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Os valores são conjuntos de ideias próprias de cada grupo ou de cada sociedade que
definem o que é considerado importante, significativo ou desejável
variam no tempo e no espaço
dão sentido às ações do indivíduo
Universal, por outro lado, é um adjetivo que está relacionado com aquilo que pertence ou
que é relativo ao universo.
O conceito faz referência ao conjunto de todas as coisas criadas e àquilo que é comum a
todos na sua espécie.Noutros termos, todas as pessoas têm certos valores que surgem do
seu interior e que guiam as suas acções. Como nem todos os seres humanos pensam da
mesma forma, os valores podem ser diferentes de umas pessoas para as outras. Os
valores universais, porém, têm a particularidade de ser compartilhados a nível social.
Diferenças culturais à parte, pode-se afirmar que a bondade, a solidariedade e a
honestidade são virtudes desejadas em qualquer país ou região. Trata-se, por conseguinte,
de valores universais.
Os valores universais são adquiridos com a educação familiar e na escola, já que o
processo de socialização implica que as novas gerações interiorizem conceitos atemporais.
Os valores universais englobam também a liberdade, a paz, a justiça, o respeito, a
cooperação, a responsabilidade e o amor, valores que se encontram em diferentes
culturas. Um exemplo de valores universais é o encontrado na Declaração Universal dos
Direitos Humanos (1948).
• VALORES MORAIS
Referem-se a princípios éticos que orientam a conduta humana e são considerados
universais.
independentemente da cultura ou sociedade. Eles podem incluir valores como justiça,
igualdade, integridade e compaixão.
• VALORES ÉTICOS
Referem-se a princípios morais que orientam a conduta profissional e são específicos para
determinadas áreas como medicina, advocacia e negócios Eles incluem valores como
confidencialidade, imparcialidade e responsabilidade
• VALORES POLÍTICOS
São valores relacionados ao sistema político e a participação política como liberdade
democracia, igualdade de oportunidades e direitos humanos
• VALORES RELIGIOSOS
São valores baseados nas crenças e práticas
religiosas como devoção, humildade e caridade.
Moral
Ética
Aristóteles
A ética proposta por Aristóteles é uma abordagem centrada na virtude, o que significa que
os fundamentos éticos são definidos pelo caráter de uma pessoa, mais especificamente,
pelo caráter virtuoso. A presença da teoria ética aristotélica é notável na sua obra "Ética a
Nicômaco".
Na Ética a Nicômaco, Aristóteles argumenta que os seres humanos têm uma essência,
uma natureza e uma finalidade, sendo esta última a eudaimonia, que representa uma vida
bem vivida ou felicidade. Sua ética é teleológica, visando um fim, e eudaimônica, com a
felicidade como esse fim supremo. Aristóteles compara a eudaimonia a um alvo que guia
as ações humanas, sendo a felicidade o objetivo último. Ele acredita que a busca pela
felicidade é inerente à natureza humana e que só pode ser alcançada através da
virtude. As boas ações conduzem ao bem, enquanto as más ações são resultado da
ignorância, indo contra a própria natureza do ser humano, que é naturalmente inclinado ao
bem e à virtude.
Aristóteles destaca que o bem na política é a ética e a justiça, sendo esta última vinculada
ao interesse comum. Ele propõe a necessidade de um sistema híbrido para resolver
conflitos entre democracia e oligarquia, sugerindo uma assembleia representativa com
participação de minorias e maiorias. Aristóteles também enfatiza a importância de evitar a
corrupção e o isolamento de um único grupo na cidade, propondo a divisão de
responsabilidades entre diferentes segmentos sociais e a integração de classes, como meio
de prevenir distorções.
Estado e liberdade
Voltaire
No contexto histórico em que viveu, a França era uma sociedade rigidamente estruturada,
onde a liberdade de expressão estava sujeita a restrições draconianas impostas pela igreja
e pelo Estado. Voltaire, conhecido pela sua inteligência afiada e perspicácia, levantou-se
contra essas restrições, defendendo a liberdade de expressão como um direito fundamental
do ser humano.
Uma das suas obras mais emblemáticas, o "Tratado sobre a Tolerância", é uma defesa
ardente da liberdade religiosa e de expressão. Voltaire argumentava que, para alcançar
uma sociedade verdadeiramente justa e progressista, era essencial permitir que as pessoas
expressassem livremente as suas opiniões, mesmo que fossem contrárias às crenças
predominantes.
Na sua famosa declaração, Voltaire afirmou: "Posso não concordar com uma única palavra
que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-la." Esta afirmação encapsula a
essência do seu compromisso com a liberdade de expressão. Ele entendia que a verdadeira
democracia e progresso só poderiam florescer num ambiente onde as pessoas pudessem
expressar livremente as suas opiniões, mesmo que discordassem das opiniões
predominantes.
Além das suas obras escritas, Voltaire também desafiou as autoridades através do seu
próprio exemplo. A sua vida foi marcada por uma série de conflitos com a censura,
resultando em períodos de exílio e prisão. No entanto, essas experiências não o
dissuadiram da sua missão de promover a liberdade de expressão.
Hoje, os princípios defendidos por Voltaire continuam a ressoar em debates sobre liberdade
de expressão em todo o mundo. O seu legado inspira defensores contemporâneos da
liberdade de expressão a levantar as suas vozes contra a censura, a opressão e qualquer
forma de restrição à livre troca de ideias.
1. **Princípio Fundamental:**
- Voltaire acreditava fundamentalmente na liberdade de expressão como um direito
humano essencial. Ele expressou a ideia de que as pessoas têm o direito intrínseco de
expressar suas opiniões, mesmo que essas opiniões possam ser impopulares, controversas
ou desafiadoras.
2. **Contraposição à Censura:**
- Voltaire era um crítico feroz da censura e da repressão intelectual. Ele via a censura
como um obstáculo ao progresso e à busca da verdade. Sua famosa declaração "Posso
não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de o dizeres"
reflete seu compromisso com a liberdade de expressão, mesmo quando discordava das
opiniões expressas.
Stuart Mill
No contexto da liberdade individual, conforme defendido por John Stuart Mill, a premissa
fundamental é a não interferência nas liberdades alheias. Cada cidadão tem o direito de
realizar ações, aderir a crenças e expressar-se livremente, desde que tais atividades não
causem danos a outros membros da sociedade. Esse princípio, conhecido como o
"Princípio do dano", implica que o Estado pode intervir e impor punições quando uma ação
individual prejudica terceiros. Exemplos práticos incluem a proibição de fumar em
ambientes fechados para evitar danos a não fumantes e a necessidade de medidas, como o
passaporte vacinal durante a pandemia, visando proteger a saúde coletiva. No entanto,
quando as ações estão restritas ao âmbito pessoal e não causam danos a outros, o Estado
não tem justificativa para intervir, permitindo que o indivíduo exerça sua liberdade em
interesse próprio. O objetivo final é equilibrar a liberdade individual com a proteção da
sociedade, garantindo que cada cidadão possa buscar a felicidade dentro desses limites.
Descartes
René Descartes, filósofo francês do século XVII, é conhecido por suas contribuições
significativas para a filosofia, incluindo sua abordagem epistemológica e sua busca pela
verdade certa e indubitável. A argumentação de Descartes sobre a verdade pode ser
resumida em algumas etapas essenciais:
1. **Dúvida Metódica:**
- Descartes começa sua busca pela verdade com uma atitude de dúvida metódica. Ele
duvida de tudo o que pode ser duvidado para encontrar uma base sólida e indubitável para
o conhecimento.
3. **Clareza e Distinção:**
- Descartes argumenta que as ideias que são claras e distintas têm uma base mais sólida
e verdadeira. Ele sustenta que, se uma ideia é tão clara e distinta que não pode ser
razoavelmente duvidada, então ela é verdadeira.
Sócrates
(so sei que nada sei)
Sócrates, o filósofo grego que viveu por volta de 469 a 399 a.C., é conhecido por sua
abordagem única na filosofia, muitas vezes expressa nos diálogos registrados por seus
discípulos, especialmente por Platão. Em relação à ignorância humana, Sócrates defendia a
ideia de que a verdadeira sabedoria reside no reconhecimento da própria ignorância. Aqui
estão alguns dos pontos centrais de sua argumentação:
1. **Ironia Socrática:**
- Sócrates frequentemente empregava a chamada "ironia socrática". Ele se apresentava
como alguém ignorante, fazendo perguntas aparentemente simples para desafiar a
sabedoria convencional dos outros. Essa técnica visava revelar a falta de conhecimento e
clareza nas opiniões dos interlocutores.
(Diálogo com Críton: em "Críton", Sócrates está na prisão aguardando sua execução, e
Críton sugere que Sócrates deveria fugir para evitar a morte. Sócrates responde
questionando Críton sobre o que significa agir justamente e se seria correto agir contra as
leis da cidade. A ironia reside no fato de que, embora Sócrates esteja enfrentando a morte,
ele destaca a importância da justiça e da obediência à lei.)
3. **Diálogo e Maiêutica:**
- Sócrates utilizava o diálogo como meio de investigação filosófica. Através de uma
técnica conhecida como "maiêutica" (parto intelectual), ele guiava seus interlocutores na
descoberta de suas próprias contradições e limitações, levando-os a perceber a extensão
de sua ignorância.
Aborto
Filósofo australiano, Peter Singer é um dos principais estudiosos de bioética da atualidade.
Em seu livro Ética prática, Singer defende o aborto como uma prática que, se feita até a 12ª
semana de gestação, não provoca sofrimento ao feto e evita o sofrimento futuro da mãe de
uma gestação indesejada e da criança que crescerá sem condições materiais de existência.
A posição de Singer está baseada na ciência, na medicina e em algo que ele sempre coloca
para fundamentar suas decisões bioéticas: a senciência. Para o filósofo, a senciência é o
ato de sentir dor e prazer, o que leva o indivíduo a perceber-se como alguém no mundo.
Diferente da consciência, que é a capacidade de pensar-se no mundo, a senciência apenas
sente.
O feto, até a 12ª semana de gestação, ainda não tem atividade cerebral, o que impossibilita
a senciência e, consequentemente, qualquer chance de sofrimento por parte daquele ser
que foi, na maior parte do tempo, um emaranhado de células embrionárias em crescimento.