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1.

RESUMO
O processo de galvanização, ou zincagem por imersão a quente, consiste em
depositar uma camada de zinco sobre a superfície da chapa de aço, esse processo é
um dos mais efetivos e econômicos empregados para proteger o aço contra a
corrosão atmosférica. Antes da chapa de aço ser zincada ela passa pelo processo de
recozimento contínuo de chapas a fim de garantir as propriedades mecânicas finais
desejadas. A condução da chapa dentro dos fornos de recozimento contínuo das
linhas de zincagem é feita por rolos, os quais ficam expostos a elevadas temperaturas.
Atualmente esses rolos são refrigerados a água o que provoca tricas no rolo
provocando defeito nas placas. Este trabalho tem como objetivo estudar e viabilizar
a possibilidade de montagem de rolos que não necessite de refrigeração, contribuindo
para o aumento do rendimento do forno e redução de custo de manutenção e
consequentemente o aumento da produtividade.

2. INTRODUÇÃO
Desde a sua descoberta, o aço tem sido um produto de fundamental importância para
o desenvolvimento econômico de qualquer país, pois, ele é versátil, tem baixo custo
de produção, boa conformabilidade e excelentes características mecânicas. Ele pode
ser produzido em uma grande variedade de tipos e formas, dentre essas formas temos
as chapas de aço laminadas. As chapas de aço podem ser revestidas com uma
camada de zinco, pelo processo de Galvanização (zincagem por imersão a quente),
na Linha de Zincagem Contínua (LZC) que tem como principal objetivo criar uma
camada de zinco protetora, na superfície da chapa, contra a corrosão. A camada de
zinco é formada contínua e uniformemente na superfície da chapa de aço protegendo-
a contra a oxidação (NARDELLI, 2015).
Além da sua elevada resistência a corrosão, para que a chapa de aço galvanizada
atenda o mercado consumidor, suas propriedades mecânicas devem ser definidas
pelo processamento termomecânico que as mesmas sofrem durante o processo de
produção. As últimas etapas de produção são o recozimento contínuo e o
encruamento, realizados na própria LZC, sendo que o recozimento contínuo tem uma
influência significativa nas propriedades mecânicas do aço, tais como o limite de
escoamento e o limite de resistência, a deformação total e a razão elástica
(ANDRADE, 2010).
Os fornos de recozimento contínuo, das LZC’s, são divididos em três zonas: zona de
aquecimento (aproximadamente 1350ºC), zona de encharque (aproximadamente
890ºC) e zona de resfriamento lento e rápido (AZEVEDO, 2017). A condução das
chapas dentro desses fornos de recozimento é feita por rolos refrigerados a água, os
quais, tem apresentado problemas de manutenção que afetam diretamente a
produtividade e qualidade do processo.

3. OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo geral estudar os defeitos gerados na chapa
galvanizada pela falha na refrigeração do rolo que conduz a chapa metálica no interior
do forno de recozimento contínuo de chapas da LZC na zona de aquecimento. Estudar
as causas e consequências das falhas do rolo refrigerado a água da zona de
aquecimento do forno de recozimento contínuo de chapas de aço, e propor soluções
a viabilidade da troca do rolo atual do forno de pré-aquecimento do recozimento
contínuo da LZC, que possui uma camada superficial de Ni-Cr, refrigerado a água, por
um rolo que não necessite de refrigeração, ou seja, realizar uma pesquisa
experimental dos tipos de camadas, aplicadas na superfície dos rolos, que podem ser
utilizadas que suportem as temperaturas elevadas dos fornos de pré-aquecimento.

4. METODOLOGIA
O método de pesquisa adotado neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica e
experimental, com abordagens quantitativas e qualitativas. O material utilizado neste
trabalho foi fornecido por empresas do setor da região do Médio Paraíba do estado
do Rio de Janeiro. As etapas realizadas foram: identificação do material (rolo
refrigerado a água), coletas de amostras, realização de testes, identificação do
problema ou defeito de má aderência da camada de zinco sobre a superfície da chapa.

5. DESENVOLVIMENTO
Foram retiradas as amostras da chapa galvanizada, no tamanho de 100mm versus a
largura do material, desprezando 50mm das bordas, identificando as posições (lado
do operador, centro da amostra e lado do motor), a seguir as amostras foram
embutidas com a face superior voltada para cima, para verificar a aderência na face
superior, e com a face inferior voltada para baixo, para verificar a aderência na face
inferior. Após estas etapas iniciou-se os ensaios conforme a sequência: limpeza das
faces ensaiadas; retirada de fragmentos de zinco da amostra; dobramento da
amostra; dobramento chato da amostra; limpeza da amostra; retirada de material da
amostra; e classificação do nível de aderência de zinco na chapa de aço.

6. RESULTADOS PRELIMINARES
Os problemas de qualidades na chapa galvanizada gerados nos fornos de
recozimentos estão relacionados com a ocorrência na seção de pré-aquecimento. A
temperatura máxima interna do forno pode chegar a 1200°C e em momentos de
manutenção o forno fica com sua temperatura interna próxima a do ambiente, fazendo
com que os rolos sofram contração e posteriormente dilatem novamente, devido ao
novo aumento de temperatura. Devido a esse processo cíclico de aquecimento e
resfriamento do rolo, os mesmos, começam a apresentar trincas em sua camisa,
fazendo com que aumente a humidade na atmosfera do forno, provocando assim a
má aderência do revestimento de zinco na chapa galvanizada, pois, os átomos de
oxigênio ficam alojados na superfície da chapa de aço, essa condição compromete o
processo de aderência de zinco que ocorre durante a imersão da chapa em um banho
de zinco metálico no estado líquido.
Com o avanço tecnológico, dos dias atuais, existem materiais mais resistentes à altas
temperaturas, tais como, ligas feitas com os seguintes materiais cromo, níquel,
carbono, molibdênio, alumínio, silício e manganês e que não necessitam de
resfriamento. Através da utilização desses materiais tornam-se possíveis a fabricação
de rolos não refrigerados para serem utilizados, objetivando eliminar a má aderência
e visando aumentar o rendimento do forno, já que em seu interior não ocorrerá mais
uma troca de calor do rolo com a atmosfera do forno.

7. FONTES CONSULTADAS
ANDRADE, R. L. D. Influência dos parâmetros redução a frio e de recozimento
nas propriedades mecânicas e microestrutura de um aço ARBL laminado a frio
e processado via recozimento contínuo. Dissertação (Dissertação em Engenharia
Metalúrgica e de Minas) – UFMG. Belo Horizonte, 2010.
AZEVEDO, J. V. F. Estudo da influência do chumbo na aparência de
revestimentos da linha de zincagem contínua 2 da CSN e otimização na
adequação à diretiva ROHS. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia
Metalúrgica e de Materiais) – UFC. Fortaleza, 2017.
NARDELLI, M. P. Modelo de otimização de mix de produto de linhas de zincagem
contínua. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Metalúrgica) – UFF. Volta
Redonda, 2015.

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