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DIVISÃO QSMS

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA


DE PLATAFORMA (CBSP)

Unidade Rio Unidade Macaé


Av. Geremário Dantas, 718 - Bl. 2 - Sl. 705 Rua do Pontal, s/nº
Jacarepaguá – Rio de Janeiro, RJ Barra – Macaé, RJ
Tel: (21) 2432-8286/2432-8267 Tel: (22) 2772-5896 / 2762-0081
CEP 22.743-080 CEP 27.973-000

www.lighthouse-sms.com.br
V25-22/08/2018
SINOPSE GERAL DO CURSO
BÁSICO DE SEGURANÇA DE PLATAFORMA – CBSP
(Basic Safety Training for Platforms – BST-P)

ATESTADO DE CONFORMIDADE
A LIGHTHOUSE-SMS atesta que o presente curso foi elaborado em conformidade ao disposto
nas Normas da Autoridade Marítima para Credenciamento de Instituições para
Ministrar Cursos para Profissionais Não-Tripulantes e Tripulantes Não-Aquaviários
(NORMAM-24), aprovadas pelo Diretor de Portos e Costas.
Propósito
Qualificar o aluno, não-aquaviário, para tarefas a bordo de unidades offshore, dando-lhe
conhecimentos básicos sobre medidas de segurança a bordo, de acordo com as recomendações
contidas nos itens 5.3; 5.4 e 5.5 e Tabelas 5.5.1 e 5.5.6 da Resolução A.1079(28), de
04/12/2013, da Organização Marítima Internacional, em complemento ao que é exigido pela
Convenção STCW-1978, como emendado e pelo Código STCW_1978, e suas emendas.
Público Alvo
Tripulantes Não-Aquaviários de Unidades Offshore Móveis (UOM) e Profissionais Não-Tripulantes
que, sem exercer atribuições diretamente ligadas à sua operação, prestem serviços eventuais a
bordo, que impliquem na necessidade de permanecer, pelo menos, 72 horas embarcado.
Estruturação do Curso
 Este currículo contém os conhecimentos mínimos necessários para a certificação do
aluno.
 As turmas serão compostas por até trinta (30) alunos.
 O curso é composto por cinco (5) módulos, conforme abaixo especificado:
Módulo 1 - Segurança Pessoal e Responsabilidade Social (8 horas-aula)
 Responsabilidade Social e Relações Humanas a Bordo
 Segurança no Trabalho a Bordo
 Prevenção da Poluição e Fiscalização
Módulo 2 - Primeiros Socorros Elementar (6 horas-aula)
 Introdução aos Primeiros Socorros
 Corpo Humano
 Procedimentos de Primeiros Socorros
Módulo 3 - Prevenção e Combate a Incêndio (10 horas-aula)
 Prevenção de Incêndio
 Combate a Incêndio
 Organização de Combate a Incêndio
 Exercícios Práticos
Módulo 4 - Técnicas de Sobrevivência Pessoal e Procedimentos de Emergência
(09 horas-aula)
 Situações e Procedimentos de Emergência
 Orientação sobre Segurança a Bordo
 Técnicas de Sobrevivência no Mar
 Exercícios Práticos de Salvatagem e Sobrevivência
Módulo 5 – Conscientização de Proteção (03 horas-aula)
 Conscientização de proteção
 Ameaças à proteção

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 O curso será composto de aulas teóricas e participações práticas.
 Os exercícios práticos serão realizados sob a supervisão de instrutores e monitores
treinados, visando à garantia da segurança dos alunos, que utilizarão, sempre que
necessário Equipamentos de Proteção Individual (EPI) fornecidos pela Escola.
 Todos os acessórios didáticos necessários para a realização das aulas teóricas e dos
exercícios práticos serão fornecidos pela Escola.
 Serão ministrados diariamente oito (8) tempos de aula, com duração de 50 minutos
cada, seguidos de um intervalo de 10 (dez) minutos entre eles, sendo quatro (4) pela
manhã e quatro (4) à tarde, com intervalo para almoço.
 As aulas iniciar-se-ão diariamente às 08:00 horas, encerrando-se às 17:00 horas.
Metodologia Didática
O curso será ministrado com o apoio de slides, vídeos e aulas expositivas, com base em
apostila fornecida pela Escola, relatos das experiências dos alunos e do instrutor, além de
bibliografia recomendada. Serão utilizadas também dinâmicas e trabalhos em grupo, a serem
apresentados à turma para reflexão e discussão. Serão realizados ainda exercícios práticos,
com a utilização de simuladores, quando aplicável, para fixação do aprendizado.
Frequência e Avaliação do Aprendizado
 A frequência às aulas e às atividades práticas é obrigatória, devendo o aluno ter um
índice total de presença mínimo de 90% (noventa por cento).
 Para efeito de controle de frequência, será considerada falta, o não comparecimento à
atividade programada, o atraso superior a dez (10) minutos em relação ao seu início
ou a saída não autorizada durante o seu desenvolvimento.
 Ao final do curso, os alunos que tiverem obtido o índice mínimo de frequência
especificado na alínea a acima e conceito satisfatório em todos os exercícios práticos,
serão submetidos a uma avaliação teórica, sob a forma de prova escrita, versando
sobre o todo o conteúdo ministrado no curso. Na prova escrita será utilizada uma
escala de 0 (zero) a 10 (dez).
 Por ocasião a aplicação da prova escrita, o instrutor, inicialmente, fará a leitura integral
das questões, durante cerca de dez (10) minutos. Após isso, dará início à contagem do
tempo efetivo para a realização da prova, que será de 100 (cem) minutos, sem
intervalo.
 Os exercícios práticos serão avaliados pelos instrutores, que atribuirão conceitos
satisfatório ou insatisfatório a cada aluno, conforme seu desempenho na atividade.
 Será considerado aprovado o aluno que obtiver aproveitamento satisfatório na
execução dos exercícios práticos, frequência igual ou superior a 90% em todas as
atividades e rendimento igual ou superior a 60% na prova teórica.
 O aluno aprovado fará jus a um Certificado, emitido pela LIGHTHOUSE-SMS e
registrado e assinado pela Autoridade Marítima, conforme previsto em Norma
específica da Diretoria de Portos e Costas.
Requisitos para Inscrição
Apresentar original ou cópia autenticada de documentação que comprove:
- ter mais de dezoito (18) anos, no dia da matrícula;
- ter concluído o ensino fundamental; e
- possuir boas condições de saúde física e mental.

Carga Horária – 5 dias (40 horas-aula)

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Manual do Curso Básico de Segurança de
Plataforma (CBSP)
Elaborada por: Vivaldo Bitencourt
Atualizada em 22/03/2018 de acordo com a NORMAM-24/3ªREV-Mod3-2017
Revisada por: Douglas Coutinho, Henrique de Jesus, Edieni, Elaine e Elcio Leite, Felipe, Amanda e
Cristiane.

ÍNDICE
Módulo 1 ......................................................................................................................... 14
 Disciplina: Segurança Pessoal e Responsabilidade Social .................................... 14
1. Unidade de Ensino: Responsabilidade Social e Relações Humanas a Bordo ..................... 14
1.1 Elementos Básicos da Comunicação ........................................................................ 14
1.2 As barreiras de comunicação e as falhas de mensagem ............................................ 15
1.3 A importância de manter um bom relacionamento em ambientes offshore ................. 16
1.4 Boas práticas de liderança no âmbito de equipes de trabalho .................................... 17
1.5 A necessidade de coesão do grupo para atingir as metas de trabalho ........................ 17
1.6 As responsabilidades sociais e trabalhistas do empregado e do empregador ............... 18
1.7 Os reflexos do uso de bebidas e drogas .................................................................. 19
1.8 O estresse e as divergências interpessoais............................................................... 21
1.9 A diferença natural entre os indivíduos e a necessidade de ser tolerante .................... 22
2 Unidade de Ensino: Segurança no Trabalho a Bordo ................................................. 23
2.1 Os propósitos da NR-30 sobre a segurança e a saúde no trabalho ............................. 23
2.2 Segurança e bem-estar de todos ............................................................................ 23
2.3 Conceito de acidente, quase acidente e incidente do trabalho. .................................. 24
2.4 Principais causas de acidentes do trabalho e o papel da CIPA.................................... 25
2.5 Conceitos e fatores de risco que influenciam nas atitudes e respostas........................ 25
2.6 Perigo e Risco ....................................................................................................... 26
2.7 Risco, Frequência e Consequência .......................................................................... 26
2.8 Atos inseguros e condições inseguras que podem ocorrer a bordo ............................. 27
2.9 Importância do uso do EPI e do cumprimento das normas de segurança ................... 29
2.10 Identificar a localização e a necessidade da utilização de máscaras de fuga, chuveiro
lava olhos e chuveiro de segurança previstos pela NR-34 ................................................. 31
2.11 Efeitos e precauções em relação à presença de gases tóxicos e asfixiantes ................ 32
2.12 Perigos e precauções de trabalhos em espaços confinados ....................................... 33
2.13 Importância preventiva da disciplina operacional ...................................................... 34

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3. Unidade de Ensino: Prevenção da Poluição e Fiscalização ............................................. 34
3.1 Efeitos da poluição no meio ambiente marinho ........................................................ 36
3.2 Propósito da Lei nº 9.985 e Lei nº 9.966 (Fiscalização e multas). .............................. 36
3.3 Principais fontes poluidoras .................................................................................... 39
3.4 Procedimentos básicos para prevenção da poluição no meio ambiente ....................... 42
3.5 Águas jurisdicionais brasileiras (AJB) e a competência da Autoridade Marítima ........... 44
3.6 A organização distrital da Marinha do Brasil ............................................................. 49
3.7 Tarefas de fiscalização: “port state” e “flag state” .................................................... 50
3.8 Passageiro clandestino e terrorismo ........................................................................ 53
3.9 Pirataria no mar e atos ilícitos como assalto ou roubo ............................................... 54
Módulo 2 ......................................................................................................................... 55
 Disciplina: Primeiros Socorros Elementares.......................................................... 55
1- Unidade de Ensino: Introdução aos Primeiros Socorros ............................................. 55
1.1 Regras Básicas para Situações de Emergência de Saúde ........................................... 55
1.2 Como Acionar o Alarme ou Comunicar uma Situação de Emergência.......................... 56
1.3 Técnicas de Resgate e Transporte de Pessoa Ferida ................................................... 57
1.4 Meios Disponíveis de Assistência Médica na UOM e nas Proximidades ........................ 57
1.5 Reconhecer a Importância da Higiene e da Saúde Pessoal a Bordo ............................ 58
2. Unidade de Ensino: Corpo Humano ............................................................................. 61
2.1 Estruturas Óssea e Muscular ..................................................................................... 61
2.2 Principais Órgãos e Suas Funções ........................................................................... 62
2.3 Principais Sistemas: Circulatório, Respiratório, Digestivo e Urinário. ............................. 64
3. Procedimentos de Primeiros Socorros ...................................................................... 68
3.1 Necessidade de RCP e as primeiras medidas de socorro............................................ 68
3.2 Reconhecer os sinais de choque: Pulso, Batidas e Cor Facial. Aplicar Medidas para
contornar o Estado de Choque. ...................................................................................... 75
3.3 Procedimentos para Conter Hemorragia .................................................................. 76
3.4 Primeiros Socorros Apropriados para Queimaduras e Escaldaduras ............................ 78
3.5 Procedimentos de Emergência para cada tipo de Traumatismo .................................. 81
3.6 Uso de Bandagens, Curativos e Imobilização. .......................................................... 85
3.7 Procedimentos para Içamento ou Arreamento de uma pessoa acidentada para
transporte por embarcação ou helicóptero ...................................................................... 90
Módulo 3 ......................................................................................................................... 94
 Disciplina: Prevenção e Combate a Incêndio ........................................................ 94
1. Unidade de Ensino: Prevenção de Incêndio ............................................................. 94
1.1. Combustão e materiais inflamáveis a bordo: o triângulo do fogo ............................... 94
1.2. Fenômenos da combustão e a classificação dos incêndios ......................................... 98
1.3. Princípios da prevenção de incêndio a bordo .......................................................... 100
1.4. Causas de propagação do incêndio ....................................................................... 101

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
1.5. Métodos preventivos............................................................................................ 102
1.6. Vigilância e sistema de patrulha ............................................................................ 104
1.7. Sistemas de detecção de fogo e fumaça e o alarme automático a bordo .................. 104
1.8. Ações ao ser detectado fumaça ou fogo ................................................................ 105
1.9. Procedimentos segundo a NR 34 .......................................................................... 105
2. Unidade de Ensino: Combate a Incêndio ............................................................... 109
2.1. Classes de incêndio e a simbologia padrão associada ............................................. 109
2.2. Métodos de combate de incêndio .......................................................................... 110
2.3. Agentes extintores............................................................................................... 112
2.4. Tipos de extintores portáteis ................................................................................ 112
3. Unidade de Ensino: Organização de Combate a Incêndio ........................................ 116
3.1. Organização de combate a incêndio a bordo .......................................................... 116
3.2. Sistemas fixos de combate ................................................................................... 117
3.3. Ações da EMCIA e da Brigada de Incêndio em relação ao controle de avarias em caso de
queda (crash) de aeronave no helideque da plataforma. ................................................ 122
Módulo 4 ....................................................................................................................... 127
IV. Disciplina: Técnicas de Sobrevivência Pessoal e Procedimentos de Emergência
127
1. Unidade de Ensino: Situações e Procedimentos de Emergência ............................... 127
1.1 Tipos de Emergências que Podem Ocorrer ............................................................. 127
1.2 Sinais de alarmes. ............................................................................................... 128
1.3 Tabela Mestra ..................................................................................................... 129
1.4 Emprego de equipamentos ................................................................................... 136
1.5 Sistemas de comunicações interiores de bordo ...................................................... 141
1.6 A importância de seguir as ordens e instruções da cadeia de comando. ................... 143
1.7 Procedimentos em operações combinadas ............................................................. 144
2 Unidade de Ensino: Orientação Sobre Segurança a Bordo .................................... 146
2.1 Principais compartimentos e equipamentos de uma plataforma ............................... 146
2.2 Estrutura funcional e hierárquica .......................................................................... 148
2.3 Elementos de estabilidade e estanqueidade ........................................................... 149
2.4 Modos de Evacuações Possíveis e Meios de Evacuação/Abandono ........................... 152
2.5 Procedimentos Básicos para Evacuação/Abandono da unidade para cada tipo de meio
155
2.6 Procedimentos para embarque e desembarque em helicópteros .............................. 157
3 Unidade de Ensino: Técnicas de Salvatagem e Sobrevivência no Mar ....................... 159
3.1 Equipamentos para Salvatagem e Sobrevivência .................................................... 159
3.2 Tipos de embarcações utilizadas em abandono e sobrevivência ............................... 162
3.3 Pontos de reunião e estações de abandono ........................................................... 176
3.4 Procedimentos dentro d’água ............................................................................... 176
3.5 Necessidade de Autocontrole e os Cuidados para a Sobrevivência ........................... 177
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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.6 Meios de alerta e sinalização ................................................................................ 182
Módulo 5 ....................................................................................................................... 186
 Disciplina: Conscientização de Proteção ............................................................. 186
1- Unidade de Ensino: Conscientização de Proteção ....................................................... 186
1.1 A importância da conscientização por todos ........................................................... 186
1.2 Como informar um incidente de proteção, incluindo pirataria e roubo armado? ......... 187
1.3 Definições, termos e elementos relativos à proteção marítima ................................. 189
1.4 Legislação de proteção marítima ........................................................................... 192
1.5 Níveis de proteção marítima ................................................................................. 194
1.6 Plano de proteção e contingência ......................................................................... 197
1.7 Responsabilidades: .............................................................................................. 197
 2. Unidade de Ensino: Ameaças à Proteção ........................................................... 200
2.1 Atuais ameaças e Técnicas para Contornar as Medidas de Proteção ......................... 200
2.2 Possíveis ameaças materiais à proteção da plataforma como armas, bombas,
substâncias e dispositivos perigosos. ............................................................................ 201
2.3 Como reconhecer pessoas que apresentam potencial ameaça?................................ 201
2.4 Procedimentos a seguir quando reconhecer uma ameaça à proteção ....................... 203
2.5 Informações e comunicações relativas à proteção .................................................. 205
2.6 Instrução e exercícios periódicos de adestramento. ................................................ 206
Glossário: ................................................................................................................. 207

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Módulo 1
 Disciplina: Segurança Pessoal e Responsabilidade
Social

Carga Horária: 8 Horas

Sigla: SPR/P

Objetivo Geral da Disciplina


Proporcionar conhecimentos ao aluno, visando capacitá-lo a identificar e seguir instruções em
situações de emergência, praticar as regras de prevenção de acidentes e manter um manter um
bom relacionamento a bordo das unidades “offshore”.

1. Unidade de Ensino: Responsabilidade Social e


Relações Humanas a Bordo
1.1 Elementos Básicos da Comunicação
A comunicação, para que possa fluir, precisa de elementos específicos, tais como um meio
ou um canal de transmissão, referente a um contexto, a uma situação.
Os elementos básicos da comunicação são:
 Emissor – o que transmite a comunicação;
 Receptor – o que recebe a comunicação;
 Mensagem – o conteúdo da comunicação ou conjunto de informações transmitidas;
 Canal de comunicação – o meio físico utilizado para transmitir a comunicação, tais
como televisão, rádio, jornal, revista etc.
 Contexto – a situação na qual a comunicação está inserida, também chamado de
referente.

Comunicação
 “Comunicação é compartilhar elementos de comportamento ou modos de vida, pela
existência de um conjunto de regras” (Collin Cherry).
 Ao questionarmos o que é na realidade a Comunicação, poderíamos obter centenas de
respostas; umas mais completas, outras mais complexas, mas as dúvidas sobre o
conceito de Comunicação, decerto não seriam resolvidas.
 Hoje em dia, todos se comunicam, ou melhor, todos discutem sobre comunicação,
como uma palavra vulgar e perfeitamente incorporada ao vocabulário quotidiano. Mas,
afinal o que significa a expressão “Comunicação”?
 A Comunicação, na verdade, reveste-se de múltiplas formas, através das quais o ser
humano transmite e recebem ideias, impressões e imagens de todo o tipo, utilizando
símbolos, que, muitas vezes, não podem ser expressos em palavras. A comunicação
14
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
encontra-se presente em todos os momentos e em todos os atos quotidianos do ser
humano.

Tipos de comunicação
 As pessoas se comunicam de diversas formas ou utilizando diversos tipos de
comunicação. A comunicação verbal ou oral é a mais comum e refere-se à emissão de
palavras e sons que usamos para transmitir instruções, sentimentos, conversar,
informar e assim por diante.
 A comunicação escrita, a comunicação gestual.

Função da comunicação
 O emissor, ao transmitir uma comunicação, sempre tem um objetivo, que pode ser
informar algo, demonstrar seus sentimentos ou persuadir alguém a fazer algo, dentre
outros. Esse objetivo representa a função da comunicação.

1.2 As barreiras de comunicação e as falhas de


mensagem
Podemos encontrar várias barreiras à comunicação no nosso dia-a-dia, em relação às quais
devemos tomar medidas capazes de anulá-las. Essas barreiras podem ser:
 Limitação da capacidade do receptor
 Distração
 Presunção não enunciada
 Apresentação Confusa Representação Mental
 Credibilidade
 Distância Física
 Defensividade
Para conseguirmos quebrar as barreiras devemos:
 Usar linguagem apropriada e direta;
 Fornecer informações claras e completas;
 Usar canais múltiplos, para estimular os vários sentidos do receptor (visão, audição
etc.);
 Comunicação face a face. Observe que os políticos, em época de eleição, fazem
campanha “corpo-a-corpo”;
 Escuta ativa. Estimular a participação ativa dos ouvintes;
 Empatia. Colocar-se na posição ou situação do ouvinte, procurando entender o seu
ponto de vista.

Efeitos e Consequências de Comunicação Errada


 Muitas informações ou gestos podem ser interpretados de forma errônea. Por isso,
devemos ter cuidado e ficar atentos a todas as informações recebidas, pois
dependendo da situação poderá causar danos ou até mesmo acidentes no seu local de
15
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
trabalho. Para ilustrar como isso ocorre, lembremo-nos da brincadeira de “telefone
sem fio”, do nosso tempo de criança.
 Assim, o emissor, ao transmitir uma comunicação, deve tomar as medidas necessárias
para se certificar de que os receptores compreenderam perfeitamente a mensagem
transmitida.

Comunicação Interna
 Chamamos de Comunicação Interna aos elementos do conjunto de interações,
processos de trocas e relacionamentos dentro de uma empresa ou instituição. É
responsável por fazer circular as informações e o conhecimento de forma vertical ou
seja, da direção para os níveis subordinados e horizontal entre os colaboradores de um
mesmo nível de subordinação.
 A Comunicação Interna amplia a visão do colaborador de uma empresa ou do
tripulante de uma plataforma ou navio, dando-lhe um conhecimento sistêmico do
processo.
 A Comunicação Interna tem uma função importante, no sentido de fazer circular as
informações novas, promover o debate e a interação entre os vários segmentos da
organização e, sobretudo, capacitar os funcionários para os novos desafios.
 Feedback Resposta, reação a alguma coisa = retorno.

1.3 A importância de manter um bom relacionamento


em ambientes offshore
 Trabalhar em uma plataforma offshore tem pós e contras. Do lado positivo, salários e
benefícios costumam ser muito bons e os funcionários geralmente desfrutam de longos
períodos de descanso quando não estão no mar (os funcionários passam uma ou duas
semanas na plataforma e depois até duas semanas em casa). Porem, o lado negativo é
que na plataforma o trabalho é de 12 horas por dia, sete dias por semana.

 Para ajudá-los a enfrentar essas dificuldades, as empresas petroleiras procuram


oferecer condições de vida confortáveis para os trabalhadores das plataformas
offshore. Em muitos casos, os alojamentos são comparáveis aos disponíveis em
excelentes navios de turismo, com quartos privados, TV via satélite e até mesmo
academias de ginástica, saunas e instalações de recreação. A comida à bordo também
é de excelente qualidade e está disponível 24 horas por dia, afinal, o trabalho em uma
plataforma de petróleo continua dia e noite, e os trabalhadores seguem escalas
diurnas e noturnas. Helicópteros e navios levam os materiais necessários à vida diária
na plataforma de petróleo, muitas vezes enfrentando condições climáticas adversas.

Sabe-se que o ambiente de trabalho pode ser um local gerador de tensões e desavenças,
que podem provocar ou agravar disputas e doenças ocupacionais. Em navios ou plataformas
marítimas, isso é ainda mais grave, tendo em vista o confinamento em que a tripulação
habitualmente se encontra, distante de seus entes queridos e convivendo diuturnamente com
pessoas até certo ponto estranhas.

Sendo assim, visando manter um ambiente de trabalho saudável, é importante seguirmos


alguns preceitos de boa convivência:
 Evitar os excessos de brincadeiras
 Evitar discutir sobre religião e sexualidade dos outros
 Respeitar a privacidade e o espaço das pessoas
16
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Procurar andar sempre bem uniformizado e ter asseio pessoal
 Ter calma para poder controlar os imprevistos
 Nunca fazer uso de drogas ou bebidas alcoólicas no serviço

1.4 Boas práticas de liderança no âmbito de equipes


de trabalho
“Liderança pode ser conceituada como a arte de conduzir ao sucesso, tendo em vista que o
foco do líder deve ser conduzir seu grupo à consecução de seus objetivos e preparar seus
colaboradores para que se tornem futuros líderes”.
Nesse sentido, podemos dizer que o egocentrismo é o maior inimigo da liderança, pois
ninguém pode liderar uma equipe tendo como centro de interesse sua própria pessoa. Liderar é
colocar os interesses do grupo e as necessidades de seus integrantes acima dos seus próprios.
Assim, podemos considerar, de forma resumida, os seguintes preceitos fundamentais de
liderança:
 Respeitar os colaboradores, tratando-os da mesma forma como gostaria de ser tratado
se fosse um deles;
 Elogiar os colaboradores sempre que puder;
 Comemorar todos os triunfos e sucessos obtidos pela sua equipe;
 Ser sincero e leal, cultivando um ambiente de confiança mútua;
 Percorrer as dependências de sua organização, procurando conhecer pessoalmente
cada um de seus colaboradores e chamando-os, se possível, pelo nome;
 Escutar com atenção os seus colaboradores, demonstrando-lhes que seus problemas e
dificuldades são importantes para você;
 Manter sempre o otimismo e o bom humor, além de agir com honestidade, para dar
bom exemplo;
 Incentivar o debate e a participação de seus colaboradores nas decisões sobre a
implantação de novos processos.
Como corolário desses preceitos, podemos citar ainda três regras básicas de conduta, que
alguns chamam de “os três jamais”:
- Jamais pense que sabe todas as respostas;
- Jamais deixe de estimular o debate; e
- Jamais subestime os colaboradores e os concorrentes.”1

1.5 A necessidade de coesão do grupo para atingir as


metas de trabalho
Equipe é um conjunto de pessoas com objetivos comuns, atuando no cumprimento de
metas específicas. A formação da equipe deve considerar as competências individuais necessárias
para o desenvolvimento das atividades e atingimento das metas. O respeito aos princípios da
equipe, a interação entre seus membros e especialmente o reconhecimento da interdependência
entre seus membros, na consecução dos objetivos da equipe, deve favorecer ainda os resultados

1
Extraído do Livro “Liderança – A Arte de Conduzir ao Sucesso”, de autoria de Archimedes Francisco Delgado.
17
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
das outras equipes e da organização como um todo. É isso que torna o trabalho desse grupo um
verdadeiro TRABALHO EM EQUIPE.
Cada vez mais, o trabalho em equipe é valorizado, tendo em vista que ativa a
criatividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho individual. Para
trabalhar em equipe devemos seguir algumas dicas, como:
 Não criticar os colegas
 Saber dividir
 Trabalhar
 Ser participativo e solidário
 Dialogar
 Planejar
 Evitar cair no "pensamento de grupo"
 Aproveitar o trabalho em equipe
 Ser paciente
 Aceitar as ideias dos outros
Em um navio ou plataforma marítima, saber trabalhar em equipe e aceitar as diferenças
inerentes aos seres humanos reveste-se da maior importância, considerando que a convivência
entre o grupo que compõe a tripulação é diuturna, durante muitos dias. Além disso, dificilmente
uma pessoa tem conhecimento adequado sobre todos os sistemas de bordo, o que torna todos
interdependentes entre si, enfatizando a necessidade do respeito e da compreensão mútuos.

1.6 As responsabilidades sociais e trabalhistas do


empregado e do empregador

Pelo Sistema de Gestão de Responsabilidade Social a empresa se compromete a cumprir as


legislações Nacionais, NBR 16001 de 12/2004 e Internacional relacionadas aos requisitos da
Organização não governamental americana Social Accountability 8000 - SA 8000 criada em 1997
e os instrumentos internacionais nela citados, como as previstas na declaração dos direitos
humanos, nas convenções da OIT, na convenção da ONU sobre os direitos das Crianças, e
outros.
Sobre a Norma
A essência da norma é garantir que todos os lugares de trabalho devem ser geridos de forma
que os direitos humanos básicos sejam assegurados e que a gerência esteja preparada a assumir
esta responsabilidade.
A SA 8000 foi elaborada com base em 11 Convenções da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e na Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
Tópicos da Norma
Dos importantes tópicos da Norma, destacamos os que mais diretamente se relacionam
com as atividades offshore são:
Saúde e Segurança - As empresas devem obedecer a padrões básicos de ambiente de
trabalho saudável e seguro, incluindo fornecer água potável, banheiros, equipamentos de
segurança adequados e treinamento necessário.

18
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Liberdade de associação - Protege os direitos dos trabalhadores de unir-se e formar
associações para negociar coletivamente, sem temer represálias.
Discriminação - Nenhuma discriminação a partir de raça, casta, origem, religião, deficiência,
sexo, orientação sexual, sindicalização ou filiação política.
Discriminação sexual
Todos tem o direito de buscar a sua felicidade e o livre arbítrio de escolha de seus parceiros
sexuais. Além disso, rotular uma pessoa como capaz ou incapaz simplesmente pelo sexo,
também é discriminação. Atualmente, a igualdade sexual e de oportunidades tem se tornado
cada vez mais ampla, revelando que a capacidade de um indivíduo não depende de sexo ou
opção sexual.
Discriminação racial ou física
Não importa a cor da pele ou o porte físico de uma pessoa. Todos nós somos iguais e
pertencemos à mesma raça - a Raça Humana.
Discriminação religiosa
Devem-se respeitar sempre as crenças dos demais. A religião é uma herança cultural que é
herdada pelos familiares e a pessoa tem o livre arbítrio para manifestar a sua religiosidade ou
não. Contudo evite “catequisar” seus colegas para a sua opção religiosa, pois você também não
gostaria de ser “convencido” que a outra opção é a correta.
Práticas disciplinares
Proíbe castigo corporal, coerção física ou mental ou ainda abuso verbal dos trabalhadores.
Jornada de trabalho
Estabelece o máximo de 44 horas de trabalho por semana, pelo menos um dia de folga por
semana, o máximo de 12 horas extra por semana com remuneração diferenciada.
Salários
Devem atender os mínimos padrões legais e fornecer renda suficiente para as necessidades
básicas, sobrando pelo menos um pouco.
Gestão
Define procedimentos para a implementação efetiva pela administração, revisão da
conformidade à SA 8000, desde a determinação de pessoas responsáveis até a manutenção de
registros, solução de problemas e a adoção de ações corretivas.

1.7 Os reflexos do uso de bebidas e drogas


REFLEXOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO AMBIENTE DE TRABALHO
 Este conteúdo possibilitará que empresários preocupados com a saúde de seus
funcionários possam, enfim, colaborar de maneira efetiva no combate
á “DEPENDÊNCIA QUÍMICA”. Além disso, promete atingir familiares e amigos de
funcionários, pois o ambiente de trabalho é propício para o desenvolvimento e
disseminação de práticas preventivas ao uso de drogas.
 É no trabalho que o dependente químico passa a maior parte do dia, sendo assim nada
mais justo que o auxílio parta também do empresário, visando a melhoria da qualidade
de vida de seu empregado, bem como a garantia de maior sucesso com seu negócio.

19
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Não é mais novidade para ninguém que a “DEPENDÊNCIA QUÍMICA” (termo
genérico para o uso patológico de álcool e outras drogas), constitui hoje, um dos mais
sérios problemas de ordem BIOPSICOSSOCIAL da humanidade.
 Também já é notória que á “DEPENDÊNCIA QUÍMICA” não é apenas uma
particularidade das classes mais baixas da sociedade, atingindo também e com grande
incidência nas classes mais privilegiadas.
 Estima-se hoje que 20% ou mais de uma população é portadora da “DEPENDÊNCIA
QUÍMICA e o mais impressionante são os dados revelados pela ORGANIZAÇÃO
MUNIDAL DE SAÚDE:
 70 % das pessoas que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas e,
 63 % das pessoas que fazem uso de drogas ESTÃO EMPREGADAS.
 Tais números apresentados acima justificam as infinidades de problemas que
as empresas vêm enfrentando com seus funcionários que fazem parte de um grupo de
pessoas doentes que necessitam de ajuda na PREVENÇÃO, CONTROLE e
TRATAMENTO da DEPENDÊNCIA QUÍMICA.
 Abaixo apontamos alguns fatores bastantes negativos relacionados aos empregados
que fazem uso de bebidas alcoólica e/ou drogas:

Fig. 1 - O Antes e Depois do uso de Drogas.

 Risco de Acidentes de Trabalho: 5 Vezes mais;


 Risco com acidentes de carro ou doméstico - 9 Vezes mais;
 Chances de provocar acidentes de trabalhos envolvendo colegas - 3,6 Vezes mais
 Atrasos - 3 Vezes mais;
 Faltas – 3,5 Vezes mais;
 Assistência Médica - 3 Vezes mais;
 Demissões - 2,2 Vezes mais.

DEMAIS PROBLEMAS RELACIONADOS Á DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO AMBIENTE


DE TRABALHO

 Baixa Qualidade de Trabalho;


 Perda de Produtividade
 Baixa motivação do empregado;
 Perca de Materiais;
 Danos em Equipamentos;
 Perdas de funcionários especializados;
 Faltas justificadas e injustificadas;
 Acidentes de Trabalhos;
 Acidentes de Trabalho inclusive com morte do funcionário;
20
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Afastamento médico do funcionário por problemas de saúde causados pelo uso de
álcool e/ou drogas;
 Problemas de Relacionamento com Colegas / Chefias / Fornecedores / Clientes;
 Risco para a empresa de processos judiciais e indenizatórios;
 Em alguns casos o funcionário rouba a empresa afim de ter dinheiro para comprar a
substância que é dependente.

OBS: Quanto mais os empregadores desconhecerem o problema da dependência química, ou


souberem meias verdades e irem para o lado do preconceito, quanto mais à empresa e seus
administradores fecharem seus olhos para os trabalhadores, portadores desta doença, a droga
irá ganhando terreno e o empresário continuará a desperdiçar dinheiro, tempo e recursos
humanos deste país.
O estresse do trabalho e a pressão social aumentam a vulnerabilidade do trabalhador,
gerando uma busca pelo consumo de drogas, inicialmente mais leves, como o álcool, como forma
de ganhar força para enfrentar essas pressões, ou esquecê-las.

1.8 O estresse e as divergências interpessoais


O estresse pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais de uma pessoa,
decorrente da incapacidade em distinguir entre o real e suas experiências e expectativas. Pode
ser causado pela ansiedade e pela depressão, devidas à mudança brusca no estilo de vida e à
exposição a um determinado ambiente, levando a pessoa a sentir um determinado tipo de
angústia.
Mas, o estresse em si não é algo ruim. Na verdade, ele é uma importante resposta do
organismo para a manutenção da vida. Portanto, o importante é aprendermos a conviver e a
lidar com o estresse, não permitindo que ele trouxesse consequências danosas para a nossa
saúde.

Efeitos Físicos do Stress


 Aumento da pressão arterial;
 Maior risco de derrame;
 Maior susceptibilidade a infecções;
 Distúrbios gastrintestinais, como diarreia e constipação;
 Desordens alimentares, ganho ou perda excessiva de peso;
 Resistência à insulina, que está associada ao diabetes tipo 2, e exacerbação do
diabetes;
 Dor de cabeça do tipo tensional;
 Insônia;
 Diminuição do desejo sexual e impotência temporária, nos homens;
 Exacerbação da tensão pré-menstrual, nas mulheres;
 Diminuição da concentração, inibição do aprendizado e redução da memória;
 Exacerbação de lesões de pele, como por exemplo, a acne.

É importante encarar os eventos cotidianos do estresse de uma maneira diferente. Manter o


senso de humor perante situações difíceis não somente ajuda a aliviar a tensão e manter boas
perspectivas de sucesso, como também parece ter um efeito físico que reduz os níveis do
hormônio do estresse.
Não devemos permitir que o estresse nos deixasse doentes. Aprender a escutar o nosso
corpo e a perceber quando o estresse estiver afetando nossa saúde é uma prática bastante útil
de lidar com o estresse.
21
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Assim, devemos procurar agir da seguinte forma:
 Alimentar-se corretamente;
 Dormir bem;
 Relaxar sempre que possível;
 Procurar ajuda profissional, se necessário;
 Cultivar e praticar um passatempo (pescar, cantar, tocar um instrumento etc.);
 Exercitar-se fisicamente;
 Estabelecer limites;
 Planejar o próprio tempo.

Divergências Interpessoais
 "A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original"
(Albert Einstein).
 A interação social em qualquer ambiente nasce da nossa aceitação pelo próximo, do
nosso próprio desprendimento e do nosso acolhimento ao próximo.
 Relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo; é abrir-se para o novo. Passamos
mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que em nosso lar, e ainda assim não
nos damos conta de como é importante estar em um ambiente saudável, e o quanto
isto depende de cada um de nós.
 A aceitação começa pela capacidade de escutar o outro, colocar-se no lugar dele e
estar preparado para aceitá-lo, com suas potencialidades e limitações, e a nós
mesmos.

1.9 A diferença natural entre os indivíduos e a


necessidade de ser tolerante

Nenhum ser humano é igual ao seu semelhante. Cada pessoa tem sua própria singularidade
que a distingue como ser humano individual, em face de gosto, antipatia, talento, sexo, cultura,
língua, religião e nacionalidade. Entretanto, as diferenças sempre alimentaram discórdias entre
as pessoas e grupos sociais.
Alias, sob tal perspectiva, urge ressaltar que a humanidade tem presenciado ao longo de
sua história uma sequência de intolerância à diferença. Ser rotulado de “diferente” sempre foi
visto como sinônimo de inferioridade, de indesejável, de separado do grupo. Basta à pessoa ser
considerada diferente para os tidos padrões “normais” para que todos passem a desprezá-la,
considerando-a como um ser de outro mundo.
São quase constantes as reclamações de funcionários que necessitam conviver diariamente
no espaço do trabalho. Aqui estão algumas dicas para melhorar os conflitos do dia-a-dia.
1 - Seja cordial com todos os colegas, mas evite conversas muito pessoais. A vida pessoal
de cada um deve ficar fora do âmbito do trabalho. Quanto mais se sabe sobre a vida pessoal de
alguém, mais intimidade se adquire. Consequentemente, a intromissão em campos não
profissionais.
2 - Escute o que o outro tem a dizer, mas quando for algo que pode gerar um conflito, não
leve para o lado pessoal. Aborde a questão em uma reunião. As coisas devem ser tratadas de
modo profissional. Isto ajuda a se distanciar das discussões entre duas pessoas.
3 - Seja sorridente, amável, não leve seus problemas pessoais para o trabalho, mas caso
não esteja bem consigo mesmo, lembre-se de tratar os outros com educação.
4 - Evite apontar o que o colega deixou de fazer. Ocupe-se com sua tarefa. Cada um é
responsável pela sua atividade e responde pelo que faz.
5 - Caso precise se defender de alguma acusação, seja firme nas palavras, não perca a
paciência, controle a ira e construa argumentos para sua defesa. Caso você tenha cometido o

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
erro, diga a verdade e comprometa-se a corrigir a falha. Não é vergonha errar, mas é falta de
ética e de profissionalismo mentir ou jogar a culpa em outras pessoas.
6 - Procure ser cordial com todos, mas se afaste dos colegas escandalosos, que fazem da
raiva, da ira ou do mal humor uma ferramenta para prejudicar as relações humanas no trabalho.
7 - Faça o melhor que puder na sua função, mas ajude algum colega que pedir sua ajuda.
Caso não peça sua ajude, pergunte primeiro se ele deseja ser ajudado. Às vezes queremos
ajudar, mas o outro não deseja ser ajudado.
8 - Veja em cada colega um colaborador. Cada um tem suas dificuldades e suas
potencialidades, mas procure ver o lado bom que cada um apresenta. Se virmos apenas o lado
difícil das pessoas, a convivência fica insuportável.
9 - Evite brincadeiras que podem ofender. Ser alegre não quer dizer que tenha que ser
brincalhão o tempo inteiro, este tipo de pessoa não é agradável e pode deixar os outros pouco à
vontade diante de alguém que brinca demais.
10 - Não seja inconveniente. Se algum colega veio com uma roupa, penteado, bolsa, etc.
que chama a atenção por não ser bonito, evite dar relevância a estas questões. Cada um é livre
para usar aquilo que lhe agrada. Caso seja algo que não condiz com a função, cabe ao chefe
conversar com a pessoa e explicar o inadequado da situação.

“Se cada pessoa olhar mais para seu trabalho, construir a amizade fraterna e resolver
conflitos em reuniões adequadas, a vida no trabalho se torna menos difícil”.

2 Unidade de Ensino: Segurança no Trabalho a Bordo


2.1 Os propósitos da NR-30 sobre a segurança e a
saúde no trabalho
NR 30 - Trabalho Aquaviário
O trabalho aquaviário é definido como aquele desenvolvido na água ou em embarcações,
sendo considerados trabalhadores aquaviários os marítimos (trabalhadores do transporte
marítimo), os hidroviários (trabalhadores do transporte lacustre e fluvial), os mergulhadores, os
pescadores e os práticos dos portos.
A Norma Regulamentadora número 30 (NR-30), do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), tem por objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos
trabalhadores aquaviários, sendo aplicável às plataformas marítimas de bandeira nacional, bem
como às de bandeira estrangeira que operem em águas sob jurisdição brasileira (AJB).

2.2 Segurança e bem-estar de todos


A Segurança de um Funcionário é Segurança e Bem Estar de Todo o Grupo!!!
A prevenção de acidentes de trabalho interessa aos empregadores, aos empregados e ao
governo. Quando ocorre um acidente de trabalho, esses três segmentos envolvidos na relação
trabalhista sofrem cada um deles, consideráveis prejuízos. Portanto “estamos todos no mesmo
barco.’’

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Prejuízos Decorrentes de Acidentes
Quanto ao empregador, as consequências mais visíveis do acidente de trabalho são:
 Pagamento salarial aos trabalhadores acidentados durante os quinze primeiros dias
seguintes ao do acidente;
 Possíveis danos ou avarias nos equipamentos, máquinas ou ferramentas que
porventura estivessem sendo utilizados pelo trabalhador vitimado;
 Paralisação de uma máquina ou equipamento componente da linha de produção,
podendo afetar o processo produtivo como um todo, até que se proceda ao reparo ou
substituição;
 Reflexos negativos na boa imagem da empresa, o que dependerá da gravidade do
acidente e do grau de repercussão causado à comunidade.
Por fim, o empregado, certamente a parte mais prejudicada com a ocorrência de
acidentes do trabalho, sofrerá os seguintes danos, que obviamente extrapolam a órbita
essencialmente material ou financeira:
 Sofrimento físico, dor, lesão incapacitante, parcial ou total, temporária ou permanente,
ou até a própria morte;
 Reflexos psicológicos negativos decorrentes de eventuais sequelas, inclusive podendo
gerar distúrbios familiares, dependendo do grau da incapacidade sofrida; e
 Redução de renda, decorrente da substituição de seus salários por benefícios
previdenciários, normalmente de valor inferior ao salário.

2.3 Conceito de acidente, quase acidente e incidente


do trabalho.
Segundo o conceito legal, “acidente de trabalho é aquele que ocorre no exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.”

OHSAS 18001.
Incidente acontecimento (s) relacionado (s) com o trabalho que, não obstante a
severidade, origina (m) ou poderia (m) ter originado dano para a saúde (3.8).
NOTA 1 Um acidente é um incidente que deu origem a lesões, ferimentos, danos para a
saúde ou fatalidade.
NOTA 2 Um incidente em que não ocorram lesões, ferimentos, danos para a saúde ou
fatalidade (morte) também se pode designar como um "quase acidente" ou “ocorrência
perigosa”.
NOTA 3 Uma situação de emergência.

Pelo conceito prevencionista, por sua vez, o acidente de trabalho é uma ocorrência não
programada, inesperada ou não, que interrompe o processo normal de uma atividade
profissional, ocasionando perda de tempo, lesões ou danos materiais.
Além disso, são também considerados acidentes de trabalho aqueles que ocorrem nas
seguintes situações, dentre outras:
a) Quando O Empregado Estiver Realizando Serviços Fora Do Local De Trabalho, Por
Ordem Da Empresa;

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
b) Quando O Empregado Estiver Realizando Viagem A Serviço Da Empresa;
c) Quando Ocorre No Trajeto Entre A Casa E O Trabalho Ou Vice-Versa; Ou
d) Quando O Empregado Contrai Uma Doença Profissional, Ou Seja, Provocada Pelo
Tipo De Trabalho Que Executa.

Há situações em que o fato indesejado ocorre, mas, por não haver ninguém exposto, não
há vítimas ou danos. Isto é o que se chama de incidente de trabalho ou quase acidente, que é o
termo utilizado para designar “uma situação em que houve um risco e uma exposição simultânea
a ele, mas não houve lesões e perdas materiais”.

2.4 Principais causas de acidentes do trabalho e o


papel da CIPA
Com o objetivo de prevenir a ocorrência de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, o
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) obriga, por meio da Norma Regulamentadora 5 (NR-5),
que todas as empresas públicas e privadas organizem e mantenham em funcionamento, por
estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), constituída
exclusivamente por empregados, de modo a tornar o trabalho compatível, permanentemente,
com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
As atribuições da CIPA incluem, dentre outras:
 Verificar periodicamente as condições de trabalho;
 Divulgar informações sobre segurança e saúde no trabalho;
 Participar com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho (SESMT) das discussões promovidas pelo empregador para avaliar novos perigos e
riscos potenciais;
 Divulgar e promover o cumprimento das NR;
 Promover com o SESMT a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
(SIPAT);
 Participar em conjunto com a empresa de Campanhas de Prevenção da AIDS; e
 Elaborar o mapa de risco.

2.5 Conceitos e fatores de risco que influenciam nas


atitudes e respostas
Causas dos Acidentes
Os acidentes de trabalho são, na maior parte das vezes, causados por três motivos
principais:
 Execução de Atos Inseguros ou Fora do Padrão;
 Condições de Trabalho Inseguras ou Fora do Padrão;
 Fatores Pessoais de Insegurança.

Fatores Pessoais de Insegurança


Quando o trabalhador não está em suas condições fisiológicas ou psicológicas normais,
os riscos de acidentes de trabalho aumentam consideravelmente. É o que podemos chamar

25
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
de “Problemas Pessoais”, que podem atuar sobre o indivíduo como agentes provocadores
de acidentes, como por exemplo:
 Problemas De Saúde Não Tratados;
 Conflitos Familiares;
 Falta De Interesse Pela Atividade Que Desempenha;
 Dificuldades Financeiras;
 Alcoolismo;
 Uso De Substâncias Tóxicas;
 Desajuste Social;
 Desequilíbrio Psíquico.

2.6 Perigo e Risco


Perigo e Risco Conforme a OHSAS 18001
Perigo: Fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão,
doença, dano à propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a combinação destes.
Risco: Combinação da probabilidade de ocorrência e da(s) consequência(s) de um
determinado evento perigoso.
Perigo – É a fonte geradora
Risco – É a exposição à esta fonte

O risco, definido como a probabilidade da ocorrência de determinada ameaça à segurança


do pessoal ou do material, causando-lhes danos específicos e diminuição da produtividade, está
presente nos locais de trabalho e em todas as demais atividades humanas.
Os riscos existentes nos locais de trabalho são denominados profissionais e subdividem-se
em riscos de operação e ambientais. Dentre os primeiros, podemos citar:
a) Soldagem
Responsável pelo risco: efeito do calor e radiações sobre gases.
Tipo de risco: queimaduras, danos visuais.
b) Acumuladores de Chumbo e Alcalinos
Responsável pelo risco: todas as fases de elaboração, carga e descarga das baterias.
Tipo de risco: inalação de partículas de chumbo, vapores, ácido sulfúrico e intoxicação
crônica por cádmio.
c) Pinturas a Pincel e Pistola
Responsável pelo risco: Cores com pigmentos à base de chumbo, solventes aromáticos,
esmaltes e hidratos de chumbo e cromo.
Tipos de risco: intoxicação pelo chumbo, benzol ou cromo.

2.7 Risco, Frequência e Consequência


Controle de Risco
O controle de risco tem por objetivo manter os riscos abaixo de valores toleráveis e pode
ser exercida por meio de sistemas operacionais, unidade de trabalho específica ou pelo próprio
trabalhador.
Em qualquer dos casos, os seguintes princípios são válidos:
 acidente é um fenômeno de natureza múltipla, que resulta de interações físicas,
biológicas, psicológicas, sociais ou culturais;
 todos os acidentes podem ser evitados;
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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 acidentes ocorrem porque a mente se envolve com o trabalho e esquece do corpo; e
 o indivíduo não consegue, sozinho, controlar os riscos de sua atividade.
Os causadores de risco são os chamados agentes de risco, que são classificados em físicos,
químicos, biológicos e ergonômicos.

Agentes Físicos
Alguns agentes físicos são capazes de provocar acidentes e causar doenças
profissionais, sendo os principais dentre eles:
Calor ou Frio – O trabalho em ambientes quentes ou frios pode causar problemas de
desconforto ou fadiga térmica. Os ambientes devem ser analisados quanto à sua ventilação e
ao calor irradiado por máquinas e equipamentos, como caldeiras, por exemplo.
Ruído – Acima de determinada intensidade e faixa de frequência, poderá afetar o
organismo de diferentes formas, tais como:
• acima de 85 db (decibéis), poderá afetar o sistema nervoso, produzindo fadiga
ou outras lesões nervosas.
• acima de 100 db, poderá afetar o ouvido interno, provocando redução
temporária ou permanente da audição;
• acima de 120 db, poderá causar sensações dolorosas.
Há outros agentes físicos, como a pressão e a vibração, por exemplo, que só aparecem
em serviços específicos.

Agentes Químicos
Agentes químicos são as substâncias líquidas, sólidas ou gasosas encontradas no
ambiente de trabalho capazes de provocar acidentes ou causar doenças profissionais.

Agentes Biológicos
Agentes Biológicos são aqueles capazes de provocar infecções causadoras de doenças,
tais como a tuberculose e a brucelose, dentre outras. Algumas dessas doenças são
transmitidas por alimentos, por utensílios pessoais, pela água ou mesmo pelo contato pessoa
a pessoa (infecção cruzada).

Agentes Ergonômicos
Agentes Ergonômicos são aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos,
ligados à execução de atividades profissionais. Esses fatores podem produzir alterações
físicas e emocionais no trabalhador, comprometendo sua saúde, segurança e produtividade.
Iluminação – Tanto o excesso e quanto a falta de iluminação pode provocar cansaço
visual e deficiência permanente da visão.

2.8 Atos inseguros e condições inseguras que podem


ocorrer a bordo
Atos Inseguros e Condições Inseguras - São os atos ou as ações que o trabalhador
executa, de forma voluntária ou não, e que podem provocar ou contribuir para a ocorrência de
um acidente.
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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Normalmente, são decorrentes de:
 Excesso de Confiança, típica dos que têm muita prática profissional e se
julgam imunes aos acidentes;
 Imperícia, ou seja, falta de habilidade para o desempenho de
determinada atividade, fruto de aprendizado deficiente ou treinamento insuficiente;
 Ideias Preconcebidas, tais como a de que acidentes acontecem por
fatalidade, não sendo necessário cuidar de sua prevenção;
 Exibicionismo, que pode ocorrer com trabalhadores experientes, na
tentativa de impressionar os novatos; ou
 Excesso de Coragem, quando alguns tentam mostrar-se indiferentes ao
perigo, também para impressionar os colegas.
Dentre os atos inseguros mais comuns, podemos destacar:
Deixar de tomar precauções na execução de determinadas tarefas;
Não seguir as normas de segurança existentes;
Trabalhar em ritmo perigoso (muito lento ou muito rápido);
Trabalhar sem que os dispositivos de segurança estejam funcionando;
Trabalhar com ferramentas inadequadas;
Não usar equipamentos de proteção individual adequados;
Distrair-se ou brincar no local de trabalho;
Limpar máquinas em movimento;
Realizar movimentos que podem causar lesões, como exibir força com levantamento
de peso;
Descer ou subir escadas correndo;
Usar ar comprimido para limpeza pessoal;
Jogar objetos em direção a outros trabalhadores;
Comer ou guardar alimentos em locais impróprios;
Improvisar escadas (ex. subir em tambores);
Lubrificar máquinas em movimento;
Subir em escadas mal apoiadas;
Fumar em local proibido;
 Usar EPI incorretamente.

Fig. 2 - Placas de Alerta

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
A contribuição que damos para nos acidentarmos
é denominada ATO INSEGURO.

Condições de Trabalho Inseguras


São consideradas condições de trabalho inseguras as deficiências, defeitos ou
irregularidades técnicas existentes no ambiente de trabalho, que constituam riscos para a
integridade física ou a saúde do trabalhador, ou para os bens materiais da empresa.

2.9 Importância do uso do EPI e do cumprimento das


normas de segurança
Equipamentos de Proteção Individual
A NR-6, do MTE, estabelece e define os tipos de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de
trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
Segundo essa mesma norma, EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual, utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar sua segurança e saúde no
trabalho.
As empresas são obrigadas a fornecer a seus trabalhadores, gratuitamente, EPI adequado
ao risco a que estão submetidos, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:

Obrigações do Empregador
A legislação vigente obriga o empregador a cumprir os seguintes procedimentos, referentes
aos EPI:
 Adquirir o tipo adequado à atividade do trabalhador;
 Fornecer ao trabalhador somente EPI aprovados pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) e fornecidos por empresas cadastradas no Departamento Nacional de Segurança
e Saúde do Trabalho (DNSST);
 Treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado;
 Tornar obrigatório o seu uso;
 Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;
 Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;
 Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada nos EPI.

Obrigações do Trabalhador
A legislação vigente obriga o trabalhador a cumprir os seguintes procedimentos, referentes
aos EPI:
 Usá-los apenas para a finalidade a que se destinam;
 Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
 Comunicar ao empregador qualquer alteração que os torne impróprios para uso.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Cuidados com os EPI
Como vimos anteriormente, é uma obrigação conjunta da empresa e do trabalhador a
correta manutenção, limpeza e conservação dos EPI.
Assim, é importante que cada usuário tome os seguintes cuidados com os EPI que utiliza:
 Por ser um equipamento de uso pessoal, deve ser utilizado sempre pela mesma
pessoa;
 Não usar o capacete para retirada de água de poças ou para a guarda de materiais
que possam contaminá-lo;
 Não usar o capacete para outros fins que não seja o de proteger a própria cabeça;
 Acostumar-se a lavar periodicamente o capacete;
 Habituar-se a lavar os óculos de segurança com água e sabão, para os higienizar, e
secá-los com papel ou panos limpos, para não os arranhar;
 Não guardar os óculos de segurança com as lentes viradas para baixo, para evitar
arranhões;
 Se as lentes dos óculos de segurança estiverem demasiadamente arranhadas, trocá-los
por óculos novos, para não prejudicar a visão, o que possibilita a ocorrência de acidentes;
 Lavar com água e sabão os protetores auriculares de inserção, para evitar a
contaminação dos ouvidos;
 Botas de couro demasiadamente úmidas deverão ser secadas à sombra, em local bem
ventilado e Trocar os EPI danificados por novos, sempre que for necessário. “Eles representam
segurança!”
 ATENÇÃO!
 Os EPI não foram desenvolvidos para substituir os demais cuidados na execução do
trabalho, e sim para complementá-los, evitando-se a exposição.
 Para reduzir os riscos de contaminação, as operações de manuseio e aplicação devem
ser realizadas com cuidado, para evitar ao máximo a exposição.

Fig.3 - Certificado de Treinamento de EPI Fig.4 - Entrega de EPI

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
2.10 Identificar a localização e a necessidade da utilização
de máscaras de fuga, chuveiro lava olhos e chuveiro
de segurança previstos pela NR-34
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)
EPC São todos dispositivos de uso coletivo, destinados a proteger
as integridades físicas
dos trabalhadores.
Em áreas com risco de contato com condições perigosas, através de APR verificasse a
necessidade de se instalar os EPC ex:

Chuveiro de segurança e Lava-Olhos de Emergência: São equipamentos de proteção


coletivas imprescindíveis a todos os locais e atividades que possa gerar contato com produtos
perigoso. São destinados a eliminar ou minimizar os danos causados por acidentes nos olhos
e/ou face e em qualquer parte do corpo.

Fig.5 – Chuveiro de segurança e Lava-Olhos

O lava-olhos é formado por dois pequenos chuveiros de média pressão, acoplados a uma bacia
de aço inox, cujo ângulo permita o direcionamento correto do jato de água na face e olhos Este
equipamento poderá estar acoplado ao chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem
ocular.

Fig.6 - Lava-olhos

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Mascaras de fuga são colocadas em áreas de risco onde possa ocorrer a vazamento de um
produto nocivo a saúde do trabalhador ou a mesma já será fornecida ao trabalhador no
momento da execução do trabalho, sendo orientado a quando e como deve ser usado.

Fig.7 - Respirador com cilindro de ar para fuga

2.11 Efeitos e precauções em relação à presença de


gases tóxicos e asfixiantes
Gases Tóxicos e Asfixiantes
O principal perigo presente em espaços confinados diz respeito à atmosfera ambiente. É
comum encontrarmos a presença de gases tóxicos e asfixiantes em espaços confinados, que,
segundo os efeitos que provocam sobre o organismo humano, podem ser classificados em
asfixiantes simples, asfixiante químico e gases irritantes.
Sulfeto de Hidrogênio (H2S)
Sulfeto de Hidrogênio (H2S) É um dos mais temidos agentes de riscos encontrados
em alguns campos de petróleo. Também conhecido por Gás Sulfídrico, Gás de Ovo Podre ou
Gás de Pântano. Este gás já foi o responsável por diversos acidentes, sendo alguns deles
fatais, pois é extremamente tóxico e inflamável, exigindo vigilância permanente e um plano
de controle de emergência específico. Em algumas plataformas os empregados mantêm
máscaras de fuga, presas a sua cintura durante as 24 horas do dia e disponíveis para uso a
qualquer momento. Nós seres humanos também produzimos H2S e o exalamos através da
respiração (25 a 200 ppm) e do trato intestinal (25 ppm).
Na indústria do petróleo o H2S poderá estar presente nos reservatórios de petróleo e
nos campos onde há injeção de água do mar. Pode ser resultante de mecanismos de
dissolução de sulfetos minerais, da decomposição de compostos orgânicos sulfurados etc.
Outra fonte de H2S tem sido atribuída a atividade da bactéria redutora de sulfato – BRS, no
interior do reservatório.
Características:
 Muito tóxico.
 Incolor.
 Mais pesado que o ar.
 Tem odor de ovo podre a baixas concentrações, mas inibe o sentido do olfato em
concentrações elevadas.
 Forma misturas explosivas com o ar.
 Ataca o aço e selos de borracha rapidamente.
 Também conhecido como gás sulfídrico e sulfeto de hidrogênio.

32
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Gás Carbônico (CO2)
Gás Carbônico (CO2) A queima de combustíveis fósseis aparece nos levantamentos
científicos como a segunda geradora de emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos
provocadores do efeito estufa, logo atrás do desmatamento.

2.12 Perigos e precauções de trabalhos em espaços


confinados
Segundo a NR-33, do MTE, espaço confinado é “qualquer área ou ambiente não projetado
para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação
existente seja insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir deficiência ou
enriquecimento de oxigênio”.
A Agência de Administração de Segurança Profissional e de Saúde dos EUA (OSHA), por sua
vez, enumera as seguintes características de um espaço confinado:
 Grande o suficiente e configurado de tal forma que o trabalhador possa entrar e
realizar seu trabalho;
 Possui entradas e saídas limitadas ou restritas;
 Não é projetado para a ocupação humana;
 Contém riscos atmosféricos;
 Possui uma configuração interna que pode causar asfixia ou claustrofobia; e
 Possui agentes contaminantes agressivos à segurança e à saúde.

Precauções para a Entrada


Os espaços confinados são diferentes uns dos outros, mas seus perigos são muito
parecidos. Antes da entrada em um espaço confinado, é necessário que se avalie cada risco
em particular, para que sejam identificados os perigos existentes e os potenciais.
Os principais riscos oferecidos por um espaço confinado são os atmosféricos e os
físicos. Assim, as seguintes precauções devem ser tomadas, antes de entrar em um espaço
confinado:
 Verificar o teor de oxigênio presente na atmosfera local, considerando que, segundo as
NR 6 e 15, concentrações inferiores a 18% em volume caracterizam uma atmosfera
“deficiente de oxigênio”.
 Verificar a presença de vapores inflamáveis ou gases tóxicos, que podem ser causados
pela evaporação de líquidos inflamáveis ou pela reação química de substâncias tóxicas ou
inflamáveis.
 Verificar a presença de radiações, que podem ser causadas pelo uso de instrumentos
medidores de níveis de fontes radioativas ou provenientes da luz ultravioleta emitida pelo
arco elétrico, quando dos trabalhos de soldagem.
 Verificar a temperatura do ambiente e utilizar roupas adequadas, caso esteja muito
alta ou muito baixa.
Verificar a necessidade de desalimentar circuitos ou equipamentos elétricos ali
localizados.
 Assegurar-se de que há superfície sólida e firme onde se possa pisar, lembrando que
grãos, talco, areia, lama e outros materiais podem ceder ao peso do corpo e provocar
afundamento e asfixia do trabalhador.

33
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Verificar o estado da superfície no fundo do espaço confinado, lembrando que
superfícies úmidas, além de tornarem-se escorregadias, podem causar choque elétrico no
trabalhador.
 Verificar o nível de ruído presente, levando em consideração que as características do
espaço confinado podem provocar um efeito de amplificação acústica.

Demonstração do uso adequado de cada EPI

 Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não


ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças
profissionais e do trabalho;
 Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e
 Para atender a situações de emergência.
Os EPI mais comumente usados são:

Fig.10. –Óculos de proteção Fig.8 - Luvas de proteção


Fig.9 - Protetor facial

Fig. 12 - Calçado de segurança


Fig.11 - Abafador de
ruído

2.13 Importância preventiva da disciplina operacional


Permissão para Trabalho
Permissão para trabalho é um documento formal e padronizado que define as ações a
serem usadas, para que todo trabalho que envolva riscos seja executado garantindo a
segurança das pessoas, das instalações e do meio ambiente, por isso, temos que seguir todos
os procedimentos de segurança que essa permissão exige.
Além disto temos que cumprir os procedimentos internos e ficar atentos a Gestão de
Mudança.

3. Unidade de Ensino: Prevenção da Poluição e


Fiscalização
Recuperar o meio-ambiente costeiro depende essencialmente de uma combinação de
esforços que passam por humanizar a vida da população até a aplicação adequada de
recursos financeiros para recuperar áreas já muito contaminadas ou degradadas.

34
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Os principais grupos de contaminantes marinhos estão representados pelos nutrientes
inorgânicos, metais, hidrocarbonetos de petróleo, organoclorados, organoestanhos, dioxinas.
O grupo mais conhecido e especialmente citado acima é o dos nutrientes inorgânicos, que
carregam altas dosagens de fosfato e nitrogênio e têm como agente causador os esgotos
urbanos despejados no mar, principal origem de microrganismos causadores de doenças
como hepatite, por exemplo.

Fiscalização da Poluição Marítima


De acordo com a Lei nº 9537/1997, que dispõe sobre a Segurança do Tráfego Aquaviário no
Brasil, cabe à Marinha do Brasil, na condição de autoridade marítima, promover a implantação e
execução deste dispositivo, com o propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana e a
segurança da navegação, no mar aberto e nas hidrovias interiores, e a prevenção da poluição
ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio. O órgão da
Marinha do Brasil que atua como autoridade marítima é a Diretoria de Portos e Costas (DPC), que
possui representantes nos portos marítimos, lacustres e fluviais brasileiros. Esses representantes,
conhecidos genericamente como “rede da DPC”, podem ser Capitanias, Delegacias ou Agências,
de acordo com a importância do porto pelo qual é responsável.
Relacionamos abaixo os instrumentos legais que atribuem competência à Marinha do Brasil
sobre segurança e que, de alguma forma, podem ter reflexos sobre a segurança pública
portuária:
 Constituição da República Federativa do Brasil – Art. 142;
 Lei Complementar nº. 97/1999 – dispõe sobre as normas gerais para organização, o
preparo e o emprego das Forças Armadas;
 Decreto nº. 1.265/1994 – aprova a Política Marítima Nacional;
 Decreto nº. 1.052/1994 – dispõe sobre a direção civil do transporte marítimo em
situações de tensão internacional ou guerra;
 Decreto nº. 3.897/2001 – fixa as diretrizes para o emprego das Forças Armadas na
Garantia da Lei e de Ordem e dá outras providências.

35
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.1 Efeitos da poluição no meio ambiente marinho
A atividade humana pode afetar a circulação de nutrientes (alimentos) do meio ambiente,
tanto no aspecto qualitativo quanto quantitativo. Essa atividade prejudicial pode incluir o
derramamento de agentes poluidores ou a destruição indiscriminada de seres vivos produtores
ou transmissores de alguns desses nutrientes, como o nitrogênio, o fósforo e o oxigênio, por
exemplo.
Além disso, a intervenção desequilibrada do homem sobre o ambiente, muitas vezes, causa
sérios prejuízos ao funcionamento da cadeia alimentar, provocando doenças que podem eliminar
colônias inteiras de seres vivos.
Algumas substâncias despejadas pelo homem no meio ambiente passam a fazer parte de
organismos e microrganismos, sendo repassadas, através da cadeia alimentar, aos chamados
seres superiores (as aves, os peixes, o homem etc.), causando sérias doenças ou, até mesmo, a
morte.
O art. 3º da Lei Federal do Brasil nº 6.938, de 31/08/1981, que dispõe sobre a política
nacional de meio ambiente, conceitua meio ambiente como “o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas”.
No mesmo artigo, define ainda poluição ambiental como sendo a “degradação da
qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
 Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população;
 Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
 Afetem desfavoravelmente a biota;
 Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; ou
 “Lancem nos ambientes matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.”

3.2 Propósito da Lei nº 9.985 e Lei nº 9.966


(Fiscalização e multas).
 Lei nº 9.985, de 2000, do Decreto Regulamentador nº 4.519, de 2002.

Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC,
estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação.
Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração,
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a
preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente
natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações,
mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e
garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;
III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas;
36
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
IV - recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora;
V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a
longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos
ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por
interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;
VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção
e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies
domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades
características;
VIII - manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da
diversidade biológica e dos ecossistemas;
IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos
naturais;
X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais;
XI - uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos
recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os
demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável;
XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo
sustentável, de recursos naturais renováveis;
XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;
XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada
o mais próximo possível da sua condição original;
XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com
objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as
condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e
eficaz;
XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos
objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas
que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de
minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e
XIX - corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota,
facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a
manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do
que aquela das unidades individuais.

 Lei nº 9.966, de 2000.

Art. 1o Esta Lei estabelece os princípios básicos a serem obedecidos na movimentação de


óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em portos organizados, instalações portuárias,
plataformas e navios em águas sob jurisdição nacional.

Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á:

I – quando ausentes os pressupostos para aplicação da Convenção Internacional para a


Prevenção da Poluição Causada por Navios (Marpol 73/78);

37
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
II – às embarcações nacionais, portos organizados, instalações portuárias, dutos,
plataformas e suas instalações de apoio, em caráter complementar à Marpol 73/78;
III – às embarcações, plataformas e instalações de apoio estrangeiras, cuja bandeira
arvorada seja ou não de país contratante da Marpol 73/78, quando em águas sob jurisdição
nacional;
IV – às instalações portuárias especializadas em outras cargas que não óleo e substâncias
nocivas ou perigosas, e aos estaleiros, marinas, clubes náuticos e outros locais e instalações
similares.

capítulo v

Das infrações e das sanções

Art. 25. São infrações, punidas na forma desta Lei:

I – descumprir o disposto nos arts. 5o, 6o e 7o:


Pena – multa diária;
II – descumprir o disposto nos arts. 9o e 22:
Pena – multa;
III – descumprir o disposto nos arts. 10, 11 e 12:
Pena – multa e retenção do navio até que a situação seja regularizada;
IV – descumprir o disposto no art. 24:
Pena – multa e suspensão imediata das atividades da empresa transportadora em situação
irregular.
§ 1o Respondem pelas infrações previstas neste artigo, na medida de sua ação ou omissão:
I – o proprietário do navio, pessoa física ou jurídica, ou quem legalmente o represente;
II – o armador ou operador do navio, caso este não esteja sendo armado ou operado pelo
proprietário;
III – o concessionário ou a empresa autorizada a exercer atividades pertinentes à indústria
do petróleo;
IV – o comandante ou tripulante do navio;
V – a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que legalmente represente o
porto organizado, a instalação portuária, a plataforma e suas instalações de apoio, o estaleiro, a
marina, o clube náutico ou instalação similar;
VI – o proprietário da carga.
§ 2o O valor da multa de que trata este artigo será fixado no regulamento desta Lei, sendo
o mínimo de R$ 7.000,00 (sete mil reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de
reais).
§ 3o A aplicação das penas previstas neste artigo não isenta o agente de outras sanções
administrativas e penais previstas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outras
normas específicas que tratem da matéria, nem da responsabilidade civil pelas perdas e danos
causados ao meio ambiente e ao patrimônio público e privado.
Art. 26. A inobservância ao disposto nos arts. 15, 16, 17 e 19 será punida na forma da Lei
no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e seu regulamento.
Art. 27. São responsáveis pelo cumprimento desta Lei:
I – a autoridade marítima, por intermédio de suas organizações competentes, com as
seguintes atribuições:
a) fiscalizar navios, plataformas e suas instalações de apoio, e as cargas embarcadas, de
natureza nociva ou perigosa, autuando os infratores na esfera de sua competência;
II – o órgão federal de meio ambiente, com as seguintes atribuições:
a) realizar o controle ambiental e a fiscalização dos portos organizados, das instalações
portuárias, das cargas movimentadas, de natureza nociva ou perigosa, e das plataformas e suas

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
instalações de apoio, quanto às exigências previstas no licenciamento ambiental, autuando os
infratores na esfera de sua competência;
b) avaliar os danos ambientais causados por incidentes nos portos organizados, dutos,
instalações portuárias, navios, plataformas e suas instalações de apoio;
V – o órgão regulador da indústria do petróleo, com as seguintes competências:
a) fiscalizar diretamente, ou mediante convênio, as plataformas e suas instalações de apoio,
os dutos e as instalações portuárias, no que diz respeito às atividades de pesquisa, perfuração,
produção, tratamento, armazenamento e movimentação de petróleo e seus derivados e gás
natural;

3.3 Principais fontes poluidoras


Lixo
O lixo é responsável por um dos mais graves problemas ambientais de nosso tempo. Seu
volume é excessivo e vem aumentando de maneira alarmante, principalmente nos grandes
centros urbanos, atingindo quantidades impressionantes, como os quatorze milhões de quilos
coletados diariamente na cidade de São Paulo. Além disso, os locais para disposição desse
material estão se esgotando rapidamente, exigindo iniciativas urgentes para a redução da
quantidade enviada para os aterros sanitários, aterros clandestinos ou lixões.
O lixo, como os demais problemas ambientais, tornou-se uma questão que excede à
capacidade dos órgãos governamentais e necessita da participação de todos os segmentos da
sociedade para sua solução.

Fig.13 - Lixão a céu aberto

Para ajudar na conscientização do mal que o lixo pode causar ao meio ambiente,
apresentamos abaixo uma tabela com o tempo que a natureza leva para absorver alguns
materiais que estão presentes no nosso dia-a-dia.
De acordo com a origem dos resíduos produzidos, o lixo pode ser classificado nas
seguintes categorias:
Domiciliar: são os resíduos provenientes das residências. Apesar de bastante
diversificado, é formado, na maior parte, por restos de alimentos (lixo orgânico), produtos
deteriorados, embalagens em geral, retalhos, papéis, vidros e metais;
39
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Comercial: são os resíduos originados nos diversos estabelecimentos comerciais e de
serviços, tais como supermercados, bancos, lojas, bares, restaurantes etc;
Público: são aqueles originados nos serviços de limpeza urbana, como restos de poda
e produtos da varrição das áreas públicas, limpeza de praias e galerias pluviais, resíduos das
feiras livres e outros;
De serviços de saúde: resíduos provenientes de hospitais, clínicas médicas ou
odontológicas, laboratórios, farmácias etc. É potencialmente perigoso, pois pode conter
materiais contaminados por agentes biológicos, químicos e quimioterápicos. É constituído, em
grande parte, por agulhas, seringas, lâminas, vidros, instrumentos cirúrgicos imprestáveis
etc;
Industrial: são os resíduos resultantes dos processos industriais. O tipo de lixo varia
de acordo com o ramo de atividade da indústria. Nessa categoria encontramos a maior parte
dos materiais considerados perigosos ou tóxicos;
Agrícola: resulta das atividades de agricultura e pecuária. É constituído por
embalagens de agrotóxicos, rações, adubos, restos de colheita, dejetos da criação de animais
etc; e
Entulho: restos da construção civil, reformas, demolições, solos de escavações etc.

MATERIAL TEMPO
Jornais 2 a 6 semanas
Embalagens de Papel 1 a 4 meses
Cascas de Frutas 3 meses
Guardanapos 3 meses
Pontas de Cigarros 2 anos
Palitos de Fósforos 2 anos
Chicletes 5 anos
Nylon 30 a 40 anos
Latas de Alumínio 100 a 500 anos
Tampas de Garrafas 100 a 500 anos
Pilhas e Baterias 100 a 500 anos
Sacos e Copos Plásticos 200 a 450 anos
Frascos de Vidro ou Plástico Tempo indeterminado
Tabela 1 - Tempo de absorção de materiais

Uma das possibilidades para reduzir o problema do lixo é a implantação da coleta


seletiva de lixo, que consiste na segregação de tudo o que pode ser reaproveitado, como
papéis, latas, vidros e plásticos, dentre outros, os quais são enviados para reciclagem. A
implantação de programas de coleta seletiva e de reciclagem de lixo não só contribui para a
redução da poluição causada pelo lixo, como também proporciona economia de recursos
naturais, água, energia e matérias-primas. Em alguns casos, pode ainda representar
obtenção de recursos financeiros, advindos da comercialização do material coletado ou
reciclado.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
A atividade que complementa a coleta seletiva de lixo é a reciclagem, que consiste na
transformação de materiais usados em novos produtos, que podem ser comercializados.
Através da reciclagem, papéis velhos transformam-se em novas folhas ou caixas de papelão;
vidros quebrados transformam-se em novas garrafas ou frascos; plásticos podem
transformar-se em vassouras, potes ou camisetas; e metais transformam-se em novas latas
ou recipientes.
Por ser realizada pela transformação de detritos, por meio de reprocessamento, a
reciclagem é uma atividade industrial, na maioria dos casos.

Hidrocarbonetos
A poluição causada por hidrocarbonetos (óleo cru, derivados de petróleo, nafta etc.)
pode ter sua origem em:
Acidentes marítimos, tais como encalhes, afundamentos ou abalroamentos de
petroleiros ou outros navios que transportem esse tipo de carga ou utilizem hidrocarbonetos
como combustível próprio;
Despejos deliberados, oriundos do alijamento de lastro, lavagens de tanques de
combustível, resíduos de combustível, limpeza de porões sujos de hidrocarbonetos ou da
lavagem de tanques de petroleiros; ou
 Operações de imersão de resíduos produzidos em terra.
As chamadas marés negras resultantes de grandes derramamentos de hidrocarbonetos
no mar são a face mais conhecida e impactante das consequências da poluição marítima por
hidrocarbonetos. Todos nos recordamos das imagens de aves cobertas de óleo cru na Guerra
do Iraque de 1991, bem como dos nomes de navios associados a esses tipos de desastres:
“Torrey Canyon”, no Reino Unido, em 1967, “Amoco Cadiz”, na França, em 1978, e “Exxon
Valdez”, no Alaska, em 1989.
Vale ressaltar, todavia, que a maioria dos acidentes poluidores ocorre em operações de
rotina, como carga e descarga de navios em portos e terminais petrolíferos. Além disso,
a grande maioria dos hidrocarbonetos derramados no mar é proveniente de descargas
operacionais, como lavagens de tanques. Essas descargas, um dos tipos de despejo
deliberado, atingem as costas de forma reduzida ou dispersa, sendo assim de difícil detecção
e prevenção.

Fig.14 - Foto aérea de vazamento de óleo Fig.15 - Ave marinha impregnada de


(Exxon Valdez - Alaska) óleo cru

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Esses impactos são agravados pelo depósito do agente poluidor nos sedimentos do
fundo do mar, prolongando os efeitos da poluição durante vários anos depois do
derramamento. Além disso, as consequências no turismo, nas atividades recreativas, na
indústria, na pesca, na operacionalidade de portos e marinas podem ser arrasadores para a
economia e a estabilidade social de algumas localidades.
Obviamente, o óleo derramado nas águas acabará desaparecendo, por efeito da
evaporação ou servindo de alimento para um tipo especial de bactéria. Entretanto, ambos os
processos são muito lentos, fazendo com que este óleo permaneça causando danos por
muitos anos.

3.4 Procedimentos básicos para prevenção da poluição


no meio ambiente
Meio ambiente é o conjunto de forças e condições que cercam e influenciam os seres vivos
e as coisas em geral. Os fatores constituintes do meio ambiente compreendem clima, iluminação,
pressão, teor de oxigênio, condições de alimentação, modo de vida em sociedade e, para o
homem, educação e companhia, dentre outros aspectos.
Para a biologia, sobretudo para o ramo da ecologia, o meio ambiente inclui todos os fatores
que afetam diretamente o metabolismo ou o comportamento de um ser vivo ou de uma espécie,
incluindo o ar, a água, o solo e a luz - chamados fatores abióticos – além dos próprios seres
vivos.
Para compreendermos perfeitamente o conceito de meio ambiente é fundamental o
entendimento do termo ecologia, o qual significa o estudo das interações dos seres vivos entre si
e com o meio ambiente.
Assim, de forma simplista, podemos dizer que meio ambiente é o espaço ou a área
geográfica onde a vida se desenvolve, podendo ser:
 O planeta Terra na sua totalidade;
 O mar (chamado de meio ambiente marinho);
 Uma cachoeira;
 Uma floresta;
 Uma área de mangue;
 Um rio;
 Uma praia etc.

Conservação do Meio Ambiente


A situação do meio ambiente no globo nos desafia a preservar os recursos naturais e, ao
mesmo tempo, possibilitar um desenvolvimento social justo, permitindo que as sociedades
humanas atinjam melhor qualidade de vida, em todos os aspectos.
A necessidade de consolidar novos modelos de desenvolvimento sustentável exige a
construção de alternativas de utilização dos recursos naturais orientada pela racionalidade
ambiental e pela ética da solidariedade.

Combate à Poluição por Hidrocarbonetos


A Convenção Internacional para Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL) é o
tratado internacional que regulamenta todas as formas de poluição marítima, exceto as
disposições referentes aos resíduos produzidos em terra e despejados no mar. Impõe regras

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
de construção de petroleiros, equipamentos de separação de hidrocarbonetos e água,
critérios de descarga e a existência de livros de registros e certificados.
A MARPOL foi ratificada pelo Congresso Nacional do Brasil em 1995 e promulgada pelo
Decreto Presidencial nº 2.508, de 04/03/1998, passando a ter força de lei em todo o território
nacional. Entretanto, as emendas posteriores estão ainda em fase de estudos no Congresso,
para sua ratificação.
A Convenção Internacional sobre a Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de
Resíduos e Outras Matérias (LCD-72), e suas posteriores emendas, regula a poluição por
alijamento dos resíduos produzidos em terra e despejados no mar. No Brasil, foi ratificada
pelo Congresso em 1982 e promulgada pelo Decreto Presidencial nº. 87.566, de 16/09/1982.
Suas emendas estão em fase de ratificação pelo Congresso, onde tramita o Projeto de
Decreto Legislativo nº. 2.073, de 12/12/2005.
Apesar de todos os esforços no sentido de evitar a poluição marinha, derramamentos
de hidrocarbonetos, acidentais ou deliberados, continuam ocorrendo e, por isso, é necessário
estarmos preparados para combatê-los.
Na primeira linha de combate a um derramamento de hidrocarboneto no mar estão
navios equipados para conter a propagação da mancha poluidora e recolher o óleo da
superfície do mar, por meio de barreiras de contenção, cuja eficiência depende do estado do
mar e do tipo de hidrocarboneto derramado.
Após a contenção da mancha poluidora, o hidrocarboneto derramado é recolhido
manualmente por meio de processos variados, com equipamento adequado e equipe
especializada.

Fig. 16 - Operação para conter o óleo Fig. 17 - Recolhimento de óleo

Esgoto
Existem dois tipos de esgoto que devemos considerar: o residencial e o industrial. O
crescimento urbano desordenado dos grandes centros no Brasil e a falta de planejamento de
sistema de esgoto e tratamento de águas servidas faz com que na cidade do Rio de Janeiro,
por exemplo, seja jogado na Baía de Guanabara, diariamente, o equivalente a três Maracanãs
cheios de esgoto contaminado com coliformes. Os investimentos necessários para reverter
esta situação são imensos, pois será necessário refazer toda a rede de esgoto direcionada a
uma ou mais estações de tratamento de águas servidas. As demais grandes cidades
brasileiras, como São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador e Belo Horizonte, dentre
outras, sofrem do mesmo mal.
O esgoto industrial é também muito danoso ao meio ambiente, entretanto a nova Lei do
Meio Ambiente oferece instrumentos eficazes no combate a este tipo de poluição e os
empresários vêm se esforçando para cumprir as novas exigências. Uma maneira de obrigar a
indústria a tratar o esgoto que utilizam é exigir que a tomada de captação de água fique

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
localizada a jusante do ponto de despejo das águas servidas, o que é procedimento usual em
países que se preocupam com o meio-ambiente.

Água de Lastro
Água de Lastro é a água recolhida no mar e armazenada em tanques nos porões dos
navios, com o objetivo de dar estabilidade às embarcações, quando estão navegando sem
carga.
Em alto-mar, um navio sem lastro pode ficar descontrolado, correndo o risco de
emborcar ou partir ao meio e afundar. A água de lastro compensa a perda de peso de carga
e de combustível, regulando a estabilidade e mantendo a segurança.
Todavia, a água de lastro, ao ser descarregada pode poluir o mar, tendo em vista que
os tanques de lastro nem sempre estão limpos, possuindo micro-organismos poluidores ou,
até mesmo, resíduos de óleo.
Assim, alguns procedimentos devem ser seguidos, de modo a evitar a poluição marinha
pela água de lastro, tais como:
Prevenção e Tratamento: Um sistema de gerenciamento e controle pode reduzir a
probabilidade de introdução de espécies indesejáveis. A troca de água de lastro em alto-mar
(profundidade superior a 500 metros) é um dos mais efetivos métodos preventivos, já que, o
meio ambiente oceânico não serve de habitat a organismos de águas costeiras.
Opções de Tratamento: O tratamento a ser utilizado precisa ser seguro, prático, de
baixo custo e ambientalmente aceitável. Diversos métodos de tratamento vêm sendo
testados, dentre eles: a filtragem; o tratamento térmico; aplicação de biocidas; tratamento
elétrico; ultravioleta; acústico; de oxigenação e biológico.

3.5 Águas jurisdicionais brasileiras (AJB) e a


competência da Autoridade Marítima
Conceito para a expressão “Águas Jurisdicionais Brasileiras” perante a Marinha do
Brasil.
LEI Nº 8.617/93 Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica
exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências.
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de
largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada
nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recorte profundos e reentrâncias ou
em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata, será adotado
o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o traçado da linha de base,
a partir da qual será medida a extensão do mar territorial.
Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente,
bem como ao seu leito e subsolo.
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem
inocente no mar territorial brasileiro.
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa
ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida.
§ 2º A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na
medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam
impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a
pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave.
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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
§ 3º Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos regulamentos
estabelecidos pelo Governo brasileiro.

Mar territorial
Mar territorial é uma faixa de águas costeiras que alcança 12 milhas náuticas (22
quilômetros) a partir do litoral de um Estado que são consideradas parte do território soberano
daquele Estado (excetuados os acordos com Estados vizinhos cujas costas distem menos de 24
milhas náuticas). A largura do mar territorial é contada a partir da linha de base, isto é, a linha
de baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada nas cartas marítimas de grande escala
reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro.
Dentro do mar territorial, o Estado costeiro dispõe de direitos soberanos idênticos aos de
que goza em seu território e sua água interior, para exercer jurisdição, aplicar as suas leis e
regulamentar o uso e a exploração dos recursos. Entretanto, as embarcações estrangeiras civis e
militares têm o "direito de passagem inocente" pelo mar territorial, desde que não violem as leis
do Estado costeiro nem constituam ameaça à segurança.

Fig. 18 – Amazônia Azul

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
O mar territorial e seus conceitos correlatos - zona contígua, zona econômica exclusiva,
plataforma continental etc. - são regulados pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar (CNUDM), de 1982.

Águas interiores
Sobre suas águas interiores, além de jurisdição idêntica à do mar territorial, o Estado
costeiro pode até mesmo impedir a passagem inocente. Consideram-se águas interiores os
mares completamente fechados, os lagos e os rios, bem como as águas no interior da linha
de base do mar territorial. As águas arquipelágicas no interior das ilhas mais exteriores de um
Estado arquipélagico (como a Indonésia ou as Filipinas) também são consideradas águas
interiores.

Fig.19 - Amazônia Azul e dados comparativos

Zona contígua
A CNUDM permite que o Estado costeiro mantenha sob seu controle uma área de até
12 milhas náuticas, adicionalmente às 12 milhas do mar territorial, para o propósito de evitar
ou reprimir as infrações às suas leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração,
sanitários ou de outra natureza no seu território ou mar territorial.

Zona econômica exclusiva (ZEE)


A ZEE é uma faixa de água que começa no limite exterior do mar territorial de um
Estado costeiro e termina a uma distância de 200 milhas náuticas (370 km) do litoral (exceto
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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
se o limite exterior for mais próximo de outro Estado) na qual o Estado costeiro dispõe de
direitos especiais sobre a exploração e uso de recursos marinhos.
O Brasil e Portugal ocupam, respectivamente, a nona e a décima-primeira posições na
lista das maiores ZEEs (combinadas com o mar territorial) do mundo. A lista é encabeçada
pelos Estados Unidos (1º lugar) e pela França (2º).

Fig.20 - Áreas de Concessão de exploração

Zona Econômica Exclusiva do Brasil


Zona Econômica Exclusiva do Brasil - Também chamada de "Amazônia Azul" ou
"território" brasileiro marítimo é uma área de aproximadamente 3,6 milhões de quilômetros
quadrados - equivalente à superfície da floresta Amazônica - e poderá ser ampliada a 4,4
milhões de quilômetros quadrados em face da reivindicação brasileira perante a Comissão de
Limites das Nações Unidas, que propõe prolongar a plataforma continental do Brasil em 900
mil quilômetros quadrados de solo e subsolo marinhos que o país poderá explorar.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Nossas riquezas
Petróleo - Encontrado na Bacia de Campos e no pré-sal - a prospecção nestas áreas
corresponde a dois milhões de barris de petróleo por dia (80% da produção nacional);
Pesca – Uma diversidade de espécie marítima habita nossa região.
Com a entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
(CNUDM) em 1995, e de acordo com as suas disposições, pelas quais rochedos sem
ocupação humana permanente não dão direito ao estabelecimento de uma Zona Econômica
Exclusiva, visando explorar, conservar e gerir os recursos da região, o Brasil - que já ocupava
o arquipélago de Trindade e Martim Vaz - passou a ocupar também o arquipélago de São
Pedro e São Paulo. Esta decisão elevou-os à condição de arquipélago, permitindo ao país
ampliar a sua ZEE em 450 mil quilômetros quadrados, uma superfície equivalente ao estado
brasileiro da Bahia.

Fiscalização da Poluição Marítima

De acordo com a Lei nº 9537/1997, que dispõe sobre a Segurança do Tráfego Aquaviário no
Brasil, cabe à Marinha do Brasil, na condição de autoridade marítima, promover a implantação e
execução deste dispositivo, com o propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana e a
segurança da navegação, no mar aberto e nas hidrovias interiores, e a prevenção da poluição
ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio. O órgão da
Marinha do Brasil que atua como autoridade marítima é a Diretoria de Portos e Costas (DPC), que
possui representantes nos portos marítimos, lacustres e fluviais brasileiros. Esses representantes,
conhecidos genericamente como “rede da DPC”, podem ser Capitanias, Delegacias ou Agências,
de acordo com a importância do porto pelo qual é responsável.

Relacionamos abaixo os instrumentos legais que atribuem competência à Marinha do Brasil


sobre segurança e que, de alguma forma, podem ter reflexos sobre a segurança pública
portuária:
 Constituição da República Federativa do Brasil – Art. 142;
 Lei Complementar nº. 97/1999 – dispõe sobre as normas gerais para organização, o
preparo e o emprego das Forças Armadas;
 Decreto nº. 1.265/1994 – aprova a Política Marítima Nacional;
 Decreto nº. 1.052/1994 – dispõe sobre a direção civil do transporte marítimo em
situações de tensão internacional ou guerra;
 Decreto nº. 3.897/2001 – fixa as diretrizes para o emprego das Forças Armadas na
Garantia da Lei e de Ordem e dá outras providências.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.6 A organização distrital da Marinha do Brasil

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.7 Tarefas de fiscalização: “port state” e “flag state”
A Fiscalização é realizada de duas formas:
“Port state” - em embarcações de bandeira estrangeira.
“Flag state” - em embarcações de bandeira nacional.

Port State Control


Controle do Estado do Porto tem sido uma parte essencial importante de modo crescente no
campo da segurança marítima e consequentemente no trabalho da Organização Marítima
Internacional nos últimos anos.
Desde a adoção em 1981 da resolução da Assembléia A.466(XII) sobre procedimentos para o
controle de navios, uma variedade de resoluções relativas ao controle do Estado do porto se
tornaram efetivas. O Sub-Comitê da IMO sobre Implementação do Estado da Bandeira (FSI),
reconhecendo a necessidade de um documento abrangente e único, estabeleceu a resolução
A.787(19) - Procedimentos para Controle do Estado do Porto.
A resolução é direcionada para dar orientação básica na gestão de procedimentos de controle do
Estado do porto e propiciar consistência na condução de tais inspeções, a identificação de
deficiências de um navio, seu equipamento, sua tripulação e a aplicação de procedimentos de
controle.
Resolução da Assembléia A.787(19) revoga as resoluções A.466(XII) como emendada,
A.542(13), A.597(15), e A.742(18), bem como a resolução MEPC.26(23).

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
LESTA
Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário.

Art. 1º A segurança da navegação, nas águas sob jurisdição nacional, rege-se por esta Lei.
§ 1º As embarcações brasileiras, exceto as de guerra, os tripulantes, os profissionais não-
tripulantes
e os passageiros nelas embarcados, ainda que fora das águas sob jurisdição nacional, continuam
sujeitos ao previsto nesta Lei, respeitada, em águas estrangeiras, a soberania do Estado costeiro.
§ 2º As embarcações estrangeiras e as aeronaves na superfície das águas sob jurisdição
nacional estão sujeitas, no que couber, ao previsto nesta Lei.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, ficam estabelecidos os seguintes conceitos e definições:
VII - Inspeção Naval - atividade de cunho administrativo, que consiste na fiscalização do
cumprimento desta Lei, das normas e regulamentos dela decorrentes, e dos atos e resoluções
internacionais ratificados pelo Brasil, no que se refere exclusivamente à salvaguarda da vida
humana e à segurança da navegação, no mar aberto e em hidrovias interiores, e à prevenção da
poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas fixas ou suas instalações de apoio;
XXI - Vistoria - ação técnico-administrativa, eventual ou periódica, pela qual é verificado o
cumprimento de requisitos estabelecidos em normas nacionais e internacionais, referentes à
prevenção da poluição ambiental e às condições de segurança e habitabilidade de embarcações e
plataformas.
Art. 3º Cabe à autoridade marítima promover a implementação e a execução desta Lei, com o
propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação, no mar
aberto e hidrovias interiores, e a prevenção da poluição ambiental por parte de embarcações,
plataformas ou suas instalações de apoio.

Parágrafo único. No exterior, a autoridade diplomática representa a autoridade


marítima, no que for pertinente a esta Lei.

Art. 4º São atribuições da autoridade marítima:


a) habilitação e cadastro dos aquaviários e amadores;
c) realização de inspeções navais e vistorias;
e) inscrição das embarcações e fiscalização do Registro de Propriedade;
g) registro e certificação de helipontos das embarcações e plataformas;
h) ordenamento do espaço aquaviário e segurança da navegação nas obras, dragagens,
pesquisa e lavra de minerais sob, sobre e às margens das águas sob jurisdição nacional;
m) aplicação de penalidade ao Comandante;
III - determinar a tripulação de segurança das embarcações;
IV - determinar os equipamentos e acessórios que devam ser homologados para uso a bordo de
embarcações e plataformas e estabelecer os requisitos para a homologação;
V - estabelecer a dotação mínima de equipamentos e acessórios de segurança para embarcações
e plataformas;
VII - estabelecer os requisitos referentes às condições de segurança e habitabilidade e para a
prevenção da poluição por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio;
IX - executar a inspeção naval;
X - executar vistorias, diretamente ou por intermédio de delegação a entidades especializadas.

Art. 5º A embarcação estrangeira, submetida à inspeção naval, que apresente irregularidades


na documentação ou condições operacionais precárias, representando ameaça de danos ao meio
ambiente, à tripulação, a terceiros ou à segurança do tráfego aquaviário, pode ser ordenada a:
I - não entrar no porto;
II - não sair do porto;

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
III - sair das águas jurisdicionais;
IV - arribar em porto nacional.
Art. 8º Compete ao Comandante:

I - cumprir e fazer cumprir a bordo, a legislação, as normas e os regulamentos, bem como os


atos e as resoluções internacionais ratificados pelo Brasil;
II - cumprir e fazer cumprir a bordo, os procedimentos estabelecidos para a salvaguarda da vida
humana, para a preservação do meio ambiente e para a segurança da navegação, da própria
embarcação e da carga;
III - manter a disciplina a bordo;
IV - proceder:
a) à lavratura, em viagem, de termos de nascimento e óbito ocorridos a bordo, nos termos da
legislação específica;
b) ao inventário e à arrecadação dos bens das pessoas que falecerem a bordo, entregando-os à
autoridade competente, nos termos da legislação especifica;
c) à realização de casamentos e aprovação de testamentos in extremis, nos termos da legislação
específica;
V - comunicar à autoridade marítima: a) qualquer alteração dos sinais náuticos de auxílio à
navegação e qualquer obstáculo ou estorvo à navegação que encontrar;
b) acidentes e fatos da navegação ocorridos com sua embarcação;
c) infração desta Lei ou das normas e dos regulamentos dela decorrentes, cometida por outra
embarcação.
Parágrafo único. O descumprimento das disposições contidas neste artigo sujeita o Comandante,
nos termos do art. 22 desta Lei, às penalidades de multa ou suspensão do certificado de
habilitação, que podem ser cumulativas.

Art. 9º Todas as pessoas a bordo estão sujeitas à autoridade do Comandante.

Art. 10º O Comandante, no exercício de suas funções e para a garantia da segurança das
pessoas, da embarcação e da carga transportada, pode:
I - impor sanções disciplinares previstas na legislação pertinente;
II - ordenar o desembarque de qualquer pessoa;
III - ordenar a detenção de pessoa em camarote ou alojamento, se necessário com algemas,
quando imprescindível para a manutenção da integridade física de terceiros, da embarcação ou
da carga;
IV - determinar o alijamento de carga.

Art. 11º O Comandante, no caso de impedimento, é substituído por outro tripulante, segundo a
precedência hierárquica, estabelecida pela autoridade marítima, dos cargos e funções a bordo
das embarcações.

Art. 16º A autoridade marítima pode adotar as seguintes medidas administrativas :


I - apreensão do certificado de habilitação;
II - apreensão, retirada do tráfego ou impedimento da saída de embarcação;
III - embargo de construção, reparo ou alteração das características de embarcação;
IV - embargo da obra;
V - embargo da atividade de mineração e de benfeitorias realizadas.
§ 1o - A imposição das medidas administrativas não elide as penalidades previstas nesta Lei,
possuindo caráter complementar a elas.
§ 2o - As medidas administrativas serão suspensas tão logo sanados os motivos que ensejaram a
sua imposição.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Art. 17º A embarcação apreendida deve ser recolhida a local determinado pela autoridade
marítima.
§ 1o A autoridade marítima designará responsável pela guarda de embarcação apreendida, o
qual poderá ser seu proprietário, armador, ou preposto.
§ 2o A irregularidade determinante da apreensão deve ser sanada no prazo de noventa dias, sob
pena de a embarcação ser leiloada ou incorporada aos bens da União.

Art. 38º As despesas com os serviços a serem prestados pela autoridade marítima, em
decorrência da aplicação desta Lei, tais como vistorias, testes e homologação de equipamentos,
pareceres, perícias, emissão de certificados e outros, serão indenizadas pelos interessados.
Parágrafo único. Os emolumentos previstos neste artigo terão seus valores estipulados pela
autoridade marítima e serão pagos no ato da solicitação do serviço.
Art. 39º A autoridade marítima é exercida pelo Ministério da Marinha.

3.8 Passageiro clandestino e terrorismo


Passageiro Clandestino

Comete crime, segundo a Lei 6815/80, conhecido como Estatuto do Estrangeiro, o


transportador que omite das Autoridades Migratórias, a existência de clandestinos ou pessoa
irregular a bordo, segundo o Art. 125. XII – ao introduzir estrangeiro clandestinamente ou
ocultar clandestino ou irregular o infrator obtem pena de detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e,
se o infrator for estrangeiro, expulsão do país.

Terrorismo

Do ataque às torres gêmeas do WTC (World Trade Center) o planeta mudou. A maior
hegemonia militar da história da humanidade foi agredida provando ao mundo que terrorismo
não se faz, necessariamente, com armas convencionais. Usa-se, na maior parte do tempo, a
criatividade e o material disponível.

Os especialistas em segurança chegaram a uma terrível conclusão: o planeta tem mais


água que terra. Portanto, mais navios que aviões, e mais portos que aeroportos. Isto significa um
paraíso de oportunidades para práticas terroristas, que não precisam nem de armas
convencionais, nem de vítimas humanas para provocar um verdadeiro caos a qualquer potência
econômica do mundo. Basta prejudicar as operações marítimas e portuárias em pontos logísticos
e estratégicos, tanto em território nacional do país atacado como em conhecidos locais sensíveis
ao comércio mundial, como o Canal do Panamá. Resumindo: navios mercantes são alvos fáceis e
navios petroleiros e químicos (principalmente os navios de gás), são potenciais armas para
terroristas.

Algumas emendas à Convenção SOLAS – 1974 foram adotadas, das quais a de maior
alcance determina a introdução do novo Código Internacional de Segurança Marítima e Portuária
(ISPS Code – International Ship and Port Facility Security Code, básica). O objetivo do código é
fornecer estruturas padronizadas e consistentes para avaliações de riscos, capacitando Governos
à previsão de alternativas de ameaças e modificações na vulnerabilidade de navios e de
instalações portuárias.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.9 Pirataria no mar e atos ilícitos como assalto ou
roubo
O roubo é o ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
àimpossibilidade de resistência. O assalto caracteriza-se por ser um ataque súbito para roubar;
um ataque de surpresa.

Os novos piratas utilizam-sedo roubo e do assalto,são criminosos que agem, sequestrando


navios e exigindo resgates em troca da devolução das cargas e da tripulação. Os piratas de hoje
não são "homens do mar", ou seja, não são indivíduos acostumados a viver da navegação ou da
pesca. No caso da Somália, os rebeldes identificaram uma área potencial para sua ação
predatória.

Pirataria a Bordo: A pirataria marítima é um crime de jurisdição universal como previsto


desde 1958 no art. 14 da Convenção de Genebra para o Alto Mar, e que permanece com redação
idêntica ao artigo 100 da Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar de 1982 (CNUDM):
“ARTIGO 100 - Dever de cooperar na repressão da pirataria Todos os Estados deve cooperar em
toda a medida do possível na repressão da pirataria no alto mar ou em qualquer outro lugar que
não se encontre sob a jurisdição de algum Estado.” O direito internacional respeita a
competência jurisdicional penal como uma prerrogativa da soberania dos Estados, de maneira
que, em geral, os limites da soberania são os mesmos da jurisdição penal nacional. Dessa
maneira, os crimes cometidos dentro do território nacional, são, obviamente, de competência do
Estado em cujo território ocorreu.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Módulo 2
 Disciplina: Primeiros Socorros Elementares

Carga Horária: 6 Horas

Sigla: PSE/P

Objetivo Geral da Disciplina


Proporcionar ao aluno conhecimentos sobre as técnicas elementares de primeiros socorros que
deverão ser aplicados a bordo das unidades “offshore”, em situações emergenciais.

1- Unidade de Ensino: Introdução aos Primeiros


Socorros
Os primeiros socorros são as atenções imediatas prestadas a uma pessoa cujo estado
físico coloca em perigo sua vida, com o propósito de manter suas funções vitais e evitar
agravamento de suas condições, até que receba assistência qualificada. Pois com conhecimento
técnico, treinamento e material adequado, o socorrista é a pessoa mais valiosa fora do hospital.
Primeiros Socorros é todo e qualquer cuidado prestado à vítima, tendo como principal
objetivo minimizar os danos e consequências, até a chegada de uma equipe mais especializada.

Fig.21 primeiros socorros

1.1 Regras Básicas para Situações de Emergência de


Saúde
Em caso de emergência com vítimas, devemos acionar imediatamente o socorro
especializado, para que sejam prestados os primeiros socorros aos acidentados. Lembrando que
o primeiro atendimento e importante mais esta vitima vai precisar de tratamento. Se possível, os
seguintes dados devem ser fornecidos à equipe de socorro especializado, o mais rapidamente
possível:
 Identificação de quem está acionando a equipe;
 Mecanismo da lesão, o que ocorreu;
 Número de vítimas;
 Situação em que a(s) vítima(s) se encontra(m);
 Local do evento, fornecendo pontos de referência para facilitar a localização.
Enquanto aguarda a chegada do socorro especializado, o trabalhador mais próximo ao
acidentado deve aplicar as técnicas básicas de primeiros socorros, visando preservar a vida da
vítima e evitando o agravamento das lesões, manter o local seguro e isolado.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Os Dez Mandamentos do Socorrista:
 Mantenha a calma.
 Tenha em mente a seguinte ordem:

1º PRIMEIRO EU (o socorrista)

2º DEPOIS MINHA EQUIPE (Incluindo os transeuntes)

3º POR ÚLTIMO A VÍTIMA

 Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no
acidente.
 Ao prestar socorro, é fundamental acionar a equipe especializada de Emergência de
imediato ao checar no local do acidente.
 Mantenha sempre o bom senso e eficiência.
 Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos.
 Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão e se
sentirão mais úteis.
 Evite manobras realizadas de forma imprudente, com pressa.
 Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm menor risco de morte.
 Seja socorrista e não herói (lembre-se do 2º mandamento).

Fig.22 socorrista

OBSERVAÇÔES IMPORTANTES:
ACIONAR O SOCORRO OU O ALARME.
 1_ Avaliar o Local para Identificar Possíveis Riscos;
 2_ Acionar o Apoio Especializado;
 3_ Isolar a Área para Facilitar a atuação dos Socorristas;
 4_ Providenciar Proteção Individual á Equipe, a fim de evitar Contaminação.

1.2 Como Acionar o Alarme ou Comunicar uma


Situação de Emergência
Citar Meios de Comunicação em uma Situação de Emergência.
 Rádio Comunicação;
 Botoeira;

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Boca de Ferro;
 Telefone;
 Interfone;
 Grito.
 Obs. Todos os detalhes possíveis deverão ser informados, inclusive os dados do
socorrista.

1.3 Técnicas de Resgate e Transporte de Pessoa Ferida


São técnicas utilizadas para remover a vítima para um local seguro. A presença de riscos
no local (incêndio, desmoronamento etc.), o número de pessoas disponíveis para o transporte, a
gravidade da vítima e o local onde a vítima se encontra influenciam na escolha do tipo de
transporte.
O transporte de vítimas de traumatismos ou doenças é atividade especializada, que deve
ser conhecida e praticada por todos os socorristas. O transporte de vítimas é um determinante da
boa prestação de primeiros socorros.

Fig.23 maca rígida

O transporte realizado com a técnica incorreta não só é arriscado para o paciente, mas também
para o próprio socorrista, que pode desenvolver lesões musculares ou cervicais.
Antes de iniciar qualquer atividade de remoção e transporte de vítimas, o socorrista tem
por obrigação, além de verificar os recursos, deverá também:
1. Verificar se a vítima está respirando e se mantém batimentos cardíacos;
2. Verificar se há sangramento, o qual deve ser controlado;
3. Imobilizar as fraturas se houver tempo.

1.4 Meios Disponíveis de Assistência Médica na UOM e


nas Proximidades
Nas plataformas não existe uma equipe médica a bordo, por isso, os enfermeiros são
treinados para aplicar os Primeiros Socorros e orientados para, em caso de emergência, entrar
em contato, imediatamente, com a Base, com a finalidade de receber orientações do Médico de
plantão e, se necessário, o envio do helicóptero, para transportar a Vítima.

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Transporte de Ferido por Helicóptero ou Embarcações

Fig.24- aeronave Fig.25- bote de resgate

Para transportar um ferido através de Helicóptero ou Embarcações usam-se os seguintes


procedimentos:
 Informa à Base as condições do ferido;
 A base providenciará o tipo de transporte, normalmente um helicóptero;
 O enfermeiro de bordo juntamente com a equipe de socorrista providenciará a devida
imobilização para o transporte;
 Quando o meio de transporte chegar o ferido estará pronto para o embarque;
 A equipe de bordo embarca o ferido, que será acompanhado por um médico e
enfermeiro da Base;

1.5 Reconhecer a Importância da Higiene e da Saúde


Pessoal a Bordo
Higiene é Saúde
“Higiene é a qualidade de vida do indivíduo, que se traduz em manter seu corpo limpo, casa
limpa, local de trabalho limpo, comunidade limpa.”
A base para as Boas Maneiras é a autoestima. Se a pessoa não se valoriza, então ela não se
cuida; se ela não dá trata a si mesma cai por terra toda possibilidade de que sua aparência possa
mostrar respeito para consigo e com os outros. O auto cuidado, incluindo a higiene pessoal e a
higiene do ambiente pelo qual a pessoa é responsável, deve ser, portanto, nosso ponto de
partida.

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Higiene Pessoal

É um conjunto de hábitos de limpeza e asseio com que cuidamos do nosso corpo.

Fig.26 Higiene pessoal

 Manter roupas limpas


 Escovar os dentes e usar fio dental
 Esfregar-se bem durante o banho
 Lavar os cabelos
 Lavar as mãos antes das refeições e antes e após usar o banheiro
 Unhas aparadas
 Usar antisséptico
 Lavar e secar áreas de contato, como: virilha, axila, entre os dedos e orelhas.

Manutenção da Higiene Coletiva

Fig.27- Higiene coletiva

Saúde Física e Mental


Qualquer anormalidade nas condições de saúde dos colaboradores, durante a jornada de
trabalho ou de embarque, deverá ser participada imediatamente ao agente de saúde (médico ou
enfermeiro), para que sejam tomadas as medidas cabíveis o quanto antes.
Nos períodos de folga, além da manutenção do sono para o descanso do corpo, é
recomendável, nas unidades em que haja disponibilidade, praticar exercícios físicos, ler, assistir a
filmes ou programas de televisão TV, enfim, desenvolver atividades que contribuam para a
manutenção da saúde física e mental do indivíduo.

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Fig.28 Higiene mental

Controle das Infecções


De um modo geral, as pessoas não devem permanecer em seu local de trabalho com a evidência
de doenças transmissíveis, uma vez que os recursos médicos a bordo de Navios e Plataformas
são mais escassos que em terra. Nestes casos, é importante que um médico credenciado pela
empresa proceda a uma avaliação prévia do colaborador, antes de seu embarque ou
apresentação ao setor de trabalho.
Caso o colaborador sinta algum mal-estar durante sua jornada de trabalho ou de
embarque, deverá procurar imediatamente o serviço de saúde da empresa, navio ou plataforma,
para que possa ser orientado ou medicado.
O cumprimento dos preceitos de higiene pessoal, nos locais de uso individual e coletivo,
evita a proliferação de doenças.
Também é boa prática, para a prevenção da proliferação de doenças, o não
compartilhamento de materiais de higiene pessoal, como sabonete, pente ou escova de
cabelo,toalhas e escova de dente, por exemplo.
As empresas de hotelaria, em particular, devem estabelecer procedimentos para
higienização dos casarios, de acordo com as características das instalações a que se destina tais
como cozinha, camarote, enfermaria etc. Apesar da grande oferta no mercado, a escolha dos
produtos químicos adequados para essa limpeza não é uma tarefa fácil. Várias características
devem ser consideradas nesta seleção, tais como:
 Espectro de ação antimicrobiana, que deve ser o mais amplo possível;
 Rapidez na inativação de microrganismos;
 Capacidade de não danificar artigos ou acessórios de borracha, plásticos ou
equipamentos óticos;
 Possuir baixa toxicidade e não ser irritante a pele e mucosas;
 Tolerar pequenas variações de temperatura e de acidez (pH);
 Ser de fácil aplicação e uso;
 Ser inodoro ou possuir odor agradável;
 Ser de baixo custo;
 Ser compatível com sabões e detergentes;
 Possuir facilidade de estocagem, quando concentrado ou diluído.
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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Outro procedimento importante para o controle das infecções no local de trabalho é o
estabelecimento de rotinas para a verificação da qualidade da água potável fornecida aos
trabalhadores, assim como o controle periódico dos filtros e tubulações.
As roupas de cama e os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) também devem ser
submetidos a uma rotina de desinfecção e limpeza.
Finalmente, todos os trabalhadores devem ser orientados a realizar o descarte de
resíduos nos locais previamente estabelecidos.

Fig.29 Higiene

2. Unidade de Ensino: Corpo Humano

Fig.30 Corpo Humano

2.1 Estruturas Óssea e Muscular


Sistema Esquelético
O Sistema Ósseo ou Esqueleto é formado por um conjunto de 206 ossos, além de
cartilagens e articulações. É uma estrutura rígida, mas ao mesmo tempo flexível, que produz
células sanguíneas, atua como depósito de cálcio e protege os órgãos internos, como o crânio
que protege o encéfalo e a caixa torácica que protege o coração e pulmões. Ele permanece

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unido graças aos ligamentos e aos tendões, e utiliza os músculos para se moverem, como em um
sistema de alavancas.

Fig.31 sistema esquelético

O eixo principal do corpo é a coluna vertebral, formada por vértebras que se estendem da base
do crânio até o quadril e divide-se nas seguintes seções:
Coluna cervical: composta por sete vértebras situa-se no pescoço.
Coluna torácica: composta por doze vértebras faz parte do tórax e dá origem às
costelas.
Coluna lombar: possui cinco vértebras.
Sacro: Formado por cinco vértebras unidas (sem disco), localiza-se no quadril e possui,
no seu final, o osso chamado cóccix.
Crânio: Formado por seis ossos que protegem o cérebro.
Juntamente com o esqueleto (sistema ósseo), as articulações (sistema articular) e os
músculos (sistema muscular) são os responsáveis pela sustentação do corpo, dando-lhe forma
e permitindo-lhe a locomoção. Por isso, ao conjunto formado pelos sistemas ósseo, muscular e
articular chamamos aparelho locomotor.

2.2 Principais Órgãos e Suas Funções


O corpo humano é formado por vários órgãos que compõem sistemas responsáveis por
ações vitais ao organismo. Mas existem os órgãos principais, sem os quais não conseguimos ou
dificilmente sobrevivemos. Conheça-os abaixo. Um órgão é um grupo de tecidos que formam
uma função específica ou um grupo de funções.
Os principais órgãos são o cérebro, coração, pulmão, estômago, fígado, pâncreas, bexiga,
rins e pele. O cérebro é o principal órgão do corpo, sendo o centro do sistema nervoso, sua
função é coordenar as ações e funcionamento do corpo humano, sendo capaz de ativar os
músculos, proporciona a secreção de hormônios, além de estar altamente relacionado com os
nossos sentidos, como visão, audição, equilíbrio, paladar e olfato.

Fig.32 Principais Órgãos

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O coração é o principal órgão do sistema circulatório, responsável por receber, filtrar e bombear
o sangue para todo o corpo, assim levando nutrientes e oxigênio para outros órgãos e células do
corpo humano.
O pulmão é o principal órgão do sistema respiratório, tendo como função absorver o
oxigênio e transferi-lo para o sangue, também retirando o dióxido de carbono através da
expiração.

Fig.33- Sistema Digestório

O estômago um órgão importante do sistema digestório, o qual tem como papel digerir os
alimentos ingeridos, que são preparados para serem absorvidos, ligando o intestino delgado ao
intestino grosso.
O fígado é a maior glândula e o segundo maior órgão do corpo humano, ele tem função
reguladora, sendo capaz de armazenar substâncias essenciais, assim como destruir substâncias
tóxicas.
O pâncreas é uma glândula muito importante ao corpo humano, pois ela tem como
função secretar enzimas necessárias para fazer a digestão dos alimentos, além de produzir
hormônios importantes como a insulina que controla a glicose no sangue.
Os rins são órgãos excretores, capazes de filtrar substâncias tóxicas do metabolismo
como a ureia e creatinina e eliminá-las através da bexiga, além disso, eles também mantém o pH
sanguíneo e regulam a os molaridade e volume líquido corporal, eliminando o excesso de água
do organismo.

Fig.34 Órgãos Importantes

A bexiga é um órgão que é diretamente relacionado aos rins, tendo como papel armazenar a
urina produzida por eles, e quando se encontrar completamente cheia, expelir o líquido.

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Além desses órgãos também há outros importantes como a tireoide, uma glândula que
regula o metabolismo, a traqueia, a vesícula biliar que ajuda na digestão de gorduras, o músculo
e o esqueleto, responsáveis pela sustentação e movimentos do corpo humano. Todos os órgãos
tem sua importância, pois estão altamente relacionados, proporcionando o bom funcionamento
do corpo humano.
A pele é o maior órgão do corpo humano, ela se encontra presente em diversas partes,
revestindo todo o corpo, sendo que suas principais funções são proteção, regulação da
temperatura, reserva de nutrientes e contém terminações nervosas sensitivas, que levam
mensagens ao cérebro traduzindo sensações com frio e calor.
Além desses órgãos também há outros importantes como a tireoide, uma glândula que
regula o metabolismo, a traqueia, a vesícula biliar que ajuda na digestão de gorduras, o músculo
e o esqueleto, responsáveis pela sustentação e movimentos do corpo humano. Todos os órgãos
tem sua importância, pois estão altamente relacionados, proporcionando o bom funcionamento
do corpo humano.

2.3 Principais Sistemas: Circulatório, Respiratório,


Digestivo e Urinário.

Sistema Respiratório

O Sistema Respiratório é constituído pelas fossas nasais, boca, laringe, traquéia,


brônquios e pulmões. O ar entra pelo nariz percorre as fossas nasais e passa para a faringe; daí
desce pela laringe que é continuada pala traquéia. Chegando ao tórax, se bifurca em dois ramos,
o brônquio direito e o brônquio esquerdo que chegam aos respectivos pulmões. Para a respiração
contribuem também a caixa torácica e diafragma, da qual o movimento de inspiração, que realiza
a entrada de ar nos pulmões, e de expiração, que expulsa o ar dos pulmões. É o responsável
pela entra da, filtragem, aquecimento, umidificação e saída de ar do organismo, fazendo as
trocas gasosas com o meio ambiente e oxigenando o sangue.

Fig.35 Sistema Respiratorio

É durante o movimento respiratório que ocorre a troca de gases realizada pelo sistema
circulatório, chamada hematose, em que o oxigênio inspirado entra nos pulmões, que por sua
vez manda para o espaço alveolar onde e feito troca gasosa.

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Fig.36 Sistema Respiratorio

Sistema Circulatório
O sistema circulatório é composto pelo coração, vasos sangüíneos e sangue. Para realizar as
distribuições dos alimentos e oxigênio para todos os órgãos e retira os restos formados pelas
atividades celulares, o sangue tem de circular permanentemente por todo o corpo.
O funcionamento do coração faz com que o sangue seja bombeado a todas as partes do
corpo pelos vasos sangüíneos.

Coração
Localizado no centro do tórax, entre os dois pulmões, com a ponta voltada para o lado
esquerdo, sob o osso chamado esterno. Sua principal função é bombear o sangue.

Vasos Sanguíneos
Englobam as artérias e veias que conduzem o sangue. As artérias transportam o sangue rico
em oxigênio do coração para todo o organismo, enquanto as veias transportam o sangue
impregnado de gás carbônico de todo o organismo para o coração, que o envia para os pulmões,
onde é oxigenado. Existem ainda vasos sanguíneos muito finos, chamados capilares, onde
ocorrem as trocas de nutrientes, oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2) entre o sangue e as
células.

Fig.37–Sistema Circulatório

Sistema Digestivo
É o sistema responsável por obter, dos alimentos ingeridos, os nutrientes necessários às
diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção etc.
Composto pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus,
é o responsável pela digestão dos alimentos e eliminação dos excrementos.

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Fig.38 Sistema Digestório

A digestão é o conjunto de atividades do organismo que tem por propósito transformar o


alimento ingerido em partículas bem pequenas, para que sejam absorvidas. A absorção destas
partículas ocorre no intestino, no momento em que passam do interior do intestino para dentro
dos vasos sanguíneos.

Sistema Excretor ou Urinário


O aparelho excretor é um conjunto de órgãos que produzem e excreta a urina, o principal líquido
de excreção do organismo. Os dois rins filtram todas as substâncias da corrente sanguínea, estes
resíduos formam parte da urina que passa, de forma contínua, pelos ureteres até à bexiga.
Depois de armazenada na bexiga, a urina passa por um conduto denominado uretra até o
exterior do organismo. A saída da urina produz-se pelo relaxamento involuntário de um esfíncter
que se localiza entre a bexiga e a uretra e também pela abertura voluntária de um esfíncter na
uretra.

Excreção
Excreção é o processo pelo qual eliminam substâncias nitrogenadas tóxicas (denominadas
excretas ou excreções que provêm principalmente da degradação de aminoácidos ingeridos no
alimento), produzidas durante o metabolismo celular.

Fig.39 Sistema Urinário

Ureia
A ureia é a principal excreta, sendo eliminado dissolvido em água, formando a urina. Por terem a
ureia como principal excreta, os homens são chamados de ureotélicos.

Os rins são duas glândulas de cor vermelha escura colocada simetricamente nos lados da
coluna vertebral, na região lombar. A extremidade superior de cada rim é coberta por uma
glândula endócrina, a glândula suprarrenal.

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Sistema Nervoso
Nosso sistema nervoso é dividido em duas partes: sistema nervoso central (composto pelo
encéfalo e medula espinal) e sistema nervoso periférico (composto pelo tecido nervoso localizado
fora do sistema nervoso central).É no sistema nervoso central que ocorrem nossos pensamentos,
emoções, ficam arquivadas nossas memórias e ocorre todo tipo de estímulo sensitivo.O sistema
nervoso periférico, composto pelos nervos do crânio e suas ramificações, controla a entrada e
saída de estímulos nervosos em nossos órgãos e sistemas.

Fig.40 Sistema Nervoso

Sistema Tegumentar
Esse sistema do corpo humano, também conhecido como pele, é responsável pela proteção
contra possíveis agentes externos. É o maior órgão do corpo que tem a função principal de
proteger as estruturas vitais. Suas principais funções são:

 Proteger o corpo de ações do meio ambiente, evitar perda de líquido e evitar a entrada
de substâncias ruins no organismo;

 Regular a temperatura do corpo;

 Garantir a sensibilidade através dos nervos da pele.

Epiderme: Também chamada de cutícula, essa parte da pele encontra-se na camada papilar da
derme e pode adquirir espessuras diferentes em determinadas partes do corpo humano. O
epitélio estratificado da epiderme é composto pelas seguintes camadas: estrato lúcido, estrato
córneo, estrato basal, estrato espinhoso e estrato granuloso.

Derme: Também chamada de pele verdadeira, a derme é elástica, rija e flexível. É a camada
intermediária da pele que fica abaixo da epiderme. Nela encontra-se a elastina e o colágeno
responsáveis pela elasticidade. As fibras da derme não são substituídas com a idade e as pessoas
mais idosas apresentam mais flacidez.
Tecido Subcutâneo: Essa parte não é considerada como parte da pele e por isso recebe o
nome de hipoderme ou tecido subcutâneo. Ele é formado essencialmente pelo tecido adiposo e
tecido conjuntivo frouxo. Possui as seguintes funções: fixar a pele e isolar o corpo de mudanças
extremas no meio ambiente.

Anexos da Pele
Fazem parte desse sistema e recebem o nome de anexo. São eles: pelos, glândulas sebáceas e
sudoríparas e unhas.

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Fig.41 Sistema Tegumentar

3. Procedimentos de Primeiros Socorros

Fig.42 Primeiros Socorros

3.1 Necessidade de RCP e as primeiras medidas de socorro

Conjunto de medidas emergenciais que permitem salvar uma vida pela falência ou insuficiência
do sistema respiratório ou cardiovascular. Sem oxigênio as células do cérebro morrem em 10
minutos. As lesões começam após 04 minutos a partir da parada respiratória.

Reconhecimento de uma PCR (Parada Cardiorrespiratória).


 Asfixia.
 Intoxicações.
 Traumatismos.
 Afogamento.
 Eletrocussão (choque elétrico).
 Estado de choque.

Estudos mostram que a maioria dos acidentes poderia ter sido evitada, caso fossem
seguidos os procedimentos de segurança recomendados.
Trabalhando, sempre existe a possibilidade de nos depararmos com situações de
emergência em que seja necessária a nossa intervenção para salvar uma pessoa ou para evitar
que seu estado se agrave.

Avaliação do Nível de Consciência. (AVI)


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Devemos determinar o nível de consciência do acidentado, tentando nos aproximar e
estabelecer contato verbal. Nesta abordagem, devemos tocar, de maneira gentil, em seus
ombros, apresentando-se e perguntando:

 “Senhor?”
 “o que ocorreu?”
 “o que está sentindo?”
 “qual o seu nome?”.
Nesta fase, realizamos uma avaliação neurológica rápida, de modo a estabelecer o
nível de consciência da vítima. Para isso, podemos utilizar o método conhecido como “AVI”:
A – Alerta – Acordo - vítima que é encontrada falando, chorando e cooperativa;

V –Resposta ao estímulo Verbal – vítima que abre os olhos e/ou responde a um


questionamento. Caso a vítima não responda a este estímulo, iremos ao próximo passo e
solicitamos que um auxiliar proceda à estabilização da cabeça da vítima (*).
I – Inconsciência (*)

Fig.43 Nível de Consciência

(*) Um socorrista é designado para estabilizar a coluna cervical da vítima em posição neutra.
Para isso, deverá posicionar-se com a cabeça da vítima entre os joelhos ou segurá-la com as
mãos. Em caso de dor ou resistência ao seu alinhamento, a estabilização deverá ser feita na
posição em que se encontra a cabeça. O socorrista encarregado desta tarefa somente poderá
ser liberado da imobilização depois de aplicado todas as técnicas.Somente consideraremos
uma coluna cervical imobilizada após o acidentado estar sobre uma maca rígida, com
colar cervical, fazendo uso de imobilizador de cabeça.
Avaliação Primária
O primeiro exame a que devemos proceder para determinarmos as condições vitais da vítima é a
chamada avaliação primária, internacionalmente conhecida pela sigla “CAB”, abreviatura para
Circulation (circulação), Airways (vias aéreas), Breathing (respiração).

C- Circulação (Circulation)
Esta avaliação consiste em sentir o pulso radial, localizado nos punhos, e o pulso carotídeo,
localizado no pescoço. A presença de pulsação rápida e fraca indica gravidade do estado da
vítima. Se o pulso estiver ausente, devemos realizar as manobras específicas para parada
cardiorrespiratória (PCR), Reanimação cardiopulmonar (RCP) 30 massagens cardíacas.

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Fig.44- circulação
Fig.45- circulação
A- Vias Aéreas (Airways)

Mantendo a cabeça da vítima em posição neutra, devemos examinar a posição da língua da


vítima, pois a principal causa de mortes em vítimas inconscientes é a obstrução pela
própria língua. Devemos também abrir a sua boca, segurando-a pela mandíbula, e verificar se
há presença de corpos estranhos, vômito ou sangue na cavidade oral, o que deve ser
removido manualmente.
Devemos nos lembrar de que uma vítima não poderá respirar se suas vias aéreas
não forem desobstruídas.

Fig.46 Vias Aéreas

B- Respiração (Breathing)
Se a vítima não estiver respirando espontaneamente, podemos avançar para o próximo
item. Realizar duas ventilações.

Fig.47 Respiração

D- Desfibrilador
Caso disponível, é importante providenciar, o quanto antes, o envio de um desfibrilador
para o local do evento. O equipamento semiautomático pode ser utilizado por qualquer pessoa
além dele falar com você, ele não dispara o choque se ele não autorizar.

Fig.48 Desfibrilador

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Parada Cardiorrespiratória
É o exemplo mais importante de uma emergência médica e as manobras para seu
atendimento devem ser iniciadas dentro de um período máximo de 4 minutos, a partir da sua
ocorrência, tendo em vista ser este o tempo médio que o cérebro humano resiste sem
oxigenação, a partir de 5 minutos já ocorre comprometimento de suas funções, com 6 minutos à
morte cerebral cientificamente comprovado.

Fig.49 Verificação de pulso

Diagnóstico
A ausência de pulso carotídeo (da artéria carótida) no adulto é o dado chave para o
diagnóstico. Outros sintomas observados são:
Ausência de respiração: pode preceder a parada cardíaca ou ocorrer após seu
estabelecimento;
Inconsciência: É um sinal específico e importante, que pode preceder ou suceder a
parada cardíaca, ocorrendo devido à diminuição da oxigenação do cérebro;

Manobras de Reanimação Cardiorrespiratória (RCP)


As manobras de atendimento a uma parada cardiorrespiratória, conhecidas como Reanimação
Cardiopulmonar (RCP), visam oxigenar o organismo da vítima e manter a sua circulação
sanguínea. Elas consistem em desobstrução das vias aéreas e fornecimento de suporte
respiratório e circulatório, por meio de respiração mascara-a-boca e compressão torácica.

Suporte Respiratório
O suporte respiratório prove oxigenação (ventilação) ao organismo da vítima. O método
mais empregado para isso, em primeiros socorros, é o chamado respiração mascara-a-boca,
o qual se divide em quatro movimentos:

1- Extensão da Cabeça: deslocar a cabeça da vítima um pouco para trás, a fim de mudar a
posição da língua e facilitar a passagem de ar;
2- Limpeza da Cavidade Oral: com a vítima deitada, retirar objetos estranhos, como próteses
dentárias, restos alimentares, sangue ou vômito (usar luvas);
3- Obstrução do Nariz: fechar as narinas da vítima usando o polegar e o indicador, a fim de
evitar que o ar escape pelas narinas; e
4- Soprar o Ar: colocar a máscara de respiração sobre a boca da vítima, de forma que não haja
vazamentos, fazer uma inspiração profunda e expirar (soprar) o ar na boca da vítima com vigor
suficientemente para elevar o tórax.

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Fig.50- Ventilação
............................................................................. Fig.51 Pocket Masck
NOTA:A decisão de executara respiração Boca-a-Boca é necessário bioproteção, pois o socorrista
no ato da respiração não pode faze-lo sem a máscara de proteção devido a contaminação por
secreções.

Suporte Circulatório
O suporte circulatório visa manter a circulação sanguínea da vítima. O método mais empregado
para isso, em primeiros socorros, é a chamada compressão torácica, que é baseada na
aplicação de uma pressão sobre o tórax da vítima, colocada em decúbito dorsal (barriga para
cima), contra uma superfície resistente (plana e rígida), provocando assim uma compressão do
coração e o consequente bombeamento de sangue para o corpo.
Para isso, deve ser empregada a seguinte técnica:
 Deitar a vítima sobre uma superfície plana e rígida, em decúbito ventral;
 Fazendo a varredura das costelas identifique o apêndice xifoide;
 Colocar dois dedos acima do apêndice xifoide, acima destes dois dedos (ponto médio
entre os mamilos);
 Apoiar a palma de uma das mãos sobre ela entrelace a outra mão sobre a primeira; (os
dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados, mas não devem ficar em contato com o
esterno);
 Com os cotovelos estendidos, aplicar compressão diretamente sobre o esterno (a força
da compressão deve ser provida pelo peso do nosso tronco e não pela força de nossos
braços); sempre dando preferência ao calcanhar das mãos para a eficácia da manobra.
 Realizar duas ventilações com mascara na boca, intercalando trinta compressões.
A compressão torácica deve ser feita em combinação com a respiração mascara-a-boca. O
ideal é que o socorrista consiga alguém que o ajude para que as manobras não sofram
interrupções devido ao cansaço. Devem ser aplicadas 2 (duas) ventilações mascara-a-boca
intercaladas com 30 (trinta) compressões cardíacas.
OBS.: O suporte ventilatório (ventilações) somente poderá ser realizado na
existência das máscaras para ventilação. Caso contrário, a RCP deverá ser feita
realizando somente as compressões cardíacas, sendo assim, de 100/120 compressões
por minuto.

Fig.52 Descrição do movimento de compressão


...................................................................................................................Fig.53 Localização

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Interrupção/Parar
Somente na ocorrência dos seguintes casos a aplicação da RCP deve se interromper ou parar:

PARAR:
_ Chegada da Equipe Especializada;
_ Exaustão do socorrista (cansaço extremo);
_ Restabelecimento dos sinais vitais (respiração e circulação)da vitima;
_ Quando local onde estiver sendo realizada a RCP deixar de oferecer segurança para a equipe
ou para a vítima.

INTERROMPER:
_ Desobstrução de Vias Aéreas;
_ Reavaliação de Sinais Vitais (2min);
_ Troca de Socorrista;
_ Utilização do D.E.A/ D.E.S.A(desfibrilador)

Avaliação Secundária
Avaliação detalhada da cabeça aos pés para identificar possíveis
lesões:
A chamada avaliação secundária consiste em uma avaliação detalhada do corpo da vítima, da
cabeça aos pés, iniciando pelas partes mais nobres do corpo, com o objetivo de verificar a
presença de lesões, tais como: Lipotimias, Desmaio, Choques, Hemorragias, Queimaduras,
ferimentos, Traumas e etc. Para este exame, é necessário abrir as roupas da vítima, para
identificar possíveis ferimentos ou fraturas em áreas cobertas pelas roupas.

Avaliação da Cabeça:
Devemos verificar a presença de sangramentos, lesões no rosto e crânio e avaliar a cor da pele
da face. Principal atenção deve ser dada em caso de sangramento no crânio, aos olhos e redor,
à boca, ouvidos e pelo nariz.

Avaliação do Pescoço:
Devemos observar se há lesões perfurantes, fraturas e sangramentos, observando a
centralização e integridade da traqueia (pescoço). Ao completar o exame, devemos colocar o
colar cervical.

Avaliação do Tórax:
Procurar por ferimentos, sangramentos, perfurações e movimentos respiratórios
anormais. Observar as clavículas, apalpar o tórax e identificar regiões doloridas e deformidades.

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Avaliação do Abdômen:
Verificar a presença de ferimentos, perfurações ou sangramentos e apalpar delicadamente
o abdômen, observando a presença de dor e deformidades.

Avaliação das Extremidades (membros superiores e inferiores):


Observar a presença de lesões perfurantes, ferimentos e sangramentos; apalpar as
superfícies ósseas procurando determinar a presença de deformidades e dor; comparando ambos
os lados; executar movimentos suaves de flexão e extensão das articulações; e apalpar pulsos,
tornozelos, pés e o pulso radial (em ambos os punhos).

Alterações Circulatórias

São Disfunções ocorridas no aparelho cardiovascular, que podem levar uma vitima á

perda de Consciência ou estado de choque.

São Alterações Circulatórias:

_ LIPOTIMIA (Pré Desmaio);

_ DESMAIO OU SINCOPE;

_ ESTADO DE CHOQUE.

Lipotimia (Pré desmaio)

É um estado de mal estar acompanhado de fraqueza muscular e distúrbios visuais sem perda da

consciência, causando tontura rotatória, náuseas, vômitos, ilusão de movimento. Remover a

vítima para um local mais arejado, repor líquidos e manter a vítima deitada e com as pernas

elevadas.

Fig.54 Lipotimia

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DESMAIO OU SINCOPE

É a perda abrupta e transitória da consciência e do tônus postural (da capacidade de ficar em

pé), seguida de recuperação rápida e completa.

SINTOMAS: palidez, fraqueza, suor frio, náusea e ânsia de vômito, pulso fraco, tontura, visão

turva, pressão arterial baixa e respiração lenta.

Fig.55 Desmaio

3.2 Reconhecer os sinais de choque: Pulso, Batidas e


Cor Facial. Aplicar Medidas para contornar o Estado de
Choque.
Reconhecer os Sinais de Choque

Resulta da incapacidade do sistema cardiovascular de oxigenar adequadamente os órgãos e

tecidos do corpo.

CAUSAS:

 Hemorragia abundante;
 Desidratação grave (diarreia e vômitos);
 Queimaduras graves, com perda de líquido;
 Infecção severa;
 Ferimentos extensos ou graves (trauma);
 Ataque cardíaco (infarto).

Sinais e Sintomas:

 Pulso fraco e rápido; Pele Fria e Pegajosa;


 Respiração acelerada; Palidez; Sudorese (palma das mãos e fronte); Tremores;
Confusões Mentais.

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Medidas de Controle
1. Posicionar a vítima de acordo com a causa do choque. As vítimas em choque por
ataque cardíaco geralmente suportam mas o decúbito dorsal (barriga para cima), que
piora a falta de ar. A posição melhor tolerada é a sentada;
2. Vítimas com outras formas de choque devem ser transportados em decúbito
ventral, com os membros inferiores elevados cerca de 25 cm (exceto se houver
trauma na cabeça ou fratura de fêmur);
3. Tranquilizar a vítima se estiver consciente;
4. Abrir a boca da vítima, observar se não há objetos ou secreções que causem
asfixia. Realizar respiração mascara-a-boca, caso necessário (se a vítima não estiver
respirando);
5. Controlar imediatamente as hemorragias externas;
6. Não oferecer líquidos, alimentos ou medicamentos;
7. Aquecer a vítima com lençóis ou cobertores;
8. Transportar a vítima para atendimento especializado rapidamente, pois o tempo
é fundamental para aumentar suas chances de sobrevida.

3.3 Procedimentos para Conter Hemorragia

Hemorragia é a perda de sangue do interior de um vaso sanguíneo, cujo tipo determina a


classificação da hemorragia, que pode ser:
Venosa, quando a perda de sangue é através de uma veia. Nestes casos, o sangramento
é contínuo, escorrendo pelas bordas da ferida, com coloração geralmente vermelho escuro (rico
em CO2).
Arterial, quando a perda de sangue é através de uma artéria. O sangramento ocorre em
jatos, uma vez que a artéria recebe o sangue pulsado pelo coração, e apresenta coloração
vermelho claro (rico em O2). Seu controle é mais difícil do que no caso venoso, principalmente
quando ocorre em grandes artérias.
Capilar, quando a perda de sangue é através dos capilares. São vasos finos entre a pele.
A hemorragia pode ser classificada ainda de acordo com sua localização, podendo ser:
Externa, quando o sangue extravasa para fora do corpo, deixando a hemorragia
aparente. Geralmente pode ser controlada utilizando técnicas básicas de primeiros socorros.
Interna, quando o sangue extravasa para o interior do próprio corpo, fazendo com que a
hemorragia seja invisível. Os traumas contusos, como quedas, impactos e explosões, são as
principais causas de hemorragia interna.

Fig.56 Hemorragia

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Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente, pois um sangramento abundante pode levar à morte.

Medidas de Controle de Hemorragias


9. Manipular o paciente com luvas ou vestir sacos plásticos para proteger as mãos;
10. Colocar compressas sobre o ferimento, pressionando com firmeza durante alguns
minutos. Deve ser usada compressa limpa e seca (gaze, pano, lenço limpo). Caso a
compressa fique encharcada de sangue, colocar outra compressa, sem retirar a
primeira.
11. Fixar a compressa sobre o ferimento, com o uso de bandagens (tira de pano,
gravata, cinto);
12. Se persistir o sangramento eleve o membro, se possível, acima do nível do
coração. Não elevar os membros que tiverem fratura ou luxação;
13. Se mesmo assim persistir o sangramento, fazer um garrote com a tira de pano
que usou para fixar a compressa a cima do corte. Para diminuir o fluxo de sangue.
14. Não limpar ou lavar o ferimento, pois o coágulo formado poderá soltar-se,
provocando nova perda de sangue;
15. Se suspeitar de lesão interna, apenas umedeça os lábios da vítima com água,
pois ela não poderá ingerir nada.
16. Torniquete-São utilizados somente para controlar hemorragias nos casos em
que a vítima teve membros amputados e esmagamento .

Fig.57- Torniquete

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17. Compressão e posicionamento do membro:

Fig.58- Elevação do membro

Fig.59- Compressão Direta Fig.60- Curativo Compressivo

Evisceração:
Caso Percebemos a Exteriorização de Vísceras em uma Vitima, é importante não tentar
reposiciona-las para dentro da cavidade abdominal.

Fig.61 Evisceração

3.4 Primeiros Socorros Apropriados para Queimaduras e


Escaldaduras

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Queimadura:
A pele é o tecido de revestimento do organismo e o maior órgão do corpo humano, funcionando
como barreira contra a perda de água e calor, e exercendo importante papel na proteção contra
infecções.
Queimadura é uma lesão produzida na pele por agentes térmicos, produtos químicos,
radiação ionizante etc., tais como calor, frio, corrente elétrica e exposição à luz solar ou fontes de
energia nuclear.
As queimaduras são classificadas segundo a gravidade, que é função da sua
profundidade, extensão e localização anatômica. A maior parte das queimaduras é de pequena
gravidade e ocorre em residências, mas, dependendo de sua classificação, pode significar até
mesmo perigo para a vida.

Classificação das Queimaduras

Quanto à profundidade

De acordo com a sua profundidade, a queimadura pode ser de primeiro, segundo ou


terceiro graus.
a)Queimadura de Primeiro Grau – São queimaduras superficiais, que atingem apenas
a camada mais externa da pele – a epiderme. Normalmente, deixam a pele avermelhada,
provocando ardor e ressecamento, sendo o tipo de queimadura mais comum. Este tipo de
queimadura nem sempre é grave, porém, se atingir uma grande extensão do corpo, poderá
agravar o estado da vítima.
São produzidas, geralmente, por exposição prolongada à luz solar ou por contato breve
com líquidos ferventes.
b) Queimaduras de Segundo Grau - São aquelas que atingem camadas um pouco
mais profundas da pele, afetando a epiderme e a derme. Caracterizam-se pela formação de
bolhas (flictenas) e pelo desprendimento das camadas superficiais da pele, com a formação de
feridas avermelhadas muito dolorosas.
Geralmente, são produzidas por contato ou imersão em líquidos ferventes, chamusca
mento por explosões (álcool, gasolina ou gás) e por substâncias cáusticas (ácidos, removedores,
tintas etc.). São mais graves que as de 1º Grau, pois aumentam a possibilidade de infecção e
podem causar perda de líquidos corporais.
c)Queimaduras de Terceiro Grau - São as que atingem todas as camadas da pele, podendo
alcançar músculos e ossos. A pele queimada apresenta-se seca, esbranquiçada ou de aspecto
carbonizado, assemelhando-se a couro, diferentemente da superfície macia dos outros tipos de
queimadura. Os tecidos ficam negros e sem vida, (necrose) e não há dor, pois as terminações
nervosas responsáveis pela sensibilidade à dor são destruídas.
Geralmente são produzidas por contato direto com chamas, líquidos inflamáveis ou
eletricidade, sendo, portanto, as mais graves. Por isso, representa sério risco de vida para a
vítima, sobretudo se atingirem grandes extensões do corpo.
Queimaduras de 1º, 2º e 3º graus podem apresentar-se no mesmo acidentado. A
gravidade do caso não está no grau da queimadura, e sim na extensão da superfície atingida.
1º Grau 2º Grau 3º Grau Tratamento

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Fig.62 Queimaduras

Quanto maior a área queimada, maior a gravidade do caso


PROFUNDIDADE DAS QUEIMADURAS
Primeiro Grau Segundo Grau Terceiro Grau
Atinge a camada mais São mais profundas do que Pode atingir músculos e órgãos.
superficial da pele as de primeiro grau. Podem
(epiderme). sangrar discretamente. - Aspecto de escama marrom e
seca;
- Lesão avermelhada; - Presença de bolhas e dor. - Não há dor;
- Dolorosa e não - Pele fica com uma - A ocorrência de infecção é alta.
sangra; coloração rósea
- Não forma bolhas. esbranquiçada.
- Grande possibilidade de
infecção.
Tabela 63. - Profundida da queimadura

Quanto à extensão:
A extensão da queimadura é um dado importante para, juntamente com a profundidade,
identificarmos a gravidade da queimadura.
Para calcularmos, em um adulto, a porcentagem aproximada de superfície de pele
queimada, utilizamos a chamada Regra dos Nove, assim definida:
Pacientes com queimaduras de face, mãos, pés, períneo ou vias aéreas apresentam maior
probabilidade de morte em pouco tempo, bem como uma maior incidência de sequelas,
classificando assim a queimadura como grave.

Tabela .64 Extensão da queimadura

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Conduta de Atendimento

 Para o atendimento a um queimado, o primeiro passo é lavar bem as mãos, de


modo a evitar uma possível infecção. Em seguida, devemos adotar a seguinte linha de
conduta:
 Retirar ou cortar as roupas da vítima, para proceder a um exame completo. As partes
das roupas e quaisquer outros objetos ou substâncias que eventualmente estejam
aderidos à pele não devem ser retirados.
 Retirar anéis e pulseiras da vítima, para não estrangularem as extremidades dos
membros, devido a edemas (inchaços) que venham a ocorrer.
 Resfriar o local da queimadura com água corrente em temperatura ambiente, soro
fisiológico, compressa úmida e limpa. Este procedimento visa reduzir a temperatura no
local do ferimento, interrompendo assim o processo de queimadura.
 Nunca furar as bolhas e nem tocar na parte queimada com as mãos, pois isso poderá
provocar infecções.
 Não aplicar nenhuma substância, tais como pasta de dente, óleo, margarina, vinagre,
pó de café, terra, pomadas ou remédio sobre a queimadura. O medicamento correto será
aplicado em uma enfermaria ou hospital, sob orientação médica.
 Oferecer água para hidratar a vítima, caso esta esteja consciente.
 Procurar auxílio médico.

ATENÇÃO
Nas queimaduras por soda cáustica, limpar as áreas atingidas com toalha ou
pano, antes da lavagem, pois o contato desta substância com a água cria
uma reação química que produz enorme quantidade de calor.

3.5 Procedimentos de Emergência para cada tipo de


Traumatismo
Entorse
Entorse é uma lesão transitoria das Articulações ou da cápsula articular,podendo causar
distenção de Ligamentos por um estiramento excessivo. Os ligamentos são faixas elásticas e
resistentes, que permitem que as articulações permaneçam no seu devido lugar. Quando sofrem
uma torção, os ligamentos incham rapidamente e provocam dor, a qual, normalmente, é tão
mais intensa quanto mais grave é a lesão. As entorses ocorrem mais freqüentemente nos
tornozelos, nos joelhos ou nas arcadas plantares. As formas graves de entorse podem produzir a
ruptura do ligamento, com perda da estabilidade da articulação.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.65 Entorse

Sinais e sintomas:
 Dor intensa na articulação afetada;
 Inchaço;
 Hematomas; e
 Impotência funcional.

Conduta
 Aplicar gelo ou compressas frias (sem restrição), protegendo a pele para evitar lesões
causadas pelo frio;
 Imobilizar a área afetada; e
 Encaminhar a vítima para avaliação médica.

Luxação
Lesão com Perda das extremidades de uma articulação e um osso. Da mesma forma que
a fratura, a luxação pode ser exposta ou fechada, e ainda completa ou incompleta.
O dano causado ao tecido pode ser muito grave, afetando vasos sanguíneos, nervos e
a cápsula articular.

Fig.66- Luxação aberta Fig.67- Luxação fechada

Sinais e sintomas:
 Dor intensa na articulação afetada;
 Inchaço;
 Deformidade na articulação;
 Hematomas; e

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Impotência funcional.

Conduta
 Aplicar gelo ou compressas frias, sem restrição, protegendo a pele do acidentado, para
evitar lesões causadas pelo frio;
 Imobilizar a área afetada; e
 Encaminhar a vítima para avaliação médica

Fratura
É a ruptura total ou parcial de um osso. Uma fratura recebe o nome de fratura fechada sempre
que os ossos não perfurarem a pele. Por outro lado, quando o osso fraturado entra em contato
com o meio externo, rompendo a integridade da pele, recebe o nome de fraturaaberta. Esse
rompimento pode ser provocado por fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes. A fratura
aberta apresenta alto risco de infecção, por expor a parte interna do organismo ao contato com
bactérias.

Fig.68- Fratura fechada


Fig.69- Fratura Aberta

Sinais e sintomas
 dor intensa, mesmo em movimentos delicados (solicitar que o paciente realize o
movimente, não o forçando);
 enchimento capilar lento (edema), podendo haver deformação do local atingido, como
angulação e encurtamento;
 espasmos na musculatura;
 palidez e cianose nas extremidades,
 incapacidade ou limitação dos movimentos;
 comprometimento da sensibilidade; e
 crepitação (som semelhante ao ruído produzido ao se esfregar cabelos entre os dedos)
gerada pelo atrito de um fragmento ósseo contra o outro, percebida apalpando-se o
osso.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Conduta
Fratura fechada ou Aberta
 Alinhar o membro, quando possível, tracionando-o. Se encontrar muita resistência,
imobilizar na posição encontrada;
 Colocar curativo com gaze ou pano limpo, no local do ferimento (Caso haja);
 Controlar a hemorragia (Caso haja);
 Forrar as talas com panos ou qualquer outro material macio, a fim de não ferir a pele
da vítima;
 Imobilizar com tala ou material rígido (a imobilização deve atingir uma articulação
acima e outra abaixo da fratura);
 Remover a vítima com maca, evitando movimentar a parte afetada.

Contusão
São causadas por uma batida em partes moles, sem fratura. Na região, surge uma
vermelhidão e, se houver rompimento de algum vaso (veia), gera um hematoma (roxo).

Fig.70- Contusão

Distensões
É a lesão do tecido mole, resultante da laceração, descontinuidade de fibras musculares.
NOTA: Sempre que imobilizarmos um membro fraturado, devemos deixar os dedos da
vítima livres, para verificarmos qualquer alteração de circulação. Caso apresentem inchaço,
adormecimento ou fiquem roxos, as tiras que amarram as talas devem ser afrouxadas.

Fig.71- Distensões
Fig.72 Distensão

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.6 Uso de Bandagens, Curativos e Imobilização.
CURATIVOS
Consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida, quando necessário, com
a finalidade de promover rápida cicatrização e prevenir contaminação e infecção.

Fig.73 Curativos

IMOBILIZAÇÃO
Com o propósito de conter os movimentos e estabilizar um determinado segmento, as
imobilizações podem ser realizadas por talas ou bandagens, improvisadas ou não.
A prioridade do socorrista é detectar e controlar os problemas que possam ameaçar a
vida da vítima. As lesões de extremidades devem ser atendidas ou imobilizadas num segundo
momento, após o estado do paciente ficar estável. Lembrando-se de fazer a verificação CABD
(para garantir boa circulação, deverá haver batimento cardíaco e consequente pulsação).
Como regra geral nunca deveu atrasar a remoção de um paciente grave, em função da
imobilização de uma extremidade.
As imobilizações, realizadas para atendimento de primeiros socorros, devem seguir os
seguintes princípios básicos:
 Tranquilizar a vítima, explicando o que será feito;
 Manter a vítima deitada, preferencialmente em decúbito dorsal (barriga para cima);
 Descobrir a lesão cortando a roupa;
 Remover anéis e braceletes que possam comprometer a circulação;
 Cobrir lesões abertas com gaze, lenço ou pano limpo;
 Colocar as extremidades da vítima em posição anatômica e alinhada. Havendo
resistência, imobilizar na posição encontrada;
 Acolchoar imobilizadores rígidos, evitando ferimentos;
 Não tentar reduzir fraturas ou luxações, pois isto deve ser feito por especialistas;
 Fixar as talas com bandagens;
 A imobilização deve incluir uma articulação acima e uma abaixo do ponto de fratura.
Assim, o comprimento da tala utilizada deve ultrapassar estas duas articulações;
 Verificar, antes e depois da imobilização, pulsação em regiões depois da fratura,
sensibilidade e movimentação (perguntar se o paciente sente o toque e se consegue
movimentar os dedos). Caso a pulsação desapareça após a imobilização, retirar o
imobilizador, realinhar e remobilizar;
 Elevar a extremidade após o procedimento, se possível.

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Equipamentos para Imobilização
Bandagens: Constituem a única opção pré-hospitalar para imobilização de fraturas de
clavícula, de cabeça do úmero e da escápula. São utilizadas na forma triangular ou em
gravata, que oferecem a possibilidade de confecção de tipoias e de auto imobilização.

Fig.74- Imobilização de braço Fig.75- Imobilização de antebraço

Fig.76- Imobilização de tornozelo Fig.77- Imobilização de perna

Imobilizadores Rígidos (Talas): São adaptados ao corpo para manter a estabilidade.


Podem ser de madeira, papelão ou alumínio. Também podem ser usadas revistas, cobertores
etc. A fixação do imobilizador é feita através de bandagens, podendo ser usadas tiras de
pano, ataduras, gravata, cinto ou qualquer outro material disponível. Os imobilizadores não
devem ser muito apertados, para não prejudicar a circulação sanguínea. Antes do uso, as
talas devem ser acolchoadas, com emprego de panos, algodão, esponjas ou ataduras. São
úteis especialmente em lesões de mãos, pés, punhos, tornozelos, antebraços e pernas.
Travesseiros: Podem ser utilizados em associação com bandagens, para imobilizar
fraturas de tornozelo e pés, ou como auxílio na imobilização de extremidades superiores e
inferiores.
Outro recurso, no caso de fratura na perna, é amarrar a perna fraturada à outra,
tendo sempre o cuidado de colocar algum material acolchoado entre as duas, antes de
imobilizar.

Condução de ferido em maca e transporte

Vítima com Suspeita de Lesão na Coluna Vertebral

Feito em superfície rígida


O decúbito ventral (deitado de costas) é a melhor posição, pois permite a estabilização da
coluna e início das medidas de suporte à vida. A vítima deve permanecer estabilizada

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manualmente até estar fixada no imobilizador. O colar cervical, isoladamente, não é um bom
imobilizador, pois não impede totalmente os movimentos da coluna.

Transporte na prancha longa


A prancha longa é uma prancha mais larga na parte superior (cabeça) que na inferior
(pés). Geralmente é construída em madeira, mas também pode ser feita de plástico. Necessita-se
de três cintos ou faixas de segurança, para fixação do tronco e dos membros, e ainda de um
imobilizador especial para a cabeça, visando evitar a movimentação lateral desta durante o
transporte.
O princípio básico consiste em um dos socorristas estabilizar manualmente a cabeça e o pescoço
da vítima, enquanto outros dois socorristas (se possível, três) movimentam a vítima em bloco, de
maneira sincronizada. Deve-se sempre respeitar a estabilização da coluna, movimentando a
vítima em bloco.
As técnicas mais utilizadas para colocar a vítima na prancha são as manobras de
rolamento.

Fig.78- Transporte em prancha


longa

Rolamento de 90º
 Indicado para vítimas em decúbito dorsal (deitada de barriga para cima);
 Um dos socorristas estabiliza a cabeça do paciente por trás (líder);
 Outro socorrista (auxiliar) aplica o colar cervical;
 Um dos socorristas posiciona a prancha paralelamente à vítima, do lado oposto ao do
rolamento;
 Dois auxiliares se ajoelham, lado a lado, no nível dos ombros e joelhos da vítima;
 Rola-se a vítima em bloco ao comando do líder, até a posição de decúbito lateral, para
o lado onde estão os socorristas auxiliares;
 A prancha é deslizada até encostar-se ao corpo da vítima;
 Após o comando do socorrista líder, a vítima é devolvida, em bloco, ao decúbito dorsal
sobre a prancha;
 Ajustar a vítima sobre a prancha com tração a cavaleiro, no sentido da cabeça;
 Manter, todo o tempo, a estabilização manual da cabeça e pescoço;

87
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Fixar o tronco e extremidades com os cintos;
 Aplicar e fixar a cabeça da vítima ao imobilizador lateral.

Rolamento de 180º
 Indicado para vítimas encontradas em decúbito ventral (deitado de barriga para
baixo);
 O socorrista líder fica atrás da cabeça da vítima e inicia a estabilização manual;
 Posicionar a prancha paralelamente ao corpo da vítima, do lado para o qual o
rolamento será feito;
 Os dois auxiliares se colocam ajoelhados sobre a prancha, no nível dos ombros e
quadris da vítima;
 Após o comando do líder, rolar a vítima 90º, em bloco, para o lado da prancha,
deixando-a em decúbito lateral;
 Os auxiliares saem da prancha, ajoelhando-se no solo;
 O líder comanda o novo rolamento da vítima sobre a prancha;
 Colocar o colar cervical;
 Aplicar os imobilizadores da cabeça.

Fig.79 Rolamentos

88
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Transporte por um socorrista

Fig.80- Transporte de arrasto em lençol


Fig.81- Transporte de apoio

Fig.82- Transporte de colo

Fig.83– Transporte de cadeirinha

Fig.85- Transporte em cadeira Fig.84- Transporte nas costas

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Transporte por três ou mais socorristas

Fig.87- Transporte em lençol pelas pontas


Fig.86- Transporte no colo

3.7 Procedimentos para Içamento ou Arreamento de


uma pessoa acidentada para transporte por
embarcação ou helicóptero
Para içar ou arriar uma pessoa na maca deveremos manter os seguintes procedimentos:
A pessoa que tiver na cabeça passa ser o líder e comanda os procedimentos.
Duas pessoas guarnecem as laterais da maca. Uma pessoa guarnece a parte da maca onde ficam
os pés da vítima. Todos agachados. O líder comanda um, dois, três. No três, todos levantam a
maca de uma só vez.
Para arriar o comando é o mesmo para içar.
Também podemos fazer resgates de vitimas em plataformas, navios e rebocadores utilizando
maca-offshore ou cesto de transbordo através de aeronaves e guindastes sempre com apoio da
equipe de socorrista a bordo.

Fig.88- Resgate por aeronave

Seguem os procedimentos:
Procedimento antes do Resgate
Aplicar os primeiros socorros no(s) ferido(s),caso existam;

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Solicitar socorro; Informar o tipo de trauma ocorrido com o ferido, reportando o máximo de
informações possíveis; Navegar para o porto mais próximo, ou tentar aproximar-se de terra, caso
possível, informando a posição inicial e o rumo; Manter escuta na frequência de socorro;
Ao avistar a aeronave, recolher todo o material que estiver no convés e que possa voar quando a
aeronave se aproximar;
Procedimento durante o Resgate
Manter a calma; Se dispuser de rádio transmissor, comunicar-se com a aeronave através do
canal 16, de modo que possa receber instruções; Siga as instruções dos pilotos; Procure manter
a embarcação aproada contra o vento;
Após a descida do tripulante da aeronave, não prender o gancho ou cabo guia da maca em
nenhuma parte do barco.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.89 Bote de Resgate

Fig.90- Resgate por Helicóptero

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Fig.91- Equipamento para resgate

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Módulo 3
 Disciplina: Prevenção e Combate a Incêndio

Carga Horária: 10 Horas

Sigla: PCI/P

Objetivo Geral da Disciplina


Proporcionar ao aluno conhecimentos básicos de prevenção e combate a incêndio a bordo de
unidades “offshore”, visando capacitá-lo a agir em emergências.

1. Unidade de Ensino: Prevenção de Incêndio


1.1. Combustão e materiais inflamáveis a bordo: o
triângulo do fogo
Materiais inflamáveis a bordo de uma plataforma de Petróleo.

Em uma plataforma de petróleo pode ocorrer diversas emergências, dentre elas, uma das
mais temidas é, sem dúvidas, a ocorrência de um incêndio.
Devido à quantidade de materiais inflamáveis a bordo, tais como: óleo, gás, tinta,
equipamentos energizados, material para limpeza e manutenção dos equipamentos etc. a
facilidade de propagação das chamas e a possibilidade de seguidas explosões, um princípio de
incêndio a bordo já é motivo para diversos tipos de reações, tensões e preocupações.
Por isso, a melhor opção, sem dúvidas, é a prevenção, ou seja, evitar a ocorrência de um
sinistro a bordo. Para isso, há necessidade de conhecermos como pode surgir um incêndio, a
propagação e o que poderemos fazer para evitar ou retardar esses eventos.

Fig.92- Incêndio em plataforma

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fogo e Incêndio
O fogo é uma reação química de oxidação com desenvolvimento de luz e calor.
Faz parte do nosso dia-a-dia.
Conceitua-se incêndio como a presença de fogo em local não desejado e fora de controle
capaz de provocar, além de prejuízos materiais, danos ao ser humano, tais como: queimaduras,
asfixias e intoxicação por fumaça e morte.

Fig.94- Fogo sem controle Fig.93- Fogo com controle

Triângulo do Fogo
Para que haja combustão é necessária a presença dos três elementos que compõem o fogo em
proporções ideais (oxigênio, calor e combustível). A velocidade da combustão está
relacionada ao estado físico do combustível. Vale lembrar que o fogo ocorre a partir dos vapores
desprendidos dos combustíveis (estado gasoso), daí a importância de conhecer o triângulo do
fogo e trabalhar na prevenção.

Fig.95- Triângulo do fogo

95
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Tetraedro do Fogo
Além do triângulo de fogo, temos também o tetraedro de fogo que, além de incluir
combustível, comburente e calor, também considera a reação em cadeia, pois para o fogo se
manter aceso é necessário que a chama forneça calor suficiente para continuar a queima do
combustível. Sendo assim, quando os elementos (combustível, calor e comburente) estão
presentes na proporção ideal surge o fogo e aí dá se início o processo da reação em cadeia que é
a auto sustentação do fogo sem necessidade de nenhuma interferência externa.

Fig.96- Tretraedro do fogo

Combustível
Combustível é toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão. Segundo o
estado físico em que se apresenta, divide-se em três grupos: Combustíveis sólidos,
líquidos e gasosos.

Fig.97 - Combustíveis líquidos, gasosos e sólidos.

Os combustíveis líquidos podem ser classificados quanto à volatilidade em:


Voláteis - aqueles que, em condições normais de temperatura e pressão ambiente, desprendem
vapores inflamáveis. Ex.: gasolina, álcool, éter etc.
Não-voláteis – os que necessitam ser aquecidos para desprender vapores inflamáveis. Ex.:
querosene, óleo lubrificante.
Os combustíveis mais voláteis, genericamente chamados inflamáveis, são substâncias
extremamente perigosas.

Comburente
Comburente, ou agente oxidante, é o elemento químico que possibilita vida às chamas e
intensifica a combustão. O comburente mais comum na natureza é o oxigênio, encontrado na
atmosfera em uma proporção de 20.9%.

96
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.98- Conjunto de Solda Oxi-acetílica
Fig.99- Cilindro de oxigênio

Calor
Para que haja a combustão, é preciso que seja fornecido ao combustível calor necessário
à elevação da sua temperatura, provocando desprendimento de gases ou vapores em quantidade
suficiente para fazê-los queimar, essa temperatura é conhecida como temperatura de ignição do
combustível.

Para surgimento do Fogo


A presença dos três elementos devem estar nas proporções ideais uma vez que o excesso de
combustível deixa a mistura rica o que faz com que não pegue fogo, porém se o volume de
combustíveis for abaixo do mínimo necessário essa mistura fica pobre o que também não deixa o
fogo se desenvolver.

Fig.100- Proporções de acetileno

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.101 - Proporções de gasolina

1.2. Fenômenos da combustão e a classificação dos


incêndios
Combustão é uma reação química, uma queima, uma oxigenação etc. No caso do fogo ou
incêndio apresenta as seguintes características: luz, calor e gases entre outros produtos
provenientes das substâncias queimadas. A combustão se caracteriza pelo desenvolvimento da
queima de um determinado combustível que pode ser mais ou menos volátil. Os incêndios são
divididos em classes, que se caracterizam pelo tipo de material em combustão e pelo estágio em
que se encontram para aplicar as técnicas e agentes extintores específicos no combate de cada
incêndio. Há cinco classes de incêndio, identificadas pelas letras A, B, C, D e K.

Reação Química em Cadeia


A reação química em cadeia propicia à auto sustentação da queima. O calor irradiado da
chama atinge o combustível, o qual se decompõe em partículas menores (gases), que se
combina com o oxigênio e entram em combustão, irradiando outra vez calor para o combustível,
realimentando a chama e formando assim um processo autossustentado.

Tipos de Combustão
A combustão é classificada de acordo com sua velocidade, a qual varia segundo o estado
físico dos combustíveis, sendo lenta para combustíveis sólidos, rápida para os líquidos e
instantânea para os gasosos. Além disso, a combustão pode ser completa ou incompleta.
Na combustão incompleta, por sua vez, não há o suprimento de oxigênio adequado para
que ela ocorra de forma integral. O reagente irá queimar em oxigênio, mas poderá produzir
inúmeros produtos, tais como: vapor d’água, CO, CO2 etc.
O CO é um gás instável, inodoro e ávido de oxigênio, sendo, por isso, altamente tóxico e
explosivo. Quando presente no ambiente, a uma concentração maior ou igual a 0,4%, mata em
menos de uma hora; a partir de 0,5%, causa morte instantânea; e de 12,5% a 75% torna-se
explosivo.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fenômenos da Combustão
Toda combustão provoca a modificação dos aspectos físicos e químicos dos corpos e tem
como resultado uma mistura de gases altamente aquecidos, que variam de acordo com suas
composições químicas.

Fig.102- Explosão por gases confinados num espaço

Explosão
Uma explosão é um processo caracterizado por súbito aumento de volume e grande liberação
de energia, geralmente acompanhado por altas temperaturas, produção de gases e forte
estrondo. Uma explosão provoca ondas de pressão ao redor do local onde ocorre.

Intensidade da Combustão
É assim denominado o volume de chama que se desprende de um incêndio. Dois fatores são
determinantes para a ocorrência deste fenômeno: a superfície de contato com o comburente
e o nível de concentração do oxigênio no compartimento.

Classificação dos Incêndios


Os incêndios são classificados em proporções, tendo em vista a sua intensidade, evolução e
outros fatores técnicos.

A classificação quanto às proporções pode ser:

Principio de incêndio.
São aqueles que envolvem uma peça de vestuário, uma peça de mobiliário, um motor etc., e que
podem ser dominados facilmente com aparelhos extintores ou baldes d’ água.

Pequenos incêndio.
São os que envolvem um cômodo, um compartimento interno etc., os quais
exigem maior quantidade de agentes extintores e tempo.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Médios incêndios.
São aqueles que envolvem um andar, uma casa residencial, uma pequena oficina etc. Neste
caso, a presença de uma equipe de brigada de incêndio de uma indústria que possua rede
hidráulica e proteção por extintores poderá extinguir o incêndio.

Grandes incêndios.
São os que envolvem um edifício inteiro, grandes lojas, grandes barracões,
uma indústria, etc.

Incêndios extraordinários.
São aqueles que envolvem diversas indústrias, diversos quarteirões, cidades inteiras etc.

1.3. Princípios da prevenção de incêndio a bordo


Podemos afirmar, com segurança, que o mais eficiente método de combater incêndios é, sem
dúvidas, evitar que eles aconteçam, ou seja, a prevenção.
A grande maioria das ocorrências de incêndios a bordo é derivada de falhas humanas, pela
não observância dos cuidados na utilização do material, pela manutenção deficiente dos
equipamentos e pelo desconhecimento das precauções de segurança. Itens como: construções
resistentes ao fogo, materiais combustíveis, avaliação de riscos, sistemas de combate a incêndio
e planos de segurança contra incêndio, são áreas-chave de conhecimentos necessários para as
brigadas no controle de um incêndio.
Os incêndios podem acontecer acidentalmente, por falhas humanas, espontaneamente e por
ações criminosas. As causas mais comuns de incêndios acidentais são:

 Cigarros e fósforos;
 Uso de equipamentos elétricos portáteis;
 Trapos e estopas embebidos em óleo ou graxa;
 Acúmulo de gordura nas telas e dutos de extração;
 Serviço com equipamento de solda elétrica ou oxi-acetilênica;
 Porão com acúmulo de óleo ou lixo;
 Vasilhame destampado contendo combustíveis voláteis;
 Uso desnecessário de materiais combustíveis;
 Instalações e equipamentos elétricos deficientes;

Prevenção de Incêndios
Qualquer ação desencadeada com o propósito de evitar a ocorrência de incêndios ou
minimizar suas consequências é genericamente classificada como prevenção de incêndio,
constituindo-se em um dos aspectos mais importantes no planejamento da proteção de uma
coletividade. O conjunto de medidas preventivas engloba as seguintes atividades:

 Atividades educativas, como palestras e cursos;


 Divulgação de informações pelos meios de comunicação;

100
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Elaboração de normas sobre a instalação e manutenção de equipamentos de detecção; e
 Formação, treinamento e exercícios práticos de brigadas de incêndio.
As atividades relacionadas à proteção propriamente dita visam a estabelecer medidas
voltadas para a detecção e controle do incêndio e sua posterior contenção e extinção.
Essas medidas são agrupadas em duas categorias:
 Medidas ativas, que abrangem a detecção, o alarme e as várias ações executadas,
manual ou automaticamente, visando à extinção do fogo; e
 Medidas passivas, que abrangem o controle dos materiais, os meios de escape, a
compartimentação das instalações e a distribuição de aparelhos extintores pelas áreas da
empresa, do navio ou da plataforma offshore.
Objetivos da Prevenção de Incêndio
As medidas de prevenção de incêndio são estabelecidas e adotadas de forma a atingir os
seguintes objetivos:
a) Garantia da preservação da vida das pessoas que se encontrarem no interior do
compartimento incendiado;
b) Minimização dos danos materiais.

1.4. Causas de propagação do incêndio


A energia, dentre elas o calor, transmite-se por três processos:

Condução
Transmissão pelo contato direto de molécula para molécula, ou seja, o calor se propaga de um
corpo para o outro por contato direto ou de um condutor intermediário. Por exemplo: materiais
sólidos, vigas, chaparias (barra de ferro levada ao fogo).

Irradiação
Transmissão do calor por meio de raios caloríficos que atravessam o ar, irradiados pela fonte
de energia. A energia do calor é transmitida através da atmosfera em linha reta através do
espaço. Por exemplo: a energia do sol chega até nós através das ondas eletromagnéticas.

Convecção
Transmissão do calor pelo movimento das ondas caloríficas na atmosfera. Como o ar quente
é mais leve do que o frio, as camadas aquecidas tendem a subir, afastando-se da fonte de calor,
enquanto as frias tendem a descer, aproximando-se da fonte de calor.

101
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.103- Explosão por gases confinados num espaço

O conhecimento dessas causas é de fundamental importância para o delineamento das


medidas preventivas, pois elas são responsáveis por incêndios secundários.

1.5. Métodos preventivos


Cuidados Básicos

 Cuidado com fósforos. Habitue-se a apagar os palitos de fósforo antes de jogá-los fora.
 Obedecer à sinalização. Não fume em locais proibidos, mal ventilados ou sujeitos a alta
concentração de vapores inflamáveis como os de cola e produtos de limpeza.
 Nunca apoiar velas sobre caixas de fósforos ou materiais inflamáveis.
 Não utilizar a casa de força, a casa de máquinas dos elevadores ou a casa de
bombas como depósitos de materiais combustíveis. São locais importantes e perigosos,
que devem estar sempre desimpedidos.
 Ao realizar um serviço de corte ou solda, verifique se não existem materiais
combustíveis nas proximidades, e se for realizar esse serviço em tanques que armazenem
combustíveis líquidos, assegure-se de que o mesmo foi desgaseificado corretamente.
Instalações e Equipamentos Elétricos
A sobrecarga na instalação elétrica é uma das principais causas de incêndios. Se a corrente
elétrica está acima do que a fiação suporta, ocorre sobreaquecimento dos fios, podendo
acarretar um incêndio. Por isso:
 Não ligue mais de um aparelho por tomada. Essa é uma das causas de sobrecarga na
instalação elétrica.
 Não faça ligações provisórias. Tome sempre cuidado com as instalações elétricas. Fios
descascados, quando encostam um no outro, provocam curto-circuito e faíscas.
 Antes de instalar um novo aparelho elétrico, verifique se não ocorrerá sobrecarga do
circuito.
 Fazer o aterramento correto – para descarregar o acúmulo de energia.
 Chame um técnico qualificado sempre que encontrar um dos seguintes
problemas:
 Constante abertura dos dispositivos de proteção (disjuntores).
 Queima freqüente de fusíveis.
 Aquecimento da fiação e/ou de disjuntores.
 Quadros de distribuição com dispositivos de proteção do tipo chave-faca, com fusíveis
cartucho ou rolha. Substitua-os por disjuntores ou fusíveis do tipo Diazed ou NH.

102
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Fiações expostas (a fiação deve estar sempre embutida em eletrodutos).
 Lâmpadas incandescentes instaladas diretamente em torno de material combustível,
pois elas liberam grande quantidade de calor.
 Inexistência de aterramento adequado para instalações e equipamentos elétricos, como
torneiras e chuveiros elétricos, ar-condicionado etc. Evite aterrá-los em canos d'água.
ATENÇÃO: toda instalação elétrica deve estar de acordo com a Norma NBR 5.410, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Instalações a Gás
 Somente pessoas habilitadas devem realizar consertos ou modificações nas instalações de
gás.
 Sempre verifique possíveis vazamentos no botijão, trocando-o imediatamente caso constate
alguma irregularidade.
 Se um botijão estiver visualmente em mau estado, deve ser imediatamente substituído.
 Nunca use fósforos ou chamas para verificar vazamentos; use apenas água e sabão.
 Nunca tente improvisar maneiras de eliminar vazamentos, como utilizar cera, por exemplo.
 Coloque os botijões sempre em locais ventilados.
 Sempre conectar o registro do botijão apenas com as mãos, para evitar rompimento da
válvula interna.
 Aparelhos que usam gás devem ser revisados pelo menos uma vez a cada dois anos.
 Ao detectar cheiro de gás, indicando vazamento sem chamas:
 Não ligue ou desligue a luz e nem aparelhos elétricos;
 Afaste as pessoas do local e procure abrir portas e janelas para aumentar a ventilação;
 Feche o registro de gás para restringir o combustível e o risco de propagação mais
rápida de um eventual incêndio. Não há perigo de explosão do botijão se você fechar o registro;
 Se possível, leve o botijão para um local aberto e ventilado; e
 Chame a Brigada de Incêndio.
 Ao detectar um vazamento de gás com chamas:
 Feche o registro do gás;
 Retire todo o material combustível que estiver próximo ao fogo;
 Se possível, retire o botijão do local antes que o fogo possa atingi-lo; e
 Chame a Brigada de Incêndio.

Áreas de Circulação
 Mantenha sempre desobstruídos corredores, escadas e saídas de emergência, sem
vasos, tambores ou sacos de lixo.
 Nunca guarde produtos inflamáveis nesses locais.
 Jamais utilize corredores, escadas e saídas de emergência como depósitos, mesmo que
provisoriamente.
 As coletas de lixo devem ser planejadas de modo a não comprometer a evacuação dos
compartimentos em caso de emergência.
 As portas corta-fogo não devem ter trincos ou cadeados.
103
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Ao lavar as áreas de circulação, evite que a água atinja os circuitos elétricos ou
enferruje as bases das portas corta-fogo.
 Nunca permita que a água se infiltre pelas portas dos elevadores, pois isso pode
provocar sérios acidentes.
 Conheça bem a área em que você circula mora ou trabalha, principalmente os meios de
escape e as rotas de fuga.

1.6. Vigilância e sistema de patrulha


Qualquer instalação industrial, navio ou plataforma marítima deve possuir um sistema de
vigilância para detectar a presença de fogo no menor espaço de tempo possível, a fim de evitar a
ocorrência de um incêndio. Além do sistema de vigilância, deve haver ainda uma rotina de
patrulhamento, em que alguns trabalhadores especialmente treinados circulam pelas instalações
da empresa, navio ou plataforma, para detectar, disseminar o respectivo alarme e iniciar o
primeiro combate a qualquer emergência.

Vigilância
Sistema de prevenção utilizado com a finalidade de reduzir os possíveis riscos eminentes
encontrados a bordo da embarcação. A vigilância destina na verificação, detecção e correção de
irregularidade para que possam ser sanadas sem que causem maiores prejuízos.

Sistema de Patrulha
Sistema de controle de prevenção utilizado por um ou mais brigadistas com a finalidade de
inspecionar a embarcação a fim de reduzir os riscos eminentes de incêndio e se necessário
combate-lo no momento inicial. Esses homens guarnecem máscaras, percorrendo
sistematicamente todas as áreas, á procura de anormalidades. Ao detectarem uma avaria,
passam automaticamente a combatê-la a fim de evitar maiores danos à embarcação.

1.7. Sistemas de detecção de fogo e fumaça e o alarme


automático a bordo
São equipamentos instalados com a finalidade de alertar para a deflagração de um estado de
emergência em instalações industriais ou a bordo de navio ou plataforma marítima. Existem
vários tipos de sensores, que variam de acordo com a necessidade e o local de instalação. Os
alarmes disparados por esses sensores podem ser sonoros e/ou visuais.
 Os detectores de Incêndios podem ser de quatro tipos, conforme o fenômeno que
detecta:
 Térmico, que é sensível a aumentos de temperatura;
 De fumaça, que é sensível a produtos de combustíveis suspensos na atmosfera;
 De gás, cuja sensibilidade é a produtos gasosos da combustão; ou
 De chama, que responde a radiações emitidas por chamas.
 Acionador Manual, que se constitui na parte do sistema destinada ao acionamento
do sistema de detecção;
 Central de Controle, através da qual o sistema é alimentado eletricamente e é a
responsável por receber os sinais dos detectores e transmitir para o sistema de alarme;
 Alarme Sonoro e/ou Visual, cuja função é fazer soar o alarme de incêndio, por
comando manual do operador; e
104
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Fonte de Energia, cuja finalidade é garantir o funcionamento do sistema em
quaisquer circunstâncias.
O tipo de detector a ser utilizado depende das características dos materiais e equipamentos
instalados no compartimento e do risco de incêndio ali existente. A posição dos detectores
também é um fator importante e a localização escolhida deve ser apropriada à possível
concentração de fumaça ou gases quentes.

1.8. Ações ao ser detectado fumaça ou fogo


Procedimentos para o Primeiro Combate
Quanto mais rapidamente o fogo for descoberto e iniciado o seu combate, tanto mais fácil
será controlá-lo, tendo em vista o estágio mais incipiente do incêndio. Além disso, tanto maiores
serão as chances dos ocupantes do ambiente incendiado escaparem sem sofrer qualquer injúria,
assim como de evitar a ocorrência de avarias nos equipamentos ali instalados.
A pessoa que descobrir o fogo deve executar as seguintes ações, em sequência:
 Permanecer calmo e avaliar rapidamente as proporções do incêndio;
 Correr para disseminar o local e as proporções aproximadas do incêndio para a
primeira pessoa que encontrar, para que esta soe o alarme de incêndio e faça chegar a
informação à Estação Central da Brigada de Incêndio;
 Retornar ao local do fogo e iniciar o combate, utilizando aparelhos extintores portáteis
ou qualquer outro agente extintor disponível;
 Caso não seja possível combater o fogo, fechar portas, janelas e outros acessos ao
compartimento, iniciando o resfriamento das paredes adjacentes, com mangueira, de modo a
tentar evitar que o incêndio se alastre para outros compartimentos;
 Aguardar a chegada da Brigada de Incêndio.

1.9. Procedimentos segundo a NR 34


A NR 34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E
REPARAÇÃO NAVAL tem como objetivo, estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de
proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de
construção e reparação naval.

Proteção contra Incêndio

Cabe aos empregadores tomar as seguintes medidas de proteção contra incêndio nos locais onde
se realizam trabalhos a quente:
a) providenciar a eliminação ou manter sob controle possíveis riscos de incêndios;
b) instalar proteção física adequada contra fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a
evitar o contato com materiais combustíveis ou inflamáveis, bem como interferir em atividades
paralelas ou na circulação de pessoas;
c) manter desimpedido e próximo à área de trabalho sistema de combate a incêndio,
especificado conforme tipo e quantidade de inflamáveis e/ou combustíveis presentes;
d) inspecionar o local e as áreas adjacentes ao término do trabalho, a fim de evitar princípios de
incêndio.

105
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig. 104 - Biombo de proteção

Controle

Trabalho a quente, para fins desta Norma, considera-se trabalho a quente as atividades
de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição
tais como aquecimento, centelha ou chama.

Nos locais onde se realizam trabalhos a quente deve ser efetuada inspeção preliminar, de
modo a assegurar que:

a) o local de trabalho e áreas adjacentes estejam limpos, secos e isentos de agentes


combustíveis, inflamáveis, tóxicos e contaminantes;

b) a área somente seja liberada após constatação da ausência de atividades incompatíveis


com o trabalho a quente;

c) o trabalho a quente seja executado por trabalhador qualificado.

106
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.105 - Manta de proteção

Utilização de gases

Nos trabalhos a quente que utilizem gases devem ser adotadas as seguintes medidas:

a) utilizar somente gases adequados à aplicação, de acordo com as informações do fabricante;

b) seguir as determinações indicadas na Ficha de Informação de Segurança de Produtos


Químicos - FISPQ;

c) usar reguladores de pressão calibrados e em conformidade com o gás empregado.

É proibida a instalação de adaptadores entre o cilindro e o regulador de pressão. 34.5.5.3 No


caso de equipamento de oxiacetileno, deve ser utilizado dispositivo contra retrocesso de chama
nas alimentações da mangueira e do maçarico.

Quanto ao circuito de gás, devem ser observadas:

a) a inspeção antes do início do trabalho, de modo a assegurar a ausência de vazamentos e o


seu perfeito estado de funcionamento;

b) manutenção com a periodicidade estabelecida no procedimento da empresa, conforme


especificações técnicas do fabricante/fornecedor.

Somente é permitido emendar mangueiras por meio do uso de conector, em conformidade com
as especificações técnicas do fornecedor/fabricante.

Os cilindros de gás devem ser:

a) mantidos em posição vertical, fixados e distantes de chamas, fontes de centelhamento, calor


ou de produtos inflamáveis;

b) instalados de forma a não se tornar parte de circuito elétrico, mesmo que acidentalmente;

c) transportados na posição vertical, com capacete rosqueado, por meio de equipamentos


apropriados, devidamente fixados, evitando-se colisões;

d) quando inoperantes e/ou vazios, mantidos com as válvulas fechadas e guardados com o
protetor de válvulas (capacete rosqueado).

107
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.106- Sistema de exaustão
É proibida a instalação de cilindros de gases em ambientes confinados.

Sempre que o serviço for interrompido, devem ser fechadas as válvulas dos cilindros, dos
maçaricos e dos distribuidores de gases.

Ao término do serviço, as mangueiras de alimentação devem ser desconectadas.

Os equipamentos inoperantes e as mangueiras de gases devem ser mantidos fora dos espaços
confinados.

Equipamentos elétricos

Os equipamentos elétricos e seus acessórios devem ser aterrados a um ponto seguro de


aterramento e instalados de acordo com as instruções do fabricante.

Devem ser utilizados cabos elétricos de bitola adequada às aplicações previstas, e com a
isolação em perfeito estado.

Os terminais de saída devem ser mantidos em bom estado, sem partes quebradas ou isolação
trincada, principalmente aquele ligado à peça a ser soldada.

Deve ser assegurado que as conexões elétricas estejam bem ajustadas, limpas e secas.

Medidas Específicas

Devem ser empregadas técnicas de APR para:

a) determinar as medidas de controle;


b) definir o raio de abrangência;
c) sinalizar e isolar a área;
d) avaliar a necessidade de vigilância especial contra incêndios (observador) e de sistema de
alarme;
e) outras providências, sempre que necessário.
Antes do início dos trabalhos a quente, o local deve ser inspecionado, e o resultado da inspeção
ser registrado na Permissão de Trabalho.

108
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig. 107 - Área sinalizada com fita

As aberturas e canaletas devem ser fechadas ou protegidas, para evitar projeção de fagulhas,
combustão ou interferência em outras atividades.

Quando definido na APR, o observador deve permanecer no local, em contato permanente com
as frentes de trabalho, até a conclusão do serviço.

O observador deve receber treinamento ministrado por trabalhador capacitado em prevenção e


combate a incêndio, com conteúdo programático e carga horária mínima conforme Norma.

Quanto mais rápido um incêndio for detectado, maior será a velocidade da resposta para sua
extinção e, em consequência, maior será a probabilidade de sucesso desta operação. Para isso, é
de suma importância a identificação das classes de incêndios bem como dos agentes extintores a
ser utilizados.

2. Unidade de Ensino: Combate a Incêndio


2.1. Classes de incêndio e a simbologia padrão associada

Os incêndios são classificados de acordo com o material combustível principal. No Brasil


seguimos a classificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Fig.109- Simbologia das classes de incêndio

109
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
CLASSES DE INCÊNDIO
Classe Exemplos de Materiais Combustíveis

Incêndios em materiais sólidos fibrosos, tais como: madeira, papel, tecido etc, que se
A
caracterizam por deixar resíduos, como carvão e cinza.

Incêndios em líquidos e gases inflamáveis, ou em sólidos que se liquefazem para entrar em


B
combustão: gasolina, GLP, parafina etc.

C Incêndios que envolvem equipamentos elétricos energizados: motores, geradores, cabos etc.

D Incêndios em metais combustíveis, tais como: magnésio, titânio, potássio, zinco, sódio etc.

Tabela .110 - Classes de incêndio

As duas primeiras classes de incêndio, “A” e “B”, caracterizam-se pelo modo como queimam.
O incêndio classe “A” apresenta como resíduos cinza e brasas, queimando em superfície e
profundidade; já os de classe “B” queimam na superfície, não deixando resíduos.
Para a terceira classe, “C”, o fator relevante é a energia elétrica.
A classe “D”, em razão das características dos metais em combustão, requer o uso de
agentes extintores especiais, bem como métodos específicos de aplicação.

2.2. Métodos de combate de incêndio


Quanto mais rápido iniciarmos o ataque às chamas, maiores serão as possibilidades de
reduzi-las e eliminá-las.
Como vimos anteriormente, as ações para extinguir o fogo são voltadas para desfazer ou
romper o tetraedro do fogo.
Mas, que tipo de ataque se faz ao fogo em seu início?
Qual a solução a ser tentada?
Como os incêndios são de diferentes classes, as soluções também são diferentes e os
equipamentos de combate ao fogo também são de tipos diversos.
Todavia, existem fundamentos que orientam as ações a serem adotadas, quaisquer que
sejam os métodos de extinção de incêndio. São elas:
 Retirada ou exclusão do combustível, por isolamento do combustível próximo ao fogo
ou retirada do combustível que esta queimando.
 Eliminação do comburente (oxigênio), por abafamento ou impedindo o contato do
oxigênio com o combustível.
 Retirada ou redução do calor (temperatura do combustível), por resfriamento baixando
ou eliminado os vapores emanados pela combustão.
 Interrupção da reação em cadeia.
Assim, temos basicamente quatro métodos de extinção de incêndios:
Isolamento ou Remoção do Combustível – atua de forma a eliminar a presença do
combustível na queima, sendo sua aplicação limitada a casos especiais, em que seja possível, por
exemplo, fechar uma válvula de alimentação de combustível.

110
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Abafamento – atua de forma a eliminar o comburente por meio da retirada do oxigênio, sendo
de difícil aplicação, a não ser em pequenos incêndios.

Fig.112- Manta para combate por abafamento

Resfriamento – atua de forma a abaixar a temperatura do combustível, sendo o método de


extinção mais usado.

Fig.113- Uso do resfriamento para controle

Interrupção da Reação Química em Cadeia – atua pela adição de um reagente químico


capaz de interromper ou inibir a reação em cadeia da combustão, sendo o mais característico o
pó químico seco.

111
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.114– Quebra da reação em cadeia

2.3. Agentes extintores


Agentes extintores são substâncias empregadas para extinguir a combustão, por meio de
resfriamento, abafamento ou quebra da reação química em cadeia, sendo os mais empregados
os de menor custo, maior facilidade de obtenção e melhor rendimento operacional, para cada
tipo de incêndio. Ex. Água, Espuma, Pó Químico Seco, Pó Classe D, Pó ABC, Gás Carbônico
(CO2), Classe K, Manta Anti-chama, e outros…
 Água - é o agente extintor universal, sendo o de mais fácil obtenção, mais baixo
custo e de maior rendimento operacional pode ser usada na forma de neblina ou jato
sólido.
 Espuma- é um agente indicado para extinção de incêndio classe “B”, em especial os
de grande vulto
 Agentes em Pó - são substâncias químicas cuja composição varia de acordo com o
seu emprego.
 Pó Químico Seco (PQS) – é um agente a base de bicarbonato de sódio ou
bicarbonato de potássio, desenvolvido para extinguir incêndios em líquidos inflamáveis
(classe “B”) e equipamentos elétricos (classe “C”).
 Pó D – desenvolvido especialmente para incêndios em metais brancos (classe “D”),
extingue o fogo, principalmente, por abafamento.
 Pó ABC– Esse novo tipo de agente extintor apaga as três classes de incêndio.A
tendência é que venha a substituir o tradicional PQS.
 Gás Carbônico (CO2) - é um gás incolor, inodoro (sem cheiro), não tóxico e não
condutor de eletricidade, sendo indicado para incêndios das classes “B” e “C”.

2.4. Tipos de extintores portáteis


Extintores Portáteis
São aparelhos portáteis que servem para extinguir princípios de incêndio, devendo estar
acondicionados em locais visíveis e de fácil acesso.
O treinamento sobre o emprego correto do extintor é parte eficaz da prevenção e do
combate contra incêndio.
Os extintores portáteis são marcados com símbolos e letras, conforme a classe de incêndio
contra a qual devem ser utilizados.
Assim, as seguintes marcas são utilizadas:

112
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.115– Classes e símbolos dos extintores portáteis

Extintor de Água Pressurizada


Utilizado para combater princípios de incêndios da classe A, extingue o fogo por resfriamento.
Não deve ser empregado para combater fogo em aparelhos elétricos energizados (incêndio classe
C).

Fig.116 - Extintor de água pressurizada

Extintor de Gás Carbônico


São recomendados para incêndios das classes “B” e “C”, não podendo ser usados em
incêndios da classe “D”. São também utilizados contra princípios de incêndio da classe “A” ou
para controlá-los, até a chegada de agente mais indicado.

Fig.117- Extintor de gás carbônico

Extintor de Pó Químico Seco


Os extintores de pó químico seco (PQS), normalmente composto de bicarbonato de sódio ou
bicarbonato de potássio, podem ser usados em todas as classes de incêndios, embora sejam
recomendados para incêndios classe “B” e “C”.

Fig.118- Extintor de pó químico seco

Extintor de Pó “D”

113
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Os extintores de Pó “D” foram desenvolvidos especialmente para incêndios em metais
brancos (classe “D”) e extinguem o fogo, principalmente, por abafamento. É composto de
Cloreto de Sódio, Fosfato Tricálcio, aditivo termoplástico e metal estearato.

Fig.119- Extintor Classe D

Extintores de Pó ABC
O extintor de Pó ABC não é nocivo à saúde nem ao meio ambiente. Seu principal
componente é o fosfato monoamonico, produto largamente usado na fertilização agrícola. Apaga
as três classes de incêndio “A”, “B” e “C”.

Fig.120 - Extintor ABC

Extintor de Espuma
A espuma é formada por um liquido gerador de espuma (LGE), água e o ar, que é introduzido
através de orifícios existentes na extremidade da mangueira de descarga. Utilizado para extinguir
incêndios classe “A” e “B”

Fig.121- Extintor de espuma

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Extintor Classe “K”
Os extintores Classe K foram desenvolvidos especialmente para incêndios em banhas,
gorduras e óleos superaquecidos (classe “K”) e extinguem o fogo, principalmente, por
abafamento. Seu principal componente é o acetato de potássio e água.

Fig.122- Extintor Classe K

Cuidados no Uso de Extintores


Ao utilizarmos um extintor portátil, devemos atentar para os seguintes detalhes de
procedimento:
 Agir com firmeza e decisão, sem se arriscar demais;
 Manter a calma e afastar as pessoas não envolvidas no combate ao fogo;
 Desligar os circuitos elétricos próximos da área atingida;
 Assegurar-se de que não há risco de explosão;
 Usar o agente extintor correto; e
 Observar para que não haja reincidência dos focos.

Fig.123- Ataque conforme o vento

Água como agente extintor


Água - é o agente extintor universal, sendo o de mais fácil obtenção, mais baixo custo e de
maior rendimento operacional. É empregado no estado líquido, em três formas básicas: jato
sólido, neblina de alta pressão e neblina de baixa pressão. Extingue o fogo, primariamente, por
resfriamento e, secundariamente, por abafamento.

Restrição no uso de água


Evite aplicar água de forma indiscriminada para combate a incêndio, só o fazendo após
avaliar a real necessidade (direcionar fumaça, localização do foco de incêndio etc), pois a água
pode destruir documentos e materiais importantes, além de dificultar o acesso e bloquear rotas
de saída.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Procedimentos de Evacuação
Ao evacuar um compartimento em chamas, o mais importante é mantermos a calma e
agirmos com rapidez, procurando cumprir os procedimentos preconizados.
Assim, se o compartimento incendiado estiver tomado pela fumaça, devemos usar um lenço
molhado para cobrir o nariz e a boca e rastejar para a saída, respirando junto ao piso, uma vez
que a tendência da fumaça é subir, pois o ar quente é mais leve do que o ar frio.

Precauções ao se Mover na Fumaça ou na Escuridão


Em compartimentos onde a visibilidade esteja prejudicada, pela presença de fumaça ou pela
falta de iluminação, normalmente desligada em caso de incêndio, podemos diminuir a
probabilidade de ocorrência de acidentes observando os seguintes procedimentos:

Usando escadas
 Desça de costas e segure o guarda-corpo;
 Teste a integridade e a resistência dos degraus, antes de utilizá-los;
 Faça com que o uso da escada seja feito somente por uma pessoa de cada vez;
 Utilize o seu lado direito, caso a escada permita circulação de mais de uma pessoa.

Sinais de calor
 Verifique a temperatura de pisos, paredes e acessórios, como portas e maçanetas,
tocando-os com o dorso da mão, para obter indicação de fogo no lado oposto.

3. Unidade de Ensino: Organização de Combate a


Incêndio
3.1. Organização de combate a incêndio a bordo
O combate a incêndio é uma das atividades que envolvem um grande número de
pessoas, porem para que o combate possa ser bem sucedido, é importante lembrar que é um
trabalho em equipe, onde a participação individual é fundamental para o sucesso do grupo.
Como uma atividade desenvolvida em equipe necessita satisfazer quatro requisitos básicos:
1) Organização, significando que cada membro da equipe deve saber exatamente quais
atividades executar, quando e de que maneira;
2) Conhecimento, significando que cada membro da equipe deve possuir os conhecimentos
técnicos e teóricos necessários para executar as tarefas que lhe competem;
3) Treinamento, que representa a necessidade de exercitar os conhecimentos adquiridos,
assim como a coordenação das ações em conjunto; e
4) Disponibilidade de Material, representado pela manutenção constante e periódica,
garantindo que os equipamentos e materiais necessários à execução das atividades estarão,
permanentemente, em perfeitas condições de uso.

116
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Tabela Mestra
Tabela que identifica as funções principais em uma equipe de emergência, determinando
deveres que aumentem a velocidade de resposta construindo a estrutura de comando da equipe
para uma tomada de decisão eficiente. A tabela Mestra é criada com base no projeto, dos níveis
de gerenciamento, do tamanho, do tipo, da certificação e da complexidade da embarcação.

Plano de Segurança Contra Incêndio


Segundo a NBR 15219, Plano de Segurança Contra Incêndio é o “conjunto de ações e
recursos internos e externos ao local, que permite controlar a situação de incêndio”. Este Plano
constitui a base da organização da Brigada de Incêndio de uma instalação industrial, navio ou
plataforma marítima, pois identifica as funções principais da equipe de emergência,
determinando os deveres de cada membro e os procedimentos de prevenção e combate a
incêndio que garantam alta velocidade de resposta a emergências e construam a estrutura de
comando da equipe, para uma tomada de decisão eficiente.
O Plano de Segurança, também chamado de Plano de Emergência Contra Incêndio, é criado
com base na planta, na complexidade das operações e no tamanho das populações fixa e
flutuante das instalações, fundamentado nas informações coletadas por uma análise de riscos
confiável. Também organiza a cadeia de comando durante a emergência, atribui funções para
cada profissional envolvido, determina a composição da brigada, a localização dos equipamentos
de combate a incêndio e o tipo e localização dos sistemas fixos de detecção e combate a
incêndio.
Obs. Esse plano determina o que deve constar na tabela mestra da UM e no cartão “T” ou
tabela mestra individual (TMI).

3.2. Sistemas fixos de combate


Sistema Fixo a Gás
Os sistemas fixos de combate a incêndio são aqueles cujo propósito é a supressão de um
incêndio local, num dado sistema ou equipamento, através de uma instalação fixa, geralmente de
atuação automática. Estes sistemas destinam-se a providenciar uma descarga de gás extintor de
um conjunto de garrafas ou cilindros de armazenamento, através de tubagem fixa, até o local de
risco.
As instalações fixas de combate a incêndio têm um modo de funcionamento relativamente
simples, mas os sistemas de atuação automática requerem a instalação de detectores
automáticos de incêndio e um modo de gestão da informação relativa à detecção e à extinção.

Fig.124- Esquema de sistema fixo


de combate

117
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Dióxido de Carbono (CO2)
O dióxido de carbono é um gás inerte, mas, por se tratar de um único gás, e não de uma
mistura de gases, ocupa uma categoria independente na classificação dos agentes extintores. O
CO2 não conduz a corrente elétrica, é mais pesado que o ar e atua na inibição da combustão e
sobretudo, por substituição do oxigênio, embora secundariamente atue também por
resfriamento.

Sistemas Fixos de FM-200


Consiste de um sistema semelhante ao do CO², porem requerendo um maior cuidado, pois o
FM-200 é um gás controlado. Pode ser encontrado em dois tipos: bancada local e estação
central.

Sistema Fixo de Espuma Mecânica


A espuma mecânica é amplamente aplicada para combater incêndios em líquidos
combustíveis ou inflamáveis. É composta por um agregado estável de bolhas, que tem a
propriedade de cobrir e aderir aos líquidos combustíveis, formando uma camada resistente e
contínua. Esta camada isola o contato entre a superfície do líquido e o ar, impedindo a saída para
a atmosfera dos vapores voláteis do combustível. Além disso, a camada resfria o combustível e a
superfície adjacente, extinguindo o incêndio por abafamento e por resfriamento.
Os sistemas de espuma mecânica são tipicamente compostos por:
 Tubulações e acessórios, para conduzir a água ou a pré-mistura para a formação ou
aplicação da espuma;
 Tanques (Reserva) de extrato, nos quais é armazenada a quantidade de líquido gerador de
espuma necessária ao funcionamento do sistema;
 Elemento dosador (proporcionador), que são equipamentos responsáveis pela mistura do
líquido gerador com a água, na proporção adequada para a formação da espuma;
 Bombas Hidráulicas, para propiciar a pressão adequada à formação da pré-mistura; e
 Esguichos e canhões lançadores de espuma, que são elementos portáteis ou fixos, cuja
finalidade é dar forma à espuma de baixa e média expansão, de modo a fazê-la cobrir o líquido
combustível em chamas.

Sistema Fixo de Água


A água é o agente extintor por excelência. Porém, geralmente é incompatível com o tipo de
riscos que se procura proteger com sistemas de gases, sobretudo pelas suas propriedades de
condutividade de corrente elétrica.
Os sistemas de água finamente pulverizada (“water mist”) podem ser utilizados em
equipamentos elétricos sob tensão. Nestes sistemas de proteção, a água é dividida em partículas
de dimensão extremamente reduzida, o que aumenta a eficiência de absorção de calor libertado
pelo incêndio e reduz substancialmente o risco associado à corrente elétrica, já que, nessas
circunstâncias, as partículas de água se vaporizam rapidamente, não havendo depósito de líquido
sobre o equipamento a proteger.
118
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Entretanto, o sistema de borrifo de água mais utilizado é o de chuveiros automáticos, mais
conhecidos por “sprinklers”, o qual é composto por uma rede hidráulica mantida sob pressão,
onde são instalados em diversos pontos estratégicos dispositivos de aspersão de água (chuveiros
automáticos ou “sprinklers”). Esses dispositivos são dotado de um elemento termo sensível, que
se rompe pela ação do calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a descarga da água
sobre o ambiente.
Esse sistema possui grande confiabilidade e pode ser aplicado em ambientes onde não
existam equipamentos que se danifiquem pela ação da água. Possui as seguintes características:
 Rapidez de atuação;
 Possibilidade de extinção do incêndio em seu início; e
 Confinamento do incêndio ao ambiente onde se originou, facilitando a extinção do fogo.

Bombas e Redes de Incêndio


A rede de incêndio consiste em um sistema de canalizações permanentemente pressurizado
por bombas, que alimenta as tomadas de incêndio, hidrantes e válvulas de borrifo posicionadas
estrategicamente nos diversos compartimentos da instalação.

Fig.125- Bombas e redes de incêndio

Tomadas de Incêndio
As tomadas de incêndio são dispositivos colocados na rede de incêndio, aos quais são
conectadas as mangueiras. A bordo, são normalmente instaladas nas canalizações horizontais ou
nas extremidades das derivações verticais.

Fig.126- Tomada de Incêndio

119
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Sarilho ou Carretel de Mangueira
Equipamento instalado no piso ou nas anteparas de navios e plataformas, conectados à rede
de incêndio e indicados para princípios de incêndio. Geralmente utilizam um mangote feito de
borracha resistente ao calor, com longo comprimento e um esguicho de uma polegada. A
instalação desse tipo de equipamento pode substituir a de extintores portáteis de água.

Fig.127 - Carretel de mangueira

Mangueiras e Reduções
As mangueiras atualmente em uso a bordo dos navios e plataformas marítimas são revestidas
internamente com borracha e externamente com uma camada dupla de lona e possuem
diâmetros de 1 ½ e de 2 ½.
Cada seção de mangueira mede cerca de 15,25 metros de comprimento e suas extremidades
são adaptadas com conexões tipo engate-rápido.

Esguichos Variáveis
Os esguichos variáveis apresentam alguns detalhes, característicos de cada fabricante, que os
diferenciam uns dos outros. Esses detalhes, em sua maioria, dizem respeito ao desenho do
punho, ou mesmo a sua existência ou não. Isto faz com que sejam identificados e conhecidos
pelos nomes de seus respectivos fabricantes. Apesar dessas pequenas diferenças, todos os
esguichos operam de acordo com o mesmo princípio de funcionamento usado em algumas
duchas domésticas. O difusor dispõe de um movimento de aproximação e afastamento do corpo
do esguicho, pela rotação de uma luva roscada na extremidade de saída. Esse movimento
permite variar o formato do jato de água desde um leque, com ângulo de abertura de 120º
(neblina), até um jato em linha reta, chamado jato sólido (alguns não têm possibilidade de jato
sólido, apenas neblina com um leque menor).

Fig.128- Esguicho regulável universal e tipo pistola

120
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Posto de Incêndio
São locais específicos, pintados de vermelho, onde encontramos material e equipamentos
para combate a incêndio, como mangueiras, chaves de mangueiras, esguichos.
A localização dos postos de incêndio, acessórios e equipamentos para combate a incêndio
deve atender aos seguintes requisitos:
 Fácil visualização;
 Fácil acesso, não podendo ser obstruído;
 Baixa probabilidade de um incêndio bloquear o seu acesso;
 Existência de sinalização (placas de aviso).

Fig.129- Posto de incêndio

121
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.3. Ações da EMCIA e da Brigada de Incêndio em relação
ao controle de avarias em caso de queda (crash) de
aeronave no helideque da plataforma.
Controles de Avarias - CAV
É o conjunto de meios necessários para a preservação ou restabelecimento da estanqueidade,
capacidade de manobra e estabilidade, e prover adequada proteção contra incêndios, controle
dos agentes químicos agressivos e remoção de feridos.

Crash
É o choque de uma aeronave contra uma superfície na ocorrência de perda de controle. No
caso de crash, poderão ocorrer algumas reações, como:
- Pânico;
- Ferimento;
- Desorientação;
- Confusão; e
- Incêndio.

Todas as instalações, navios e plataformas marítimas dotadas de local de pouso de


helicóptero (LPH) devem possuir uma equipe treinada para combate a incêndio em helicóptero.
Um helicóptero que tenha sofrido uma queda, comumente chamada de crash, normalmente se
incendeia. Nesses casos, a primeira providência é o ataque e extinção do foco de incêndio.
Depois do fogo extinto, corta-se o rotor principal, bateria e combustível, para fazer a retirada
da tripulação da aeronave, na seguinte sequência:
 Retirar o plugue do capacete
 Retirar o capacete.
 Colocar o colar cervical
 Retirar o cinto de segurança
 Retirar os tripulantes.
A retirada da tripulação será realizada por três (3) homens experientes em primeiros
socorros. Eles deverão posicionar-se em frente à porta da aeronave, observando o seguinte
procedimento:
 O primeiro deita o tronco do tripulante para fora, trazendo-o para a altura do seu peito;
 O segundo segura o tripulante na altura do baixo ventre, trazendo-o também para próximo
do próprio peito; e
 O terceiro homem sustenta as pernas do tripulante, elevando-as à altura do peito.
 Os tripulantes deverão ser transportados para uma área segura, onde receberão os
primeiros socorros, se possível acompanhado de médico e enfermeiros experientes.

122
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Equipe de Segurança do Heliponto
Equipe de manobra e combate a incêndio de aviação (EMCIA), e a equipe orgânica da unidade
que em caso de “Crash” da aeronave a bordo, executará as tarefas de combate a incêndio de
aviação, de salvamento e, se for o caso, de alijamento da aeronave acidentada.

Brigada de Combate a Incêndio


Uma Brigada de Incêndio é formada por um grupo organizado de pessoas, chamadas
brigadistas, que são especialmente capacitadas para atuar numa área previamente estabelecida
na prevenção, abandono e combate a um principio de incêndio, e que também estejam aptas a
prestar os primeiros socorros a possíveis vítimas.
O objetivo principal da Brigada é a prevenção e o combate a princípios de incêndio. A brigada
desenvolve ações de prevenção, identificação e análise da situação, emergência, corte de
energia, abandono de área, isolamento de área e suas consequências, como danos materiais ou
acidentes com lesões, dentre outros.
De acordo com o item 4.1.1 da NBR 14276-2006, da ABNT, a brigada de incêndio deve ser
composta levando-se em conta a população fixa, o grau de risco e os grupos/divisões de
ocupação da instalação.
A Brigada deverá ser formada por tantas equipes quantas forem necessárias para proteger
contra incêndios a vida humana, as instalações físicas da empresa, navio ou plataforma marítima,
as máquinas e equipamentos, assim como os demais bens patrimoniais, considerando a seguinte
estrutura básica:
 Coordenador Geral: normalmente um Técnico em Segurança do Trabalho, é o
responsável por toda a instalação, navio ou plataforma.
 Coordenador de Brigada: é o responsável pela atuação das Brigadas em uma área
específica da instalação. Possui as seguintes atribuições:
1.Registrar as ações de respostas e comunicações;
2.Coordenar as ações das Brigadas de Incêndio;
3.Ao soar o alarme, dirigir-se ao ponto de reunião das Brigadas e verificar se
há necessidade de reforço;
4.Solicitar reforço para a composição das Brigadas de Incêndio ao
Coordenador Geral;
5.Dirigir-se com a Brigada e equipamentos para o local da emergência,
avaliar a situação e reportá-la ao Coordenador Geral;
6.Efetuar medição de explosividade para avaliação do risco no local da
emergência, utilizando o detector portátil de gás;
7.Planejar a estratégia de combate e coordenar as brigadas na utilização dos
recursos disponíveis;
8.Comunicar ao Coordenador Geral o andamento do controle da emergência;
9.Acionar sistemas fixos de combate a incêndio quando considerar
necessário, de acordo com avaliação conjunta com o Coordenador Geral; e
10. Assessorar o Coordenador Geral na tomada de decisões.
 Assessor Técnico: normalmente um Técnico em Segurança do Trabalho, é o
responsável pela formação, treinamento e fiscalização da brigada, assessorando a direção da
empresa, comando do navio ou gerência da plataforma, nos assuntos relativos à proteção
contra incêndio;
 Líder: responsável pela coordenação e execução das ações de emergência em sua área
de atuação (pavimento, setor, convés, seção etc.) Possui as seguintes atribuições:
1.Apresentar-se imediatamente no ponto de reunião da brigada, sempre que
for soado o alarme de emergência;
123
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
2.Deslocar-se com os equipamentos necessários, sob orientação do
Coordenador da Brigada, para o local da emergência;
3.Auxiliar no resgate de vítimas;
4.Combater incêndios ou vazamentos, conforme orientação do Coordenador
da Brigada; e
5.Instruir a equipe de brigada de incêndio nas operações de combate à
emergência.
 Brigadistas: membros da brigada de incêndio, normalmente com um responsável
específico pela manobra com o esguicho e outro pela manobra de hidrante, além dos demais
integrantes. Possuem as seguintes atribuições:
1.Apresentar-se imediatamente no ponto de reunião da brigada, sempre que
for soado o alarme de emergência;
2.Deslocar-se com os equipamentos necessários, sob orientação do
Coordenador da Brigada, para o local da emergência;
3.Auxiliar no resgate de vítimas;
4.Combater incêndios ou vazamentos, conforme orientação do Coordenador
da Brigada;
5.Atender às solicitações/instruções do Coordenador da Brigada;
6.Em caso de abandono do navio ou plataforma, sob orientação do
Coordenador da Brigada, vestir seu colete salva-vidas e dirigir-se à sua baleeira;
e
7.Cumprir as ações que lhe são designadas nas rotinas do Plano de
Emergência.

A atuação da brigada de incêndio define as consequências que um


princípio de fogo irá causar: um simples registro de incidente ou uma
grande tragédia

Equipamentos de Proteção Individual

Generalidades
Todo material cujo propósito básico seja proteger o ser humano que combate uma
emergência, contra quaisquer fatores que coloquem em risco sua integridade física, é conhecido
genericamente como equipamento de proteção.
Os componentes da equipe de combate a incêndio devem utilizar os seguintes tipos básicos
de proteção, antes de iniciar o combate propriamente dito:
 Proteção contra queimaduras;
 Proteção respiratória; e
 Proteção contra choques na cabeça.
Proteção Contra Queimaduras
Quem engaja em fainas de combate a incêndio necessita de proteção contra o calor. Certas
formas de aplicação da água (neblina) e mesmo de espuma (neblina de espuma) oferecem boa
proteção contra o calor irradiado, porém a proteção básica individual está diretamente ligada à
vestimenta.

124
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Proteção básica
Na ausência de roupas especiais, o uso de vestimentas à base de algodão oferece proteção
significativa contra o calor irradiado por um incêndio. Por esse motivo, adotou-se o macacão
como vestimenta padrão a bordo de navios e plataformas marítimas.

Fig.130-
Fig.133- Luvas
Capacete Fig.132- Bota
especiais Fig.131-
especial para combate a
incêndio Balaclava
Fig.134- Roupa
de
aproximação
Roupas de Aproximação
Todos os componentes da Brigada de Incêndio devem usar a vestimenta completa de
combate a incêndio, incluindo capuz e luvas anti-flash, além de capacetes com lanterna. As luvas
anti-flash podem ser substituídas por luvas para trabalhos pesados. Em complemento, os
componentes da turma de incêndio propriamente dita devem utilizar roupas de aproximação do
tipo “Fearnought” ou “Nomex”, como as mostradas abaixo e ao lado.

Roupas de Penetração
As roupas de penetração são usadas quando há necessidade de penetrar em ambientes
confinados, logo após a extinção do fogo. Nessa situação, ao abrir a porta de acesso ao
compartimento, a entrada de oxigênio pode realimentar o fogo e, com isso, colocar a pessoa que
está fazendo a reentrada em contato direto com as chamas ou altas temperaturas.

Fig.135- Roupa de penetração

Proteção Respiratória
As quatro principais ameaças ou riscos ao aparelho respiratório encontrados em incêndios
são:
 Falta de oxigênio;
 Temperatura elevada;
 Fumaça; e
 Gases tóxicos.

125
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Máscaras Contra Gases Tóxicos
O combate a incêndio em ambientes confinados requer cuidados especiais quanto à
segurança individual do combatente do fogo, devido ao acúmulo de gases tóxicos provenientes
da combustão. Com isso, é extremamente arriscado desenvolver qualquer ação sem a utilização
de equipamentos especiais, capazes de prover ar puro para o utilizador. Esse equipamento é
denominado Sistema de Respiração Autônoma, mais conhecido pelas iniciais de seu nome
original em inglês, SCBA (Self-Contained Breathing Apparatus).

Fig.136- Conjunto autônomo

Aparelho de Respiração Artificial


Esse tipo de aparelho foi concebido apenas para o escape de pessoal de locais tomados por
fumaça espessa e, por isso, não pode ser empregado em combate a incêndio.

Fig.137- Aparelho de respiração artificial

126
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Módulo 4
IV. Disciplina: Técnicas de Sobrevivência Pessoal e
Procedimentos de Emergência

Carga Horária: 09 Horas

Sigla: TSP/P

Objetivo Geral da Disciplina


Proporcionar ao aluno noções elementares sobre os procedimentos de emergência a bordo e
utilização do material de Salvatagem em unidades “offshore”.

1. Unidade de Ensino: Situações e Procedimentos


de Emergência
1.1 Tipos de Emergências que Podem Ocorrer
Quaisquer condições anormais que possam gerar sérios danos ao pessoal embarcado,
equipamento e ao meio ambiente marinho são evidenciadas como condições de emergências
onde serão necessárias as eliminações de suas causas para controle de seus efeitos. Causa
imediata interrupção na rotina da plataforma, podendo ainda ocasionar evacuação ou abandono
da plataforma.

Fig.138 - Incêndio em plataforma

Os seguintes eventos configuram ou podem configurar uma situação de emergência em


um navio ou plataforma marítima:
 Colisão (o impacto de embarcação ou unidade com algum objeto), abalroamento (o
impacto entre duas embarcações);
 Vazamento de gás, incêndio, implosão ou explosão;

127
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Água aberta (entrada de água sem controle na embarcação ou unidade), derramamento
de óleo;
 Erupção de poço (blow-out – perda do controle das pressões do poço);
 Más condições de tempo, correntes marinhas ou movimentos no fundo do mar que
possam afetar a estabilidade da embarcação ou da plataforma;
 Acidentes envolvendo aeronaves;
 Queda de uma pessoa no mar;
 Morte, doença ou lesão grave de pessoas a bordo;
 Acidente envolvendo material radioativo; e
 Acidente envolvendo mergulhadores e Afundamento.

Fig.140–Blow-out Fig.139 - Adernamento

1.2 Sinais de alarmes.


Ao descobrir uma emergência a bordo a primeira providência é avisar a central de
controle (Sala de Controle), através da qual o sistema de alarme é alimentado eletricamente e
acionado para todos os setores da plataforma.
As situações de emergência são disseminadas a bordo por meio da emissão de sinais de
alarme, que podem ser sonoros, visuais ou ambos, distribuídos em pontos estratégicos da
unidade marítima, com a finalidade de alertar a todos os que estão a bordo acerca do estado de
anormalidade existente.
Em locais ruidosos, como por exemplo, as praças de máquinas, são utilizadas lâmpadas
estroboscópicas, ou giroscópicas em complemento aos sinais sonoros.

Fig.141 - Sinaleira luminosa

128
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Os tipos de sinais de alarme mais comumente encontrados a bordo são:
As principais respostas às situações de emergência a bordo, que envolvem toda a
tripulação e os visitantes, são a evacuação e o abandono.

Fig.142 - Tipos de sinais de alarme

A evacuação consiste em deixar ordenadamente a unidade, por medida de segurança,


sempre que as circunstâncias assim recomendarem e permitirem, utilizando-se de meios
convenientes como baleeiras, cesta de transbordo de pessoal (plataforma x embarcação de
apoio) e/ou por aeronaves. Ocorre a saída parcial dos de bordo, ficando os que são essenciais
para o combate e controle da emergência. Esta ordem é verbal e só pode ser dada pelo gerente
da instalação offshore.
O abandono consiste em deixar completamente a unidade marítima da maneira rápida e
ordenada, utilizando-se de recursos próprios, como as embarcações de sobrevivência (baleeiras
ou balsas salva-vidas), ou outro meio mais apropriado, dependendo da emergência. Todos sairão
da unidade ou embarcação. Esta ordem é verbal e só pode ser dada pelo gerente da instalação
offshore.

1.3 Tabela Mestra

Tabela.143 - Tabela Mestra

129
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
A tabela mestra consiste num facilitador onde são preestabelecidos os tripulantes que irão
compor os grupos de ação da embarcação ou unidade. Esta tabela estabelece a função na faina
de acordo com a função a bordo, além de prestar breves orientações gerais sobre algumas
emergências.

Fig.144 - Informações presentes na Tabela Mestra

1.3 Quadro de Emergência


O quadro de Emergência consiste num facilitador onde são preestabelecidos os tripulantes que
irão compor os grupos de ação da embarcação ou unidade. Esta tabela estabelece a função na
nominalmente.

Fig.145 - Exemplo de quadro de emergência

1.3 Orientações de Segurança para Situações de


Emergência
Todas as pessoas quando embarcam em unidades ou embarcações são dirigidas até à
recepção, a fim de ser identificada e de receber um Cartão de Embarque (cartão T), o qual
possibilitará o efetivo controle do pessoal a bordo. A seguir, será encaminhada para o local onde
receberá o “briefing de embarque”, que se constitui em uma rápida palestra com as orientações
básicas sobre os procedimentos a serem cumpridos durante sua permanência a bordo. A principal

130
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
finalidade do briefing de embarque é a conscientização de todos no sentido de que a segurança
da Unidade Marítima Offshore não pode ser negligenciada.
Serão informadas: Principal atividade da unidade; Itens de segurança; Saúde e higiene; e
Itens de salvatagem.

Fig.146 - Sala de Briefing

1.3 Plano de Controle de Emergência


Toda unidade marítima dispõe de um Plano de Controle de Emergência, que fixa os
procedimentos que serão adotados pelos Grupos de Ação, e um plano contingencial de terra.
Ao soar o alarme de emergência todo o pessoal não envolvido no controle da emergência
deve dirigir-se, em ordem e com calma, a seu camarote, vestir-se adequadamente pegar seu
colete salva-vidas e, em seguida, concentrar-se nos respectivos Pontos de Reunião, onde
aguardará instruções e também vestirá o colete.
Enquanto isso, a emergência será combatida e controlada pelo Grupo de Emergência,
que é o conjunto de equipes com tarefas específicas para tal, assim distribuídas:
 Brigadas de Incêndio;
 Equipes de Parada de Emergência;
 Equipes de Resgate;
 Equipe de socorristas; e
 Equipes de Abandono.
Os demais devem seguir os procedimentos que, basicamente, são os seguintes:
 Parar todos os serviços;
 Desligar e desenergizar (se possível) os equipamentos;
 Agir conforme as orientações recebidas pelo fonoclama (qual é a emergência e onde
está ocorrendo);
 Pegar colete Salva vidas;
 Se dirigir ao Ponto de Reunião;
 Retirar cartão “T”;
 Vestir colete Salva-vidas; e
 Aguardar ordens do Coordenador.

131
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Evite correria e atropelos e mantenha-se sempre pela direita dos corredores e escadas,
munido de seu EPI completo. Não esqueça: o corrimão foi feito para ser usado. Ao subir ou
descer escadas, deixe sempre uma das mãos livres para segurar o corrimão, pois em caso de
queda você já estará apoiado, amenizando as consequências da queda.

Fig.147 - Responsabilidades do Fig.148 - Demonstrativo de localização de


Plano unidades

1.3 Planos Contingentes


É importante lembrar que as emergências, por natureza, não nos fornecem informações
relativas à forma como ocorrerão, onde acontecerão, quem estará envolvido e quantos serão os
acidentados ou vitimados. Devido a este fato existem meios alternativos para conseguirmos
nosso objetivo durante uma emergência dos quais podemos citar: rotas de fuga alternativas,
ponto de reunião alternativo, o uso de diversos meios para a saída ordenada da unidade,
suplentes treinados para funções estratégicas, informações atualizadas e adequadas for
fonoclamas, entre outros.

1.3 Cartão T
Cada tripulante ou visitante recebe seu cartão chamado “Cartão T” (T-CARD) ou Tabela
Mestra Individual (TMI), onde consta seu nome, a sua matrícula, o seu tipo sanguíneo, a sua
função a bordo, o número do camarote e do leito que deve ocupar, o número de sua baleeira e
seu local de reunião, a ser guarnecido em situações de emergência. Serve para identificação e
controle.

Fig.149 - Cartão T

132
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Pontos de Reunião
São locais específicos da plataforma, para onde devem dirigir-se todas as pessoas não
envolvidas com o controle da emergência, a fim de receberem instruções especificas.Deve ser
coordenado por uma pessoa já designada a qual orientará os residentes no que devem fazer até
o momento final da emergência ou mesmo se tiver que evacuar ou abandonar a unidade. O local
designado para ser um ponto de reunião deve ser abrigado das zonas perigosas e o mais
próximo possível dos postos de abandono.

Posto de Abandono
Posto de abandono é o local para onde se dirigem as pessoas que saíram do ponto de
reunião. Em geral é onde encontramos as baleeiras ou balsas salva-vidas a serem utilizadas e
também são conhecidos como Estações de Abandono.

Fig.150 - Posto de abandono

Rotas de Fuga
São indicações que visam orientar o pessoal quanto ao caminho mais curto e seguro para
se chegar até as áreas externas e às Estações de Abandono. São bons auxílios os planos de
segurança.
Devem estar sempre limpas e desobstruídas visando a segurança da locomoção do
pessoal durante uma emergência.
Exemplo de indicações de rota de fuga:

Fig.151 - Rota de fuga e sinalização

133
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.152 - Plano de segurança

Estações de Abandono
São lugares estratégicos destinados a reunir e posteriormente retirar o pessoal de bordo.
Nas estações de abandono temos o recurso primário de abandono que é a baleeira.

Fig.153 - Pessoal reunido aguardando orientações

A preparação para o abandono tem início logo após a disseminação do alarme


correspondente (contínuo). A forma de execução da faina depende de vários fatores, dos quais
os mais importantes são:

134
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
a) Tempo disponível
A preparação será tão melhor quanto maior o tempo disponível, uma vez que possibilitará
a todo o pessoal a bordo mais tempo para as ações de emergência.
b) Condições atmosféricas e o estado do mar
A correta interpretação dos indícios de tempo e estado do mar, fornecidos pelas
condições atmosféricas de temperatura e pressão, possibilita, por exemplo, antecipar
providências de preparação para mau tempo e qual recurso pode ser utilizado para deixar a
unidade ou embarcação.
c) Conhecimento sobre os equipamentos de salvatagem
Quanto maior o grau de conhecimento dos tripulantes, passageiros e visitantes acerca do
funcionamento e do manuseio dos equipamentos de salvatagem existentes a bordo, maior a
confiança no sucesso das ações de controle da situação de emergência, diminuindo a
probabilidade de perda de vidas humanas. Por isso, é necessário treinamento constante.
d) Disciplina dos passageiros e visitantes
Passageiros e visitantes devem estar preparados para seguir as instruções emanadas do
comando da unidade marítima, da mesma forma que os tripulantes.

Determinação do Abandono
Compete ao Gerente de Unidade Offshore (OIM, GEPLAT ou Comandante), conforme o
caso, determinar o abandonou evacuação. Qualquer iniciativa de abandono da unidade, sem
autorização do Gerente de Unidade só irá complicar ainda mais uma situação, que já é crítica.
Além disso, as providências tomadas pelo por eles juntamente com seus assessores diretos e o
Grupo de Emergência, poderão salvar a unidade marítima, eliminando a necessidade do
abandono.
Portanto, somente após a decisão destes, manifestada por meio da disseminação da
ordem verbal de abandono, é que se deve efetivamente abandonar a unidade.

Evacuação - Retirada parcial

Abandono – Retirada total

Fig.154 - Descida e afastamento de baleeira

135
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Dificuldades
Quando o OIM / Gerente de Unidade Offshore determinar o abandono, ou a evacuação da
plataforma ou do navio, uma série de dificuldades poderá ser encontrada pelas pessoas
embarcadas. Evidentemente, essas dificuldades serão fruto da gravidade da situação e podem
variar desde pequenos acidentes pessoais até o rápido afundamento, com numerosas vidas
perdidas.
Poderá haver, por exemplo, falta de iluminação, adernamento, incêndios, alagamentos,
descontrole emocional de algumas pessoas, impossibilidade de acesso a equipamentos de
salvatagem, pessoas caídas ao mar, avarias nos turcos de lançamento de baleeiras etc.
Nessas situações, o mais importante é manter o controle emocional e procurar cumprir
rigorosamente os procedimentos preconizados, sem deixar de liberar o raciocínio para soluções
inovadoras, no caso de serem encontradas situações de emergência inusitadas.
É natural que o ser humano sinta medo em situações de emergência, mas a melhor forma
de controlá-lo é saber o que precisa ser feito; ou seja, estar preparado para enfrentar tais
situações, por meio de conhecimento acerca dos equipamentos e procedimentos de salvatagem e
a realização constante de treinamentos simulados.

1.4 Emprego de equipamentos


Durante as fainas normais de bordo, num exercício simulado ou mesmo num sinistro
comprovado, numa unidade offshore, é importante que haja a preocupação com a integridade
física dos residentes. Por conta disto torna-se importante que as pessoas utilizem seus
equipamentos de proteções e uniformes usuais durante suas estadias a bordo.

Colete salva-vidas para trabalho e trabalho em altura.

Fig.155 - Colete Classe IV e equipamento de trabalho em altura

Quando um trabalho for executado sobre o mar ou com a possibilidade de haver a


projeção do trabalhador deve se utilizar o colete salva-vidas classe IV juntamente com o cinto de
segurança e seus acessórios.

Para passar os passageiros de bordo para a embarcação são usadas cestas de


transbordo. Embarcações destinadas ao auxílio as unidades quando estas estão em
emergência. Seguindo as orientações os que vão embarcar/subir na cesta devem segurar firme
nos cabos posicionando o corpo com o centro de gravidade para dentro da base da cesta,
mantendo um pé na base da cesta e o outro no piso do convés. Ao subir, colocar os dois pés na
base. Ao descer no convés montar a mesma posição inicial de subida.

136
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.156 - Cintas Eslingues Fig.157 - Uso da cesta de
transbordo

Evacuação em Plataforma por helicóptero


Para a realização de evacuação por helicóptero em uma unidade marítima offshore na
qual o pouso da aeronave não ser efetuado, o seguinte procedimento deve ser seguido:
 Assegurar-se de que a área onde será feito o içamento da pessoa (PICK UP) esteja
livre e desimpedida, sem mastros, paus de carga e outros acessórios que possam interferir na
manobra do helicóptero, os equipamentos referidos deverão estar recolhidos ou abaixados;
 Quando a aeronave descer o SLING, deixar que este toque o convés, antes de apanhá-
lo, de modo a permitir a descarga da eletricidade estática que conduz;
 Não fixar o SLING a nenhuma parte fixa da plataforma ou do navio, a fim de não
colocar em risco a segurança da aeronave;
 A pessoa a ser içada deve estar com o colete salva-vidas vestido e estar treinado sobre
os procedimentos de sobrevivência no mar;
 O SLING deve ser “vestido” por sobre a cabeça e passado por baixo das axilas da
pessoa a ser içada, a qual deverá abraçar o SLING e virar a cabeça de lado, a fim de evitar que o
cabo do SLING possa ferir seu rosto;
 Quando tudo estiver pronto, levantar o polegar direito para a aeronave, sinalizando
que está tudo pronto para o içamento;
 Após iniciado o içamento, a pessoa que está sendo içada não deve soltar o SLING, até
que possa ser assistida pela tripulação da aeronave, que a instruirá sobre os procedimentos
finais.
Para efeito de evacuação, quando haja possibilidade de pouso, os procedimentos são similares ao
de embarque e desembarque normalmente seguido, obedecendo-se rigorosamente ás
determinações do Agente de Lançamento e Pouso de Helicóptero (ALPH).

137
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Equipamentos de Proteção Individual
O Equipamento de Proteção Pessoal (EPP) também conhecido como Equipamento de
Proteção Individual (EPI), foi projetado para proteger o indivíduo de riscos associados com
trabalhos perigosos.
Durante o desenvolvimento de uma evacuação ou um abandono, existirá a necessidade
de locomoção até local apropriado para aguardar as orientações a bordo. Para isto, serão
necessárias a utilizações dos EPIs usados normalmente no período normal de trabalho.
Para determinar quais os EPIs adequados será realizada avaliação da tarefa e riscos.
Consiste basicamente de:
 Identificação dos perigos e do pessoal em risco;
 Determinação do risco;
 Decisão se o risco é tolerável;
 Preparação do Plano de Ação (se necessário); e
 Revisão constante dos Planos de Ação.

Capacete
Cobertura de plástico ou de aço de alto impacto. Composto de uma concha dura e uma
armadura de tela (rede) de suspensão por dentro do capacete que se ajusta á medida da cabeça
também conhecida como carneira composta de uma jugular que deve ser ajustada na região do
queixo. O capacete serve para proteger a cabeça de golpes por quedas de objetos, etc.

Fig.158 - Capacete

Óculos de Segurança
Oferecem proteção para os olhos. Muitos são feitos de plástico de alto impacto e
devemser colocados para proteção contra partículas que se desprendem dos materiais
trabalhados. Devem ser utilizadas proteções de acordo com o serviço que será executado.

Fig.159 - Óculos de segurança


138
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Proteção Auricular
A proteção para os ouvidos pode ser feita por abafadores de ruído que cobrem as orelhas
ou por protetores internos que são tampões introduzidos na abertura da orelha e que podem ser
descartáveis ou reutilizáveis. A perda de audição pode ocorrer se um indivíduo se expuser por
períodos prolongados a altos níveis de ruído. Neste caso, recomenda-se a dupla proteção.

Fig.160 - Protetor tipo


abafador

Máscara Protetora da Respiração


São fabricadas em tecido ou papel e algumas são tratadas quimicamente para serem
utilizadas em trabalhos em que haja um risco específico. Normalmente elas cobrem o nariz e a
boca do usuário e se sustentam mediante um elástico que é colocado na parte posterior da
cabeça. Alguns modelos possuem filtros adjuntos a máscara para maior filtração. Essa máscara
deve ser usada quando se realizam trabalhos com areia ou pintura e quando estiver utilizando
qualquer produto químico que possa desprender valores nocivos.

Fig.161 - Máscara contra inalações

Luvas
A proteção das mãos deve ser feita utilizando-se luvas de segurança. A utilização das
luvas não evita acidentes, porém minimiza as suas consequências.
Existem luvas fabricadas de vários tipos de materiais e devem ser utilizadas de acordo
com o serviço a ser executado.

Fig.162 - Luvas de
proteção
139
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Macacão
O macacão utilizado a bordo das unidades offshore é uma vestimenta, que serve de
uniforme e deve ser provido pelo empregador. Alguns tipos de macacões são considerados como
EPIs (Tayvek), dependendo dos tipos de atividades a serem realizadas e oferecem proteção ao
tronco, membros superiores e inferiores contra riscos de origem térmica, mecânica, química,
radioativa, meteorológica e umidade proveniente de operações com o uso de água.

Fig.163 - Macacões

Botas de segurança
São calçados que possuem um metal protetor para os dedos no seu interior. Entretanto,
alguns desenhos são feitos de outros materiais que oferecem a mesma proteção, são mais leves
e oferecem proteção térmica evitando o congelamento dos pés. Devem ser usadas ao se
trabalhar próximo a equipamento pesado ou cobertas abaixo.

Fig.164 - Botas de
segurança

Nas unidades offshore de bandeiras brasileira e estrangeira deve-se notar a


obrigatoriedade do uso de Equipamento de Proteção Individual – EPI (capacete, botas, macacão,
óculos de segurança, protetor auricular e luvas) durante a rotina de trabalho externo e em
situações de emergências, pois caso sejamos deslocadas para os Postos de Abandono, as
pessoas irão transitar em áreas industriais onde, nos momentos de quaisquer situações o uso do
EPI será necessário. Além do EPI usual, deve-se fazer o transporte ou o uso do colete salva-
vidas.

140
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
1.5 Sistemas de comunicações interiores de bordo
A comunicação numa situação de emergência deve ser feita de maneira rápida e objetiva
para conferir um melhor tempo para a resposta dos coordenadores e equipes para as fainas.
Sempre certifique se a mensagem chegou corretamente ao seu destino ou procure
entender bem o que está sendo transmitido durante uma situação de emergência.
VHF Portáteis
São equipamentos de comunicação rádio que estabelecem comunicação entre
trabalhadores da unidade com outras estações externas tais como plataformas, rebocadores e
até mesmo helicópteros. Utiliza-se a faixa de frequência VHF (Very High Frequency). São usados
para fainas de manobras de cargas, transbordos de pessoas e salvamento, considerando-se
desde a ordem de preparar para evacuar ou abandonar.

Fig.165 - Rádio
VHF

UHF Portáteis
São equipamentos de comunicação rádio que estabelecem comunicação entre os tripulantes
dentro da unidade ou até mesmo para fora desta, na faixa de frequência UHF (Ultra High
Frequency). Esses aparelhos são usados para fainas de manobras de operadores, comunicação
entre as equipes de contingências durante treinamentos de incêndio e abandono e outras
operações a bordo.

Fig.166 -
Rádio UHF
Megafones
São aparelhos para amplificar o som da voz humana, para que possa ser ouvida com clareza,
a grandes distâncias.

Fig.167 - Megafone

141
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Telefonia
As unidades possuem sistema de telefonia interna através de ramais. Podem ser utilizados
para comunicação de rotina ou para informar uma emergência.

Fig.168 - Ramal

Fonoclama (Microprioritário)
O mesmo sistema de Intercon, porém que atinge todas as áreas da unidade marítima para
alerta de emergência.

Fig.169 - Fonoclama

Visual
Sinaleiras visuais podem ser utilizadas para locais ruidosos e como complemento de outros
alarmes.

Fig.170 - Sinal visual

Botoeiras
Botões estrategicamente estalados com a finalidade de disparar o alarme em
determinado lugar, ou em toda a unidade.

Fig.171 - Botoeira

142
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
1.6 A importância de seguir as ordens e instruções da
cadeia de comando.
Plano de Segurança
Segundo a NBR 14.276, Plano de Segurança é o “conjunto de ações e recursos internos e
externos ao local, que permite controlar a situação de emergência”. Este Plano constitui a base
da organização da Brigada de Incêndio de uma instalação industrial, navio ou plataforma
marítima e ainda demonstra informações importantes a serem seguidas pelos tripulantes da
unidade marítima que são empregadas e aplicadas na Tabela Mestra de Emergência.
Sendo assim, serão identificas as funções principais das equipes de emergência,
determinando os deveres e procedimentos de cada uma delas e que garantam alta velocidade de
resposta a emergências e construam a estrutura hierárquica de comando das equipes, para
tomadas de decisões eficientes.

Estrutura funcional e hierárquica


A hierarquia é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, sendo esta ordenação
feita por posto ou graduações, ou distribuição ordenada de poderes; ordem e subordinação de
poderes civis, eclesiásticos e militares; graduação da autoridade, correspondente às diversas
categorias de funcionários.

Fig.172 - Tabela hierárquica conforme NORMAM-01 item 0117


Para as situações de emergência será necessário alguém para orientar e ordenar
respostas e atitudes dos demais que estão a bordo. Inclusive tendo a responsabilidade sobre
todos demais, quando a bordo.
Dois indivíduo-absolutamente iguais entre si não podem ter entre eles uma relação de
mando e de obediência, pelo menos não uma relação que seja estável ao longo do tempo.
Percebe-se assim que a hierarquia e a cadeia de comando não são sinônimos, mas que a
primeira é condição necessária da segunda.
A bordo de uma unidade marítima também existe hierarquia e uma cadeia de comando
que deve ser obedecida e respeitada por todos. Apesar de existir vários setores ou
departamentos a bordo, cada um com os seus respectivos supervisores, o gerente da instalação
offshore é a autoridade máxima a bordo.

143
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Quando queremos solicitar algo, fazer reclamação, etc., devemos primeiramente nos
dirigir ao nosso superior hierárquico. Este, caso não tenha autonomia para solucionar o
problema, se dirige ao seu superior hierárquico e assim sucessivamente, até chegar ao gerente
da instalação que dará a resposta final.
Um local onde não são respeitadas as ordens e instruções superiores, com certeza será
notado o caos, uma bagunça total, onde cada um toma a decisão que quiser, fazendo o serviço
que quiser, podendo acarretar acidentes graves, brigas e conflitos e, com certeza, grande
quantidade de retrabalho por falta de comunicação e planejamento.

1.7 Procedimentos em operações combinadas


Em algumas situações poderemos observar que uma unidade estará sempre em operação
conjunta com uma ou mais unidades offshore, noutras observaremos esporadicamente tais
operações.

Jack-up (Plataforma Auto-elevatória) / Fixa


Tipo de plataforma que utiliza pernas estruturadas e macacos hidráulicos com
cremalheiras para auto elevação. Estas pernas se apoiam no fundo em sapatas e não deve
possuir inclinação durante a subida. Ao subir as pernas seu casco flutua podendo ser rebocada.
Este tipo de unidade pode ser posicionada, normalmente, em uma lamina d’água de até 100
metros. É considerada fixa durante a operação por estar apoiada diretamente no fundo.

Flotel
Unidade utilizada como apoio, em geral posicionada ao lado de uma jaqueta (plataforma
fixa), interligada por rampa (gang way), a fim de prover reparos, mudanças estruturais, deck,
alojamento, cozinha, etc. Quando o Flotel está atracado junto à plataforma, vários reparos estão
sendo efetuados a bordo, aumentando os riscos de acidentes.

Fig.173 - Flotel

144
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Embarcações de apoio (Supplay-boat)
Embarcações que dão apoio às unidades offshore através do transporte de suprimentos
operacionais e de pessoal, transporte de passageiros (em alguns casos) e outras atividades
correlatas.
As operações entre unidades e embarcações de apoio sempre ocorrerão mediante ao
procedimento específico.

Fig.174 - Cesta de transbordo sendo descida em


supplay

Incêndio a bordo
O incêndio a bordo de uma unidade marítima é uma situação mais assustadora que em
terra. Normalmente o incêndio é combatido em espaços fechados. A água usada nos combates
pode afetar a estabilidade da unidade que armazena ou transporta grandes quantidades de
substancias explosivas e perigosas. Os residentes não têm para onde ir a não ser que evacuem
ou abandonem a unidade. O apoio nesta emergência pode acontecer por meio de embarcações
de apoio.

Fig.175 - Incêndio em plataforma

Operação de Mergulho
É impossível uma eliminação total dos riscos numa operação de mergulho. O melhor que
se pode conseguir é a redução dos riscos a um nível que possa ser considerado como aceitável
(algo nem sempre consensual). A avaliação de risco é uma ferramenta, simples e direta, para
auxiliar em todas as atividades, inclusive às de mergulho, registrando os perigos significativos, os
riscos associados e quais as medidas tomadas para controlar esses perigos, elevando os
patamares de segurança para todos os envolvidos. Todas as unidades e embarcações na
proximidade do local de mergulho devem ser informadas desta operação.

Fig.176 - Operação de mergulho


145
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Navio Aliviador/FPSO
O Navio Aliviador é um petroleiro que atraca na popa da FPSO para receber petróleo que
foi armazenado em seus tanques e transportá-lo para terra. A operação com Navio Aliviador
requer atenção de toda a tripulação. Vários riscos envolvem esta operação, tais como:
 Tensão dos cabos de amarração;
 Ligação dos mangotes;
 Operação de carregamento e descarga, entre outros.

Tais operações devem ser acompanhadas o tempo todo, mantendo-se sempre pessoal de vigia.

Fig.177 - Operação com navio aliviador

A avaliação de Riscos para as operações


 Identifica e avalia perigos significativos;
 Identifica quem está exposto a estes perigos;
 Prevê medidas de controle dos riscos, a serem estabelecidas antes ou durante uma
atividade, de forma a prevenir ou minimizar o dano para embarcação e para a vida
humana;
 Registra ações e procedimentos, além de prever a revisão periódica (ou em caso de
alteração significativa) que mantém a eficácia da Avaliação.

 2 Unidade de Ensino: Orientação Sobre Segurança a


Bordo
2.1 Principais compartimentos e equipamentos
de uma plataforma
Nas unidades, assim como nas embarcações, existem divisões chamadas de conveses
onde estão distribuídos os compartimentos e equipamentos.
É de suma importância o conhecimento da unidade ou embarcação onde se está, para um
comportamento adequado a uma situação de emergência.

146
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.178 - Informações para orientação a bordo

Um dos problemas encontrados nas unidades é a semelhança entre os conveses e


compartimentos. Para obter uma rápida orientação é recomendado a utilização de referências
baseadas em algumas estruturas, oficinas ou outros lugares notórios de bordo como:
 Sala de Controle – Local onde é feito todo o controle e monitoramento da unidade;
 Sala de Geradores – Local onde ficam os geradores de energia da unidade;
 Superestrutura (casario) – Parte habitável, onde se localizam os camarotes, refeitório e
toda a parte administrativa;
 Heliponto – Local de pouso e decolagem das aeronaves;
 Sonda – Unidade utilizada para perfuração e extração do petróleo;
 Queimadores – Usadas para queimar o gás proveniente dos poços de petróleo;
 Área de Produção – Local onde ficam instalados os equipamentos utilizados na
exploração e bombeamento do petróleo;
 Área de Facilidade – Local onde ficam instalados os equipamentos e materiais de apoio
a produção e bombeamento do petróleo e os materiais e equipamentos para operação
diária da plataforma; e
 Risers – Tubos pelos quais são transportados o óleo e outros materiais extraídos do
fundo do mar.
Existem também orientações correlatas às direções e posições de bordo baseados numa
embarcação como na figura apresentada:

Fig.179 - Compartimentos e equipamentos de unidade FPSO


147
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.180 - Compartimentos e equipamentos de unidade fixa

2.2 Estrutura funcional e hierárquica


Como já foi mencionada antes, a necessidade da existência da cadeia de comando a
bordo é necessária. Para as situações de emergência é estabelecido que o coordenador local da
emergência como responsável máximo a bordo. Se este estiver impedido por qualquer motivo de
exercer suas funções nas fainas de emergência outra pessoa, já estabelecida previamente, irá
assumir a função de coordenador local da emergência e suas respectivas responsabilidades e
autoridade. Para as demais tarefas de bordo existem também a distribuição de responsabilidade
setorial também das áreas produtivas, os responsáveis pelas atividades específicas. Temos, como
exemplo:

Fig.181 - Tabela hierárquica conforme NORMAM-01 item 0117


148
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Geplat / OIM;
 COEMB / Barge Supervisor;
 COMAN / Maintenance Supervisor;
 COPROD / Oil Production Supervisor;
 Operador de Lastro / Ballast Supervisor; e
 Supervisor de Movimentação de Carga / Cargo Supervisor.

Fig.182 - Organização hierárquica

Tipos de Unidades e suas operações combinadas.


Existem vários tipos de unidades e situações no seio offshore que possibilitam que as operações
combinadas tenham êxitos. Veremos alguns deles:

Fig.183 - Tipos de unidade

2.3 Elementos de estabilidade e estanqueidade

Fig.184 - Posições, adernamento e esforços estruturais


149
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Noções de Estabilidade
O estudo da estabilidade determina a natureza do equilíbrio e avalia a tendência que a
embarcação ou unidade tem de retornar à posição normal de repouso, quando dela é
afastado pela ação de forças interiores (carga, combustível, lastro etc.) e exteriores (vento e
mar), como também examina o grau de reserva de flutuabilidade que lhe resta, quando
submetido a uma ação perturbadora externa.

Obras vivas - Parte do casco abaixo do plano de flutuação em plena carga, isto é, a parte que
fica imersa ou quase totalmente imersa.

Obras mortas - Parte do casco que fica acima do plano de flutuação em plena carga e que esta
sempre emersa.

Fig.185 - Obras vivas, Obras mortas e linha


d'água

 Portas Estanques - Portas de fechamento estanque, que estabelecem ou


interceptam as comunicações através das anteparas estanques. As portas estanques
são feitas normalmente com o mesmo material de construção do casco da embarcação
e possuem geralmente a mesma espessura das anteparas onde estão instaladas. A
estanqueidade das portas e quase sempre por meio de atracadores que comprimem a
porta com a guarnição de borracha contra a gola de seu marco. As portas estanques
acima da linha d’agua de construção mais simples que as situadas abaixo da linha
d’agua, não só porque a pressão da água nelas será menor como por serem facilmente
atingidas pelo pessoal. Normalmente as portas estanques devem ficar fechadas.

Fig. 186 - Portas estanques

 Calado - Distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa daquele
navio naquele ponto.

150
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Sistema de Lastro
O sistema de lastro compreende um conjunto de sensores, bombas, válvulas, tanques e
outros elementos de controle que visam supervisionar e controlar os elementos de estabilidade
duma unidade ou embarcação.
As subdivisões internas de uma Plataforma são chamadas de compartimentos, os quais
podem ser estanques, isto é, impermeáveis, à água, ao óleo, a gases ou a todos esses
elementos. Normalmente, a palavra estanque, sem outra referência, indica impermeabilidade à
água somente.

Fig.187 - Sistema de lastro

Nas unidades encontramos diversos compartimentos como:

 Porões: compartimentos destinados a armazenar cargas, podendo ser frigorificados


ou refrigerados.
 Paióis: compartimentos destinados a armazenar os mantimentos e diversos artigos
necessários aos serviços, como cabos, ferramentas, material de marinharia e outros.
 Tanques: compartimentos ou reservatórios de grandes dimensões, para armazenar
fluidos, como combustível (tanques de combustível), água doce (tanques de água
doce), lubrificante (tanques de lubrificantes) e lastro liquido (tanques de lastro);
 Praça de máquina: compartimento onde se localizam as máquinas como motores,
caldeiras, turbinas, geradores, compressores de refrigeração.
 Sala de Controle: compartimento onde se comanda as operações de bordo.
 Sala de Bombas: compartimento onde são localizadas as bombas responsáveis pelas
operações em geral.
 Alojamentos/Camarotes/Acomodações: compartimentos destinados a alojar os
tripulantes. Além disso, existem compartimentos tais como: salas de ginásticas,
cinema, sala de jogos, despensas, refeitórios, cozinha, lavatórios, banheiros e
sanitários.
151
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
2.4 Modos de Evacuações Possíveis e Meios de
Evacuação/Abandono
Para retirar o pessoal de bordo de maneira rápida e segura serão utilizados recursos conforme
permitir as características da emergência.

Gangway – recurso normalmente utilizado para permitir o acesso de uma unidade à outra.
Exemplo comum da utilização deste recurso é entre um floatel e uma unidade onde será
realizados serviços de manutenção. Para sua utilização é necessário seguir ao plano de
emergência de acordo com as ordens passadas para se ter o controle e prevendo ações futuras.
Em ordem, o pessoal embarcado numa das unidades unidas pela Gangway deve passar para a
outra.

Fig.188 - Gangway ligando unidades

Embarcação de Stand-by – embarcações destinadas ao auxílio as unidades quando estas


estão em emergência. Para passar os passageiros de bordo para a embarcação são usadas
cestas de transbordo. Seguindo as orientações os que vão embarcar/subir na cesta devem
segurar firme nos cabos posicionando o corpo com o centro de gravidade para dentro da base da
cesta, mantendo um pé na base da cesta e o outro no piso do convés. Ao subir, colocar os dois
pés na base. Ao descer no convés montar a mesma posição inicial de subida.

Fig.189 - Transbordo por cesta

Baleeira – embarcação rígida de sobrevivência


recurso considerada como recurso primário de
evacuação e abandono. Veremos mais detalhes
sobre sua utilização no item que trata sobre a

152
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25

Fig.190 - Baleeira
baleeira.

153
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Helicóptero recurso usado normalmente para embarque e desembarque. Dependendo da
emergência pode ser utilizado para fazer a retirada do pessoal. Veremos mais detalhes no item
sobre embarque e desembarque de helicópteros.

Fig.191 - Retirada de pessoal por aeronave

Balsas salva-vidas – embarcação de sobrevivência inflável que pode ser lançada ao mar para
posterior embarque, descida por um turco, dependendo do modelo, ou acionada
automaticamente por afundamento. Veremos mais detalhes no item sobre balsas salva vidas.

Fig.192 - Balsa salva-vidas

Passarela – estrutura projetada para fora da unidade visando afastar o máximo possível o
pessoal que fará o abandono através do salto (sempre utilizando colete).

Escada de fuga – Escadas externas, estruturais que permitem a descida até as proximidades da
água para realização do abandono. Em alguns casos, dependendo da unidade e da maré (no
caso das unidades fixas), o abandono pode ser realizado com a descida até a água, sem a
realização dum salto.

Fig.193 - Escada de fuga em unidade fixa


154
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Para utilizar a passarela e a escada de fuga, a altura deve ser considerada, sempre buscando a
maior proximidade com superfície do mar, assim como a direção da correnteza e do vento.
Sempre deve ser utilizado o colete salva-vidas para realizar o escape pelo mar usando o próprio
corpo.

2.5 Procedimentos Básicos para


Evacuação/Abandono da unidade para cada
tipo de meio
Para cada meio de evacuação e abandono são adotados procedimentos específicos como citados
a seguir:

Gangway – Por ser um recurso simples, seu uso para evacuação ou abandono consiste em
basicamente atravessar a gangway de forma coordenada quando autorizado pelo coordenador
local da emergência. Deve-se estar atento para não haver uma desconexão repentina das
unidades devido a problemas relativos a manutenção da posição das unidades ligadas.

Fig.194 - Utilização da Gangway

Embarcação de Stand-by – Para uso deste equipamento o pessoal a ser transbordado deve se
dirigir em direção a cesta de transbordo quando autorizado, vestindo colete salva-vidas e os
demais EPIs, colocar um dos pés sobre a base da cesta, manter o outro fora da cesta (no
convés), com as mãos segurar nos cabos que formam uma rede. Quando for iniciada a subida da
cesta, colocar os dois pés para cima da base, mantenho o centro de gravidade para dentro da
base. Ao descer, quando estiver próximo do convés da embarcação, manter um dos pés para
fora da base visando tê-lo no convés logo que a cesta tocar o convés da embarcação de stand-
by. Quando seguro, soltar os cabos e afastar-se observando a cesta e o caminho a seguir.

Baleeira – Após a chegada ao posto de abandono todo o pessoal deverá aguardar a ordem para
entrar na baleeira. Quando autorizados, o pessoal deve proceder com o embarque de forma
coordenada, entrando um por vez, ocupando os lugares da popa para a proa, visando permitir o
acesso da baleeira livre para o embarque dos demais. A embarcação só será lançada após
autorização dos coordenador local da emergência.

Fig.195 - Baleeira

155
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Helicóptero – Para embarque no helicóptero o pessoal deve será conduzido até o helideck
conforme for conveniente. Alguns EPIs deverão ser retirados (capacete e colete salva-vidas) e
deverá ser vestido o colete salva-vidas da aeronave. Para a aproximação e afastamento o pessoal
precisa esperar a autorização e quando esta surgir, o pessoal deve se aproximar com o corpo
ligeiramente abaixado, sem portar objetos soltos, pelas áreas laterais da aeronave. Quando
utilizado para retirar o pessoal do mar, será descido da aeronave uma cinta sling que deverá ser
vestida para posterior subida e embarque do pessoal individualmente.

Fig.196 - Utilização do Helicóptero

Balsas salva-vidas – As balsas podem ser utilizadas para retirada do pessoal de bordo sendo
arriadas ao mar, quando esta pode ser turcada – o pessoal embarcará pelo convés após a
conexão da balsa no gato do turco, giro para fora da estrutura, disparo, peação e retirada de
todo o material que pode danificar a balsa (como por exemplo, as botas e ferramentas), ou
podem ser usadas após seu lançamento ou disparo automático por afundamento – normalmente
será feito o embarque do pessoal da água para a balsa..

Fig.197 - Balsa salva-vidas

Passarela – Escada de fuga – Para utilizar a passarela e a escada de fuga, a altura deve ser
considerada, sempre buscando a maior proximidade com superfície do mar, assim como a
direção da correnteza e do vento. Sempre deve ser utilizado o colete salva-vidas para realizar o
escape pelo mar usando o próprio corpo.

Fig.198 - Escada de fuga e passarela

156
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
2.6 Procedimentos para embarque e
desembarque em helicópteros
Procedimentos de Segurança
Para utilização dos serviços prestados por um helicóptero é necessário que os usuários
sejam, conhecedores de procedimentos que, quando seguidos, serão fundamentais para tomadas
de ações em situações normais e adversas. Para isto, é preciso que todos prestem atenção às
importantes informações que serão prestadas no momento do briefing de pré-embarque.

Briefing do Piloto
O briefing do piloto é feito para familiarizar os passageiros com a localização e utilização
dos cintos de segurança, coletes salva-vidas e da balsa salva-vidas, operação de abertura e
fechamento apropriado das portas dos compartimentos de bagagem e de passageiros, saídas de
emergências, kit de sobrevivência, extintor de incêndio e conhecimento do sistema de
comunicação e equipamentos de sinalização como o Transmissor de Localização de Emergência
(ELT).
Poderão ser incluídas ainda instruções sobre procedimentos especiais ou peculiares à
aeronave ou ao passageiro. SE NÃO ENTENDER ALGUMA COISA, PERGUNTE!
As seguintes informações sobre a segurança de helicóptero podem ser usadas para
prepará-lo para a sua viagem de ida e volta às instalações offshore:

Para o embarque:
 Apresente-se no local e horário indicados, em boas condições físicas e mentais;
 Participe do briefing de pré-embarque;
 Aproxime-se da aeronave à vista do piloto (caminhando de forma ligeiramente
curvada, principalmente na aproximação de aeronaves de menor porte);
 Não use ou utilize pequenos objetos como bonés, revistas etc., (elas podem ser
sugadas pelos motores do helicóptero);
 Identifique e evite áreas perigosas no exterior da aeronave (esquis, flutuadores,
degraus, antenas etc.)
 Evite andar a ré do helicóptero (rotor de cauda);
 Pise somente em áreas indicadas. Não pise nos flutuadores;
 Inspecione, vista e ajuste o colete salva-vidas;
 Observe o tipo de cinto de segurança e o procedimento de soltura do mesmo;
 Reveja o cartão de briefing do helicóptero (instruções);
 Identifique as saídas de emergência principal e secundária, as áreas de referência e as
rotas de escape. Observe também os obstáculos que possam dificultar ou atrapalhar o
escape (familiarização);
 Preste atenção especial às instruções de operação das “SAÍDAS DE EMERGÊNCIA”
colocadas nas portas e janelas; e
 Observe a localização dos equipamentos que podem lhe ajudar em uma situação de
emergência. Ex.: kit de primeiros socorros, extintores de incêndios, balsa salva-vidas etc.

Para desembarque:
 Qualquer movimento desnecessário neste momento pode fazer com que o piloto mude
sua abordagem para pouso;
 Permaneça sentado e preso pelo cinto de segurança até que o piloto ou o copiloto
permita a saída;
157
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Saia ordenadamente e à vista do piloto ou copiloto;
 Se houver remoção de bagagens ou os motores estiverem em funcionamento, use de
extrema precaução nas proximidades do helicóptero;
 Mantenha distância da cauda da aeronave, pois o rotor de cauda não pode ser visto
quando em rotação;
 Procure não cruzar na frente do helicóptero devido os tubos PITOT e o giro baixo do
rotor principal.

Colete Salva-Vidas
O colete salva-vidas aeronáutico é composto de duas câmaras infláveis independentes,
com dispositivos de acionamento individualizados. O principal dispositivo para inflar é composto
de uma ampola de Dióxido de Carbono (CO2). Caso ocorra uma falha no dispositivo da ampola,
um tubo de enchimento oral possibilita inflá-lo com o ar dos pulmões. Nunca acione o dispositivo
de inflar no interior do helicóptero.
Considere que somente uma câmara é suficiente para mantê-lo flutuando em segurança:
guarde a outra câmara para uma futura necessidade.

Fig.199 - Colete inflável

Posição de Preparo para Impacto


Muitos ferimentos ocorridos durante o abandono da aeronave poderiam ser evitados se
um preparo correto e eficaz para a posição de impacto fosse assumido.
Assumir a posição de impacto durante uma emergência irá:
 Reduzir o movimento do corpo dentro da cabine, o que reduz as chances de uma
segunda colisão;
 Estabilizar o indivíduo com o assento e reduzir a desorientação que se segue ao
impacto, especialmente se o helicóptero virar;
 Ajudar a reduzir a superfície do corpo como alvo de peças e estilhaços; e
 Proporcionar uma boa referência física para rapidamente reorientar-se a avaliar a
melhor rota de escape a adotar.

Fig.200 - Posição de impacto


158
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Se houver um aviso antecipado de abandono, os seguintes procedimentos devem ser
seguidos.
 Prenda todos os objetos soltos, como óculos, protetor auricular e próteses dentárias;
 Confira o cinto de segurança;
 Confira o colete salva-vidas (não o dispare); e
 Prepare-se para o impacto.
Se o abandono for iminente e pouco ou nenhum aviso for possível, você deve
preparar-se imediatamente para o impacto.
Se a aeronave permanecer pousada após o impacto permaneça sentado com o cinto
afivelado e aguarde orientações da tripulação.
Se a aeronave inverter adote uma referência com uma das mãos, com a outra segure
firma o cinto. Não abra o cinto. Espere a cabine encher, abra porta, mantenha a referência, abra
o cinto e saia.

3 Unidade de Ensino: Técnicas de Salvatagem e


Sobrevivência no Mar
Sobrevivência no mar
Sobrevivência é o conjunto de procedimentos e atitudes empreendidos por uma pessoa
ou grupo de pessoas que se encontra em situação de perigo no mar, com a finalidade de manter-
se vivo até a chegada da equipe de resgate.

3.1 Equipamentos para Salvatagem e


Sobrevivência
Equipamento disponível
Os equipamentos existentes na plataforma devem estar sempre à disposição de todos
quando da ocorrência de treinamentos e emergências. Eles se dividem em dois tipos a saber:
Individuais e Coletivos.

Coletes Salva-Vidas
Segundo as regras internacionais, das quais o Brasil é signatário, toda pessoa a bordo de
uma embarcação, plataforma marítima ou navio deve possuir um colete salva-vidas individual. Os
coletes são fabricados nas classes: I, II III, IV e V, portanto apenas duas classes são
encontradas em uma Unidade Marítima Offshore.

Fig.201 - Coletes salva-vidas


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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Considerando as características específicas de cada unidade marítima, em algumas
situações, o colete salva-vidas pode ficar inacessível para determinado tripulante, como acontece,
por exemplo, com quem estiver trabalhando nas proximidades da sonda de um navio-sonda.
Em face disso, existe a bordo um número extra de coletes, localizados em
compartimentos específicos, tais como o convés do passadiço, as praças de máquinas e as
estações de embarque das baleeiras.
De acordo com o Código Internacional de Equipamentos Salva-vidas, conhecido pela sigla
LSA Code de seu nome em inglês (International Life-Saving Appliances), os coletes salva vidas
Classe I devem ser dotados dos seguintes acessórios obrigatórios:
 luz de sinalização de emergência;
 fitas retro refletivas; e
 apito.
Os tipos abaixo são os utilizados em unidade marítima offshore:
Aplicação
Classe
Para navegação em alto mar e unidades marítimas offshore.
I
Utilizado para trabalho.
IV
Tabela .202 - Utilização de coletes

Algumas características do colete salva vidas:

 Manter o náufrago com a boca distante pelo menos 12 cm da água; e


 Se o náufrago estiver emborcado o colete o desvirara em no máximo 5 segundos.

Como vestir o colete salva-vidas


É importante que o equipamento fique bem ajustado ao corpo, tendo em vista que,
quando a pessoa entrar na água, a tendência do colete é flutuar, ficando desconfortável para o
náufrago ou até mesmo podendo sair pela cabeça.
 Vista o colete salva-vidas sobre as próprias roupas;
 Assegure-se de que as tiras não fiquem torcidas;
 Não dê um “nó cego” que dificulte a retirada do colete dentro d’água;
 Conecte os tirantes superiores primeiro (se houver tirantes virilhais comece por eles)
em seguida os demais;
 Elimine as extremidades dos coletes não as deixando soltas; e
 Finalmente, verifique se o colete está bem ajustado ao corpo.
Em unidades offshore não serão permitidos usos de coletes infláveis e só serão
encontrados coletes Classe I e IV. Para embarcações ou unidades que irão trafegar ou operar em
latitudes superiores a 60°, deverá haver roupa de imersão.

Bóias Salva-Vidas
As boias salva-vidas destinam-se a servir como auxílio primário à pessoa que caiu no mar
e aguarda salvamento. A boia é fabricada em fibra reforçada, em cor contrastante, não sendo
oca e nem preenchida por material que se desprenda. É provida de linha salva-vidas, fixada em
quatro pontos, formando alças.

160
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.204 - Fumígeno 15
Fig.203 - Boias salva-vidas e equipamentos minutos

As bóias salva-vidas são encontradas em diversos locais do navio ou da plataforma e


devem ser imediatamente lançadas ao mar pela primeira pessoa que avistar um náufrago.

Podem ser do tipo solteira, com retinida, com dispositivo luminoso ou com fumígeno de
15 minutos (dispositivo que emite fumaça na cor laranja por 15 minutos e ainda emite sinal
luminoso). Elas devem ser do tipo classe I.

Homem ao Mar
Caso ocorra a queda de um tripulante ao mar, devemos cumprir o seguinte procedimento:
 Gritar “homem ao mar” seguidas vezes para que todos saibam que há alguém na
água, sem perder o náufrago de vista;
 Lançar uma ou mais bóias para o homem ao mar;
 Comunicar a equipe de resgate que descerá o bote de resgate; e
 Se possível, entrar em contato com as embarcações mais próximas que possam
recolher ou auxiliar no recolhimento do náufrago.

Roupa de Imersão
Roupas especiais utilizadas em locais em embarcações e unidades offshore que trafeguem
ou operem em áreas onde a latitude é superior aos 60°N e 60°S. Se estiverem substituindo os
coletes salva-vidas deverão possuir acessórios e características como os coletes salva-vidas
classe I.
Para serem vestidas devem possibilitar que sejam vestidas em no máximo 2 minutos. E
para tal deve-se retirar a roupa de dentro de seu local de armazenamento, abri-la sobre o piso,
sentar-se ou deitar-se sobre roupa vestindo primeiramente as pernas, depois o braço menos
hábil, posicionar o capuz, vestir o braço hábil e, em seguida, fechar o zíper até o rosto.

Fig.205 - Roupa de imersão


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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.2 Tipos de embarcações utilizadas em
abandono e sobrevivência
As embarcações de sobrevivência constituem um excelente meio de sobrevivência das
unidades garantindo que os náufragos fiquem abrigados, não sofrendo tanto com o contato
direto com a água e outros problemas relacionados ao clima, como ventos fortes, chuvas e até
mesmo a exposição ao sol.
Tais embarcações não são meios de navegação para o retorno até terra, por tanto, os
náufragos mesmo utilizando embarcações de sobrevivência não podem seguir com um
afastamento demasiado, pois tal atitude irá dificultar sua localização e consequentemente o
resgate.
Lembre-se: a principal referência para o resgate é local da unidade ou embarcação
sinistrada.

Baleeiras
Existe uma infinidade de modelos de embarcações de sobrevivência rígidas conhecidas
como baleeiras que são equipamentos de utilização primárias em evacuações e abandono,
seguido de balsas salva-vidas como sistema secundário.
As baleeiras têm diferentes tipos de lançamento e um deles é o conhecido como do tipo
“free-fall” onde a baleeira desliza em uma rampa projetada em direção ao mar afastando-se com
precisão da unidade em perigo. Outro é aquele no qual ela é projetada para fora da unidade
marítima e colocada em direção ao mar no chamado turco rebatível e ainda o turco direcional,
onde a baleeira já se encontra posicionada.

Fig.206– Baleeira e Cápsula

As baleeiras usadas nas unidades offshore são do tido TEMPSC (Totally Enclosed Motor
Propelled Survival Craft) ou seja, totalmente fechada, com propulsão por motor.
As baleeiras possuem, normalmente, as seguintes características principais:
 Totalmente fechadas;
 São construídas para acomodar de 6 a 150 pessoas;
 São construídas com materiais flutuantes e retardadores de fogo;
 Possuem piso adequado para impedir a entrada de água e isolar os ocupantes do frio,
se for o caso;

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Possuem casco resistente para suportar lançamento em queda livre de pelo menos 3
metros (as do tipo Free-fall superam este limite);
 Possuem cilindros de ar respirável para o pessoal a bordo e para o funcionamento do
motor;
 Possuem sistema de borrifo externo para proteção de fogo;
 São auto-adriçáveis, totalmente fechadas e as pessoas devem estar com seus cintos
afivelados.
As figuras abaixo apresentam baleeiras totalmente fechadas e tipicamente usadas em
unidades offshore.

Ações para embarque, descida e afastamento


Toda embarcação salva-vidas é projetada de modo a permitir o embarque de toda a sua
lotação de pessoas em não mais de três minutos, a partir do momento em que for dada a ordem
de embarque. É desejável também que, se for o caso, um rápido desembarque seja possível.
O pessoal que ocupa a baleeira deve:

 Entrar na embarcação quando determinado pelo coordenador do ponto de reunião;


 Ocupar os lugares conforme orientação do coordenador;
 Prender o cinto de segurança e permanecer sentado até ordem em contrário dada pelo
timoneiro;
 Manter-se em silêncio.

Lançamento e Embarque em Baleeiras


O líder da Estação de Abandono, quando ainda na unidade marítima, normalmente um
mestre de cabotagem ou superior, coordena a liberação e descida das embarcações salva-vidas,
após ordem verbal do Coordenador Geral da Emergência. A embarcação é arriada pelo timoneiro
o qual é o comandante da mesma e quem demanda todas as ordens a partir da saída.
A embarcação de sobrevivência rígida, já conhecida como baleeira, possui cintos de
segurança os quais deverão ser usados pelas pessoas que adentrem à mesma ajustando-os de
forma precisa.
Estes cintos são os principais responsáveis em promover o auto-adriçamento da baleeira
caso ela emborque por ação do tempo ou de manobras bruscas por parte do timoneiro.

As baleeiras do tipo free-fall são fabricadas com características próprias para lançamento
em queda livre, da estrutura ao dispositivo de lançamento.

Fig.207 - Baleeira de lançamento free-fall, de turcos fixos e de turcos rebatíveis

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Tipos de Estações de Lançamento

Balsa Salva Vidas


É uma embarcação inflável acondicionada em um casulo e utilizada quando uma baleeira
não puder ser lançada ao mar por alguma adversidade indesejada. Desta forma fica evidenciado
que a utilização é secundária
As balsas salva-vidas são construídas de tal forma que atendam aos seguintes requisitos:
Capacidade de resistir às condições climáticas por, no mínimo, trinta dias, em qualquer
estado do mar, sem sofrer dana algum;
Capacidade de inflar-se manualmente ou por meio de dispositivos hidrostático, ao serem
lançadas na água;
 Dispor de casulos com flutuabilidade suficiente para permitir a liberação do dispositivo
de inflação, quando lançados ao mar, e capazes de resistir às mais rigorosas condições
de utilização encontradas no mar;
 Possuir cobertura que propicie proteção aos ocupantes, contra as intempéries; e
 Capacidade de inflar-se e armar-se automaticamente, ao serem lançadas ao mar e
enquanto estiverem na água.
As figuras abaixo apresentam um casulo de balsa salva vidas, instalado a bordo e
uma balsa salva vidas inflada e armada, pronta para ser ocupada.

Fig.208 - Casulo de balsa e balsa inflada

Tipos de lançamento
Para o uso da balsa podemos usar três tipos de lançamento que são:
 Lançamento manual;

 Liberação por flutuação livre; e


 Lançamento por turco.

Lançamento Manual
Para lançar a balsa salva-vidas ao mar devemos:
 Verificar se as condições climáticas são favoráveis. Direção do vento e do mar
proporcionando o afastamento da unidade;
 Verificar se o cabo de disparo está preso à estrutura da plataforma ou navio;
164
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Soltar o dispositivo de destrava rápida, deixando o casulo apoiado em seu berço;
 Lançar o casulo diretamente ao mar; e
 Tracionar o cabo de disparo para que a balsa infle.

Lançamento por Flutuação Livre


Este acionamento ocorrerá devido ao afundamento da unidade ou embarcação. Existe no
sistema de fixação do casulo à unidade uma válvula especial que é acionada na profundidade de
1,5 m até 4 m, é a válvula hidrostática.
A balsa é inflada automaticamente pelo cabo de disparo que fica presa à unidade.

Lançamento por Turco


Consiste no uso de uma balsa especial que pode ser descida já acionada, inflada e
ocupada. As condições climáticas de vento e correnteza devem ser verificados. Após a escolha do
bordo favorável, o próximo passo é conectar a balsa ao turco próprio para este fim, suspender e
girar a balsa para fora da unidade, disparar a balsa, aproximar e amarrar a mesma à unidade e
prosseguir com a entrada do pessoal sem objetos ou vestimentas que possam avariar a balsa.
Quando todos estiverem a bordo da balsa segue-se a descida da mesma para o
afastamento.

Fig.209 - Balsa turcada disparada

Embarques em Balsa Salva-Vidas


Para embarcar nas balsas salva-vidas, não é aconselhável saltar sobre ela, embora o
equipamento seja resistente, conforme preconizado por Lei. O salto do convés sobre a balsa
pode causar avarias na embarcação ou, pior, lesões corporais nas pessoas que já estiverem a
bordo. Existem dois tipos de embarque, chamados de direto (a seco) e indireto (molhado).

Fig.210 - Balsa turcada pronta para embarque


direto 165
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Embarque Direto
O embarque direto é aquele em que as pessoas abandonam a plataforma ou o navio
sinistrado embarcando diretamente na balsa salva-vidas, sem entrar em contato com a água.

Embarque Indireto
No embarque indireto, por sua vez, cada pessoa se lança na água e nada até a balsa.
Nesse caso, o salto do convés da unidade marítima deve ser feito na posição vertical, de pé, com
as pernas cruzadas e braços colados ao corpo, segurando o colete salva-vidas e protegendo as
narinas e mandíbulas para evitar acidentes individuais durante o abandono. Não é aconselhável
que, no momento do salto, a pessoa olhe para baixo. Na verdade isto já deve ter ocorrido antes
do salto
A ação de um embarque indireto ou quando ocorre um acidente em que alguém caia na
água, apresenta uma das dificuldades que é o embarque na balsa salva-vidas, a partir da água.
As balsas possuem cabos, em forma de pequenas escadas de quebra-peito e batentes inflados
que podem ser usados em conjunto, para o impulso do corpo ao seu interior, conforme mostrado
na figura abaixo.

Fig.211 - Embarque indireto

NOTA: Para um embarque direto, ao utilizar-se de escadas, notadamente as verticais ou de


quebra-peito, cada um deve fazê-lo com cautela, de modo a evitar cair ao mar ou sobre a
embarcação.

Desemborcamento de Balsa Salva-Vidas


Outra dificuldade ocorre quando, por ação do mar ou do vento, a balsa emborca ou
mesmo infle emborcada. Nesse caso, o procedimento a ser seguido consiste em ficar de pé sobre
a balsa emborcada tendo os pés apoiados atrás do cilindro de CO2 e N, utilizando um cabo ou
tirante próprio para esta faina. Puxar a balsa contra o corpo, aproveitando-se das condições do
mar e vento de modo a desemborcá-la. Pode ser realizada com uma ou duas pessoas, como
mostrado na próxima figura:

Fig.212 - Desviramento de balsa por uma pessoa e por duas pessoas


166
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Além disso, a manobra deve ser feita de modo que o peso do cilindro de CO2 e N atue
como se fosse a quilha da embarcação e o vento empurre a balsa para o lado de endireitamento,
como se esta fosse uma vela de barco, auxiliando assim o desemborcamento.
Ações vitais após embarque:
 Cortar cabo de disparo
 Recolher a âncora flutuante
 Afastar da unidade abandonada
 Lançar âncora flutuante
 Operar cortinas (abertura ou fechamento)
 Manter em boas condições a si próprio e a balsa inflável

Bote de Resgate
Embarcação orgânica da unidade ou embarcação concebida para salvar pessoas em
perigo dentro da água, assim como reunir e rebocar embarcações de sobrevivência. É
comumente chamado de FRB, iniciais do seu nome em inglês – Fast Rescue Boat.

Fig.213 - Bote de resgate em aproximação para resgate

Palamentas das embarcações


Trataremos agora de alguns itens de acessórios encontrados em uma embarcação de
sobrevivência os quais irão auxiliar aos náufragos durante uma situação de sobrevivência no mar.

Toda embarcação de sobrevivência é dotada de uma palamenta, ou seja, um conjunto de


acessórios e equipamentos para ser utilizado pelos náufragos, com o objetivo de prolongar sua
sobrevivência até o resgate. A dotação inclui, ainda, um kit de primeiros socorros. Vejamos todo
esse conjunto de acessórios:

Âncora Flutuante
Trata-se de um acessório de extrema importância, cujo objetivo é reduzir os efeitos da
deriva da balsa, estabilizando-a nas proximidades do naufrágio.

Fig.214 - Âncora flutuante


167
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Aro Flutuante
Dotado de uma retinida de comprimento não inferior a trinta metros, é empregado no
salvamento de náufragos, desde que conscientes. Caso o náufrago esteja desacordado, alguém
da balsa deve pular na água para levar o aro flutuante até ele e passá-lo no seu braço. Essa
pessoa que fará o resgate deve estar com seu colete salva-vidas vestido e portar um cabo de
segurança atado à cintura.

Fig.215 - Aro de resgate

Faca Flutuante com Fiel


Destina-se, primordialmente, a cortar o cabo de acionamento que prende a balsa à
plataforma ou navio, após o embarque dos náufragos. Obviamente, pode ser empregada para
outros fins, como a limpeza de peixes.

Fig.216 - Faca flutuante


Cuia Flutuante
Destina-se a retirar a água do mar acumulada no interior da balsa, bem como recolher
água da chuva.

Fig.217 - Cuia flutuante

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Esponjas
Servem, basicamente, para enxugar o piso da balsa e recolher o orvalho condensado na
cobertura, desde que não esteja contaminada com água do mar.

Fig.218 - Esponjas
Remos flutuantes
Empregados para propiciar o deslocamento da balsa. São flutuantes para que sejam de
fácil recuperação, em caso de queda no mar.

Fig.219 - Remo flutuante

Abridor de lata
Apesar das rações líquidas atualmente virem acondicionadas em recipientes plásticos, o
Código LSA ainda exige que as balsas salva-vidas dotem um abridor de latas.

Fig.220 - Abridor de latas

Caixa de Primeiros Socorro


De emprego óbvio, possui em seu interior diversos medicamentos e materiais para a
prestação dos primeiros socorros, conforme mostrado anteriormente.

Fig.221 - Kit de primeiros socorros

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Apito
O apito é de uso bastante restrito. Sua utilização geralmente está ligada ao momento que
se segue ao acidente, na reunião das embarcações de sobrevivência e na indicação da direção a
ser tomada pelos náufragos que se encontrem dentro d’água, principalmente no período noturno
ou de pouca visibilidade.

Fig.222 - Apito

Foguetes Iluminativos com paraquedas


Utilizado para sinalização noturna para indicar a localização dos náufragos às equipes de
busca e salvamento ou para navios ou aeronaves que estejam trafegando nas proximidades. São
acondicionados em tubos cilíndricos resistentes à água que podem ser confeccionados de metal
refratário ou baquelite. Pode atingir uma altitude de 300 metros e seu facho lumisoso pode ser
avistado a 41 milhas náuticas.

Fig.223 - Foguete paraquedas acionado

Facho Manual
Também empregado em sinalização noturna, sendo acondicionado em tubo cilíndrico
resistente à água, o qual pode ser confeccionado de material refratário ou baquelite.
Sua queima produz facho manual que emite luz encarnada brilhante mantida viva por um
período não inferior a um minuto. O facho deverá ser seguro bem para fora da embarcação de
sobrevivência, no bordo de saída do vento (sotavento), com o braço estendido e elevado
segundo um ângulo aproximado de 45º. As instruções de uso estão impressas no próprio
artefato.

Fig.224 - Facho manual acionado

170
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Fumígeno Flutuante
Utilizado em sinalização diurna é também acondicionado em um invólucro resistente à
água e ao ser acionado, emite uma fumaça de cor bem visível, em geral laranja, por um período
não inferior a três minutos. As instruções de operação também se encontram impressas no
invólucro.
O fumígeno não foi feito para que o náufrago fique segurando após o acionamento. Como
ele é flutuante, deve ser lançado na água, perpendicular ao vento.
O fumígeno pode, ainda, ser utilizado para indicar, para o piloto do helicóptero de
resgate, a direção e intensidade do vento, auxiliando-o na manobra de aproximação à
embarcação de sobrevivência.

Fig.225 - Fumígeno

A fim de evitar acidentes, os foguetes tipo os fachos manuais e fumígenos


flutuantes devem ser descartados e lançados ao mar, em caso de falha na
combustão.

Lanterna à Prova d’água


Empregada em sinalização noturna. A lanterna, também conhecida como jator elétrico,
pode ser utilizada para transmitir sinais pelo código MORSE, dentre outras finalidades. O sinal de
socorro (SOS) pelo código MORSE é três pontos, três traços e três pontos.

Fig.226 - Lanterna

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Refletor Radar
Construído em formato tal que se constitua em bom refletor para as ondas
eletromagnéticas emitidas por radares. Com isso, facilita a localização da balsa pelas equipes de
resgate. Deve ser posicionada com a haste na posição vertical, na maior altura possível.

Fig.227 - Refletor radar

Espelho Heliográfico
Utilizado em sinalização diurna, para refletir os raios solares em direção da equipe de resgate ou
de navios ou aeronaves que trafeguem nas proximidades.
A experiência tem demonstrado que o espelho pode ser um meio eficiente de sinalização
em dias ensolarados, propiciando que os observadores de uma aeronave de busca e salvamento
possam perceber o reflexo do espelho antes mesmo que os náufragos avistem a própria
aeronave.

Fig.228 - Espelho heliográfico

Conjunto de Apetrechos para Pesca


Empregado na atividade de busca de alimentos, ou seja, na pesca ou na captura de aves
marinhas.

Fig.229 - Kit de pesca

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Ração Sólida
A ração alimentar deverá ter, no mínimo, 10.000 KJ por pessoa que a embarcação de
sobrevivência estiver autorizada a acomodar e deve ser distribuída após as primeiras 24 horas do
abandono.

Fig.230 - Ração sólida

Ração Líquida
Atualmente, os recipientes de água são de plástico, contendo 1,5 litro de água potável
para cada pessoa que a embarcação de sobrevivência estiver autorizada a acomodar. Também
deve ser distribuída após as primeiras 24 horas do abandono.

Fig.231 - Ração líquida

Vaso Inoxidável Graduado


Utilizado para a distribuição de porções definidas de água potável.

Fig.232 - Copo graduado

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Medicamento Contra Enjoo
O náufrago com náuseas poderá ficar desidratado e sofrer de hipotermia. Em face disso, é
importante fazer uso do medicamento contra enjoo, caso necessário.

Fig.233 - Pílula contra enjoo

Saco para Enjoo


O náufrago que sentir náuseas deve fazer uso do saco para enjoo, de modo a manter o
interior da balsa limpo e evitar que o odor desagradável do vômito deixe os outros náufragos
com náuseas.

Fig.234 - Saco para enjoo

Instruções de Sobrevivência
Normalmente, trata-se de um pequeno manual de sobrevivência no mar, com instruções e
procedimentos a serem executados pelos náufragos. Aborda os principais tópicos relativos à
sobrevivência, como manutenção do equilíbrio hídrico, obtenção de água potável, alimentação
(pesca), sinalização de emergência, aspectos psicológicos dos náufragos, dentre outros. Também
são encontradas recomendações que visam a orientar os náufragos nos momentos iniciais da
sobrevivência. Geralmente ficam afixados no interior da balsa, em local bem visível.

Fig.235 - Manual de sobrevivência

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Roupas de Proteção Térmica
A roupa de proteção térmica, também conhecida a bordo como TPA (do inglês “Thermal
Protective Aid”), tem o propósito de reduzir a perda de calor corporal do náufrago.

Fig.236 - Roupa térmica

Conjunto para Reparos de Emergência


Trata-se de um “kit” para reparos nas câmaras de flutuação da balsa salva-vidas,
composto de bujões, remendos de borracha, tesoura sem ponta
e cola especial.

Fig.237 - Kit de reparo

Bomba de Enchimento Manual


Utilizada para reencher as câmaras de flutuação da balsa salva-vidas ou bote inflável,
caso esvaziem em razão de uma avaria ou devido à baixa temperatura ambiente, que pode
provocar contração do CO2 e consequente diminuição do volume das câmaras.

Fig.238 - Fole manual

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3.3 Pontos de reunião e estações de abandono
Os pontos de reunião e estações de abando serão informados durante o procedimento de
chegada a bordo através do briefing e tabela mestra. Durante uma emergência deve-se estar
atento as informações passadas, pois pode existir alterações nos locais indicados para a
emergência.

3.4 Procedimentos dentro d’água


Normalmente, as baleeiras possuem mais recursos para recolher o náufrago na água.
Entretanto, caso haja somente balsas salva-vidas nas proximidades, devemos tentar o resgate
por meio do uso de aros de resgate.
Se não obtivermos sucesso, o náufrago terá que nadar até a balsa mais próxima ou
aquela cuja posição esteja mais favorável ao vento e à corrente.
Quando houver mais de um náufrago na água, próximos uns dos outros, o procedimento
de natação mais recomendado é a natação coletiva ou natação em comboio, que consiste
em formar uma fila, na qual um náufrago se prende ao outro pelas pernas e, com os braços
livres, todos “remam” em direção à embarcação, como se estivessem nadando de costas. Isto
reduz o esforço físico e, consequentemente a perda excessiva de energia. Este nado é também
conhecido como centopeia
Caso ocorra alguma avaria com a embarcação de sobrevivência e seus tripulantes sejam
obrigados a abandoná-la e permanecer flutuando no mar, o procedimento a ser adotado é adotar
a posição de Huddle, que dá origem ao Círculo de Sobrevivência.
Esse posicionamento torna os náufragos um objeto mais visível às equipes de busca,
facilitando o resgate, além de reter o calor corporal e aumentar o moral do grupo, que
permanece unido.
Em caso de abandono, com necessidade de entrar na água, não devemos tirar nossas
vestes, pois elas ajudarão a conservar a temperatura do corpo, evitando a hipotermia. Além
disso, devemos evitar fazer qualquer esforço desnecessário, como nadar, por exemplo,
procurando manter a posição de ajuda (HELP), mostrada ao lado. Com esta posição o naufrago
evita a perda excessiva de energia e calor.

Fig.239 - Nado de sobrevivência e Posição Huddle

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Procedimentos para afastamento e permanência
O primeiro perigo após o abandono da plataforma ou navio é a possibilidade de existência
de fogo sobre a água. Os equipamentos e as embarcações de sobrevivência resistem ao fogo por
dois segundos, quando totalmente imersos em chamas.

Fig.240 - Observar direção de vento para posição segura

Sendo assim, devemos nos afastar da área com fogo o mais rápido possível, empregando
os recursos disponíveis para a proteção e o resfriamento da embarcação.
Em caso de um rápido afundamento da unidade marítima, existe ainda o risco da
embarcação de sobrevivência ser sugada juntamente com a plataforma ou navio, o que aumenta
a necessidade de se afastar o mais rapidamente possível do local do sinistro.
Animais marinhos não oferecem grandes riscos, caso todos os náufragos estejam dentro
das embarcações de sobrevivência, especialmente as baleeiras. Entretanto, todas as pessoas que
estiverem na água devem ser retiradas o mais rapidamente possível, particularmente se
percebermos a presença de tubarões.
Quando não for possível utilizar uma embarcação deve-se buscar o auxílio de qualquer
recurso flutuante seguro na tentativa de evitar afogamento e minimizar a ação da hipotermia.

3.5 Necessidade de Autocontrole e os Cuidados


para a Sobrevivência
A sobrevivência no mar é algo que requer muita atitude e controle. Neste caso existem
algumas considerações que precisam ser relevadas que são:

Efeitos do Clima
O clima é um fator importante na sobrevivência dos náufragos. Os principais fatores
físicos ambientais que afetam a sobrevivência são o estado do mar, o frio e o calor.
O mar agitado dificulta a sinalização e o resgate dos náufragos, principalmente se
houver ondas altas, pois a embarcação de sobrevivência pode não ser avistada pelas equipes de
busca e salvamento. Além disso, torna a jornada de sobrevivência ainda mais desconfortável.
O frio é outro fator que afeta a sobrevivência. Em águas frias, é necessário sair de dentro
delas o mais rapidamente possível. A maior causa de mortes em sobrevivência no mar é a
hipotermia por imersão. Além disso, é necessário que o náufrago se proteja do efeito do vento,
especialmente se estiver molhado. Não havendo roupas secas para vestir no lugar das molhadas,
é preciso retirar as roupas e torcê-las, a fim de retirar o excesso de água.
A sobrevivência em temperaturas baixas é uma questão de se manter a temperatura
corporal normal. Em climas mais frios, a tendência do corpo é ceder calor ao meio ambiente. A
consequência dessa perda de calor corporal é a diminuição de nossa temperatura interna, o que
pode levar à morte por hipotermia.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.241 - Clima adverso

Proteção Contra Calor e Frio


As embarcações de sobrevivência, normalmente, possuem recursos de proteção contra a
insolação, o vento, a chuva e o estado do mar. Além disso, a dotação dessas embarcações inclui
uma pomada (pasta d’água) que deve ser passada sobre a pele, para protegê-la dos efeitos do
sol. Contra a hipotermia, as roupas de proteção térmica são recursos eficientes e devem ser
usadas, se disponíveis. Os náufragos devem procurar manter o corpo aquecido, cobrindo-o com o
que dispuser a bordo da embarcação de sobrevivência. Além disso, é boa prática manterem-se
agrupados, de modo a que um aqueça o outro.

Efeitos do Calor
O calor também pode trazer consequências prejudiciais para as pessoas em
sobrevivência no mar, tais como queimaduras, exaustão, insolação, desidratação, etc... Em clima
quente, o náufrago deve retirar o excesso de roupa, mantendo o corpo protegido dos raios
solares, principalmente a cabeça e pescoço.
O calor excessivo acarreta graves distúrbios no organismo, podendo inclusive levar à
morte. A elevação da temperatura corporal sem a correspondente eliminação do mesmo pode
causar insolação.
Geralmente, a insolação é causada por problemas no mecanismo de resfriamento do
corpo e está relacionado com a capacidade de suar da pessoa. A insolação pode causar dores de
cabeça, mal-estar, febre, perda da consciência, convulsões, coma e até a morte.

Alimentação
A água é o alimento mais importante do organismo. Sabemos que o ser humano é capaz
de sobreviver até trinta dias sem ingerir alimentos sólidos, porém não consegue resistir a mais de
dez dias sem água. A água é indispensável para a função das proteínas, servindo como veículo
para as principais funções metabólicas e concorrendo para a regularização da temperatura do
corpo.
Um desequilíbrio orgânico é normalmente observado nas primeiras 24 horas de
permanência em uma embarcação de sobrevivência, após o abandono de uma unidade marítima,
provocando um maior volume de excreção urinária, o que causa a eliminação excessiva de água.
Assim, as reservas de água somente deverão ser utilizadas após essas primeiras 24 horas. Da
mesma forma podemos nos referir à ração sólida, também fazendo parte dos componentes de
palamenta.

178
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Enjoo
O enjoo é sempre um problema para quem está no mar. As pessoas podem ser mais ou
menos suscetíveis ao enjoo, porém muito poucos não sofrem seus efeitos.
O perigo relativo ao enjoo é a desidratação causada pelo vômito, que deve ser evitada,
especialmente se houver pouca água a bordo. Para evitar esta desidratação, é importante a
distribuição de remédio anti-enjoo imediatamente ao abandono.

Ingestão de Água do Mar


Quando uma pessoa bebe água salgada, o sal fica acumulado no corpo, havendo
necessidade de água potável para dissolvê-lo nos rins e, posteriormente, eliminá-lo através da
urina.
Como em sobrevivência no mar não existe água potável em quantidade adequada para
hidratar o corpo, a própria água do organismo vai ser consumida para eliminar o sal acumulado.
Dessa forma, o náufrago que bebe água do mar agrava o seu estado de desidratação, podendo
inclusive morrer.
Beber água salgada mata! Nunca beba água do mar, nem misture com água potável.

Efeitos da Água Salgada na Pele


O contato contínuo da água salgada com a pele pode causar feridas e inchaços. A água
salgada elimina a umidade natural da pele, provocando irritações, furúnculos e eczemas.

Efeitos da Falta de Água Potável


O principal efeito da falta de água potável é a desidratação – o corpo perde água mais
rápido do que consegue repor pela ingestão. Como já abordamos, a água é a principal.

Obtenção de Água Potável


A desidratação é um dos maiores problemas que um náufrago pode enfrentar dentro de
uma embarcação de sobrevivência. Conforme já visto, água é a prioridade do náufrago em uma
embarcação de sobrevivência. Sem água potável, a expectativa de sobrevivência de uma pessoa
fica bastante reduzida, estimada de três a dez dias.

Principais Fontes de Água


Existem, basicamente, três fontes de água para o corpo humano: a água natural, a água
de constituição e a água de oxigenação.
A água natural pode ser definida como todo e qualquer líquido ingerido pela pessoa.
A água de constituição é aquela que está presente nos alimentos sólidos: frutas,
vegetais, carnes etc.
Finalmente, a água de oxidação é aquela produzida pelo metabolismo da pessoa, como
produto da combustão de proteínas, gorduras e carboidratos no interior do organismo.

Mecanismos Causadores de Perda de Água


O corpo humano perde água pela viapulmonar, através da respiração, pela
viacutânea, através da sudorese, pela viarenal, através da urina e pela viadigestiva, através
das fezes.

179
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Alimentos Sólidos
Os alimentos sólidos vêm em segundo plano para a sobrevivência no mar. Entretanto,
houve casos de morte em que os náufragos tinham abundância de água, mas foram negligentes
com relação à busca de alimentos sólidos.
O corpo humano, em estado de repouso, pode sobreviver por muitas semanas com
apenas 750 calorias por dia, tendo em vista que, com o passar do tempo, o estômago encolhe e
a pessoa se acostuma com a dieta reduzida.
As rações sólidas são muito importantes para a sobrevivência dos náufragos por
possuírem, em sua composição, cerca de 90% de açúcar e apenas 10% de amido. Esses glicídios
(açúcares) são metabolizados pelo organismo, produzindo a energia necessária para manter as
funções vitais do indivíduo.

Obtenção de Alimentos Sólidos


O mar fornece ao náufrago algumas fontes alternativas de alimentação, tais como peixes,
aves marinhas, tartarugas, algas marinhas, dentre outras.
Portanto, não se deve adotar atitudes desesperadas com relação à alimentação, mesmo
porque a prioridade do náufrago não é a alimentação, e sim a manutenção do equilíbrio hídrico.
A ingestão de peixes e aves deve ser feita com parcimônia, pois, por serem alimentos
ricos em proteínas, necessitam de água do organismo para o processo de digestão, o que, em
uma situação de deficiência de água potável, pode provocar desidratação no náufrago.

Ingestão de Alimentos Sólidos


A ingestão indevida de alimentos sólidos pode acelerar a morte de um náufrago. É preciso
lembrar que a prioridade máxima dos náufragos é a obtenção de água potável, e não a
alimentação sólida. Para este fim as embarcações de sobrevivência possuem as rações sólidas.
Alguns alimentos necessitam de água do organismo para o processo de digestão, o que,
em uma situação de deficiência de água potável, pode agravar o estado de desidratação do
náufrago. Esses alimentos somente devem ser ingeridos se não houver restrição quanto ao
consumo de água, para evitar que a água interna do organismo seja consumida na sua digestão.
A maioria dos alimentos obtidos pelos náufragos é ingerido cru, o que poderá causar mal
estar em algumas pessoas. Caso alguém sinta náuseas ao se alimentar, não deve insistir no
consumo, pois poderá causar vômitos, aumentando seu estado de desidratação.

Recomendações Gerais
 Não ingerir qualquer tipo de alimentação (aves, peixes, balas, frutas etc), se não
houver uma boa reserva de água potável;
 Seguir as instruções para consumo de rações sólidas, contidas no kit de sobrevivência
das balsas;
 Utilizar o equipamento de pesca da balsa ou improvisar, se for o caso;
 Não consumir pescado cru ou qualquer outro alimento, se sentir náuseas;
 Verificar o estado de conservação do alimento, antes de ingeri-lo;
 Procurar conhecer os tipos de peixe comestíveis. Se tiver dúvida em algum, use-o
como isca;
 Não tentar pescar se houver tubarões na área;
 Não se alimentar de moluscos agarrados a cascos de navios ou objetos metálicos;

180
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Nem todos os animais marinhos podem ser ingeridos. Evite os que contêm espinhos,
ferrões, os celenterados (água-viva, esponja) e os equinodermos (estrela-do-mar, ouriço);
 As aves e tartarugas marinhas podem ser consumidas, pois são fontes de líquido e de
proteínas.

Pânico e Solidão
O aspecto psicológico do náufrago também deve ser considerado como fator
preponderante para a sua sobrevivência. A ciência coloca à disposição dos náufragos uma série
de equipamentos que objetivam prolongar a jornada de sobrevivência no mar até o momento do
resgate.
Contudo, a vontade de viver está acima de tudo, pois de nada adianta a existência desses
equipamentos modernos se o próprio náufrago desistiu de lutar por sua vida. Sem vontade de
viver, o ser humano fica exposto às agruras físicas e mentais. Assim, o náufrago deve procurar
uma razão para continuar sobrevivendo, tais como crença religiosa, vontade de rever familiares
etc.
A manutenção do moral elevado dos tripulantes de uma embarcação de sobrevivência é
fundamental. Para isso, devemos procurar manter o grupo sempre em atividade e com o
pensamento positivo. Normalmente causa bons resultados conversar sobre assuntos variados,
relembrar aspectos positivos da carreira como marítimos e realizar jogos e competições de
pescaria. Enfim, devemos estimular a realização de quaisquer atividades que afastem
pensamentos negativos e derrotistas.

Se o Homem não conseguir controlar as suas emoções e os problemas causados pelas


condições climáticas, provavelmente não conseguirá sobreviver. Para melhor conhecimento e
consideração desta observação segue a Tabela de Estimativa de Sobrevida no Mar perante a
hipotermia, grande agravante:

TEMPERATURA DA ÁGUA ESTIMATIVA DO TEMPO DE SOBREVIDA DE UMA PESSOA IMERSA NO MAR


(GRAUS ENTÍGRADOS )

ABAIXO DE 1,6 MENOS DE 15 MINUTOS

1,6 A 4,4 MENOS DE 01:30HORA/MINUTOS

4,4 A 10 MENOS DE 3 HORAS

10 A 15,6 MENOS DE 6HORAS

15,6 A 21,1 MENOS DE 12 HORAS ( DEPENDE DA RESISTÊNCIA INDIVIDUAL)

ACIMA DE 21,1 INDEFINIDO (DEPENDE DA FADIGA DO HOMEM )

Tabela.242 - Tempo X temperatura

Princípios Fundamentais
Ao enfrentarmos uma situação de emergência, como náufrago, é importante termos em
mente que jamais devemos lutar contra a natureza. Sendo assim é importante lembrarmo-nos
dos pilares que a salvatagem ostenta para que, os observando, seja logrado êxito nesta situação
os quais são:

 Equipamentos, Conhecimento, Treinamento e Autocontrole.

181
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
3.6 Meios de alerta e sinalização
Para melhor entendimento dos equipamentos ou acessórios encontrados na palamenta de
uma embarcação de sobrevivência devem ser enfatizados os objetivos de cada um meio de
sinalização. Para isto eles serão descritos e explicados da melhor forma possível.

Equipamentos de Sinalização
É necessário que os náufragos tenham algum meio de sinalizar para as equipes de
resgate, internacionalmente conhecidas pela sigla SAR, iniciais das palavras inglesas “Search And
Rescue” (Busca e Salvamento). Para isso, a palamenta das embarcações de sobrevivência inclui
diversos equipamentos e acessórios para indicar a localização dos náufragos para as equipes
SAR, dentre os quais os dispositivos de sinalização de emergência visuais, tais como os foguetes
iluminativos com paraquedas, os fachos manuais, os fumígenos, os espelhos heliográficos e as
lanternas e apitos, estes últimos, obviamente, com alcance mais restrito.

Dispositivos pirotécnicos
O Foguete Iluminativo com Paraquedas, Facho Manual e Fumígeno de 3 minutos são
acessórios encontrados nas palamentas dos equipamentos de sobrevivência e estão enquadrados
na categoria de equipamentos de sinalização conforme suas descrições vistas.

EPIRB
As Unidades marítimas possuem equipamentos mais eficientes, que são as Radiobalizas
Indicadoras de Posição de Emergência, cuja sigla é EPIRB, que poderão ser levadas para bordo
das embarcações de sobrevivência onde poderemos encontrar os Transponders de Busca e
Salvamento, conhecidos como SART.

Fig.243 - EPIRB

A Radiobaliza Indicadora de Posição de Emergência é conhecida pela sigla EPIRB,


proveniente do seu nome em inglês – “Emergency Position Indicating Radiobeacon”. Quando
acionada, a EPIRB emite um sinal eletromagnético nas frequências de 406 MHz.
O sinal é captado por satélites, que localizam a posição de origem do sinal e retransmitem
este dado para uma estação de rastreamento em terra.
O sinal eletromagnético do EPIRB contém também a identificação da embarcação e seu
código. A maioria das EPIRBs são acondicionadas em casulos cúbicos, com 30 cm de lado,
confeccionados em material resistente à água, de cores brilhantes e com peso aproximado de 2,5
kg. Sua vida útil é, em media, de dez anos e podem operar sob temperaturas de -40ºC a 40ºC.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
SART
O Transponder de Busca e Salvamento, cuja sigla, SART, é oriunda das iniciais de sua
denominação em inglês – “Search And Rescue Radar Transponder” – é um equipamento capaz
de oferecer um eco-radar de fácil detecção para emissões na banda X, e faixa de frequência de
operação da maior parte dos radares de navegação de superfície.

Fig.244 - SART

O SART, normalmente, possui formato cilíndrico, com cerca de noventa centímetros de


comprimento, pintado em cores brilhantes. Normalmente, um radar que opere na banda X, como
a maioria dos radares de navegação de navios, detecta a emissão de um equipamento SART a
uma distância de cerca de oito milhas náuticas (aproximadamente 15 km).

Espelho de sinalização
Espelho de sinalização (ou heliográfico) usado para refletir a luz solar ou um feixe de
holofote para as equipes de resgate para identificar a sua posição. Embora aparentemente
simples, é um erro subestimar a funcionalidade e eficácia deste dispositivo para atrair a atenção.
Um flash de um heliográfico pode ser visto de uma grande distância e com suas qualidades à
prova de falhas continua a ser uma peça essencial do equipamento de sobrevivência.
É previsto que o feixe de luz alcance até 10 milhas na superfície e 40 milhas para uma
aeronave voando a cerca de 5 mil pés.

Fig.245 - Rádio VHF Fig.246 - Espelho heliográfico

Outros acessórios
Outros acessórios entram nesta escala de necessidade, principalmente para localização de
outros náufragos. São eles: apito, luz do colete, fitas retrorefletivas, macacões considerados
roupas especiais e ainda os rádios de comunicações.
Sistema Global Marítimo de Socorro e Salvamento

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
O Sistema funciona com as informações iniciais transmitidas pelo EPIRB da plataforma
para o satélite de sua área o qual as retransmitirá a um Terminal Local do Usuário e em cadeia
para um Centro de controle de Resgate chegando até às Equipes de Resgate.
Executando os passos de forma tranquila, certamente o socorro chegará, pois todos os
profissionais envolvidos em busca e salvamento estarão empenhados para que isso ocorra.

Fig.247 - Uso do Foguete Paraquedas

Fig.248 - Uso do Facho Manual

184
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.249 - Uso do Fumígeno

Fig.250 - Uso do Espelho Heliográfico

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Módulo 5
 Disciplina: Conscientização de Proteção

Carga Horária: 03 Horas

Sigla: CDP/P

Objetivo Geral da Disciplina


Proporcionar ao aluno conhecimentos mínimos de familiarização sobre proteção da unidade
“offshore”, que de verão ser aplicados à bordo em situações de emergência.

1- Unidade de Ensino: Conscientização de Proteção


1.1 A importância da conscientização por todos
O cenário mundial não é nada animador. As estatísticas apresentaram um crescimento do
número de casos de pirataria, roubo armado, contrabandos em geral e bandidagem, no mar e
nos portos.
O ataque ao World Trade Center em 11 de Setembro de 2001 pode ser considerado como
o acontecimento no qual a comunidade internacional se deu conta, principalmente os Estados
Unidos da América, da necessidade de serem tomadas ações eficazes e conjuntas para deter não
só o terrorismo, mas qualquer ameaça, no nosso caso em particular, aos navios, aos portos, e as
plataformas de petróleo.
Dessa forma surgiu a necessidade da criação do Código Internacional de Proteção de
Navios e Instalações Portuárias (Código ISPS), com o objetivo de padronizar e tornar rotineiras
as ações de proteção a serem tomadas na interação envolvendo navio/porto, navio/navio e
navio/plataformas.

Fig.251 - Terrorismo e o cenário mundial


186
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
No Brasil, a despeito da atuação da Marinha do Brasil e do Departamento de Polícia
Federal (NEPOM – Núcleo Especial de Polícia Marítima), o nosso litoral tem sido palco de vários
ataques de assaltantes armados que visam, no momento, a carga e os bens dos tripulantes.
Incidentes ocorridos nos mais diversos locais do país como em Vila do Conde, no rio Amazonas,
nos portos de Rio Grande, Santos, São Sebastião, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus, tem
demonstrado a nossa pequena capacidade de dissuasão desses atos ilícitos. Além disso, não
podemos ignorar, que a presença nas bacias petrolíferas do Brasil de um grande número de
embarcações de bandeiras estrangeiras e a relativa facilidade com que se pode ter acesso aos
navios do tipo “offshore” e as plataformas de petróleo, poderão vir a representar, num futuro
próximo, alvos convidativos para ações de grupos terroristas internacionais como a Al Qaeda.

Para fazer frente à ameaça do terrorismo internacional e dos inúmeros atos ilícitos que
possam vir a ser cometidos contra os nossos navios e plataformas, além das medidas
estabelecidas pelo código ISPS, é necessária a conscientização geral para que os procedimentos
ali descritos sejam realmente eficazes.

Sem a efetiva participação de todos a bordo não teremos sucesso nessa empreitada.
“Estamos todos no mesmo barco”, nunca um ditado pôde ser tão bem aplicado quanto nesse
momento em que enfrentamos a ameaça de ataques e infiltrações de pessoas ou objetos ilícitos
em nossas unidades. A proteção de navios, instalações portuárias e offshore será diretamente
proporcional à capacidade de se perceber antecipadamente qualquer intenção ilícita e
desestimular ou mesmo interceptar e capturar os potenciais executores antes que possam
concretizar qualquer uma dessas ações nocivas.

Fig.252 - Equipe de rafting Fig.253 - Charge de Duke

Para que isso seja possível, deverá ser parte da rotina de todos a bordo, desenvolver e
por que não treinar essa capacidade de percepção, a qualquer momento e em qualquer lugar, de
tudo o que se passa no interior e ao redor do navio.

1.2 Como informar um incidente de proteção,


incluindo pirataria e roubo armado?
A principal forma de comunicar é utilizando os equipamentos que compõem o sistema de
comunicação de proteção. Que são todos aqueles equipamentos que existem a bordo e
possibilitam a comunicação entre os vários compartimentos e camarotes da plataforma, entre
eles ou deles para o meio externo da embarcação.

Assim podemos considerar:

187
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 O Sistema Global de Socorro e Segurança (GMDSS) que basicamente engloba todos os
recursos de transmissão rádio disponíveis no navio;
 Telefones celulares do navio, telefones via satélite, “boca de ferro” e telefones de
ramais internos; e
 Rádios de comunicação VHF portáteis.

O navio/unidade deverá dispor de equipamentos portáteis (rádios VHF) suficientes para


atender aos requisitos de proteção estabelecidos no Plano de Proteção.

Incidente de proteção significa qualquer ato suspeito ou situação que ameace a


segurança de um navio, inclusive de uma unidade móvel de perfuração “offshore”, de uma
embarcação de alta velocidade, de uma instalação portuária, de qualquer interface navio/porto,
ou de qualquer atividade de navio para navio, conforme definido na Convenção SOLAS
(Salvaguarda da Vida Humana no Mar). Já a falha de proteção seria a observação de uma
irregularidade que poderia gerar um incidente de proteção.

Ao reconhecer qualquer tipo de ameaça á proteção deve-se imediatamente informar ao


oficial de proteção do navio, ao comandante, ao oficial de serviço ou a sala de controle.
A seguir deverão ser observadas as seguintes providencias individualmente ou em
conjunto:

 Alertar embarcações ou pessoas que se aproximem do navio de forma suspeita com


holofotes ou lanternas, sinais visuais de bandeiras, megafone e/ou comunicações
rádio;
 Acender todas as luzes;
 Soar o alarme geral, se assim estiver estabelecido no plano de proteção do navio;
 Chamar por ajuda; e
 Determinar as pessoas que não estejam envolvidas na proteção do navio/unidade que
saiam do convés e se dirijam para os locais previstos na tabela mestra.

No caso de um incidente de proteção, cabe ao navio/unidade cumprir os procedimentos e


os planos contingentes existentes em seu plano de proteção de forma a reagir e minimizar as
consequências que poderiam decorrer desse evento (ex.: acionamento do SSAS, entre outros).
No caso de uma falha de proteção, medidas imediatas devem ser tomadas para mitigar as
deficiências constatadas. O CSO e as autoridades marítimas e portuárias da área onde se está
navegando deverão ser imediatamente informadas.

Fig.254 - Sistema de alarme de Fig.255 - Celular via Fig.256 - Fonoclama


Fig.257 - Rádio
proteção satélite
VHF
Em ambos os casos esta previsto, de acordo com o ISPS, a realização de uma nova
avaliação de proteção para verificar as falhas e implementar as devidas correções ao plano de
proteção do navio/unidades.

188
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
1.3 Definições, termos e elementos relativos à
proteção marítima
Ações Antiterrorismo – Medidas defensivas adotadas para reduzir a vulnerabilidade
contra ataques terroristas.
Ações Contraterrorismo – Medidas ofensivas adotadas para prevenir, deter e
responder aos ataques terroristas.
Security – Proteção
Safety – Segurança
Código ISPS – Código Internacional de Proteção de Navios e Instalações Portuárias
(International Ship and Port Facility Code), que as aplica:

 Navios de passageiros, incluindo embarcações de passageiros de alta velocidade;


 Navios de carga, incluindo embarcações de alta velocidade, a partir de 500 toneladas
de arqueação bruta;
 Unidades móveis de perfuração ao largo da costa; e
 Instalações portuárias que servem tais navios envolvidos em viagens internacionais.

Código ISM – Código de Gerenciamento de Segurança (Safety Management Code)


Convenção SOLAS – Convenção Internacional sobre a Salvaguarda da Vida Humana no
Mar (Safety of Life at Sea)
Incidente de Proteção – Significa qualquer ato suspeito ou circunstância que ameace
ou resulte propositalmente em prejuízo para a instalação portuária, navio ou a interface navio-
porto (SOLAS, cap XI-2).
IMO – Organização Marítima Internacional (International Maritime Organization)
CCA-IMO – Comissão Coordenadora dos Assuntos da IMO
SEC-IMO – Secretaria Executiva da CCA-IMO
Governo Contratante – Qualquer país que seja signatário da Convenção SOLAS
Administração – Significa o país cuja bandeira o navio está arvorando (SOLAS).
Autoridade Marítima – Representante do Governo Contratante nos assuntos
relacionados ao Tráfego Marítimo do país.
Comando da Marinha – Órgão de Comando da Marinha do Brasil subordinado ao
Ministério da Defesa. Responsável pela soberania nacional e dentre outras atribuições, pelo
ordenamento e regulamentação das atividades da Marinha Mercante, através da Lei de
Segurança do Tráfego Aquaviário - LESTA, a fim de assegurar a salvaguarda da vida
humana, a segurança da navegação, no mar aberto e hidrovias interiores, e a prevenção da
poluição ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio.
DPC – Diretoria de Portos e Costas, representante do Comando da Marinha na interface
com a Marinha Mercante.
NORMAM – Norma da Autoridade Marítima – estabelece os requisitos a serem atendidos
pela comunidade marítima no Brasil.
Área do Porto Organizado – área compreendida pelas instalações portuárias, quais
sejam ancoradouros, docas, cais, pontes e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns,
edificações e vias de circulação interna, bem como pela infraestrutura de proteção e acesso
aquaviário ao porto tais como guias-correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução
e área de fundeio que devam ser mantidas pela Administração do Porto (Lei nº 8630/93).
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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Nível de Proteção – Nível estabelecido pelas autoridades de um governo contratante
estabelecendo o grau de vigilância que deverá ser observado em função da ameaça atual. São
três os níveis a serem estabelecidos: NORMAL – ELEVADO – EXCEPCIONAL
Port State - Inspetor de cunho administrativo que atua nos navios estrangeiros em
nome da Autoridade Marítima.
Flag State - Inspetor de cunho administrativo que atua nos navios brasileiros em nome
da Autoridade Marítima.
Alarme de Proteção do Navio – SSAS – Alarme silencioso existente no navio
mercante, que alerta a Autoridade Marítima por sinal via satélite, quando ocorrer qualquer
ameaça ou incidente de proteção contra o referido navio.
CON - Comando de Operações Navais – Órgão de direção operacional dos meios
combatentes da Autoridade Marítima no Brasil.
SALVAMAR BRASIL – Órgão subordinado ao CON e responsável pela Busca e
Salvamento dentro da área marítima de responsabilidade do Brasil (Área SAR do Brasil).
GRUMEC - Grupamento de Mergulhadores de Combate - Organização Militar, sediada na
cidade do Rio de Janeiro e pertencente ao Comando da Força de Submarinos, que é subordinada
ao CON, que poderá ser empregado numa intervenção armada em um navio, porto ou
plataforma.
CONPORTOS – Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias
Navegáveis (Ministério da Justiça, Defesa, Relações Exteriores, Fazenda e dos Transportes).
CESPORTOS – Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos Terminais e Vias
Navegáveis (Policia Federal, Capitania dos Portos, Receita Federal, Autoridade Portuária e
Governo do Estado).
Autoridade Portuária - Autoridade responsável pela administração do porto organizado,
competindo-lhe fiscalizar as operações portuárias e zelar para que os serviços se realizem com
regularidade, eficiência, segurança e respeito ao meio ambiente (Lei nº. 8630/93).
NEPOM – Núcleo Especial de Polícia Marítima (Núcleos da Polícia Federal existentes nos
principais portos brasileiros para atuarem contra ilícitos nos navios, portos e vias navegáveis até
o limite do mar territorial de 12 milhas).

Fig.258 - Embarcação do NEPOM

PNSP – Plano Nacional de Segurança Pública Portuária – Plano elaborado pela


CONPORTOS para aperfeiçoar o sistema de segurança pública nos portos, terminais e vias
navegáveis, visando reprimir e prevenir o crime, a impunidade e aumentar a segurança e a
tranquilidade dos mesmos.

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Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Organizações de Proteção Reconhecida – RSO – Entidades autorizadas a efetuar
certas atividades como certificação e elaboração de planos de proteção para navios e instalações
portuárias dentre outras relacionadas ao código ISPS em nome do Governo Contratante.
Sociedades Classificadoras – Entidades homologadas pelas Autoridades Marítimas
(DPC) normalmente com abrangência internacional, que por delegação do Governo Contratante,
podem certificar navios nacionais e estrangeiros quanto ao cumprimento do código ISPS.
CSO (Company Security Officer) - Coordenador de Proteção da Companhia-
responsável pelo ISPS nas companhias de navegação.
SSO (Ship Security Officer) – Oficial de Proteção do Navio – responsável pelo ISPS a
bordo do navio.
PFSO (PORT Facility Officer) – Supervisor de Segurança Portuária ou Funcionário de
Proteção da Instalação Portuária – responsável pelo ISPS no porto.
ISPS Code (International Ship and Port Facílity Security Code) - Código
Internacional para proteção de Navios e Instalações Portuárias.
Plano de Proteção do Navio- Ship Security Plan (SSP) – Plano de proteção com as
medidas a serem seguidas para evitar atos ilícitos contra o navio, pessoas e carga.
Plano de Proteção da Instalação Portuária – Port Facility Security Plan (PFSP)
– Plano de Segurança Pública Portuária - plano de proteção com as medidas a serem
seguidas para evitar atos ilícitos contra as instalações, pessoas e cargas no interior de um porto.
Certificado ISSC – (International Ship Security Certificate) - Certificado
Internacional de Proteção do Navio – Documento emitido por uma Sociedade Classificadora
em nome de um Governo Contratante, certificando que um determinado navio cumpre com todos
os requisitos mandatórios estabelecidos no código ISPS.
Declaração de Cumprimento - Documento emitido pela CONPORTOS para um porto
brasileiro, certificando que aquele porto cumpre com todos os requisitos mandatórios
estabelecidos no código ISPS.
Declaração de Proteção- Acordo celebrado entre dois navios ou entre um navio e um
porto, quando houver qualquer desnível de proteção entre eles, estabelecendo medidas que
serão tomadas de comum acordo para fortalecer essa interface contra ilícitos previstos pelo
código ISPS.
Declaração de Ciência - Documento assinado pelos comandantes de navios
estrangeiros, antes de sair de um porto brasileiro, declarando estarem cientes da legislação de
segurança pública portuária do país e assumindo o compromisso de registrarem, perante as
autoridades legais, quaisquer ilícitos que tenham ocorrido envolvendo seus navios, tripulantes e
cargas.
Registro Contínuo de Dados - Este registro aplica-se às embarcações SOLAS de
bandeira brasileira, que efetuem viagens internacionais e deverá ser mantido a bordo e estar
disponível para ser inspecionado a qualquer tempo. A emissão do RCD caberá a Diretoria de
Portos e Costas, e deverá permanecer a bordo em qualquer das seguintes situações:

 Transferência de bandeira;
 Mudança de proprietário;
 Mudança de afretador; ou;
 Assunção da responsabilidade de operação do navio por outra companhia.

191
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
1.4 Legislação de proteção marítima
A legislação internacional está baseada em convenções e resoluções da Organização
das Nações Unidas (ONU), Organização Marítima Internacional (IMO) em relação a proteção
marítima, e também a Convenção das Nações Unidas sobre a Direito no Mar (CNUDM) dentre
elas:
 1973 – Aprovação do Tratado da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar (CNUDM), em inglês sua siglas é UNCLOS (de United Nations Convention on the Law
of the Sea) convocada pela Resolução nº. 3067 (XXVIII) da Assembleia-Geral da ONU, de
16 de novembro do mesmo ano.
A Convenção regula uma grande província do direito internacional, a saber, o direito do
mar, que compreende não apenas as regras acerca da soberania do Estado costeiro
sobre as águas adjacentes (e, por oposição, conceitua o alto-mar), mas também as
normas a respeito da gestão dos recursos marinhos e do controle da poluição.

 1982 - Convenção sobre o Direito do Mar (Montego Bay, Jamaica) - adoção pela
primeira vez do termo “PIRATARIA” e definição de pirataria, como segue abaixo nos artigos
100 e 101:
“ARTIGO 100
Dever de cooperar na repressão da pirataria
Todos os Estados devem cooperar em toda a medida do possível na repressão da
pirataria no alto mar ou em qualquer outro lugar que não se encontre sob a jurisdição de algum
Estado.
ARTIGO 101
Definição de pirataria
Constituem pirataria quaisquer dos seguintes atos:
 Todo ato ilícito de violência ou de detenção ou todo ato de depredação cometidos,
para fins privados, pela tripulação ou pelos passageiros de um navio ou de uma aeronave
privados, e dirigidos contra:
 um navio ou uma aeronave em alto mar ou pessoas ou bens a bordo dos mesmos;
 um navio ou uma aeronave, pessoas ou bens em lugar não submetido à jurisdição de
algum Estado;
 todo ato de participação voluntária na utilização de um navio ou de uma aeronave,
quando aquele que o pratica tenha conhecimento de fatos que deem a esse navio ou a
essa aeronave o caráter de navio ou aeronave pirata;
 toda a ação que tenha por fim incitar ou ajudar intencionalmente a cometer um dos
atos enunciados nas alíneas a) ou b).”
 1988 - Convenção para a Repressão a Atos Ilícitos (Supression of Unlawful Acts – SUA)
– Adoção de ações judiciais, a fim de reprimir atos ilícitos contra a segurança da navegação
marítima e protocolo para a repressão de atos ilícitos contra a segurança de plataformas fixas
situadas na plataforma continental;
 2002 - Conferência Diplomática para a Proteção Marítima introduz modificações na
Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS):
 Capítulo V - Regra 19 – estabeleceu o Sistema de Identificação Automática – AIS;

192
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Capítulo XI-1 - Regra 3 – estabeleceu o número de Identificação do Navio e a Regra 5
- estabeleceu o Registro Contínuo de Dados (RCD);
 Capítulo XI-2 – Regra 6 – estabeleceu o Sistema de Alerta de Proteção do Navio
(SSAS), a adoção do código ISPS, e;
 Regra 9.1 – estabeleceu o controle de navios no porto – limitada à verificação da
existência de um Certificado Internacional de Proteção do Navio.

A legislação nacional:
Para os navios e unidades:
O Decreto nº 6869 de 04.06.09 do Presidente da República, estabelece as
atribuições do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, da Marinha do
Brasil, da Secretaria Especial dos Portos, da CONPORTOS e das CESPORTOS em termos de
estabelecimento e monitoramento dos níveis de proteção dos portos e navios brasileiros, da
operação da Rede de Alarme e Controle dos Níveis de Proteção de Navios e Instalações
Portuárias - RACNIP, e das ações a serem seguidas no caso de um incidente de proteção
envolvendo a atividade marítima no Brasil.
Constituem a RACNIP:

 ECR (Estação Controladora da Rede) – operada pelo Gabinete de Segurança


Institucional que controla a rede;
 ERAN (Estação de Recebimento de Alarmes de Proteção de Navios) – operada pela
Marinha do Brasil que recebe sinais de alerta de proteção, dando ciência a outros
órgãos, inclusive a CONPORTOS, e fornecer informações correspondentes aos níveis de
proteção para navios;
 ERIP (Estações de Recebimento de Informações sobre Incidentes de Proteção nas
Instalações Portuárias) – operada pelas unidades de segurança das instalações
portuárias que informará ao Coordenador da CESPORTOS os incidentes de proteção
ocorridos nas instalações portuárias, entre outras atribuições.

 NORMAM-01, capítulo 2, Seção V, trata do Registro Contínuo de Dados (RCD). No


capítulo 16, traz diretrizes específicas do código ISPS;
 NORMAM-01, capítulo 16 – Código Internacional de Proteção para Navios e
Instalações Portuárias;
 Circular nº 5/2006 que dispõe sobre o Sistema de Alerta de Proteção do Navio
(SSAS); e,
 NORMAM 08, que dispõe sobre o Sistema de Identificação e Acompanhamento de
Navios a Longa Distância (LRIT).

Uma série de resoluções emitidas pela CONPORTOS (Comissão Nacional de Segurança


nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis) normatiza o código ISPS nos portos brasileiros através
de várias resoluções.
A CONPORTOS é integrada por um representante e de cada Ministério a seguir indicado:

 Da justiça, que a preside;


 Da Defesa (Comando da Marinha);
 Da fazenda;
 Das Relações Exteriores; e
 Dos Transportes.

193
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Entre as resoluções da CONPORTOS destacam-se as seguintes:
A resolução no. 002 de 02/12/2002, a qual aprovou o Plano Nacional de
Segurança Pública Portuária (PNSP), que objetiva aperfeiçoar o sistema de segurança
pública nos portos, terminais e vias navegáveis, visando reprimir e prevenir o crime e a
impunidade, aumentando a segurança e a tranquilidade dos mesmos.
Além disso, ainda procura estabelecer medidas integradas, aperfeiçoando a atuação dos
órgãos e instituições voltadas à segurança pública nos portos, terminais e vias navegáveis, sob
supervisão das Comissões Estaduais de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias
Navegáveis - CESPORTOS, que são compostas, no mínimo, por um representante dos seguintes
órgãos:

 Departamento de Polícia Federal, responsável pela coordenação;


 Capitania dos Portos;
 Secretaria da Receita Federal;
 Administração Portuária; e
 Governo do Estado.

O PNSP registra no seu escopo as competências de cada um de seus componentes e


estabelece os seguintes compromissos:

 Combate ao narcotráfico e ao crime organizado nos portos, terminais e vias


navegáveis;
 Controlar a entrada e saída de armas no país;
 Reprimir o roubo e furto de cargas;
 Utilizar subsistema de inteligência de segurança pública;

A instrução normativa nº 2 do Departamento de Polícia Federal estabeleceu a


competência da Polícia Federal, por meio dos NEPOM (Núcleos Especiais de Polícia Marítima),
para os casos de ameaças de proteção aos navios e suas cargas.

1.5 Níveis de proteção marítima

Fig.259 - Convés iluminado

194
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Nível de Proteção significa o conjunto de medidas á serem implementadas visando
minimizar a possibilidade de ocorrência de um incidente de proteção. São eles:

 Nível 1 de Proteção – NORMAL - significa um conjunto de medidas a serem


implementadas considerando o mínimo de proteção e que deverão ser mantidas
durante todo o tempo.
 Nível 2 de Proteção – ELEVADO - significa o conjunto de medidas adicionais ao
nível 1 de proteção e que deverão ser implementadas e mantidas durante um
determinado período de tempo como resultado de um alto risco de ocorrência de um
incidente de proteção.
 Nível 3 de Proteção – EXCEPCIONAL - significa o conjunto de medidas específicas
adicionais ao nível 2 de proteção serão mantidas por um período de tempo limitado em
que um incidente de proteção é provável ou iminente, embora não possa ser possível
identificar o alvo específico

Para entendimento, serão citadas as ações que serão realizadas pelo Oficial de
Proteção para diferentes níveis:

Para o Nível 1:

 Orientar os tripulantes de serviço em qualquer condição de proteção;


 Realizar treinamento de proteção com os tripulantes, indicando a atribuiçãode cada
um;
 Equipar o oficial de serviço e o oficial de serviço na praça de máquinas com
dispositivos portáteis de comunicação;
 Proteger todos os pontos de acesso identificados;
 Controlar estritamente o acesso para dentro e fora da unidade e verificar a
identificação de todas as pessoas;
 Observar a bagagem e todos os pertences de mão antes do embarque;
 Limitar e/ou restringir o acesso às áreas críticas do navio permitidas somente ao
pessoal autorizado;
 Levantar e/ou proteger todas as escadas, rampas e escada de portaló quando fora no
uso;
 Iluminar o convés principal, todos os pontos de acesso e os bordos dentro e fora
durante períodos da escuridão;
 Verificar a carga e as provisões da unidade de acordo com o manifesto;
 Verificar a integridade da carga e das provisões do navio para assegurar-se de que não
foram violadas;
 Restringir o acesso à área da carga no mar;
 Manter as áreas não tripuladas, tais como o paiol de mantimentos, trancadas;
 Proteger todos os acessos às áreas controladas; e
 Conduzir verificações locais para assegurar a proteção nos pontos de acesso.

195
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Para o Nível 2:

 Colocar pessoal adicional para proteger os pontos de acesso;


 Colocar pessoal para proteger as áreas restritas;
 Aumentar a frequência e o detalhe de patrulhas da proteção;
 Coordenar patrulhamento de barco ao redor da unidade com a instalação portuária;
 Limitar o número de pontos de acesso; identifique e proteja os pontos de acesso
trancados;
 Recomendar passageiros e tripulantes a não deixar pacotes / bagagens
desacompanhadas;
 Fornecer instruções de proteção a toda tripulação e passageiros em todas as ameaças
específicas e da necessidade de vigilância;
 Manter comunicações exclusivas com as autoridades de proteção;
 Fornecer iluminação adicional ao costado em acordo com a instalação portuária;
 Restringir o acesso ao passadiço, a praça de máquinas e a outras áreas restritas
permitindo o acesso somente de tripulantes específicos;
 Escoltar e controlar estritamente todos os visitantes;
 Informar as autoridades costeiras se um visitante não aceitar as medidas de proteção;
 Aumentar a vigilância e observadores no passadiço; e
 Aumentar a verificação e checagem da carga e do paiol de mantimentos.

Fig.263 - Pacotes
Fig.262 - Concertina em
Fig.261 - Bagagens embarcação

Para o Nível 3:

 Limitar o acesso a uma única localização;


 Restringir o acesso dos visitantes; continuamente escoltar todos os visitantes;
 Colocar pessoal adicional para assegurar que o perímetro do navio está
constantemente sob vigilância;
 Intensificar patrulhas, especialmente no convés;

196
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Colocar um oficial de serviço em todas as escadas, rampas e escadas de portaló em
uso;
 Considerar suspensa a entrega de todas as provisões;
 Proibir todos os veículos, barcos de trabalho e barcaças de se aproximar quando no
porto ou fundeado;
 Colocar luz adicional no convés principal, nas áreas do acesso e nos lados de dentro e
fora durante a noite;
 Posicionar as mangueiras de incêndio nas áreas do acesso e assegure-se de que elas
possam ser utilizadas rapidamente;
 Verificar se todas as cabines dos tripulantes e locais de armazenamento estão
trancadas;
 Inspecionar o casco quando no porto ou fundeado;
 Travar todas as portas pelo lado de dentro para controlar o acesso; e
 Instruir todo o pessoal sobre as ameaças potenciais, procedimentos e da necessidade
de permanecer em vigilância.

Fig.264 - Uso de mangueiras

1.6 Plano de proteção e contingência


Um plano de contingência é um plano concebido para uma determinada situação quando
as coisas poderiam dar errado. Os planos de contingência são geralmente produzidos pelas
empresas para estarem preparadas para qualquer emergência que possa acontecer e visam
complementar um plano de proteção do navio.

Plano de proteção do navio é o plano elaborado com vistas a garantir a aplicação de


medidas a bordo do navio, criadas para proteger pessoas a bordo, cargas, unidades de
transporte de cargas, provisões do navio ou o próprio navio dos riscos de incidente de proteção,
conforme definido no Código ISPS. Nele constam informações sobre fragilidades, equipamentos,
entre outras.

Os planos de contingência incluem estratégias e ações definidas para lidar com variações
específicas de pressupostos, resultando em um problema particular, de emergência ou estado de
coisas. Eles também incluem um processo de acompanhamento e um roteiro para iniciar as
ações planejadas. Eles são necessários para ajudar as companhias, navios, unidades ou
indivíduos para se recuperarem de incidentes graves no menor tempo e com as menores
consequências possíveis para cada tipo de emergência e ameaças a proteção do navio.

1.7 Responsabilidades:
Os Governos Contratantes

197
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Estabelecer os níveis de proteção aplicáveis:

 Nível 1 de Proteção, Normal;


 Nível 2 de Proteção, Elevado; e
 Nível 3 de Proteção, Excepcional.
 Aprovar avaliações e planos de proteção de instalações portuárias e navios/unidades;
 Exercer medidas para o controle e cumprimento do Código ISPS, Resoluções e Normas
estabelecidas;
 Testar os planos aprovados; e
 Transmitir informações à Organização Marítima Internacional e às indústrias portuárias
e de navegação.

A Companhia

 A Companhia deverá assegurar que seus navios possuam um plano de proteção


aprovado e sejam certificados. O plano de proteção do navio/unidade deverá incluir uma
declaração explícita enfatizando a autoridade do comandante/Gerente da instalação
offshore; e
 A Companhia deverá assegurar que o Coordenador de Proteção da Companhia (CSO),
o Comandante/Gerente da instalação offshore e o Oficial de Proteção do Navio (SSO)
tenham o apoio necessário para cumprir com as suas obrigações e responsabilidades.

Os Navios/Unidades

Os navios/unidades deverão cumprir os requisitos relativos aos níveis de proteção


estabelecidos pelos Governos Contratantes e cumprir os procedimentos constantes de seus
respectivos planos de proteção para prevenir incidentes de proteção, tais como:

 Assegurar a execução de todas as tarefas relacionadas com a proteção do


navio/unidade;
 Controlar o acesso ao navio/unidade;
 Controlar o embarque de pessoas e seus pertences;
 Monitorar áreas de acesso restrito a fim de assegurar que somente pessoas
autorizadas tenham acesso às mesmas;
 Monitorar áreas de convés e em torno do navio/unidade;
 Supervisionar o manuseio de cargas e de provisões do navio/unidade; e
 Assegurar que informações relativas à proteção estejam prontamente disponíveis.

Os navios também deverão manter os registros de suas dez últimas estadias em


portos/terminais.

O Oficial de Proteção do Navio (SSO/OPN)

Um oficial de proteção do navio deverá ser designado para cada navio/unidade sendo de
sua responsabilidade:

 Executar inspeções regulares da proteção do navio/unidade;


 Manter e supervisionar a implementação do plano de proteção do navio/unidade;
 Coordenar os aspectos de proteção do manuseio de cargas e de provisões do
navio/unidade;
 Propor alterações ao plano de proteção do navio/unidade;
198
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Reportar ao CSO quaisquer falhas ou irregularidades identificadas em auditorias
internas, revisões periódicas, inspeções de proteção e verificações de cumprimento e
implementar medidas corretivas;
 Intensificar a conscientização e vigilância da proteção a bordo;
 Assegurar que o pessoal de bordo receba o treinamento adequado;
 Reportar todos os incidentes de proteção;
 Coordenar a implementação do plano de proteção do navio/unidade com o CSO/PFSO,
e;
 Assegurar que os equipamentos de proteção sejam adequadamente operados,
testados, calibrados e mantidos.

O Coordenador de Proteção da Companhia (CSO/CPC)

A Companhia deverá indicar uma pessoa como Coordenador de Proteção da Companhia


para um ou mais navios/unidade, sendo de sua responsabilidade:

 Aconselhar sobre o nível de ameaças a que o navio/unidade está sujeito;


 Assegurar a execução das avaliações de proteção do navio/unidade;
 Assegurar a elaboração e manutenção do plano de proteção do navio/unidade;
 Assegurar que o plano de proteção do navio/unidade seja alterado a fim de corrigir
falhas;
 Organizar auditorias internas e revisões das atividades de proteção;
 Organizar as verificações iniciais e subsequentes do navio/unidade pela Administração
ou pela Organização de Proteção Reconhecida;
 Intensificar a conscientização e vigilância da proteção;
 Assegurar o treinamento adequado do pessoal do navio/unidade;

Os tripulantes com tarefas relacionadas à Proteção

Os tripulantes do navio/unidade com deveres específicos relacionados à proteção devem


ter conhecimento suficiente e capacidade de executar as tarefas a ele atribuídas, devendo ter
conhecimento:

 Das ameaças e padrões atuais de proteção;


 Reconhecimento e detecção de armas, substâncias e dispositivos perigosos;
 Reconhecimento de características e padrões de comportamento de pessoas que
possam representar uma ameaça à proteção;
 Gestão de multidões e técnicas de controle;
 Comunicações relacionadas à proteção; conhecimento dos procedimentos de
emergência e planos de contingência;
 Operações dos sistemas e equipamentos de proteção;
 Teste, calibração e manutenção dos sistemas e equipamentos de proteção enquanto o
navio estiver no mar;
 Técnicas de inspeção, controle e monitoramento; e,
 Métodos de revista física de pessoas, objetos pessoais, bagagem, carga e provisões do
navio/unidade.

Outras pessoas

Todas as outras pessoas dos navios ou instalações portuárias devem ter conhecimento e
estar familiarizadas com as disposições relevantes dos respectivos planos de proteção (SSP/
PFSP).

199
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 2. Unidade de Ensino: Ameaças à Proteção
2.1 Atuais ameaças e Técnicas para Contornar as
Medidas de Proteção
Atuais Ameaças:

• Pirataria e assaltos armados


• Terrorismo
• Contrabando
• Roubo de cargas
• Danos colaterais

Técnicas para contornar as medidas de proteção:

Para burlar ou contornar as medidas de proteção de um navio poderão ser


utilizadas diversas técnicas como algumas a seguir descritas:

 Emprego de documentos falsos (as fotografias das identidades devem ser


comparadas com o portador, pode haver corte e cola e as maquinas copiadoras modernas
reproduzem com perfeição qualquer tipo de documento, inclusive papel moeda),
conhecimentos de embarque, ordens de serviço, passagens, autorizações, etc., todo cuidado
é pouco, no caso de suspeita de adulteração chamar as autoridades policiais locais.

Fig.265 - Passaporte falso

 Tentativa ilegal de embarque de pessoas em contêineres, na carga, em


embarcação de apoio para transporte de pessoal, provisões, óleo, remoção de lixo, de pesca,
esportiva, pedalinhos, caíques, objetos flutuantes ou mesmo nadando, para se aproximar e
subir pela amarra, espias de amarração do navio, borda livre utilizando ganchos, escadas,
bambus, cordas ou apêndices existentes. Através do guindaste que está operando com o
navio, e outras formas engenhosas que poderão ser improvisadas em função do momento e
o local que se está operando.
 Disfarces usando capuzes, uniformes, roupas, perucas, bigodes, ou equipamentos
eletrônicos para bloquear ou burlar sistemas de monitoramento de áreas restritas do navio
(câmeras, escutas, transmissores).
Ao se perceber qualquer tentativa de burlar as medidas de proteção estabelecidas o Oficial de
Proteção deverá imediatamente ser comunicado.

200
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.266 - Homem mascarado

2.2 Possíveis ameaças materiais à proteção da


plataforma como armas, bombas, substâncias e
dispositivos perigosos.
Inserção de bombas, produtos tóxicos, armamento e/ou drogas na carga, na água, no
material de rancho, em encomendas destinadas ao navio ou tripulantes. Embarcações diversas,
objetos flutuantes à deriva ou mesmo nadadores podem se aproximar portando artefatos
explosivos de forma suicida ou furtiva. Qualquer carga ou encomenda para o navio deve ser
minuciosamente verificada confrontando o que foi pedido ou esperado com o que se está
recebendo. Verificar a autenticidade da documentação pertinente e a sua procedência.

Fig.267 - Arma de fogo Fig.268 - Bomba Fig.269 - Bomba


improvisada improvisada

2.3 Como reconhecer pessoas que apresentam


potencial ameaça?
A proteção da plataforma requer que todos sem exceção estejamos atentos ao cenário
que nos envolve. A proteção contra atos de terrorismo requer muito mais conhecimento do que o
possível de ser passado em nosso curso. Por outro lado não temos a intenção de formar
especialistas em segurança e sim conscientizar os futuros tripulantes para o exercício de suas
funções de proteção a bordo dos navios.

201
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25

Fig.270 - Características suspeitas


Assim, nesta seção descreveremos alguns perfis característicos de determinados tipos de
malfeitores, que podem possibilitar o reconhecimento de um criminoso em potencial.

Elementos do crime comum ou do crime organizado:

 Ladrões, a sua motivação é o lucro financeiro. Nesse sentido, tenderão a evitar


confrontos e a priorizar sua segurança pessoal;
 Assassinos e sabotadores sem motivação ideológica, são movidos normalmente pelo
desejo de vingança;
 Os mentalmente perturbados, podendo ser neuróticos, psicóticos ou psicopatas;
 Os neuróticos sofrem de depressão e conflitos, ficam ainda ligados na realidade e não
chegam a ser insanos. Com este tipo de malfeitor é possível conduzir uma negociação;
 Os psicóticos podem sofrer delírios. Por momentos podem vivenciar a realidade e
sentir culpa, nesse momento podem agir com alguma racionalidade; e
 Os psicopatas, sem sentimentos de culpa, com certezas absolutas e convicção que
podem vencer o sistema, dificilmente cederão.

O que os distingue dos demais é agirem em nome de um ideal. Tem, tipicamente, as


seguintes motivações:

 Os apenas ideologicamente motivados visam com a ação, um resultado diferente da


ação em si. Pode ser apenas propaganda de sua causa, ou a libertação de prisioneiros ou
a desmoralização de certas autoridades. Estes, normalmente, procurarão sobreviver.
 Os radicais propriamente ditos querem “dar o troco”, agem em nome de uma causa.
Estes nem sempre procurarão sobreviver, e podem se tornar terroristas suicidas.

Atenção às características e padrões de comportamento de pessoas que podem


representar ameaças à proteção (algumas informações são aplicadas quando no porto):

 Vestimenta inadequada para as condições climáticas;


 Bagagens, pacotes, malas de tamanho e peso desproporcionais;
 Comportamento incomum - cabeça baixa, desvio do olhar, suor excessivo, olhos
avermelhados, nervosismo;
 Volumes na cintura, sob a camisa;
 Veículos novos com placas velhas e vice-versa;
 Veículos em mal estado de conservação e placas mal fixadas;
 Pessoas em veículo ou a bordo de pequenas embarcações, fotografando ou
desenhando sem nenhuma autorização;
 Pescadores se aproximando em pequenas embarcações solicitando auxílio;
 Indivíduos suspeitos com comércio ambulante nas proximidades do porto;
 Aeronaves operando de forma suspeita nas proximidades do navio ou do porto;
 Vendedores suspeitos, trabalhadores desconhecidos tentando acessar o navio sem
prévia autorização, ou tentando instalar equipamentos sem nenhuma programação
estabelecida;
 Acidentes ou incidentes em embarcações de recreio (ou veículos), criados para atrair a
atenção da vigilância do porto;
 Pessoa querendo vir a bordo sem autorização; e
 Sentimentos antinacionalistas sendo expressos verbalmente ou por panfletagem, por
funcionários ou pessoas estranhas ao porto e ao navio/unidade.

202
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.271 - Barcos de pesca próximo de unidade

2.4 Procedimentos a seguir quando reconhecer uma


ameaça à proteção
Em caso de Pirataria e Ataques Armados

As unidades são vulneráveis, pois sua manobrabilidade é limitada.

Os piratas procuram roubar todos os artigos. Deve-se evitar o transporte de grandes


somas de dinheiro a bordo ou artigos de valor. Se os piratas tiverem conhecimento sobre tais
valores, poderão ser motivados a realizar um ataque. Os piratas são conhecidos por monitorar as
comunicações, de forma que discutir informações sobre a carga ou artigos de valor a bordo da
unidade deve sempre ser evitado. Os Tripulantes que vão para terra devem também ser
recomendados a não discutir detalhes sobre a carga, horários de manobras, equipamentos de
proteção existentes ou o itinerário da unidade.

Fig.272 - Piratas
A detecção antecipada fornece a oportunidade de soar os alarmes, executar
procedimentos de proteção, contatar autoridades legais para pedir auxílio, iluminar o barco
suspeito e/ou fazer manobras evasivas para afastar-se dele (exemplo: N.S.).

203
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Manter uma constante vigilância e aplicar as medidas e procedimentos de proteção são os
melhores meios de se evitar um ataque.

Os piratas podem simular uma situação de socorro como um truque para tomar conta de
um navio ou unidade. Como consequência, qualquer barco ou navio, como barcos de pesca, por
exemplo, deverão ser considerados como ameaças potenciais.

Em áreas de risco, se o Coordenador considerar trazer pessoas a bordo, somente uma


pessoa de cada vez deverá ser embarcada. A proteção deve estar em um nível elevado de alerta
com vigilância em todos os bordos.

Em caso de Terrorismo e Sequestro

O terrorismo torna-se uma ameaça potencial as unidades e ao transporte marítimo


porque uma unidade pode ser usada:

 para infiltrar terroristas e/ou armas em determinados países, visando a realização de


um ataque;
 como uma arma potencialmente destruidora;
 para atacar outro navio/unidade diretamente; e
 para fazer reféns.

Fig.273 - Sequestro
Sequestro é a apreensão forçosa de um navio/unidade por terroristas ou por piratas. Em
regra geral, durante um sequestro, quanto mais tempo passar sem ocorrer um incidente melhor.

Alguns procedimentos deverão ser observados em situações de terrorismo ou sequestro:

 O Comandante/Gerente da Instalação offshore e o SSO deverão permanecer calmos e


orientar os demais tripulantes a fazer o mesmo;
 Nunca resistir aos terroristas ou sequestradores a menos se houver uma situação clara
de ameaça de vida;
 Não tentar negociar com os atacantes a menos que dirigidos por ajuda externa;
 Oferecer cooperação razoável;
 Tentar estabelecer uma aproximação básica;
 Tentar identificar o número de terroristas ou de criminosos;
 Tentar aumentar o número de pontos de acesso ao navio;
 Tentar determinar os objetivos dos sequestradores e o período de tempo que eles
pretendem permanecer a bordo;
 Usar comunicações seguras, se disponível, para todas as discussões com os
sequestradores;

204
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
 Se as autoridades tentarem recuperar o controle do navio através da força, o pessoal
deve seguir todas as ordens das forças militares; e
 Durante e após um sequestro, somente os membros da tripulação estão autorizados a
falar com os meios de comunicação, a menos que instruídos de outra forma.

Ameaça de bomba ou alarmes falsos

As seguintes recomendações devem ser observadas no caso de uma potencial ameaça de


bomba a plataforma:

 Qualquer tripulante ao receber uma ameaça da bomba deve imediatamente comunicar


ao Comandante/Gerente da Instalação offshore, o SSO ou o Oficial de Serviço;
 Os responsáveis da unidade deverão informar a Companhia, ao CSO e as autoridades
apropriadas; e
 Se a ameaça for real, o informante pode ter o conhecimento específico sobre a
localização da bomba. Se for um trote, o informante estará provavelmente procurando
interromper as operações normais da unidade.

Ameaça de bomba por telefone

Os seguintes procedimentos devem ser observados no caso de receber uma ameaça de


bomba por telefone:

 Permanecer calmo;
 Se possível, fazer com que mais de uma pessoa escute a chamada;
 Manter o autor da ameaça na linha o maior tempo possível;
 Pedir que o autor da ameaça repita a mensagem e procurar gravar todas as palavras
que foram ditas por ele;
 Aguardar até escutar vozes ou particularidades;
 Estar alerta para as palavras ou frases que possam ser repetidas;
 Tentar distinguir os ruídos no fundo que poderão ajudar na identificação ou localização
do autor da ameaça;
 Gravar a conversação se possível;
 Notificar imediatamente ao SSO;
 Se disponível, obter informação sobre a localização da bomba e do possível horário da
detonação; e
 Não desligar o telefone se a chamada tiver sido realizada a partir de telefone interno
da unidade.

2.5 Informações e comunicações relativas à proteção


Manuseio de informações sigilosas relacionadas à proteção e comunicações

Com o objetivo de impedir incidentes de proteção e danos ao navio/plataforma, as informações


sensíveis devem ser controladas e fisicamente protegidas. Para tal, procedimentos operacionais
apropriados devem ser estabelecidos para proteger documentos, mídia magnética (fitas, discos,
cassetes), dados de entrada/saída e documentação de sistemas contra danos, roubos e acesso
não autorizado, tais como:

a) Se não forem mais necessários, os conteúdos existentes em qualquer mídia reutilizável que for
removida da companhia/navio devem ser apagados.

205
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
b) Deve ser exigida autorização para remover qualquer mídia da companhia/navio e devem ser
mantidos os registros de tais remoções. c) Todas as mídias devem ser armazenadas em um
ambiente seguro. Todos os procedimentos e níveis de autorização devem ser claramente
documentados.
Os documentos podem conter várias informações sensíveis e os seguintes controles devem ser
considerados para proteger a documentação contra acesso não autorizado:

1. Os documentos devem ser guardados de forma segura. b) A lista de acesso à


documentação sensível deve ser a mais reduzida possível e devidamente
autorizada. c) Documentos mantidos em uma rede pública, ou fornecidos via
uma rede pública, devem ser protegidos adequadamente.

2.6 Instrução e exercícios periódicos de


adestramento.
O Código ISPS estabelece que o CSO, SSO e PFSO tenham sua formação de proteção
ministrada sob currículo aprovado pelo Governo Contratante.
Os treinamentos e exercícios deverão ser conduzidos com a presença do SSO pelo menos uma
vez a cada três meses ou quando houver uma troca de tripulantes envolvendo uma parte
significante da tripulação (25%), no sentido de assegurar a execução do Plano de Proteção do
Navio.
O treinamento deverá incluir:

 Inspeção, controle e monitoramento das tarefas exigidas pelos pertinentes;


 Detecção e identificação de armas e outros dispositivos e substâncias perigosas;
 Regulamentos, política da companhia e legislação marítima;
 Operação, calibração, manutenção e teste dos sistemas e equipamentos de proteção;
 Métodos de vistoria física de pessoas, bagagens, carga, e provisões;
 Conhecimento dos procedimentos de emergência e do Plano de Contingência;
 Reconhecimento das características e comportamentos suspeitos de pessoas com a
intenção de ameaçar a proteção do navio;
 Técnicas para manter o comportamento calmo no caso de uma ameaça de proteção;
 Técnicas utilizadas para assegurar as medidas de proteção;
 Conhecimento de ameaças e padrões atuais de proteção;
 Comunicações relacionadas a proteção; e
 A tripulação deverá também estar envolvida em um exercício com a presença do CSO
pelo menos uma vez por ano (período não superior a doze meses).

Registros de todos os treinamentos deverão ser feitos no Livro de Proteção do Navio. Um


Programa de Treinamento, elaborado pelo SSO em conjunto com o CSO, contendo todas as
tarefas indicadas acima e os períodos em que os exercícios deverão ser realizados deverá ser
desenvolvido a anexado no Plano de Proteção do Navio/Plataforma .

206
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Glossário:
Siglas Significado
PA Plataforma Auto eleváveis
TLP Tensio Leg Plataform - Plataforma de pernas atirantadas
OIT Organização Internacional do Trabalho
ONU Organização das Nações Unidas
AJB Águas Jurisdicionais Brasileiras
NR Norma Regulamentador
MTE Ministério do Trabalho e Emprega
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
SESMT
Trabalho
Acquired Immune Deficiency Syndrome - Sindrome da imuno
AIDS
deficiência adquirida
SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Occupational Health & Safety Advisory Services - Serviços de Avaliação
OHSAS
de Segurança e Saúde Ocupacional
Db Decibel
EPI Equipamento de Proteção Individual
DNSST Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
H2S Sulfeto de Hidrogênio
ppm Partícula por milhão
BRS Bactérias Redutoras de Sulfato
CO2 Dióxido de Carbono
DPC Diretoria de Portos e Costas
MT Mar Territorial
ZEE Zona Econômica Exclusiva
FSI Flag State Implementation - Implementação do Estado da Bandeira
International Maritime Organization - Organização Marítima
IMO
Internacional
WTC World Trade Center - Torres Gêmeas
International Ship and Port Facility Security Code - Código Internacional
ISPS Code
de Proteção de Navios e Instalações Portuárias
CNUDM Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar
AVI Avaliação do Nível de Consciência
CAB Circulation, Airways, Breathing - Circulação, Vias aéreas, respiração
PCR Parada cárdio-Respiratória
RCP Ressuscitação Cárdio-Respiratória
CABD Circulação, Abertura de vias aéreas, Boa ventilação e Desfribilador
NBR Normas Brasileiras
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
FISPQ Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos

207
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
APR Análise Preliminar de Risco
PQS Pó Químico Seco
LGE Líquido Gerador de Espuma
TMI Tabela Mestra Individual
CAV Controle de Avarias
LPH Local de Pouso de Helicóptero
EMCIA Equipe de Manobra e Combate a Incêndio de Aviação
VHF Very High Frequency
SCBA Self-Contained Breathing Apparatus - Sistema de Respiração Autônoma
Safety of Life at Sea - Convenção de Salvaguarda da Vida Humana no
SOLAS
Mar
Inter-Governmental Maritime Consultative Organization - Organização
IMCO
Consultiva Inter Governamental
CISVHM Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar
Code for the Construction and Equipment of Mobile Offshore Drilling
MODU Code Units - Código para Construção e aparelhamento de Unidades Móveis
de Perfuração Marítima
International Convention on Standards of Training, Certification and
STCW Watchkee - Convenção Internacional sobre Padrões de Instrução,
Certificação e Serviço de Quarto para Marítimos
International Convention for the Prevention of Pollution from Ships -
MARPOL
Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios
International Aeronautical and
Maritime Search and Rescue - Manual Internacional Aeronáutico e
IAMSAR
Marítimo de Busca e Salvamento
MARÍTIMO DE BUSCA E SALVAMENTO
T-CARD Cartão T
OIM Offshore Installation Manager - Gerente da Instalação Offshore
GEPLAT Gerente da Plataforma
EPP Equipamento de Proteção Pessoal
UHF Ultra High Frequency
COEMB Coordenador de Embarcação
COMAM Coordenador de Manutenção
COPROD Coordenador de Produção
Emergency Locator Transmitters - Transmissor de Localização de
ELT
Emergência
International Life-Saving Applience Code - Código Internacional de
LSA Code
Dispositivos Salva-vidas
Totally Enclosed Motor Propelled Survival Craft - Embarcação de
TEMPSC
Sobrevivência totalmente fechada com Motor de Propulsão
TPA Thermal Protective Aid - Roupa de Proteção Térmica
FRB Fast Rescue Boat - Embarcação Rápida de Resgate
SAR Search and Rescue - Busca e Salvamento
Emergency Position Indicating Radio Beacon - Radiobaliza Indicadora
EPIRB
de Posição de Emergência
Search and Rescue Transponder - Respondedor de Radar para Busca e
SART
Salvamento
208
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Índice de Figura
Fig. 1 - O Antes e Depois do uso de Drogas. ............................................................ 20
Fig. 2 - Placas de Alerta ............................................................................................ 28
Fig.3 - Certificado de Treinamento de EPI ............................................................... 30
Fig.4 - Entrega de EPI ............................................................................................... 30
Fig.5 - Chuveiro e Lava-Olhos .................................................................................. 31
Fig.6 - Lava-olhos ..................................................................................................... 31
Fig.7 - Respirador com cilindro de ar para fuga ....................................................... 32
Fig.10 - Luvas de proteção ........................................................................................ 34
Fig.8 - Protetor facial................................................................................................. 34
Fig.9. –Óculos de proteção ........................................................................................ 34
Fig.11 - Abafador de ruído ........................................................................................ 34
Fig. 12 - Calçado de segurança ................................................................................. 34
Fig.13 - Lixão a céu aberto ........................................................................................ 39
Fig.14 - Foto aérea de vazamento de óleo ................................................................. 41
Fig.15 - Ave marinha impregnada de óleo cru .......................................................... 41
Fig. 16 - Operação para conter o óleo ....................................................................... 43
Fig. 17 - Recolhimento de óleo ................................................................................. 43
Fig. 18 – Amazônia Azul .......................................................................................... 45
Fig.19 - Amazônia Azul e dados comparativos ........................................................ 46
Fig.20 - Áreas de Concessão de exploração .............................................................. 47
Fig.21 primeiros socorros .......................................................................................... 55
Fig.22 socorrista ........................................................................................................ 56
Fig.23 maca rígida ..................................................................................................... 57
Fig.24- aeronave ........................................................................................................ 58
Fig.25- bote de resgate .............................................................................................. 58
Fig.26 Higiene pessoal .............................................................................................. 59
Fig.27- Higiene coletiva ............................................................................................ 59
Fig.28 Higiene mental ............................................................................................... 60
Fig.29 Higiene ........................................................................................................... 61
Fig.30 Corpo Humano ............................................................................................... 61
Fig.31 sistema esquelético ......................................................................................... 62
Fig.32 Principais Órgãos ........................................................................................... 62
Fig.33- Sistema Digestório ........................................................................................ 63
Fig.34 Órgãos Importantes ........................................................................................ 63
Fig.35 Sistema Respiratorio ..................................................................................... 64
Fig.36 Sistema Respiratorio ...................................................................................... 65
Fig.37–Sistema Circulatório...................................................................................... 65
Fig.38 Sistema Digestório ........................................................................................ 66
Fig.39 Sistema Urinário ............................................................................................ 66
Fig.40 Sistema Nervoso ............................................................................................ 67
Fig.41 Sistema Tegumentar ....................................................................................... 68
209
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.42 Primeiros Socorros ......................................................................................... 68
Fig.43 Nível de Consciência ..................................................................................... 69
Fig.44- circulação ...................................................................................................... 70
Fig.45- circulação ...................................................................................................... 70
Fig.46 Vias Aéreas .................................................................................................... 70
Fig.47 Respiração ...................................................................................................... 70
Fig.48 Desfibrilador .................................................................................................. 70
Fig.49 Verificação de pulso....................................................................................... 71
Fig.50- Ventilação ..................................................................................................... 72
Fig.51 Pocket Masck ................................................................................................. 72
Fig.52 Descrição do movimento de compressão...................................................... 72
Fig.53 Localização .................................................................................................... 72
Fig.54 Lipotimia ........................................................................................................ 74
Fig.55 Desmaio.......................................................................................................... 75
Fig.56 Hemorragia..................................................................................................... 76
Fig.57- Torniquete ..................................................................................................... 77
Fig.58- Elevação do membro .................................................................................... 78
Fig.59- Compressão Direta........................................................................................ 78
Fig.60- Curativo Compressivo .................................................................................. 78
Fig.61 Evisceração .................................................................................................... 78
Fig.62 Queimaduras .................................................................................................. 80
Tabela 63. - Profundida da queimadura .................................................................... 80
Tabela .64 Extensão da queimadura .......................................................................... 80
Fig.65 Entorse............................................................................................................ 82
Fig.66- Luxação aberta .............................................................................................. 82
Fig.67- Luxação fechada ........................................................................................... 82
Fig.69- Fratura fechada ............................................................................................. 83
Fig.68- Fratura Aberta ............................................................................................... 83
Fig.70- Contusão ....................................................................................................... 84
Fig.71- Distensões ..................................................................................................... 84
Fig.72 Distensão ........................................................................................................ 84
Fig.73 Curativos ....................................................................................................... 85
Fig.74- Imobilização de braço ................................................................................... 86
Fig.75- Imobilização de antebraço ............................................................................ 86
Fig.76- Imobilização de tornozelo ............................................................................ 86
Fig.77- Imobilização de perna ................................................................................... 86
Fig.78- Transporte em prancha longa ....................................................................... 87
Fig.79 Rolamentos..................................................................................................... 88
Fig.80- Transporte de arrasto em lençol.................................................................... 89
Fig.81- Transporte de apoio ...................................................................................... 89
Fig.82- Transporte de colo ........................................................................................ 89
Fig.83– Transporte de cadeirinha .............................................................................. 89
Fig.85- Transporte nas costas .................................................................................... 89
Fig.84- Transporte em cadeira................................................................................... 89
210
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.86- Transporte no colo ........................................................................................ 90
Fig.87- Transporte em lençol pelas pontas................................................................ 90
Fig.88- Resgate por aeronave .................................................................................... 90
Fig.89 Bote de Resgate .............................................................................................. 92
Fig.90- Resgate por Helicóptero ............................................................................... 92
Fig.91- Equipamento para resgate ............................................................................. 93
Fig.92- Incêndio em plataforma ................................................................................ 94
Fig.94- Fogo com controle ........................................................................................ 95
Fig.93- Fogo sem controle......................................................................................... 95
Fig.95- Triângulo do fogo ......................................................................................... 95
Fig.96- Tretraedro do fogo ........................................................................................ 96
Fig.97 - Combustíveis líquidos, gasosos e sólidos. ................................................... 96
Fig.98- Conjunto de Solda Oxi-acetílica ................................................................... 97
Fig.99- Cilindro de oxigênio ..................................................................................... 97
Fig.100- Proporções de acetileno .............................................................................. 97
Fig.101 - Proporções de gasolina .............................................................................. 98
Fig.102- Explosão por gases confinados num espaço ............................................... 99
Fig.103- Explosão por gases confinados num espaço ............................................. 102
Fig. 104 - Biombo de proteção ................................................................................ 106
Fig.105 - Manta de proteção.................................................................................... 107
Fig.106- Sistema de exaustão .................................................................................. 108
Fig. 107 - Área sinalizada com fita ......................................................................... 109
Fig.108 - Combate a incêndio por extintor ............................................................. 109
Fig.109- Área sinalizada com fita ........................................................................... 109
Tabela .110 - Classes de incêndio ........................................................................... 110
Fig.111- Válvula de abertura e fechamento ............................................................ 110
Fig.112- Manta para combate por abafamento........................................................ 111
Fig.113- Uso do resfriamento para controle............................................................ 111
Fig.114– Quebra da reação em cadeia .................................................................... 112
Fig.115– Classes e símbolos dos extintores portáteis ............................................. 113
Fig.116 - Extintor de água pressurizada .................................................................. 113
Fig.117- Extintor de gás carbônico ......................................................................... 113
Fig.118- Extintor de pó químico seco ..................................................................... 113
Fig.119- Extintor Classe D ...................................................................................... 114
Fig.120 - Extintor ABC ........................................................................................... 114
Fig.121- Extintor de espuma ................................................................................... 114
Fig.122- Extintor Classe K ...................................................................................... 115
Fig.123- Ataque conforme o vento ......................................................................... 115
Fig.124- Esquema de sistema fixo de combate ....................................................... 117
Fig.125- Bombas e redes de incêndio ..................................................................... 119
Fig.126- Tomada de Incêndio ................................................................................. 119
Fig.127 - Carretel de mangueira .............................................................................. 120
Fig.128- Esguicho regulável universal e tipo pistola .............................................. 120
Fig.129- Posto de incêndio ...................................................................................... 121
211
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.130- Capacete especial ...................................................................................... 125
Fig.131- Luvas especiais ......................................................................................... 125
Fig.132- Bota para combate a incêndio ................................................................... 125
Fig.133- Roupa de aproximação ............................................................................. 125
Fig.134- Balaclava................................................................................................... 125
Fig.135- Roupa de penetração ................................................................................. 125
Fig.136- Conjunto autônomo .................................................................................. 126
Fig.137- Aparelho de respiração artificial............................................................... 126
Fig.138 - Incêndio em plataforma ........................................................................... 127
Fig.139–Blow-out.................................................................................................... 128
Fig.140 - Adernamento............................................................................................ 128
Fig.141 - Sinaleira luminosa ................................................................................... 128
Fig.142 - Tipos de sinais de alarme ......................................................................... 129
Tabela.143 - Tabela Mestra ..................................................................................... 129
Fig.144 - Informações presentes na Tabela Mestra ................................................ 130
Fig.145 - Exemplo de quadro de emergência .......................................................... 130
Fig.146 - Sala de Briefing ....................................................................................... 131
Fig.147 - Responsabilidades do Plano .................................................................... 132
Fig.148 - Demonstrativo de localização de unidades.............................................. 132
Fig.149 - Cartão T ................................................................................................... 132
Fig.150 - Posto de abandono ................................................................................... 133
Fig.151 - Rota de fuga e sinalização ....................................................................... 133
Fig.152 - Plano de segurança .................................................................................. 134
Fig.153 - Pessoal reunido aguardando orientações ................................................. 134
Fig.154 - Descida e afastamento de baleeira ........................................................... 135
Fig.155 - Colete Classe IV e equipamento de trabalho em altura........................... 136
Fig.156 - Cintas Eslingues....................................................................................... 137
Fig.157 - Uso da cesta de transbordo ...................................................................... 137
Fig.158 - Capacete ................................................................................................... 138
Fig.159 - Óculos de segurança ................................................................................ 138
Fig.160 - Protetor tipo abafador .............................................................................. 139
Fig.161 - Máscara contra inalações ......................................................................... 139
Fig.162 - Luvas de proteção .................................................................................... 139
Fig.163 - Macacões ................................................................................................. 140
Fig.164 - Botas de segurança .................................................................................. 140
Fig.165 - Rádio VHF ............................................................................................... 141
Fig.166 - Rádio UHF ............................................................................................... 141
Fig.167 - Megafone ................................................................................................. 141
Fig.168 - Ramal ....................................................................................................... 142
Fig.169 - Fonoclama................................................................................................ 142
Fig.170 - Sinal visual............................................................................................... 142
Fig.171 - Botoeira.................................................................................................... 142
Fig.172 - Tabela hierárquica conforme NORMAM-01 item 0117 ......................... 143
Fig.173 - Flotel ........................................................................................................ 144
212
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.174 - Cesta de transbordo sendo descida em supplay....................................... 145
Fig.175 - Incêndio em plataforma ........................................................................... 145
Fig.176 - Operação de mergulho ............................................................................. 145
Fig.177 - Operação com navio aliviador ................................................................. 146
Fig.178 - Informações para orientação a bordo ...................................................... 147
Fig.179 - Compartimentos e equipamentos de unidade FPSO ............................... 147
Fig.180 - Compartimentos e equipamentos de unidade fixa ................................... 148
Fig.181 - Organização hierárquica .......................................................................... 149
Fig.182 - Tipos de unidade ...................................................................................... 149
Fig.183 - Posições, adernamento e esforços estruturais .......................................... 149
Fig.184 - Obras vivas, Obras mortas e linha d'água................................................ 150
Fig. 185 - Portas estanques ...................................................................................... 150
Fig.186 - Sistema de lastro ...................................................................................... 151
Fig.187 - Gangway ligando unidades ...................................................................... 152
Fig.188 - Transbordo por cesta................................................................................ 152
Fig.189 - Baleeira .................................................................................................... 152
Fig.190 - Retirada de pessoal por aeronave ............................................................ 154
Fig.191 - Balsa salva-vidas ..................................................................................... 154
Fig.192 - Escada de fuga em unidade fixa .............................................................. 154
Fig.193 - Utilização da Gangway ............................................................................ 155
Fig.194 - Baleeira .................................................................................................... 155
Fig.195 - Utilização do Helicóptero ........................................................................ 156
Fig.196 - Balsa salva-vidas ..................................................................................... 156
Fig.197 - Escada de fuga e passarela....................................................................... 156
Fig.198 - Colete inflável .......................................................................................... 158
Fig.199 - Posição de impacto .................................................................................. 158
Fig.200 - Coletes salva-vidas .................................................................................. 159
Tabela .201 - Utilização de coletes ......................................................................... 160
Fig.202 - Boias salva-vidas e equipamentos ........................................................... 161
Fig.203 - Fumígeno 15 minutos .............................................................................. 161
Fig.204 - Roupa de imersão .................................................................................... 161
Fig.205– Baleeira e Cápsula .................................................................................... 162
Fig.206 - Baleeira de lançamento free-fall, de turcos fixos e de turcos rebatíveis . 163
Fig.207 - Casulo de balsa e balsa inflada ................................................................ 164
Fig.208 - Balsa turcada disparada ........................................................................... 165
Fig.209 - Balsa turcada pronta para embarque direto ............................................. 165
Fig.210 - Embarque indireto ................................................................................... 166
Fig.211 - Desviramento de balsa por uma pessoa e por duas pessoas .................... 166
Fig.212 - Bote de resgate em aproximação para resgate ......................................... 167
Fig.213 - Âncora flutuante ...................................................................................... 167
Fig.214 - Aro de resgate .......................................................................................... 168
Fig.215 - Faca flutuante........................................................................................... 168
Fig.216 - Cuia flutuante........................................................................................... 168
Fig.217 - Esponjas ................................................................................................... 169
213
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.218 - Remo flutuante......................................................................................... 169
Fig.219 - Abridor de latas........................................................................................ 169
Fig.220 - Kit de primeiros socorros ........................................................................ 169
Fig.221 - Apito ........................................................................................................ 170
Fig.222 - Foguete paraquedas acionado .................................................................. 170
Fig.223 - Facho manual acionado ........................................................................... 170
Fig.224 - Fumígeno ................................................................................................. 171
Fig.225 - Lanterna ................................................................................................... 171
Fig.226 - Refletor radar ........................................................................................... 172
Fig.227 - Espelho heliográfico ................................................................................ 172
Fig.228 - Kit de pesca.............................................................................................. 172
Fig.229 - Ração sólida ............................................................................................. 173
Fig.230 - Ração líquida ........................................................................................... 173
Fig.231 - Copo graduado ......................................................................................... 173
Fig.232 - Pílula contra enjoo ................................................................................... 174
Fig.233 - Saco para enjoo ........................................................................................ 174
Fig.234 - Manual de sobrevivência ......................................................................... 174
Fig.235 - Roupa térmica .......................................................................................... 175
Fig.236 - Kit de reparo ............................................................................................ 175
Fig.237 - Fole manual ............................................................................................. 175
Fig.238 - Nado de sobrevivência e Posição Huddle ............................................... 176
Fig.239 - Observar direção de vento para posição segura ...................................... 177
Fig.240 - Clima adverso .......................................................................................... 178
Tabela.241 - Tempo X temperatura ........................................................................ 181
Fig.242 - EPIRB ...................................................................................................... 182
Fig.243 - SART ....................................................................................................... 183
Fig.244 - Rádio VHF ............................................................................................... 183
Fig.245 - Espelho heliográfico ................................................................................ 183
Fig.246 - Uso do Foguete Paraquedas ..................................................................... 184
Fig.247 - Uso do Facho Manual .............................................................................. 184
Fig.248 - Uso do Fumígeno ..................................................................................... 185
Fig.249 - Uso do Espelho Heliográfico ................................................................... 185
Fig.250 - Terrorismo e o cenário mundial............................................................... 186
Fig.251 - Equipe de rafting...................................................................................... 187
Fig.252 - Charge de Duke ....................................................................................... 187
Fig.253 - Sistema de alarme de proteção ................................................................ 188
Fig.254 - Celular via satélite ................................................................................... 188
Fig.255 - Fonoclama................................................................................................ 188
Fig.256 - Rádio VHF ............................................................................................... 188
Fig.257 - Embarcação do NEPOM ......................................................................... 190
Fig.258 - Convés iluminado .................................................................................... 194
Fig.259 - Porta de acesso ......................................................................................... 195
Fig.260 - Bagagens .................................................................................................. 196
Fig.261 - Concertina em embarcação ...................................................................... 196
214
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Fig.262 - Pacotes ..................................................................................................... 196
Fig.263 - Uso de mangueiras ................................................................................... 197
Fig.264 - Passaporte falso ....................................................................................... 200
Fig.265 - Homem mascarado .................................................................................. 201
Fig.266 - Arma de fogo ........................................................................................... 201
Fig.267 - Bomba improvisada ................................................................................. 201
Fig.268 - Bomba improvisada ................................................................................. 201
Fig.269 - Características suspeitas .......................................................................... 201
Fig.270 - Barcos de pesca próximo de unidade ...................................................... 203
Fig.271 - Piratas....................................................................................................... 203
Fig.272 - Sequestro.................................................................................................. 204

215
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Índice de Tabela
Tabela 1 - Tempo de absorção de materiais .............................................................. 40
Tabela 2 - Profundida da queimadura .................................................................... 110
Tabela 3 - Extensão da queimadura ....................................................................... 110
Tabela 4 - Classes de incêndio ............................................................................... 110
Tabela 5 - Tabela Mestra ........................................................................................ 110
Tabela 6 - Utilização de coletes ............................................................................. 129
Tabela 7 - Tempo X temperatura ........................................................................... 160

216
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25
Referências Bibliográficas

a) BRASIL . Ministério da Marinha. Diretoria de Ensino da Marinha. Manual de Liderança. Rio


de janeiro, 1996.
b) FONSECA, Maurílio M. Arte do Marinheiro. 5ª ed. Rio de Janeiro: SDGM, 1989.
c) NOGUEIRA, Nildo Ribeiro. Desenvolvendo as competências profissionais. 1ª ed. São
Paulo: Érica, 2001.
BRASIL. Marinha do Brasil. Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão – CAAML-206
Manual de Primeiros Socorros. Niterói, RJ: 2006.
d) BRASIL. Instituto Nacional de Emergências Médicas – Organização Mundial de Saúde – Guia
Médico Internacional para Barcos. Tradução da Organização Mundial da Saúde. Genéve:
1988.
e) BERGERON, J. David e Gloria Bizjak. Primeiros Socorros. Editora Atheneu, São Paulo, SP:
2004.
f) CAMPBELL, John Emory. Basic Trauma Life Support – BTLS. CAME, Alabama, EUA: 1999.
g) SANTOS, Raimundo Rodrigues et al, Manual de Socorro de Emergência. Editora Atheneu,
2000.
h) BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas. Manual do Curso Especial Básico de
Combate a Incêndio. Rio de Janeiro, 2002.
i) BRASIL. Centro de Adestramento "Almirante Marques de Leão". Manual de Combate a
Incêndio. Rio de Janeiro, 1998.
j) DUARTE, Moacyr. Riscos Industriais, etapas para a investigação e a prevenção de acidentes.
Rio de Janeiro, Funenseg, 2002.
l) FALCÃO, Roberto José Kassab. Tecnologia de Proteção Contra Incêndio. Edição 1995.
m) JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações elétricas em indústrias químicas,
petroquímicas e de petróleo. 3ª edição. Rio de Janeiro, Qualitymark. Edição 2002.
Brasil. Marinha do Brasil. Manual de Sobrevivência – Imprensa Naval. Rio de Janeiro.1990.
n) REZENDE, Celso Antônio Junqueira. Manual de Sobrevivência no mar. Rio de Janeiro. 1992.
o) Wright, C. H. Survival at Sea: The Lifeboat and Liferaft. Liverpool: The James Laver Printing
Co. Ltd., 1986.
p) Lee, E. C. B. and Lee, K. Safety and Survival at Sea. London: W. W. Norton, 1980.
q) BRASIL. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas. Norma da Autoridade Marítima
número cinco (2003).
r) Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e Costas – Ensino Profissional Marítimo – CURSO
ESPECIAL BÁSICO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE PROTEÇÃO DE NAVIO.

217
Manual do Curso Básico de Segurança de Plataforma V25

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