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temas relacionados à economia e ao meio ambiente.

Inicialmente, discute a próxima transição


energética em um contexto pós-fóssil, especulando sobre a possível mudança nas condições de
crescimento econômico acelerado. O autor menciona a influência de Nicholas Georgescu-
Roegen na economia ecológica, destacando sua associação com programas de pesquisa em
economia da complexidade e evolutiva.

trata da economia ambiental, diferenciando entre economia da poluição e economia dos


recursos naturais. Explora a ideia de custos sociais em atividades econômicas, particularmente
em relação a recursos comuns, como o meio ambiente. Aborda a externalidade negativa dos
danos .

temas relacionados à economia e ao meio ambiente. Inicialmente, discute a próxima transição


energética em um contexto pós-fóssil, especulando sobre a possível mudança nas condições de
crescimento econômico acelerado. O autor menciona a influência de Nicholas Georgescu-
Roegen na economia ecológica, destacando sua associação com programas de pesquisa em
economia da complexidade e evolutiva.

trata da economia ambiental, diferenciando entre economia da poluição e economia dos


recursos naturais. Explora a ideia de custos sociais em atividades econômicas, particularmente
em relação a recursos comuns, como o meio ambiente. Aborda a externalidade negativa dos
danos lidar com a sustentabilidade ambiental.

O debate sobre sustentabilidade divide-se entre as posições de sustentabilidade fraca,


associada a Robert Solow, que preconiza manter constante os fatores do processo produtivo, e
sustentabilidade forte, defendida por David W. Pearce, que destaca a necessidade de manter
constante o estoque de capital natural.

Solow preconiza manter o consumo per capita constante ao longo do tempo, com ênfase na
substituição entre os diferentes fatores de produção, permitindo, no limite, o esgotamento do
capital natural, desde que compensado pelo aumento de capital manufaturado e humano.

Georgescu-Roegen questiona a substituição ilimitada entre capital natural e manufaturado,


destacando a complementaridade entre eles no processo produtivo, especialmente quando se
considera a irreversibilidade do uso de recursos naturais.

Pearce e Turner propõem o critério de transferência de um estoque constante de capital


natural para as gerações futuras, aplicável principalmente a recursos renováveis, enquanto
recursos exauríveis enfrentam desafios de irreversibilidade e de incompatibilidade com a
otimização neoclássica.
Ambos os critérios de sustentabilidade, fraca e forte, são considerados incongruentes com a
realidade biofísica. A sustentabilidade fraca baseia-se em suposições de progresso técnico
ilimitado e substituição irrestrita de capital natural por manufaturado.

A sustentabilidade forte enfrenta dificuldades na gestão de recursos exauríveis, pois a


irreversibilidade do uso desses recursos impossibilita a manutenção de seus estoques ao longo
do tempo.

A discussão sobre a qualidade do capital natural é levantada, questionando como a


manutenção da quantidade de recursos pode não considerar mudanças na diversidade e na
função de suporte à vida.

A visão econômica de sustentabilidade muitas vezes desconsidera critérios biofísicos essenciais


para garantir a sobrevida da espécie humana, concentrando-se em ideias de crescimento
econômico ilimitado.

O debate sobre a relação entre crescimento econômico e degradação ambiental é mencionado,


com destaque para a “curva de Kuznets ambiental invertido”, que sugere que o crescimento
inicial degrade o meio ambiente, mas a continuidade do crescimento resolve os problemas
ambientais.

Críticas à curva de Kuznets ambiental invertido incluem insuficiência metodológica e falta de


previsibilidade, especialmente quando aplicada a uma parcela limitada de países, excluindo
problemas ambientais globais como emissões de gases de efeito estufa.

inicialmente aponta que a economia tradicional tornou-se excessivamente centrada nas


transações de mercado, negligenciando preocupações ambientais e reduzindo seu objeto de
pesquisa ao sistema econômico.

Ao tentar expandir a economia para questões ambientais, a vertente neoclássica enfrenta um


impasse epistemológico, pois não consegue transcender da escala individual para a escala da
espécie humana sem uma mudança no arcabouço conceitual.

A economia ecológica surge como uma resposta, sendo formalizada pela Sociedade
Internacional de Economia Ecológica em 1989. Destaca-se por considerar a economia humana
como intrinsecamente ligada à natureza, encarando os processos econômicos como
transformações biológicas, físicas e químicas.
Precursores como Sergei Podolinsky e Frederick Soddy, influenciados por ideias termofísicas,
caíram no esquecimento, mas contribuíram indiretamente para o desenvolvimento da
economia ecológica.

A consolidação desse campo deve-se a figuras como Kenneth Boulding, Nicholas Georgescu-
Roegen, Herman Daly, Robert Ayres e Allen Kneese, cujas contribuições na década de 1960
foram fundamentais.

Debates sobre a importância da lei da entropia, principalmente influenciados por Georgescu,


marcaram os primeiros anos da revista Ecological Economics. Daly, notável economista
ecológico, organizou um número especial em homenagem a Georgescu em 1997.

Herman Daly destaca que a economia contemporânea, obcecada pelo crescimento, é


paradoxalmente materialista demais em alguns aspectos e não materialista o suficiente em
outros. Ignora leis da termodinâmica e questões éticas, levando a visões incompletas do
espectro meios-fins.

O paradigma da “growthmania,” onde o crescimento é visto como solução para problemas


como pobreza, desemprego e escassez de recursos, é criticado por Daly, que incorpora leis
termodinâmicas em sua abordagem.

Daly e Townsend propõem a condição estacionária como uma estratégia para prolongar a
permanência da espécie humana no planeta, reconhecendo sua impossibilidade de duração
infinita. Argumentam que, mesmo provisória, essa transição é crucial para a sustentabilidade
ambiental, divergindo de céticos que veem desafios na implementação dessa meta em
sistemas democráticos e capitalistas.

O autor destaca a compatibilidade entre um estado estacionário e um sistema democrático-


capitalista, argumentando que a mania de crescimento representa a maior ameaça à
democracia, capitalismo e paz internacional.

Herman Daly propõe uma transição para uma economia sustentável, enfatizando a
necessidade de ajustes na política econômica para operar de forma ambientalmente
sustentável. Esses ajustes incluem a transição demográfica dos bens, melhorias qualitativas
sem aumentar materiais processados, a proibição do livre comércio em condições desiguais
ambientalmente e mudanças nos impostos para favorecer a extração responsável.

Daly destaca que tais ajustes são inviáveis se organizações multilaterais, como o Banco
Mundial, continuarem a ignorar as relações íntimas entre os sistemas econômicos e
ambientais. Após deixar o Banco Mundial, Daly aconselha uma postura de fomento ao
desenvolvimento ambientalmente sustentável, incluindo a não contabilização do consumo de
capital natural como renda.

No contexto de um debate epistemológico, Daly, junto com Georgescu, questiona modelos


econômicos convencionais, como os de Solow e Stiglitz. Os economistas divergem sobre a
substitutibilidade entre recursos naturais e capital manufaturado, evidenciando uma
preocupação fundamental com os limites biofísicos ao crescimento.

A análise do metabolismo social da China é apresentada como um estudo de caso relevante


para a economia ecológica. Daly destaca a importância de considerar não apenas a intensidade
de energia, mas também o total de energia usado, questionando a ideia de desmaterialização.

A economia ecológica destaca a ênfase na questão da escala, diferenciando-se pela


preocupação com o tamanho do subsistema econômico em relação ao ecossistema. Questões
sobre a escala máxima e ótima da economia são fundamentais, considerando os custos
adicionais do crescimento em relação aos ganhos no bem-estar.

Daly enfatiza que o crescimento econômico não ocorre no vácuo, questionando a


sustentabilidade à medida que a economia cresce num sistema finito e não crescente. Os
custos ecológicos associados ao aumento da escala econômica não são adequadamente
computados pelas contabilidades nacionais, representando uma lacuna crítica na abordagem
convencional.

O autor destaca que o crescimento econômico pode ser considerado antieconômico se os


custos associados a ele superarem os benefícios gerados. A economia ecológica abraça uma
visão cética quanto à viabilidade do crescimento indefinido, desafiando a noção de que o
aumento constante é a solução para os problemas ecológicos, contrapondo-se à economia
convencional.

Embora Georgescu-Roegen nunca tenha usado a expressão “economia ecológica” e não fosse
um militante ambientalista, suas contribuições demarcam a linha entre a economia ecológica e
as vertentes ambientais da economia convencional. Há debates sobre se suas ideias podem ser
absorvidas pela economia ambiental neoclássica.

Constanza, ex-presidente da ISEE, destaca a influência de Boulding e Daly, mas curiosamente


omite Georgescu. Perrings, outro ex-presidente da ISEE, considera a contribuição de Georgescu
além da economia ecológica, podendo ser absorvida pela economia ambiental neoclássica,
enfocando a importância da irreversibilidade.
Gowdy, influenciado por Georgescu, destaca a ênfase deste na irreversibilidade das
transformações materiais, discutindo a importância da teoria do consumidor e da
subordinação de vontades na análise econômico-ecológica. O individualismo metodológico da
teoria neoclássica é criticado por ignorar a hierarquia nos sistemas sociais e ecológicos.

Georgescu introduz o princípio da irredução na teoria do consumidor, ressaltando que as


necessidades biológicas não são facilmente substituíveis por mercadorias. A teoria de
Georgescu questiona a ideia de troca no mercado, reconhecendo as limitações do valor de
mercado na abordagem das escolhas humanas.

O autor ressalta que os fundamentos mecanicistas da teoria econômica precisam ser


substituídos por uma abordagem evolucionária, reconhecendo a economia como parte de
sistemas vivos e ecossistemas. A metáfora da máquina, que inspirou a economia moderna, é
criticada, e o autor defende a necessidade de uma perspectiva evolutiva na economia para
entender as mudanças ao longo do tempo.

Em suma, o texto destaca as contribuições de Georgescu-Roegen para a economia ecológica,


enfatizando a importância de suas ideias na crítica ao crescimento ilimitado e na necessidade
de uma abordagem mais realista e evolucionária para a economia.

O texto destaca a mudança na visão da ciência econômica ao incorporar abordagens de


economia da complexidade e evolucionária. Em vez de uma perspectiva estática e reducionista
em direção ao equilíbrio, essas abordagens consideram o processo econômico como algo
dinâmico e fora do equilíbrio, analisando propriedades emergentes e interações sistêmicas.

As pesquisas em economia da complexidade se concentram na auto-organização do sistema


econômico a partir da interação diversa de elementos, enquanto a economia evolucionária
explora os processos de seleção entre variedades. Ambas são integradas em uma visão fora do
equilíbrio.

Pensadores do século XX, como Veblen, Schumpeter e Hayek, são retrospectivamente vistos
como precursores da abordagem evolucionária. Ganha força a ideia de um darwinismo
generalizado na economia, considerando-a como um sistema populacional complexo sujeito a
princípios darwinianos de variação, herança e seleção.

A abordagem evolucionária procura explicar a variedade, a retenção de informações úteis


(herança) e as diferenças em longevidade e fecundidade, integrando inovação, aprendizado e
adaptação. Não se trata de reducionismo biológico, mas de entender sistemas evolucionários,
sejam econômicos ou biológicos.
A revolução de Darwin não apenas introduziu uma teoria biológica evolutiva, mas também um
sistema filosófico que rompeu com o pensamento essencialista, destacando a diversidade
entre indivíduos como central.

A abordagem evolucionária é relevante para a economia devido a quatro motivos: rápida


evolução econômica, mudanças na composição populacional, capacidade de aprendizado e
adaptação, e a necessidade de compreender o papel da inovação e sua fonte, seja interna ou
externa.

Sistemas econômicos abertos, em contraste com fechados, mantêm complexidade e estrutura


ao longo do tempo, graças à entrada de baixa entropia. Georgescu contribuiu para a economia
ecológica, enfatizando considerações biofísicas e termodinâmicas, além de propor uma visão
evolucionária, incluindo a histerese e propriedades emergentes.

A histerese, vista como dependência da trajetória passada, é crucial na evolução


socioeconômica, influenciando escolhas individuais e sistemas. A importância da dependência
da trajetória também é destacada por Georgescu na mudança tecnológica e institucional,
alinhando-se a Douglass North e Brian Arthur.

Georgescu via o processo econômico e a evolução biológica como irreversíveis, sendo as


inovações radicais responsáveis por saltos evolutivos, criando uma hierarquia de processos
evolucionários. Esta perspectiva está alinhada à teoria evolucionista do equilíbrio pontuado na
biologia, defendendo que choques exógenos levam a rápidas mudanças na especiação.

Em resumo, o texto explora a evolução na ciência econômica, incorporando abordagens de


complexidade e evolução, destacando a relevância da diversidade, inovação e dependência da
trajetória na análise socioeconômica.

O texto aborda as contribuições de Georgescu para a compreensão da economia como um


processo evolucionário, destacando sua ênfase na emergência de propriedades em níveis
superiores de integração. Georgescu, ao contrário dos reducionistas, reconhece a incerteza
associada à evolução de sistemas biológicos e econômicos, valorizando a emergência sobre a
simples soma de partes.

Sua obra de 1971 enfoca a visão de que o processo econômico é intrinsecamente evolutivo,
conectando-o ao mundo biofísico. Georgescu destaca a geração de entropia no processo
econômico, indicando mudanças qualitativas mesmo em níveis físicos básicos, desafiando a
visão mecanicista predominante na economia neoclássica.
Ao incorporar insights da termodinâmica e biologia, Georgescu influenciou a termodinâmica do
não equilíbrio e o estudo de sistemas complexos. Sua crítica à economia neoclássica levanta
debates sobre a ciência clássica versus moderna, evidenciando que a complexidade de
macrossistemas requer uma abordagem além da epistemologia mecanicista.

Georgescu abriu portas para uma termodinâmica de não equilíbrio, sendo considerado crucial
na compreensão das implicações epistemológicas de mercados e economias longe do
equilíbrio. Sua abordagem se alinha à visão da economia como um sistema complexo, proposta
por Eleutério Prado, que desafia as análises estáticas e busca entender a dinâmica evolutiva da
economia.

Eric Beinhocker reconhece o pioneirismo de Georgescu ao sistematizar pesquisas em economia


da complexidade, propondo um novo paradigma. A economia da complexidade, como termo
guarda-chuva, abandona as analogias mecânicas de equilíbrio, incorporando ideias da
termodinâmica e evolução darwiniana, proporcionando uma compreensão mais abrangente e
dinâmica do sistema econômico.

As implicações de Georgescu, chamadas de condições Georgescu-Roegen por Beinhocker, são


cruciais para entender o processo econômico como um sistema evolutivo complexo. Elas
destacam a irreversibilidade das transformações econômicas criadoras de valor e a redução
local da entropia, contrastando com o aumento global.

A coevolução socioambiental é abordada, destacando a preocupação da economia ecológica


com os condicionantes ecológicos de longo prazo e a influência das instituições na relação
entre sociedade e meio ambiente. A economia ecológica complementa a economia
evolucionária, considerando fluxos de energia e matéria, e ambas abordam a complexidade das
relações entre decisões econômicas, tecnologias e instituições.

A ruptura com os fundamentos neoclássicos é essencial para a economia ecológica, que busca
entender as relações sociais e materiais de maneira específica. Georgescu, ao apontar limites
da metáfora mecânica, antecipa abordagens modernas como a complexidade e a evolução,
contribuindo para a fronteira do conhecimento em economia.

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