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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Escola de Belas Artes

Programa de Mestrado Profissional em Artes - Prof-Artes

Mestrando: Nelson Rodrigues Pombo Junior


Orientador: Prof. Dr. Maurilio Andrade Rocha

Projeto de Pesquisa
A música indígena na educação, uma experiência do Pibid Artes Música e
Diversidade no Ensino Médio
INTRODUÇÃO:
O tema proposto e objeto desta pesquisa é a música indígena como componente do
didático, com a utilização de sequências didáticas que exploram aspectos da música
indígena na escola. Por meio do Subprojeto PIBID Música UEMG - Educação Musical e
Diversidade, que foi acolhido pela Escola Estadual Professor Morais (EEPM), no ano de
2020/21 O subprojeto que tem na Coordenação a Professora Cibele Lauria Silva e parte
do ponto de vista do Professor Supervisor - colaborador, com a experiência da
participação nos editais de 2017, 2019, nas escola EEPM e Escola Estadual Bernardo
Monteiro. O projeto acontece na EEPM e na Escola Municipal Professora Eleonora
Pieruccetti (EMPEP), tendo a Professora Beatriz Mourão, na Supervisão. Cada escola
possui oito bolsistas e colaboradores, Licenciandos em Música na Escola de Música
(ESMU) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). O PIBID propõe ampliar a
consciência musical dos alunos por meio de uma proposta triangular, com atividades
musicais que contemplem a contextualização, a fruição-apreciação, performance e
criação, com traz Barbosa (2008, p. 92): “Ser capaz de responder à diversidade racial,
cultura e de gênero de maneir a positiva e socialmente responsável” . Neste sentido,
partindo do pressuposto das narrativas dos integrantes, as histórias musicais, os estudos
sobre Educação Musical/ Etnomusicologia/ Formação Docente, proporcionando
ampliação e reflexão sobre os conceitos e práticas musicais. Dentro desta linha foi
delimitado o período de 2021, em que os bolsistas estarão atuando com o planejamento e
intervenções nas salas de aula, dentro dos estudos em Etnomusicologia e a abordagem
das músicas dos povos originários brasileiros.
Os povos indígenas trazem nas suas línguas e cânticos, sua narrativa de mundo, e neste
contexto Krenak (2019, p. 13) diz: “E está cheio de pequenas constelações de gente
espalhada pelo mundo que dança, canta, faz chover.” Neste sentido tem-se a busca por
compreender esta diversidade cultural para a sala de aula e compartilhar um pouco
destes cantos e destes mundos.
DESENVOLVIMENTO:
O programa de iniciação à Docência teve seu inicio adiado e as atividades foram
retomadas em Julho de 2020, em meio ao isolamento social por causa da pandemia do
coronavírus. O subprojeto que tem na Coordenação a Professora Cibele Lauria Silva e
parte do ponto de vista do Professor Supervisor - colaborador, com a experiência da
participação nos editais de 2017, 2019, nas escola EEPM e Escola Estadual Bernardo
Monteiro. O projeto acontece na EEPM e na Escola Municipal Professora Eleonora
Pieruccetti (EMPEP), tendo a Professora Beatriz Mourão, na Supervisão. Cada escola
possui oito bolsistas e colaboradores, Licenciandos em Música na Escola de Música
(ESMU) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). O ensino na EEPM está
acontecendo de forma hibrida, tendo um período online, com atividades realizadas de
forma virtual, utilizando o software Google Sala de Aula e presencial, com aulas
presenciais.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, em que o pesquisador se encontra inserido no
processo, como supervisor até outubro setembro de 2021 e posteriormente como
colaborador, atuando diretamente em todas as etapas do projeto. Vamos partir da análise
das atas e consulta ao material bibliográfico já utilizado para consulta dos bolsistas,
consulta de todo material recolhido durante os meses em que o ensino estava de forma
remota. O subprojeto do pibid parte de estudos de políticas públicas, leis e diretrizes
relacionadas à educação, como a BNCC, Brasil (2018), orientações para as ações étnico
raciais, que dá as diretrizes e bases da educação, as leis 11.645/2008 e 10.639, que são
sobre o ensino das culturas e das temáticas negras e indígena no currículo escolar, o
projeto olítico pedagógico (ppp) das escolas parceiras, textos e conhecimentos à respeito
dos temas: educação musical, etnomusicologia, formação docente e diversidade cultural.
Sobre os conteúdos de arte e educação que contemplem a cultura dos povos ancestrais e
tradicionais, com sequências didáticas e material de consulta. Consulta ao livro didático
utilizado na escola, Arte de Perto, ROCHA (2016), publicações da ABEM Associação
Brasileira de Educação Musical, como o ebook Música na Educação Básica (2011), que
traz contribuições de Cecília Cavalieri França, Música e Educação (2015) de Helena
Lopes e José Antônio Baeta Zile que trazem textos de Cecília Cavalieri França, Helena
Lopes da Silva e Violeta de Gainza. Materiais que contribuem para a formação docente do
professor em arte e música, como as contribuições de Shaffer e analisado por
FONTERRADA (1991), bem como consulta a sites, documentários, áudios e material de
arquivo deste pesquisador.
Cantos da Floresta, uma iniciação ao universo musical indígena de que possui
livro, cd, site e um conteúdo que disponibiliza sequências didáticas que são
abertas, ou seja, podem ser adaptadas conforme a necessidade da turma, material
que contribui na formulação de sequências didáticas.
O foco principal da investigação é a música indígena na educação, levando em
consideração o contexto urbano, integrando a cultura dos povos originários, conforme
PUCCI (2017, p. 201) “contextualização, escuta e prática musical. A iniciativa é de trazer,
de forma horizontal esta cultura, uma herança ancestral de povos que historicamente
sofrem com o genocídio, inúmeras tentativas de apagamento étnico, resistindo
bravamente à expansão do homem branco ou “torí”, por isto a necessidade de ter uma
contextualização, sobre as etnias, os povos, suas línguas e tradições, bem como entender
os papeis que a música possui nestas culturas. Como lembra Krenak (2020), mais de 600
línguas nativas já foram extintas, o que indica que muito da cultura ancestral se perdeu. O
interesse neste assunto se deu à partir do trabalho de campo realizado no PIBID, com um
grupo formado pela Coordenadora do Subprojeto, a Professora Cibele Lauria, os
Professores Supervisores e bolsistas do programa do edital anterior, de 2017, na Festa
das Águas do povo Pataxó na aldeia em Carmésia, região da Serra do Cipó, no ano de
2019. Foi uma experiência única e me vi inserido no contexto de uma comunidade em que
a música, as cores, os cheiros, as comidas e todo o ambiente presente me levaram s
refletir como a sociedade moderna trata com descaso e muitas vezes com dolo, aos
verdadeiros povos originários destas terras. Este estudo pretende contribuir com o debate
do ensino ma música, por meio da cultura e que traga a cosmovisão dos povos
originários. A visão estereotipada que a sociedade possui e que considera que as culturas
não hegemônicas, como uma cultura inferiorizada perante os modos, escalas e das
amarras da tradição erudita, pautada na cultura ocidental europeia. Neste ponto, diz Pucci
(2017, 106): “A nossa vaga compreensão do repertório musical indígena é legado das
impressões de viajantes e pesquisadores dos primeiros séculos de colonização”, condição
que se mantém até os dias atuais. Neste sentido, as aulas de educação musical,
musicalização infantil, a música que é ensinada nos conservatórios e nas academias, são
pautadas na música erudita. O professor de música é o detentor do conhecimento, da
técnica e o aluno tem que aprender com ele, sem que a sua experiência seja levada em
consideração. Como bem traz Mateiro (SILVA; ZILLE, 2015) sobre os conservatórios,
ainda no Séc XXI, “A aula era centrada no professor, pois era ele quem determinava o
repertório e que mostrava ao aluno o que fazer, como e de que maneira”. Por outro lado,
temos como exemplo as técnicas e práticas não convencionais de Dalcroze (Suíça, 1865-
1950), que sugere que o aprendizado de música não está apenas no ouvir e que temos
outras sensibilidades como os movimentos corporais. * “Eu me pego sonhando com uma
educação musical na qual o corpo faria ele mesmo o papel de intermediário entre os sons
e nossos pensamentos, e se tornaria instrumento direto dos nossos sentimentos”. Já
Shaffer (1991) traz o conceito de paisagens sonoras, em que se utiliza de representações
visuais, desenhos, formas e cores para sugerir o som. Com isto, a proposta busca
contemplar a introdução ao universo musical indígena na sala de aula e contribuir com o
debate acerca da importância de se valorizar a cultura ancestral brasileira. Outras
questões trabalhadas foram a partir das leituras de materiais que apresentavam biografias
de educadores e artistas, o trabalho com as narrativas dos integrantes, das histórias
musicais e os caminhos percorridos, um revisitar ao passado. Como a contribuição de
KOLB-BERNARDES e OSTETTO, (2015, 164): “O ato de narrar o vivido carrega a
essencialidade do poder de as pessoas se reconhecerem como sujeitos de suas próprias
histórias, atribuindo sentido aos diferentes itinerários percorridos”, as reflexões sobre as
narrativas, experiências e vivências musicais contribuíram para definir as linhas de
atuação e os rumos do planejamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A música, componente curricular ligado à Arte, gradualmente vem sendo trabalhada nas
escolas, um esforço tem sido feito para incluir uma educação musical que esteja voltada
na diversidade cultural. O PIBID artes música e diversidade tem um foco no sentido da
inclusão da música indígena nos assuntos a serem abordados nas aulas de música. A
educação musical escolar, as músicas ensinadas em escolas de música e conservatórios
se baseia na música erudita europeia, com seus modos e escalas vindas do ocidente. A
música e a cultura dos povos originários pouco são faladas, bem como culturas orientais,
africanas e árabes. Com isto, buscamos as experiências propostas em educação musical,
buscam contemplar a etnomusicologia, as narrativas autobiográficas dos bolsistas e a
formação de professores mais sensíveis às causas indígenas. Com isto trazemos
algumas questões:
Foram encontradas dificuldades e quais, de pessoas não indígenas em trabalhar a música
indígena no PIBID?
Quais foram as contribuições que o ensino da música indígena para o Professor
Supervisor.
Como foi para os bolsistas a participação em um projeto que inclui a música ancestral na
sala de aula?
REFERÊNCIAS:
BARBOSA, Ana Mae, 1936 - Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998. 200p
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei. n 11.645/08 de 10 de março de 2008. Modifica a Lei
no 9.394 de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639 de 9 de janeiro de
2003. Diário Oficial da República. Brasília, 10 de março de 2008; 187o da Independência
e 120o da República. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso em: 05 agosto. 2020
FONTERRADA, Marisa. Trench Oliveira. Apresentação. In: SCHAFER, R. Murray. O
ouvido Pensante. Tradução Marisa T. O. Fonterrada, Magda R. Gomes da Silva, Maria
Lúcia Pascoal. São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista, 1991, p. 9-12.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras,
2019. 46 p.
KRENAK, Ailton. Cantos da Terra - A Linguagem Indígena e o Patrimônio Cultural
Brasileiro. https://www.youtube.com/watch?v=5754E0TMUP4 2020 – Acesso em: 26 de
Jul. 2021

MATEIRO, Teresa. Ensinar música: ocupação individual ou profissão aprendida?


Música e educação. / Organizadores: Helena Lopes da Silva e José Antônio Baêta Zile. -
Barbacena: EdUEMG, 2015. 232 p. - (Série Diálogos com o Som. Ensaios v.2)
OSTETTO, Luciana Esmeralda e KOLB-BERNARDES, Rosvita. Modos de falar de si: a
dimensão estética nas narrativas autobiográficas. Pro-Posições | v. 26, n. 1 (76) | P.
161-178 | jan./abr. 2021. Disponível em <http://dx.doi.org/10.1590/0103-
7307201507611> . Acesso em: 25 de jul. 2021.
PUCCI, Magda; ALMEIDA, Berenice de. Cantos da Floresta: iniciação ao universo
musical indígena. São Paulo: Peirópolis, 2017. 336 p. Ilustrado por Joana Resek.
ROCHA, Maurilio Andrade; MUNIZ, Mariana Lima; VIVAS, Rodrigo; AZOUBEL, Juliana.
Arte de perto. 1a ed. São Paulo: Leya, 2016.
SCHAFER. Raymond Murray. O ouvido Pensante. Tradução Marisa Trench de Oliveira
Fonterrada, Magda R. Gomes da Silva, Maria Lúcia Pascoal. São Paulo: Editora
Universidade Estadual Paulista, 1991.
SILVA, Helena Lopes da; ZILLE, José Antônio Baêta. Música e Educação: série diálogos
com o som; v.2. Barbacena: Eduemg, 2015. 232 p. Disponível em:
http://eduemg.uemg.br/component/k2/item/85-musica-e-educacao-serie-dialogos-com-o-
som-vol-2. Acesso em: 12 ago. 2021.

Nelson,
Pelo que li, você está dando um rumo à sua pesquisa. Isso é muito bom.
Seu texto melhorou, mas ainda é necessário você criar uma estrutura na qual a leitura flua
e que possamos acompanhar a sua reflexão. Os temas estão embaralhados e há trechos
confusos. Isso melhorará com a prática de escrita.
Amanhã, após às 17:30, a gente conversa.
Abraços e boa semana.
Tadeu

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