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Abstract: This article involves structuring the purchasing process in a company producer of capital
goods from the electromechanical sector for the mining sector. It is known that the purchasing process
must be aligned with the planning defined by the organization, which, in turn, must be prepared in
accordance with productivity and its administrative structure. The aim is to find out if, considering the
reality of a company XY, producer of capital goods from the electromechanical sector for the mining
sector, it is more feasible, in terms of cost, to produce the parts internally or acquire them from an
external supplier. The objective was to show, through a case study, whether it is more feasible to
produce the parts internally or to acquire them from an external supplier. Through the literature review
and the case study, the fixed and variable costs to buy or manufacture the parts in company XY and the
contextualization of the purchasing process and its internal interfaces were studied; considering the
process of acquiring material resources with emphasis on the parts produced by the company object of
study. It was concluded that, in relation to the proposed case study, purchasing management is
dependent on adopted strategies that vary according to the company's structure and policy, which is
verticalization. However, analyzing the costs of internal production and the external cost of acquiring
mechanical parts, for some of them, horizontalization is more viable.
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Graduanda no curso de Administração pela Faculdade Milton Campos.
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Mestre em Administração, com ênfase em Marketing, pela Fundação Mineira de Educação e Cultura -
FUMEC (2006). Pós-graduação em Administração Bancária - Associação Brasileira dos Bancos
Estaduais - ASBACE. Especialização em Administração Financeira - Fundação Dom Cabral. Graduada
em: Administração e Ciências Contábeis - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG.
Foi professora e coordenadora do setor de Marketing da Fundação Mineira de Educação e Cultura –
Fumec - Face. Foi Coordenadora do Curso de Administração e, também, professora na Faculdade
Metropolitana de Belo Horizonte - Sistema de Ensino COC. Atualmente é professora, membro do
Núcleo Docente Estruturante (NDE) e do Núcleo de Responsabilidade Social na Faculdade de
Administração Milton Campos.
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1 INTRODUÇÃO
A maior parte das empresas precisa ter uma eficiente relação com seus fornecedores,
especialmente considerando as situações que envolvem o fornecimento de matéria-
prima ou prestando algum serviço básico para a atividade fim das organizações. São
os fornecedores que também auxiliam as empresas a otimizar tempo e esforço,
sugerindo estratégias, acompanhando a operação e gerindo melhor seus orçamentos,
relacionando melhor com seus clientes (ARNALD, 2008).
Remete-se, então, ao tema da verticalização como estratégia que traz a previsão que
a empresa produzirá, no âmbito interno, aquilo que for possível, ou, que no mínimo
tentará produzir. Portanto, seria uma estratégia na qual a organização realiza todos
os processos para manter o controle sobre as tecnologias de processo, de produtos e
negócios (segredos industriais), dentre outras. Contudo, a horizontalização despontou
como uma alternativa para manutenção da competitividade das empresas significando
uma estratégia de comprar de terceiros o máximo possível dos itens que compõem o
produto ou os serviços de que necessita (FERREIRA, 2016).
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Diante das considerações acima, tem-se a seguinte questão norteadora para este
estudo: considerando a realidade de uma empresa XY, produtora de bens de
capital do setor eletromecânico, é mais viável, em nível de custo, produzir as
peças internamente ou adquiri-las de um fornecedor externo?
Tal como mencionam Francischini e Gurgel (2016), o setor de compras deve estar
alinhado às metas da empresa, equilibrando o sistema de suprimentos com o máximo
de eficiência possível, coordenando os demais setores da empresa. Além disso, é
possível entender a relevância da realização deste estudo diante do próprio
reconhecimento dos profissionais da administração e áreas afins, sobre o impacto da
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Lima (2011), deixa claro que o setor de compras deve se voltar ao suprimento das
necessidades de materiais ou serviços, realizando o planejamento quantitativo e
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Pozo (2017), considera que o potencial do fornecedor deve ser conhecido, suas
instalações e seus produtos E o seu balanço deve ser detalhadamente analisado.
Contando com um cadastro atualizado e completo de fornecedores e com cotações
de preços feitas periodicamente, muitos problemas podem ser evitados. Não importa
o porte da empresa, os princípios básicos da organização de compras apresentam-se
como pressupostos fundamentais dispostos na Figura 1.
instalações e equipamentos. Bem como, uma vez que a empresa dispõe de mais
recursos e imobilizando-os, ela também alcança menor flexibilidade para mudanças
nos processos produtivos, quer para adotar novas tecnologias ou para mudar seus
volumes de produção resultantes das variações no mercado. Isto é, a referida autora
aponta que, quando há uma produção interna, é difícil e dispendiosa a decisão de
parar a produção em situações de demanda baixa e adquirir novos equipamentos e
contratar mais funcionários para um determinado período incerto de alta procura.
Ferreira (2016) e Paula et al., (2017), consideram como uma das principais vantagens
da horizontalização, a redução de custos por não ser preciso fazer novos
investimentos em instalações industriais; maior flexibilidade para mudar os volumes
de produção em razão das variações no mercado, pois a empresa compra do
fornecedor a quantidade que melhor lhe convir, pode até não comprar nada em
determinado mês; contar com know how dos fornecedores no desenvolvimento de
novos produtos (engenharia simultânea).
Considera-se, segundo Benfica (2013) e Novaes (2017), que a decisão para saber se
é viável comprar ou fabricar determinados componentes inclui os aspectos
econômicos, quando determinado item é um candidato para a produção interna, a
empresa demonstra capacidade suficiente para produzi-lo e quando o valor do
componente se apresenta demasiadamente elevado para cobrir todos os custos
variáveis de produção, além de contribuir com os custos fixos, a empresa opta por
adquiri-lo externamente.
Com relação ao termo “Gestão”, Slack et al. (2014) esclarecem que este representa
um meio mais frequente de interferência direta dos gestores na dinâmica e nos
processos organizacionais, trata-se da atividade de obtenção eficiente dos materiais
adequados, nas quantidades corretas. Nesse sentido, a Gestão traz o sentido de
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planejar, organizar, liderar e controlar as pessoas que fazem parte de uma empresa
as tarefas e atividades que eles realizam.
Assim, também como disse Lima (2011), o gestor busca constantemente soluções
para os gargalos e dificuldades do dia a dia da organização e necessitam de
abordagem pragmática, desenvolvendo planos estratégicos e operacionais
considerados mais eficazes no alcance das metas estabelecidas, definindo regras,
políticas e procedimentos alinhados aos planos desenvolvidos e, por fim, elaboram,
colocam em prática e coordenam a execução dos planos por meio de uma
determinada forma de comando ou liderança, e de controle.
Nessa perspectiva, Moura (2015) explica que a equipe do setor de compras em uma
determinada organização necessita alinhar-se aos seguintes objetivos dispostos no
Quadro 4:
Silva (2018) complementa que o objetivo do setor de compras, não pode ser entendido
como comprar a preços reduzidos, pois, a questão preço não é somente o alvo de
maior importância, mas considera-se também, outras medidas que podem melhorar
as negociações, mantendo foco no resultado. Assim como também foi citado por Lima
(2011), os critérios de qualidade e prazo de entrega são considerados mais
importantes do que o preço. Além do custo, é preciso repensar a qualidade do produto
e o abastecimento.
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Silva (2018), relaciona que é possível identificar que as atividades acima dispostas
revelam a importância do profissional que atua no setor de compras como gestor de
suprimentos de uma organização, uma vez que por meio de sua atuação, pode-se
proporcionar vantagem competitiva à organização diante de seus concorrentes. O
autor reforça que, quanto mais informação o comprador tiver, ele exercerá a sua
função por mais tempo dentro da empresa.
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Mintzberg (2008, p. 122), afirma que o planejamento significa antever uma situação,
mas não pode ser confundido com adivinhação. Está, na verdade, relacionado a tomar
decisões tendo como base o que vai acontecer. Para ele, “o planejamento não é uma
etapa da administração, mas, sim, um processo”, e explica que após a mensuração e
avaliação dos resultados, permite que a administração corrija os erros de
planejamento verificados, modifique ações se for o caso, redefina indicadores e, com
isso, adeque o planejamento realizado.
Segundo Oliveira (2013), planejar e controlar são dois aspectos determinantes para
uma boa administração, uma vez que é dado ao setor de estoque a responsabilidade
do controle, em que seu objetivo se volta a não deixar faltar material, evitando a
imobilização dos recursos financeiros. Na mesma linha de raciocínio, Slack et. al
(2014) apresentam um rol de objetivos para que se tenha um bom planejamento e
controle de estoques como disposto no Quadro 6:
Um meio para reduzir custos e melhorar a prestação de serviços pode ser encontrado
no gerenciamento assertivo e eficiente nos relacionamentos com fornecedores,
comumente referido como gerenciamento de relacionamento com fornecedores. Fala-
se, então, na Gestão de Fornecedores, Moura (2015) analisa que se trata de um dos
elementos mais importantes da integração da cadeia de suprimentos. Fatores
externos, que incluem alta volatilidade, tendências imprevisíveis do mercado e
diversidade ambiental, aumentam a incerteza no ambiente global de negócios. Como
resultado, para lidar com demandas inesperadas do mercado, as empresas são
incentivadas a desenvolver relacionamentos flexíveis com vários parceiros de canal.
Isso ajuda a reduzir a dependência de fornecedores e aumentar a percepção do
comprador.
Tal como descreve Rossi (2015), a empresa depende dos bens e serviços que obtém
de terceiros – ou seja, seus fornecedores externos – para criar os bens e serviços
que, por sua vez, é oferecido aos clientes. A abordagem para estabelecer e
desenvolver relacionamentos com fornecedores tem um grande impacto nos
processos de negócios, objetivos estratégicos e resultados. O referido autor ocorre
que muitas empresas inadvertidamente criam problemas para si com gerenciamento
de relacionamento com fornecedores abaixo do ideal, falta de fornecimento
estratégico para sua cadeia de suprimentos e acordos com fornecedores que não
fornecem bens e serviços de alta qualidade ou suporte adequado para os negócios
de sua empresa.
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3 METODOLOGIA
Pode-se dizer que se trata, também, de uma pesquisa descritiva, na medida em que
objetiva descrever as características do setor de compras da empresa XY, bem como
a análise dos custos fixos e variáveis na produção de seus principais produtos com
base nos conceitos abordados no referencial teórico, como fenômeno e associá-lo a
competitividade na empresa escolhida como estudo de caso.
Quanto aos meios, esta pesquisa se classifica como estudo de caso, seguindo um
processo de investigação acerca das práticas relacionado à estruturação do setor de
compras e a administração de materiais em uma indústria de médio porte. Esse
estudo, segundo Yin (2005) refere-se ao detalhamento de uma determinada unidade
e a busca por um conhecimento profundo de um fenômeno ou organização.
4.1 A empresa XY
Destaca-se que o referido cálculo já apresenta algumas falhas, pois não considera as
despesas fixas/variáveis, depreciação, dentre outros aspectos do custo de produção
interna, apenas considera os valores de matérias primas/insumos e valor total do
serviço. O profissional responsável por este fluxo e esta análise do custo interno dos
componentes industriais mecânicos, dentre outros serviços da empresa XY, realiza
esse processo até os dias atuais. Ele estima uma marcação (que seria o mark up)
para cada demanda da empresa, para cada cliente, contando com a experiência
adquirida nas negociações anteriores. Nesse sentido, a Tabela 1 mostra esse
comparativo:
Considera-se que este estudo não dispõe do cálculo do custo de produção de cada
componente, pois, para cada tipo existem diferentes elementos que compõem as
despesas fixas e variáveis que ora são as mesmas, mas que também apresentam
outras que são distintas. Descrever cada um dos componentes industriais e o seu
custo de produção interna e externa, mostra-se inviável neste estudo. Tem-se, com
base na Tabela 2, com valores já reajustados, separar os que apresentam o custo
interno (verticalização) mais atraente, como disposto na Tabela 3:
Observa-se que a empresa XY também busca, por si só, assumir a tarefa de elevar o
padrão técnico e reduzir os custos da produção dos componentes industriais,
deixando-os compatíveis com a concorrência. É importante compreender que os
componentes industriais, cujo custo de produção interno é maior que o custo de
compra externa implica em prejuízo nos resultados da empresa XY, portanto, no lucro
e, assim, limitando as possibilidades de investimento e em maiores ganhos de
produtividade.
Observa-se que os itens que já se mostravam com o custo externo menor que o custo
de produção interna, conforme destacado na tabela acima, se apresentaram ainda
menores, apresentando a seguinte diferença: peça 9338 -19,83 (16,12%); peça 2005
-15,32 (10,61%); peça 12897 -60,44 (25,36%); peça 2270 - 175,82 (27,40%) e peça -
122,65 (19,71%).
Tabela 6 - Vendas de peças mecânicas realizados nos quatro primeiros meses de 2022
(produção interna)
CÓDIGO CUSTO jan/22 fev/22 mar/22 abr/22
INTERNO DE
PROD.
INTERNA
9338 R$ 142,80 R$ R$ R$ R$ 1.713,60
3.141,60 2.998,80 1.999,20
4066 R$ 204,35 R$ R$ R$ R$ 2.860,90
2.247,85 3.065,25 3.473,95
2005 R$ 159,61 R$ R$ 159,61 R$ R$ 2.713,37
1.436,49 3.351,81
2662 R$ 187,20 R$ R$ R$ R$ 3.931,20
2.059,20 3.931,20 4.118,40
10141 R$ 87,11 R$ R$ 348,44 R$ R$ 609,77
1.655,09 1.219,54
11212 R$ 112,37 R$ R$ R$ R$ 898,96
2.359,77 1.236,07 3.258,73
3745 R$ R$ R$ R$ R$ 14.999,64
.249,97 3.749,43 3.749,43 8.749,07
1861 R$ 49,97 R$ 849,49 R$ 749,55 R$ R$ 499,70
1.349,19
803 R$ 211,00 R$ R$ R$ R$ 2.954,00
1.899,00 2.321,00 2.321,00
1075 R$ 149,37 R$ R$ R$ R$ 1.643,07
2.539,29 1.344,33 2.091,18
12897 R$ 298,74 R$ R$ R$ R$ 6.273,54
8.962,20 3.286,14 4.182,36
267 R$ 497,30 R$ R$ R$ R$ 14.919,00
0.389,30 6.962,20 4.421,70
2270 R$ 817,45 R$ R$ R$ R$ 9.809,40
15.531,55 22.071,15 25.340,95
221 R$ 744,82 R$ R$ R$ R$ 22.344,60
17.875,68 16.386,04 20.110,14
882 R$ 199,87 R$ R$ R$ R$ 5.596,36
7.195,32 5.396,49 3.797,53
Fonte: dados primários da pesquisa, 2022.
Como mostrado anteriormente, na Tabela 4 tem-se uma projeção dos valores mensais
de peças vendidas, considerando o valor dado pelo custo de aquisição externo, já no
valor cotado como parcerias, conforme Tabela 5. Sendo assim, obteve-se os
seguintes valores projetados, vistos na Tabela 7:
Para se ter uma ideia do comparativo da melhor estratégia a ser adotada pela empresa
XY, a Tabela 8 dispõe apenas os valores das peças mecânicas, cujo valor da
aquisição externa se mostrou menor do que a produção interna:
Além disso, de maneira que empresa possa contar com uma gestão eficaz, tem-se
que ela necessita de um sistema de gestão de compras para auxiliar na requisição de
matérias primas e demais materiais, em razão da sua capacidade de produção
demandada. A implantação de softwares que auxiliem nestas aquisições de
suprimentos e no controle deles, para suprir as necessidades internas e externas de
produção, tem sido sugerido, constantemente, pelo profissional de compras da
empresa.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAILY, Peter; FARMER, David and JESSOP, David and JONES, David. Compras –
Princípios e administração. 17. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
ROSSI, José. Fornecedores e sua importância nos dias atuais: avaliação pela
qualidade. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO. São Paulo
13 e 14 de agosto de 2015.
SILVA, Frank Van Rikard Santos da. Gestão de compras. Belém: Ebook, 2018.