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Licenciatura em Direito
Lichinga, 2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos
Lichinga, 2022
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e Faunísticos
Folha de Avaliação
Resultado:
____________________________________.
Membros do Júri
Presidente:
_____________________________________.
Supervisor:
_____________________________________.
Examinador:
_____________________________________.
A Estudante:
_____________________________________.
iii
TERMO DE AUTENTICIDADE E DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Iracema da Julieta Daniel Passuane, estudante desta instituição, declaro ser autêntico o
presente trabalho e fruto da minha investigação sob supervisão do dr. Isaac Mepina, mediante
consulta das referências citas no trabalho.
Declaro, ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra Instituição de ensino
para obtenção de qualquer grau académico, e por força disso, e assumo total responsabilidade
pelo aporte ideológico conferido, isentando a Faculdade de Gestão de Recursos Florestais e
Faunísticos de Lichinga, da Universidade Católica de Moçambique a responsabilidade acerca
do mesmo.
Como prova da minha originalidade, abaixo assino.
__________________________________________
Iracema da Julieta Daniel Passuane
iv
DEDICATÓRIA
À
Minha querida irmã Inês
Neuana, meu exemplo, a
Minha mãe dádiva, e
Meus queridos irmãos.
v
AGRADECIMENTOS
Agradecer em primeiro a Deus, pelo dom da vida, e pelas constantes bênçãos que tem
incutido em minha vida.
A minha querida mãe por tudo quanto deu, e igual aos meus irmãos Boaventura, Neuana,
Jossias e Danilo por todo apoio.
Agradeço especialmente a minha irmã Inês que com muito esforço tudo fez para que nada
faltasse nos meus estudos, e em singular na minha vida.
Agradeço as minhas amigas e colegas, que desde o início da jornada académica estiveram
sempre por perto, e bem assim, a todos aqueles que comigo se cruzaram ao longo deste
percurso e que contribuíram, no meu enriquecimento académico.
Agradecimento especial vai também, ao Supervisor deste estudo dr. Isaac Mepina, pelo
suporte final académico. Obrigado pela orientação e dedicação.
A todo corpo docente, pela sabedoria transmitida ao longo desses anos, apesar dos
contratempos, endereço os meus sinceros agradecimentos.
vi
EPÍGRAFE
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
Art. Artigo
CRM Constituição da República de Moçambique
CRP Constituição da República Portuguesa
P. Página
Pp. Páginas
PRM Polícia da República de Moçambique
viii
RESUMO
O presente estudo versa sobre a Análise do Princípio da Proporcionalidade no Uso da Força Pública no
Ordenamento Jurídico Moçambicano, cuja sua problemática assenta no uso excessivo da força pública policial
por parte da PRM, violando sobremaneira os direitos fundamentais dos cidadãos, em singular do Direito a vida,
consagrado no n.º 1 do artigo 40.º da CRM, casos concretos e práticos ocorridos em diferentes partes do pais, e
mais grave no âmbito da calamidade pública. O objectivo geral é analisar o Princípio da proporcionalidade no
uso da força pública policial no ordenamento jurídico moçambicano, no que concerne aos objectivos específicos
resultam os seguintes: aferir o uso da força pública policial no ordenamento jurídico moçambicano, compreender
o exercício da força pública policial moçambicana face direitos fundamentais, fazer um levantamento sob ponto
de vista doutrinal estrangeira do princípio da proporcionalidade no uso da força pública policial. Quanto a
metodologia usada na elaboração deste trabalho foi o tipo de pesquisa bibliográfica e documental e tendo usado
também o método dedutivo e o método comparativo. Concluímos com o presente estudo, que o uso da força
pública policial no ordenamento jurídico moçambicano ocorre em agressão aos direitos fundamentais dos
cidadãos, todavia, no ordenamento jurídico português existe um monitoramento na actuacção da policial de
modo a prevenir o uso da força excessiva da polícia, diferentemente de Brasil, que embora tenha um quadro
normativo, estão longe de controlarem a actuacção violenta da polícia.
ix
ABSTRACT
The present study deals with the Analysis of the Principle of Proportionality in the Use of Public Force in the
Mozambican Legal System, whose problem is based on the excessive use of public police force by the PRM,
greatly violating the fundamental rights of citizens, in the singular of the Right to life. , enshrined in paragraph 1
of article 40 of the CRM, concrete and practical cases that occurred in different parts of the country, and more
serious in the context of public calamity. The general objective is to analyze the Principle of proportionality in
the use of the public police force in the Mozambican legal system, with regard to the specific objectives, the
following result: to assess the use of the public police force in the Mozambican legal system, to understand the
exercise of the Mozambican public police force in the face of fundamental rights, to make a survey from a
foreign doctrinal point of view of the principle of proportionality in the use of public police force. As for the
methodology used in the elaboration of this work, it was the type of bibliographic and documentary research,
having also used the deductive method and the comparative method. We conclude with the present study that the
use of public police force in the Mozambican legal system occurs in aggression to the fundamental rights of
citizens, however, in the Portuguese legal system there is a monitoring of police action in order to prevent the
use of excessive force by the police. , unlike Brazil, which despite having a regulatory framework, are far from
controlling the violent action of the police.
x
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ v
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. vi
RESUMO.................................................................................................................................. ix
ABSTRACT .............................................................................................................................. x
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 13
1.8. Princípios de actuação policial (art.2 da Lei no. 16/2013, de 12 de Agosto) ............ 22
xi
CAPÍTULO II: O PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE DO USO DA FORÇA
PÚBLICA NO DIREITO COMPARADO .............................................................................. 24
3.1. O exercício da força pública moçambicana face aos Direitos Fundamentais ............... 31
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 35
RECOMENDAÇÕES .............................................................................................................. 37
xii
INTRODUÇÃO
1
TRIBUNAL ADMINISTRATIVO, processo n.º 214/2010-1.ª, Acordão n.º 89/2012, primeira secção
13
simplesmente elenca este princípio, mas não traz de forma clara as respectivas medidas que
possam travar o uso ilegal, excessivo da força pública policial.
A senda disso, colocamos a seguinte questão de partida: Quais são os limites da força pública
policial, face ao princípio da proporcionalidade no ordenamento jurídico Moçambicano?
A razão da escolha do tema nasce da necessidade actual e iminente da violação dos direitos
fundamentais dos cidadãos mediante o uso da força pública policial. Por isso, analisar tal
questão é pertinente, pois, vai redobrar a atenção da sociedade face a este problema que tem
vindo a afectar progressivamente os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos
moçambicanos. Assim sendo, é uma luta para travar a actuação desproporcional e arbitrária da
polícia, estabelecendo-se punições mais rigorosas com vista a evitar situações que põem em
causa um leque de direitos fundamentais, visando portanto evitar danos irreversíveis na vida
dos cidadãos, podendo assim, ter-se uma sociedade com uma corporação policial mais
consciente e preparada para agir com prudência e responsabilidade profissional, perante
quaisquer condições adversas que possam vir a aparecer, fazendo jus a sua função
constitucional.
14
processo investigativo.2 Deste modo, a pesquisa quanto a natureza foi Básica, visto que,
envolveu verdades e interesses universais, procurando gerar conhecimentos novos úteis para o
avanço da ciência, sem aplicação prática prevista3.
Quanto ao Método Científico, a pesquisa foi dedutiva, uma vez que, sugere uma análise de
problemas do geral para o particular, através de uma cadeia de raciocínio decrescente 4.
Quanto ao seu Objectivo de Estudo foi exploratória. E a presente pesquisa foi de carácter
qualitativa, visto que a mesma visava caracterizar e analisar as variáveis que integram no
processo investigativo.
Quanto as técnicas e instrumentos, foi por um lado: bibliográfica e documental, para a busca
da solução do problema em questão, sobre Princípio da Proporcionalidade no uso da Força
Pública no Ordenamento Jurídico Moçambicano.
Para a análise de dados, usamos o método dedutivo na análise de dados, em que a partir do
conhecimento geral chegamos a um conhecimento particular. Por meio de princípios, leis ou
teorias consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com
base na lógica.
E por fim, a discussão dos resultados será na base da categorização dos objectivos específicos,
e que nos farão chegar aos objectivos gerais sobre a problemática do princípio da
proporcionalidade no uso da força pública no ordenamento jurídico moçambicano
2
RAMOS, Santa Taciana Carrillo, et. all., Metodologia da investigação Científica, Escolar Editora, Angola,
2014, p., 99
3
PRODANOV, Cleber Cristiano, et al, Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e
do Trabalho Académico, 2aedição, Novo Hamburgo, 2013, P.82.
4
Idem, P.26.
4
Idem, P.24.
15
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5
QUEIROZ, Cristina, M. M., Direitos Fundamentais, Teoria Geral, 2ª ed., Coimbra Editora, Coimbra, 2010,
p., 49
6
MIRANDA, Jorge, Manual de Direito Constitucional, Tomo IV, 5ª ed., Coimbra Editora, 2012, p., 9
7
GOUVEIA, Jorge Bacelar, Direito Constitucional de Moçambique, IDiLP, Lisboa/Maputo, 2015, p., 297
8
CANOTILHO, J. J Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª ed., ALMEDINA, COIMBRA,
2013, p., 378
16
1.2. Funções dos Direitos Fundamentais
9
CANOTILHO, J. J Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª ed., ALMEDINA, COIMBRA,
2013, p., 407
10
CANOTILHO, J. J Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª ed., ALMEDINA,
COIMBRA, 2013, p., 408
17
1.2.3. Função de protecção perante terceiros11
Muitos direitos impõem um dever ao Estado (poderes públicos) no sentido de este proteger
perante terceiros os titulares de direitos fundamentais. Neste sentido o Estado tem o dever v.g.
de proteger o direito à vida perante eventuais agressões de outros indivíduos.
Dai que, ao falar-se da função de protecção perante terceiros. Diferentemente do que acontece
com a função de prestacçao, o esquema relacional não se estabelece aqui entre o titular do
direito fundamental e o Estado (ou uma autoridade encarregada de desempenhar uma tarefa
pública) mas entre o individuo e outros indivíduos.
Ademais, esta função de protecção de terceiros obrigará também o Estado a concretizar as
normas reguladoras das relações jurídico-civis de forma a assegurar nestas relações a
observância dos direitos fundamentais.
11
CANOTILHO, J. J Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª ed., ALMEDINA,
COIMBRA, 2013, p., 409
12
DICIONARIO DIREITO, disponível em https://dicionariodireito.com.br/princípio-da-proporcionalidade,
Acesso em 25 de Maio de 2022.
13
CANOTILHO, J.J. Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª edição, Edições Almedina
(16ª.Reimpressão), P.266-267.
14
SAMPAIO, Jorge Silva, O dever de protecção policial de direitos, liberdades e garantias, Coimbra Editora,
2016, P.137.
18
(e, parcialmente, também no Direito Penal, que se começou a traçar o princípio da proibição
do excesso.
Trata-se, pois, de uma questão de «medida» ou «desmedida» para se alcançar um fim pesar as
desvantagens dos meios em relação às vantagens do fim.16
15
CANOTILHO, J.J. Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª edição, Edições Almedina
(16ª.Reimpressão), P. 270.
16
CANOTILHO, J.J. Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, P.270.
17
SAMPAIO, Jorge Silva, O dever de protecção policial de direitos, liberdades e garantias, Coimbra Editora,
2016, P.143.
18
ALVES, David Pereira, Dissertação de Mestrado em Ciências Policiais, Uso excessivo da Força, 2016, P.10-
11.
19
1.5. Princípio da conformidade ou adequação de meios
O princípio da conformidade ou adequação impõe que a medida adoptada para a realização do
interesse público deve ser apropriado à prossecução do fim ou fins a ele subjacentes.
Consequentemente, a exigência de conformidade pressupõe a investigação e a prova de que o
acto do poder público é apto para e conforme os fins justificativos da sua adopção. Trata-se,
pois, de controlar a relação de adequação medida-fim. Este controlo, há muito debatido
relativamente ao poder discricionário e ao poder vinculado da administração, oferece maiores
dificuldades quando se trata de um controlo do fim das leis dada a liberdade de conformação
do legislador.19
O princípio da adequação determina que as medidas adoptadas devem ser idóneas para
alcançar o fim pretendido e legalmente permitido - o uso da força policial é adequado ao
objectivo de controlar um infractor que resiste activamente.20
Assim, por exemplo, pode fazer-se apelo ao princípio no campo da relação entre a pena e a
culpa no direito criminal. Também é admissível o recurso ao princípio no âmbito dos direitos
e protecção. E, por exemplo, é o que se passa quando se trata de saber se uma subvenção é
apropriada e se os fins visados através da sua atribuição não poderiam ser alcançados através
de subvenção mais reduzidos. O princípio da proibição do excesso aplica-se a todas as
espécies de actos dos poderes públicos, vincula-se o legislador, a administração e a
jurisdição.22
19
CANOTILHO, J.J. Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª edição, Edições Almedina
(16ª.Reimpressão), P.269-270.
20
ALVES, David Pereira, Dissertação de Mestrado em Ciências Policiais, Uso excessivo da Força, 2016, P.10-
11.
21
CANOTILHO, J.J. Gomes, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, p.272.
22
Idem.
20
imposta por lei, o princípio de proibição de excesso analisa-se mais a partir da própria lei do
que do acto concreto da administração.23
23
CANOTILHO Gomes, Ob cit, p.272.
24
SOUSA, António Francisco de, Manual de Direito Policial: Direito da Ordem e Seguranças Públicas,
pág.41, disponível em: https://books.google.co.mz/books, acedido em 20 de Maio de 2022.
25
SOUSA, António Francisco de, Manual de Direito Policial: Direito da Ordem e Seguranças Públicas,
pág.41, disponível em: https://books.google.co.mz/books, acedido em 20 de Maio de 2022, p.42.
26
Idem, p. 43
21
Em sentido material ou funcional, a polícia identifica-se com os seus fins, meios e objectos.
Em sentido funcional, a polícia confunde-se com a actividade policial no seu conjunto, isto é,
com o poder de polícia, a função policial ou a missão policial. Fundamentalmente, trata-se de
uma actividade destinada a defender o público em geral do perigo concreto, através da
salvaguarda da ordem e da segurança públicas. Polícia em sentido material é a actividade
administrativa de autoridade que tem por função a prevenção do perigo, seja este proveniente
da natureza ou da acção humana. Em sentido orgânico ou institucional, a polícia é sinónimo
de forças de segurança, significando o conjunto das forças, dos serviços, dos entes, das
instituições ou das autoridades policiais.27
27
SOUSA, António Francisco de, Manual de Direito Policial: Direito da Ordem e Seguranças Públicas,
pág.41, disponível em: https://books.google.co.mz/books, acedido em 20 de Maio de 2022, pp.43-44.
28
MACIE, Albano, Lições de Direito Administrativo Moçambicano, P. 342.
29
Idem, p. 343.
22
A submissão da Polícia ao bloco da legalidade tem duas modalidades. A dimensão positiva,
segundo a qual a Polícia só pode intervir de acordo e com base a lei. A dimensão negativa,
segundo a qual todos os actos policias têm de se conformar com as leis, sob pena de
ilegalidade.
A Polícia é a face visível da lei e do Estado, cujo poder é limitado pela lei. Não se admite
actuações ilimitadas ou arbitrárias. Não basta que se observe os pressupostos legais dá acção
policial, é preciso que os pressupostos de facto do exercício do poder de polícia sejam reais,
bem como realizáveis as suas consequências.30
30
MACIE, Albano, Lições de Direito Administrativo Moçambicano, P. 343-344.
31
MACIE, Albano, Lições de Direito Administrativo Moçambicano, P. 353.
23
CAPÍTULO II: O PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE DO USO DA FORÇA
PÚBLICA NO DIREITO COMPARADO
Existem diversos preceitos constitucionais, normativos e legais que visam orientar a conduta
do policial numa perspectiva ética, social e profissional, enquanto um imperativo de todas as
suas atuações, tais como, o Código Deontológico do serviço Policial, a Carta Ética da
Administração Pública, o Código de Conduta para os funcionários responsáveis pela
aplicação da lei, o Regulamento Disciplinar da Polícia de Segurança Pública e a própria Lei
Orgânica32. De acordo com o artigo 266.º da Constituição da República Portuguesa “a
Administração Pública visa a prossecução do interesse público, no respeito pelos direitos e
interesses legalmente protegidos dos cidadãos” e “os órgãos e agentes administrativos estão
subordinados à Constituição e à lei e devem atuar, no exercício das suas funções, com respeito
pelos princípios da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-
fé”. Além destes princípios, dedica um artigo à Polícia (artigo 272.º), estipulando que “a
polícia tem por funções defender a legalidade democrática e garantir a segurança interna e os
direitos dos cidadãos”(n.º 1), que “as medidas de polícia são as previstas na lei, não devendo
32
TORRES, Bruno Miguel Fena, Da Ética Policial: um Pressuposto no Uso da Força em Portugal, Centro de
Investigação do Instituto Superior de Ciências Policiais (ICPOL) e Segurança Interna (ISCPSI), Brasília, 2021,
p. 192
24
ser utilizadas para além do estritamente necessário” (n.º 2) e que “a prevenção dos crimes,
incluindo a dos crimes contra a segurança do Estado, só pode fazer-se com observância das
regras gerais sobre polícia e com respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”
(n.º 3).
Por sua vez, o artigo 12.º da Lei Orgânica da Polícia de Segurança Pública estipula que “no
âmbito das suas atribuições, a Polícia de Segurança Pública utiliza as medidas de polícia
legalmente previstas e nas condições e termos da Constituição e da lei de segurança interna,
não podendo impor restrições ou fazer uso dos meios de coerção para além do estritamente
necessário”. Daí que, no que diz respeito à utilização de meios coercivos, a Polícia de
Segurança Pública, mais especificamente em 2004, difundiu pelo seu efetivo uma Norma de
Execução Permanente, intitulada de “Limites ao Uso de Meios Coercivos”, que veio
simplificar, uniformizar e disciplinar a aplicação de meios coativos em situações específicas
da vida real.
Essas normas passaram a fazer parte da formação de todos os policiais, onde é notório o
destaque quer ao respeito pela dignidade da pessoa humana, quer à transparência da atuação
policial.33
Em um rácio de exceção, por vezes a polícia tem necessidade de recorrer à arma de fogo que,
por ser o meio mais gravoso ao dispor dos policiais requer, por isso, cuidados especiais e
acrescidos. O Decreto-Lei n.º 457/99, de 5 de novembro, regula o Recurso a Arma de Fogo
em Ação Policial, prevendo no artigo 2.º a necessidade da observância dos princípios da
necessidade e da proporcionalidade. Assim, no seu artigo 2.º, n.º 1 estipula que “o recurso a
arma de fogo só é permitido em caso de absoluta necessidade, como medida extrema, quando
outros meios menos perigosos se mostrem ineficazes, e desde que proporcionado às
circunstâncias”. No n.º 2 do mesmo artigo acrescenta ainda que “em tal caso, o agente deve
esforçar-se por reduzir ao mínimo as lesões e danos e respeitar e preservar a vida humana”. O
Decreto-lei prevê o recurso a arma de fogo e recurso a arma de fogo contra pessoas, prevendo
também a obrigatoriedade de identificação do elemento enquanto policial, uma voz ou disparo
33
TORRES, Bruno Miguel Fena, Da Ética Policial: um Pressuposto no Uso da Força em Portugal, Centro de
Investigação do Instituto Superior de Ciências Policiais (ICPOL) e Segurança Interna (ISCPSI), Brasília, 2021,
p. 193
25
de advertência, e uma proibição (relativa) caso haja a probabilidade de que se venham causar
danos a terceiros, bem como a obrigatoriedade de relato mediante um relatório próprio.34
34
Idem, p. 194
35
PINC, Tânia Maria, o uso da força não letal pela polícia nos encontros com o público, Dissertação
apresentada no Departamento de Ciência Política de São Paulo, São Paulo: 2006, p. 17
36
BUENO, Samira, et. all., Limites do uso da força policial no Estado de São Paulo, Edição Especial, Rio de
Janeiro, Nov. 2019, p. 6
37
Idem
26
2.3. O uso da força pública no ordenamento jurídico moçambicano
Falar do uso da força pública no ordenamento jurídico moçambicano, acarreta em muitos
casos no seu âmago falar dos seus efeitos perniciosos que tem nos direitos fundamentais dos
cidadãos pois quando se verifica o uso desregulado da força, a possibilidade de que o cidadão
infractor seja levado ao tribunal para que se faça justiça reduz, porque essa força que é
aplicada pode levar a morte através de espancamentos ou tortura, lembrando que a polícia tem
a função de dar primazia a salvaguarda dos bens jurídicos dos cidadãos como a vida, a
integridade física dos mesmos, e sendo assim numa situação em que a polícia é chamada a
agir o primeiro instinto não deve ser fazer o uso da força, a polícia deverá consoante a
situação e o nível de perigo que se encontra analisar quais os meios ou métodos mais idóneos
que se deve levar a cabo para neutralizar o infractor.
Em parâmetros mais amplos o dever da polícia deve ser a protecção ou seja a defesa nuclear
das pessoas no seu todo, pois o uso da força pública policial no nosso ordenamento jurídico
têm tendência a ser uma regra deixando de se tratar como uma excepção na vida dos cidadãos,
no sentido de que a polícia não deve ser apologista do uso da força este deve carregar em si a
essência da criação do próprio órgão policial.
Isto consoante o art. 73.o do Decreto no 28/99 de 24 de Maio, estabelece que a PRM somente
utilizará a força e armas de fogo nas situações em que existe um risco racionalmente grave
para a sua vida, integridade física ou de terceiras pessoas, ou naquelas circunstâncias em que
possa pressupor um risco grave para a segurança pública e em conformidade com os
princípios referidos no artigo anterior.38
No Estado de Direito, a força do direito prevalece sobre o direito da força, no sentido de que a
coacção deve ser exercida pela via do primado do direito, na sequência de um procedimento
jurídico-policial e não de uma manifestação arbitrária de poder. A coacção policial consiste
38
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto nº28/99 de 24 de Maio, Estatuto do Polícia.
27
no uso da força para impor ao cidadão uma acção, tolerância ou omissão a que esta
juridicamente obrigado, mas que não cumpriu. Perante o incumprimento do obrigado passa-se
à execução coativa para os fins e através do recurso aos meios de coacção previstos na lei.39
Os órgãos e agentes policiais competentes para exercer a força pública devem observar
escrupulosamente os limites da lei e do direito, tendo presente nas suas intervenções
especialmente o princípio da proporcionalidade. No Estado de direito, o recurso à coacção
tem de ser sempre apenas um mal necessário.40
O agente policial tem legitimidade de uso de meios coercivos. Mas este uso deve ser
moderado e pontual, conforme os especificados na lei. Contudo, existe sempre uma presunção
relativa de que todos os actos de polícia têm legitimidade, inclusive o uso da força.
O uso de força deve ser sempre legítimo. Isto é, deve ser condicionado ao interesse público de
salvaguarda da segurança e será reconhecido como tal quando, na resolução de conflitos em
concreto e no terreno, tenham sido esgotados todos os meios de negociação, persuasão e
mediação.41
Visando delimitar estes casos, a Lei de Polícia estabeleceu no art. 33.º, o seguinte:
1. Qualquer resistência ilegítima aos membros da PRM, no exercício das suas
funções ou em caso de perturbação da ordem e tranquilidade pública, é permitido o
uso da força e meios estritamente necessários e proporcionais á resistência, se
outros meios de persuasão não forem suficientes.
39
SOUSA, António Francisco de, Manual de Direito Policial: Direito da ordem e seguranças
públicas,Pág.724-725, disponível em: https://books.google.co.mz/books, acedido em 20 de Maio de 2022.
40
Idem.
41
MACIE, Albano, Lições de Direito Administrativo Moçambicano, Volume III, Maputo, 2015, P.350.
28
o Para efectuar detenções, nos precisos termos fixados em legislação processual
penal.
Deve sempre ter-se em mente que o uso de meios coercivos é uma medida excepcional ou da
última ratio, depois de esgotados os outros meios possíveis e idóneos.
Mais, a medida coactiva deve sempre visar vencer a desobediência, o que implica a sua
cessação logo que a desobediência seja vencida. Não há que admitir o uso de meios coercivos
como modo normal de intervenção policial e o seu uso, em casos permitidos pela lei, não
pode consubstanciar a aplicação de uma medida punitiva, pois a esta cabe ao tribunal a sua
aplicação.
Assim, o uso de meios coercivos ou da força não equivale ao uso da violência contra os
cidadãos. É que a violência é cega, enquanto o uso da força é prudente. A "violência é
exagerada, arrebatadora. A força é comedida. Não é possível viver abdicando do uso da força,
mas é necessário saber a diferença que existe entre ela e a violência".
Daí vale dizer que “a Polícia é inimiga do crime e não do criminoso. É sempre esse o seu
atributo principal: a polícia é amigo do povo”.42
42
MACIE, Albano, Lições de Direito Administrativo Moçambicano, Pp.351-352.
29
CAPÍTULO III: DISCUSSÃO DE DADOS
Em sede de discussão faremos uma dedução dos dados apresentados e analisados sobre o
princípio da proporcionalidade no uso da força pública no ordenamento jurídico
moçambicano, de modo a chegarmos a uma resposta positiva sobre esta problemática.
Os Direitos Humanos e a dignidade da pessoa humana são a premissa principal numa atuação
policial. A força legítima empregada pela polícia, de modo a prover segurança aos demais
cidadãos é um símbolo de soberania e a razão da existência de um Estado democrático.
O uso da força dentro de uma sociedade é indispensável, pois está serve para reprimir
situações que se apresentam fora do controle da polícia, porém verifica-se que esta força que é
empregue não deve criar danos irreparáveis na vida do cidadão.
43
REPÚBLICA DE MOCAMBIQUE, Lei nº.1/2018 de 12 de Junho, Boletim da República, I Série - Número
115.
44
NOTA, David Adriano, Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Brasil, P.57.
30
de polícia e o grau de gravidade da intervenção lesiva, optem pela intervenção necessária,
mais adequada à garantia dos bens em perigo e menos gravosa e excessiva para os particulares
responsáveis pela criação do perigo.45
i. Adequação da medida que a força policial vai tomar, isto é, a medida tomada ao
intervir deve ser causalmente ajustada ao fim que se propõe atingir (manter a ordem
perturbada, ás vezes por um bêbado). Deve procurar-se sempre verificar a existência
de uma relação entre duas variáveis: o meio e o instrumento de um lado, o objectivo
ou finalidade, do outro.
ii. A necessidade do meio e da intervenção, Significa que, para além de idónea para o
fim que se propõe alcançar, a medida policial deve ser, dentro do universo das
abstractamente idóneas e possíveis, a que lese em menor medida a integridade física
dos cidadãos. Aqui a força policial deve fazer comparações: a operação central a
efectuar é na verdade a comparação entre uma medida idónea e outras medidas
também idóneas que podem ser possíveis para pôr termo ao tumulto, agressões ou
violações.
45
SAMPAIO, Jorge Silva, O dever de protecção policial de direitos, liberdades e garantias, Coimbra Editora,
2016, P.139.
46
MACIE, Albano, Lições de Direito Administrativo Moçambicano, Pp.348-349.
31
iii. O equilíbrio entre os benefícios da intervenção e a medida tomada ligada aos
meios utilizados. Aqui exige-se a cessação dos tumultos e das violações ou
perturbações, à luz de parâmetros materiais de intervenção.
47
JORNAL VISÃO, violação de direitos em Moçambique, disponível em: https://jornalvisaomoz.com/rdha-
2019-aponta-prm-como-principal-actor-de-violacao-de-direitos-em-mocambique/ acesso em 17 de Maio de
2022.
48
TORRES, Bruno Miguel Fena, Da Ética Policial: um Pressuposto no Uso da Força em Portugal, Centro de
Investigação do Instituto Superior de Ciências Policiais (ICPOL) e Segurança Interna (ISCPSI), Brasília, 2021,
p. 192
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demais diplomas jurídicos em vigor. Uma das funções constitucionais atribuída à polícia, a de
garantir os direitos dos cidadãos, constitui também um limite à sua atividade. “Os direitos e
interesses do cidadão são, por um lado, fundamento da actuação da polícia – um fim em si
mesmo – e, por outro, um limite imanente da actividade administrativa em geral e, em
especial, da actividade policial”49.
Assim, é importante destacar que o uso excessivo ou indiscriminado da força na atuação
policial não acontece só em Moçambique, mas em todo o mundo. Em consonância, no Brasil,
no ano de 2012 foi marcado por uma série de acontecimentos ligados à atuação dos órgãos de
segurança pública, dos quais emerge a necessidade de uma reflexão aprofundada sobre o
papel das polícias e das guardas civis na atual sociedade, diante de suas características e
problemas. No estado de São Paulo, a Polícia Militar (PM) continua a ser questionada pelo
uso desmedido da força, seja na repressão de manifestações pacíficas, seja nas cotidianas
abordagens, operacionalizadas com a truculência habitual. Este ato, continua a ser praticado
por agentes da polícia mesmo com o país sendo signatário de algumas convenções que proíba
o tal acto.50
A senda disso, a defesa da legalidade democrática, a garantia da segurança interna e a própria
garantia dos direitos dos cidadãos não podem ser obtidos a todo custo; devem ser alcançados
no respeito dos direitos dos cidadãos. Assim sendo, o princípio do respeito dos direitos e
interesses legalmente protegidos dos cidadãos pela polícia emerge, desde logo, do artigo 40.º
da Constituição da República de Moçambique (CRM), na qual reza que «todo o cidadão tem
o direito à vida e à integridade física e moral e não pode ser sujeito à tortura ou tratamentos
cruéis ou desumanos», e ganhando a sua tradução no n.º 1 e 3 do artigo 2.º da Lei 16/2013, de
12 de Agosto (Lei da PRM).
Portanto, A polícia confronta-se constantemente com o dilema de garantir um equilíbrio entre
a proteção dos direitos dos cidadãos e a segurança interna, procurando ser eficaz sem descurar
o respeito pelos direitos, liberdades e garantias fundamentais. Estas imposições estendem-se a
toda a ação estatal já que a proteção dos direitos dos cidadãos constitui o fundamento do
Estado de direito democrático. Assim, surge a necessidade de as polícias estarem
perfeitamente harmonizadas com os direitos humanos e com as limitações que a lei impõe ao
49
ALVES, David Pereira, Uso excessivo da força, Dissertação de Mestrado em Ciências Policiais, Instituto
Superior De Ciências Policiais E Segurança Interna, Lisboa, 2016, p. 11
50
Idem
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seu exercício.51 A ordem, sendo um valor a prosseguir, ou um importante valor para que a paz
seja possível, há-de ser conjugado com outros valores não menos relevantes e que com aquela
entram em frequente conflito.
A atividade policial tem um efeito directo e imediato sobre os direitos e as liberdades do
cidadão, pelo que só pode ser feito num quadro de legalidade. E este quadro exige um
delicado equilíbrio entre o dever da polícia em garantir a ordem e a segurança pública e o
dever de proteger os direitos à vida, à liberdade, à segurança das pessoas.52
51
ALVES, David Pereira, Uso excessivo da força, Dissertação de Mestrado em Ciências Policiais, Instituto
Superior De Ciências Policiais E Segurança Interna, Lisboa, 2016, p. 11
52
Costa, A. L, Discurso de Abertura. In Conferência Internacional: Direitos Humanos e Comportamento
Policial, Lisboa, 2010, p. 10
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CONCLUSÃO
No âmbito do estudo feito sobre o Princípio da Proporcionalidade no Uso da Força Pública,
fomos para além de apenas analisar o ordenamento jurídico moçambicano, fizemos um estudo
comparado com os ordenamentos jurídicos português e brasileiro sobre a matéria em crise. Na
qual, no concernente ao principio da proporcionalidade no uso da força pública no
ordenamento jurídico português vimos que como forma de combater esta problemática, foi
definido um dispositivo de Execução Permanente, intitulada de “Limites ao Uso de Meios
Coercivos”, de modo, a simplificar, uniformizar e disciplinar a aplicação de meios coativos
em situações específicas da vida real por parte dos agentes da polícia. E tendo este dispositivo
passado a a fazer parte da formação de todos os policiais, onde é notório o destaque quer ao
respeito pela dignidade da pessoa humana, quer à transparência da atuação policial.
Todavia, no ordenamento jurídico federal brasileiro, embora tenham recentemente tido uma
disposição legal sobre a questão da actuacção excessiva da força policial, ainda não há um
controle ou monitoramento efectivo sobre os policiais, por isso, o esforço do Governo federal
brasileiro em estabelecer, delimitar e monitorar os limites de uso da força do mandato
policial, buscando uma variável crucial para compreendermos o padrão de uso da força
empregado, mas principalmente para pensar em respostas adequadas aos casos em que se
verificam abusos e ilegalidades.
Por sua vez, e mais importante, em moçambique o uso da força pública na sociedade é
indispensável, pois está serve para reprimir situações que se apresentam fora do controle do
uso normal da força pública policial, porém verifica-se que esta força que é empregue, cria
danos irreparáveis na vida do cidadão. Pois, ao invés da polícia pautar pelo dever de protecção
e a defesa nuclear das pessoas no seu todo, constatamos regularmente situações de agressão a
vida e integridade física dos cidadãos, tornando uma tendência crescente na corporação
policial.
Por isso, vimos no presente estudo que, mesmo que não exista nas normas infraconstitucional
uma norma que limita a actuação violenta policial como tal, sobretudo, no dispositivo legal
que cria a força policial, temos o suporte constitucional no artigo 40.º da CRM, que representa
o limite de toda actuação policial, que é associado as disposições penais e civis referentes a
ofensa corporal e indemnização civil por danos resultantes de uma possível infração.
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Ainda, é importante sublinhar que, muita dessas actuações a margem da lei, são feitas na
inocência de que são legitimas ou se pretende alcançar um bem comum, por isso, concluímos
e olhando precisamente nos outros ordenamentos jurídico que, a falta de cultura jurídica dos
próprios policiais faz com que, pensem que o poder das armas o permite oprimir o cidadão. É
por isso, que se conclui que, a actividade policial antes da sua realização, seja primeiro
validado e fundamentada em lei formal que, por sua vez, vincula-se ao texto constitucional, de
modo que a autoridade policial deve actuar secundum legem, e não contra legem, o que
demanda a questão de se conhecer a extensão e os limites traçados pelo princípio da
legalidade no que concerne à actuação policial em segurança pública.
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RECOMENDAÇÕES
Face aos dados obtido em torno da problemática do principio da proporcionalidade no uso da
Força Pública no Ordenamento Jurídico Moçambicano, sugerimos que:
i. Haja mais controle ou monitoramento na actuação da Policia da República de
Moçambique;
ii. Que os policiais sejam exemplarmente penalizados por actos que violem o direito a
vida e os direitos fundamentais dos cidadãos;
iii. Que se elabore uma norma que limite ou descrimine o processo de actuacção da
policia no contacto com os cidadãos;
iv. Que durante a formação todos os policiais tenham formação em algumas áreas do
direito, sobretudo o direito constitucional e Processo Penal;
v. Que a Magistratura tanto judicial e sobretudo do Ministério Público promova e aprecie
a legalidade a actuação dos policiais nas esquadras locais.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Legislação:
Doutrina:
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PRODANOV, Cleber Cristiano, et al, Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e
Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Académico, 2a edição, Novo Hamburgo, 2013;
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Dissertação apresentada no Departamento de Ciência Política de São Paulo, São
Paulo: 2006.
RIVERO, Jean, Direito Administrativo, Almedina, Coimbra;
SAMPAIO, Jorge Silva, O dever de protecção policial de direitos, liberdades e
garantias, Coimbra Editora, 2016.
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https://jornalvisaomoz.com/rdha-2019-aponta-prm-como-principal-actor-de-violacao-
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