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Planos de aula / Língua Portuguesa / 3º ano / Produção de textos

Diário: produção textual


Por: Valéria Ap Rodrigues Da Silveira / 08 de Fevereiro de 2019

Código: LPO3_02SQA14

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Valéria Da Silveira
Mentor: Priscila Almeida
Especialista: Heloísa Jordão
Título da aula: Diário: produção textual
Finalidade da aula: Produzir uma página de diário, com expressão de sentimentos e opiniões com as convenções do gênero: tema, forma,
linguagem, tempo, interlocução, finalidade, circulação, suporte, elementos de recordação, pontuação, paragrafação, verbos de dizer.
Ano: 3º ano do Ensino Fundamental
Gênero: Diário
Objeto(s) do conhecimento: Escrita autônoma e compartilhada / Construção do sistema alfabético / Convenções da escrita / estabelecimento de
relações anafóricas na referenciação e construção da coesão / Progressão temática e paragrafação
Prática de linguagem: Escrita (compartilhada e autônoma)
Habilidade(s) da BNCC: EF35LP09/ EF03LP07/EF35LP08/ EF35LP14/ EF03LP13
Esta é a décima quarta aula de uma sequência de 15 planos de aula. Recomendamos o uso desse plano em sequência.

Materiais complementares

Documento
Atividade para impressão - Rapunzel
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/KzgjrTj8pfEU5nThKWPy93ZUN7X73mg8wm6yhzTpWuxxaWdUVGXxtNpKHRGV/atividade-
para-impressao-rapunzel-lp03-02sqa14.pdf

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Plano de aula

Diário: produção textual

Slide 1 Sobre este plano


Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: Esta é a décima quarta aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Diário e no campo de atuação Vida cotidiana;
Artístico-literário A aula faz parte do módulo de Escrita (compartilhada e autônoma).
Materiais necessários: Computador online, projetor multimídia e tela, caderno e folhas avulsas.
Informações sobre o gênero: Os gêneros que expressam, por escrito, a vida de uma pessoa por ela mesma são autobiográficos e interessa-nos o
diário pessoal, informal e íntimo de comunicação cotidiana; bem como o de comunicação produzida. Apresentam elementos constitutivos mais
maleáveis, entretanto, sua estrutura constitucional apresenta elementos essenciais:
TEMA: a escrita sobre si (confissões, segredos, inquietações, emoções, opiniões…)
FORMA: datação, vocativo e despedida.
LINGUAGEM: uso da 1ª pessoa, vocabulário informal, caligrafia como marca pessoal nos suportes tradicionais e emoção.
TEMPO: resgate da memória diária ao final do dia, geralmente;
INTERLOCUÇÃO: o próprio diálogo com o diário. Leitor imaginário ou, eventualmente, autorizados pelo autor.
INTERATIVIDADE: inexistente - leitor não interfere. Qualquer pessoa pode ter um diário, bastando compromisso e iniciativa. Sua função é “ guardar
segredo”, se o autor assim quiser.
Dificuldades antecipadas : Aplicar os conhecimentos convencionais estudados.
Referências sobre o assunto:
DOLZ, J.; GAGNON, R.; DECÂNDIO, F. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem . Campinas, SP: Mercado de Letras 2010.
PEREIRA, M. H. M.; SILVA, J. B. O gênero diário pessoal: como se confecciona o íntimo . Revista Línguas & Letras, Unioeste, Vol. 16, Nº 34, 2015.
Disponível em: <http://erevista.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/11973/9212>. Acesso em: 08 dez 2018.

Slide 2 Tema da aula

Tempo sugerido : 2 minutos


Orientações:
Leia a finalidade da aula: produzir uma página de diário, com expressão de sentimentos e opiniões com as convenções do gênero: tema, forma,
linguagem, tempo, interlocução, finalidade , circulação, suporte, elementos de recordação, pontuação, paragrafação, verbos de dizer.
“A elaboração de um diário pessoal pode configurar uma interessante proposta de produção textual permanente no cotidiano de jovens escritores. É
um gênero privilegiado para que o aluno perceba a produção textual como uma forma interessante de organizar e reconfigurar, por meio da
produção escrita ou do registro em áudio/áudio vídeo, suas próprias experiências.” (LERNER, 2002)
Converse com os estudantes sobre a produção do “Diário de Rapunzel” iniciada na aula anterior ( link abaixo):
Aprendemos muito sobre a importância e a função do gênero diário. Que tal se compartilharmos esse conhecimento para que outros conheçam e
desfrutem desse gênero?
Faz-se necessário relembrar que depois que todas as páginas do diário de Rapunzel estiverem revisadas, elas poderão ser reunidas em um único
diário, sob o título “ O Diário de Rapunzel, da turma do 3º ano ___”. Ele ficará disponível na biblioteca da escola para que todos os alunos da
comunidade escolar possam ter acesso e serem incentivados a trabalhar o gênero Diário. Após concluído o trabalho, combinar um dia para
apresentar o Diário de Rapunzel para as outras turmas da escola.
Material Complementar:
LP03_02SQA13: link aqui

Slide 3 Introdução
Tempo sugerido : 13 minutos
Orientações:
Projete o slide ou reproduza-o no quadro.
Diga-lhes que cada dupla selecionada, conforme grupo temático e por critério de produtividade, ou seja, a troca de informação entre os pares,
conforme aula anterior (link abaixo), produzirá uma página de Diário da personagem Rapunzel.
Relembre a divisão dos grupos e os trechos que cada grupo deverá se concentrar para criar a página de diário de Rapunzel, lendo-os em voz alta:
Grupo 1- TEMA: Memórias. Rapunzel falará um pouco sobre si, relatando o episódio da gravidez de sua mãe, os desejos de sua mãe de comer
rabanetes e quando foi levada pela feiticeira. (parágrafos iniciais)
Grupo 2- TEMA: Expressão de sua individualidade. Rapunzel escreverá sobre sua solidão presa na torre. (a partir do parágrafo 17)
Grupo 3 -TEMA: Segredos. Rapunzel relatará como conheceu o príncipe e o que planejaram para ficarem juntos.(a partir do parágrafo 20)
Releia, em voz alta e coletivamente, o conto de Rapunzel, na íntegra, novamente.
Material Complementar:
Link da aula LP03_02SQA13: acesse aqui
Texto Rapunzel: aqui

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Plano de aula

Diário: produção textual

Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 30 minutos
Orientações:
Exiba o roteiro de planejamento feito em aula anterior em folha de papel pardo ou cartolina, conforme o slide.
Peça que leiam-no, em voz alta.
Enfatize:
os interlocutores: quem escreve (Rapunzel), para quem escreve ( para si mesma).
a finalidade de escrita ( confissão, desabafo, diálogo interior…)
a circulação do texto: entre a comunidade escolar (público privado)
o suporte do texto; folhas em branco ou específica para diários. Se houver possibilidade, digitar a página do diário, em fonte Pacífico, 18 garantindo a
semelhança com a escrita de caligrafia pessoal para reunir todas as páginas de maneira uniforme. Exemplo: “Meu querido diário,”
a linguagem: informal, na primeira pessoa do singular, a narradora personagem é identificada pela primeira pessoa, com pronomes pessoais [eu] e
possessivos [meu, minha],caligrafia como marca pessoal e emoção.
a diagramação do texto gênero Diário: data - saudação (vocativo/ forma como se dirige ao objeto diário). Assinatura e elementos de recordação
(opcionais)
o tema: de acordo com a temática do grupo, mostrando sentimentos, emoções.
os aspectos gerais : divisão do texto em parágrafos, pontuação, emprego da letra maiúscula, diálogo (discurso direto), dois-pontos e travessão,
vocabulário apropriado ao gênero diário ...
Entregue o planejamento das ideias realizado na aula anterior com seus comentários. Solicite que leiam e decidam se irão continuar com as primeiras
ideias ou se irão seguir acatando eventuais dicas e sugestões.
Peça que usem o roteiro como apoio para a escrita.
Em seguida, os alunos começarão a escrever a página do diário de Rapunzel, conforme grupo temático.
Circule entre os estudantes, leia trechos, tire dúvidas, relembre o uso dos marcadores temporais, verifique a coerência na narrativa dos
acontecimentos a formatação e a diagramação do gênero. Utilize os cartazes de apoio que foram sendo criados ao longo do estudo do gênero Diário.
Retome o decalque do gênero Diário, visto na aula LP03_02SQA04, conforme link abaixo.
Material complementar:
Link da aula LP03_02SQA04 aqui

Slide 5 Desenvolvimento
Orientações:
Exiba o roteiro de planejamento feito em aula anterior em folha de papel pardo ou cartolina, conforme o slide.
Peça que leiam-no, em voz alta.
Enfatize:
os interlocutores: quem escreve (Rapunzel), para quem escreve ( para si mesma).
a finalidade de escrita ( confissão, desabafo, diálogo interior…)
a circulação do texto: entre a comunidade escolar (público privado)
o suporte do texto; folhas em branco ou específica para diários. Se houver possibilidade, digitar a página do diário, em fonte Pacífico, 18 garantindo a
semelhança com a escrita de caligrafia pessoal para reunir todas as páginas de maneira uniforme. Exemplo: “Meu querido diário,”
a linguagem: informal, na primeira pessoa do singular, a narradora personagem é identificada pela primeira pessoa, com pronomes pessoais [eu] e
possessivos [meu, minha],caligrafia como marca pessoal e emoção.
a diagramação do texto gênero Diário: data - saudação (vocativo/ forma como se dirige ao objeto diário). Assinatura e elementos de recordação
(opcionais)
o tema: de acordo com a temática do grupo, mostrando sentimentos, emoções.
os aspectos gerais : divisão do texto em parágrafos, pontuação, emprego da letra maiúscula, diálogo (discurso direto), dois-pontos e travessão,
vocabulário apropriado ao gênero diário ...
Entregue o planejamento das ideias realizado na aula anterior com seus comentários. Solicite que leiam e decidam se irão continuar com as primeiras
ideias ou se irão seguir acatando eventuais dicas e sugestões.
Peça que usem o roteiro como apoio para a escrita.
Em seguida, os alunos começarão a escrever a página do diário de Rapunzel, conforme grupo temático.
Circule entre os estudantes, leia trechos, tire dúvidas, relembre o uso dos marcadores temporais, verifique a coerência na narrativa dos
acontecimentos a formatação e a diagramação do gênero. Utilize os cartazes de apoio que foram sendo criados ao longo do estudo do gênero Diário.
Retome o decalque do gênero Diário, visto na aula LP03_02SQA04, conforme link abaixo.
Material complementar:
Link da aula LP03_02SQA04 aqui

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Plano de aula

Diário: produção textual

Slide 6 Desenvolvimento

Orientações:
Exiba o roteiro de planejamento feito em aula anterior em folha de papel pardo ou cartolina, conforme o slide.
Peça que leiam-no, em voz alta.
Enfatize:
os interlocutores: quem escreve (Rapunzel), para quem escreve ( para si mesma).
a finalidade de escrita ( confissão, desabafo, diálogo interior…)
a circulação do texto: entre a comunidade escolar (público privado)
o suporte do texto; folhas em branco ou específica para diários. Se houver possibilidade, digitar a página do diário, em fonte Pacífico, 18 garantindo a
semelhança com a escrita de caligrafia pessoal para reunir todas as páginas de maneira uniforme. Exemplo: “Meu querido diário,”
a linguagem: informal, na primeira pessoa do singular, a narradora personagem é identificada pela primeira pessoa, com pronomes pessoais [eu] e
possessivos [meu, minha],caligrafia como marca pessoal e emoção.
a diagramação do texto gênero Diário: data - saudação (vocativo/ forma como se dirige ao objeto diário). Assinatura e elementos de recordação
(opcionais)
o tema: de acordo com a temática do grupo, mostrando sentimentos, emoções.
os aspectos gerais : divisão do texto em parágrafos, pontuação, emprego da letra maiúscula, diálogo (discurso direto), dois-pontos e travessão,
vocabulário apropriado ao gênero diário ...
Entregue o planejamento das ideias realizado na aula anterior com seus comentários. Solicite que leiam e decidam se irão continuar com as primeiras
ideias ou se irão seguir acatando eventuais dicas e sugestões.
Peça que usem o roteiro como apoio para a escrita.
Em seguida, os alunos começarão a escrever a página do diário de Rapunzel, conforme grupo temático.
Circule entre os estudantes, leia trechos, tire dúvidas, relembre o uso dos marcadores temporais, verifique a coerência na narrativa dos
acontecimentos a formatação e a diagramação do gênero. Utilize os cartazes de apoio que foram sendo criados ao longo do estudo do gênero Diário.
Retome o decalque do gênero Diário, visto na aula LP03_02SQA04, conforme link abaixo.
Material complementar:
Link da aula LP03_02SQA04 aqui

Slide 7 Fechamento

Tempo sugerido : 5 minutos


Orientações:
Explique-lhes que na aula seguinte será feita a edição, revisão e formatação do texto.
Peça para que comentem brevemente seu “faz de conta”.
Pergunte-lhes sobre as dificuldades que encontraram na escrita, para que você possa preparar a atividade de edição,revisão e formatação para a aula
seguinte. Acesse as aulas anteriores sobre Forma de composição do texto/ Análise linguística/semiótica, conforme links abaixo
Material complementar:
Aula LP03_02SQA04 link aqui
Aula LP03_02SQA05 link aqui
Aula LP03_02SQA06 link aqui

Apoiador Técnico

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Leia o conto e enumere os parágrafos.

RAPUNZEL

E​ra uma vez um casal que há muito tempo desejava inutilmente ter um
filho. Os anos se passavam, e seu sonho não se realizava. Afinal, um belo dia, a
mulher percebeu que Deus ouvira suas preces. Ela ia ter uma criança! Por uma
janelinha que havia na parte dos fundos da casa deles, era possível ver, no
quintal vizinho, um magnífico jardim cheio das mais lindas flores e das mais
viçosas hortaliças. Mas em torno de tudo se erguia um muro altíssimo, que
ninguém se atrevia a escalar. Afinal, era a propriedade de uma feiticeira muito
temida e poderosa.
U​m dia, espiando pela janelinha, a mulher se admirou ao ver um canteiro
cheio dos mais belos pés de rabanete que jamais imaginara. As folhas eram tão
verdes e fresquinhas que abriram seu apetite. E ela sentiu um enorme desejo de
provar os rabanetes.
A cada dia seu desejo aumentava mais. Mas ela sabia que não havia jeito
de conseguir o que queria e por isso foi ficando triste, abatida e com um aspecto
doentio, até que um dia o marido se assustou e perguntou:
—​ O que está acontecendo contigo, querida?
— Ah! — respondeu ela. — Se não comer um rabanete do jardim da
feiticeira, vou morrer logo, logo!
O​ marido, que a amava muito, pensou: “Não posso deixar minha mulher
morrer… Tenho que conseguir esses rabanetes, custe o que custar!”
A​o anoitecer, ele encostou uma escada no muro, pulou para o quintal
vizinho, arrancou apressadamente um punhado de rabanetes e levou para a
mulher. Mais que depressa, ela preparou uma salada que comeu
imediatamente, deliciada.
E​la achou o sabor da salada tão bom, mas tão bom, que no dia seguinte
seu desejo de comer rabanetes ficou ainda mais forte. Para sossegá-la, o marido
prometeu-lhe que iria buscar mais um pouco.
Q​uando a noite chegou, pulou novamente o muro mas, mal pisou no
chão do outro lado, levou um tremendo susto: de pé, diante dele, estava a
feiticeira​.

— Como se atreve a entrar no meu quintal como um ladrão, para roubar


meus rabanetes? — perguntou ela com os olhos chispando de raiva. — Vai ver
só o que te espera!
— Oh! Tenha piedade! — implorou o homem. — Só fiz isso porque fui
obrigado! Minha mulher viu seus rabanetes pela nossa janela e sentiu tanta
vontade de comê-los, mas tanta vontade, que na certa morrerá se eu não levar
alguns!
A​ feiticeira se acalmou e disse:
— ​Se é assim como diz, deixo você levar quantos rabanetes quiser, mas
com uma condição: irá me dar a criança que sua mulher vai ter. Cuidarei dela
como se fosse sua própria mãe, e nada lhe faltará.
O homem estava tão apavorado, que concordou. Pouco tempo depois, o
bebê nasceu. Era uma menina. A feiticeira surgiu no mesmo instante, deu à
criança o nome de Rapunzel e levou-a embora.
R​apunzel cresceu e se tomou a mais linda criança sob o sol. Quando fez
doze anos, a feiticeira trancou-a no alto de uma torre, no meio de uma floresta.
A torre não possuía nem escada, nem porta: apenas uma janelinha, no lugar
mais alto. Quando a velha desejava entrar, ficava embaixo da janela e gritava:
—​ Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!
R​apunzel tinha magníficos cabelos compridos, finos como fios de ouro.
Quando ouvia o chamado da velha, abria a janela, desenrolava as tranças e
jogava-as para fora. As tranças caíam vinte metros abaixo, e por elas a feiticeira
subia.
A​lguns anos depois, o filho do rei estava cavalgando pela floresta e
passou perto da torre. Ouviu um canto tão bonito que parou, encantado.
R​apunzel, para espantar a solidão, cantava para si mesma com sua doce
voz.
I​mediatamente o príncipe quis subir, procurou uma porta por toda parte,
mas não encontrou. Inconformado, voltou para casa. Mas o maravilhoso canto
tocara seu coração de tal maneira que ele começou a ir para a floresta todos os
dias, querendo ouvi-lo outra vez.
E​m uma dessas vezes, o príncipe estava descansando atrás de uma
árvore e viu a feiticeira aproximar-se da torre e gritar:
— “Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!”. E viu quando a
feiticeira subiu pelas tranças. “É essa a escada pela qual se sobe?”, pensou o
príncipe. “Pois eu vou tentar a sorte…”.
N​o dia seguinte, quando escureceu, ele se aproximou da torre e, bem
embaixo da janelinha, gritou:
— Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças! As tranças caíram pela
janela abaixo, e ele subiu. Rapunzel ficou muito assustada ao vê-lo entrar, pois
jamais tinha visto um homem. Mas o príncipe falou-lhe com muita doçura e
contou como seu coração ficara transtornado desde que a ouvira cantar,
explicando que não teria sossego enquanto não a conhecesse. Rapunzel foi se
acalmando, e quando o príncipe lhe perguntou se o aceitava como marido,
reparou que ele era jovem e belo, e pensou: “Ele é mil vezes preferível à velha
senhora…”. E, pondo a mão dela sobre a dele, respondeu:

— Sim! Eu quero ir com você! Mas não sei como descer… Sempre que vier
me ver, traga uma meada de seda. Com ela vou trançar uma escada e, quando
ficar pronta, eu desço, e você me leva no seu cavalo. Combinaram que ele
sempre viria ao cair da noite, porque a velha costumava vir durante o dia. Assim
foi, e a feiticeira de nada desconfiava até que um dia Rapunzel, sem querer,
perguntou a ela:
— ​Diga-me, senhora, como é que lhe custa tanto subir, enquanto o jovem
filho do rei chega aqui num instantinho?
​— Ah, menina ruim! — gritou a feiticeira. — Pensei que tinha isolado você
do mundo, e você me engana! Na sua fúria, agarrou Rapunzel pelo cabelos e
esbofeteou-a. Depois, com a outra mão, pegou uma tesoura e tec, tec! cortou as
belas tranças, largando-as no chão. Não contente, a malvada levou a pobre
menina para um deserto e abandonou-a ali, para que sofresse e passasse todo
tipo de privação. Na tarde do mesmo dia em que Rapunzel foi expulsa, a
feiticeira prendeu as longas tranças num gancho da janela e ficou esperando.
Quando o príncipe veio e chamou: “Rapunzel! Rapunzel! Joga abaixo tuas
tranças!”, ela deixou as tranças caírem para fora e ficou esperando.Ao entrar, o
pobre rapaz não encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terrível feiticeira.
Com um olhar chamejante de ódio, ela gritou zombeteira:
— ​Ah, ah! Você veio buscar sua amada? Pois a linda avezinha não está
mais no ninho, nem canta mais! O gato apanhou-a, levou-a, e agora vai arranhar
os seus olhos! Nunca mais você verá Rapunzel! Ela está perdida para você! Ao
ouvir isso, o príncipe ficou fora de si e, em seu desespero, se atirou pela janela.
O jovem não morreu, mas caiu sobre espinhos que furaram seus olhos e ele
ficou cego. Desesperado, ficou perambulando pela floresta, alimentando-se
apenas de frutos e raízes, sem fazer outra coisa que se lamentar e chorar a
perda da esposa tão querida.
P​assaram-se os anos.
U​m dia, por acaso, o príncipe chegou ao deserto no qual Rapunzel vivia,
na maior tristeza, com seus filhos gêmeos, um menino e uma menina, que
haviam nascido ali. Ouvindo uma voz que lhe pareceu familiar, o príncipe
caminhou na direção de Rapunzel. Assim que chegou perto, ela logo o
reconheceu e se atirou em seus braços, a chorar. Duas das lágrimas da moça
caíram nos olhos dele e, no mesmo instante, o príncipe recuperou a visão e
ficou enxergando tão bem quanto antes. Então, levou Rapunzel e as crianças
para seu reino, onde foram recebidos com grande alegria.
A​li viveram felizes e contentes.

ABREU, Ana Rosa et al. Alfabetização : livro do aluno. Brasília : FUNDESCOLA / SEFMEC, 2000. 3 v. : 128 p. n. 2. Disponível
em: <​http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000589.pdf​>. Acesso em: 08 dez 2018.

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