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HISTÓRIA GERAL DA ARTE

1/2022

11. ARTE ROMÂNICA

PROFA. LETÍCIA MARTINS DE ANDRADE


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ
ARTE ROMÂNICA
C.1050-1200
[1] principais sítios românicos europeus; [2] principais rotas que levavam a Santiago de
Compostela e passavam por: Arles-Toulouse; Conques-Moissac; Vézelay-Périgueux; Tours-
Bordeaux
Saint-Étienne de Vignory,
França, 1050–1057
[1] É uma arquitetura pesada, compacta, com poucas e estreitas
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA
aberturas de luz e presença marcante de contrafortes. O material
ARQUITETURA SACRA ROMÂNICA
mais empregado é a pedra, mas também há uso do tijolo cerâmico.
[2] Emprego do arco de volta inteira, ou romano (de 180 graus)
visível tanto no exterior quanto no interior (nas naves e em
aberturas de portas e janelas)
[3] Retomada do uso das abóbadas de berço e de arestas, o que
permitiu a elevação de grandes e pesadas estruturas, criando
igrejas mais ‘dignas’ e espaçosas.
[4] A planta mais comum das igrejas é um desenvolvimento da
planta basilical (longitudinal, com nave central mais elevada e duas
ou quatro naves colaterais) em forma de cruz latina (corpo mais
longo, braços mais curtos), pela adição do transepto.
[5] cabeceira: uma evolução da abside basilical incrementada com
capelas radiais (ou radiantes, ou absidíolas) e deambulatório
(espaço de circulação), para atender a necessidades funcionais.
[6] portal em destaque, com arquivoltas, rico em relevos
escultóricos narrativos e/ou decorativos
[7] O campanário (torre sineira) pode ser integrado ao corpo da
igreja ou ser distanciado.
[8] Variedade e fantasia: não há preocupação com a unidade, com
simetria ou a repetição regular de elementos. Ao contrário, deseja-
se a variedade de formas, prevalência da fantasia e liberdade
criativa.
[1] Arquitetura
pesada, muito
compacta,
fechada, com
poucas e estreitas
aberturas de luz e
presença marcante
de contrafortes

[1] Abadia de San Vittore alle Chiuse, Marche. 1060-1080.


pedra calcária.; [2] Igreja colegiata de Tum, Polônia
[2] Emprego predominante do arco de volta inteira, ou romano (de 180°) visível Basílica de Saint-Sernin de Toulouse, França.
tanto no exterior quanto no interior. detalhes da fachada (portal) e torre; c.1080-1120.
Fachadas sem torre: a capanna e a salienti (muito comuns na Itália)

[1] San Michele, Pavia, Itália. 1155; [2] San Paolo a Ripa d'Arno, Pisa, Itália. 1092; [3] Saint-Trophîme de Artes, França. 1180-1190.

.
Fachadas de duas torres laterais: comuns na França, Alemanha e Inglaterra

[1] Catedral de Lund, Suécia. c. 1080-1145; [2] Saint-Pierre d’Angoulême, França; [3] Saint-Foy de Conques, França (1110-1130); [4]
Magdeburg, Alemanha; [5] St James, Lebeny, Hungria (1208).
[3] Retomada abrangente
do uso das abóbadas de
berço e de arestas, o que
permitiu a elevação de
grandes e pesadas
estruturas, criando igrejas
mais ‘dignas’ e espaçosas.

a: abóbada de berço b: abóbada de arestas (cruzamento de duas


abóbadas de berço).
[3] Retomada abrangente do uso das abóbadas em pedra (de berço e de arestas), o que permitiu a elevação de altas
estruturas, criando igrejas mais ‘dignas’, resistentes, espaçosas e de melhor acústica.

(1) Saint-Sernin de Toulous, França; c.1080-1120; (2) Sainte-Foy de Conques, França, iniciada em 1110; (3) Saint-Savin-
sur-Gartempe, França, c.1060-1075; (4) catedral de Speyer, Alemanha, inciada em c. 1030
Saint-Sernin de Toulouse, França. Corte
das naves e comparação com a
elevação de uma basílica paleocristã.
Saint-Sernin de Toulouse. Tramos da nave lateral em abóbada de arestas; c.1080-1120
[4] A planta mais comum das igrejas é um desenvolvimento da planta basilical (longitudinal,
com nave central mais elevada e duas ou quatro naves colaterais) em forma de CRUZ
LATINA (corpo mais longo, braços mais curtos), pela adição do TRANSEPTO.

Saint-Sernin de Toulouse, França. c.1080-1120


PLANTAS EM CRUZ LATINA

[1] Saint-Sernin de Toulouse (1080-1120); [2] Saint-Lazare d'Autun, Borgonha, França (112-1146); [3] La Trinité de Caen, França (1062-1130) ; [4] Catedral de Speyer,
Alemanha. 1030-1061; [5] Santiago de Compostela, Galícia, Espanha
Elementos básicos das
plantas românicas
[5] CABECEIRA: uma evolução da abside basilical
incrementada com capelas radiais (radiantes ou
absidíolas) e deambulatório (espaço de
circulação, na parte interna, fundamental em
igrejas de peregrinação).

Saint-Sernin de Toulouse, (França) Vista aérea


c.1088-1120.
DEAMBULATÓRIO (espaço de circulação, na parte interna, fundamental em
igrejas de peregrinação

Saint-Sernin de Toulouse, c.1080-1120 - deambulatório


João X, 9: “Eu [Cristo]
[6] PORTAL em destaque, com arquivoltas, rico em sou a porta. Por mim,
quem entrar será salvo”
relevos escultóricos narrativos e/ou decorativos.

O portal românico possui um esquema


que se repete quase sem variações na
maior parte das regiões europeias. O
principal elemento é o grande arco de
volta inteira (180º) – arco romano,
característica mais marcante e
inequívoca da arquitetura românica.
Mesmo os portais mais
simples são marcados
pelas múltiplas molduraa
de arquivoltas
[1] Santa Maria, Viu de
Llevata, Catalunha,
Espanha. Séc. XII;
[2] St Mary and St David,
Kilpeck, Inglaterra. c. 1140
Saint-Trophîme de Arles. Detalhes do portal: os bem-aventurados (esquerda) e os danados (direita).
Saint-Trophîme de Arles. Detalhes do portal: os bem-aventurados, c. 1120-1150
Saint-Trophîme de Arles. Detalhes do portal: os danados, c. 1120-1150
Arles, St. Trophîme. Detalhe da
fachada. c.1120-1150
Portal de Saint-Lazare
d'Autun, Borgonha, França
(1120-1135)
Portal de Saint-Pierre de Moissac, França. c.1125-1130.
Saint-Pierre de Moissac, tímpano.
Detalhe dos anciãos do apocalipse.
c.1125-1130
Saint-Pierre de Moissac,
França. Profeta Jeremias
esculpido no parteluz do
portal; c.1125-1130
Sainte-Marie-Madeleine de Vézelay. França. Portal central.
1140-1150.
[7] O campanário (torre
sineira) pode ser integrado ao
corpo da igreja ou ser
distanciado.
O campanário é a torre-
sineira, ou seja, a torre que
leva o sino ou ‘campana’. Os
campanários típicos da
arquitetura românica são
marcados por um ritmo
crescente de aberturas de luz
– janelas e seteiras.

[1] Abadia beneditina de Pomposa, Ferrara, Itália. A igreja remonta ao século VII, porém o campanário data de 1063;
[2] campanário da catedral de Angoulême, França
Torre pendente
(campanário de Pisa).
Bonano e Tommaso
Pisano (1173-1372)
O românico italiano

Conjunto monumental da Piazza dei Miracoli (praça dos milagres), em Pisa: batistério, catedral de Santa Maria Assunta e campanário (torre pendente).
Catedral de Pisa (Santa Maria
Assunta) e campanário (torre
pendente). 1063-1092.
Detalhe da fachada da catedral de Pisa
(Santa Maria Assunta). 1063-1092.
Interior da catedral de Pisa (Santa Maria Assunta). [1] Vista da nave
central e da abside com pintura do Cristo em Majestade-Pantocrator, de
Cimabue; [2] vista das tribunas. 1063-1092.
Fachada e vista interna da igreja de San Miniato al Monte, Florença. Iniciada em 1062
sobre igreja do séc. IV. A fachada só foi concluída no início do século XIII.
Batistério de San Giovanni, Florença. Consagrado em 1059.

Edifício original do séc. V. A planta é octogonal. Paredes externas e internas


revestidas de mármore verde e branco. A cúpula é recoberta de mosaicos
bizantinos.
Coppo di Marcovaldo
(c.1225-c.1276). Juízo
Final. Mosaicos do
batistério de San Giovanni,
Florença. c. 1270-1300.
[8] Variedade e fantasia: em termos formais, a arte
românica é caracterizada por uma maior liberdade
de invenção por parte dos artistas, que buscam a
variedade e exploram a fantasia iconográfica. Não
há preocupação com a repetição regular e
espelhada de elementos escultóricos vinculados à
arquitetura. Busca-se a variedade de formas, de
modo que, por ex., dois capitéis ou duas colunas
dificilmente são iguais dentro de um mesmo edifício.
Há fantasia e liberdade de criação, livre
interpretação e distorção dos elementos clássicos;
predomínio da invenção e da recriação. Há ainda
uma rica iconografia fantasista, animalista, saída
sobretudo dos bestiários. Essa iconografia é
encontrada sobretudo na escultura dos relevos
arquitetônicos e nas iluminuras.

Relevo escultórico da abadia de Maria Laach, Eifel, Rhineland


Notre-Dame-la-
Grande, Poitiers.
c.1100-1150. Nave e
abside.
Notre-Dame-la-Grande,
Poitiers. c.1100-1150.
Relevos da fachada,
detalhes
Capiteis do claustro da colegiata de Santa Juliana, Santillana del Mar, Cantábria, Espanha
Detalhes de fustes de colunas
da Catedral de Modena
(Santa Maria Assunta), Itália.
1099-1319.
[1] claustro de San Giovanni in
Laterano, Roma; [2] Claustro da
igreja de Santo Domingo de
Silos, Burgos, Espanha.
Detalhe anedótico da escultura em relevo da
arquivolta do portal de Saint-Foy de Conques,
França. 1110-1130.
[1] Capitel em pedra com relevo escultórico ornamental. Saint-Étienne de Vignory, França,
1050–1057. Os mais antigos capiteis com relevos escultóricos do românico estão em
Vignory; [2] Capitel de Saint-Lazare d’Autun (França). O suicídio de Judas. Gislebertus.
1130-1135; [3] Jonas vomitado pelo peixe na praia de Nínive. Capitel esculpido da nave da
igreja abacial de Mozac, séc. XII.
MACACO
O MACACO incorpora os
vícios em geral, sendo
considerado, por sua grande
semelhança, um arremedo
do humano, um humano
decaído. Plínio, na História
Natural, já observava que
era o animal mais parecido
com o homem. Seu nome
latino, simia, é derivado de
similus, que significa
‘similar’. A Idade Média o
associa ao Mal e ao
Demônio, por seu caráter
debochado e frívolo.
Também é vinculado à
luxúria e aos pecados da
carne. No período gótico
será bastante vinculado ao
pecado da usura.

[1] Saint-Lazare d’Autun. Macaco devorando serpente [?]. Capitel. Gilesbertus. 1130-1135;
[2]; Homem caçando macacos; Northumberland Bestiary, c. 1250–1260, feito na
Inglaterra. J. Paul Getty Museum, Ms. 100, fol. 15v.
COELHO

O coelho, por ser um


animal altamente fértil, é
vinculado à luxúria e aos
prazeres sensuais, tendo
sido na Antiguidade
clássica um atributo de
Vênus. No entanto esse
significado fica mais
proeminente no período
Renascentista. Na Idade
Média, podia incorporar
significados positivos, como
quando aparece aos pés da
Virgem, aludindo à sua
castidade e, portanto, ao
triunfo sobre as paixões.

Modilhões com representações de coelhos [1] Bolmir, Espanha; [2] San Pedro de Jaca, Huesca, Espanha
SEREIAS

O bestiário medieval também inclui


figuras híbridas de humanos. É o
caso das sereias, que se
incorporam ao vocabulário
medieval com um significado
absolutamente negativo: a
lascívia, a luxúria, etc.

[1] Notre-Dame-la-Grande, Poitiers. c.1100-1150. Sereia em relevo da fachada;


[2] Sereia esculpida em relevo na fachada da igreja de san Michele, Pavia, Itália
HARPÍAS
Na mitologia grega, as harpías
(palavra que em grego significa
“que voa e ataca”) eram de início
belas mulheres aladas a serviço de
Zeus. Em tradiçoes posteriores
foram transformadas em gênios
maléficos com corpo de ave de
rapina, rosto de mulher, orelhas
de urso e dotadas de garras. Elas
traziam consigo as tempestades, as
peste, o azar e as desgraças.
Podem ter cauda de serpente,
artelhos de ave de rapina, patas de
cabra e grandes orelhas. Às vezes
têm rosto masculino e com barba.
Não devem ser confundidas com as
sereias-aves. Simbolizam as
baixas paixões e o remorso.
Dante Aligheri as coloca no Inferno,
acompanhando e torturando os
suicidas.

Capiteis adornados de harpías em [1] San Esteban de Sedano,


Burgos; [2] Capitel de Sto. Domingo de Silos
BONACON O bonacon – também chamado bonasus, bonacho ou onachos – é uma besta com corpo de
cavalo, mas com características bovinas, dotado de um par de chifres curvos que, por essa
característica, não podem ser usados para defesa. A defesa do animal é então correr enquanto
solta um pum mortífero, capaz de queimar seus perseguidores e atingir uma distância de até
600m. Essa é a descrição mais antiga que se conhece de um bonacon e vem de Plínio, o
Velho, na História Natural. O bonacon também é mencionado na Legenda Áurea, de Voragine
(séc. XIII), na vida de Santa Marta.

[1] Bonacon. Northumberland Bestiary, c. 1250–1260. Feito na Inglaterra por iluminador desconhecido.
Pena, nanquim e têmpera sobre pergaminho. J. Paul Getty Museum; [2] Bonacon, de um manuscrito
medieval na Kongelige Bibliotek, Gl. kgl. S. 1633 4º, Folio 10r
MÚSICOS E
MALABARISTAS

[1] c.1110. St.-Foy, Conques, França. Capitel com músicos e malabaristas; [2] c.1150-1170. Acrobata de capitel de pilastra. Da abadia de
St-Martin de Savigny, França. Calcário; 30,5 x 22,9 cm.Nova Iorque, Metropolitan Museum
SHEELA NA GIGS

As Sheela na Gigs são relevos escultóricos


representando mulheres nuas exibindo uma
vulva exagerada. Encontram-se em igrejas,
castelos e outras edificações, especialmente na
Irlanda e Grã-Bretanha, às vezes junto a figuras
masculinas. A Irlanda conta com o maior número
dessas representações. São comuns sobre portas e
janelas, para proteger estas aberturas.
São quatro as teorias que podem explicar essas
imagens: (1) reminiscências de deusas pagãs, o que
forma a teoria de tradição mais popular (deusas
célticas, em especial); (2) figuras de fertilidade (em
associação com a ideia de deusas pagãs ou não,
como imagens para se mostrar às noivas; (3)
advertências contra a luxúria (4) proteção contra o
mal (magia apotropaica)

Modilhões com figuras representando o motivo da 'sheela- na-gig‘: (esquerda) na igreja de Kilpeck,
Herefordshire, Inglaterra; (direita) torre da igreja paroquial de Twywell, perto de Kettering, Inglaterra
Modilhões eróticos de San Pedro
de Cervatos e Yermo, na
Cantábria, espanha, Cantábria,
Espanha
OS TRABALHOS DOS MESES E OS SIGNOS DO
ZODÍACO

[1] Página de um Saltério com calendário (Julho). Da França.


Último quartel do século XII. Londres, British Museum; [2] Detalhe
do mês de abril em tapeçaria espanhola românica. c. 1050-1100;
[3] Gislebertus. Saint-Lazare d’Autun. Arquivolta do portal de
entrada. Os signos zodiacais alternados aos trabalhos dos meses.
1130-1135 .
A escultura românica

Bernardus Gelduinus. Cristo em


majestade com tetramofo e
Querubim. c.1096. Mármore; h:
127cm. Relevos do deambulatório
de Saint-Sernin de Toulouse
[1] Willigelmo (at. 1099-1120). A criação de Adão, a criação de Eva, o pecado original. Relevo em
mármore do duomo di Modena, Itália. c.1099-1106.; [2] os profetas Enoque e Elias seguram a placa
com a inscrição dedicada a Willigelmo.
Igreja abacial de St. Gilles-du-Gard, Provença. Portal e detalhe com O beijo de Judas.
c.1125-1150.
[1] Pia batismal. c.1140. St Mary Magdalen, Herefordshire, Inglaterra; [2] Reiner van Huy.
Pia batismal. 1107-1118. Latão dourado. São Bartolomeu, Liège (Bélgica).
Antependium* proveniente da igreja
de Santa Maria de Tahull, Vale do
Boí, Catalunha, Espanha. Séc. XIII.
Madeira policromada. Barcelona,
Museu Nacional de Arte da
Catalunha.

*frontal de altar
[1] Madona Morgan. 1150-1200. Proveniente de Auvergne, França. Madeira policromada,
gesso e linho; 78,7cm. Nova Iorque, Metropolitan Museum; [2] Madona e Menino. século XII.
Madeira policromada e prata (restaurada em 1960). Proveniente do coro da basilíca de
Orcival, Auvergne, França; [3] Anônimo francês. Madona e Menino. 1175-1225. madeira
policromada; 93,5 x 27 x 29 cm. Baltimore, Walters Art Museum; [4] Anônimo espanhol.
Madona e Menino. Madeira policromada.
estátua relicário de sainte Foy, da abacial
de Sainte-Foy de Conques, França. início
do século X, com adições posteriores.
Ouro, prata dourada e pedras preciosas
sobre núcleo de madeira; h: 85cm.
Conservada in situ. A peça contém ágatas,
ametistas, cristais, cornalinas, esmeraldas,
granadas, hematita, jade, ônix, opalas,
pérolas, rubis, safiras, topázios, camafeus
antigos (spolia)

Lessing Photo
[1] Lipsanoteca *de Taüll. Séculos
XI-XII. Madeira policromada a
têmpera. Conservada em
Barcelona, Museu Nacional de
Arte da Catalunha
[2] relicário-caixa de Thomas
Becket. Cobre dourado com
esmalte (champlevé). Feito na
Espanha. Barcelona, Museu
Nacional de Arte da Catalunha.

Lipsanoteca*: pequena caixa ou


pote de formato variado, com tampa,
usada para guardar pequenas
relíquias
Uma inscrição ao redor da bandeja de gotejamento
diz "+ lvcis.on [us] virtvtis opvs doctrina refvlgens /
predicat vt vicio non tenebretvr homo" ("Este porta-
luz é obra de virtude. Com seu brilho nos instruiu
na sagrada doutrina, para que o homem não seja
obscurecido pelo vício ")

Castiçal de Gloucester. c. 1110. Liga de metais


(cobre, prata, chumbo e ferro) e douradura.
Londres, Victoria and Albert Museum
[1] c. 1000-1085. Sta Cruz de la
Serós. Capa de livro. Metropolitan
Museum, Nova York;
[2] 1185-1210 d.C. Capa de livro.
Cristo em majestade. De Limoges,
França. Cobre dourado e esmalte
champlevé; 27,5x14,2cm
A PINTURA ROMÂNICA

[1] Anunciação aos pastores, do


Lecionário de Henry II, 1002-1014.
têmpera e ouro sobre pergaminho;
42,5x 32cm; Munique, Bayerische
Staatsbibliothek;
[2] Anunciação. Evangelho
suábio. c1150. Württembergische
Landesbibliotek, Stuttgart
[1] vista da igreja de San Climent de Taüll,
vale do Boí, Catalunha, Espanha; [2] vista
da abside de Saint Climent com uma cópia
da pintura original; [3] Mestre de Taüll.
Cristo em majestade. 1123. Afresco
transferido para tela; 620 x 360cm.
Transposto para o Museu Nacional de Arte
da Catalunha, MNAC, Barcelona
Cristo e apóstolos em frontal de altar catalão de c. 1175
Histórias do Gênesis. Adão e Eva

O pecado original. Pintura na igreja de San Justo de Segovia, Espanha; [2] O pecado
original. Espanha, séc. XII; [3] O Pecado Original. Pintura mural da ermida da Vera Cruz de
Maderuelo. Séc. XII. Pintura a fresco sobre revestimento mural, 203 x 207 cm. Madri,
Museu do Prado
Histórias do
Gênesis.
Noé, torre de Babel

[1 -3] A embriaguez de Noé, A


arca e A construção da torre de
babel. Afrescos na abóbada da
nave da igreja de Saint-Savin-
sur-Gartempe, França, c.1060-
1075; [4] O dilúvio. Mosaico da
basílica de São Marcos,
Veneza, séc. XI
Histórias do Novo
Testamento

[1] Iluminura, séc. XII. Da Alemanha. Londres,


British Museum; [2] Natividade. Espanha, séc.
XII.
Natividade; [3] Fachada da igreja de Notre-
Dame-la-Grande, Poitiers, sec. XI.
Histórias do
Novo
Testamento

[1] Adoração dos reis magos. Espanha, séc. XII ; [2] Saltério de
St. Albans. Os três reis Magos guiados pela estrela. Da
Inglaterra, séc. XII
VIDAS E MARTÍRIOS
DE SANTOS

[1] O martírio de São Lourenço;


Berzé-la-Ville, França; [2] O
martírio de Santa Margarete de
Antioquia. Séeculo XII, Espanha
Santa Radegunda servindo os
pobres à mesa. Iluminura do séc.
XI-XII.
O castelo é o mais típico edifício civil do período medieval. O CASTELO
Nasce da necessidade de defesa dos senhores feudais, e
toda a sua estrutura traz o aspecto de fortaleza. Escolhia-
se sempre um local elevado, pela amplitude de visão
permitida; várias torres ampliavam ainda mais essa altura;
cercava-se o local de muralhas de pedra maciça;
um fosso ainda antecedia a muralha.

fortaleza de Rocca Guaita, San Marino; séc.XI.


Vista aérea de Siena, Toscana, Itália.
A CIDADE

Ao contrário da cidade romana antiga,


desenhada como um tabuleiro de xadrez
(ortogonais), a cidade medieval é
caracterizada pela falta de planejamento.
Ela possui um desenho orgânico, que
acompanha mais ou menos os acidentes
da topografia. As casas colam-se umas às
outras, as ruas são estreitas, não há recuo
dos terrenos nem quintais (alguns palácios
possuem pátios internos). O tecido urbano
é compacto e se desenrola dentro dos
limites de uma muralha defensiva. A praça
é o lugar de reunião social e aparece como
uma grande clareira no tecido urbano.
Nela se assentam os mercados e se
realizam as feiras e as festas. Algum
espaço é também deixado em torno da
catedral, que é coração da cidade.
AS TORRES

Vista de San Gimignano, na


região da Toscana (Itália),
cujo horizonte é dominado
pelas torres. Uma das
características mais
marcantes das cidades
medievais na Itália é a
presença de muitas torres,
elementos que serviam de
proteção (a altura
possibilitando a visão a
distância) e também eram
claro indício de poder.

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