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FACULDADE DE DIREITO
LICENCIATURA EM DIREITO
FACULDADE DE DIREITO
LICENCIATURA EM DIREITO
O Candidato A supervisora
Assinatura do candidato
I
AGRADECIMENTO
Agradeço, em primeiro lugar, à Deus pelo dom da vida, pela minha saúde, pela sua procteção
em todos os momentos e pela força positiva que transmite-me para continuar a superar todos
os desafios da vida.
Os agradecimentos são extensivos aos meus pais, Domingos Chiburre e Inês Chaisse, pela
vida que me deram e pelo acompanhamento da minha vida, assim como pela transmissão do
conhecimento, formas de convivência na sociedade e o respeito pelo próximo.
Aos meus irmãos: Carlos Chaisse, Rosa Chiburre Cristina Chiburre, Daniel Chiburre, a Minha
Esposa Inês Machava e ao meu Colega e Amigo Sérgio Valentim, Inocêncio Vilanculos.
A Minha Supervisora, pelo apoio, dedicação, críticas, correcções, ensinamentos e lições que
serão úteis para a minha vida profissional, académica e particular.
Aos meus colegas de curso, que se fizeram importantes durante essa jornada.
Os profundos agradecimentos também vão para aqueles que directa ou indirectamente tem
contribuído para a minha realização académica.
II
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho.
III
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Efectivo dos internos de 2018
IV
LISTA DE SIGLAS
Nº: Número.
Artg.: Artigo
V
RESUMO
A pesquisa aborda assuntos relacionados com os Serviços de Penas e Medidas Alternativas á
Prisão como ponto central para o descongestionamento dos Estabelecimentos Penitenciários:
Caso de estudo do Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo no período de 2018 á
2020, portanto, a escolha deste período, deve-se ao facto de que nos últimos anos, esta se
registar cada vez mais a superlotação dos estabelecimentos penitenciários a todos níveis. Em
2018, Moçambique tinha 18.185 reclusos, contra uma capacidade oficial de 8.188 reclusos, ou
seja, estando acima da sua capacidade de ocupação nos Estabelecimentos Penitenciários. O
sistema penal, assim como a sociedade em Moçambique, passou, ao longo do tempo, por um
significativo progresso, desde a época colónia ate a actualidade. A pesquisa tem por objectivo
analisar ate que ponto o Serviço de Penas e Medidas Alternativas a Prisão pode aliviar
congestionamento dos Estabelecimentos Penitenciários Nacionais (caso de estudo do
Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo), e apontar as dificuldades que podem
ser levados em conta a resolução dos problemas de superlotação dos Estabelecimentos
Penitenciários. A superlotação nas Penitenciárias continua a ser uma das maiores
preocupações do sector da Justiça em Moçambique, actualmente existem cerca de vinte mil
(20 mil) reclusos em todo o território nacional. Visando a melhoria das condições de reclusão
e para evitar a superlotação, o ministério da justiça, assuntos constitucionais e religiosos diz
estar a realizar várias acções para contornar as penas de prisão, aplicando as penas não
privativas de liberdade para os crimes menos graves. Portanto, para alcance destes objectivos
será adoptada uma abordagem qualitativa, combinada com uma pesquisa exploratório, onde
será desenvolvido através do estudo bibliográfico e documental. O presente trabalho encontra-
se dividido em cinco capítulos. Sendo o primeiro capitulo a introdução que apresenta a
problematização, as hipóteses os objectivos e a justificativa; o capítulo dois apresenta o
referencial teórico; no capítulo três temos a apresentação da metodologia; no capítulo quatro
encontram se a análise e discussão de resultados; no quinto capitulo conclusão e
recomendações; e por ultimo as referencias bibliográficas.
VI
ABSTRACT
The research addresses issues related to the Services of Sentences and Alternative Measures
to Prison as a central point for decongestion of Penitentiary Establishments: Case study of the
Maputo Provincial Penitentiary Establishment from 2018 to 2020, therefore, the choice of this
period should due to the fact that in recent years, there has been more and more overcrowding
of penitentiary establishments at all levels. In 2018, Mozambique had 18,185 thousand
inmates, against an official capacity of 8,188 thousand inmates, that is, above its capacity to
occupy the Penitentiary Establishments. The penal system, as well as society in Mozambique,
has undergone, over time, significant progress, from colonial times to the present. The
research aims to analyze to what extent the Service of Sentences and Alternative Measures to
Prison can alleviate congestion in National Penitentiary Establishments (Maputo Provinci
Penitentiary case study), and point out the difficulties that can be taken into account in the
resolution of the overcrowding problems in Penitentiary Establishments. Overcrowding in
Penitentiaries continues to be one of the biggest concerns of the justice sector in Mozambique,
there are currently around twenty thousand (20 thousand) inmates throughout the national
territory. Aiming at improving the conditions of imprisonment and to avoid overcrowding, the
Ministry of Justice, Constitutional and Religious Affairs says it is carrying out several actions
to circumvent prison sentences, applying non-custodial sentences for less serious crimes.
Therefore, to achieve these objectives, a qualitative approach will be adopted, combined with
an exploratory research, which will be developed through bibliographic and documentary
study. The present work is divided into six chapters. The first chapter being the introduction
that presents the problematization, the hypotheses, the objectives and the justification; chapter
two presents the theoretical framework; in chapter three we have the presentation of the
methodology; in chapter four there is the analysis and discussion of results; in the fifth
chapter, conclusion and recommendations; and finally the sixth chapter the bibliographical
references.
VII
Índice
Pag
AGRADECIMENTO .............................................................................................................. II
RESUMO................................................................................................................................. VI
ABSTRACT ...........................................................................................................................VII
2.14. Vantagens da aplicação das Medidas e Penas Alternativas à Pena de Prisão. ............ 25
3.0. METODOLOGIA............................................................................................................ 27
5.0. CONCLUSÃO.................................................................................................................. 39
Diante deste cenário, buscar-se-á neste trabalho analisar questões relativas à pena de prisão,
ao momento crítico vivenciado por ela e às formas de punição, em especial, as penas
alternativas à pena de prisão. Quanto a estas, buscar-se-á ao final verificar em que medida elas
têm contribuído para a diminuição do aumento do número de indivíduos presos em
Moçambique, tema este que se apresenta como a problemática principal deste trabalho.
As penas não privativas de liberdade, são obrigatoriamente impostas ao condenado nos casos
em que a conduta criminosa seja punível com pena de 1 dia e até ao limite máximo de 3 anos,
verificando os pressupostos gerais estabelecidos no artigo 68 da lei n.º 24/2019 de 24 de
Dezembro. As penas alternativas à prisão foram introduzidas em vários países da África
Austral, incluindo Moçambique, com o propósito de mudar o paradigma do sistema penal,
que remete os indivíduos à privação da liberdade. Mas, tal privação, depende muito do tipo de
crime cometido, que nem sempre merecem medidas privativas de liberdade, podendo serem
traduzidas em prestação de trabalho socialmente útil. Em Moçambique, embora de forma
descontínua, as penas alternativas a prisão, já estão a ser aplicadas.
1
1.1. PROBLEMA
As Penitenciarias Moçambicanas registam uma sobrelotação de 222,1%, sem que seja visível
uma alteração na tendência de abrandamento na ocupação excessiva, indicam dados da
Procuradoria-Geral da República (PGR) no ano de 2020.
Contudo, na base da pesquisa feita, conclui que a situação é mais grave no Estabelecimento
Penitenciário Preventivo de Maputo, que tem acima de 3000 internos (reclusos), sendo a
capacidade do local apenas de 800 reclusos, com esses números, portanto, a situação não é
2
das melhores, reforçando a aplicação de penas e medidas alternativas à prisão para sanar o
fenómeno.
Adiante do que foi exposto coloca-se a seguinte questão de partida: Ate que ponto o Serviço
de Penas e Medidas Alternativas a Prisão pode aliviar congestionamento do Estabelecimento
Penitenciário Provincial de Maputo?
1.2. JUSTIFICATIVA
O presente estudo versa sobre a aplicação de penas e medidas alternativas a prisão, como a
solução central para a resolução da superlotação dos estabelecimentos penitenciários.
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1.3. HIPÓTESES
Segundo Marconi & Lakatos (2009, p.132), “Hipótese é uma posição enunciada para
responder tentativamente a um problema”.
H1: Com aplicação eficaz das penas e medidas alternativas à prisão poderá diminuir
significativamente a superlotação dos internos nos Estabelecimentos Penitenciários em
Moçambique.
1.4. OBJECTIVOS
Verificar até que ponto as penas e medidas alternativas a prisão pode contribuir para a
diminuição do aumento do número dos internos nos estabelecimentos penitenciários.
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2.0. REVISÃO DA LITERATURA
Para Sousa (2012, p.22), “ Direito Penal é aquela parte do ordenamento jurídico que fixa as
características da acção criminosa, vinculando-lhe penas ou medidas de segurança”. Por outro
lado é Direito penal todo aquele acto externo que é obra da vontade, feito por um homem
racional e livre que é considerado ilícito.
Portanto, a definição acima, é correcta, mas incompleta, visto que, além de definir crimes e
cominar penas, o direito criminal estabelece os princípios e regras que regulam a actividade
penal do Estado, fixando os fundamentos e os limites ao exercício do poder punitivo, a
exemplo dos princípios de legalidade, irretroactividade, humanidade das penas.
Segundo doutrinado Fernando Capez (2010), em sua obra “Curso de Direito Penal”, Direito
Penal é o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de seleccionar os
comportamentos humanos mais graves e perniciosos à colectividade, capazes de colocar em
risco valores fundamentais para a convivência social, e descrevê-los como infracções penais,
cominando-lhes, em consequência, as respectivas sanções, além de estabelecer todas as regras
complementares e gerais necessárias à sua correta e justa aplicação.
Para Dias:
5
descrição de um determinado comportamento uma determinada
consequência jurídica desfavorável
Acresce Beleza, que “sob o aspecto sociológico, direito penal é uma ferramenta de controle
social, a qual visa garantir a necessária disciplina social, assim como, a convivência
harmónica em sociedade”.
Nesse contexto, o direito penal é abrangente para o objecto de estudo do tema em análise, que
Penas e Medidas Alternativas á Prisão.
2.1.1. Penas
Pena é sanção penal imposta pelo Estado, em execução de uma sentença ao culpado pela
pratica de infracção penal, o mesmo consiste na restrição ou na privação de um bem jurídico,
com a finalidade de atribuir o mal causado à vitima e à sociedade, bem como a readaptação
social e prevenir futuras transgressões pela intimidação dirigida a colectividade.
De acordo com a lei 24/2019 de 24 de Dezembro, que prova o código penal Moçambicano, no
seu artigo 58, aplicação de qualquer medida ou pena criminal visa garantir a protecção dos
bens jurídicos, a reparação dos danos causados com a infracção praticada, a reinserção do
agente na sociedade e prevenir a reincidência.
No ano 1680 a.c. foi consagrado o Código de Hammurabi, com 282 artigos, os quais
descreviam as penas mais cruéis possíveis, que nos dias atuais jamais seriam imputadas.
Porém, para a época já eram consideradas como forma de evolução no sistema criminal. Seus
ditames ficavam expostos em uma coluna de pedra negra, que imputava a quem os infligisse a
seguinte disciplina, “mas se houver dano, urge dar a vida por vida, olho por olho, dente por
dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por
golpe.
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2.1.2. Origens das penas
A ideia de punição referente, surgiu por meio da vingança privada, sendo privilegiada a lei do
mais forte, ou seja, do que detinha maior poder. Não havia preocupação com limites na
aplicação do castigo, nem com aplicação de pena de morte, escravização, banimento, além da
possibilidade da pena estender-se às pessoas da família do criminoso.
Nesta época, quando violadas as regras perante as civilizações primitivas, vigia a lei do mais
forte e do que detinha maior poder. O "delinquente" era encarcerado, geralmente em
condições sub-humanas, até o seu julgamento ou sua execução.
Neste período não existia um sistema prisional e desconhecia-se a privação de liberdade como
sanção penal. Até fins do século XVIII a prisão era usada fundamentalmente para preservar o
réu até seu julgamento, e as sanções (castigos) esgotavam-se com a morte ou com as penas
corporais (mutilações e açoites). O período seguinte foi comandado e regido pela vingança
pública, onde o Estado era força suprema, sendo criadas novas normas visando a sua
segurança. As punições eram mantidas através de penas cruéis e desumanas, com o objetivo
de proteger os interesses do Estado.
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A insatisfação quanto às punições tornou-se generalizada, a crueldade e a sensação de
vingança outrora buscadas pelos populares, já não existiam mais e a comoção quanto ao
sofrimento do penado passou a ser geral. Buscava-se, de alguma forma, amenizar o
sofrimento daqueles que deveriam ser punidos para haver ordem social.
Penas de multa;
Penas cruéis;
Os sistemas penais modernos e mais evoluídos, utilizam regra geral apenas algumas das penas
acima mencionadas que adiante iremos referenciar de forma pormenorizada. À semelhança do
ordenamento jurídico moçambicano, estas penas também são aplicáveis mas não de todo
usuais.
No actual sistema penal moçambicano as principais penas são as de prisão e de multa, pois, o
no 1 do artigo 61 e no 2 do artigo 40 da CRM, proíbe e condena veementemente a pena de
morte, perpétua, as penas cruéis e infamantes e de certo modo as penas exortatórias ou
morais.
9
Nesta vertente, a ciência do Direito Penitenciário distingue-se do Direito Penal pelo facto de a
primeira ser posterior a segunda. Portanto, o direito penitenciário somente poderá aparecer
depois da aplicada uma pena ou medida de privação de liberdade.
Por outro lado, o Direito penitenciário consiste num conjunto de normas jurídicas que
regulam o processo mais apto para realizar de maneira mais perfeita a privação da liberdade
do delinquente. Uma dessas normas abrange o tratamento do condenado durante a sua
reclusão, como construir os estabelecimentos prisionais, abrange também a disciplina, o
vestuário, do contacto dos delinquentes com o mundo exterior, em suma, visa procurar os
meios mais correctos para o cumprimento de penas.
As prisões são, segundo André Cristiano José, uma “construção social ancorada na história”
cuja função tem variado ao longo do tempo, enquanto reflexo das opções dos estados no
combate ao crime.
Segundo Greco:
O Sistema Panóptico
O Sistema de Auburn;
Panóptico era um edifício com formato de anel, no meio do qual havia um pátio com uma
torre no centro. O anel era o conjunto de celas com acesso para o interior com figuras
representativas; uma criança aprendendo a escrever; um operário trabalhando; réu em plena
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correcção e na torre central encontrava-se um vigilante que garantia o controlo total das celas
e de todos movimentos exibidos pela população reclusória.
Era considerado dos mais penosos sistemas em que o recluso ficava vedado do contacto com
o mundo externo.
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De acordo com Bittencourt, este sistema pretende assumir e servir-se de modelo ideal na
sociedade não obstante mostrar-se vulnerável pela imposição do silêncio absoluto.
Como forma de garantir a ressocialização e uma óptima reinserção social, este sistema
prisional admitia quatro estágios de evolução no cumprimento da pena e aprendizagem de
algum ofício:
1º Estágio: Isolamento celular nocturno e diurno – tinha como fim último fazer com que o
condenado reflectisse sobre o crime cometido e a pena atribuída.
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O sistema progressivo serviu de grande marco para a reforma e modernização do sistema
penitenciário no mundo. Para além de modificar a estrutura das prisões também introduziu
novos valores e princípios baseados no respeito e dignidade do preso, “buscar a recuperação
do condenado”.
14
2.5. Historia das prisões
Na História da humanidade sempre esteve presente os sistemas de punições, sendo que, ao
longo desta foi se transformando, levou-se muito tempo até chegar ao modelo actual que
segue os princípios da privação de liberdade como modelo de punição coercitiva e
regenerativa.
Segundo Carvalho Filho (2002), a descrição que se tem daqueles locais revela sempre lugares
insalubres, sem iluminação, sem condições de higiene e “inexpurgáveis”. As masmorras são
exemplos destes modelos de cárcere infectos nos quais os presos adoeciam e podiam morrer
antes mesmo de seu julgamento e condenação, isso porque, as prisões, quando de seu
surgimento, se caracterizavam apenas como um acessório de um processo punitivo que se
baseava no tormento físico.
Segundo Carvalho Filho (2002) as punições no período medieval eram: a amputação dos
braços, a degola, a forca, o suplício na fogueira, queimaduras a ferro em brasa, a roda e a
guilhotina eram as formas de punição que causavam dor extrema e que proporcionavam
espectáculos à população.
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2.5.3. Idade Moderna e Contemporânea
A modernidade corresponde ao período da História iniciado a partir de 1453 e tem seu marco
histórico na Revolução Francesa em 1789. É o período que as organizações sociais transitam
do modelo de organização social Feudal para a constituição do Estado Moderno com o
desenvolvimento dos modelos político, económico e social organizado sob a lógica do
Capitalismo.
A idade moderna é marcada a principio pela representação política da monarquia absoluta. A
Monarquia neste cenário, passou a ser livremente comandada pela figura do monarca,
detentor incondicional do poder político. Tal poder desconhecia quaisquer vínculos e limites e
se caracterizava por impor uma barbárie repressiva, que afligia os súbditos desprovidos de
direitos. Não havia sequer necessidade de se justificar a aspereza das punições aos indivíduos
encarcerados, bem como as condutas puníveis. Fazê-lo seria o mesmo que questionar a
própria soberania do rei.
Para Foucault (1998), a finalidade da prisão deixou de ser então o de causar dor física e o
objecto da punição deixou de ser o corpo para atingir a alma do infractor. A prisão torna-se
como pena privativa de liberdade e constitui em uma nova táctica da arte de fazer sofrer.
Deste modo, ajustar a realidade do país independente, várias mudanças institucionais foram
introduzidas, a partir de 25 de Junho de 1975, entra em vigor a primeira Constituição da
Republica de Moçambique, de cariz socialista e partido único. Com independências foram
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introduzidas varias reformas a todos sectores Publico, as prisões ficaram sob tutela do
Ministério da Justiça, por meio da Direcção de Inspecção Prisional, e também do Ministério
do Interior, por meio da Polícia de Investigação Criminal (esta controlava os centros de
detenção para os detidos em prisão preventiva), Decreto-lei 1 de 1975.
Com base na Lei nº 12/1978 sobre a Organização Judiciária de Moçambique, houve uma
reestruturação de todo o sistema de justiça que passou a orientar-se pelo novo quadro político
no qual, por exemplo, os tribunais passaram a incluir o termo “popular” transformando-se em
tribunais populares cuja perspectiva era assegurar o acesso à justiça para todos os cidadãos.
Segundo esta lei, a sua introdução tinha em vista contribuir no alcance dos objectivos da luta
libertadora abolindo as injustiças inerentes ao sistema colonial e estabelecendo uma justiça
que servisse os interesses e aspirações da maioria do povo Moçambicano.
Até o século XVIII não se falava da pena restritiva de liberdade, o direito penal era marcado
por penas desumanas e cruéis, tais como: a pena de morte, a tortura, o suplício, mutilações,
trabalhos públicos, o confisco, o desterro, a exposição a censura pública, etc.
Em 2006, foi promulgada a constituição do Serviço Nacional das Prisões (SNAPRI) pelo
decreto nº 7/2006 de 17 de Maio, que, enquadrando o sistema de prisões como um todo, e
sendo dotado de um orçamento próprio, teria melhores condições para avaliar as necessidades
prisionais, corrigir as deficiências ao seu nível e propor as medidas que ultrapassam a sua
competência.
Portanto, passando alguns anos, com o intuito de garantir reformas estruturais e a realização
de estudos relacionados com o tratamento dos reclusos para execução das decisões judiciais
em matéria de privação de liberdade e das penas alternativas à pena de prisão, assegurando as
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condições de reabilitação e reinserção social do cidadão condenado, foi criado o Serviço
Nacional Penitenciário, pela lei no 3/2013 de 16 de Janeiro, norma revogatória do decreto
nomero 7/2006, de 17 de Maio.
Segundo (Bitencourt, 2015, p. 134) “a pena tem como fim fazer justiça, nada mais. A culpa do
autor deve ser compensada com a imposição de um mal, que é a pena”, e o fundamento da
sanção estatal está no questionamento de livre-arbítrio, entendido como a capacidade de
decisão do homem para distinguir entre o justo e o injusto.
Portanto, não se pretende com esta teoria dignificar a conduta do preso em garantir a sua
reintegração ou ressocialização, reeducação, recuperação, correcção ou instrução e muito
menos reparar o dano causado pelo delito, mas sim, castigar, punir, repreender, intimidar,
humilhar e privar da liberdade devido à falta de atenção no cumprimento dos preceitos legais
e o desrespeito para com a sociedade ao apresentar uma conduta desviante.
Nessa ordem de ideia, as teorias mistas ou eclécticas dão suporte a este estudo pelo facto de
serem as que vigoram no ordenamento jurídico moçambicano. O Código Penal, dispõe no seu
art. 62 que, a execução da pena de prisão tem em vista, sem prejuízo da sua natureza
repressiva, a regeneração dos condenados e a sua readaptação social.
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Portanto, a finalidade ressocializadora consubstancia-se na retratação do delinquente ao
devolvê-lo a sociedade, adquirindo assim novos valores no contacto ético efectivo com os
familiares e amigos, e acima de tudo evitar as futuras delinquências. Nesta ordem de ideia,
Mirabete (2004 apud Lima, 2006, p.92) lecciona que “o trabalho, sendo um direito social
público reeduca o delinquente, prepara-o para a sua reincorporação à sociedade, proporciona-
lhe meios para reabilitar-se diante de si mesmo e da sociedade, disciplina sua vontade,
favorece sua família”.
A prisão por si pode trazer consequências nefastas ao condenado se este não for tratado
Condignamente, dispõe a Constituição da República de Moçambique no seu art. 40, nº 1,
“Todo cidadão tem direito à vida e à integridade física e moral e não pode ser sujeito à tortura
ou tratamentos cruéis ou desumanos”. Pelo seu ius imperis, o Estado tem a prerrogativa de
criar condições mínimas de encarceramento do delinquente, numa análise simplista, não para
vedar-lhe das liberdades mas sim recompensar pelo crime cometido e preparar-lhe para uma
nova vida na sociedade.
No entanto, existe um abismo entre o que a lei dispõe e a realidade prática. As condições dos
Estabelecimentos Penitenciários violam as disposições supracitadas. Devido às más condições
dos estabelecimentos Penitenciários as pessoas entram e saem pior do que quando entraram.
2.9. Superlotação
Situação em que todos os lugares normais já estão ocupados e ainda existem pessoas não
acomodadas ou em acomodações de emergência; excesso de lotação, sobrelotação.
É inegável que o alto número de condenados às vezes maior que o dobro da capacidade do
estabelecimento penitenciário, o mesmo se traduz como o pior problema existente no sistema
penitenciário Moçambicano, em especial no Estabelecimento Penitenciário Provincial de
Maputo, eis que acarrecta ainda outros problemas a ele intimamente ligados tais como a falta
de higiene, a alimentação precária e a violência.
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Existe, em Moçambique, 184 estabelecimentos penitenciários, para 20 000 Internos, cuja a
sua capacidade de internamento é de 8000, ou seja, em torno de 12 000 reclusos acima da
capacidade permitida. Ou seja, o número de estabelecimentos penitenciários existente no país
é claramente insuficiente para albergar o número de reclusos, que é muito maior.
Segundo Bitencourt:
21
“forma fraccionada” da privativa de liberdade e, finalmente, em
1972, a Inglaterra instituiu a “prestação de serviços comunitários”,
que, até hoje, é a mais bem sucedida alternativa à pena de prisão. (
pg.XXIV )”.
No início dos anos 80, na fase final da transformação da ditadura para a democracia , surgiu a
discussão para adoptar novas medidas punitivas, dando-se início a Reforma Penal de 1984,
adoptando-se penas alternativas ao ilícito penal.
As penas alternativas são destinadas aos criminosos não perigosos e às infracções de menor
gravidade, visando substituir as penas de prisão de curta duração. Elas podem substituir as
penas privativas de liberdade quando imposta na sentença condenatória. Tratando-se de
crimes culposos (aqueles em que o resultado delictivo é obtido em razão de imprudência,
negligência ou imperícia) a substituição é admitida qualquer que seja a pena aplicada.
Segundo a lei n.º 24/2019 de 24 de Dezembro, que prova o código penal Moçambicano, no
que concerne as penas e medidas não privativas de liberdade ou Penas e Medidas Alternativas
á prisão, há uma diferença substancial entre o código penal antigo e actual. Essas penas são
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sanções criminais diversas da prisão, como a multa, a prestação de serviços à comunidade e as
interdições temporais de direitos. As medidas alternativas são instrumentos que visam impedir
a aplicação de uma pena privativa de liberdade ao autor de uma infracção penal, por exemplo,
a suspensão condicional da pena.
Com a entrada em vigor da lei n.º 24/2019 de 24 de Dezembro, que prova o código penal
Moçambicano actual, o mesmo trouxe uma ligeira diferença no que concerne as penas
alternativas à pena de prisão. Portanto, o artg. 71 diz que: são penas não privativas de
liberdade as seguintes: a) a multa; b) a prestação de trabalho socialmente útil; e c) a interdição
temporária de direitos.
Portanto, no novo código penal excluíram alguns pontos, trazendo uma ligeira diferença, mas
o importante ainda esta patente no código penal actual, que é aplicação de penas não
privativas de liberdade no seu todo.
23
fixação da pena, privilegia-se as medidas substitutivas à pena de prisão, com realce no seu
carácter de ressocialização, colocando-se, sempre que possível, nos termos da lei, o agente em
liberdade monitorado pelo Estado e pela comunidade.
Com aprovação da lei n.º 35/2014 de 31 de Dezembro, permitiu o uso das penas e medidas
alternativas à prisão, o mesmo traz em seu conteúdo referência as penas alternativas de
prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, (prestação social alternativa).
Portanto, ainda que o penado não pode cumprir sua pena mediante actuação de terceiros. A
prestação de serviço deve ser imputada de acordo com o tipo penal do crime, em
conformidade com os requisitos de prestação previstos no código penal. Pode-se dizer que
penas alternativas à pena de prisão são normas impostas ao infractor que retiram ou limitam
seus direitos. Assim, ao penado podem ser impostas as penas alternativas a prisão.
Com a entrada em vigor da lei n.º 24/2019 de 24 de Dezembro, que prova o código penal
Moçambicano actual, o mesmo excluiu a prestação pecuniária ou em espécie e a perda de
bens ou valores, trazendo assim uma ligeira diferença no que concerne as penas alternativas à
pena de prisão. Portanto, o artigo 71 diz que: são penas não privativas de liberdade as
seguintes: a) a multa; b) a prestação de trabalho socialmente útil; e c) a interdição temporária
de direitos.
Entretanto, pode se afirmar que não seria proporcional a aplicação da punição merecida
referente à pena privativa de liberdade a uma pessoa que cometeu um acto ilícito não
possuindo intenção, ou nem mesmo ameaçando a vítima de forma grave, sendo colocada a
força no convívio com delinquentes e infractores possuidores de frieza para matar, roubar,
dentre outros crimes com maior potencial ofensivo.
24
Portanto, pode-se afirmar que, a reinserção consiste em mera humanização da pena imposta,
sendo que, por meio dela o infractor terá a oportunidade de mostrar seu valor, bem como sua
capacidade de ressocialização através do cumprimento de sanção ao fato ilícito que lhe foi
imputado.
2. Sempre que se concluir que, por esse meio, se realizam as finalidades da condenação, as
penas não privativas de liberdade são aplicáveis, verificados os seus pressupostos gerais e
especiais.
Segundo Souza:
Por outro lado, um dos pontos positivos seria a anulação do encarceramento, minimizando,
com isso, o problema da superlotação dos estabelecimentos penitenciários e permitindo ao
juiz adequar o tipo penal conforme a gravidade dos fatos e as condições pessoais do
condenado, visando sempre a redução da reincidência.
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3.0. METODOLOGIA
A metodologia é o conjunto de regras que se empregam no processo da pesquisa e formulação
científica. Também pode se dizer que é o campo em que se estuda os melhores métodos
praticados em determinada área para a produção do conhecimento. O trabalho quanto a
metodologia ou a natureza será do tipo pesquisa aplicada, e quanto a abordagem do problema
foi qualitativa, exploratório e em termos de caracterização ou procedimentos técnicos foi
desenvolvido através do estudo bibliográfico e documental.
Segundo Goldenberg (1997, p. 34) método qualitativo em pesquisa “ busca explicar o porque
das coisas, exprimindo o que convêm ser feito, mais não quantificam os valores e as trocas
simbólicas nem submetem a prova de factos, pois os dados analisados não são métricos”.
3.2.1.Técnicas de Pesquisa
Para Severino (2007,p.124) “técnicas são os procedimentos operacionais que servem de
mediação prática para a realização das pesquisas”. Como tais, podem ser utilizadas em
pesquisas conduzidas mediante diferentes metodologias e fundadas em diferentes
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epistemologias. Mas, obviamente, precisam ser compatíveis com os métodos adoptados e com
os paradigmas epistemológicos adoptados.
Dados secundários: dados colectados por uma outra pessoa para algum outro propósito, mais
sendo utilizado pelo investigador para outra finalidade.
3.4.1. Vantagens
Os investigadores recolhem dados específicos para o problema em estudo;
Se necessário pode ser possível obter dados adicionais durante o período de estudo.
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3.4.2. Desvantagens
O investigador tem que lidar com todos os problemas de colecta de dados;
3.5.1. Vantagens
Os dados já existem sem problemas de colectas de dados;
E menos dispendiosos;
3.5.2. Desvantagens
O investigador não pode decidir o que e colectado (se houver dados específicos sobre
algo);
Não e possível obter dados adicionais, ou mesmo esclarecimento sobre algo na maior
das vezes.
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3.7. Consulta a internet
Esta que nos fornece informações indispensáveis para a nossa pesquisa. É um conjunto de
redes de computadores interligados no mundo inteiro, permitindo o acesso dos interessados a
milhares de informações que estão armazenados em seus Web sites postadas por vários
usuários.
3.8. Legislação
Como forma de sustentar a nossa pesquisa iremos analisar alguns dispositivos legais
Moçambicanos, bem como em algumas legislações estrangeiras visto que faremos uma breve
comparação do tema em causa.
30
4.0. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
No presente capítulo são apresentados os resultados encontrados na pesquisa, onde iremos
trazer os dados obtidos com base nas técnicas e instrumentos de recolha de dados.
Portanto, de entre vários problemas acima mencionados irei abordar a Superlotação, sendo
esse o ponto central da nossa pesquisa.
Dos 1685 condenados, 40 reclusos tinham requisitos para se beneficiar das penas não
privativas de liberdade, mas devido má verificação dos pressupostos da aplicação das penas
não privativas de liberdade pelo tribunal, os mesmo foram condenados a pena de prisão.
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Gráfico 1: Efectivo dos internos de 2018
Dos 1685 condenados, 55 reclusos tinham requisitos para se beneficiar das penas não
privativas de liberdade, mas devido má verificação dos pressupostos da aplicação das penas
não privativas de liberdade pelo tribunal, os mesmo foram condenados a pena de prisão.
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Gráfico 2: Efectivo dos internos de 2019
Dos 1685 condenados, 68 reclusos tinham requisitos para se beneficiar das penas não
privativas de liberdade, mas devido má verificação dos pressupostos da aplicação das penas
não privativas de liberdade pelo tribunal, os mesmos foram condenados a pena de prisão.
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Gráfico 3: Efectivo dos internos de 2020
68
2%
706
26% Condenados
Preventivos
Fonte: 2021
Após a apresentação dos dados acima mencionados, iremos apresentar um gráfico conjunto
dos dados no período 2018 a 2020. No mesmo, em 2019 o número de internos subiu
significativamente. E por fim o número total do reclusos que tinham requisitos para se
beneficiar das penas não privativas de liberdade
3000
2500
2000
1500 2942 2768
2559
1000
500
163
0
2018 2019 2020 Reclusos que
tinham que se
benificiar de
2018 a 2020
34
4.2. Penas Alternativas á Pena de Prisão no Estabelecimento Penitenciário Provincial de
Maputo
O Código penal Moçambicano, lei nº 24/2019, de 24 de Dezembro, prevê a aplicação de
penas não privativas de liberdade, no seu artg. 89, o mesmo diz que: as penas não privativas
de liberdade são: a multa; a prestação de trabalho socialmente útil; e a interdição temporária
de direitos.
A finalidade suprema da pena no seu todo (pena de prisão e pena não privativa de liberdade),
consiste em garantir a protecção dos bens jurídicos, a reparação dos danos causados com a
infracção praticada, a reinserção do agente na sociedade e prevenir a reincidência do
condenado.
No ano de 2018, foram condenados a pena alternativa a pena de prisão, 15 réus, e os mesmos
foram entregues no Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo (Cadeia Central)
para o cumprimento da pena.
3
20%
Pena Cumprida
Incumprimento
12
80%
35
No ano de 2019, foram condenados a pena alternativa a pena de prisão, 38 réus, e os mesmos
foram entregues na Penitenciária Provincial de Maputo (Cadeia Central) para o cumprimento
da pena.
No ano de 2020, foram condenados a pena alternativa a pena de prisão, 42 réus, e os mesmos
foram entregues na Penitenciária Provincial de Maputo (Cadeia Central) para o cumprimento
da pena.
36
Gráfico 7: Condenados a pena não privativa de liberdade em 2020
7 6
22% 19% Em cumprimento
Pena cumprida
1
3% Incumprimento
3 Pena revogada
Encaminhamento
15
47%
Apos a apresentação dos dados acima mencionados, iremos apresentar um gráfico conjunto
dos dados no período 2018 a 2020. No mesmo, em 2020 o número dos réus condenados a
pena não privativa de liberdade subiu significativamente.
50
40
30
38 42
20
20
10
0
2018 2019 2020
Com os dados acima, concluímos que a taxa de incumprimento, e pena revogada é muito
reduzida, com isso dando mais valor a aplicação efectiva das penas não privativas de
liberdade.
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4.3. Vantagens de aplicação das penas alternativas á pena de prisão
As Penas Alternativas, diminuem o contacto de agentes perigosos com praticantes de delitos
leves, o que para sociedade é importante, pois o não contacto faz com que o agente menos
perigoso tenha maiores chances de não cometer um delito novamente, e se recuperar do erro
cometido.
Enquanto que, as penas privativas de liberdade detém o culpado e fazem com que ele se afaste
do convívio social, aumentando a possibilidade do indivíduo cometer o mesmo crime ou
outros de potencial ainda maior, marginalizando o indivíduo socialmente e não lhe dando
oportunidade de reconhecer o seu erro e de o redimir de uma forma mais coerente com o tipo
de acto ilícito que cometeu, nomeadamente nos casos de delitos de natureza menor, ou menos
violentos; as penas alternativas geram um gasto menor para a sociedade, e limitam se em
oferecem mais uma oportunidade para alterar procedimentos, reduzem as chances de o
infractor voltar a cometer crimes, não o retirando do convívio social e com a sua família e não
acarretam o abandono do emprego. Além do que, quando o infractor é beneficiário desta
oportunidade, a sociedade pode ganhar, pois a sanção permite que o infractor disponibilize a
sua mão-de-obra em açcões sociais, em entidades públicas.
As penas alternativas à prisão, ao contrário das penas de prisão, não têm por objectivo privar a
liberdade do indivíduo e, nessa ordem, permite que o infractor permaneça em liberdade, com
possibilidade de continuar a trabalhar, a estudar e a desenvolver a sua vida familiar.
Com a aplicação da pena alternativa, o infractor tem chance de mudar para o bem e se
regenerar, o mesmo agi educadamente e cumpri a pena na totalidade, com a esperança do
infractor não volta a cometer novas infracções. Desta feita, alcança-se as finalidades das
penas, que é a prevenção geral de futuros crimes, a correcção do infractor, a reincidência, e
salvaguardar o bem jurídico.
38
5.0. CONCLUSÃO
Após várias pesquisas sobre o tema em apresso, concluímos que, Pena é sanção imposta pelo
Estado, em execução de uma sentença ao culpado pela pratica de infracção penal, o mesmo
consiste na restrição ou na privação de um bem jurídico, com a finalidade de atribuir o mal
causado à vitima e à sociedade, bem como a readaptação social e prevenir futuras
transgressões pela intimidação dirigida a colectividade. Das diferentes tipologias das penas
privativas de liberdade, destacam se dois: reclusão e detenção. Por outro lado, as penas de
reclusão e detenção são figuras utilizadas em regimes fechados, semi-abertos e abertos.
No que concerne as penas alternativas a pena de prisão, o embasamento das mesmas, são as
Regras de Tóquio, que dizem que as “alternativas penais constituem sanções e medidas que
não envolvem a perda da liberdade (Regras de Tóquio, as Regras Mínimas das Nações Unidas
sobre as Medidas não Privativas de Liberdade)”.
As Penas Alternativas, estão voltadas aos crimes de menor potencial ofensivo, justamente, aos
autores de delitos de menor gravidade. E é justamente por esse fato, que estão voltadas às
medidas que não venham a ferir a liberdade da pessoa. Como todas as penas, as Penas
Alternativas apresentam vantagens e desvantagens, que são percebidas pelos legisladores
durante a efetiva aplicação das mesmas. De qualquer forma, um benefício fundamental
trazido pelas penas não privativas de liberdade, é o fato de que evitam o convívio reclusorio
de criminosos de menor potencial ofensivo com delinquentes perigosos.
39
As penas alternativas à prisão, ao contrário das penas de prisão, não têm por objectivo privar a
liberdade do indivíduo e, nessa ordem, permite que o infractor permaneça em liberdade, com
possibilidade de continuar a trabalhar, a estudar e a desenvolver a sua vida familiar.
Com a aplicação da pena alternativa, o infractor tem chance de mudar para o bem e se
regenerar-se, o mesmo agi educadamente e cumpri a pena na totalidade, com a esperança do
infractor não volta a cometer novos crimes, desta feita, alcança-se as finalidades das penas.
No que concerne aos dados recolhidos, concluímos que o número dos infractores que são
condenados a penas alternativas, é muito reduzido, no que concerne ao total geral dos réus
condenados a pena de prisão, mesmo tendo requisitos para o efeito. No que concerne aos
condenados a pena alternativa, a taxa de incumprimento, e a taxa da pena revogada é muito
reduzida, com isso dando mais valor a aplicação efectivas das penas alternativas a pena de
prisão.
Por fim, a finalidade suprema da pena no seu todo (pena de prisão e pena não privativa de
liberdade), consiste em garantir a proteção dos bens jurídicos, a correção do infrator, a
reparação dos danos causados com a infração praticada, a reinserção do agente na sociedade,
prevenção geral de futuros crimes e prevenir a reincidência do condenado.
5.1. Recomendações
O problema de superlotação preocupa os Órgãos de Administração Justiça Moçambicana, em
algum momento esse factor é resultado da má aplicação da prisão preventiva e residência dos
internos. Em Moçambique os detidos são mantidos nos estabelecimentos penitenciários além
do período máximo de detenção, como consequência disso resulta a superlotação. Nesse
contexto, recomenda-se:
Ao SERNAP, criar mais centros abertos, para albergar os internos que estão na fase de
inteira confiança para reduzirem o numero dos internos presos.
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6.0. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRÉ, Cristiano José em, Alguns desafios para a aplicação de penas alternativas à
prisão em Moçambique, CFJJ, 2010, P. 1.
BITENCOURT, op.cit.,p.73
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. São Paulo:
Saraiva, 2015
DOTTI, René Ariel. Bases e alternativas para o sistema de penas. 2ed. SP: RT, 1998
DIAS, Figueiredo, Direito Penal, Parte Geral – Tomo I, 2004, pp. 3-4 .
GRECO, Rogério. Curso de direito penal. 13 ed.Rio de Janeiro: Impetus, 2011.p. 522.
JESUS, Damásio E. de. Penas Alternativas, 2 ed. São Paulo : Saraiva, 2000. p. 28.
42
MAGGIO, Vicente de Paula Rodrigues. Direito Penal: parte geral. 3. ed, rev., atual. e
ampl. Bauru : Edipro, 2002.p.31
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. São Paulo: Atlas, 1990
Legislações Usadas
43
Regras Mínimas das Nações Unidas para Tratamento de Reclusos – Regras de
Mandela.
Consultas na internet
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&ua
ct=8&ved=2ahUKEwit_Lu6jZ30AhXKh1wKHYpDA_oQFnoECBkQAQ&url=https
%3A%2F%2Freformar.co.mz%2Fnoticias%2Fa-reformar-forma-em-ambito-de-
alternativas-a-prisao&usg=AOvVaw2Pn2f0t7WUkSwbgAs_V7no. Consultado no dia
20 de Outubro de 2021;
44