonhosas. Aprendemos a
fazer isso de forma inconsciente também, automática e
contínua. As partes que exilamos dessa maneira passam a
fazer parte da nossa sombra.
08
Menopausa como fase
de transformação
Todos nós temos partes de nós que consideramos
negativas e tentamos reprimir, estamos totalmente, ou
quase, inconscientes quanto ao motivo e à maneira que
assumimos essa atitude em relação à nós mesmas. Dessa
forma, essas partes que tentamos reprimir são um
aspecto da sombra, porém não são a imagem inteira. A
sombra engloba tudo o que não sabemos sobre nós
mesmas, tanto as aspectos positivos como negativos.
Sugestão realizar exercício número 1 no

caderno de exercícios
09
Aspectos emocionais da
Menopausa - Fases Alquímicas
Jung identificou os sete estágios ou fases alquímicos
estudando os textos antigos alquímicos. Ao aprofundar
nos estudos ele percebeu que os alquimistas projetavam
seus próprios processos transformacionais inconscientes
quando descreviam os estágios alquímicos necessários
para transformar os materiais básicos em ouro.
Cada processo pode ser representado por uma fase

alquímica e ao entender as qualidades de cada fase, nós
podemos reconhecer em qual estágio estamos e assim
nos tornarmos conscientes daquilo que muitas vezes fazia
parte do nosso inconsciente.
Ao preservar a consciência e retornar à ela, à medida que

avançamos nossa jornada cíclica para qual nossa psique
nos convida, nós podemos transformar as experiências
desafiadoras em sabedoria e progredir na jornada em
direção a individuação, à conversão no EU.
Mudar nossas atitudes e os modos de percorrer a jornada

que começa na perimopausa e vai até a pós menopausa
não é apenas importante para nos apropriarmos da nossa
própria força e maturidade, é também vital para as
gerações futuras.
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As jovens precisam saber que esse é um período de
empoderamento, e não de enfraquecimento na vida da
mulher. Recuperar a nossa força dessa maneira provocará
um impacto em nossa cultura com um todo. As dores da
menopausa são naturais, assim como no parto elas
acompanham uma enorme experiência transformacional,
o nascimento. Desta vez o nascimento é o nosso próprio.
Fase 1 - Calcinatio - Eu sou o fogo transformador
A definição química para a fase calcinatio é o aquecimento

de um sólido a altas temperaturas para retirar água e
outros voláteis. Representa também um processo
transformador em nosso corpo e psique. O elemento
associado a essa fase é o fogo que tem o grande poder de
transformar.
Os alquimistas aqueciam seus materiais de partida no

vaso químico para transforma-los em algo com que
pudessem trabalhar, para ativar seu potencial interior
oculto e queimar o que não era mais necessário.
As mulheres são seus próprios caldeirões e a alquimia da

menopausa acontece dentro.
Podemos associar as ondas de calor a essa primeira fase

como a manifestação do fogo da transformação
interior. 11
Esses calores informam que a transformação está
acontecendo.

No campo emocional essa fase pode se manifestar por

meio das ondas de raiva. A raiva se comporta como o fogo.
As mulheres na perimenopausa podem se sentir cada vez
mais irritadas e frustradas e em algum momento a raiva
irá explodir.
Um exemplo muito comum pode ser a raiva reprimida em

relação ao passado. Pode ser relacionada a:
Algum abuso que viveu ou testemunhou

Relação com o masculino
Necessidade de mudança e transformação de padrões
antigos
Desejo de ficar sozinha
Desejo de que os familiares se tornem independentes
As emoções que emergem nessa fase estão prontas para

serem transformadas. A nossa psique sabe exatamente do
que somos capazes, e por isso elas se apresentam para
serem transformadas e integradas, portanto, não
somos mais dominadas por elas.
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A doutora Christiane Northrup diz:
“Nós precisamos nos apropriar dessa raiva. Especialmente

durante a meia-idade, ela pode desempenhar um papel
importante na melhoria da qualidade da nossa vida e da
nossa saúde. Ela é um sinal poderoso da nossa sabedoria
interior, que devemos aprender a ouvir e a agir de forma
correspondente. Ela muitas vezes surge quando não podemos
contar com promessas ou compromissos estabelecidos
conosco, quando perdemos poder, status ou respeito. Quando
somos insultadas, prejudicadas ou diminuídas, quando
somos ameaçadas com dores físicas ou emocionais… Quando
não obtemos algo que sentimos que devia ser legitimamente
nosso.”
Uma maneira saudável de lidar com a raiva é recebê-la

com aceitação e compreensão, honrar o seu papel e
utilizar dela como catalisadora nessa jornada de
transformação.
Ela também diz:
“O nosso cérebro realmente começa a mudar na

perimenopausa.
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Assim como o calor ascende em nosso corpo, o nosso cérebro
também se acende! Provocado pelas mudanças hormonais
típicas durante a transição para a menopausa, um
interruptor que sinaliza as mudanças em nossos lobos
temporais é acionado, e esta região do cérebro está associada
a uma intuição aprimorada.”
No inicio a irritabilidade pode surgir de forma sutil, mas ela

já começa a chamar a atenção. A raiva é importante, pois
ela faz parte do processo que vai desencadear e por em
marcha todo o processo de transformação. Ela é um calor
que rompe as barreiras que antes estavam reprimidas. E a
mudança hormonal tem um papel muito importante e
favorece esse amadurecimento.
Não há problema em sentir raiva, o importante é como

lidamos com ela e não reprimi-la. A irritabilidade vai
causando o atrito, fazendo a faisca surgir para que
posteriormente como um fogo intenso surja a raiva, que é
o que de fato vai fazer a transformação. Essa raiva precisa
ser expressa.

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Essa etapa é primordial para o renascimento. O calor das
ondas de energia, que são as ondas de calor que irão
transformar essas experiências passadas em sabedoria
no presente.
Fase 2 - Solutio - É seguro sentir
Nessa fase os alquimistas pegavam as cinzas daquilo que

estava queimado e continuavam a purifica-las,
dissolvendo-as em água.
O elemento associado a essa fase é a água e em muitas

tradições ela representa o submundo. Nessa fase o véu
que divide o eu consciente e o eu inconsciente fica mais
tênue. Sentir, reconhecer, permitir, processar e integrar as
emoções reprimidas é também uma parte fundamental
para a jornada.
Ao permitir que as emoções reprimidas venham à tona,

nos ajuda a finalmente integra-las e, portanto,
inconscientemente controladas por elas. Ao invés disso,
elas nos ajudam a conhecer melhor o nascimento, a morte
e o renascimento num nível mais instintivo. E assim, vamos
nos tornando sabedoria.
Estabelecer consigo mesma um compromisso

consciente de olhar para dentro é um passo impor-
tante no processo de se tornar uma anciã.
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No corpo fisico essa fase pode manifestar incômodos
como transpiração que ocorre frequentemente após uma
onda de calor ou com os suores noturnos.

Outra forma dessas emoções reprimidas se apresentarem

é através dos sonhos. É interessante manter um bloco de
notas e uma caneta ao lado da cama ou um gravador para
registrar os sonhos assim que acordar, mesmo que seja
no meio da noite.
Não existe um único significado para os sonhos ou um

significado correto. Eles são mensagens do inconsciente e
tem múltiplos significados, analisar o que esses símbolos
ou pessoas que se apresentam significam para você e na
sua vida ajuda a encontrar algumas respostas.
Outra forma de manifestar esse inconsciente é através de

um trabalho artístico, como mandalas, colagens ou
praticar a escrita terapêutica.
Essas são algumas maneiras de trazer à superfície o que

está no âmago da nossa alma, é uma tarefa difícil que
exige tempo, paciência e perseverança. Quanto mais
camadas são removidas, mais camadas vão se
revelando. 16
Pode parecer que nunca vai passar, mas vai. Confie.
Reserve tempo para você mesma.
“A água é a própria força vital da Mãe Terra. A água e a nossa

conexão com todas as coisas do mundo espiritual dependem
de mantermos tudo em equilíbrio. Toda vez que fazemos
nossas oferendas e falamos com as águas, estamos ajudando
a restaurar o equilíbrio de que a Terra precisa.” (SESMA,s.d)
Fase 3 - Coagulatio - Você é seu próprio lar
A terceira fase é solidificar, coagular ou coalhar. Depois de

dissolver as cinzas do fogo em liquido, nesse estágio, os
alquimistas transformavam o liquido em sólido, tanto por
meio do resfriamento, evaporando o solvente, quanto
através de um movimento de agitação.
Essa fase vem para nos lembrar da importância do corpo

fisico nessa jornada.
São muitas as mudanças que são desencadeadas pelas

alterações hormonais, elas significam o inicio do período
de crescimento. Nos lembram da importância de nos
nutrirmos e de estarmos mais conscientes e plenamente
em nossos corpos.
À medida que a transformação vai acontecendo, habitar

o próprio corpo pode nos fazer sentir mais ancoradas.
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Se torna mais seguro e autêntico do que a inconstância da
juventude. Reaprendemos a re-habitar o nosso corpo mais
uma vez.
Kristi Meisenbach Boylan diz:
“Ela encontra esta nova terra firme e sólida sob os seus pés, e
o ar fresco é libertador. Ela é completamente absorvida pela
sua recém descoberta sabedoria interior. Seu espirito se eleva
à medida que ela se deleita com as novas visões e sentimentos
que pulsam em seu coração e mente, pois finalmente chegou
ao âmago de sua alma para revigorar-se e repor tudo o que o
mundo exterior levou. Agora ela está livre para dançar entre o
seu povo, falar sua própria língua, ser suave, terna e forte.”
Já dizia Jung - “o corpo é a visibilidade da alma, da psique; e a

alma é a experiência psicológica do corpo. Então são de fato
uma e a mesma coisa.”
É um chamado a voltar a ser o que éramos antes da

puberdade, inteiras mais uma vez, mas com a experiência
de tudo o que foi vivido durante os anos de menstruação.
A anciã é aquela que aprendeu os segredos da morte e

renascimento. Quando denegrimos essa imagem da sábia
transformando-a em uma bruxa velha, fazemos com que
as mulheres fiquem mais obcecadas com a beleza, a
sociedade privou as mulheres dessa sabedoria natural.
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É através do nosso corpo que experienciamos a vida,
através das nossas percepções, lembranças, pensamentos
e sensações. Aprendemos a tensionar e a bloquear certas
áreas do corpo para não sentir as sensações que ali
surgem.
Esse processo alquímico nos ensina que devemos buscar

viver plenamente em nossos corpos e não apenas na
nossa mente.
É uma oportunidade de nos tornarmos mais inteiras e

presentes em nosso corpos, ao invés de permanecermos
fragmentas e desconectadas dele.
Sugestão realizar exercícios números

5, 6, 7 e 8 no caderno de exercícios
Sexualidade na menopausa
Existe um grande mito de que as mulheres perdem o

interesse pelo sexo durante a menopausa, e esse é um
dos grandes motivos pelo qual as mulheres temem a
chegada dessa fase.
Essa fase da vida corpórea tem a ver com o voltar para a

casa em nosso corpo, e isso inclui se apropriar da
sexualidade e vivê-la plenamente.
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Ao contrário do que dizem, muitas mulheres por não
precisarem mais se preocupar com a possibilidade de uma
gestação, liberam a sexualidade de uma maneira renovada
após a menopausa.
Adquirem mais experiência com a idade e ficam menos

inibidas em satisfazer suas necessidades sexuais, por
estarem mais alinhadas e conectadas consigo mesmas.
É uma oportunidade de descobrir um mundo totalmente

novo e de estar na intimidade, de compartilhar
experiências agradáveis, de apreciar o próprio corpo e de
incorporar a sexualidade de maneira autêntica e que traga
satisfação.
No corpo fisico a atividade sexual melhora a saúde:
Aumenta o fluxo sanguíneo para a vagina

Exercita os músculos das paredes vaginais e do
assoalho pélvico
Ajuda a preservar a elasticidade e lubrificação da
vagina
Em decorrência das alterações hormonais, muitas

mulheres sofrem com secura vaginal. Na parte de receitas
você poderá encontrar uma receita de lubrificante
natural.
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Fase 4 - Sublimatio - Mudando a perspectiva
Essa fase é o processo químico pelo qual o sólido se

transforma em gás, como a neve que evapora em vez de
derreter. Sublimis, em latim significa “elevar acima de um
limite” e essa fase nos convida a nos elevarmos acima de
tudo e vermos todas as coisas de umas perspectiva
diferente.
Wayne Der diz - “se você muda a maneira como vê as coisas,

as coisas que você vê mudam.”
Uma fase que nos mostra a importância de podermos nos

elevar acima de tudo e olharmos de prisma diferente e
mais que isso, de uma perspectiva mais ampla,
principalmente durante esse período de tanto
crescimento na nossa vida.
O elemento associado a essa fase é o ar, que ensina que

muitas vezes para assumirmos total responsabilidade por
nossa vida precisamos olhar para as situações com uma
distância e adotarmos uma nova visão. Faz parte da
jornada mudar nossa percepção atual.
Quando olhamos de uma perspectiva mais ampla,

conseguimos enxergar e identificar crenças e modos de
ser obsoletos que estão nos impedindo de ser quem
somos.
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É um convite também a olhar para nossa vida de forma
mais objetiva.
Assim, nos tornamos capazes de ver o panorama geral e

os caminhos que estavam ocultos e que podem nos
ajudar nas soluções.

Fase 5 - Mortificatio - Morrer para renascer
Essa fase os alquimistas transformam o seu material em

uma massa decomposta, deixando o apodrecer através da
fermentação.
É necessário deixar o velho morrer para que algo nova

surja. É como um colapso de tudo que é sólido na nossa
vida. É como a morte.
Nessa jornada de transição para a menopausa muitas

partes que constituem a mulher morrem, como por
exemplo, o período reprodutivo que se acaba.
A morte é um fenômeno totalmente natural. O que morre

se torna adubo para o novo que vai germinar.
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O antropólogo Victor Turner define o rito de passagem em
três estágios:
1° - fase da separação do antigo estado estável.

2° - fase limiar, não está mais no estado antigo, mas ainda
não chegou no estado novo. Um lugar intermediário.
3° - fase final, quando se chega ao novo estado, do outro
lado do portal.
A perimenopausa é a fase limiar, sendo a menopausa a

fase final que marca o rito de passagem.
Sugestão realizar exercício número 10

no caderno de exercícios
Fase 6 - Separatio - Separando o joio do trigo
Nessa fase os alquimistas separavam as diferentes partes

da matéria através da filtragem, redução, sedimentação,
agitação, destilação e etc. Assim, eles eram capazes de
decidir o que era de valor e o que poderia ser descartado.
Aqui já conseguimos ver todos os aspectos que nos

compõem, incluindo partes que estavam ocultas.
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Já conseguimos perceber as partes que consideramos
merecedoras de manutenção e as que não são mais
necessárias, assim nos tornamos mais conscientes das
forças que emanam das diferentes partes da nossa
pisque.
Um convite a viver nossa própria vida e não a que nos foi

projetada. Uma fase que chama nossa atenção para olhar
os vários arquétipos que nos compõem, e todo arquétipo
tem seus aspectos negativos e positivos. Reconhecer e
aceitar completamente todas as partes de cada arquétipo
nos ajuda a sermos mais inteiras.

11, 12, 13, 14, 15 e 16
Fase 7 - Coniunctio - Integração e renascimento
Nessa fase os alquimistas encontraram uma maneira de

recombinar os elementos que haviam separados na fase
anterior para criar uma nova substância.
Essa é a fase final onde ocorre o casamento entre o

masculino interior e o feminino interior, os opostos
relacionados a nossa psique. Essa união é um símbolo da
individuação.
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O centro do coração desempenha um papel importante
nessa união. É o encontro da energia que sobre pelos
chakras inferiores com a energia que desce dos chakras
superiores, exatamente no centro do coração. União entre
a alma e o expresso na carne.
Na jornada da menopausa as mulheres estão sendo

solicitadas a assumir o seu poder pessoal. Passar pela
transformação as tira da condição de não ter lugar nessa
sociedade patriarcal e as coloca na posição de ser a partir
do seu eu interior.
Durante a vida a mulher projeta as aspectos do seu

masculino no masculino externo, como por exemplo, pai,
lideres, professores, parceiros e a jornada para a
menopausa exige que ela identifique essas projeções e as
controle.
Dessa forma se torna autônoma e não submete o seu

poder ao masculino externo, o patriarcado.

17, 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24
25
Orientações para a fase
de transição
Ao longo da maior parte da história da humanidade, a
maioria das mulheres morria antes de chegar à
menopausa, para aquelas que sobreviviam, a menopausa
era tida como prenuncio de um declínio inevitável.
Atualmente a expectativa de vida aumentou bastante, e é
razoável esperar que ela não só viva muitos anos após a
menopausa, mas que viva de uma forma vibrante, leve e
alegre.
Ao quebrarmos o silêncio em relação a essa fase, estamos

também quebrando barreiras culturais.
O processo da transformação vai acontecendo

gradativamente até um ponto em que não é possível mais
ignora-la. É interessante que a mulher busque se tonar
ativa de duas maneiras, que podem deixar esse processo
mais leve.
Primeiro é estar disposta a assumir a responsabilidade por
si mesma e não se ver mais como vitima de alguém ou de
algo externo e nem de si mesma. Lembrando sempre, que
assumir responsabilidade é sobre si mesma, não isentar
os outros ou a sociedade de suas responsabilidades.
O segundo é estar disposta a sentir a dor da perda e

chorar por aquilo que está ficando para trás. Isso inclui
fantasias sobre como a vida poderia ter sido diferente,
términos que podem surgir durante a jornada e até
mesmo a perda do ciclo menstrual.
26
de transição
Reúna-se com mulheres que estão nessa mesma fase.
Organize círculos sagrados, por exemplo, para uma
atividade artística e para pôr em prática a energia criativa.
Procure literaturas amorosas que abordem esse tema e
trabalhe com o arquétipo da mulher sábia.
É comum que memórias do passado se tornem mais

intensas nessas fase, a doutora Christiane Norhrup
explica:
“Embora as memórias se distribuam pelo corpo e pelo

cérebro, certas áreas deste ultimo, notadamente a amídala
cerebral e o hipocampo, são particularmente importantes
para a codificação e a recuperação das memórias. É
interessante observar que essas áreas do cérebro são bastante
ricas em receptores de estrogênio, progesterona e gnRH
(hormônio liberador de gonadotrofina. É uma substância
sintetizada pelo hipotálamo que estimula a glândula hipófise
a liberar os hormônios folículo-estimulante e luteinizante, FSH
e LH), os hormônios que mais flutuam durante a
perimenopausa. Tendo em vista o aumento de atividade
desses hormônios nessas áreas, faz sentido o aumento na
ativação e recuperação de memórias dos anos mais próximos
à menopausa. Magoas e perdas que conseguimos esquecer
ou minimizar durante anos ou mesmo décadas podem se
tornar avassaladoras de uma hora para outra - mesmo que
achemos que já deveríamos ter “superado” essa dor do
passado”
27
de transição
Por isso, um acompanhamento terapêutico é importante
para processar essas memórias com ajuda.
Algumas reflexões que podem ajudar no processo de
transição:
Trabalhar o perdão durante o processo de

transformação é importante, o perdão de si mesma.
Perdoar não significa que o aconteceu seja aceitável,
simplesmente significa que você não está mais
disposta a permitir que esse ferimento do passado te
impeça de viver hoje de forma saudável e leve.
Encontrar um significado maior, em algumas culturas a
meia idade é associada a uma séria procura do
significado espiritual da vida. A busca pelo significado
da vida começa a assumir nova premência, e
começamos a nos ver como possíveis veículos do
espírito.
Aprenda os benefícios que o autointeresse benigno
traz a saúde. É uma verdade básica que a nossa saúde
melhora quando participamos de atividades que são
do nosso mais elevado e melhor interesse. Quanto
mais participar de um trabalho ou atividade que lhe
traz grande satisfação, mais saudável estará.
Aprenda a delegar e a pedir ajuda. Isso é fundamental
para que a jornada seja mais leve, desse modo você
acaba dispondo de mais tempo para recuperar as
forças, incluindo um tempo para fazer exercícios e
para se alimentar bem.
28
de transição
Planeje com antecedência. O que conseguir planejar e
executar nos momentos de mais energia é
fundamental para que nos momentos de baixa de
energia tenha um tempo mais liberado.
Pratique a escrita para identificar emoções. Quando
sentir uma emoção mais intensa e que te abale,
registre a experiencia por escrito. Escrever leva a
energia para um espaço totalmente novo.
Identifique emoções através do corpo. Procure
identificar as diversas maneiras com que as emoções
se manifestam no corpo - tensão muscular, tremores,
aperto nas têmporas e etc.
Vivencie a sabedoria da rotina e da disciplina. Inicie ou
dê continuidade a uma atividade regular. Isso ajuda a
criar uma sensação de estabilidade e familiaridade,
além do mais uma rotina regular pode ser curativa.
Regular não quer dizer rígida, lembre-se disso.
Abra-se a novas experiências. Procure sair da zona de
conforto e experienciar novas vivências, desde as mais
simples como fazer um caminho diferente para o
trabalho até algo mais ousado como tentar pela
primeira algo que você sempre quis e não tinha
coragem.
Converse sobre esse momento. Ele não é o fim e sim,
o começo de algo novo. Conversar com outras
pessoas que estão passando pelo mesmo momento
pode ser muito reconfortante.
29
de transição
Desfrute da sua sexualidade. A masturbação e os
orgasmos são a melhor solução para a secura vaginal.
Comece apenas com o toque pelo corpo,
reconhecendo esse território e se permitindo sentir as
sensações e ir aos poucos no seu tempo
aprofundando cada vez mais em si mesma. Um óleo
corporal e um ambiente a luz de velas pode ajudar.
A verdade é que durante esse processo de transição, é

importante olhar para si mesma para estar atenta aos
desejos e anseios que surgem dessa nova mulher que
está nascendo. Buscar cada vez mais mergulhar em si
mesma, mas também criar atividades que são em grupos
para que o processo não se torne claustrofóbico ou mais
solitário que o necessário.
Ao contrário do que muitas pensam, a ciclicidade não está

apenas atrelada ao útero e a menstruação, somos cíclicas
por natureza. Claro que o ciclo hormonal ativo se torna
uma bússola visível e palpável desses altos e baixos que
vivenciamos não só mensalmente, mas diariamente.
A preocupação de muitas mulheres na jornada de
transição para a menopausa é como fica essa ciclicidade?
Por se falar tanto de ciclo menstrual e ciclicidade, fica a
sensação de que ser cíclica é exclusivo de pessoas
menstruantes.
30
Os hormônios na fase
de transição
A ideia convencional daquilo que ocorre na
perimenopausa é que os níveis de estrogênio despencam.
Isso é uma simplificação grosseira e exagerada. Na
menopausa natural, a primeira mudança hormonal que
ocorre é o declínio gradual dos níveis de progesterona,
enquanto os níveis de estrogênio se mantem dente da
faixa normal, ou até mesmo chegam a aumentar.
Como esses hormônios devem se contrabalançar

mutuamente ao longo do ciclo menstrual, isso quer dizer,
enquanto um diminui o outro aumenta e vice versa), um
declínio geral em algum deles, aqui no caso da
progesterona permite que os níveis do estrogênio fiquem
sem oposição. O resultado é excesso de estrogênio, ou
seja, uma predominância do estrogênio, algo que vai
totalmente contra a ideia convencional.
A progesterona vai reduzindo ao longo da transição, e os

picos de estrogênio acontecem porque os ovários
começam como em uma tentativa de “gastar” rapidamente
os óvulos restantes, a permitir que que grupos de folículos
cresçam amadureçam durante sucessivos ciclos
menstruais, no lugar de apenas um por sua vez. Cada vez
menos óvulos maduros chegam a concluir o processo
completo de ovulação.
O níveis dos hormônios FSH e LH tornam-se erráticos

quando nossos ovários começam a pular ovulações.
31
de transição
Mais perto da última menstruação os níveis hormonais
começam a se estabilizar.
Sintomas da diminuição no nível de progesterona

(dominância do estrogênio)
Redução de impulso sexual

Ciclos irregulares
Aumento do sangramento vaginal
Retenção de liquido
Inchaço nos seios
Oscilações de humor
Aumento de peso
Enxaqueca
Os ovários são os órgãos sobre os quais normalmente nos

concentramos quando falamos da menopausa, mas a
base física dessa experiencia é a saúde de todos os órgãos
endócrinos.
Problemas tiroidianos são muito comuns nos períodos de

perimenopausa e pós menopausa. De acordo com o
médico John R. Lee, pode existir uma relação de causa e
efeito entre o hipotireoidismo e a predominância
estrogênica.
32
de transição
Quando o estrogênio não está propriamente
contrabalanceado a progesterona, mesmo que a tireoide
produza níveis normais de hormônios, eles são
bloqueados pela predominância estrogênica, este se torna
ineficaz e surgem sintomas de hipotireoidismo.
Sintomas da deficiência de estrogênio
Calores
Suor noturno
Ressecamento vaginal
Oscilações de humor
Confusão mental
Enxaqueca
Infecções vaginais ou da bexiga
Incontinência, infecções urinárias do trato urinário
Redução na resposta sexual
Sintomas do excesso estrogênio
Infecções vaginais por fungos

Inchaço e sensibilidade nos seios
Depressão
Náusea, vomito
Inchaço
Câimbras nas pernas
Pele amarelada
Sangramento vaginal excessiva
33
de transição
Sintomas de deficiência de progesterona
Enxaqueca pré menstrual

Sintomas semelhantes aos da TPM
Menstruações irregulares ou excessivamente intensas
Ansiedade e nervosismo
Sintomas do excesso de progesterona
Sonolência
Tontura
Depressão
Muitas mulheres podem chegar na fase da menopausa

num estado de exaustão suprarrenal, principalmente se
viveu um bom tempo com a sensação de que sua vida é
inevitavelmente estressante ou se tem alguma doença
crônica.
Três hormônios distintos e complementares que as

glândulas supra-renais segregam:
Epinefrina é produzido quando alguma coisa está

ameaçando. Faz o coração acelerar, pupilas dilatarem,
tolerância à dor aumenta, deixa preparado para que
possa dar o melhor de si em uma batalha.
34
de transição
No caso dos dias atuais, essa batalha pode ser enfrentar
um dia de trabalho estressante, manter o corpo ativo
quando está cansada e etc. Os picos de epinefrina ao
longo da vida com muita frequência vão deixando a
reserva cada vez mais baixa, assim as glândulas
suprarrenais ficarão esgotadas e teremos pouca
epinefrina quando realmente o corpo precisar.
Cortisol aumenta o apetite e seu o nível energético,

simultaneamente controlando as reações alérgicas e
inflamatórias do sistema imune. Ajuda o corpo a
resistir aos efeitos estressantes de infecções, traumas
e extremos de temperatura e a manter as emoções
estáveis. Idealmente, o cortisol é liberado apenas
ocasionalmente no sistema, e não como reação a
estresse crônico. Efeitos colaterais podem surgir caso
os níveis de cortisol fiquem elevados por muito tempo,
entre eles estão, perda da densidade óssea, perda
muscular, danos aos rins, retenção de líquidos, níveis
elevados de açúcar no sangue, aumento do peso e etc.
Deidroepiandrosterona também conhecido como DHEA,

é um andrógenio produzido pelas glândulas
suprarrenais como pelos ovários. Ajuda a neutralizar o
efeito imunossupressor do cortisol, aumentando assim
a resistência a doenças. Cortisol e DHEA são
inversamente proporcionais um ao outro.
35
de transição
Ajuda a proteger a saúde óssea, mantem o colesterol ruim
sob controle, proporciona sensação de vitalidade e ajuda a
manter a mente aguçada. Também ajuda na recuperação
de momentos estressantes ou traumáticos, de excesso de
trabalho e assim por diante. A queda nos níveis de DHEA
pode estar por trás da baixa libido por causa da baixa da
testosterona, pois ele é o principal ingrediente com o que
o corpo produz progesterona.
E excessiva exposição do corpo à epinefrina e ao cortisol

podem casuar distúrbios de humor, perturbações do
sono, redução da resistência a doenças e mudanças na
circulação vital. O que acontece é que o DHEA que ajuda o
corpo a se recuperar do estresse, atua em tempo integral
quando isso é crônico. Lentamente as glândulas
suprarrenais vão ficando seriamente exauridas, e com o
passar do tempo a capacidade de produção do DHEA vai
diminuindo.
Quando os níveis do DHEA baixam, os níveis de cortisol e

epinefrina começam a flutuar, isso acontece porque as
glândulas suprarrenais tentam atender a pedidos cada vez
mais impossíveis de apoio. O resultado disso pode ser
fadiga incessante, depressão, irritabilidade e perda de
interesse pela vida.
36
de transição
A mulher que adentra a menopausa no estado de
exaustão suprarrenal acaba ficando em desvantagem, pois
em termos mais simples a perimenopausa é uma forma
de estresse.
Estressores suprarrenais:
Preocupação
Raiva
Culpa
Ansiedade
Medo excessivo
Depressão
Exercícios excessivos
Exposição crônica a toxinas
Alergias crônicas ou graves
Excesso de trabalho fisico ou mental
Sono insuficiente
Trauma ou ferimento não sanado
Cirurgias
Doença crônica
Falando sobre a testosterona, é produzida pelos ovários e

pelas suprarrenais. O papel básico da testosterona é
proporcionar energia assertiva vital e o impulso sexual.
Também aumenta a sensibilidade das zonas erógenas,
frequência orgástica e aumenta a facilidade com que
a mulher se excita sexualmente.
37
de transição
Em mulheres que sofrem com esgotamento das
suprarrenais decorrente de estresse crônico, podem
ocorrer quedas bruscas no nível de testosterona, com
sintomas como a libido reduzida e baixa de energia num
modo geral.
Sintomas de deficiência de testosterona:
Redução da libido
Prejuízos à função sexual
Redução da energia
Redução na sensação de bem estar
Pelos pubianos ficam ralos
Sintomas do excesso de testosterona:
Alterações no humor
Acne, especialmente no rosto e no couro cabeludo
Aumento no numero de pelos faciais
Voz mais grave
É importante percebermos que menopausa não se trata

apenas de uma queda do estrogênio, mas modificações
que ressoam no nosso organismo como um todo e que o
estilo de vida é fundamental não só para quem está
passando pelo processo da perimenopausa, mas para
todas como maneira de prevenção.
38
Ciclicidadde e a menopausa
Quando falamos em ciclicidade automaticamente somos

levadas a pensar em útero e ciclo menstrual, e sim, o útero
e os ovários tem um papel fundamental na ciclicidade, o
ciclo menstrual ativo nos faz perceber mais ativamente a
movimentação que acontece no nosso corpo mês a mês,
mas não é a única forma.
Ao adentrar a perimenopausa o ciclo menstrual se torna

instável, devido as diversas mudanças hormonais que
estão acontecendo e mesmo quando o ciclo menstrual
deixa de acontecer, isso não representa que a ciclicidade
morreu. Todo ser vivo é cíclico por natureza, podemos
observar isso constantemente na natureza e somos
natureza, naturalmente somos cíclicas.
Limitar a ciclicidade a presença ativa do ciclo menstrual, é

limitar o nosso poder pessoal e também excluir todas as
pessoas que não tem útero e não tem um ciclo menstrual
ativo, ginecologia natural é inclusão e não exclusão.
Quando observamos a natureza e nos observamos mais

profundamente, conseguimos perceber mudanças em
nossos hábitos e em nosso comportamento de acordo
com as estações, por exemplo. Quando afunilamos mais,
conseguimos nos perceber diferentes em cada fase da lua,
e podemos nos observar também nos ciclos da vida, não
somos as mesmas quando na puberdade, vida
adulta e na perimenopausa.
39
Mudamos constantemente, essa é uma das maravilhas da

vida, portanto pensar em menopausa como algo linear
não condiz com a nossa natureza.
Podemos observar os ciclos através de quatro aspectos,

lembrando que estes aspectos não são rígidos e nem são
a única forma de observar a ciclicidade. Cada fase traz os
seus aspectos de potência e também os seus desafios.
Ciclos da vida
VISIONÁRIA GERADORA ORGÁSMICA CURADORA
Primavera Verão Outono Inverno
Até a puberdade Adulta Climatério Menopausa
Lua Crescente Lua Cheia Lua Minguante Lua Nova
Pré ovulação Ovulação Pré menstruação Menstruação
40
Visionária
Se apresenta na pré ovulação, lua crescente e nos conecta

muito com a criança interior e com acontecimentos da
primeira e segunda infância.
Potências >> autenticidade, criatividade, ação, dinamismo,

determinação, autoconfiança, sensualidade,
autossuficiência, independência, inspiração, alegria,
realizadora de metas, estrategista, vitalidade,
responsabilidade, potência de iniciar.
Desafio >> irritabilidade, falta de foco, ego frágil,

dificuldade receber ajuda, egoísmo, comparação,
autocrítica, insegurança, dificuldade de firmar
compromissos, constância, procrastinação.
Desconfortos físicos >> retenção de líquido, baixa de
vitalidade,
Os desafios dessa fase podem estar relacionados a dores

de abandono, abusos e situações de superproteção
relacionadas à primeira e segunda infância.
Práticas que ajudam a despertar a visionária:
41
Meditações andando
Entrar em contato com a criança interior (meditação,
carta, foto)
Rito de passagem menarca
Entrar em contato com a lua
Manter um caderno dos sonhos
Práticas que proporcionam prazer
Caminhar na natureza
Ervas que ajudam essa fase:
Rosa Branca >> Equilíbrio, harmonia e a superação das

heranças do passado que trazem dores e incertezas,
através da integração da personalidade a nossa
verdadeira essência divina.
Hibisco >> Transmuta e integra elementos obscuros da
personalidade que geram sentimentos de inferioridade,
inadequação e falta de auto aceitação. Traz autenticidade.
Margarida >> Desenvolve a síntese, o aprendizado, a visão
globalizada e a intuição.
Artemísia >> Ajuda a lembrar dos sonhos, expandir a
terceira visão e se reconectar com a energia feminina e o
poder da visão.
Recomendo utilizar as ervas em banhos, defumações, no

ambiente.
42
Geradora
Se apresenta na fase ovulatória/lua cheia nos conecta

muito com os aspectos do gerar, relacionamento com a
mãe, maternar, gestar, parir e o relacionar.
Potências >> compaixão, criatividade, nutrição, sustentar,

responsabilidade, cuidado, fertilidade, sociável, prazer,
sexualidade, receptividade, flexibilidade.
Desafio >> irritabilidade, colocar limites, apego,
necessidade de controle, dependência, síndrome da
salvadora, carência, julgamento., lidar com perdas.
Desconfortos físicos >> inchaço, cólicas, dor de cabeça.
Os desafios dessa fase podem estar relacionados a dores

de sonhos não paridos, abortos, energia estagnada
"infertilidade", relacionamento com o masculino, perdas.
Práticas que ajudam a despertar a geradora:
Silêncio
Trabalho manual
Clube do livro
Cultivar plantas
Escalda pés
Tomar sol
43
Picão preto >> Ajuda a trabalhar a perda.

Barbatimão >> Estimula o ser a se espiritualizar, se
conhecer e conhecer os caminhos da alma. Elimina o
sentimento de rejeição, baixa autoestima, carência e
dependência afetiva.
Arnica brasileira >> Quando se passa por uma experiência
traumática de perda fisico, energética ou espiritual, ajuda a
processar melhor a experiência.
Flores de melão de São Caetano >> Concede clareza de
raciocínio, calma, tranquilidade e paz para a mente.
Calêndula >> Gera satisfação por aquilo que se tem. Ajuda
a criar vínculos de carinho e respeito pelos seres em geral.

ambiente, escalda pés.
44
Orgasmica
Se apresenta na fase pré menstrual/lua minguante nos

conecta muito com os aspectos da intuição, sombras
internas, reflexão, energia sexual como impulso.
Potências >> erotismo, intuição, sensualidade,

transformação, sonhos, magia, contemplação, paciência,
introspecção, poder de criar e destruir, sensibilidade.
Desafio >> irritabilidade, sobrecarga, cansaço,
hiperatividade mental, autodepreciação, compulsão,
pensamentos destrutivos, inquietude, insatisfação,
frustração, autodestruição, lidar com pessoas.
Desconfortos físicos >> inchaço, enxaqueca, retenção de
líquidos, dores na lombar,
Os desafios dessa fase podem estar relacionados a

sensação de vítima, maltrato consigo mesma, negação do
prazer, não se sentir merecedora, síndrome da impostora.
Práticas que ajudam a despertar a orgásmica:
Meditação sensorial
Prazer corporal
Contato com o fogo
Dançar
Escrita terapêutica
Cantar
45
Abre caminho >> Abre os caminhos, atraindo bons fluidos

dando força e liderança.
Eucalipto >> Atua equilibrando a energia sexual, indicada
para pessoas com distúrbios sexuais e bloqueios neste
sentido da vida. Traz a consciência da sexualidade como
deve ser, divina, prazerosa e livre de tabus. Estimula a
responsabilidade perante a vida.
Damiana >> Provoca um aumento de energia; também é
usada em rituais sagrados que buscam explorar a energia
sexual.
Alecrim >> Ajuda a manter a presença no “aqui e agora”.

46
Curadora
Se apresenta na fase menstrual/lua nova nos conecta

muito com os aspectos da vida e morte, inicio e fim,
revisão, renovação, cura.
Potências >> sabedoria, espiritualidade, ancestralidade,

intuição, oráculo, introspecção, visualização, deixar ir,
revisar o ciclo e o momento de vida, sensibilidade
aguçada, canal de cura.
Desafio >> irritabilidade, sobrecarga, cansaço,
hiperatividade mental, lidar com os afazeres do dia a dia,
aceitar o próprio ritmo.
Desconfortos físicos >> cólicas, retenção de líquido,

intestino preso ou solto demais, cansaço, insônia, dores
articulares.
Os desafios dessa fase podem estar relacionados a

lealdade ancestral, não estar ocupando o meu lugar na
linhagem, sentimento de vazio.
Práticas que ajudam a despertar a curadora:
Meditação deitada
Plantar a lua
Contato com a terra
Contar histórias
47
Escrita terapêutica
Escalda pés
Banhos de ervas

Barbatimão >> Estimula o ser a se espiritualizar, se
conhecer e conhecer os caminhos da alma.
Picão preto >> Liberdade para ser e cuidar de si próprio.
Liberdade para reconhecer e viver seus próprios desejos
sem culpa, peso ou preocupação com os outros.
Independência, coragem.
Erva doce >> Indicado para quem duvida da própria
capacidade. Gera transformações internas e corta laços
com o passado.
Camomila >> Ajuda a ter esperança e saber perdoar. Gera
otimismo e elimina o estresse emocional.

48
Mapeando o ciclo
Mapear a ciclicidade é uma forma de observar de perto

como estamos vivenciando as potências e desafios de
cada fase.
Sugestão de como e o que mapear:
Dia do mês
Dia do ciclo
Fase do ciclo
Fase da lua no céu aquele dia
Percepções emocionais
Percepções corporais
Percepções comportamentais
Observações que considerar importante
Escolher o que você deseja mapear naquele ciclo, mapear

tudo pode ser cansativo e confuso. Cada pessoa tem as
suas prioridades sobre o que é importante mapear na sua
rotina.
Por exemplo:
Qualidade do sono
Criatividade
Vitalidade
Organização
49
Libido
Foco
Autocuidado
Força de ação
Intuição
Relação sexual
Ansiedade
Cólica
Dor de cabeça
Hábitos alimentares
Exercícios físicos
Meditação
Escolha 4 para mapear mais profundamente e

diariamente.
Ao final do ciclo você vai ter uma mandala recheada de

informações com cores e símbolos para você observar:
Com que frequência e em quais fases esses incômodos

apareceram?
Qual fase minha criatividade estava mais ativa?
Quando minha libido estava mais em alta?
O foco?
Como está a qualidade do meu sono?
50
E assim trazer para o seu dia a dia práticas de cada uma

das fases citadas acima para melhorar a sua qualidade de
vida e amenizar os incômodos.
Conhecer a própria ciclicidade é o primeiro passo para

uma jornada de autonomia do próprio corpo e saúde.
51

Menopausa 1

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Apostila 1

Joyce Rojais Fernande de Melo Muzy - joycemuzy@gmail.com - IP: 200.144.28.50

A palavra menopausa é composta a partir da junção de

A definição médica de menopausa é o ponto em que uma

Assim como a menarca está para a primeira menstruação,

Não existe uma definição médica precisa de

Desde a puberdade o corpo fêmea está voltado para a

A menopausa é uma porta de entrada

Perimenopausa - Menopausa - Pós Menopausa

Desconstruir a imagem falsa criada pela sociedade da

É uma mudança intensa que acontece no corpo da mulher

É importante que ao auxiliarmos outras mulheres nessa

A menopausa marca a passagem para a maestria. A anciã

Não é algo a ser curado. É uma oportunidade de

Reconhecer essa fase como idade da maturidade e

Com essa mudança de pensamento diminui também o

Passar da fase de gerar filhos para a fase de gerar

E sim, mudanças nos geram inseguranças, medos e

A passagem bem sucedida para a menopausa traz o dom

Jung define o inconsciente pessoal da seguinte forma:

“Tudo o que sei, mas no momento não estou pensando; tudo

Sombra é tudo o que nos diz respeito e de que não temos

Se tentamos reprimir de forma consciente, por definição

A sombra se forma através das culturas, sociedades e

Sugestão realizar exercício número 1 no

Cada processo pode ser representado por uma fase

Ao preservar a consciência e retornar à ela, à medida que

Mudar nossas atitudes e os modos de percorrer a jornada

Fase 1 - Calcinatio - Eu sou o fogo transformador

A definição química para a fase calcinatio é o aquecimento

Os alquimistas aqueciam seus materiais de partida no

As mulheres são seus próprios caldeirões e a alquimia da

Podemos associar as ondas de calor a essa primeira fase

Sugestão realizar exercício número 2 no

No campo emocional essa fase pode se manifestar por

Um exemplo muito comum pode ser a raiva reprimida em

Algum abuso que viveu ou testemunhou

As emoções que emergem nessa fase estão prontas para

A doutora Christiane Northrup diz:

“Nós precisamos nos apropriar dessa raiva. Especialmente

Uma maneira saudável de lidar com a raiva é recebê-la

Ela também diz:

“O nosso cérebro realmente começa a mudar na

No inicio a irritabilidade pode surgir de forma sutil, mas ela

Não há problema em sentir raiva, o importante é como

Sugestão realizar exercício número 3 no

Fase 2 - Solutio - É seguro sentir

Nessa fase os alquimistas pegavam as cinzas daquilo que

O elemento associado a essa fase é a água e em muitas

Ao permitir que as emoções reprimidas venham à tona,

Estabelecer consigo mesma um compromisso

Sugestão realizar exercício número 4 no

Outra forma dessas emoções reprimidas se apresentarem

Não existe um único significado para os sonhos ou um

Outra forma de manifestar esse inconsciente é através de

Essas são algumas maneiras de trazer à superfície o que

“A água é a própria força vital da Mãe Terra. A água e a nossa

Fase 3 - Coagulatio - Você é seu próprio lar

A terceira fase é solidificar, coagular ou coalhar. Depois de

Essa fase vem para nos lembrar da importância do corpo

São muitas as mudanças que são desencadeadas pelas

À medida que a transformação vai acontecendo, habitar

Kristi Meisenbach Boylan diz:

Já dizia Jung - “o corpo é a visibilidade da alma, da psique; e a