1 A Música Como Instrumento De Ensino-Aprendizagem
Autora: Tuane Mendonça Tenório Orlanda (FAF) *
Coautora: Taís Mendonça Tenório Orlanda (FCSGN) * Coautor: Juliano Ciebre dos Santos (FSA) * Resumo: O presente artigo tem como abordagem principal A música como instrumento de ensino- aprendizagem, que possibilita aos sujeitos a ampliação do seu desenvolvimento cognitivo com a promoção da expressão linguística e corporal. Tendo como finalidade, apresentar aos alunos a compreensão dos sons que existem no ambiente ao qual se encontram, analisando a sintonia de uma orquestra da reprodução de instrumentos utilizados diariamente, proporcionando assim, um encontro rítmico que os mesmos reproduzem. Diante disto, o estudo aqui apresentado tem por propósito inserir a música como uma disciplina que ofereça oportunidades de uma construção de saberes de forma mais prazerosa, auxiliando o seu intelecto na elaboração de uma expressividade viva e criativa. Mediante a isto, usou-se como metodologia para embasar o aprofundamento sobre a música obras bibliográficas de autores como, PCN, Brito, Souza, entre outros, que se fundamentam significativamente na importância e necessidade da implementação da música na educação. Adquirindo assim, como uma resultante, a compreensão do valor da pratica musical como instrumento facilitador da comunicação entre professores e alunos em prol do desenvolvimento integral dos indivíduos. Desta forma, entende-se que a música não é apenas melodia, mas uma essência que reflete em conhecimentos de forma livre, individual, coletiva e intelectual. Palavras-chave: Música; Ensino; Aprendizagem; Educação; Instrumento. 1. INTRODUÇÃO Sabe-se que a educação visa à formação integral dos indivíduos, assim ao abordar o tema, música como um instrumento de ensino-aprendizagem, enfatiza-se a importância do desenvolvimento da linguagem corporal e expressiva. Mediando o conhecimento artístico de forma a aprimorar o pensamento crítico e reflexivo dos sujeitos em sala de aula. * Tuane Mendonça Tenorio Orlanda, Licenciatura plena em Letras pela Faculdade de Alta Floresta FAF, Especialista em Artes na Educação pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantà do Norte- MT (FCSGN). E- mail: * Tais Mendonça Tenório Orlanda, Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT (FCSGN) Especialista em Psicopedagogia Clínica pela FCSGN. * Juliano Ciebre dos Santos, Licenciado em Informática pela Fundação Santo André (FSA, Santo André-SP, 2004), Especialista em Informática aplicada à Educação e Mestre em Educação Desenvolvimento e Tecnologias pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, São Leopoldo-RS, 2008). Atualmente docente do ensino superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. Cep 2 Mas é importante ressaltar que o ensino da música e aplicação da disciplina de artes nem sempre é dado o devido valor que possuem. Sendo assim, elenca-se o objetivo de oferecer aos alunos a oportunidade de conhecer as contribuições da música para a formação do pensamento e a construção do conhecimento. É importante que a escolas e o professores apresentem condições às funções positivas da música na aprendizagem dos alunos. Diante disto, a metodologia usada na presente pesquisa foi de abordagem bibliográficas de autores como PCN, Brito, Schafer, entre outros, que dispõe de obras com finalidade de ilustrar os benefícios da música na educação. Dando a base para elaborar este trabalho que possui uma divisão em seções e está, expande a temática reafirmando a música como fator de aprendizagem. 2. MÚSICA: UMA FORMA DE APRENDIZAGEM Sabe-se que no decorrer dos anos a educação sofreu um processo de transformação ao qual inovou os métodos de ensino em sala de aula, visando o desenvolvimento intelectual e integral dos alunos. Um recurso muito significativo que passou a ser incluído nas práticas pedagógicas foi a música, que auxilia na relação interpessoal dos alunos, facilitando uma segurança ao se expressarem diante dos conteúdos. A música é uma linguagem universal. Você já reparou? Todo mundo canta, dança, gosta de diferentes músicas. O idioma das letras não limita a experiência com a música. As pessoas deixam o corpo ir ao encontro da melodia! O som produz sensações que reproduzem lembranças, imagens e nos envolvem. Provocar situações em que o corpo possa ser capturado por diferentes ritmos é muito importante. A música é uma poderosa e rica linguagem. (LOPES, MENDES e FARIA, 2006, p.54) A música tem por finalidade promover o desenvolvimento da linguagem corporal, pois a mesma oferece ao sujeito a liberdade de expressar, tanto com a voz, quanto com os gestos reproduzidos pelo corpo, construindo assim, uma sintonia rítmica de saberes que se conduzem pelas melodias, facilitando a interação dos indivíduos no contexto da arte, que por sua vez também vincula o desenvolvimento cognitivo aperfeiçoando os saberes intelectuais sobre o que conhece do mundo e do seu corpo. Qualquer proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer música para sala de aula, acolhendo, contextualizando e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para o seu desenvolvimento pessoal em 2 3 atividades de apreciação e produção. A diversidade permite ao aluno a construção de hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade, aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos outros. (PCN, 2001, p. 75) Compreende-se que a educação abrange um conjunto de recursos, aos quais facilitam o processo de ensino- aprendizagem dos alunos, havendo inovações e aprimoramento de métodos que proporcionam a interação das diferentes culturas em sala de aula. A música é um fator que oferece aos sujeitos novos conhecimentos, variações linguísticas, proporcionando o lúdico e interação entre os alunos, estimulando a expressão oral, corporal e intelectual. Uma vez que a música tem expressão por meio dos sons, uma obra que ainda não tenha sido interpretada só existe como música na mente do compositor que a concebeu. O momento da interpretação é aquele em que o projeto ou a partitura se tornam música viva. As interpretações são importantes na aprendizagem, pois tanto o contato direto com elas quanto sua utilização como modelo são maneiras do aluno construir conhecimento em música. Além disso, as interpretações estabelecem os contextos onde os elementos da linguagem musical ganham significado. (PCN, 2001, p ) Entende-se que ao ser inserida como conteúdo em sala de aula, a música se torna um instrumento relevante para o processo de interpretação dos alunos, que interagem de forma descontraída e ativa nas aulas, favorecendo o enriquecimento do vocabulário, a detenção das letras e melodias, de textos e músicas e apresenta-se como um atrativo aos educandos. Abre-te! Abre-te ouvido, para os sons do mundo, abre-te ouvido para os sons existentes, desaparecidos, imaginados, pensados, sonhados, fruídos! Abre-te para os sons originais, da criação do mundo, do início de todas as eras... Para os sons rituais, para os sons míticos, místicos, mágicos. Encantados... Para os sons de hoje e de amanhã. Para os sons da terra, do ar e da água... Para os sons cósmicos, microcósmicos, macrocósmicos... Mas abre-te também para os sons de aqui e de agora, para os sons do cotidiano, da cidade, dos campos, das máquinas, dos animais, do corpo, da voz... Abre-te, ouvido, para os sons da vida... (FONTERRADA apud SCHAFER, 1992, p ). De acordo com os que os autores citam acima, é notório que o ambiente ao qual são inseridos todos os seres vivos, apresenta um conjunto de barulhos ou sons que expressam as diversidades músicas que se produzem por cantos de pássaros, rugidos de animais selvagens, o balanço das folhas com o vento, as gotas de chuva que caem ao solo entre outros fatores, os mesmos são considerados músicas que em uma sintonia constrói-se uma orquestra musical natural. Sendo 3 4 assim, promover a aquisição de análises e observações sonoras por parte dos alunos em sala de aula, auxilia na atenção, concentração, imaginação, curiosidade e interpretação dos saberes naturais que refletem na aprendizagem de forma prazerosa dos alunos. A educação musical escolar não visa à formação do músico profissional. Objetiva, entre outras coisas, auxiliar crianças, adolescentes e jovens no processo de apropriação, transmissão e criação de práticas músicos- culturais como parte da construção da cidadania. (HENTSCHKE e DEL BEM, 2003, p. 181) É possível destacar que a educação tem por finalidade abordar o ensino, ao qual proporcione a formação integral dos alunos, auxiliando na promoção de saberes linguísticos, matemáticos e culturais. Assim falar em música também é falar em cultura, pois as mesmas estão interligadas, de maneira que cada região possui uma tradição musical e que cada sujeito desenvolve gostos diferenciados pelas melodias, interpretando de forma que compreendam para si as letras ouvidas. Segundo Jeandot (1997, p.132) nem todas as crianças nascem obrigatoriamente com dotes artísticos, mas todas têm direito ao conhecimento da arte e a serem despertadas e encaminhadas, por cuidados especiais, nesse sentido A educação por sua vez, não exerce a função de formar artistas, seja na área da música, teatro ou outras, mas a mesma tem como papel fundamental oferecer aos alunos o direito de conhecer a arte em toda sua grandeza, proporcionando assim, uma descoberta de mundos que são oferecidos aos mesmos, criando-lhes possibilidades de apreciar os fatores que compõe a cultura a qual faz parte, absorverem as músicas que apresentam aspectos sociais, emocionais e atrativos, oferecendo a oportunidade de expressar-se de forma corporal e intelectual, contribuindo com o pensamento cognitivo. Para a grande maioria das pessoas, incluindo os educadores e educadoras (especializados ou não), a música era (e é) entendida como algo pronto, cabendo a nós a tarefa máxima de interpretá-la. Ensinar música, a partir dessa óptica, significa ensinar a reproduzir e interpretar músicas, desconsiderando a possibilidade de experimentar, improvisar, inventar como ferramenta pedagógica de fundamental importância no processo de construção do conhecimento musical (BRITO, 2003, p.52). A música, muitas vezes é vista como algo pronto e que contribui apenas para reprodução e interpretação das letras que a compõe, mas ela vai, além disto, ao ser inserida no ensino em sala de aula tem por finalidade estimular a imaginação, a criação de letras músicas, a expressão corporal, a expressão dos seus sentimentos por meio da melodia que o próprio aluno escreve, aperfeiçoando o pensamento crítico ao deparar-se com diferente músicas e promovendo um crescimento no processo de aprendizagem. Aproximar um corpo de outro. Pôr a mão em; apalpar, pegar. Põe-se em contato com; roçar em alguma coisa. Fazer soar, assoprando, tangendo ou percutindo. Produzir música, executar um instrumento. Bater palmas, os pés no chão. Estalar a língua, os dedos. Assobiar. Todas estas definições são possíveis para a palavra tocar. (KRIEGER, 2005, p.29). Ao referirem-se na capacidade de criar música todos os indivíduos tem a possibilidade de produzir por meio de sons uma melodia, bater o lápis na mesa de forma rítmica, estralar os dedos, murmurarem, bater tampas de panelas, quicarem uma bola, são orquestrar desenvolvidas pelos sujeitos de forma simples, que ao serem analisadas têm uma melodia. Mesmo sem ser músico o aluno toca música a todo o momento. Na escola, as experiências, além de significativas, deveriam, necessariamente, passar por um elemento diferenciador que é resultante da junção entre a reflexão da própria pratica e os modos de elaboração e expressão. Experiências músicas semelhantes podem oferecer aos estudantes meios de se tornarem críticos, reflexivos e emancipados, extrapolando e modificando suas práticas músicas, encontrando outros espaço criando formas de interpretar a realidade musical e com isso, transformá-la. (SOUZA, 2008, p ) A escola é um agente mediador das experiências dos alunos que estão inseridos nela, desta forma promover as diferentes maneiras de se trabalhar os conteúdos e valorizar as disciplinas que muitas vezes é vista como sem importância, torna o aprendizado mais eficaz, levar a música nas aulas de arte e deixar os alunos desenvolverem suas próprias experiências são primordiais para se tornarem seres reflexivos e críticos. Segundo Fonterrada (1992, p ) [...] brincar com sons, montar e desmontar sonoridades, descobrir, criar, organizar, juntar, separar, são fontes de prazer e apontam para uma nova maneira de compreender a vida através de critérios sonoros. De acordo com as argumentações teóricas, a música é um instrumento de ensino facilitador do desenvolvimento da aprendizagem em todos os aspectos, de forma prazerosa e atrativa, que auxilia conhecer a si mesmo e expor os seus saberes intelectuais. 2. CONSIDERAÇOES FINAIS Falar em música abre-se espaço a criação, imaginação, interpretação e expressão dos saberes particulares que cada aluno possui. Desta forma, o presente estudo oferece a oportunidade de concluir que a aprendizagem necessita ser inserida em sala de aula como algo prazeroso, e que todas as áreas tem participação significativa no desenvolvimento cognitivo. Compreende-se então, que ao trabalhar música em sala de aula, não significa formar artistas, mas sim dar oportunidades aos sujeitos de conhecer uma nova forma de linguagem que engloba a escrita, a oralidade e a expressão corporal, promovendo o conhecimento de diversas culturas representadas pelas músicas, a realidade social de alguns lugares e a liberdade de produzir e reproduzir conhecimentos sobre a arte. Nesse sentido pode-se concluir que, a música, como as demais disciplinas possui um mundo amplo de saberes, aos quais leva o aluno a buscar novas curiosidades que promova a elaboração de um conhecimento intelectual aprimorado, enriquece seu vocabulário, seu pensamento crítico, sua aptidão para a melodia, a escrita, com a mediação de um ensino, ao qual torna a música um instrumento de ensino. REFERÊNCIAS BRASIL, Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/ SEF/ SEESP, BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: propostas para formação integral da criança. São Paulo. Editora Fundação Petrópolis, HENTSCHKE, L.; SOUZA, J. Avaliação em música: reflexões e práticas. São Paulo. Moderna, JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. Scipione, KRIEGER, Elisabeth. Descobrindo a Música: Ideias para Sala de Aula. Ed. Sulinas, LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseana Pereira; FARIA, Vitória Líbia Barreto de. Coleção Proinfantil: módulo IV, unidade 4. Livro de estudo vol.2. Brasília: MEC, SANTOS, Juliano Ciebre dos. Diretrizes para elaboração de Artigos Científicos da Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte- MT. FCSGN: Guarantã do Norte-MT, SCHAFER, R. Murray; FONTERRADA, Marisa. O ouvido Pensante. São Paulo. Editora da UNESP, SOUZA, Cássia Virginia Coelho. Linguagem na Educação Infantil V: linguagens artísticas. Cuiabá: Ed. UFMT,